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MAPEAMENTO DA ABRANGÊNCIA DO PIBID EM TERRITÓRIO NACIONAL. G1 - Formação de Professores

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MAPEAMENTO DA ABRANGÊNCIA DO PIBID EM TERRITÓRIO NACIONAL

G1 - Formação de Professores

Douglas da Silva TINTI - douglastinti@uol.com.br

Ana Lúcia MANRIQUE - manrique@pucsp.br

Resumo:

O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID - é um programa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES que tem por finalidade apoiar a Iniciação à Docência de estudantes de licenciatura plena, visando aprimorar a formação dos docentes, valorizar o magistério e contribuir para a elevação do padrão de qualidade da Educação Básica. Por se constituir numa Política Pública voltada à Formação Inicial de Professores tem ganhado destaque na área da Educação e na própria Educação Matemática. Deste modo, o presente trabalho é um recorte da dissertação de mestrado (TINTI, 2012) e tem por objetivo apresentar um mapeamento da abrangência desta Política Pública no território nacional. Para termos ideia da dimensão da contribuição que o PIBID tem propiciado à formação inicial de professores apresentamos um mapeamento considerando os editais abertos no período de 2007 a 2011 onde foi possível constatar que, neste período, foram abertos cinco editais totalizando 288 projetos aprovados. Destas propostas verificou-se que a região Sudeste foi a que teve o maior número de projetos aprovados. Além disto, este estudo revela a necessidade de novas pesquisas que contribuam para a elucidação da efetiva contribuição que o PIBID tem possibilitado à formação de professores no Brasil.

Palavras-chave: PIBID; Formação Inicial de Professores; Políticas Públicas.

Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID)

Em dezembro de 2007 quando, por meio de uma ação conjunta do Ministério da Educação; por intermédio da Secretaria de Educação Superior – SESu; da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, foi aberta uma chamada pública com o objetivo de dar inicio ao processo de fomento a Iniciação à Docência de estudantes das instituições federais de educação superior e preparar a formação de docentes em nível superior, em cursos de licenciatura presencial plena, para atuar na Educação Básica pública.

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De acordo com a Portaria Normativa Capes nº 122, de 16/09/2009 foi instituído, no âmbito da CAPES, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID que tem por finalidade apoiar a Iniciação à Docência de estudantes de licenciatura plena visando aprimorar a formação dos docentes, valorizar o magistério e contribuir para a elevação do padrão de qualidade da Educação Básica. Este documento aponta os seguintes objetivos deste Projeto de Iniciação à Docência:

I. incentivar a Formação de Professores para a Educação Básica, contribuindo para a elevação da qualidade da escola pública;

II. valorizar o magistério, incentivando os estudantes que optam pela carreira docente;

III. elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciatura das instituições públicas de educação superior;

IV. inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, promovendo a integração entre educação superior e Educação Básica;

V. proporcionar aos futuros professores participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar e que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem, levando em consideração o desempenho da escola em avaliações nacionais, como Provinha Brasil, Prova Brasil, SAEB, ENEM, entre outras; VI. incentivar escolas públicas de Educação Básica, tornando-as protagonistas nos processos formativos dos estudantes das licenciaturas, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros professores.

Como podemos perceber, o PIBID é um projeto que visa desenvolver ações para a formação inicial de Professores. Embora seja intitulado como um projeto de Iniciação à Docência pode ser entendido, de acordo com a produção acadêmica acerca da Iniciação à Docência (HUBERMAN, 1992; SILVA, 1997; MIZUKAMI, 2002; LIMA, 2004; GAMA, 2007 E TANCREDI, 2009) como um projeto de aprendizagem da docência. Ou seja, se considerarmos a Iniciação à Docência como um dos ciclos/etapas do desenvolvimento profissional de um professor (HUBERMAN, 1992; TANCREDI, 2009) não podemos dizer que o PIBID é um projeto de Iniciação à Docência uma vez que os bolsistas de Iniciação à Docência não são efetivamente licenciados para exercerem a profissão.

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Os programas de Iniciação à Docência visam auxiliar o professor iniciante no ingresso na profissão buscando minimizar os efeitos do ‘choque com a realidade’:

Quando alguém inicia a profissão docente, teme a falta de adequação dos seus modos de pesar e agir com o dos seus pares, não sabe a quem pedir ajuda, nem como pautar os seus procedimentos. É como se, da noite para o dia, deixasse subitamente de ser estudante e sobre os seus ombros caísse uma responsabilidade profissional, cada vez mais acrescida, para a qual parece não estar preparado. (SILVA, 1997, p.53)

Para tanto estes programas consideram um conjunto de fatores que implicam diretamente no trabalho a ser realizado no ambiente escolar. Em geral, esses programas, que também podem ser chamados de programas de indução, oferecem apoio e orientação, na perspectiva de promover a aprendizagem e o desenvolvimento da base de conhecimento profissional e auxiliar na socialização com a cultura escolar desses profissionais. (FERREIRA E REALI, 2005)

Embora se reconheça a importância destes projetos para auxiliar a inserção do professor iniciante, Ferreira e Reali (2005, p. 3) apontaram que

No Brasil não há uma tradição de programas formativos dessa natureza, o que justifica a realização de investigações sobre os motivos da reduzida utilização de tal prática, bem como, elementos que permitam melhor compreender este tipo de iniciativa e sua inserção no contexto brasileiro.

Diante deste fato podemos inferir que os professores iniciantes sentem-se desamparados, tanto pela universidade quanto pela própria comunidade escolar. Seus formadores tinham a preocupação de formá-los durante um período de tempo (graduação). Ao adentrarem uma escola, geralmente, não recebem o apoio/orientação necessária para superarem os desafios vivenciados no(s) primeiro(s) ano(s) de atuação.

Este cenário parece não ser predominante apenas no Brasil, Silva (1997) aponta a mesma situação em Portugal:

Ora, no nosso actual sistema de ensino, o professor principiante encontra-se totalmente entregue a si próprio, sem uma estrutura de apoio que lhe dê segurança. Pelo contrário, sente-se medido, julgado, quando não olhado com suspeição ou indiferença, o que não poderá deixar de se reflectir na maneira como experiência o seu contacto com o real. (SILVA, 1997, p. 60)

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O PIBID foi pensado para superar este cenário, entretanto ele só poderia ser denominado “projeto de Iniciação à Docência” se considerasse como bolsistas de Iniciação à Docência professores no início de seu efetivo exercício profissional.

Vale ressaltar que não estamos nos colocando contra as ações desenvolvidas pelo PIBID, o que queremos dizer é que parece haver um equívoco conceitual na denominação do próprio projeto. Entretanto percebemos muitas potencialidades neste projeto uma vez que propicia uma parceria efetiva entre universidades e escolas da Educação Básica, o que pode potencializar a formação inicial do professor que ensina Matemática na Educação Básica, uma vez que concebe a inserção do licenciando na realidade escolar, de forma a familiarizá-lo com a cultura escolar; com as práticas educativas e com os principais desafios enfrentados pelos educadores no contexto educacional atual.

Mapeamento e análise da abrangência do PIBID em território nacional

Para termos ideia da dimensão da contribuição que o PIBID tem propiciado à formação inicial de professores apresentamos um mapeamento considerando os editais abertos no período de 2007 a 2011.

Analisando os editais abertos neste período - cinco editais – verificamos que foram aprovados 288 projetos. Deste modo construímos a Tabela 1 com o objetivo de identificarmos em quais editais foram aprovados mais/menos projetos:

Tabela 1: Distribuição dos projetos do PIBID aprovados por edital

Edital Total de Projetos %

CAPES Nº 1/2007 43 14,93 CAPES Nº 002/2009 89 30,90 Nº 018/2010/CAPES 31 10,76 Nº 002/2010/CAPES/Secad-MEC 21 7,29 Nº 001/2011/CAPES 104 36,11 Total 288 100,00

Fonte: Editais PIBID CAPES.

Deste modo verifica-se que o Edital Nº 001/2011/CAPES foi o que teve o maior número de projetos aprovados e o Edital Nº 002/2010/CAPES/Secad-MEC, intitulado

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especificidade do edital, ou seja, neste edital foram aceitas propostas de projetos de Iniciação à Docência para a diversidade de instituições públicas de educação superior; de universidades e centros universitários filantrópicos, confessionais e comunitários, sem fins econômicos.

Vale ressaltar que, inicialmente, o PIBID destinava-se a alunos de licenciatura de instituições federais e estaduais. Entretanto os editais Nº 018/2010 e Nº 002/2010/CAPES/Secad-MEC possibilitaram que as universidades e centros universitários comunitários, confessionais e filantrópicos tivessem a possibilidade de apresentar suas propostas.

Diante destes dados realizamos uma tabulação com o objetivo de identificarmos a quais estados brasileiros, e consequentemente a regiões brasileiras, pertencem estes projetos. Este movimento foi sintetizado na Tabela 2, conforme apresentamos a seguir:

Tabela 2: Distribuição dos projetos do PIBID aprovados por edital e região do Brasil

Edital nº

Regiões do Brasil

Total

Sul Sudeste Centro-Oeste Norte Nordeste

Nº 1/2007 5 13 5 7 13 43 Nº 002/2009 17 27 7 12 26 89 Nº 018/2010 16 12 1 1 1 31 002/2010 3 4 4 3 7 21 001/2011 19 30 12 12 31 104 Total 60 86 29 35 78 288

Fonte: Editais PIBID CAPES.

Como podemos perceber na Tabela 2, a região Sudeste é a que teve mais projetos aprovados e a região Centro-Oeste, dentre as cinco regiões, foi a que teve menos projetos aprovados.

Com o objetivo de sintetizar ainda estas informações, construímos a Figura 1, ou seja, apresentamos a segmentação dos projetos aprovados por regiões por meio de um mapa.

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Figura 1: Mapeamento da abrangência do PIBID nas regiões brasileiras.

Diante desta figura fica perceptível que a região Sudeste é a que possui maior número de projetos (concluídos ou em andamento) e que a região Centro-Oeste é a que possui o menor número em relação as demais regiões brasileiras.

Estes dados nos impulsionaram a pesquisar o Total de Instituições de Educação Superior Ativas1 a fim de estabelecermos um comparativo.

Neste sentido, fizemos um levantamento das Instituições Públicas de cada Estado Brasileiro.

Nesta pesquisa foram localizadas 292 instituições públicas de Ensino Superior, segmentadas em: Universidades; Faculdades; Centro Federal de Educação Tecnológica; Centro Universitário e Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia. Com estes dados elaboramos a Tabela 3.

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Tabela 3: Total de Instituições Públicas de Ensino Superior no Brasil

Região Total Universidade Faculdade

Centro Federal de Educação Tecnológica Centro Universitário Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sudeste 140 29 97 2 3 9 Nordeste 64 28 25 0 0 11 Sul 41 21 11 0 3 6 Norte 27 14 5 0 1 7 Centro-Oeste 20 11 4 0 0 5 Total 292 103 142 2 7 38

Fonte: Portal E-Mec

Resgatando a Figura 2 é possível inferir que as regiões Sudeste e Nordeste possuem mais projetos PIBID aprovado devido ao número de instituições públicas presentes nestas regiões, 140 e 64 respectivamente.

Entretanto, se o PIBID é uma ação voltada para cursos de licenciatura, para criarmos um comparativo mais efetivo seria necessário levantar o número real de instituições, públicas e privadas, que oferecem cursos nesta área o que neste momento, diante dos dados a que tivemos acesso não foi possível ser realizado.

Considerações Finais

Diante deste cenário, alguns questionamentos emergem, sinalizando a necessidade de desenvolvimento de outras pesquisas para que, efetivamente, possamos analisar os impactos desta Política Pública de Formação de Professores. Por exemplo, seria importante realizar um levantamento do total de instituições de ensino superior no Brasil (públicas e privadas) e confrontar com os dados dos projetos aprovados pelo PIBID. Neste sentido seria possível, numericamente, evidenciar que, até o presente momento, o PIBID contempla uma pequena parcela do total de professores em formação inicial.

Com o desenvolvimento de outras/novas pesquisas será possível sinalizar a necessidade de reformulação ou de proposição de outras políticas Públicas que auxiliem a formação inicial dos professores brasileiros.

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Referências

FERREIRA, Lílian Aparecida; REALI, Aline Maria de Medeiros Rodrigues. Aprendendo a ensinar e a ser professor: contribuições e desafios de um programa de Iniciação à Docência para professores de educação física. 28ª Reunião Anual da ANPEd, 2005.

GAMA, Renata Prenstteter. Desenvolvimento Profissional com apoio de Grupos Colaborativos: o caso de professores de Matemática em início de carreira. 2007. 239p. Tese (Doutorado em Educação: Educação Matemática) — FE, Unicamp, Campinas (SP).

HUBERMAN, M. O ciclo de vida profissional dos professores. In: Nóvoa, Antonio (org.). Vidas de Professores. Porto editora, 1995.

LIMA, Emília Freitas de. A construção do início da docência: reflexões a partir de pesquisas brasileiras. Revista do Centro de Educação/UFSM, 2004, Vol. 29 – nº 02. Disponível em: http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2004/02/a6.htm <acesso em 14.12.2011>

MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti, et al. Escola e aprendizagem da docência processos de investigação e formação. São Carlos: EdUFSCar, 2002.

SILVA, Maria Celeste Marques da. O primeiro ano de docência: o choque com a realidade. In: ESTRELA, Maria Teresa. (org.) Viver e construir a profissão docente. Portugal: Porto Editora, 1997, p. 51-80.

TANCREDI, Regina Puccinelli. Aprendizagem da docência e profissionalização: elementos de uma reflexão. São Carlos: EdUFSCar, 2009.

TINTI, Douglas da Silva. PIBID: um estudo sobre suas contribuições para o processo formativo de alunos de Licenciatura em Matemática da PUC-SP. 2012. 148f. Dissertação (Mestrado em Educação Matemática) – Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação Matemática. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo.

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