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III AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS HOSPITALARES NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

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Academic year: 2021

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III-106 - AVALIAÇÃO DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS

HOSPITALARES NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE

Márcia Maria Nascimento de Almeida(1)

Engenheira Sanitarista pela Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia. Atua na Equipe de Resíduos Especiais/Divisão de Destino Final/Departamento Municipal de Limpeza Urbana, no Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde.

Adriane Alves Silva

Engenheira Química pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Coordenadora da Equipe de Resíduos Especiais/ Divisão de Destino Final/Departamento Municipal de Limpeza Urbana.

José Alvenir Pinto

Biólogo pela Universidade Luterana do Brasil. Desenvolveu estágio junto ao Setor de Resíduos de Saúde -ERE/DMLU

Endereço(1): Rua Lobo da Costa, 239/302 - Cidade Baixa - Porto Alegre - RS - CEP: 90050-110 - Brasil - Tel: (51)

99549823 - e-mail: marciaal@dmlu.prefpoa.com.br RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a avaliação realizada durante o período de 1998 a 1999 do sistema de gerenciamento interno dos resíduos sólidos em instituições hospitalares no município de Porto Alegre. Tal avaliação, é embasada em diretrizes estabelecidas pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana em parceria com estas instituições, a fim de padronizar e unificar procedimentos no município quanto ao manejo, coleta e destino dos resíduos de serviços de saúde, priorizando a redução, a reciclagem e o reaproveitamento, contribuindo para melhoria da qualidade ambiental e proteção à saúde pública.

Os resultados obtidos mostram que as instituições hospitalares, vem se adequando as diretrizes do Programa, utilizando ferramentas que vem a contribuir para otimização do manejo dos resíduos gerados, destinando-os de forma segura e adequada, elevando também, a qualidade e a eficiência dos serviços prestados.

Atualmente 26 instituições hospitalares integram o Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos nos Estabelecimentos de Saúde, todos possuem Comissão para Gerenciamento de Resíduos ou um representante; 17 instituições realizam a segregação dos resíduos potencialmente recicláveis; 24 realizam a segregação dos resíduos orgânicos e todos os estabelecimentos possuem Coleta Especial de resíduos do Grupo A - Risco Biológico.

PALAVRAS-CHAVE: Gerência - Resíduos Sólidos, Resíduos de Saúde, Serviços de Saúde.

INTRODUÇÃO

O manejo adequado dos resíduos sólidos constitui um elemento importante nas ações em saúde pública, e um item relevante em termos de saneamento ambiental. Contudo, tal percepção é recente na cultura brasileira, os conceitos e normas técnicas pertinentes ao adequado gerenciamento dos resíduos sólidos permeiam timidamente nas instituições prestadoras de serviços de saúde em todo o país. Na cidade de Porto Alegre, o Departamento Municipal de Limpeza Urbana, DMLU, vem contribuindo para uma assimilação mais rápida destes conceitos através do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Estabelecimentos de Saúde. A preocupação com o manejo adequado dos resíduos sólidos, gerados nos estabelecimentos de saúde, teve seu marco com a implantação da Coleta Seletiva no município de Porto Alegre, em julho de 1990, paralelamente a adoção do Sistema de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos como política de Gestão de resíduos. O sistema, estendeu-se aos grandes prestadores de serviços de saúde - hospitais - que iniciaram a segregação na origem dos resíduos passíveis de reciclagem, dos resíduos orgânicos e dos resíduos potencialmente

FOTOGRAFIA NÃO DISPONÍVEL

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O gerenciamento correto dos resíduos sólidos significa não só controlar e reduzir os riscos, mas também alcançar a minimização destes desde o ponto de origem, observando-se as normas referentes ao acondicionamento, recolhimento intra unidade e extra unidade, destinando-os de forma segura e ambientalmente adequada, elevando também a qualidade e a eficiência dos serviços. Neste sentido é reforçado em todos os estabelecimentos de saúde, a importância da segregação na origem e o acondicionamento adequado, de acordo com o tipo de resíduo, priorizando a padronização utilizando um sistema que promova o manejo adequado dos resíduos, levado em consideração as normas e legislações vigentes, procurando estabelecer metas que vão ao encontro da preservação à saúde pública e ao meio ambiente.

O trabalho desenvolvido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, junto aos hospitais nos últimos 08 anos, vêm avançando gradativamente a medida que os estabelecimentos de saúde atendem as legislações vigentes e implantam os Planos de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos. Atualmente, 26 instituições hospitalares integram o Programa, representando 90% dos hospitais da Cidade, sendo que todos possuem Comissão de Resíduos ou um representante da instituição, 65% realizam a segregação dos resíduos potencialmente recicláveis, 92% realizam a segregação dos resíduos orgânicos e todos os estabelecimentos possuem Coleta Especial de resíduos do grupo A - Risco Biológicos, sendo este um serviço de coleta diferenciada prestado pelo DMLU mediante contrato.

MATERIAIS E MÉTODOS

Foram realizadas vistorias sistemáticas nos complexos hospitalares, excetuando-se as áreas fechadas - blocos cirúrgicos e obstétricos - e áreas de isolamento, nos dois últimos anos, acompanhadas dos integrantes das Comissões de Gerenciamento de Resíduos, avaliando-se os seguintes itens: segregação, acondicionamento, transporte e armazenamento interno e externo. Adotamos como referência a Resolução nº05/93 do CONAMA, as Normas Técnicas da ABNT, legislações vigentes no país e o documento denominado “Orientações Para O Gerenciamento de Resíduos Sólidos em Estabelecimentos de Saúde”, bem como as diretrizes do Programa.

Efetuou-se anotações, em planilhas, de todos os dados referentes a geração e manejo dos resíduos sólidos, nas unidades visitadas, usando-se como ferramenta de trabalho uma relação de itens avaliativos abaixo relacionados, observando-se o comportamento dos funcionários através do descarte dos resíduos biológicos, perfuro -cortantes, recicláveis, orgânicos e comuns.

Apresentaremos abaixo a descrição dos itens considerados na avaliação do Gerenciamento dos Resíduos Sólidos em Instituições Hospitalares:

SEGREGAÇÃO

Resíduos Perfuro Cortante

N - não possui

B- bom: somente seringas com agulhas, lâminas, escalpes, lâminas de barbear, ampolas quebradas.

R- regular: perfuro e cortantes misturados com luvas, algodão, papel, coágulos sanguíneos, etc. sobrecarregando desnecessariamente o coletor.

I - irregular:

Resíduos Biológicos/Infectantes

N- não possui

B- bom: somente resíduos contaminados, curativos, luvas, algodão, secreções, gazes, bolsas de sangue, equipos, abocate, gesso, etc.

R- regular: resíduos contaminados misturados com resíduos comuns.

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Resíduos Recicláveis

N- não possui

B- bom: separação de vidros, embalagens de soro, embalagens geradas no SND, papel, papelão, jornais, revistas, etc.

R - regular: alguns materiais são reciclados, embalagens de soro, vidros grandes vidros ampolas, papelão, etc. I - irregular: resíduos contaminados misturados com resíduos recicláveis.

Resíduos Orgânicos

N- não possui - não tem refeitório ou a quantidade gerada não justifica o seu recolhimento pelo DMLU. B- bom: somente resíduos orgânicos gerados no preparo das refeições, sobras de comidas, e restos das bandejas dos funcionários.

R- regular: alguns resíduos orgânicos mas que não são reaproveitados como ração, por exemplo, bagaço de laranja, borra de café, etc.

I - irregular: resíduos recicláveis misturados com os resíduos orgânicos ou resíduos comuns, guardanapos, misturados com resíduos orgânicos.

Resíduos Comuns

N- não possui

B- bom: somente resíduos que não são reaproveitáveis e recicláveis. R- regular: misturados com resíduos contaminados

I- irregular: misturados com resíduos recicláveis.

ACONDICIONAMENTO: Resíduos Perfuro - Cortantes

N- não possui

B- bom: quando estão acondicionados em recipientes rígidos com alça, tampa identificados por escrito ou por simbologia, respeitando a capacidade de segurança do recipiente - 2|3 do seu volume- sendo caixas padronizadas ou não.

R- regular: quando os resíduos estão acondicionados em recipiente rígido, sem alça e demais especificações, não oferecendo segurança no seu manejo.

I - irregular: quando estiverem acondicionados em recipientes pouco rígidos (caixas de papelão comum) ou sacos plásticos.

Resíduos Biológicos \ Infectantes

N- não possui

B- bom: resíduos acondicionados em sacos plásticos branco leitoso espessura 10 micra, respeitando a capacidade de segurança - 2\3 do seu volume.

R- regular: resíduos acondicionados em sacos plásticos brancos com espessura diferente da normatizada pela ABNT- 10 micra.

! Resíduos gerados nos Laboratórios de Análises Clínicas acondicionados sem tratamento prévio em sacos plásticos, ou outra embalagem que não apresenta segurança para o manejo dos mesmos.

! Resíduos acondicionados em sacos pretos com identificação de risco biológico.

I- irregular: resíduos acondicionados em sacos pretos sem identificação, muito cheios e mau fechados, trazendo risco para o funcionário que realiza a coleta.

Resíduos Recicláveis

N- não possui.

B- bom: resíduos acondicionados em sacos na cor verde ou transparente.

R- regular: resíduos acondicionados em sacos de outra cor ,conforme orientação anterior ou estoque. I- irregular: resíduos recicláveis acondicionado em sacos branco leitoso.

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Resíduos Orgânicos

N- não possui.

B- bom: acondicionados em bombonas, conforme orientação do DMLU - Projeto de Reaproveitamento dos Resíduos Orgânicos - Via Suinocultura.

R- regular: resíduos acondicionados em sacos.

I - irregular: quando não se enquadrar em nenhuma alternativa.

Resíduos Comuns

N- não possui.

B- bom: resíduos acondicionados em sacos pretos, conforme orientação do DMLU.

R- regular: resíduos acondicionados em sacos brancos, considerando-se o Destino Final - Aterro Sanitário. I - irregular: quando não se enquadra em nenhuma alternativa.

ARMAZENAMENTO INTERNO Todos os Resíduos

N - não possui.

B - bom: local devidamente identificado, com acesso exclusivo dos funcionários da limpeza.

R- regular: local utilizado também para guardar outros materiais ,quer seja de limpeza quer seja instrumentos utilizados nos procedimentos em cada Unidade, em virtude de disponibilidade de espaço.

I- irregular: local sem identificação, iluminação ventilação adequada, sendo utilizada para outros fins.

TRANSPORTE Todos os Resíduos

N - não possui.

B- bom: os resíduos são transportados em carros de fibra ou inox com tampa, uso exclusivo para o recolhimento dos resíduos gerados nas Unidades, observando-se a utilização de EPIs por parte dos funcionários que realizam a coleta.

R - regular: condição dos carros que realizam o transporte são precários, ou os resíduos são levados manualmente pelos funcionários, até a área de armazenamento externo.

ARMAZENAMENTO EXTERNO Todos os Resíduos

N - não possui.

B - bom: locais individualizados para o armazenamento dos resíduos perfuro - cortantes, contaminados e comuns; resíduos recicláveis; resíduos orgânicos; devidamente identificado, coberto, iluminado, telado, com acesso fácil para as operações das coletas internas e externas, restrito aos funcionários das coletas.

R- regular: local comum para o armazenamento dos resíduos contaminados, recicláveis, orgânicos e comuns, sem cobertura, acesso difícil para as operações das coletas internas e externas.

I - irregular: local comum para o armazenamento de todos os resíduos, sem nenhuma proteção, permitindo o acesso a pessoas estranhas as atividades do Estabelecimento.

Área pública - passeio ou estacionamento - existência do Container recebendo todos os resíduos no Estabelecimento.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

A partir das vistorias realizadas sistematicamente nas instituições hospitalares, constituímos um banco de dados que é atualizado pelos técnicos, e semestralmente são discutidos os resultados da avaliações em fórum específico, organizado pelo DMLU, com os representantes das Comissões de Gerenciamento de Resíduos dos hospitais e técnicos diretamente ligados a área, bem como os coordenadores dos projetos que apresentam

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Com base nos dados coletados em cada estabelecimento, pode-se traçar o perfil das Instituições nos últimos 02 anos quanto ao gerenciamento dos resíduos sólidos, que serão apresentados no (Quadro 01). Importante ressaltar que a avaliação realizada no ano de 1998, não contemplou 03 Instituições, sendo estas vistoriadas no ano de 1999, assim 23 hospitais foram avaliados em 1998 e 26 avaliados em 1999.

Quadro 01- Situação das instituições hospitalares no município de Porto Alegre - quanto ao Gerenciamento Interno dos Resíduos Sólidos em 1998 e 1999.

Instituição Segregação Acondiciona mento Armazenamento Interno Transporte Interno ArmazenamentoExterno Ano 1998 1999 1998 1999 1998 1999 1998 1999 1998 1999 H1 B B B B N N N N B B H2 R B I B R B B B R R H3 R B I B R R B B R R H4 R B R R R B B B R B H5 R I R B R R R B R B H6 B B B B B B B B B B H7 B B B B B B B B R R H8 B B B B B B B R R R H9 R R B B N N R R R R H10 R B I B R R R B R B H11 I R I R R R R R B B H12 B B B B B B R R R R H13 B B B B B B B B B B H14 B B B B R R B B B B H15 R R R R R R R R I I H16 I R I B R R R B R B H17 B R B B R R R R B B H18 R R R R N N N N R R H19 NFV R NFV R NFV N NFV R NFV R H20 R I R R B R B R R I H21 NFV B NFV R NFV N NFV R NFV N H22 R R R B B B B B I R H23 R R R R R R R R I I H24 NFV R NFV R NFV N NFV N NFV R H25 R R R B B B B B R R H26 B B B B B B B B R R

NFV- não foi visitado

Verificamos com relação a segregação dos resíduos que 39% dos estabelecimentos, em 1998, realizavam de forma satisfatória, enquanto que 52% segregavam regularmente. Já em 1999, constatou-se que 50% já desenvolviam este procedimento de maneira adequada, e 42% continuavam tendo alguma dificuldade para segregar convenientemente os resíduos gerados nas unidades (Figura 1).Neste sentido pode-se apontar alguns pontos que estão associados ao desempenho desta principal ação num Sistema de Gerenciamento, quais sejam:

• entendimento do corpo funcional não é claro quanto ao tipo de resíduo que deve ser descartado nos diversos sacos, apesar de possuírem cores diferenciadas e estarem devidamente identificados.

• conceito de gerenciamento não é compreendido pelos funcionários, embora sintam-se

• responsáveis pelo processo implementado nas Instituições e associam o gerenciamento à preservação ambiental, reaproveitamento e ausência de acidentes como reflexo do gerenciamento inadequado. Observa-se quanto a segregação dos resíduos perfuro- cortantes que estes já atingem 63%, enquanto que os

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No que diz respeito a segregação dos resíduos recicláveis, verifica-se que gradativamente, as instituições vêm separando adequadamente todos os materiais nas unidades, cerca de 32% e 42% separam regularmente, ou apenas alguns materiais que geram volumes significativos e que agregam valor econômico ao material, revertendo em fundo para os estabelecimentos, ou para as Unidades de Reciclagem do Município.

Outro aspecto importante é a segregação dos resíduos orgânicos, produzidos nas cozinhas e refeitórios que são reaproveitados, cerca de 84% das instituições segregam de forma satisfatória.

Figura 1- Segregação dos resíduos sólidos hospitalares em 1998 e 1999.

Com relação ao item acondicionamento, a medida que o processo avança verifica-se que 85% das instituições adotam sacos brancos leitosos, verdes e/ou transparentes e pretos para acondicionarem os resíduos biológicos, recicláveis e comuns respectivamente. Contudo a situação encontrada em 1998 indicava que 39% das instituições acondicionavam adequadamente os diversos resíduos e cerca de 48% o faziam de forma regular. Este cenário em 1999 apresentou significativa melhora, já que 65% acondicionavam corretamente seus resíduos e 35% acondicionavam de forma regular (Figura 2).

Figura 2- Acondicionamento dos resíduos sólidos em 1998 e 1999.

Quanto ao item armazenamento interno, observamos que em 1998, 39% das instituições possuíam instalações adequadas e identificadas e que 48% utilizavam estas mesmas instalações para guardar equipamentos utilizados nos vários procedimentos de cada unidade, em virtude de disponibilidade de espaço. A situação em 1999 mantém-se praticamente inalterada, considerando-se que foram visitados todos os hospitais integrantes do programa desenvolvido pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana. Importante dizer que nestes locais os resíduos gerados nas unidades permanecem por períodos curtos, considerando-se que as coletas ocorrem diariamente de 03 a 04 vezes ao dia ou quando há necessidade por parte das unidades visitadas, como é o caso dos centros Cirúrgicos e Obstétricos e Unidades de Tratamento Intensivo. Curiosamente 13% dos estabelecimentos visitados em 1998 e 23% em 1999 das instituições

5 0% 4 2%

8 % 0 %

B om R egular Irregular N ão P ossui

39%

52%

9%

B om R egular Irregular N ão P ossui

ANO 1998

ANO 1999

ANO 1999

ANO 1998

61%

26%

13%

Bom Regular Irregular Não Possui

42%

42%

12%

4%

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Figura 3: Armazenamento Interno dos resíduos sólidos em 1998 e 1999.

O item transporte interno foi avaliado considerando-se o tipo de carros utilizados na atividade de recolhimento dos resíduos e constatamos que basicamente estes veículos são de fibra ou inox, fechado, cerca de 48% em 1998 e 50% em 1999. Enquanto que 43% coletavam esses resíduos precariamente em 1998 e em 1999, 38% ainda o faziam. Verificamos ainda que 7% dos hospitais visitados em 1998, retiravam os resíduos das unidades geradoras, manualmente, enquanto que em 1999, 12% continuavam com o mesmo procedimento (Figura 4).

Figura4: Transporte Interno dos resíduos sólidos em 1998 e 1999.

O item armazenamento externo foi aquele que mais expressou o avanço das instituições no processo de gerenciamento interno dos seus resíduos.

Nas visitas realizadas em 1998, constatamos que a maioria dos estabelecimentos não dispunham de áreas adequadas para protegerem os equipamentos destinados ao acondicionamento dos diversos resíduos, contenedores e bombonas. Cerca de 61% armazenavam regularmente enquanto que 26% o faziam adequadamente. Verificamos que 13% das instituições abrigavam de forma irregular os resíduos biológicos e perfuro cortantes. Os contenedores rígidos ficavam expostos ao tempo, podendo comprometer suas embalagens e por vezes encontravam-se mal fechadas, podendo ser facilmente abertas e manipuladas por pessoas estranhas as atividades, já que estas áreas também não possuíam cercamento adequado de modo a restringir a presença à funcionários. A mesma situação foi verificada no que diz respeito aos resíduos recicláveis. Retornamos às instituições em 1999 e verificamos que 42% das instituições já possuíam abrigo para o armazenamento dos resíduos biológicos, recicláveis, orgânicos e comuns em conformidade com as

39%

38%

0%

23%

Bom Regular Irregular Não Possui

ANO 1999

0%

39%

48%

13%

Bom Regular Irregular Não Possui

ANO 1998

38%

0%

50%

12%

B om R egular Irregular N ão Po ssui

ANO 1999

43%

9%

48%

B om R egular Irregular Não P ossui

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Figura5: Armazenamento Externo dos resíduos sólidos em 1998 e 1999.

Avaliando-se o perfil das instituições integrantes do Programa de Gerenciamento Interno de Resíduos Sólidos observa-se que 8% possuem Comissão de Resíduos instituídas a menos de 02 anos e cerca de 73% com menos de 05 anos, sendo que 42% destas, reúnem-se periodicamente, enquanto que 19% já tem seus programas implantados a mais de 05 anos e 80% das Comissões formadas reúnem-se sistematicamente. Observa-se ainda que 54% das instituições não possuem Plano Interno de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, realizando suas rotinas em função das deliberações das Comissões instituídas, enquanto que 46% tem documentado todas as rotinas e procedimentos a serem seguidas por todos os funcionários que trabalham na instituição ou passem a integrar o quadro profissional (Quadro02).

Quadro 02- Perfil das Instituições hospitalares integrantes do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos no município de Porto Alegre.

Institui ção Número de Funcioná rios Número de Leitos Tipo de Atendimento Início do PGIRS Existe Comissã o de Resíduos Número de integran-tes na Comissão Realiza reuni-ões sistemati camente Possui Programa de Qualidade Total Possui Plano Interno de Resíduos Sólidos

H1 116 40 Oftalmologia 1996 Sim 03 Não Sim Não

H2 262 175 Geral 1997 Sim 10 Sim Não Não

H3 100 Geral 1998 Sim 04 Sim Não Sim

H4 3672 725 Médico/Hospit

alar Talar

1990 Sim 02 Não Sim Sim

H5 314 950 Emergência 1996 Sim 06 Não Não Não

H6 356 120 Geral 1996 Sim 05 Não Sim Sim

H7 994 260 Médico/Hospit

lar

1991 Sim 05 Sim Sim Sim

H8 1140 260 Gineco/Obstet

rícia

1997 Sim 09 Sim Não Não

H9 487 594 Psiquiátrico 1997 Sim 03 Sim Não Não

H10 553 148 Materno/Infan

til

1998 Sim 06 Sim Sim Não

H11 460 112 Geral 1996 Não 01 Não Não Não

ANO 1999

ANO 1998

61%

26%

13%

Bom Regular Irregular Não Possui

42%

42%

12%

4%

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Institui ção Número de Funcioná rios Número de Leitos Tipo de Atendimento Início do PGIRS Existe Comissã o de Resíduos Número de integran-tes na Comissão Realiza reuni-ões sistemati camente Possui Programa de Qualidade Total Possui Plano Interno de Resíduos Sólidos Institui ção Número de Funcioná rios Número de Leitos Tipo de Atendimento Início do PGIRS Existe Comissão de Resíduos Número de integran-tes na Comissão Realiza reuni-ões sistemati camente Possui Programa de Qualidade Total Possui Plano Interno de Resíduos Sólidos

H13 948 268 Geral 1994 Sim 09 Sim Sim Sim

H14 1050 220 Geral 1990 Sim 09 Sim Sim Sim

H15 3303 843 Médico/Hospit alar

1994 Sim 06 Sim Não Sim

H16 463 280 Geral 1999 Sim 08 Sim Não Sim

H17 132 130 Geral 1997 Sim 05 Sim Não Não

H18 1000 800 Psiquiátrico 1996 Sim 05 Não Não Sim

H19 150 577 Psiquiátrico 1995 Não 02 Não Não Não

H20 1272 133 Politraumatis mo

1995 Sim 14 Não Não Não

H21 84 60 Ambulatorial 1999 Não 01 Não Não Não

H22 2377 600 Geral 1997/

99

Sim 08 Sim Não Sim

H23 200 120 Pneumologia 1998 Sim 08 Não Não Sim

H24 250 240 Geral 1997 Sim 04 Não Não Não

H25 1046 243 Cardiologia 1995/9 7

Sim 03 Não Sim Não

H26 4400 1290 Geral 1996 Sim 06 Sim Sim Sim

CONCLUSÕES

Os resultados permitem observar que embora ainda apresentem dificuldades em implantarem seus Sistemas Internos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, as instituições hospitalares estão buscando melhores condições de trabalho para a otimização no manejo e armazenamento destes resíduos, ocorrendo com isso, a minimização dos riscos de acidentes e contaminação hospitalar, bem como a redução do volume de resíduos contaminados destinados ao aterro sanitário, através da coleta especial do DMLU. Com isso impacta-se cada vez menos o ambiente, trazendo consigo benefícios sociais, e ainda uma economia para os estabelecimentos, haja visto, as coletas de resíduos potencialmente recicláveis e de resíduos orgânicos, não acarretarem ônus para os hospitais. Assim avalia-se o desempenho das Comissões de Resíduos, que são responsáveis diretamente pela eficiência do gerenciamento interno dos resíduos sólidos

A necessidade de uma maior consciência do gerador, no descarte e segregação dos materiais fica evidenciado pela ocorrência de resíduos potencialmente contaminados, acondicionados em sacos verdes e/ou transparentes, já que estes, deveriam acondicionar somente resíduos recicláveis. Isto se traduz em risco à saúde dos trabalhadores que realizam as coletas intra e extra hospitalar, e ao ambiente como um todo. É de extrema importância que se garanta a existência de um Plano Interno de Gerenciamento de Resíduos, cujas rotinas estabelecidas devem necessariamente ser instrumento do treinamento de todos os atores envolvidos nos processos que geram resíduos, a fim de que ocorra uma maior consciência e responsabilidade quanto ao manejo dos mesmos.

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constatou-se que 19% já incluíram a variável gerenciamento e manejo dos resíduos sólidos como item a ser pontuado pelas Auditorias.

Verificamos ainda, a partir das vistorias, a rotatividade existente nos serviços terceirizados de limpeza e o desconhecimento por parte dos funcionários designados à desenvolverem estas atividades, dificultando o aprimoramento dos serviços relativos ao manejo dos resíduos sólidos.

Por último entendemos que estas avaliações devem ocorrer sistematicamente, de modo a verificarmos o cumprimento das legislações.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.-ABNT. NBR 12808 - Resíduos de Serviços de Saúde, Rio de Janeiro, 1993.

2. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.-ABNT. NBR 12809 - Manuseio de resíduos de serviços de saúde, Rio de Janeiro, 1993

3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS.-ABNT. NBR 12810 - Coleta de resíduos de serviços de saúde, Rio de Janeiro, 1993

4. BRASIL - Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução 05. Diário Oficial da União, Brasília, 05 ago.1993. p.166.

5. DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE LIMPEZA URBANA - DMLU. Orientação para o gerenciamento dos resíduos sólidos nos estabelecimentos de saúde, Porto Alegre, 1997.

Referências

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