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ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

GAB. DES. MANOEL SOARES MONTEIRO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL N.° 200.2003.033.592-7, oriunda da 13 a Vara Cível da Comarca da Capital

RELATOR : Des. MANOEL SORES MONTEIRO APELANTE : Audemir Oliveira dos Santos

ADVOGADO : Pacelli da Rocha Martins APELADO : Caixa Seguradora S/A

ADVOGADA : Cláudia Dalle Ferreira e outros

AÇÃO DE REPARAÇÃO DE PERDAS PATRIMONIAS C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS — SEGURO DE VIDA EM GRUPO — Improcedência do pedido — Insurreição — Prescrição ânua — Rejeição — Danos pretensamente decorrentes de fato do serviço - Aplicação do art. 27, do CDC - Súplica pela reformulação do julgado — Alegação de rescisão unilateral indiscriminada do contrato - Desacerto do pedido — Avença celebrada por prazo determinado - Ocorrência de mera denúncia do contrato com a devida antecedência — Improvimento do apelo.

- "Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação pelos danos catisados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capitulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria" (Art. 27, CDC). Assim, proposta a ação dentro do lustro legal, a prejudicial de

prescrição deve ser rejeitada.

Sendo legitima a faculdade da seguradora de, com a devida antecedência, denunciar o contrato de seguro de vida celebrado por prazo certo, o seu pleno exercício não a obriga à restituição dos prêmios pagos e/ou indenização por danos morais.

Improvimento do apelo.

Vistos, relatados e discutidos estes autos, antes identificados:

Acorda a Egrégia i a Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, em REJEITAR A PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO E, POR IGUAL VOTAÇÃO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

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Relatório

Audemir Oliveira dos Santos, por meio de advogado constituído, propôs, perante a 13 Vara Cível da Capital, Ação de Reparação de Perdas Patrimoniais c/c indenização por Danos Morais contra a Caixa Seguradora S/A.

Em suma, alega que firmou com a ré contrato de seguro de vida em grupo, o qual, segundo sua ótica, teria sido unilateralmente rescindido por aquela, sob a alegação de desequilíbrio atuarial, em total desrespeito às normas legais pertinentes à matéria.

Pugnou, ao fim, pela restituição dos prêmios pagos, devidamente corrigidos, além de uma indenização por danos morais, criteriosamente arbitrada pela autoridade judicial.

Devidamente citada, a suplicada ofereceu contestação, alegando, em preliminar, a prescrição do direito de ação do autor; e, no mérito, a total improcedência do pedido vestibular, em face do procedimento executado por ela não ferir o ordenamento jurídico.

Sentenciando, o Exmo. Magistrado a quo rejeitou a prejudicial de prescrição, julgando improcedente a demanda, por considerar legítima a conduta da ré ao denunciar o contrato (fls. 333/337).

lrresignado, o autor interpôs o presente recurso apelatório, objetivando a total reformulação do julgado, em face do Exmo. Juiz sentenciante haver laborado em erro ao não acolher o pleito relativo à devolução dos prêmios pagos durante a vigência do contrato de seguro de vida, malgrado o seu cancelamento unilateral por parte da ré; bem assim, ao não reconhecer a ocorrência dos devidos danos morais (fls. 339/355).

Contra-razões ofertadas às fls. 357/367, pugnando pelo acolhimento da prejudicial de prescrição ânua ou manutenção do decisum vergastado.

Instada a se pronunciar, a erudita Procuradoria de Justiça, em • parecer (fls. 395/398), opinou pela sua não intervenção no feito, em razão da ausência

de interesse público, consoante os termos da "Recomendação PGJ n° 01/2004".

É o relatório.

Voto: DES. MANOEL SOARES MONTEIRO:

Malgrado todo o esforço da apelada ao insistir em sustentar a tese da prescrição ânua, para as ações de indenização do segurado em grupo contra a seguradora, foi correta a sua rejeição pelo Magistrado sentenciante.

Não se tratando de demanda que tenha por escopo pedido de indenização decorrente de sinistro ou de algum direito ou obrigação estipulado no contrato, mas sim, súplica pela devolução dos prêmios pagos c/c indenização por danos morais, ante a suposta rescisão unilateral do contrato (fato do serviço), a prescrição não ocorrerá em 01 (um) ano, devendo ser aplicado o Código de Defesa do Consumidor. Verbis:

"Art. 27 - Prescreve em 5 (cinco) anos a pretensão à reparação

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do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria".

Respeitante ao mérito da insurreição, qual seja, a devolução dos prêmios pagos e a indenização por danos morais, não verifico como a sentença guerreada possa ser reformada.

Com efeito, o contrato de seguro possui características próprias no que diz respeito ao risco assumido pelos contratantes. Ocorrendo um do(s) evento(s) descrito(s) e coberto(s) pela avença, o segurador deverá pagar ao segurado ou ao seu beneficiário determinada indenização, previamente estipulada na apólice. Em caso contrário, o prêmio será devido ao segurador como forma de ressarci-lo pela assunção dos riscos por certo lapso temporal, ou seja, por prazo limitado ou por toda a vida do segurado (art. 1471, CC/16 e art. 796, do NCC).

Trata-se, portanto, de contrato tipicamente aleatório, onde ocorre a transferência do risco do segurado para o segurador, mediante o pagamento de uma determinada quantia.

In casu, exsurge dos autos que o recorrente, economiário, aderiu à

apólice do seguro de vida em grupo denominado "Caixa Seguro Vida Preferencial Plus", celebrado entre a Caixa Seguradora S/A e a FENAE — Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal, ora estipulante.

Referida avença, firmada por prazo determinado de 01 (um) ano, sempre teve sua prorrogação acordada pelos interessados, até que em agosto/2001, cerca de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término de sua última dilação, a apelada, valendo-se de um direito contratualmente conferido a ambas as partes, denunciou o contrato, comunicando ao insurreto a sua intenção de não mais renová-lo, em decorrência de um desequilíbrio atuarial da apólice, ocasião em que ofereceu um novo produto, o "Caixa Seguro Vida Exclusivo", atuarialmente equilibrado e de adesão facultada ao recorrente, por meio do preenchimento de uma carta-resposta, a qual, ressalte-se, foi analisada e firmada por aquele.

Acerca da vigência e renovação do contrato, prescrevem a sua cláusula nona e os arts. 11 e 28, da CIRCULAR N° 17, DE 17 DE JULHO DE 1992, da Superintendência de Seguros Privados — SUSEP, que aprova Normas para o Seguro de Vida em Grupo:

"CLÁUSULA NONA — DA VIGÊNCIA

O presente contrato vigerá por 12 (doze) meses, \a contar da data de sua assinatura, admitida a sua renovação, por igual período, mediante a assinatura de termo aditivo que o prorrogue, ratifique ou retifique as condições ora ajustadas, sendo facultada a ambas as partes contratantes a sua rescisão, mediante aviso prévio e escrito, com 30 (trinta) dias de antecedência, (...)" (fl. 97)

"Vigência do Seguro

Art.11 É de 1(um) ano, sendo facultada a contratação por período diferente (dias, meses ou anos).

§ 1° No caso de seguros plurianuais, o limite máximo permitido é de 5(cinco) anos.

§ 2° Sendo o prazo de vigência diferente de um ano, o prêmio a cobrar não pode ser inferior ao calculado na base "pra rata temporis", obedecidos os critérios estabelecidos nos artigos 32 a 37."

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E"

"Renovação da Apólice

Art.28 É feita automaticamente ao fim de cada período de vigência do contrato, salvo se a seguradora ou o estipulante, mediante aviso prévio de 30(trinta) dias, comunicar o desinteresse pela mesma. (...)"(destaquei)

Diante, pois, de tudo quanto relatado, não houve qualquer rescisão unilateral e indiscriminada por parte da ré, mas, tão-somente, a comunicação prévia acerca do seu desinteresse em renovar o contrato, em face da observância de um desequilíbrio atuarial, capaz de por em risco a solvabilidade do fundo.

Sobre o tema, a jurisprudência doméstica e iterativa:

"SEGURO DE VIDA EM GRUPO — Denúncia do contrato - Danos morais e materiais — Prescrição ânua — lnaplicabilidade — Ilícito do segurador— Inocorrência — desprovimento do apelo.

- Segundo a disposição normativa contida no art. 27 do Código de Defesa do consumidor, o prazo prescricional para ajuizamento de • demanda visando a reparação decorrente de fato do produto e do serviço é de 05 (cinco) anos, contados da data da ciência do dano e de sua autoria.

- Sendo legítima a faculdade da seguradora de denunciar o contrato de seguro de vida em grupo com a antecedência de 30 dias de seu término, exercida essa faculdade não há danos a reparar, sobretudo se não há interrupção da cobertura securitária, diante da celebração de novo pacto pelas partes." (Apelação Cível n° 2004.001.606-3 — 4 a Câmara Cível - Relator: Des. Antonio de Pádua Lima Montenegro - DJ: 1911112004- Origem: Capital) "Apelação Cível. Ação de Reparação de Perdas Patrimoniais c/c Indenização por Danos Morais. Seguro de vida em grupo. Contrato não renovado. Comunicação ao segurado. Devolução dos prêmios pagos. Impossibilidade. Preliminar de prescrição. Rejeição. Improcedência do pedido. Apelo. Rescisão unilateral prevista. Obediência ao aviso prévio. lmprovimento do recurso.

- Tendo em vista que a demanda não tem como objetivo o pedido de indenização decorrente de sinistro ou de algum direito ou obrigação estipulado no contrato, mas sim de pedido de devolução dos prêmios pagos c/c indenização por danos morais, pela rescisão do contrato, impõe-se afirmar que o prazo prescricional é o geral, previsto no Código Civil, e não o prazo de 1 (um) ano.

- Estando garantido a ambas as partes o direito de rescisão unilateral do contrato, desde que precedida do competente aviso prévio, não há que se falar em qualquer irregularidade o cancelamento do contrato feito pela apelada, de vez que foi precedido da referida comunicação.

Rejeição da preliminar e improvimento do apelo." (Apelação Cível n° 2004.006.918-8 — 3a Câmara Cível - Relator: Des. João Antônio de Moura - DJ: 22/10/2004 -Origem: Capital)

Ademais, tanto a ré garantiu todos os riscos cobertos durante a vigência da apólice "Preferencial Vida", que o próprio autor, malgrado asseverar a ilegalidade do seu proceder, pugnando pela sua condenação em uma possível verba indenizatória, aderiu ao novo seguro administrado por aquela (fl. 07).

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i.

Nesse diapasão, seja pela natureza aleatória do contrato de , seguro, seja por haver a seguradora-recorrida se comportado dentro do exigido pela

legislação em vigor e pelas normas editadas pela entidade reguladora (SUSEP), impossível se apresenta a sua condenação à restituição dos prêmios pagos ao longo da vigência do contrato, bem como ao pagamento de indenização por danos morais ao insurreto.

Por tais razões, REJEITO A PREJUDICIAL DE PRESCRIÇÃO E NEGO PROVIMENTO AO RECURSO.

É como meu voto.

Por votação indiscrepante, rejeitou-se a prejudicial de prescrição e, por igual votação, negou-se provimento ao recurso.

Participaram do julgamento, além do Relator, os Exmos. Des. Romero Carneiro Feitosa (Juiz Convocado) e Leôncio Teixeira Câmara.

Presente o Exmo. Dr. Carlos Romero Lauria Paulo Neto,

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* representante da Procuradoria de Justiça.

Sala de Sessões da Egrégia i a Câmara Cível do Tribunal de s

Justiça do Estado da Paraíb a, aos 1 dia do m" s de se embro do ano 2005.ii ,

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