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PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA UM

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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS CURSO DE INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA

EMANUELLY KELLY GOMES DE OLIVEIRA

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA UM

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL COM VISTAS À COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA

MOSSORÓ

2019

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EMANUELLY KELLY GOMES DE OLIVEIRA

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA UM

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL COM VISTAS À COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.

Orientadora: Solange Aparecida Goularte Dombroski, Profa. Dra.

MOSSORÓ

2019

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©Todos os direitos estão reservados à Universidade Federal Rural do Semi-Árido. O conteúdo desta obra é de inteira responsabilidade do (a) autor (a), sendo o mesmo, passível de sanções administrativas ou penais, caso sejam infringidas as leis que regulamentam a Propriedade Intelectual, respectivamente, Patentes: Lei nº 9.279/1996, e Direitos Autorais:

Lei nº 9.610/1998. O conteúdo desta obra tornar-se-á de domínio público após a data de defesa e homologação da sua respectiva ata. A mesma poderá servir de base literária para novas pesquisas, desde que a obra e seu (a) respectivo (a) autor (a) seja devidamente citado e mencionado os seus créditos bibliográficos.

Setor de Informação e Referência

O serviço de Geração Automática de Ficha Catalográfica para Trabalho de Conclusão de Curso (TCC’s) foi desenvolvido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP) e gentilmente cedido para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (SISBI- UFERSA), sendo customizado pela Superintendência de Tecnologia de Informação e Comunicação (SUTIC) sob orientação dos bibliotecários da instituição para ser adaptado às necessidades dos alunos dos Cursos de Graduação e Programas de Pós-Graduação da Universidade.

O48p Oliveira, Emanuelly kelly Gomes de.

Plano de gerenciamento de resíduos sólidos para um condomínio residencial com vistas à coleta seletiva solidária / Emanuelly kelly Gomes de Oliveira. - 2019.

92 f. : il.

Orientadora: Solange Aparecida Goularte Dombroski.

Monografia (graduação) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Curso de Ciência e

Tecnologia, 2019.

1. Material reciclável. 2. Segregação. 3.

Destinação de resíduos. 4. Condomínio residencial.

I. Dombroski, Solange Aparecida Goularte, orient.

II. Título.

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EMANUELLY KELLY GOMES DE OLIVEIRA

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS PARA UM

CONDOMÍNIO RESIDENCIAL COM VISTAS À COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA

Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido como requisito para obtenção do título de Bacharel em Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia.

Defendida em: 22/ 03/ 2019.

BANCA EXAMINADORA

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RESUMO

Em decorrência do modelo atual de sociedade, caracterizado por uma produção e um consumo desenfreado, e atrelado ao aumento populacional das últimas décadas, a geração de resíduos tem se intensificado de maneira notória, causando esgotamento dos recursos naturais e degradação ambiental. A falta de gerenciamento dos resíduos, associada a grande quantidade que é gerada, tem se configurado como um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Tendo em vista a concentração populacional em condomínios residenciais, estes se apresentam como relevantes geradores de resíduos, sendo importante, assim, as implementações de ações voltadas para a melhoria da destinação e disposição final ambientalmente adequada dos resíduos gerados. O presente trabalho teve por objetivo a proposição de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) para um condomínio residencial visando à coleta seletiva solidária. O trabalho foi executado em três etapas principais: (a) levantamento de informações relacionadas à Associação dos Catadores de Material Reciclável de Mossoró (ASCAMAREM); (b) levantamento de informações sobre o condomínio residencial e (c) definição do conteúdo do plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) a ser elaborado. O PGRS proposto compreendeu cinco partes principais:

descrição do condomínio, diagnóstico dos resíduos sólidos gerados, gerenciamento dos resíduos sólidos, sugestões de estratégias para diretrizes aplicáveis ao gerenciamento dos resíduos sólidos, sugestões de metas para melhor ia do gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos gerados no condomínio e considerações adicionais. O plano destaca medidas para tornar mais efetiva as etapas de sensibilização do público alvo e segregação adequada de resíduos sólidos e rejeitos, contribuindo para o gerenciamento destes nos termos da política nacional dos resíduos sólidos.

Palavras-chave: Material reciclável. Segregação. Destinação de resíduos. Condomínio

residencial.

(6)

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Descarte seletivo ... 23 Figura 2 – Resíduos sólidos recicláveis coletados e separados pela ASCAMAREM ... 39 Figura 3 – Recipientes destinados para receber resíduos secos e úmidos comumente

gerados em atividades domiciliares ... 48 Figura 4 – Dois recipientes (cada um com capacidade de 5 litros) dispostos lado a lado,

disponíveis na cozinha de um apartamento, destinados ao recebimento de resíduos secos e úmidos no momento da geração ... 49 Figura 5 – Dois recipientes (cada um com capacidade de 30 litros) dispostos lado a lado,

disponíveis na área de serviço de um apartamento, destinados ao recebimento de

resíduos secos e úmidos: vista dos dois recipientes fechados (A) e abertos (B) 49

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Simbologia de identificação dos materiais ... 24 Quadro 2 – Simbologia de reciclabilidade e identificação das embalagens plásticas ... 24 Quadro 3 – Identificação de resíduos gerados no condomínio residencial passíveis de

destino para reciclagem ... 47 Quadro 4 – Estratégias sugeridas para diretrizes relacionadas ao gerenciamento de resíduos

sólidos gerados no condomínio residencial ... 53 Quadro 5 – Metas sugeridas para melhoria do gerenciamento de resíduos sólidos gerados no

condomínio residencial ... 56

(8)

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diagnóstico da coleta de resíduos sólidos do município de Mossoró, em 2017 37 Tabela 2 – Diagnóstico da coleta seletiva dos resíduos sólidos do município de Mossoró

realizada por associação de catadores com apoio da prefeitura, em 2017 ... 39 Tabela 3 – Estimativa da massa efetiva e composição gravimétrica de resíduos sólidos

coletados no Brasil, no estado do Rio Grande do Norte e no município de Mossoró ... 43 Tabela 4 – Estimativa da geração teórica per capita e total dos resíduos sólidos como um

todo e dos resíduos recicláveis no condomínio residencial ... 45

Tabela 5 – Caracterização teórica dos resíduos gerados no condomínio residencial ... 45

(9)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 9

2 OBJETIVOS 12

2.1

Objetivo geral 12

2.2

Objetivos específicos 12

3 REVISÃO DA LITERATURA 13

3.1

Resíduos sólidos: definição e classificação 13

3.1.1 Resíduos sólidos urbanos 16

3.2

Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos 17

3.2.1 Redução, reutilização e reciclagem 19

3.2.2 Coleta seletiva e coleta seletiva solidária 26

3.3

Planos de resíduos sólidos 28

3.3.1 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos 32

4 MATERIAL E MÉTODOS 36

4.1

Área de estudo 36

4.1.1 Coleta de resíduos sólidos no município 36

4.2

Etapas do trabalho 39

4.2.1 Levantamento de informações relacionadas à Associação dos Catadores de Material

Reciclável de Mossoró (ASCAMAREM) 40

4.2.2 Levantamento de informações sobre o condomínio residencial 41 4.2.3 Definição do conteúdo do plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) do

condomínio residencial 41

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 44

5.1

Proposição de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos para um condomínio residencial visando à coleta seletiva solidária 44

5.1.1 Descrição do condomínio 44

5.1.2 Diagnóstico dos resíduos sólidos gerados 44

(10)

5.1.3 Gerenciamento dos resíduos sólidos 47 5.1.4 Sugestão de estratégias para diretrizes aplicáveis ao gerenciamento dos resíduos

sólidos 52

5.1.5 Sugestão de metas para melhoria do gerenciamento ambientalmente adequado dos

resíduos sólidos gerados no condomínio 55

5.1.6 Considerações adicionais 60

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 61

REFERÊNCIAS 62

(11)

1 INTRODUÇÃO

O modelo contemporâneo de sociedade de consumo tem remetido cada vez mais ao esgotamento dos recursos naturais e a degradação ambiental. Intensificando-se nas últimas décadas, tal cenário configura o modelo insustentável de produção e consumo atual. Como resultado, houve grande aumento da geração de resíduos, afetando de maneira direta a qualidade de vida da população (BACHINI; SILVEIRA; KITZMANN, 2015).

O consumo desenfreado, a produção industrial descompromissada com a preservação ambiental, agravada pelo acúmulo de uma grande quantidade de produtos descartáveis e resíduos, geram agressões ao meio ambiente (ZANETI, 2003). O modelo capitalista de desenvolvimento estimulou uma série de fatores na propagação da degradação ambiental.

Entre as características desta degradação destacam-se fatores vinculados aos processos de globalização, o surgimento de novas tecnologias e a crescente urbanização, que tem ocasionado inúmeras alterações nos sistemas ambientais (GAUDÊNCIO et al., 2015).

Os problemas advindos deste modelo têm sido cada vez mais evidentes, sendo causados principalmente pela ausência de soluções eficazes da administração pública e da falta de conscientização da população em geral (LEANDRO; MENDES; PEIXOTO, 2010).

Umas das maiores dificuldades da atualidade está no alcance do desenvolvimento sustentável e no adequado gerenciamento dos resíduos sólidos, constituindo-se como grandes desafios para os gestores locais, segundo Gaudêncio et al. (2015).

Nos termos de legislação federal, resíduos sólidos são definidos como material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede nos estados sólido ou semissólido, bem como gases e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água (BRASIL, 2010a).

O aumento populacional das últimas décadas vem agravando a capacidade natural do planeta para absorver a enorme quantidade de resíduos sólidos gerados (PROCHNOW;

ROSSETTI, 2010). Para o Brasil, em 2017, a coleta de resíduos domiciliares e públicos foi

estimada em 60,6 milhões de toneladas (um valor da ordem de 166 mil toneladas por dia) e

0,95 kg/hab.dia (MDR, 2019a). Quanto à massa per capita coletada seletivamente, foi

observado 13,7 kg/hab.ano em 2017 (equivalentes a 1,5 milhões de toneladas) contra 13,6

kg/hab.ano no ano anterior (MCIDADES, 2018), representando em torno de 4% da massa

coletada.

(12)

Há alguns anos, Schalch et al. (2002) comentou sobre o fato da maioria dos municípios brasileiros disporem seus resíduos sólidos sem nenhum controle, sendo uma prática de grandes consequências. O manejo inadequado de resíduos sólidos de qualquer origem gera desperdícios, contribui de forma importante à manutenção das desigualdades sociais, constitui ameaça constante à saúde pública e agrava a degradação ambiental, comprometendo a qualidade de vida das populações (SCHALCH et al., 2002).

Considerando os municípios brasileiros que declararam a destinação final de seus resíduos referente ao ano de 2017, foi levantado que 1.071 destinaram seus resíduos domiciliares para lixões, 601 para aterros controlados e 2.052 para aterros sanitários (MDR, 2019a). De acordo com este autor, foi estimado que 63% da massa total coletada no país é disposta de forma adequada em aterros sanitários, sendo o restante distribuído por destinações em lixões e aterros controlados.

A produção de resíduos sólidos vem aumentando em uma escala considerável, e com isso, causando vários problemas ao ambiente e à saúde pública. A situação evidencia a urgência em se adotar um sistema de manejo adequado dos resíduos, definindo uma política para gestão e o gerenciamento, que assegure a melhoria continuada do nível de qualidade de vida, promova práticas recomendadas para a saúde pública e proteja o meio ambiente contra as fontes poluidoras (SCHALCH, 2002).

A problemática dos resíduos sólidos é de grande complexidade e reflete no ambiente e nas condições sanitárias vivenciadas pela comunidade, estando diretamente relacionada às condições socioeconômicas e culturais da população. Considerando-se a diversidade de tipos de resíduos produzidos, sua composição, a variedade de fontes geradoras e sua classificação em termo de periculosidade, podem-se relacionar os diversos impactos ambientais e efeitos à saúde decorrentes da variedade dos resíduos sólidos (GUNTHER, 2008).

Diante desse cenário, surge a necessidade de se gerenciar os resíduos sólidos. De acordo com a política nacional dos resíduos sólidos, lei nº 12.305/2010, gerenciamento de resíduos sólidos se refere ao conjunto de ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010a).

Tendo em vista que os condomínios residenciais concentram um número de pessoas

maior que as residências individuais, os mesmos apresentam-se como relevantes geradores de

resíduos sólidos. Desta forma, destaca-se a importância de implementações de ações por este

coletivo voltadas para a melhoria da destinação e disposição final ambientalmente adequada

(13)

dos resíduos gerados. Neste contexto, o presente trabalho objetivou a proposição de um plano

de gerenciamento de resíduos sólidos para um condomínio residencial.

(14)

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos para um condomínio residencial visando à coleta seletiva solidária.

2.2 Objetivos específicos

 Estimar a geração teórica de resíduos sólidos como um todo e dos resíduos recicláveis;

 Identificar os tipos de resíduos a serem segregados considerando a demanda de uma associação local de catadores de resíduos;

 Propor metas progressivas a serem alcançadas em termos de quantidade de resíduos recicláveis a serem segregados e destinados a uma associação de catadores de resíduos;

 Definir ações de sensibilização do público-alvo.

(15)

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 Resíduos sólidos: definição e classificação

A natureza tem sido agredida pelo consumo exagerado de produtos industrializados e tóxicos, nos últimos tempos, em decorrência dos hábitos da sociedade capitalista na qual habitamos. Esses produtos, ao serem descartados, acumulam-se no ambiente como resíduos, causando danos ao planeta e à própria existência humana (ZANETI, 2003).

No tocante a definição conceitual a literatura técnica se serve do termo resíduo sólido para designar o produto de descarte gerado pela atividade industrial, comercial e de serviços da sociedade em geral, seja urbana, rural, privada ou pública (KRELING, 2006, p. 20).

Para Philippi Júnior (1979), consideram-se resíduos sólidos todos os excedentes, sólidos ou semissólidos, das ações humanas ou não humanas, que podem servir de materiais para diversas atividades, apesar de não mostrar finalidade para a atividade fim de onde foram produzidos. Definições alternativas incluem, ainda, uma faceta econômica, ou seja, de que resíduos são materiais que não tem mais valor econômico para o seu possuidor, segundo Philippi Júnior (1979).

De acordo com a Agenda 21 Global, resíduos sólidos incluem todos os restos domésticos e resíduos não perigosos, tais como os resíduos comerciais e institucionais, o lixo da rua e os entulhos da construção. O sistema de gestão dos resíduos sólidos, em alguns países, também se ocupa dos resíduos humanos, tais como excrementos, cinzas de incineradores, sedimentos de fossas sépticas e de instalações de tratamento de esgoto (CNUMAD, 1992).

A Norma Brasileira (NBR) nº 10.004/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) os designa como resíduos nos estados sólido e semissólido, onde estes resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004).

Os resíduos, tanto em termos de composição como de volume, variam em função do

consumo e dos métodos de produção. Uma das principais preocupações, relacionada à

(16)

produção de resíduos, são os efeitos que esses podem ter sobre a saúde humana e sobre a qualidade do meio ambiente, como: solo, água, ar e paisagens (SANTOS, 2011).

Existe uma variedade de definições para resíduos sólidos na literatura. Essas variam ao longo do tempo em função dos avanços tecnológicos e da conscientização ambiental. A Lei Federal nº 12.305 de 2010, a qual institui a política nacional de resíduos sólidos, define resíduos sólidos como:

Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (BRASIL, 2010a).

Com relação à classificação dos resíduos sólidos, de acordo com a ABNT (2004), a mesma envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, assim como a de seus constituintes e características, e da comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe originou.

Quanto ao potencial de contaminação do meio ambiente e à saúde pública, segundo a ABNT (2004), os resíduos sólidos são classificados em: Resíduos classe I - Perigosos;

Resíduos classe II - Não perigosos; Resíduos classe II A - Não inertes; Resíduos classe II B - Inertes. São considerados, para a classe I, os materiais que apresentam características de periculosidade, como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Já para os resíduos da classe II, classificados como não perigosos, considera- se para classe II A que o material apresente características como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. No que se refere à classe II B considera-se que o resíduo não apresente nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, quando submetido a um contato dinâmico e estático com a água destilada ou deionizada.

Brasil (2010a) classifica os resíduos sólidos, quanto à origem e periculosidade, como:

I - quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urbanas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

(17)

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”,

“h” e “j”;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais;

g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA e do SNVS;

h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios;

II - quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Outras classificações, de acordo com Santaella et al. (2014), podem ser usadas para os resíduos sólidos, dependendo da finalidade, quanto a:

a) Composição química: orgânico e inorgânico;

b) Degradabilidade: facilmente degradável, degradável, pouco degradável, dificilmente degradável e não degradável;

c) Riscos de contaminação ao meio ambiente: risco biológico, risco químico, rejeito radioativo e resíduo comum, onde estes são classificados, respectivamente, em grupo A, B, C e D.

Com relação à responsabilidade referente aos resíduos sólidos, a sociedade como um

todo (cidadãos, governos, setor privado e sociedade civil organizada), baseado no conceito de

responsabilidade compartilhada, é responsável pela gestão ambientalmente adequada dos

mesmos. O cidadão é responsável pela disposição correta dos resíduos que gera. Já o setor

privado pelo gerenciamento ambientalmente correto dos resíduos sólidos, pela sua

reincorporação na cadeia produtiva e pelas inovações nos produtos que tragam benefícios

socioambientais. E os governos federal, estaduais e municipais são responsáveis pela

(18)

elaboração e implementação dos planos de gestão de resíduos sólidos, assim como dos demais instrumentos previstos (MMA, 2018d).

3.1.1 Resíduos sólidos urbanos

De acordo com o artigo 13 da Lei 12.305 (BRASIL, 2010a), os resíduos sólidos urbanos englobam os resíduos domiciliares (originários de atividades domésticas em residências urbanas) e os resíduos de limpeza urbana (provenientes da varrição, limpeza de logradouros, vias públicas e outros serviços de limpeza urbana).

É importante acrescentar, que segundo a Lei 11.445, por decisão do poder público,

“o lixo originário de atividades comerciais, industriais e de serviços, cuja responsabilidade pelo manejo não seja atribuída ao gerador, pode ser considerado resíduo sólido urbano”

(BRASIL, 2007).

Os resíduos sólidos urbanos variam a composição, de população para população, dependendo da situação socioeconômica, das condições e hábitos de vida de cada um. Esses resíduos podem ser classificados como: matéria orgânica, papel e papelão, plásticos, vidro, metais e outros, de acordo com ECYCLE (2018). Compreendendo, principalmente, resíduos gerados em aglomerações humanas em áreas urbanas, os principais tipos de resíduos sólidos urbanos são os resíduos residenciais, comerciais, industriais, dos serviços de saúde, da construção civil e aqueles provenientes da limpeza pública (SANTOS, 2018).

São caracterizados pela heterogeneidade, pois apresentam origens diversas e composição variada no que tange aos tipos de materiais dos quais são constituídos.

Apresentam agentes biológicos patogênicos ou resíduos químicos que podem alcançar o homem direta ou indiretamente. Quando não utilizado tratamento adequado e lançados no ambiente indiscriminadamente podem ser potencialmente lesivos ao meio (LIMA, 2012).

Os resíduos sólidos urbanos, segundo Santaella et al. (2014), constituem um problema ambiental em qualquer sociedade que não esteja adequadamente atenta para as consequências de sua acumulação e não adote medidas corretas de coleta, de transporte de reciclagem e de destinação final adequada.

Considera-se que estes apresentam uma destinação final adequada quando se tem

reutilização, reciclagem, compostagem, recuperação, aproveitamento energético e disposição

dos rejeitos em aterros sanitários. Quando são lançados em lixões, queimados a céu aberto e

disposto em aterros controlados, tem-se uma destinação final inadequada (SANTAELLA et

(19)

al., 2014).

3.2 Gestão e gerenciamento de resíduos sólidos

Percebendo-se que há uma diferença entre gestão e gerenciamento de resíduos, Araújo (2002, p. 54) descreve minuciosamente essa distinção:

O termo gestão deve ser entendido como o processo de conceber, planejar, definir, organizar e controlar as ações a serem efetivadas pelo sistema de gerenciamento de resíduos. Este processo compreende as etapas de definição de princípios, objetivos, estabelecimento da política, do modelo de gestão, das metas, do sistema de controles operacionais, de medição e avaliação do desempenho e previsão de quais os recursos necessários. Gerenciamento

é

o conjunto de ações técnico-operacionais que visam implementar, orientar, coordenar, controlar e fiscalizar os objetivos estabelecidos na gestão.

De um modo geral, a diferença consiste no termo gestão abranger atividades referentes à tomada de decisões estratégicas e o gerenciamento de resíduos sólidos se referir aos aspectos tecnológicos e operacionais da questão (SCHALCH et al., 2002).

Apresentando como finalidade reduzir a geração de resíduos na origem, gerir a produção dos mesmos e o seu impacto ambiental, entende-se por gestão integrada de resíduos sólidos, segundo Brasil (2010a), o conjunto de ações voltadas com o intuito de buscar soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento sustentável, sendo capaz de suprir as necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações.

A operacionalização deste conceito envolve desde a minimização da geração dos resíduos no processo produtivo, até a maximização de seu reaproveitamento. O conceito de gestão integrada de resíduos sólidos considera todo o ciclo de produção, consumo, descarte e destino dos resíduos sólidos. Esta deve contemplar a sustentabilidade nas dimensões social, econômica, ambiental e de saúde, além da interação entre os atores envolvidos (GÜNTHER, 2008).

A gestão integrada dos resíduos sólidos inclui os planos nacional, estaduais, microrregionais, intermunicipais, municipais e os de gerenciamento. Os planos sob responsabilidade dos entes federados devem tratar de questões como coleta seletiva, reciclagem, inclusão social e participação da sociedade civil (MMA, 2018a).

Já o termo gerenciamento de resíduos sólidos refere-se ao conjunto de ações

(20)

exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta, transporte, transbordo, tratamento, destinação final ambientalmente adequada dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo com o plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com o plano de gerenciamento de resíduos sólidos (BRASIL, 2010a).

Sendo a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos variante em conformidade com a sua origem. Por exemplo, a administração municipal tem a responsabilidade de gerenciar resíduos domiciliares, comerciais e públicos. Já resíduos de serviços de saúde, industriais, agrícolas, de portos e aeroportos, compete ao próprio gerador (GÜNTHER, 2008).

Brasil (2010a) define destinação final ambientalmente adequada, como:

Destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas pelos órgãos competentes do SISNAMA, do SNVS e do SUASA, entre elas a disposição final, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos (BRASIL, 2010a).

Dentre vários termos especificados pela Lei nº 12.305 (BRASIL, 2010a), a mesma definiu o termo ‘rejeitos’ como todos os resíduos sólidos que não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada, após esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis. Sendo considerada disposição final ambientalmente adequada à distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.

No contexto de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, cabe ainda mencionar a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos. A Lei nº 12.305 a define como o conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, que tem como objetivo minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos (BRASIL, 2010a).

A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos tem por objetivos,

segundo Brasil (2010a), compatibilizar interesses entre os agentes econômicos e sociais e os

processos de gestão empresarial e mercadológica com os de gestão ambiental, desenvolvendo

estratégias sustentáveis; promover o aproveitamento de resíduos sólidos, direcionando-os para

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a sua cadeia produtiva ou para outras cadeias produtivas; reduzir a geração de resíduos sólidos, o desperdício de materiais, a poluição e os danos ambientais; incentivar a utilização de insumos de menor agressividade ao meio ambiente e de maior sustentabilidade; estimular o desenvolvimento de mercado, a produção e o consumo de produtos derivados de materiais reciclados e recicláveis; propiciar que as atividades produtivas alcancem eficiência e sustentabilidade; e incentivar as boas práticas de responsabilidade socioambiental.

Cabe ainda mencionar que a política nacional de resíduos sólidos foi prevista com 15 objetivos, dentre os quais, o segundo objetivo especifica “não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos” (BRASIL, 2010a).

3.2.1 Redução, reutilização e reciclagem

O gerenciamento integrado de resíduos sólidos consiste na prática de utilizar diversas alternativas para solucionar os problemas dos resíduos sólidos, de tal forma que o conjunto tenha sustentabilidade econômica, ambiental e social. Nos sistemas de gerenciamento integrado de resíduos sólidos são aplicadas medidas simultâneas de redução de geração na fonte, minimização por meio das diversas formas de tratamento e disposição, de acordo com as condições locais, em proporções econômicas, sociais e ambientais ótimas. Nenhuma dessas medidas é capaz, de forma isolada, de solucionar os problemas de destinação de resíduos sólidos domésticos (BARCIOTTE, 1994).

Uma forma muito comum de abordar esse sistema integrado, incluindo as mudanças no padrão de consumo, é por meio da priorização dos 3Rs.

Para Logarezzi (2006), o princípio dos 3Rs orienta ações de educação e de gestão a respeito do problema dos resíduos na grande maioria dos países do mundo, segundo o qual devemos adotar essencialmente três atitudes de modo integrado, procurando seguir uma determinada hierarquia de prioridades: primeiro reduzir, depois reutilizar e reciclar.

O primeiro termo, redução de resíduos, é usado para designar a minimização do

resíduo na fonte e requer a cooperação entre o governo, indústria e cidadãos. A redução na

fonte enfatiza a não produção de resíduos, ao contrário da disposição e dos métodos de

tratamento que se concentram no problema do resíduo produzido. O princípio da redução

implica, ainda, na diminuição do gasto despendido com as etapas de coleta, transporte,

tratamento e disposição final (LOBER, 1996 apud MASSUKADO, 2004).

(22)

Mudanças de atitude e de comportamento das pessoas, tanto na esfera coletiva quanto individual, são requeridas para a prática da redução na fonte de resíduos. Diante disso, devido ao seu poder de compra, os cidadãos apresentam papel fundamental na redução do resíduo domiciliar. Neste âmbito, essas são algumas das ações que os cidadãos podem realizar: evitar a compra de mercadorias com muitas embalagens; utilizar sacolas e caixas próprias nas compras; recusar sacolas quando estas não forem necessárias; adquirir produtos que possam ser reutilizados; comprar alimentos “soltos” quando possível; queixar-se com os produtores sobre o excesso de embalagem; e solicitar as empresas, lojas e instituições que retire o seu cadastro da mala direta quando as correspondências se tornarem desnecessárias, ou então que envie as informações via e-mail (MASSUKADO, 2004).

Já o princípio da reutilização “é qualquer prática ou técnica que permite a reutilização do resíduo, sem que o mesmo seja submetido a um tratamento que altere as suas características físico-químicas” (CETESB, 2002 apud FERNANDES et al., 2015, p. 57).

Logarezzi (2004) define reutilização como a atividade de reaproveitamento do resíduo, sem que ocorra a destruição do objeto em que consiste, dando-se a ele uma nova função, que eventualmente demanda pequena adaptação. O exercício da reutilização requer criatividade e pode ser exercido no próprio âmbito da geração do resíduo, ou após encaminhamento adequado, em atividades de produção artística, artesanato, entre outros.

Segundo Brasil (2010a), reutilização é o “processo de aproveitamento dos resíduos sólidos sem sua transformação biológica, física ou físico-química”.

Portanto, a reutilização significa utilizar o produto novamente, para a mesma finalidade ou para outra, dando uma nova função ao objeto que já cumpriu um certo papel, sem necessidade de transformação do material. Assim, a reutilização engloba as atividades que aproveitam os produtos antes de seu descarte. Da mesma forma proporciona economia de coleta e disposição final, de matérias-primas e geralmente de água e energia. Além disso, a economia de espaço no aterro sanitário, contribuindo para o aumento de sua vida útil, e a diminuição do uso dos recursos naturais nos processos de fabricação, são benefícios diretos advindos da prática da reutilização (MASSUKADO, 2004; PHILIPPI JÚNIOR; AGUIAR, 2005).

Por último, e considerada a prática mais difundida entre o princípio dos 3Rs para

diminuir a quantidade de resíduos que é encaminhada para a destinação final, a reciclagem é

considerada uma etapa essencial na gestão de resíduos sólidos, pois trata-se de uma das

formas complementares de minimização desses resíduos, além de ser considerada um modo

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de tratamento dos mesmos (TEIXEIRA; ZANIN, 1999).

A reciclagem de resíduos potencialmente proporciona benefícios ambientais. No entanto, a fantasia de que o ciclo da reciclagem pode ser infinito contribui para justificar o aumento do desperdício. A realidade é que em todo processo de reciclagem sempre há perdas, ou seja, não se consegue aproveitar 100% do material (PHILIPPI JÚNIOR; AGUIAR, 2005).

Dessa forma, reciclar apresenta como princípios básicos, quando não for possível reduzir ou reutilizar, contribuir com os programas de coleta seletiva, separando e entregando os materiais recicláveis (SCHALCH et al., 2002).

De acordo com a lei nº 12.305 (BRASIL, 2010a), reciclagem se refere ao “processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos ou novos produtos”.

Reciclar é tornar a usar o que já foi usado - até, em alguns casos, infinitas vezes. Assim, não é preciso tirar da natureza, novamente, aquilo que ela já nos deu. Reciclar é combater o desperdício. É garantir o futuro, copiando a sabedoria da própria natureza (CMRR, 2008 apud LOMASSO et al., 2015, p. 3).

Segundo Lomasso et al. (2015), a reciclagem é o processo no qual, resíduos de produtos que já foram consumidos e objetos que seriam descartados no meio ambiente, são reinseridos no ciclo produtivo através da sua utilização como matéria-prima para a fabricação de novos produtos. Variando de acordo com o material a ser reaproveitado, existem vários tipos de processo de reciclagem, dentre os quais se destacam: o de papel, de metal, de plástico, de vidro e de lixo orgânico.

Esta surgiu como uma maneira de reintroduzir no sistema uma parte da matéria que se tornaria lixo. Para que possam ser usados como matéria-prima, os resíduos são coletados, separados e processados. O processo de reciclagem é composto por várias fases, tendo como ação fundamental a separação prévia dos materiais. Sendo de extrema importância que os resíduos tenham um descarte correto, sendo colocados no seu devido lugar, possibilitando, assim, um maior aproveitamento dos mesmos (LOPES, 2007).

Aparecendo como uma das soluções mais viáveis ecologicamente para a resolução dos problemas pertinentes ao lixo, o ato de reciclar significa refazer o ciclo, permite trazer de volta, sob a forma de matéria-prima, aqueles materiais que não se degradam facilmente e que podem ser reprocessados, mantendo suas características básicas, segundo Valle (1995 apud DONEL; OLIVEIRA; RUPPETHAL, 2001).

Essa prática reduz a quantidade de resíduos e recupera produtos já produzidos. Além

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disso, economiza matéria-prima, energia e reduz a degradação ambiental (SCARLATO, 1992 apud KAUFMANN, 2014, p.11).

Os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. O processo de reciclagem além de preservar o meio ambiente também gera riquezas, contribuindo para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar. Outro benefício da reciclagem é a quantidade de empregos que ela tem gerado nas grandes cidades, cooperativas de catadores de papel e alumínio já é realidade nos centros urbanos do Brasil. A reciclagem, além de ser extremamente importante para reduzir a extração de recursos naturais para atender à crescente demanda por matéria prima das indústrias, ainda ajuda muito a amenizar um dos maiores problemas da atualidade: o lixo (FONSECA, 2013).

Os processos e técnicas a serem aplicadas na reciclagem variam de acordo com tipo de material que será reaproveitado, onde a mesma pode ser feita a partir de diversos tipos de materiais. Sendo os principais: papel, plástico, metal, vidro e resíduos orgânicos (LOMASSO et al., 2015).

O princípio dos 3R's - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, portanto, é um caminho para a solução dos problemas relacionados com os resíduos. Fatores associados com estes princípios devem ser considerados, como o ideal de prevenção e não geração de resíduos, somados à adoção de padrões de consumo sustentável, visando poupar os recursos naturais e conter o desperdício (MMA, 2018c).

O sucesso dessas ações, que foram criadas para minimizar os efeitos causados aos ecossistemas, foi tão grande, que hoje já se fala em 7Rs, segundo SEBRAE (2012), são eles:

a) Repensar: averiguar a necessidade da aquisição, não tomando atitudes por impulso.

b) Recusar: recusar a oferta, ao concluir que determinado consumo é desnecessário.

c) Reduzir: exige que não se adquira algo que não será utilizado ou consumido.

d) Reparar: verificar, antes de destinar algo ao lixo, se tem conserto.

e) Reutilizar: um mesmo objeto pode ter múltiplas funcionalidades, sem agredir o meio ambiente.

f) Reciclar: significa transformar objetos materiais usados em novos produtos para o consumo.

g) Reintegrar: é uma ação relacionada a alimentos e outros produtos orgânicos, que podem

retornar à natureza. Um dos principais meios é a compostagem, para a produção de adubo.

(25)

3.2.1.1 Identificação da simbologia de reciclagem

Os símbolos de identificação dos materiais são aplicados em todas as embalagens, sempre que possível, para garantir a identificação da respectiva matéria-prima. A padronização da identificação das embalagens para o descarte seletivo contribui para a melhoria contínua das cadeias de reciclagem dos diversos setores de materiais de embalagem (ABNT, 2013).

A Norma Brasileira (NBR) nº 16.182/2013 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) trata da simbologia de orientação de descarte seletivo e de identificação de materiais (ABNT, 2013).

De acordo com a dada norma, o símbolo do descarte seletivo, conforme Figura 1, deve ser empregado na embalagem de forma a orientar o consumidor para o seu descarte pós- consumo em separado, como resíduo seco, destinando-a para a coleta seletiva e posterior processo de triagem, ou seja, separando-a do resíduo úmido (ABNT, 2013).

Figura 1 – Descarte seletivo

Fonte: ABRE (2018).

Já com relação à simbologia para identificação dos materiais, as embalagens

fabricadas com apenas um material devem ser identificadas com os símbolos correspondentes,

conforme o Quadro 1 (ABNT, 2013).

(26)

Quadro 1 – Simbologia de identificação dos materiais

Fonte: ABNT (2013).

A NBR 13230/2008 estabelece os símbolos para identificação das resinas termoplásticas utilizadas na fabricação de embalagens e acondicionamentos plásticos, visando auxiliar na separação e posterior reciclagem dos materiais, de acordo com a sua composição (ABNT, 2008a).

O Quadro 2 fornece os símbolos para identificação das resinas termoplásticas e as abreviaturas a serem aplicadas nas embalagens plásticas (ABNT, 2008a).

Quadro 2 – Simbologia de reciclabilidade e identificação das embalagens plásticas

Símbolo Resina termoplástica Abreviatura

Poli (tereftalato de etileno) PET

Polietileno de alta densidade PEAD

Continua

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Quadro 2 (cont.) – Simbologia de reciclabilidade e identificação das embalagens plásticas

Símbolo Resina termoplástica Abreviatura

Poli (cloreto de vinila) PVC

Polietileno de baixa

densidade PEBD

Polipropileno PP

Poliestireno PS

Outras resinas OUTROS

Fonte: ABNT (2008a).

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3.2.2 Coleta seletiva e coleta seletiva solidária

Entende-se por coleta seletiva, a coleta de resíduos sólidos previamente segregados conforme sua constituição ou composição, sendo esta, instrumento da política nacional de resíduos sólidos (BRASIL, 2010a).

Segundo a Secretaria de Política Urbana (SEPURB, 2000 apud PROCHNOW e ROSSETTI, 2010, p. 201), a coleta seletiva consiste na separação dos materiais recicláveis, definidos como inertes (papéis, plásticos, metais, vidros etc.) e de matéria orgânica (sobras de alimentos, frutas, legumes etc.) nas próprias fontes geradoras: residências, escolas, escritórios e outros estabelecimentos. Desse modo, a reciclagem dos materiais é facilitada, pois os mesmos estarão limpos e, consequentemente, com maior potencial de reaproveitamento.

A coleta seletiva pode diferenciar-se quanto ao grau de seletividade, podendo variar da simples separação entre resíduos secos e úmidos, passando pela separação nas frações recicláveis, orgânicos, inservíveis e perigosos, até a coleta seletiva por tipos de resíduos, ou seja, plásticos, metais, papel, papelão, vidros, baterias, pilhas e matéria orgânica. É importante ressaltar que não se deve confundir coleta seletiva com reciclagem, pois a coleta é uma das etapas que antecedem o processo de reciclagem dos resíduos. Outras etapas que podem anteceder este processo são as atividades de separação, prensagem e enfardamento por tipo de resíduos, que são geralmente realizados em uma central de triagem e beneficiamento (MASSUKADO, 2004).

O processo de recuperação dos materiais recicláveis presentes nos resíduos sólidos inicia-se com a coleta seletiva. Para Bringhenti (2004), coleta seletiva se refere à etapa da coleta de materiais recicláveis presentes nos resíduos sólidos urbanos, após sua separação, seguido de seu acondicionamento e apresentação para coleta em dias e horários predeterminados, ou mediante entrega em postos de entrega voluntária, em postos de troca, a catadores, a sucateiros ou a entidades beneficentes. A coleta seletiva, através dos postos de entrega voluntária, ocorre mediante a instalação de caçambas e contêineres de cores diferenciadas, em pontos estratégicos, onde a população possa levar os materiais segregados.

A Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) nº 275/2001, estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva, sendo o padrão de cores designado: azul: papel/papelão; vermelho: plástico;

verde: vidro; amarelo: metal; preto: madeira; laranja: resíduos perigosos; branco: resíduos

(29)

ambulatoriais e de serviços de saúde; roxo: resíduos radioativos; marrom: resíduos orgânicos;

cinza: resíduo geral não reciclável ou misturado, ou contaminado não passível de separação (BRASIL, 2001).

Com relação às três modalidades de coleta seletiva de resíduos sólidos utilizadas com maior ênfase, segundo Bringheti (2004), tem-se:

 Coleta seletiva em postos de entrega voluntária: o próprio gerador desloca-se até um posto de entrega voluntária e deposita o material reciclável, previamente triado, em recipientes para resíduos diferenciados por tipos de materiais.

 Coleta seletiva porta a porta: nesta, o material reciclável, previamente segregado por tipo ou não, acondicionado e apresentado à coleta pelo gerador, é coletado por veículos dimensionados para realizar tal tarefa, ainda, na porta da residência do contribuinte.

 Coleta seletiva por trabalhadores autônomos da reciclagem: um grupo de trabalhadores autônomos recolhe o material reciclável disposto em via pública, oriundo de domicílios, ou gerado em estabelecimentos comerciais, de serviços ou em indústrias, previamente segregado por tipo ou não, utilizando-se, normalmente, de carrinhos de tração manual. Esta modalidade é subdividida em: coleta seletiva por carrinhos e coleta seletiva por organização de trabalhadores.

Nas modalidades de coleta seletiva por meio de postos de entrega voluntária e porta a porta, o material reciclável recolhido é transportado para um centro de classificação e pré- beneficiamento, de onde sairá para posterior doação ou comercialização. Já na coleta seletiva por organizações de trabalhadores autônomos da reciclagem, o material recolhido, em geral, é transportado até um galpão de triagem e beneficiamento, operado pelos próprios catadores, e, posteriormente, encaminhado à comercialização ou às indústrias recicladoras pela própria organização, sem interferência do poder público (BRINGHETI, 2004).

Este método deve estar baseado na tecnologia, empregada na separação, coleta e reciclagem dos materiais; na informação, visando sensibilizar e motivar o público alvo; no mercado, para a absorção do material recuperado (SCHALCH et al., 2002).

Segundo Massukado (2004), a viabilidade da coleta seletiva pode ser estudada sob

três aspectos: econômico, ambiental e social. Com relação à viabilidade econômica, a análise

refere-se ao custo/benefício produzido pela introdução da coleta seletiva. A viabilidade

ambiental pode ser expressa pela redução das quantidades de matérias primas extraídas,

energia e água gastas alcançadas pela reintrodução do resíduo na cadeia, ou seja, quando os

resíduos transformam-se em matéria prima. E por último, a viabilidade social, pode ser

(30)

observada com relação à geração de empregos diretos e indiretos.

A coleta seletiva apresenta vantagens e desvantagens, segundo Schalch et al. (2002):

(a) vantagens: a boa qualidade dos materiais recuperados, uma vez que não ficaram sujeitos à mistura com outros materiais presentes na massa de resíduos; a redução do volume de resíduos a serem dispostos em aterros sanitários; o estímulo à cidadania; a maior flexibilidade, pois pode ser feita em pequena escala e ampliada gradativamente; a possibilidade de parcerias entre escolas, associações ecológicas, empresas, catadores, sucateiros, etc.; (b) desvantagens:

elevado custo da coleta e transporte, pois necessita de veículos especiais, que passam em dias diferentes dos da coleta convencional; necessidade de um centro de triagem, onde os recicláveis são separados por tipo, mesmo após a segregação na fonte.

Com relação à coleta seletiva solidária, nos termos do decreto federal nº 5.940 (BRASIL, 2006), esta é definida como “coleta dos resíduos recicláveis descartados, separados na fonte geradora, para destinação às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis”.

3.3 Planos de resíduos sólidos

A lei nº 12.305 especifica os seguintes planos de resíduos sólidos (BRASIL, 2010a):

(a) plano nacional de resíduos sólidos; (b) planos estaduais de resíduos sólidos; (c) planos microrregionais de resíduos sólidos e os planos de resíduos sólidos de regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas; (d) planos intermunicipais de resíduos sólidos; (e) planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos e (f) planos de gerenciamento de resíduos sólidos.

Os níveis de planejamento da gestão, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE, 2012), são: nacional, estaduais e municipais. Onde o nacional define diagnóstico, cenários, metas e programas de ação, normas de acesso a recursos da união para este fim, medidas de incentivo à gestão regionalizada, normas e diretrizes para disposição final de rejeitos e resíduos, meios de fiscalização e controle social.

Já os planos estaduais apresentam os mesmos instrumentos da esfera federal, com

foco em seu próprio território, com ênfase na definição de diretrizes para o planejamento e

demais atividades de gestão de resíduos sólidos nas regiões metropolitanas, aglomerações e

microrregiões, que têm prioridade de acesso aos recursos da união ou financiamentos de

entidades federais de crédito ou fomento para essas atividades. Estabelecidas essas regiões de

(31)

âmbito coletivo, caberá ao estado coordenar os planos metropolitanos, regionais, intermunicipais e microrregionais, onde couber. A legislação estimula a formação de consórcios de municípios para a gestão integrada. Os planos estaduais devem prever zonas favoráveis para a localização das unidades de tratamento de resíduos sólidos ou disposição final de rejeitos, além da recuperação das áreas degradadas em razão da disposição inadequada de resíduos sólidos (SEBRAE, 2012).

Caracterizados por serem planos mais detalhados, os municipais, devem incluir a

“identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos”, assim como “identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros municípios”. É aqui, neste nível, que os planos devem identificar

“geradores sujeitos a (apresentar e executar) plano de gerenciamento específico”. Esses geradores são empresas, associações e outras entidades que descartam grandes volumes, resíduos específicos (como os de construção, hospitais e outros), ou resíduos perigosos (SEBRAE, 2012).

Com relação aos instrumentos de planejamento, tem-se que o plano nacional de resíduos sólidos, segundo Brasil (2010a), deve ser elaborado pela união, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, e deve apresentar como conteúdo mínimo:

I - diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;

II - proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e macroeconômicas;

III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;

IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;

V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;

VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da união, para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;

VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos resíduos sólidos;

IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas por lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;

X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos;

XI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social.

(32)

A elaboração do plano estadual de resíduos sólidos é condição para os estados terem acesso a recursos da união, ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos, ou para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para tal finalidade. Este deve abranger todo o território do estado, e apresentar como conteúdo mínimo, segundo Brasil (2010a):

I - diagnóstico, incluída a identificação dos principais fluxos de resíduos no estado e seus impactos socioeconômicos e ambientais;

II - proposição de cenários;

III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;

IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final de resíduos sólidos;

V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis;

VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;

VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos do estado, para a obtenção de seu aval ou para o acesso de recursos administrados, direta ou indiretamente, por entidade estadual, quando destinados às ações e programas de interesse dos resíduos sólidos;

VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão consorciada ou compartilhada dos resíduos sólidos;

IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de resíduos sólidos de regiões metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões;

X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber, de resíduos, respeitadas as disposições estabelecidas em âmbito nacional;

XI - previsão, em conformidade com os demais instrumentos de planejamento territorial, especialmente o zoneamento ecológico-econômico e o zoneamento costeiro, de:

a) zonas favoráveis para a localização de unidades de tratamento de resíduos sólidos ou de disposição final de rejeitos;

b) áreas degradadas em razão de disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos a serem objeto de recuperação ambiental;

XII - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito estadual, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle social.

Além do plano estadual de resíduos sólidos, os estados poderão elaborar planos

microrregionais de resíduos sólidos, bem como planos específicos direcionados às regiões

metropolitanas ou às aglomerações urbanas. O plano microrregional de resíduos sólidos

deve atender ao previsto para o plano estadual e estabelecer soluções integradas para a

coleta seletiva, a recuperação e a reciclagem, o tratamento e a destinação final dos

resíduos sólidos urbanos e, consideradas as peculiaridades microrregionais, outros tipos de

resíduos (BRASIL, 2010a).

(33)

De acordo com Brasil (2010a), com referência aos planos municipais de gestão integrada de resíduos sólidos, estes apresentam como conteúdo mínimo:

I - diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no respectivo território, contendo a origem, o volume, a caracterização dos resíduos e as formas de destinação e disposição final adotadas;

II - identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada de rejeitos;

III - identificação das possibilidades de implantação de soluções consorciadas ou compartilhadas com outros municípios, considerando, nos critérios de economia de escala, a proximidade dos locais estabelecidos e as formas de prevenção dos riscos ambientais;

IV - identificação dos resíduos sólidos e dos geradores sujeitos a plano de gerenciamento ou a sistema de logística reversa;

V - procedimentos operacionais e especificações mínimas a serem adotados nos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, incluída a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;

VI - indicadores de desempenho operacional e ambiental dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos;

VII - regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos;

VIII - definição das responsabilidades quanto à sua implementação e operacionalização, incluídas as etapas do plano de gerenciamento de resíduos sólidos;

IX - programas e ações de capacitação técnica voltados para sua implementação e operacionalização;

X - programas e ações de educação ambiental que promovam a não geração, a redução, a reutilização e a reciclagem de resíduos sólidos;

XI - programas e ações para a participação dos grupos interessados, em especial das cooperativas ou outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis formadas por pessoas físicas de baixa renda, se houver;

XII - mecanismos para a criação de fontes de negócios, emprego e renda, mediante a valorização dos resíduos sólidos;

XIII - sistema de cálculo dos custos da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, bem como a forma de cobrança desses serviços;

XIV - metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final ambientalmente adequada;

XV - descrição das formas e dos limites da participação do poder público local na coleta seletiva e na logística reversa e de outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

XVI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito local, da implementação e operacionalização dos planos de gerenciamento de resíduos sólidos e dos sistemas de logística reversa;

XVII - ações preventivas e corretivas a serem praticadas, incluindo programa de monitoramento;

XVIII - identificação dos passivos ambientais relacionados aos resíduos sólidos, incluindo áreas contaminadas, e respectivas medidas saneadoras;

XIX - periodicidade de sua revisão, observado prioritariamente o período de vigência do plano plurianual municipal.

(34)

3.3.1 Plano de gerenciamento de resíduos sólidos

A Lei nº 12.305/2010, que instituiu a política nacional de resíduos sólidos (PNRS), contém instrumentos importantes para permitir o avanço no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos. Esta institui instrumentos de planejamento referentes aos níveis nacional, estadual, microrregional, intermunicipal e municipal, além de impor que os particulares, em determinadas situações, elaborem seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS) (MMA, 2018b).

A elaboração do PGRS visa à destinação final adequada dos resíduos sólidos, evitando que eles sejam jogados de forma indiscriminada no meio ambiente (ANDREOLI et al., 2014). Para estes autores, a estrutura do PGRS é composta por especificações quanto a:

acondicionamento, coleta, transporte, reciclagem, tratamento e destinação final. Vale mencionar outras etapas citadas no âmbito da RDC nº 306/2004 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) que dispõe sobre resíduos sólidos de serviços de saúde como, por exemplo, segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento externo, coleta e transporte externos (BRASIL, 2004).

O acondicionamento se refere à etapa de preparação dos resíduos para a coleta adequada de acordo com o tipo e quantidade gerada. Os resíduos são acondicionados em recipientes próprios e mantidos até o momento em que são coletados e transportados ao aterro sanitário ou outra forma de destinação final (ANDREOLI et al., 2014). Nos termos da RDC nº 306/2004 da ANVISA (BRASIL, 2004), acondicionamento consiste em embalar os resíduos segregados, de acordo com as suas características, em sacos e/ou recipientes impermeáveis à punctura, ruptura e vazamentos. Para acondicionamento podem ser utilizados diferentes recipientes como sacos plásticos ou recipientes rígidos (PARRA et al., 2000).

Para o acondicionamento temporário de resíduos, podem ser utilizadas caçambas, contêineres e lixeiras destinadas à coleta de resíduos recicláveis (coleta seletiva), dependendo do tipo de resíduo. Cabe destacar que é fundamental a identificação dos recipientes onde os resíduos serão acondicionados, identificando com figuras (cores) e dizeres qual é o tipo de resíduos que corresponde àquele recipiente, visando facilitar o correto descarte de resíduos.

Com relação aos padrões de cores estabelecidos para os diferentes tipos de resíduos, conforme a Resolução CONAMA 275/2001: azul: papel / papelão; vermelho: plástico; verde: vidro;

amarelo: metal; preto: madeira; laranja: resíduos perigosos; branco: resíduos ambulatoriais e

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