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Manual do Revisor Oficial de Contas. Recomendação Técnica n.º 5

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Recomendação Técnica n.º 5

Revisão de Demonstrações Financeiras Intercalares

Janeiro de 1988 Julho de 1993 (1ª Revisão) Índice Parágrafos Introdução 1-3 Justificação 4-5 Objectivos 6-8 Recomendações 9-17

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Introdução

1. As empresas e outras entidades podem preparar demonstrações financeiras intercalares para diversos fins, internos ou externos, e na prática, verifica-se uma cada vez maior tendência nesse sentido. Estas demonstrações financeiras podem ter um carácter ocasional ou serem de emissão regular (semestrais, trimestrais ou mensais).

2. Nalgumas situações, a preparação e até a publicação de demonstrações financeiras intercalares pode ser obrigatória. É o caso, em Portugal, do estipulado no artigo 297º do Código das Sociedades Comerciais (balanço intercalar para os adiantamentos sobre lucros no decurso do exercício) e do artigo 342º do Código do Mercado dos Valores Mobiliários (informação semestral pelas sociedades com acções cotadas).

3. Ao revisor oficial de contas pode ser solicitada uma revisão das demonstrações financeiras intercalares e, nos casos acima citados, bem como noutros em que seja obrigatória a publicação respectiva, esta é, em regra, igualmente acompanhada do relatório da sua revisão.

Justificação

4. A maior dificuldade prática em regra associada à preparação de demonstrações financeiras intercalares reside na circunstância de frequentemente a organização contabilística das empresas ou entidades não estar preparada para produzir contas intercalares com um grau de rigor equivalente ao das contas anuais, ou de não serem utilizados na sua totalidade os procedimentos conducentes a uma especialização adequada dos custos e dos proveitos.

5. São exemplos típicos desta dificuldade as situações em que, por eventual inadequação dos sistemas contabilístico e de controlo interno e/ou dos procedimentos específicos ligados ao processo de fecho das contas de períodos intercalares, os serviços da empresa ou entidade:

• não procedem à periodização das amortizações;

• não utilizam um sistema de inventário permanente das existências e, no contexto do seu

sistema de inventário intermitente, não regulam satisfatoriamente os processos de contagem física e de valorização intercalares e/ou não garantem a execução adequada de tais inventariações intercalares;

• não garantem a correcta execução de procedimentos visando o apuramento sistemático, ao

longo do exercício, dos riscos de cobrança de créditos e de obsolescência das existências, e de outras contingências que afectam a situação financeira e os resultados das operações e devem dar lugar ao registo de provisões adequadas;

• não acautelam as perdas potenciais estimadas de outros activos;

• não dispõem de, ou não utilizam, procedimentos destinados a identificar, ao longo do

exercício, ganhos ou perdas potenciais nos activos e passivos expressos em moeda estrangeira;

• não asseguram uma correlação adequada entre custos e proveitos nos períodos intercalares; • por eventualmente não disporem de metodologia apropriada e experiência nessa área, não

aplicam as correcções extra-contabilísticas tendentes a apurar a matéria colectável e a calcular adequadamente a provisão para impostos sobre os lucros respeitantes aos períodos intercalares.

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6. Nalgumas situações o trabalho do revisor oficial de contas sobre as demonstrações financeiras intercalares deverá ter o âmbito e a profundidade equivalentes ao do exame conducente à certificação legal das contas anuais. A certificação legal das contas intercalares pode ser-lhe solicitada pela empresa ou entidade ou ser-lhe exigida pelos estatutos ou pela lei. É o caso do artigo 297º do Código das Sociedades Comerciais, o qual prevê que a distribuição de lucros pelas sociedades anónimas no decurso do exercício seja precedida de um balanço intercalar

certificado por revisor oficial de contas.

7. Em todas as outras situações, que na prática tendem a ser cada vez mais frequentes, o relatório do revisor oficial de contas sobre as demonstrações financeiras intercalares não tem necessariamente que constituir uma certificação legal de tais demonstrações, e o trabalho da revisão não carece, em tais casos, de ser um exame com o âmbito e a profundidade exigidos pelas Normas e Recomendações Técnicas para a certificação legal das contas.

8. Normalmente sucede até que o conjunto da informação financeira intercalar objecto de revisão não contém as divulgações suficientes que habilitem o revisor oficial de contas e emitir uma certificação legal dessas demonstrações financeiras. Em qualquer caso, no entanto, deve o revisor confirmar se o seu trabalho revelou ou não significativos desvios de tais demonstrações face aos princípios contabilísticos geralmente aceites, ou seja, atestar uma segurança por via negativa das demonstrações financeiras objecto da sua revisão.

Recomendações

9. A revisão de demonstrações financeiras intercalares deve ser sempre considerada um serviço distinto do exame conducente à certificação legal das contas anuais.

10. Sendo esse serviço normalmente prestado pelo revisor oficial de contas que também é responsável pelo exame e certificação das contas anuais da empresa ou entidade, deve esse revisor planear e realizar a revisão das demonstrações financeiras intercalares de forma integrada, com vista ao melhor aproveitamento global e à minimização de esforços e custos dos trabalhos conducedentes ao relatório intercalar e à certificação anual.

11. Quando não estejam condicionados por disposições legais ou estatutárias imperativas, os fins a que se destina a revisão e o tipo de relatório a emitir pelo revisor oficial de contas sobre as demonstrações financeiras intercalares devem ser esclarecidos e acordados antecipadamente com a empresa ou entidade.

12. Cabe depois ao revisor oficial de contas, com base no seu conhecimento da organização e da actividade da empresa ou entidade, definir, sob sua exclusiva responsabilidade, a natureza, o âmbito e a profundidade do trabalho a realizar para emitir o tipo de relatório e atingir os fins previamente estabelecidos.

13. Quando seja estabelecido que o relatório a emitir não constituirá uma certificação legal, fica o revisor oficial de contas dispensado de proceder ao exame com o âmbito e a profundidade exigidos pelas Normas e Recomendações Técnicas para tal certificação. A revisão das demonstrações financeiras intercalares deve ainda assim obedecer, de acordo com as circunstâncias e com as adaptações necessárias:

a) às disposições aplicáveis das Normas Técnicas, designadamente no tocante às acções

preparatórias (artigos 20º a 23º), aos princípios orientadores (artigos 29º a 35º), aos procedimentos genéricos (artigos 36º e 37º), e ao tratamento dos acontecimentos subsequentes (artigos 38º e 39º); e

b) supletivamente, nos termos da alínea a) do artigo 14º das Normas Técnicas, às

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contabilista independente das demonstrações intercalares de uma empresa".

14. Sem prejuízo dos n.os 10, 11, 12 e 13 acima, são considerados normalmente como procedimentos mínimos obrigatórios da revisão de demonstrações financeiras intercalares os referidos no parágrafo 5 da citada norma da UEC nº 9.

15. Deve todavia o revisor oficial de contas executar todos os procedimentos de revisão suplementar que considere necessários nas circunstâncias, em função do grau de responsabilidade que assume e do grau de credibilidade que confere no seu relatório às demonstrações financeiras intercalares.

16. O revisor deve documentar em papéis de trabalho, de forma apropriada às circunstâncias e de acordo com o compromisso assumido, as verificações a que procedeu. Tais papéis de trabalho devem proporcionar evidência de que:

a) o trabalho foi adequadamente planeado e (nos casos em que tal se justifique)

supervisionado

b) documentam satisfatoriamente o trabalho realizado e são conclusivos

c) foi obtida confirmação escrita da administração/direcção das informações colhidas

durante a execução dos trabalhos de campo

d) o trabalho efectuado proporciona uma base razoável para a emissão do parecer

17. No relatório sobre a revisão de demonstrações financeiras intercalares deve o revisor oficial de contas:

a) identificar os fins a que se destina a revisão efectuada, em especial quando se trate de

dar cumprimento a uma obrigação legal ou estatutária;

b) referir de forma sumária os procedimentos de revisão executados;

c) confirmar expressamente, com base na revisão efectuada (e eventualmente com as

ressalvas que considere convenientes vidé alínea d) abaixo), não ter conhecimento de quaisquer situações (ou de quais quer outras, se houver feito ressalvas) que afectem de forma significativa a conformidade das demonstrações financeiras intercalares em causa com os princípios contabilísticos geralmente aceites;

d) incluir ajustamentos e/ou reclassificações significativos que julgue necessários e que

não hajam sido considerados pela empresa ou entidade nas demonstrações financeiras intercalares em causa, e as incertezas ou contingências sobre as quais o revisor oficial de contas não possa pronunciar-se.

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Anexo

Modelo de Relatório

RELATÓRIO (OU PARECER) DO REVISOR OFICIAL DE CONTAS

1. Procedi(emos), para ... (a), a uma revisão das demonstrações financeiras intercalares da ... (b), as quais compreendem o balanço em ...

(c), a demonstração dos resultados do período (ou: semestre, trimestre ou outro) findo nesta data

e ... (d), documentos estes que foram preparados a partir dos livros e registos contabilísticos e documentos de suporte mantidos em conformidade com os preceitos legais. 2. A elaboração destas demonstrações financeiras e da informação adicional (e) é da

responsabilidade de ... (f). A minha (nossa) responsabilidade é a de dar um parecer com base na minha (nossa) revisão, sobre estas demonstrações financeiras e a informação adicional (e)

3. A minha (nossa) revisão não teve como objectivo a emissão da certificação legal das demonstrações financeiras intercalares, pelo que não constitui um exame realizado integralmente de acordo com as Normas e as Recomendações Técnicas da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas. Foram, contudo, aplicados os procedimentos mínimos de revisão geralmente aceites e outros que considerámos necessários nas circunstâncias (g)

alternativamente (h)

-A minha (nossa) revisão foi efectuada de acordo com as Normas e as Recomendações Técnicas da Ordem dos Revisores Oficiais de Contas, as quais exigem que seja planeada e realizada uma revisão de forma a que se obtenha uma garantia razoável de que as demonstrações financeiras não contêm distorções de materialidade relevante. Uma revisão inclui, na base de amostragem, a verificação das evidências que suportam as quantias e informação divulgadas nas demonstrações financeiras, a avaliação das estimativas e julgamentos de ... (f), na elaboração e apresentação das demonstrações financeiras. Inclui igualmente a verificação de as políticas contabilísticas serem adequadas, tendo em conta as circunstâncias, e haverem sido consistentemente aplicadas e apropriadamente divulgadas de ser válido o princípio da continuidade das operações, e de ser adequada a apresentação das demonstrações financeiras. Com base no trabalho efectuado entendo(emos) que o mesmo proporciona uma base razoável para a emissão do meu (nosso) parecer.

4. ... (i) 5. ... (j)

6. (k) Com base na revisão efectuada, não tenho (temos) conhecimento de quaisquer situações que afectem de forma significativa a conformidade das citadas demonstrações financeiras e da informação financeira adicional (e) com os princípios contabilísticos ... (l)

alternativamente (h)

-(k) É meu (nosso) parecer que as citadas demonstrações financeiras mencionadas e a

informação financeira adicional (e) apresentam de forma verdadeira e apropriada, em todos os aspectos materialmente relevantes, a posição financeira de ... (b) em ... (c) bem como os resultados das suas operações no período (ou: semestre, trimestre ou outro) findo naquela data, em conformidade com os princípios contabilísticos ... (l).

(6)

(a) descrever a finalidade das demonstrações financeiras intercalares

(b) indicar o nome da empresa ou entidade

(c) data a que se reporta o balanço

(d) referir a informação financeira adicional que tenha sido objecto de revisão, bem como a data ou período a que se reportam

(e) quando aplicável

(f) conselho de administração ou direcção (nas sociedades anónimas), gerência (nas sociedades por quotas) ou órgão equivalente (nos demais casos)

(g) descrever, sumariamente, os mais significativos

(h) se tiver sido realizada uma verificação com o âmbito e a profundidade equivalentes às do exame conducente à certificação legal

(i) descrição dos aspectos que o revisor considere importantes para uma melhor compreensão das demonstrações financeiras intercalares e da informação financeira adicional

(j) descrição das situações que afectem o parecer, incluindo os ajustamentos e/ou as reclassificações significativos que o revisor considere necessário e as incertezas ou contingências sobre as quais não possa pronunciar-se

(k) havendo reservas este parágrafo deve ser iniciado com "Excepto quanto aos efeitos da(s) situação(ões) descrita(s) no parágrafo(s) anterior(es)..."

(l) indicar alternativamente, conforme aplicável:

...geralmente aceites

Referências

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