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Debates interdisciplinares V

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Academic year: 2021

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Nilzo Ivo Ladwig e Rogério Santos da Costa [

organizadores

]

O livro Debates Interdisciplinares V está composto por artigos das áreas e afins do evento e destaca-se por contemplar autores de Programas de Pós-Graduação de diversas partes do Brasil. Ao todo são 14 artigos selecio-nados entre os trabalhos apresentados no V SPI. É fundamental salientarmos que aqui estão os trabalhos que me-lhor adequação possuem aos objetivos do evento, e, de maneira nenhuma, constitui-se esta seleção uma quali-ficação quanto ao valor deles. Temos claro que todos os trabalhos possuem alta relevância cientifica, ficando para a Comissão de Seleção a difícil tarefa desta escolha.

Com o fundamental auxílio da CAPES e da FAPESC, foi possível ampliar os esforços para trazer ao evento e a esta publicação relatos e debates de pes-quisas, dissertações e teses que con-tribuirão sobremaneira para o aprofun-damento científico no país.

Esperamos que os leitores possam usufruir destas possibilidades tanto quanto possam aguçar seu senso críti-co, de onde se fomenta o avanço cien-tífico-tecnológico que o país necessita para continuar trilhando um caminho de desenvolvimento.

Nilzo Ivo Ladwig possui Bacharelado

e Licenciatura em Geografia, Mestrado e Doutorado em Engenharia Civil. Atu-almente é professor da Universidade do Sul de Santa Catarina e professor adjunto da Universidade do Extremo Sul Catarinense. Tem experiência na área de Engenharia Civil, com ênfase em Planejamento Ambiental e Gestão Territorial, atuando principalmente nas se-guintes áreas de pesqui-sa: Ciências Ambientais, Planejamento e Gestão Territorial Sustentável.

Rogério Santos da Costa é Doutor em

Ciência Política – Política Internacio-nal, Mestre em Administração (Políti-cas Públi(Políti-cas), Graduado em Economia, Professor da Unisul no Curso de Rela-ções Internacionais e Convidado no Programa de Pós-Graduação em Admi-nistração, Coordenador do Gipart, Pes-quisador em Relações Internacionais e Administração Estratégica, atuando principalmente nas áreas de Estraté-gia de Política Externa Brasileira para

a integração da América do Sul, Estratégia em Organizações Internacio-nais e em Processos de Integração comparados – América do Sul e União Europeia.

DEBA

TES INTERDISCIPLINARES V

| Nilzo Ivo Ladwig e R

ogério Santos da Costa [organizadores]

A GESTÃO DE UMA COOPERATIVA DE AGRICULTORES FAMILIARES SOB A ÓTICA DA INTERDISCIPLINARIDADE Adriana Rita Sangalli, Katia Maria GoricoixRecalde e Erlaine Binotto

9 PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TIC: ESTUDO DE CASO SOBRE O GERENCIAMENTO DE PROJETOS José Sérgio Santos da Silva e Frederico Júnior Gomes da Silveira

31 INOVAÇÃO DA GESTÃO DE DESEMPENHO DE PEQUENAS E MÉDIAS

EMPRESAS USANDO INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL Luiz Renato da Silva e Alexandre Rasi Aoki

47 ESTUDO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE UMA CANTINA ITALIANA NA COMUNIDADE DO PINHO DE BAIXO, IRATI-PR: UMA PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DA LOCALIDADE Ana Caroline Cordeiro Bonfim, Elieti Fátima de Goveia e Paula Grechinski Demczuk

71 GESTÃO DO TURISMO DE FORMA INTERDISCIPLINAR: PROPOSTA DE

TRATAMENTO DE ESGOTO NA POUSADA SALTO SETE EM PRUDENTÓPOLIS/PR Ricardo Luis Barby, Cláudio Shigueki Suzuki e Renata Brasileiro Franco

89 ATIVIDADE TURÍSTICA COMO FONTE DE RENDA ALTERNATIVA PARA A PEQUENA PROPRIEDADE RURAL: ESTUDO DE CASO DO RECANTO PÉ DA SERRA NO MUNICÍPIO DE PRUDENTÓPOLIS-PR Pedro Henrique Sanches, Karem Priscilla Barbosa e Paula Grechinski Demczuk

103 TRIBUNAL INTERNACIONAL DO DIREITO DO MAR

Juliana Gerent

121 ESTADO CONTEMPORÂNEO E DEMOCRACIA PARTICIPATIVA: A FORMULAÇÃO DE UM

CONCEITO DE CIDADANIA BASEADA NA LIBERDADE, IGUALDADE E SOLIDARIEDADE Amadeu Elves Miguel

139 BIOTECNOLOGIA E DIREITOS HUMANOS: A PROTEÇÃO DA DIVERSIDADE

CULTURAL COM BASE NO EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL Rodolfo Souza da Silva e Taysa Schiocchet

155 O NITT COMO SUPORTE PARA O FORTALECIMENTO DA INTERAÇÃO

ENTRE UNIVERSIDADE, INDÚSTRIA E GOVERNO: EM BUSCA DE UM MODELO DE INOVAÇÃO ADEQUADO PARA A ERA DAS NANOTECNOLOGIAS

Ana Paula Adam, Raquel vonHohendorff e Wilson Engelmann

171

A DEFESA COMERCIAL BRASILEIRA NA IMPORTAÇÃO DE PORCELANATO NÃO ESMALTADO DA CHINA: UM ESTUDO DA PORTARIA SECEX N. 10/2010 E SEUS REFLEXOS NAS EMPRESAS IMPORTADORAS DO SUL DE SANTA CATARINA Ramiro Búrigo Lima e Júlio Cesar Zilli

187

A FORMAÇÃO DA PARCERIA ESTRATÉGICA ENTRE BRASIL E UNIÃO EUROPEIA E A COOPERAÇÃO TRIANGULAR COM PAÍSES AFRICANOS

Jéssica Simioni

205 ANÁLISE COMPARATIVA DO PROCESSO DE DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO DE

MERCADORIAS DO PORTO DE LUANDA/ANGOLA VERSUS DO PORTO DE ITAJAÍ/BRASIL Chirlene Lídia Francisco Lino e Julio Cesar Zilli

221 SEGURANÇA COLETIVA EM PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO: PERSPECTIVAS TEÓRICAS

E APLICABILIDADE PARA AS EXPERIÊNCIAS NA AMÉRICA DO SUL Rogério Santos da Costa e Márcio Roberto Voigt

239

ISBN 978-85-8019-061-8

COLEÇÃODEBATES

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(5)

Mauri Luiz Heerdt

Vice-Reitor e Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e de Extensão

Mirian Maria de Medeiros

Secretária-Geral da Reitoria

Willian Máximo

Chefe de Gabinete

Valter Alves Schmitz Neto

Pró-Reitor de Operações e Serviços Acadêmicos

Luciano Rodrigues Marcelino

Pró-Reitor de Desenvolvimento Institucional

Heitor Wensing Júnior

Diretor do Campus Universitário de Tubarão

Hércules Nunes de Araújo

Diretor do Campus Universitário da Grande Florianópolis

Fabiano Ceretta

Diretor do Campus Universitário UnisulVirtual

Ildo Silva da Silva

Assessor de Promoção e Inteligência Competitiva

Lester Marcantonio Camargo

Assessor Jurídico

Laudelino J. Sardá

Diretor

Alessandra Turnes

Assistente Administrativa e financeira

Vivian Mara Silva Garcia

Assistente Editorial

Suzane Nienkotter

Assistente de Logística e de Vendas

Robson Galvani Medeiros

Assistente de Marketing

Officio (officiocom.com.br)

Editoração

Revisão ortográfica, gramatical e metodológica

Ana Paula Aguiar dos Santos apasfloripa@gmail.com

D63 Debates interdisciplinares V / Nilzo Ivo Ladwig, Rogério Santos da Costa (Organizadores). - Palhoça : Ed. Unisul, 2013.

258 p. ; 21 cm Inclui bibliografias. ISBN 978-85-8019-061-8

1. Administração. 2. Criatividade nos negócios. 3. Relações internacionais. 4. Tursimo e gastronomia. I. Ladwig, Nilzo Ivo. II. Costa, Rogério Santos da.

CDD (21. ed.) – 658

Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul

Comitê Editorial | Debates Interdisciplinares V

Amarildo Felipe Kanitz, Doutor, UFPB (Associado) Ana Lucia A. de Oliveira Zandomeneghi, Doutora, UFMA

Ana Regina de Aguiar Dutra, Doutora, Unisul Jacir Leonir Casagrande, Doutor, UNISUL

Karine de Souza Silva, Doutora, UFSC

Kellen da Silva Coelho, Doutora, UFPB Marison Luiz Soares, Doutor, UFES Nilzo Ivo Ladwig, Doutor, UNESC/UNISUL

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O LIVRO “DEBATES INTERDISCIPLINARES V”, que ora apresenta-mos à comunidade científica e geral, é o resultado do V SPI – Seminário de Pesquisa Interdisciplinar, ocorrido em maio de 2013 na Universidade do Sul de Santa Catarina – Unisul, em Florianópolis, cuja temática geral foi “Empreendedorismo e Inovação”. Organizado pelo GIPART – Grupo de Pesquisa Interdisciplinar em Administração, Relações Internacionais e Turismo e pelo Programa de Pós-Graduação em Administração da Unisul, o V SPI revela a consolidação do Seminário e da proposta de um evento científico no Sul do Brasil que faça o papel de difusão científica de forma interdisciplinar.

As principais vantagens de se trabalhar em projetos interdiscipli-nares é que a pesquisa passa a ser expressiva nas relações e nos procedi-mentos. Neste sentido estamos trazendo a socialização dos resultados do V SPI que é parte fundamental de um projeto de evento cientifico e de suma importância para a construção da integração entre as universi-dades, os pesquisadores e a comunidade.

O evento continua mantendo a proposta inicial desde o I SPI que sempre foi de trabalhar interdisciplinarmente buscando a sua consoli-dação e seu reconhecimento nacional, recebendo participantes, apre-sentadores e palestrantes de diversas áreas e regiões do país. Fruto disso foi o apoio da CAPES via projeto aprovado no Programa PAEP, o qual, junto com a FAPESC e outros apoiadores, mostra um caminho da busca da excelência traçado dentro da Unisul e de seus órgãos e Cursos.

O Livro contém 14 artigos que se identificam com temas de áreas es-pecíficas e transitam transdisciplinarmente em outras áreas afins do se-minário e do próprio livro. É importante deixar claro que esses artigos fo-ram escolhidos por estarem em sintonia com os objetivos do Seminário e da publicação do livro, por possuírem qualidade e base científica sólida e

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externos proporcionaram. Outros artigos muito qualificados tiveram de ficar apenas nos Anais do evento, em virtude das limitações orçamentá-rias e dos nossos objetivos, e não de serem menos qualificados.

Gostaríamos de deixar alguns agradecimentos que tornam o SPI e esta publicação uma realidade a cada ano. De uma forma geral, dentro da Unisul há um ambiente muito propício para que este evento e esta publicação sejam consolidados, não restando muito mais que reforçar nossos agradecimentos a todos que estão desde o início nessa empreita-da, bem como àqueles que vêm se incorporando ao nosso projeto de de-bate e divulgação científica. Vale mencionar a Comissão Científica, que, além da seleção para o evento, ainda se prontifica a nos dar todos os subsídios para a definição dos artigos do livro.

Por outro lado, vale destacar a FAPESC, que tem sido uma das maiores incentivadoras do GIPART, de nossas pesquisas e deste evento, com a qual contamos muito para a continuidade deste trabalho e seus resultados. Na mesma linha, tivemos a continuidade do apoio da CA-PES, uma qualificação e confiança que nos motiva cada vez mais a con-tinuar neste projeto.

Um agradecimento muito especial aos nossos palestrantes, os quais abrilhantaram nossas três noites com mesas e debates instigantes, que só terminaram por força dos horários. Menção necessária, ainda, aos coordenadores de mesa, que, além da presença e condução dos traba-lhos das mesas de apresentação, ainda fizeram o papel de debatedores, com a necessária leitura dos artigos. Nossos cordiais agradecimentos, da mesma forma, aos apoiadores institucionais, empresas, pessoas e enti-dades, pois desses dependemos para a correta harmonia entre o plane-jamento e a execução do Seminário e deste livro.

Uma boa leitura e até a próxima!

Nilzo Ivo Ladwig e Rogério Santos da Costa

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Sumário A GESTÃO DE UMA COOPERATIVA DE AGRICULTORES

FAMILIARES SOB A ÓTICA DA INTERDISCIPLINARIDADE

Adriana Rita Sangalli, Katia Maria GoricoixRecalde e Erlaine Binotto

9

PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TIC: ESTUDO DE CASO SOBRE O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

José Sérgio Santos da Silva e Frederico Júnior Gomes da Silveira

31

INOVAÇÃO DA GESTÃO DE DESEMPENHO DE PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS USANDO INTELIGÊNCIA EMPRESARIAL

Luiz Renato da Silva e Alexandre Rasi Aoki

47

ESTUDO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DE UMA CANTINA ITALIANA NA COMUNIDADE DO PINHO DE BAIXO, IRATI-PR: UMA PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO DA LOCALIDADE

Ana Caroline Cordeiro Bonfim, Elieti Fátima de Goveia e Paula Grechinski Demczuk

71

GESTÃO DO TURISMO DE FORMA INTERDISCIPLINAR: PROPOSTA DE TRATAMENTO DE ESGOTO NA POUSADA SALTO SETE EM PRUDENTÓPOLIS/PR

Ricardo Luis Barby, Cláudio Shigueki Suzuki e Renata Brasileiro Franco

89

ATIVIDADE TURÍSTICA COMO FONTE DE RENDA ALTERNATIVA PARA A PEQUENA PROPRIEDADE RURAL: ESTUDO DE CASO DO RECANTO PÉ DA SERRA NO MUNICÍPIO DE PRUDENTÓPOLIS-PR

Pedro Henrique Sanches, Karem Priscilla Barbosa e Paula Grechinski Demczuk

103

TRIBUNAL INTERNACIONAL DO DIREITO DO MAR

Juliana Gerent

121 ESTADO CONTEMPORÂNEO E DEMOCRACIA PARTICIPATIVA:

A FORMULAÇÃO DE UM CONCEITO DE CIDADANIA BASEADA NA LIBERDADE, IGUALDADE E SOLIDARIEDADE

Amadeu Elves Miguel

139

BIOTECNOLOGIA E DIREITOS HUMANOS:

A PROTEÇÃO DA DIVERSIDADE CULTURAL COM BASE NO EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL

Rodolfo Souza da Silva e Taysa Schiocchet

(9)

O NITT COMO SUPORTE PARA O FORTALECIMENTO DA INTERAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADE, INDÚSTRIA E GOVERNO: EM BUSCA DE UM MODELO DE INOVAÇÃO ADEQUADO PARA A ERA DAS NANOTECNOLOGIAS

Ana Paula Adam, Raquel vonHohendorff e Wilson Engelmann

171

A DEFESA COMERCIAL BRASILEIRA NA IMPORTAÇÃO DE PORCELANATO NÃO ESMALTADO DA CHINA: UM ESTUDO DA PORTARIA SECEX N. 10/2010 E SEUS REFLEXOS NAS EMPRESAS IMPORTADORAS DO SUL DE SANTA CATARINA

Ramiro Búrigo Lima e Júlio Cesar Zilli

187

A FORMAÇÃO DA PARCERIA ESTRATÉGICA

ENTRE BRASIL E UNIÃO EUROPEIA E A COOPERAÇÃO TRIANGULAR COM PAÍSES AFRICANOS

Jéssica Simioni

205

ANÁLISE COMPARATIVA DO PROCESSO DE DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS DO PORTO DE LUANDA/ANGOLA VERSUS DO PORTO DE ITAJAÍ/BRASIL

Chirlene Lídia Francisco Lino e Julio Cesar Zilli

221

SEGURANÇA COLETIVA EM PROCESSOS DE

INTEGRAÇÃO: PERSPECTIVAS TEÓRICAS E APLICABILIDADE PARA AS EXPERIÊNCIAS NA AMÉRICA DO SUL

Rogério Santos da Costa e Márcio Roberto Voigt

(10)

A GESTÃO DE UMA COOPERATIVA DE AGRICULTORES FAMILIARES SOB A ÓTICA DA INTERDISCIPLINARIDADE

Adriana Rita Sangalli1 Katia Maria GoricoixRecalde2

Erlaine Binotto3

RESUMO

Este estudo objetivou analisar como se processam as relações interdisciplinares dos produtores familiares de leite com os gestores de uma cooperativa, localizada no município de Mundo Novo - MS. As relações envolvem a gestão das informações, de-cisões e participação em assembleias e capacitações. A metodologia constou de dados primários e secundários. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com estudo de caso. Os dados de natureza primária foram obtidos por pesquisa direta, por meio de dois tipos de questionários, sendo um aplicado a sete diretores e outro aplicado a vinte cooperados da cooperativa de produtores de leite. Como fonte de dados secundários foi utilizada pesquisa documental em materiais impressos (documentos, artigos cien-tíficos, dissertações e livros), além de consultas em sítios eletrônicos oficiais de agên-cias governamentais (CONAB, IBGE, MDA e OCB/MS). Os dados analisados permiti-ram concluir que a interdisciplinaridade está presente em várias situações na gestão da cooperativa e que alguns pontos fracos devem ser melhorados, principalmente em relação à participação dos cooperados nas assembleias. Dessa forma, é possível melho-rar a confiança e o nível de satisfação dos cooperados e, assim, a interdisciplinaridade pode ocorrer com maior intensidade nas relações entre diretoria e cooperados. Palavras-chave: Agricultura familiar; Cooperativas agropecuárias, Gestão agroindustrial; Interdisciplinaridade. 1 Mestre em Agronegócios pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Técnica e pesquisadora da

Univer-sidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS);

2 Mestre em Agronegócios pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Técnica e pesquisadora da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (AGRAER);

3 Doutora em Agronegócios pela Universidade Federal do rio Grande do Sul (URGS). Docente do Programa de Pós-Graduação em Agronegócios da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil possui um número significativo de produtores rurais que de-pendem da atividade leiteira, em diversificadas escalas de produção. Essa atividade é muito importante para a composição da renda, por ser uma

receita mensal e segura e por estar menos sujeita às variações climáticas.4

As principais fontes econômicas do Estado de Mato Grosso do Sul são a agricultura e a pecuária. Na pecuária, além da bovinocultura de corte, também tem grande destaque a atividade leiteira, que é praticada na maioria das propriedades rurais, principalmente nas pequenas, onde

atua conjuntamente com outras atividades na geração de renda.5

O leite tem importância tanto na alimentação humana quanto no se-tor econômico. “É fonte de subsistência e até garantia de renda para muitos

agricultores familiares”, segundo Krolow e Ribeiro.6 Para Maraschin7, a

atividade leiteira, além de significar ocupação de mão de obra fami-liar e ser uma estratégia de subsistência para algumas famílias, é tam-bém uma atividade integrada à diversidade produtiva do meio rural.

A produção de leite é uma alternativa econômica para a agricultura familiar, que aliada a outras atividades contribui para a melhoria de ren-da dos agricultores. A agricultura familiar é responsável por mais de 80% da ocupação no setor rural do Brasil, gerando sete de cada 10 em-pregos no campo, e em torno de 40% da produção agrícola. A maior par-te dos alimentos que abaspar-tecem a mesa dos brasileiros, na atualidade, é oriundo das pequenas propriedades. Essa modalidade de agricultura fa-vorece a utilização de práticas produtivas ecologicamente mais equili-bradas, como a diversificação de cultivos, o menor uso de insumos

in-dustriais e a preservação do patrimônio genético.8

4 MARASCHIN, A. F. As relações entre produtores de leite e cooperativas: um estudo de caso na bacialeiteira de Santa Rosa - RS. 2004. 145 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Rural)–Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004.

5 MS. Estado de Mato Grosso do Sul. Perfil de MS (Economia). 2012. Disponível em: <http://www.ms.gov.br/index.php ?inside=1&tp=3&comp=4298&show=3626>. Acesso em: 27 mar. 2012.

6 KROLOW, A. C. F.; RIBEIRO, M. E. R. Obtenção de leite com qualidade e elaboração de derivados. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Embrapa Clima Temperado. Documentos 154. Pelotas, julho/2006. p. 14.

7 Op. cit.

8 CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Produtos e Serviços. Agricultura Familiar. Disponível em: <http:// www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1125&t=2>. Acesso em: 15 mar. 2012.

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A agricultura familiar responde por cerca de 60% dos alimentos que chegam à mesa das famílias brasileiras, representando 85% dos municípios rurais do país. Também corresponde a 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e responde por 77% das ocupações produtivas e empregos no campo. No estado de Mato Grosso do Sul, 60% dos alimentos produzi-dos são oriunproduzi-dos da agricultura familiar. Da agricultura familiar, origina-se 58% do leite produzido nacionalmente. O leite é considerado o alimento de

origem animal mais consumido pela população brasileira9.

Na atividade leiteira oriunda da agricultura familiar, a cooperação entre os produtores é uma alternativa que viabiliza o processamento e

distribuição da produção dos pequenos produtores10. Conforme

Rodri-gues11 “(...) a cooperativa passa a ser uma alternativa de mudança

so-cial em que a dignidade do trabalho e a responsabilidade soso-cial an-dam juntas com as transformações de um mercado cada vez mais exi-gente e competitivo”.

O mercado competitivo exige cada vez mais a cooperação entre os pe-quenos produtores a fim de possuir força para competir e desenvolver-se.

Conforme Furtado12, “O desenvolvimento, gerado endogenamente, requer

criatividade no plano político, e esta se manifesta quando na percepção dos obstáculos a superar, adiciona-se um forte ingrediente de vontade coletiva”. Para o autor, “(...) somente uma liderança política imaginativa” tem a capa-cidade de conduzir, com criatividade, a construção de estruturas que per-mitam avançar na conquista de novas formas de convívio social.

A cooperativa é um importante instrumento de mudança social, atu-ando na promoção dos trabalhadores. Quatu-ando os cooperados adqui-rirem o status de empresários, tornar-se-ão gestores de suas

ativida-des, fator que demanda um permanente programa de capacitação.13

9 BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário - MDA. Agricultura familiar no Brasil e o Censo Agropecu- ário 2006. Brasília, 2011. Disponível em: <http://sistemas.mda.gov.br/arquivos/2246122356.pdf>. Acesso em: 10 ago. 2011. 10 RASCHIN, op. cit.

11 Op. cit., p. 25

12 FURTADO, C. Reflexões sobre a crise brasileira. In: G. Arbix; M. Zilbovicius; R. Abramovay (Orgs.). Razões e ficções do desenvolvimento. São Paulo: Editora UNESP; Edusp, 2001. p. 21.

13 RODRIGUES, R. C. Cooperativismo: uma alternativa viável para a elevação da renda familiar na microrregião do Cariri Oriental Paraibano. 2007. 105 f. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar em Ciências da Sociedade)–Universidade Es-tadual da Paraíba, Campina Grande, 2007.

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Nas relações entre o Estado e o cooperativismo, a cooperativa é um espaço de poder que tem relações com espaços de poder constituídos.

Entre os méritos do cooperativismo está sua aspiração concreta valores que são difíceis de serem traduzidos e sintetizados num balanço econômico, porque tem força suficiente e incontestável para mover a vontade dos homens na direção da liberdade econômica e social.14

A agricultura familiar e o cooperativismo estão envolvidos com diversi-ficadas áreas de conhecimento, fato que evidencia seu caráter interdiscipli-nar. Envolvem estudos nas áreas de ciências sociais, sociologia, economia, administração, antropologia, agroecologia, agronomia, geografia, história, direito, contabilidade, biologia, saúde, política, agronegócios, entre outras. Esta última, por ser uma área interdisciplinar, já contempla todas as outras. Dessa forma, percebe-se o vasto campo de pesquisa no qual a interdiscipli-naridade tem a função de abrir espaços de discussões, em áreas tão distintas, na busca de soluções para os dilemas do campo, da economia e da sociedade. No contexto interdisciplinar da agricultura familiar e do

cooperati-vismo, Raynaut15 observa que, com base na interação estabelecida entre

as ciências e as técnicas, surgem novos conceitos e paradigmas, desejos e projetos de indivíduos e da sociedade que utiliza meios cada vez mais eficientes para que se tornem realidade.

Torna-se necessário promover o conhecimento capaz de aprender problemas globais e fundamentais para neles inserir os conhecimentos parciais e locais. É necessário desenvolver a aptidão natural do espírito humano, para situar todas essas informações em um contexto e um con-junto. Ensinar os métodos que permitam estabelecer as relações mútuas e as influências recíprocas entre as partes e o todo em um mundo com-plexo, recompondo o todo para, posteriormente, conhecer as partes.16

Maraschin17 destaca que: “As cooperativas, por pertencerem aos

produtores rurais, que são ao mesmo tempo donos e usuários da

em-14 VALADARES, J. H. As relações entre o estado e o cooperativismo. In: CAMPOLINA, C. et al. Ciclo de debates - au-togestão: associativismo e cooperativismo. Belo Horizonte, 1995.p. 16.

15 RAYNAUT, Claude. Interdisciplinaridade: mundo contemporâneo, complexidade e desafios à produção e à aplicação de conhecimentos. In: PHILIPPI, A. J.; SILVA NETO, A J. (Eds.). Interdisciplinaridade em ciência, tecnologia & ino-vação. Barueri, SP: Manole, 2011.

16 MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez Editora, 2.ed., 2000. 118 p. 17 Op. cit., p. 19.

(14)

presa, são instituições com particularidades na sua gestão”. Elas são dirigidas pelo seu órgão máximo, que é a assembleia geral, onde todos

os associados participam.18 Dessa forma, o poder de decisão dos

coo-perados envolve fatores interdisciplinares. Eles precisam ter o conhe-cimento necessário dos assuntos antes de decidir, precisam entender das áreas que envolvem a gestão (administração, contabilidade, eco-nomia, sociologia) bem como da parte técnica e sanitária da produção (veterinária, zootecnia, agronomia, biologia), enfim são várias áreas de conhecimento interligadas e essenciais para a eficácia e sustentabi-lidade da gestão.

Destaca-se, ainda, o fato de que os cooperados têm, cada um, o seu sistema particular de produção, sua educação, valores, desejos, os quais devem ser direcionados e integrados para o fortalecimento do grupo. Neste sentido, a educação e a capacitação contribuem para uma gestão eficaz da organização.

Diante das questões que envolvem a interdisciplinaridade no contexto

da agricultura familiar, e mais especificamente do cooperativismo, o

pro-blema de pesquisa a que este estudo procurou responder está relacionado com as seguintes questões: É possível identificar a interdisciplinaridade nas relações entre os gestores e os cooperados de uma Cooperativa de Produto-res de Leite? Em que situações identificam-se esta interdisciplinaridade?

Neste contexto, o objetivo geral do estudo foi analisar como se pro-cessam as relações interdisciplinares dos produtores familiares de leite com os gestores da Cooperativa. Especificamente pretendeu-se: 1. Diag-nosticar o perfil da Cooperativa, dos gestores e o dos cooperados; 2. Analisar a participação dos cooperados nas assembleias e a forma como os gestores trabalham a interdisciplinaridade na gestão das informa-ções e decisões da Cooperativa; e, 3. Verificar como acontece a interdis-ciplinaridade na rotina da Cooperativa, na gestão, na área tecnológica (qualidade do leite e adoção de tecnologias) e na disseminação de infor-mações financeiras e contábeis.

(15)

Para realizar esta análise, foi necessário caracterizar as relações en-tre os cooperados e a diretoria da cooperativa, diagnosticando o seu perfil e as principais ações que sustentam a interdisciplinaridade.

2 METODOLOGIA

Realizou-se um estudo de caso em uma cooperativa de produtores de leite, no qual se buscou entender por meio da percepção dos gestores e dos cooperados como são estabelecidas as relações entre eles, no que se refere à gestão da cooperativa. Optou-se pelo anonimato da coopera-tiva a fim de assegurar a privacidade das informações. A cooperacoopera-tiva es-tá localizada no município de Mundo Novo, na Região Sul do Estado de Mato Grosso do Sul, com uma população de 17.043 habitantes e uma

área de 478.000 km2.19 O município faz parte da bacia leiteira do Cone

Sul, composta por treze municípios.

Conforme Weiverberg e Sonaglio20, no período de 1985 a 2008 o

vo-lume de produção de leite no Cone Sul cresceu em 4,1% passando de 20.951.000 litros para 52.740.000 litros. Foi a segunda em maior produ-tividade, entre as oito bacias leiteiras do estado, perdendo somente para a bacia de Nova Andradina, que cresceu 4,37%. Conforme as autoras, es-sa bacia conta com quatro indústrias de laticínios, três fábricas e uma usina de beneficiamento, sendo a menor em unidades industriais em re-lação às demais.

A Cooperativa atualmente está consolidada no mercado regional do Cone Sul e possui sede própria com área de 5.000 metros quadrados, onde estão os equipamentos da agroindústria de processamento de leite pasteurizado, câmaras frias, pasteurizadora e empacotadora, resfriado-res de leite, dois veículos para coleta do leite (caminhão com tanque de 4.000 litros e um veículo furgão) para entrega do leite no mercado local. As atividades da cooperativa tiveram início em 2003. Desde então ela é composta por vinte e um produtores de leite, sendo todos

agricul-19 IBGE, 2012.

20 WEIVERBERG, S. L.; SONAGLIO, C. M. Produção Leiteira em Mato Grosso do Sul: evolução e importância econômica. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL – SOBER. 49., 2011, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, 2011.

(16)

tores familiares, visando produzir, beneficiar e comercializar o leite con-juntamente, o que representa 5% da produção diária do município (em média 2.000 litros por dia). Tiveram o apoio do órgão de assistência téc-nica estadual, atual Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (AGRAER), da Prefeitura Municipal de Mundo Novo que fez a doação de um terreno e a construção de uma mi-niusina de beneficiamento para pasteurização do leite e da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB/MS).

Antes da formação da cooperativa, a produção era vendida para la-ticínios do Paraná, estado vizinho, e para uma agroindústria de queijos de Mundo Novo. Atualmente processa em torno de 2.000 litros de leite diariamente, que são entregues no comércio local, em feiras livres, mer-cearias, padarias, sorveterias e rede de supermercados, no município de Mundo Novo.

Os dados utilizados de natureza primária foram obtidos por pesquisa direta, por meio de dois tipos de questionários padronizados especial-mente elaborados, sendo um para os cooperados, com questões fechadas, e um para os diretores, contemplando questões abertas e fechadas. Os questionários foram aplicados em entrevistas com vinte (20) dos vinte e um (21) cooperados e sete (7) dos doze (12) membros que compõem a di-retoria da cooperativa. Não foram entrevistados os membros do conselho fiscal (3) e seus respectivos suplentes e um cooperado que faleceu recen-temente, cuja cota ainda está ativa. Para garantir e respeitar a individuali-dade dos pesquisados, optou-se pelo anonimato deles.

A pesquisa caracteriza-se por um estudo descritivo, de caráter qua-litativo, delineada por um estudo de caso. Como fonte de dados secun-dários, foi realizada pesquisa documental, utilizando-se de materiais impressos (documentos, artigos científicos, dissertações e livros), além de consultas a sítios eletrônicos oficiais de agências governamentais (Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, Ministério do Desenvolvimento Agrá-rio - MDA e Organização das Cooperativas Brasileiras/Mato Grosso do Sul - OCB/MS).

(17)

Os dados coletados foram analisados mediante comparação entre as respostas dos questionários da diretoria e dos cooperados. A análise foi re-alizada em blocos, que envolveram o perfil dos cooperados, dos gestores e da cooperativa; as técnicas adotadas e os profissionais contratados para dar suporte aos associados; a gestão das informações, a participação nas assembleias e a compreensão dos relatórios; e a promoção de cursos de capacitação e a participação dos cooperados, a liberdade de expressão, a confiança e a satisfação dos cooperados em relação aos gestores.

Posteriormente, a fim de responder à problemática da pesquisa, analisou-se a presença da interdisciplinaridade nas relações entre os co-operados e gestores, apresentadas nos resultados. Para tanto, foram arti-culados os seguintes autores que abordam sobre cooperativismo:

Bia-loskorski Neto21, Crúzio22, Gianezini et al.23 e Oliveira24, com os autores

que abordam sobre a interdisciplinaridade: Fazenda25, Wilson26,

Mo-rin27, Pombo28, Raynaut29 e Poloni30.

3 O COOPERATIVISMO E A ATIVIDADE LEITEIRA NO CONTEXTO DA AGRICULTURA FAMILIAR

O setor da pecuária leiteira é um dos mais importantes do agrone-gócio brasileiro, praticado em todo o território nacional. Os produtores utilizam desde técnicas mais rudimentares até tecnologias comparáveis

às mais competitivas do mundo, conforme as propriedades.31

21 Op. cit.

22 CRÚZIO, H. O. Cooperativas em rede e autogestão do conhecimento: o trabalho flexível em torno de processos, sob habilidades e equipes. Rio de Janeiro:Editora FGV, 2006. 176 p.

23 GIANEZINI, M. et al. O cooperativismo e seu papel no processo de desenvolvimento local: a experiência das coopera-tivas agrícolas no médio norte de Mato Grosso. In: CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL– SOBER.47., 2009, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre, 2009. 24 OLIVEIRA, D. P. R. Manual de gestão das cooperativas: uma abordagem prática. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009. 25 FAZENDA, I. C. A. Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa.Campinas, SP: Papirus, 1994. 143 p. 26 WILSON, E. O. Consiliência: a unidade do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

27 MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez Editora, 2. ed., 2000. 118 p. 28 POMBO, O. Interdisciplinaridade e integração dos saberes. Liinc em Revista, v.1, n.1, p. 3-15, mar. 2005. Disponível em:

<http://www.ibict.br/liinc>. Acesso em: 24 mai. 2012. 29 Op. cit.

30 POLONI, D. A. R. Integração e interdisciplinaridade: uma ação pedagógica.Textos. São Paulo: Instituto Federal de Edu-cação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.cefetsp.br/edu/eso/delacirinter.html>. Acesso em: 31 mai. 2012.

31 ALVIM, R. S.; MARTINS, M. C. Desafios nacionais na cadeia produtiva do leite. In: ZOCCAL, R. et al. Leite: uma cadeia produtiva em transformação. Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2004. 268 p.

(18)

Em 2009, conforme MILKPOINT32 o Brasil ocupava o quinto lugar

entre os maiores países produtores de leite, com 29.112.000 toneladas produzidas. A produtividade por vaca ficava em 1,67 litros, enquanto que nos Estados Unidos e no Japão era de 9,3 e na Argentina de 4,9 litros.

Para Novo e Camargo33, “(...) a atividade leiteira pode ser uma fonte

de renda interessante, principalmente em áreas reduzidas, com caráter familiar”. Os autores destacam que a lucratividade do setor está condi-cionada à aplicação de conceitos de produção intensiva e tecnificada, que necessitam de investimentos específicos, como instalações e maqui-nário. O treinamento com transferência de técnicas aos produtores é fundamental para a eficiência produtiva e deve envolver práticas agríco-las, ambientais e gerenciais.

A qualidade valoriza e torna o produto competitivo no mercado.

Para Murdoch, Marsden e Banks34 muitos valores industriais e

comer-ciais fazem parte e são fundamentais para definir e manter a qualidade dos produtos alimentares.

O surgimento das cooperativas melhora as condições dos produtos ante o poder de mercado, principalmente dos produtores de escala redu-zida. O associativismo representa uma maneira de sobrevivência do

am-biente concorrencial.35 Neste contexto, Bialoskorski Neto36salienta que a

missão fundamental da cooperativa “(...) é servir como intermediária en-tre o mercado e as economias dos cooperados para promover o seu incre-mento, podendo promover a integração do produtor à cadeia produtiva”.

O cooperativismo é uma forma de alavancar a agricultura familiar e permite a conquista de novos mercados. A agricultura familiar se articula sob diferentes formas e intensidades entre seus elementos, família, terra e trabalho, adaptando-se a diferentes contextos sociais, econômicos e

polí-32 MILKPOINT. Estatísticas Lácteas.Produção Mundial.Disponível em: <http://www.milkpoint.com.br/mercado/esta-tisticas/estatisticas-lacteas-71231n.aspx>. Acesso em: 30 jul. 2011.

33 NOVO, A. L. M.; CAMARGO, A. C. Alternativas inovadoras para otimizar a transferência de tecnologia para a agri-cultura familiar. In: ZOCCAL, R. et al. Leite: uma cadeia produtiva em transformação.Juiz de Fora: Embrapa Gado de Leite, 2004. p 261.

34 MURDOCH, J.; MARSDEN, T.; BANKS, J. Quality, nature, and embeddedness: some theoretical considerations in the context of the food sector. Economic Geography, v. 76, n. 2 (Apr.,2000), pp. 107-125. Published by: Clark University. Disponível em: <http://www.jstor.org/stable/144549>. Acesso em: 22 fev. 2012.

35 MARASCHIN, op. cit. 36 Op. cit., p. 236-237.

(19)

ticos.37 Neste sentido, Friedmann38 e Fuller39 abordam as relações de

pa-rentesco dos recursos humanos envolvidos na agricultura familiar.

Guanziroli e Cardim40 destacam que a pecuária de leite é uma das

principais atividades desenvolvidas entre os agricultores familiares, pre-sente em 36% dos estabelecimentos. Conforme Wilkinson41, a renda

gera-da na produção de leite funciona como uma âncora do orçamento, man-tendo a viabilidade da produção para parte dos agricultores familiares.

A organização de pequenos produtores de leite em cooperativas é uma forma de fortalecimento e sustentação da cadeia láctea, que aumenta o poder de barganha de preço e proporciona maior competitividade na comercialização do leite e seus derivados. Entre os papéis das

cooperati-vas, Cook e Chaddad42 apontam a melhoria do retorno do agricultor, a

di-minuição dos custos de transação e a redução dos riscos de renda.

De acordo com Bialoskorski Neto43, em determinadas situações de

imperfeição do mercado, a cooperação pode ser uma forma eficiente de coordenação que pode estar propiciando bem-estar dos seus diversos agentes ou grupos em determinada situação do mercado.

O cooperativismo fortalece os produtores ante o mercado, trazendo vantagens competitivas. A competitividade do mercado propiciou a existência das cooperativas agropecuárias. Estas estruturas econômicas intermediárias garantem ao produtor menores riscos na sua atividade e

maior valor agregado para seus produtos.44

Nas cooperativas como nas demais organizações, os conhecimentos individuais e coletivos são ativos que podem ser utilizados pela

organiza-37 CAUME, D. J. Agricultura Familiar e Agronegócio: falsas antinomias. Redes. Santa Cruz do Sul, v. 14, n. 1, p. 26 - 44, jan./abr. 2009. Disponível em: <http://online.unisc.br/seer/index.php/redes/article/viewFile/846/722>. Acesso em: 24 jun. 2011.

38 FRIEDMANN, H. World market, state and family farm: social bases of household production in the era of wage labour. Comparative studies in Society and History, Cambridge, v. 20, n. 4, p. 545-586, 1978.

39 FULLER, A. M. From Part Time Farming to Pluriativity: a decade of change in rural Europe. Journal of Rural Studies, London, v. 6, n. 4, p.361-373, 1990.

40 GUANZIROLI, C. E.; CARDIM, S. E. C. S.(Orgs.). Novo relato da agricultura familiar: o Brasil redescoberto. Projeto de Cooperação Técnica INCRA/ FAO.

41 WILKINSON, J. Cadeias produtivas para a agricultura familiar. Organizações Rurais e Agroindústrias. Revista de Administração da UFLA, v. 1, n. 1, p. 34-41, 1999. Disponível em: <http://revista.dae.ufla.br/index.php/ora/article/ viewFile/299/296>.Acesso em: 20 ago. 2011.

42 COOK, M. L.; CHADDAD, F. R. Redesigning cooperative boundaries: The emergence of new models.American Journal of Agricultural Economics, v. 86, n. 5, p. 1.249-1.253, 2004.

43 Op. cit.

(20)

ção, a fim de atender a seus objetivos ou para realização das atividades. A autogestão do conhecimento por meio da educação, treinamento e

infor-mação, são muito importantes para as cooperativas.45 Neste sentido, a

in-terdisciplinaridade é de fundamental importância, na medida em que permite o acesso e a troca de informações de gestão e técnicas, globalizan-do conhecimentos para fortalecimento da organização.

4 A INTERDISCIPLINARIDADE NA GESTÃO DO COOPERATIVISMO

De acordo com Fazenda46, “O movimento da interdisciplinaridade

surge na Europa, principalmente na França e Itália, em meados da déca-da de 1960, (...) época em que surgem os movimentos estudéca-dantis, reivin-dicando um novo projeto de educação, de escola e de vida”. Conforme a autora, no Brasil, o ápice do movimento foi no início dos anos de 1990.

Na adoção de um enfoque interdisciplinar, o desafio fundamental consiste em tentar restituir, mesmo que de maneira parcial, o caráter de totalidade, de complexidade e de hibridação do mundo real, em que todos atuam.47 Nessa abordagem, destaca-se a cooperação que é, conforme

Giane-zini et al.48, um atributo das relações sociais que envolvem uma relação de

colaboração, auxílio, trabalho mútuo e de trocas recíprocas entre homens.

Na resolução dos problemas de gestão das cooperativas está inserida a participação dos cooperados, sendo o diálogo a principal ferramenta. Para Fazenda49, o conhecimento do homem cresce conforme ele procura

conhe-cer o outro, identificando-se nesse encontro por meio da linguagem fazen-do-se entender e descobrindo o outro para entendê-lo. E, assim, por meio do diálogo, torna-se possível que o pensamento de ambos forme um único todo. Essa abordagem é sustentada por Japiassú50 na qual, a interação e o

diálogo são as únicas condições que possibilitam a interdisciplinaridade.

45 CRÚZIO, op. cit. 46 Op. cit., p. 18. 47 RAYNAUT, op. cit. 48 Op. cit. 49 Op. cit.

50 JAPIASSÚ, 1976 apud POLONI, D. A. R. Integração e interdisciplinaridade: uma ação pedagógica.Textos. São Paulo: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, 2012. Disponível em: <http://www.cefetsp.br/edu/ eso/delacirinter.html>. Acesso em: 31 mai. 2012.

(21)

O homem redefine seu universo por meio da palavra e da sua expe-riência, permitindo sua interferência no mundo e deixando o mundo interferir nele. “(...) a palavra é a arma que o homem possui para domi-nar o mundo e fazer-se senhor dele. A palavra capta, conhece, interfere

e transcende a consciência do homem em sua busca do mundo”.51

É necessário compreender o dilema existente entre a ética da personalidade e a ética do caráter nos relacionamentos tanto individuais quanto coletivos, por meio do diálogo, discussão, interação e comunicação

de forma livre e transparente.52 Neste sentido, Calegare e Silva

Júnior-53destacam que a construção coletiva de conhecimentos por meio do

diá-logo entre os indivíduos envolvidos contempla aspectos valiosos da inte-ração entre pessoas, ambientes e situações.

O respeito ético ao outro, a forma de pensar os valores na coletivi-dade permite que os impasses sejam resolvidos com diálogo, buscando entender e se fazer entender, promovendo o crescimento da sociabilida-de entre os cooperados. Na vida em cooperativa, os direitos sociabilida-devem ser iguais, o que demanda um grande esforço para trabalhar as diferenças. Fatores como a racionalidade administrativa das formas de trabalho, a produção em série, assim como os meios de comunicação, a publicidade e o consumo interferem na sociabilidade, não sendo possível separar a

vida social das influências globais.54

Compreender é aprender e reaprender incessantemente, fator fun-damental para as reformas das mentalidades. Na abordagem de

Wil-son55, estamos aprendendo o princípio fundamental de que a ética é tudo.

A existência social humana, ao contrário da socialidade dos animais, ba-seia-se na propensão genética a formar contratos de longo prazo que

evo-luem, pela cultura, em preceitos morais e lei.56

51 FAZENDA, op. cit., p. 54. 52 CRÚZIO, op. cit.

53 CALEGARI, M. G. A.; SILVA JÚNIOR, N. Ver. Interd.nter e/ou transdisciplinaridade como condição ao estudo das questões socioambientais. INTERthesis, Florianópolis, v. 9, n. 2, p. 216-245, jul./dez. 2012. Disponível em: <http://www. periodicos.ufsc.br/index.php/interthesis/index>. Acesso em 12 fev. 2013.

54 OLIVEIRA, P. S. Cultura solidária em cooperativas: projetos coletivos de mudança de vida.São Paulo: Ed. USP, 2006. 155 p. 55 Op. cit.

(22)

Para Crúzio57, “Aprender a aprender significa revitalizar e socializar”.

O autor salienta que a cultura organizacional das cooperativas (seus valo-res, atitudes, tradições, relações sociais, políticas e econômicas) deve res-gatar valores como a liberdade (participação nas decisões), a equidade (justiça e imparcialidade nas negociações) e a fraternidade (respeito aos outros nas negociações internas e externas à cooperativa). Neste enfoque,

Morin58 enfatiza que a cultura acumula em si o que é conservado,

transmi-tido, aprendido, e comporta normas e princípios de aquisição.

Em relação à administração das cooperativas, Oliveira59 observa que

as metodologias, técnicas e processos necessitam estar interligados e que a base está nos indivíduos. Esses são o principal foco de conhecimento, in-formação, decisão, ação e avaliação das atividades da cooperativa. O autor observa que uma das maiores evoluções das cooperativas é o desenvolvi-mento de metodologias e técnicas administrativas que comprometam os executivos e profissionais com os resultados, sem esquecer os cooperados, os quais têm elevada responsabilidade pelos resultados da cooperativa.

Oliveira60 apresenta um modelo de gestão cooperativista que tem como

aspectos básicos a educação (interação entre cooperados e cooperativa), a cultura (trabalho em conjunto), a democracia (igualdade de direitos e de-veres) e o empreendimento (vontade de competir e cooperar).

Questões estratégicas e organizacionais podem gerar questões dire-tivas importantes para as cooperadire-tivas, como: o aumento da capacitação profissional dos executivos, profissionais e cooperados; constante busca de níveis de motivação, participação e comprometimento com os resul-tados; separação dos papéis dos gestores e cooperados e capacidade de

trabalhar com as diversidades.61

Dentro das questões organizacionais da cooperativa, o desenvolvimento de trabalhos em equipes multidisciplinares é uma questão estratégica

apon-tada por Oliveira.62 Para o autor, esta é a principal consequência quando o

fo-57 Op. cit., p. 119. 58 Op. cit.

59 OLIVEIRA, D. P. R., 2009, op. cit. 60 2009, op. cit.

61 Ibid. 62 2009, op. cit.

(23)

co está nos indivíduos, pois ocorre um maior comprometimento dos partici-pantes com aperfeiçoamento contínuo, proporcionando troca de conheci-mentos e compartilhamento da importância da equipe para todo o grupo.

O cooperativismo é uma organização com capacidade de mudar comportamentos, condicionando novos hábitos, ações, posturas e

re-gras.63 Assim, a participação dos cooperados nas decisões é um fator

mui-to importante nas cooperativas agropecuárias. Bialoskorski Nemui-to64 afirma

que um menor número de membros e uma área geográfica menor servem de incentivo para os associados participarem, já que os custos de desloca-mento são menores e o voto representa maior poder de decisão.

Os objetivos das organizações cooperativas envolvem resultados econômicos que são distribuídos aos associados com melhores preços e em prestação de serviços. O associado cooperativado deve ser trabalha-do por meio da educação cooperativa, seguntrabalha-do a qual ele é formatrabalha-do pa-ra a coopepa-ração sem oportunismos individualistas. A participação ativa dos cooperantes nas decisões transforma a assembleia geral em um

fó-rum de planejamento de médio e longo prazos.65

O processo de educação ocorre continuamente com os associados, den-tro da cooperativa e fora dela, com suas famílias e membros da comunidade.

Para Crúzio66, a aprendizagem individual e coletiva pode ser a única

vanta-gem competitiva sustentável atualmente nas organizações. O autor observa a necessidade da visão holística na organização, focalizando as pessoas com suas experiências, capacidades e habilidades, sem a subordinação funcional.

O cooperativismo orienta-se para a experiência coletiva na resolução dos problemas organizacionais, aliando conhecimentos técnicos, científi-cos e adquiridos com a prática diária. Poloni67 aborda a

interdisciplinari-dade como uma relação de reciprociinterdisciplinari-dade, de mutualiinterdisciplinari-dade, uma concep-ção unitária de ser humano. A autora destaca que a interdisciplinaridade insere-se numa atitude de abertura, sem preconceitos, na qual todo o

co-63 GIANEZINI et al., op. cit. 64 Op. cit.

65 BIALOSKORSKI NETO, op. cit. 66 Op. cit.

(24)

nhecimento tem o mesmo nível de importância e o saber universal anula o conhecimento individual; é também, uma atitude de coerência, pois a opinião particular fundamenta-se na opinião crítica do outro.

Fazer interdisciplinaridade envolve atitude, curiosidade, abertura de espírito, gosto pela colaboração, pelo trabalho em comum. Ela só ocorre se houver compartilhamento de domínios de saberes em que ninguém é proprietário exclusivo.68 A autora salienta que “para arriscar fazer inter-disciplinaridade é necessário perceber que a nossa liberdade só começa quando começa a liberdade do outro. Ou seja, temos que dar as mãos e

ca-minhar juntos”.69 Neste sentido, percebe-se que o conhecimento amplo e

globalizado, que rompe fronteiras individuais, fomentado pela interdisci-plinaridade, é essencial para a sustentação das organizações cooperativas.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A Cooperativa pesquisada iniciou suas atividades no ano de 2003 e possui atualmente 21 cooperados, um quantitativo que se manteve desde

seu início. Conforme Bialoskorski Neto70, esse fato representa maior poder

de decisão. A diretoria é composta de doze membros, sendo eles: presidente, vice-presidente, tesoureiro, secretário e três membros do conselho fiscal com seus respectivos suplentes. O grau de instrução do presidente e do vice é o ensino médio completo, e dos demais, ensino fundamental incompleto.

O quadro técnico atual da cooperativa é composto de um contador que realizada os serviços contábeis e um médico veterinário para pres-tar assistência à usina de beneficiamento e aos cooperados, profissionais

contratados para cargos-chave, conforme destaca Crúzio.71 A produção

média mensal beneficiada é de 35.900 litros sendo comercializada a R$ 0,84/litro. No verão a produção chega a 46.000 litros/mês (22% a mais que nos outros períodos).

Quanto ao perfil dos cooperados, 90,40% são proprietários de ter-ras. Essas não ultrapassam 100 hectares, e 47,61% dessas propriedades

68 POMBO, op. cit. 69 Ibid., p. 13. 70 Op. cit. 71 Op. cit.

(25)

estão distantes até 10 km da usina de leite, característica que contribui para a redução dos custos de transporte. Entre os cooperados, a pecuá-ria de leite é a principal atividade, e 76,19% dos proprietários possuem de 10 a 50 animais, o seu grau de instrução é baixo, e apenas 23,80% possuem o ensino médio completo, 71,42% possuem faixa etária entre 40 e 50 anos e a renda ultrapassa R$ 1.500,00/mês para todos eles.

A ordenha mecânica é realizada em 95% das propriedades, e 81% entregam mais de 3.000 litros de leite ao mês. Todos recebem assistência técnica de um médico veterinário da cooperativa e de técnico em agro-pecuária e agrônomo por parte do estado. A sanidade animal é realizada duas vezes ao ano, em todos os animais de todas as propriedades, bem com o exame de sangue para brucelose e tuberculose. Esse aspecto é muito importante para a qualidade do produto (leite) e insere-se na

abordagem de Gianezini et al.72 e Raynaut73.

A cooperativa tem calendário de reuniões mensais (assembleias) para a diretoria e bimestrais para os sócios. Os cooperados são informa-dos sobre elas pessoalmente e também por telefone, por ocasião da en-trega diária do leite. As decisões são informadas aos que compareceram e também aos ausentes na assembleia. O percentual de participação nas reuniões varia de 30% a 50% (11 participantes em média).

É importante destacar haver um empenho por parte da diretoria em tornar a gestão interdisciplinar, por meio da interação e do diálogo

fundamentada por Fazenda74 e Poloni75. No entanto, o índice de

partici-pação é muito baixo para que ocorra, de fato, uma relação interdiscipli-nar satisfatória com o comprometimento dos cooperados nas decisões,

conforme Oliveira76 e Bialoskorski Neto77.

A Figura 1 apresenta o perfil dos cooperados, o nível de participa-ção nas assembleias e o modo como os gestores trabalham a interdisci-plinaridade na gestão das informações e decisões da cooperativa, por

72 Op. cit. 73 Op. cit. 74 Op. cit. 75 Op. cit. 76 2009, op. cit. 77 Op. cit.

(26)

meio da assistência técnica, capacitação e entendimento dos relatórios com as informações contábeis e financeiras da organização.

Os relatórios contábeis ficam à disposição dos cooperados com o contador da empresa. Segundo o presidente, a linguagem é de fácil com-preensão considerando o grau de instrução dos sócios. Existe também um resumo dos relatórios contábeis e financeiros, que ficam expostos na usina de beneficiamento de leite, em mural próprio, incentivando as-sim a informação. Em suas respostas, 95% dos cooperados entendem os relatórios ou forma de transmissão das informações da cooperativa. Es-sa racionalidade administrativa está pautada nos enfoques de

Wilson78,Morin79e Oliveira80.

Entrega de mais de

3.000 litros/mês mecanizadaOrdenha Assistência TécnicaRecebimento de Participaçãode Reuniões Participação deCapacitações Entendimento dos Relatórios e Informações 81% 95% 100% 30% 75% 100%

Figura 1: Perfil dos cooperados, participação nas assembleias e interdisciplinaridade na gestão das informações e decisões da Cooperativa

Fonte: Elaborado pelos autores, conforme dados da pesquisa.

A cooperativa promove capacitação de novas tecnologias eventual-mente, com o apoio do Serviço de Apoio – SEBRAE, OCB-MS e AGRAER, porém devido ao trabalho diário e deficiência de mão de obra, caracterís-tica que marca a agricultura familiar, a participação muitas vezes é insufi-ciente. Para 80,95% dos cooperados, a Asproleite somente, às vezes,

ofere-78 Op. cit. 79 Op. cit. 80 2006, op. cit.

(27)

ce capacitação/treinamento sobre novas tecnologias para a melhoria da pastagem e qualidade do leite e, 71,42% disseram participar dessas capa-citações oferecidas. A necessidade de educação continuada para aquisição

e troca de conhecimentos interdisciplinares são abordadas por Pombo81,

Crúzio82,Bialoskorski Neto83, Oliveira84 e Raynaut85.

Quando questionados se estão satisfeitos com a cooperativa, 43% dos cooperados responderam que sim e, em relação à confiança, 71,42% confiam parcialmente nos dirigentes, que são conhecidos por todos. Quanto à comunicação, as informações são repassadas por telefone ou pessoalmente para todos os cooperados. Todos recebem cronogramas de reunião, porém, apenas 30% sempre participam e 60% alegaram falta de tempo para participar. As decisões são informadas a quem não parti-cipou em 100% das vezes, e todos disseram que têm liberdade para ex-pressar a sua opinião. A interdisciplinaridade na gestão das informações

tem ênfase na abordagem de Crúzio86, que destaca a interação, a

sociali-zação e a transparência das informações. A Figura 2 apresenta o nível de interdisciplinaridade na rotina da Cooperativa em relação aos gestores.

Confiança na

Administração Satisfação coma Cooperativa Recebimento de Convites para Reunião

Participação

de Reuniões Liberdade deExpressão das DecisõesInformação

75% 45% 100% 30% 100% 100%

Figura 2: A interdisciplinaridade na rotina da Cooperativa Fonte: Elaborado pelos autores, conforme dados da pesquisa. 81 Op. cit. 82 Op. cit. 83 Op. cit. 84 2009, op. cit. 85 Op. cit. 86 Op. cit.

(28)

A análise das entrevistas permite constatar que há um bom nível de confiança dos cooperados para com os dirigentes, no entanto, há um baixo nível de satisfação, que pode ser explicado pela desmotivação na participação em assembleias. Neste aspecto, salienta-se a importância de interligar a metodologia, técnicas e processos aos indivíduos,

desta-cada por Oliveira87, que também aborda o respeito ético entre os

indiví-duos. E, ainda, Pombo88, que salienta o “caminhar juntos”, e Poloni89, com

a reciprocidade. Essas características interdisciplinares, aliadas à parti-cipação mais intensa dos cooperados, são fundamentais para melhorar o nível de satisfação e confiança na gestão da cooperativa.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conhecer as relações interdisciplinares presentes em uma coopera-tiva de agricultores familiares é essencial para analisar aspectos de sua gestão e projetar perspectivas futuras. Este estudo possibilitou diagnos-ticar pontos importantes sobre a gestão da cooperativa pesquisada.

Constatou-se que é possível identificar a interdisciplinaridade nas relações entre cooperados e gestores da cooperativa, que se destaca em maior intensidade em algumas situações e, em outras, em menor grau.

A interdisciplinaridade está mais presente nas seguintes situações: na compreensão dos relatórios financeiros e contábeis, em que é um fa-tor muito importante para os cooperados, pois demonstra a preocupa-ção da diretoria em transmitir as informações em linguagem acessível; o fato de os cooperados serem avisados sobre as assembleias via telefo-ne ou pessoalmente, o que torna a relação entre os gestores e os coope-rados, mais próxima, refletindo a importância da opinião e do voto nas decisões; no acesso facilitado às informações e decisões, que são divul-gadas para o conhecimento de todos e informadas aos cooperados que não participaram das assembleias.

A interdisciplinaridade também pode ser observada, em menor grau, na promoção de capacitação técnica, que é uma forma de adquirir

87 2009, op. cit. 88 Op. cit. 89 Op. cit.

(29)

conhecimentos e trocar experiências entre a ciência, a pesquisa e a prá-tica diária dos cooperados. Através de novas técnicas ou do aperfeiçoa-mento, podem melhorar a produtividade tanto individual, quanto gru-pal. A melhoria nesse quesito é muito importante para a gestão e susten-tação econômica da organização.

O ponto crítico identificado está na participação dos cooperados em assembleias, cujo índice se apresentou muito baixo (30 a 50%), re-sultado que dificulta o diálogo e a interação de conhecimentos, que são

essenciais para que se faça a interdisciplinaridade, conforme Fazenda90,

Pombo91, Raynaut92e Poloni93.

É importante destacar que os cooperados são avisados das reuniões etêm liberdade de expressão, porém, a participação é muito baixa. Jun-tamente com a melhora na participação, estima-se que haverá uma me-lhoria no índice de satisfação com a cooperativa, bem como, de confian-ça, que se apresentou moderada.

Ressalta-se que, os dados obtidos na pesquisa poderão contribuir para a melhoria da gestão da cooperativa estudada e de outras organiza-ções sociais, bem como, servirão de base para outros trabalhos sobre a temática.

REFERÊNCIAS

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90 Op. cit. 91 Op. cit. 92 Op. cit. 93 Op. cit.

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TIC: ESTUDO DE CASO SOBRE O GERENCIAMENTO DE PROJETOS

José Sérgio Santos da Silva94 Frederico Júnior Gomes da Silveira95

RESUMO

Este trabalho apresenta um estudo de caso96 da aplicação dos conceitos de

geren-ciamento de projetos que foi motivada pela identificação da necessidade de agregar qualidade aos serviços prestados pela Coordenadoria de Tecnologia da Informação, e para isso, as melhores práticas apresentadas pelo guia PMBOK®97 orientaram a

cons-trução e o gerenciamento do projeto que disciplinou a troca de computadores da Pró--Reitoria de Gestão de Pessoas da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Os resultados alcançados consolidaram a eficiência dos conceitos relacionados à adoção de projetos e a importância de seu gerenciamento para uma maior efetividade no em-prego de recursos e da administração da força de trabalho. Estes foram além do tangí-vel, alcançando a melhoria da autoestima da equipe de trabalho, resultante do reco-nhecimento da qualidade dos serviços prestados, assim comoda transparência e publi-cidade no emprego dos recursos públicos.

Palavras-chave: Organização pública; Projetos; TIC; Eficiência.

94 Bacharel em Administração – FAMAM, chefe do núcleo de gestão de atendimento ao usuário da Coordenadoria de Tecnologia da Informação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia. Aluno especial do Mestrado Profissional em Gestão de Políticas Públicas e Segurança Social da UFRB.

95 Bacharel em Ciência da Computação – UESC, especialista em redes de computadores. Analista de tecnologia da infor-mação da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia.

96 Estudo de caso, segundo Fernandes e Gomes, “constitui-se em um modelo amplamente utilizado para a execução da pesquisa exploratória [..] Trata-se de um estudo em profundidade de uma unidade de interesse, que pode ser único ou múltiplo e a unidade de análise pode ser uma pessoa, produto, empresa, um órgão público [...]”. FERNANDES, Luciane A.; GOMES, José M. M. Relatórios de pesquisa nas ciências sociais: características e modalidades de investigação. ConTexto, Porto Alegre, v. 3, n. 4, 1º sem. 2003.

97 Guia PMBOK é uma norma reconhecida para a profissão de gerenciamento de projetos. Faz referência ao PMI – Pro-ject Management Institute, que considera o PMBOK uma referência básica de gerenciamento de projetos para seus programas de desenvolvimento profissional e certificações.

Referências

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