09/11/2020
Número: 0600472-95.2020.6.05.0100
Classe: AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL
Órgão julgador: 100ª ZONA ELEITORAL DE SÃO DESIDÉRIO BA Última distribuição : 05/11/2020
Valor da causa: R$ 0,00
Assuntos: Cargo - Prefeito, Abuso - De Poder Econômico, Abuso - De Poder Político/Autoridade Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Justiça Eleitoral
PJe - Processo Judicial Eletrônico
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ANDRE CORDEIRO VASCO MIRANDA (REPRESENTANTE) ADEMIR ISMERIM MEDINA (ADVOGADO) MARCIO SANTOS DA SILVA (ADVOGADO) ELEICAO 2020 ADEMILTON BARBOSA DOS SANTOS
PREFEITO (REQUERENTE)
ADEMIR ISMERIM MEDINA (ADVOGADO) MARCIO SANTOS DA SILVA (ADVOGADO)
JOSE CARLOS DE CARVALHO (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) JOSE NEVES BARBOSA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) JOAO PAULO JESUS DE BARROS MOREIRA
(INVESTIGADO)
RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) GERSON DE CARVALHO PEREIRA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) JOACY FERREIRA DE CARVALHO (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) JORGE CAVALCANTE DE SOUZA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) ACACIO GIVANNO DE OLIVEIRA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) CORCILDE ARAUJO DOS ANJOS (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) ELIO DIAS DA COSTA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) ANA CRISTINA ALVES DA SILVA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) TAISA DOS SANTOS PEREIRA (INVESTIGADO) RUTH LEA SANTOS DE JESUS registrado(a) civilmente
como RUTH LEA SANTOS DE JESUS (ADVOGADO) PROMOTOR ELEITORAL DO ESTADO DA BAHIA (FISCAL
DA LEI)
Documentos Id. Data da
Assinatura
38023 216
05/11/2020 14:34 01. AIJE SÃO DESIDÉRIO Petição Inicial Anexa
38016 277
05/11/2020 14:34 29. RRC ALISSON Documento de Comprovação
38016 300
05/11/2020 14:34 48. PAGINA 11 PROCESSO 2306 LISTA de CARROS
Documento de Comprovação
38023 201
05/11/2020 14:34 49. PAGINA 29 DO PROCESSO 1853 LISTA DOS CARROS Documento de Comprovação 38192 726 05/11/2020 20:39 Despacho Despacho 38299 609
06/11/2020 16:48 Cota ministerial Cota ministerial
38316 442 06/11/2020 18:01 Certidão Certidão 38381 678 07/11/2020 13:31 Petição Petição 38381 680 07/11/2020 13:31 PETIÇÃO07.11 Petição 38381 682
07/11/2020 13:31 CAMINHONETE UTILIZADA 0-11-2020 Documento de Comprovação 38381
684
07/11/2020 13:31 VIDEO-2020-11-07 CAMINHONETE Documento de Comprovação 38381
685
07/11/2020 13:31 ACACIO GIVANO-2020-11-07-09-04-27 Documento de Comprovação 38381
686
07/11/2020 13:31 JORGE DO SINDICATO 2020-11-07-08-27-49 Documento de Comprovação 38381
687
07/11/2020 13:31 GERSON DA COELBA-2020-11-07 Documento de Comprovação
38437 306
07/11/2020 19:02 Parecer da Procuradoria Parecer da Procuradoria
38437 307 07/11/2020 19:02 AIJE n. 060047295.2020.6.05.0100 liminar -deferimento Parecer da Procuradoria 38515 413 08/11/2020 17:57 Decisão Decisão
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) ELEITORAL DA 100ª ZONA ELEITORAL – MUNICÍPIO DE SÃO DESIDÉRIO/BA
A COLIGAÇÃO “A VITÓRIA QUE O POVO QUER” (PT / PSD / DEM / MDB), representada por André Cordeiro Vasco Miranda, brasileiro, solteiro, assistente administrativo, inscrito no CPF/MF nº 045.368.975-26, portador do RG nº 1169334024 SSP/BA, TE nº 138231570558, residente e domiciliado na Rua Dr. Valério de Brito, nº415, Centro, São Desidério- Bahia e ADEMILTON BARBOSA DOS SANTOS, brasileiro, casado, pecuarista, portador do RG nº 04.755.959-47 SSP/BA, escrito no CPF/MF nº 605.482.405-82, residente na Rua das Palmeiras nº 386, Centro, São Desidério-BA, com qualificação e endereço devidamente registrados neste Juízo Eleitoral, por seus advogados, regularmente constituídos nos termos do instrumento de mandato em anexo, com escritório profissional na Rua Princesa Isabel, n° 629, Primavera, Barreiras-BA com esteio nos arts. 19 e 22 da LC 64/90 c/c art. 73, I da Lei 9.504/97, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL COM PEDIDO LIMINAR em face de:
1) JOSÉ CARLOS DE CARVALHO, brasileiro, prefeito do município de São Desidério, portador do RG: 6055404, CPF: 687.312.805-87, filho de José Rodrigues de Carvalho e Belanice Muniz de Carvalho, nascido aos 19/11/1971, residente na RUA HELIODRO XAVIER DOS SANTOS, Nº 100, CENTRO, CEP: 47820-000, São Desiderio – BA;
2) JOSÉ NEVES BARBOSA, brasileiro, vice-prefeito do município de São Desidério, portador do RG: 03.432.548-40, CPF: 467.570.665-72, filho de Antenor Barbosa dos Santos e Urania Albes Barbosa, natural de Barreiras - BA, nascido aos 26/03/1966, residente na FAZENDA MANDACARU, ZONA RURAL, CEP: 47820-000, São Desiderio – BA;
3) JOÃO PAULO JESUS DE BARROS MOREIRA, brasileiro, casado, portador do RG: 1574630288, CPF: 054.499.995-93, filho de Jose Moreira dos Santos e Salvian Jesus de Barros, nascido aos 14/06/1992, residente na POVOADO PINDAIBA, ZONA RURAL, CEP: 47820-000, São Desiderio – BA;
4) GERSON DE CARVALHO PEREIRA, brasileiro, casado, vereador, portador do RG: 0156956110, CPF: 225.573.505-91, filho de Diolino Honório Pereira e Nilza Carvalho Pereira, natural de São Desidério - BA, nascido aos 11/08/1960, residente na RUA DR. VALÉRIO DE BRITO, CENTRO, CEP: 47820-000, São Desiderio – BA;
5) JOACY FERREIRA DE CARVALHO, brasileiro, técnico em contabilidade, portador do RG: 0491083289, CPF: 550.063.535-20, filho de Geovah Rodrigues de Carvalho e Joana Ferreira Barbosa de Carvalho, natural de São Desiderio - BA, nascido aos 13/03/1970, residente na AV BR 135, CEP: 47820-000, São Desiderio – BA;
6) JORGE CAVALCANTE DE SOUZA, brasileiro, solteiro, vereador, portador do RG: 1480473863, CPF: 440.182.741-49, filho de Claudionor Cavalcante de Souza e Iris Carvalho de Souza, natural de São Desidério - BA, nascido aos 19/08/1968, residente na RUA FELIX JOSE CARDOSO, Nº 24, CENTRO, CEP: 47820-000, Sao Desiderio – BA; 7) ACÁCIO GIVANNO DE OLIVEIRA, brasileiro, pedreiro, portador do RG: 1439033811,
CPF: 031.315.655-78, filho de Não Consta e Geovanna Xavier de Oliveira Borges, nascido aos 26/07/1988, residente na RUA SINÉSIO DA SILVA NUNES 217, CEP: 47820-000, São Desidério – BA;
8) ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE, brasileiro, casado, portador do RG: 0867409894, CPF: 974.790.125-00, filho de Josaphá Barbosa de Andrade e Maria Terezinha Sampaio de Souza Andrade, natural de Barreiras - BA, nascido aos 03/07/1980, residente na RUA DUQUE DE CAXIAS, Nº 06, SITIO DO RIO GRANDE, CEP:47820-000, São Desidério – BA;
9) CORCILDE ARAÚJO DOS ANJOS, brasileiro, vereador, portador do RG: 1256593184, CPF: 012.775.985-92, filho de Corcino Ferreira dos Anjos e Carlita de Araújo dos Anjos,
natural de São Desidério - BA, nascido aos 07/09/1981, residente na RUA 2 DE JULHO, Nº 23, SITIO GRANDE, CEP: 47820-000, São Desidério – BA;
10) ELIO DIAS DA COSTA, brasileiro, casado, técnico de segurança, portador do RG: 857191888, CPF: 004.548.975-02, filho de Percilio Dias da Costa e Odelita Maria de Jesus, natural de Barreiras - BA, nascido aos 08/04/1979, residente na RUA SÃO FRANCISCO, Nº 578, CENTRO, CEP: 47820-000, São Desidério – BA;
11) ANA CRISTINA ALVES DA SILVA, brasileira, portadora do RG: 0857112767, CPF: 997.657.645-53, filha de Domingos Antônio da Silva e Anizia Alves da Silva, natural de Barreiras - BA, nascida aos 15/10/1979, residente na Rua do Pelicanos , nº 129, Bairro Porto Rico, CEP: 47820-000, São Desidério – BA;
12) TAISA DOS SANTOS PEREIRA, brasileira, casada, profissão outros, portadora do RG:1571601309 SSPBA, CPF: 055.481.685-76, filha de Geová Pereira dos Santos e Denise Neres dos Santos Pereira, natural de Barreiras - BA, nascida aos 11/12/1991, residente no Povoado de Extrema, Zona Rural, CEP: 47820-000, São Desiderio – BA, pelo o que passa a expor e ao final requerer o que se segue:
I - DA TEMPESTIVIDADE
Cumpre ressaltar a tempestividade do ajuizamento da presente ação, haja vista que a ação de investigação judicial eleitoral pode ser intentada a partir do pedido de registro de candidatura até a data da diplomação dos eleitos.
No caso em tela, os Investigados já requereram o pedido de registro perante esta MM. Zona Eleitoral, portanto, resta comprovada a tempestividade.
II - DA LEGITIMIDADE ATIVA E PASSIVA
No polo ativo da relação processual pode figurar partido político, Ministério Público Eleitoral, candidato ou coligação. Podem figurar no polo passivo candidato e também terceiro que praticou abuso de poder em benefício de candidato ou de partido político. (art. 20, LC 64/90).
Ademais, a presente ação é ajuizada por coligação e candidato em desfavor de candidatos, razão pela qual resta inquestionável a legitimidade das partes.
O art. 22 da Lei Complementar 64/90 diz ser a AIJE o instrumento próprio para averiguar o abuso do poder, entre eles o poder político, consoante se depreende da transcrição, ipsis litteris:
Art. 22. Qualquer partido político, coligação, candidato ou Ministério Público Eleitoral poderá representar à Justiça Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indícios e circunstâncias e pedir abertura de investigação judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade, ou utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, obedecido o seguinte rito.
O caso em comento se amolda perfeitamente ao dispositivo legal citado, eis que presentes as circunstâncias caracterizadoras do abuso dos poderes político e público praticados pelos investigados com fins eleitorais.
Conforme será visto ao longo desta peça, os investigados utilizam e abusam ilicitamente da máquina administrativa, através do uso de veículos públicos na campanha eleitoral.
Conforme provam os documentos em anexo e as demais informações, os veículos alhures indicados são contratados – direta e indiretamente – pelo Município de São Desidério, e estão sendo usados na campanha dos investigados, inclusive com plotagem contendo propaganda eleitoral.
Destarte, pugna-se, com base no quanto exposto nesta representação, bem como pelas provas carreadas aos autos, somada à gravidade dos abusos praticados, pela aplicação das sanções legais.
IV - DO ESBORÇO FÁTICO
O município de São Desidério tem contrato ativo de fornecimento de veículos automotores para transporte de servidores ou pessoas devidamente autorizadas, para atender às necessidades das secretarias municipais, dentro e fora do município, com a empresa CMD EMPREENDIMENTOS LTDA – ME, conforme termo de compromisso do pregão presencial nº 057-2017 e termos aditivos, válido até 16/12/2020, Pregão Presencial n°012/2020, contrato n° 154/2020.
Ocorre que, o gestor municipal, que é candidato à reeleição, e alguns candidatos ao cargo de vereador do município de São Desidério vêm utilizando os veículos locados pelo município em questão, para promoção pessoal, assim como participar de carreatas e outros eventos de campanha.
Tem-se, ainda, que os veículos estão circulando pelas ruas com plotagens e adesivos dos candidatos ao pleito eleitoral desse ano de 2020, conforme documentação anexa.
Os representados fizeram/fazem uso de veículos que estão à disposição do poder público, para desenvolvimento de atividades de campanha eleitoral em benefício de suas candidaturas.
Não há dúvidas de que os candidatos, aqui representados, utilizaram (e estão utilizando) veículos custeados com verba pública para a realização de propaganda eleitoral, a saber, aplicação de adesivos com nome e números dos candidatos, carreatas, passeatas e etc.
Repise-se, o atual prefeito do município de São Desidério/BA (primeiro representado), que é candidato à reeleição, juntamente com os demais acionados, candidatos ao cargo de vereador, utilizaram (e estão utilizando), indevidamente, veículos públicos para realização de atos campanha eleitoral e promoção pessoal, vejamos:
Nesse contexto, vale trazer à colação os veículos que estão a serviço do município, mediante processo de pagamentos anexo, porém de forma indevida e absurda estão sendo utilizados para realização de campanha eleitoral de diversos candidatos ligados ao prefeito candidato à reeleição, a saber:
CANDIDATO-PARTIDO CARRO PLACA Nº PROCESSO / SECRETARIA PÁGINA DO PROCESSO ITEM DA PAGINA DATA DE PAGAMENTO JOACY PDT FIAT UNO PLG-4336 1853 ADM 29 11 25/08/2020 JOACY PDT FIAT UNO PLG-4336 2080 ADM 18 2 25/09/2020 JORGE PDT FIAT UNO PLU-0J63 1996 FUNDOSAUDE 11 05 25/08/2020 JORGE PDT FIAT UNO PLU0J63 2306 FUNDO SAUDE 11 05 25/09/2020 ELIO PACARI PDT FIAT UNO PLG-9052 1996 FUNDO SAUDE 11 01 25/08/2020 ELIO PACARI PDT FIAT UNO PLG- 9052 2306 FUNDO SAUDE 11 01 25/09/2020 CRISTINA PDT FIAT/SIENA 1.4 PLT- 9E44 1823 CULTURA 10 01 24/08/2020 CRISTINA PDT FIAT/SIENA 1.4 PLT -9E44 2076 AGRICULTURA 11 11 25/09/2020 GERSON DA COELBA PP FIAT UNO PLU-5H01 1996 FUNDO SAUDE 11 03 25/08/2020 GERSON DA COELBA FIAT UNO PLU 5H01 2306 FUNDO SAUDE 11 03 25/09/2020 JOSE CARLOS E JOSÉ
BARBOSA- PP
FIAT UNO PLU-7F38 1996 FUNDO SAÚDE 11 08 24/08/2020 JOSÉ CARLOS E JOSE
BARBOSA
FIAT UNO PLU-7F38 2306 FUNDO SAUDE 11 08 25/09/2020 JOSÉ CARLOS E JOSE
BARBOSA PP
L 200 TRITON RCT- 4D86 2080 ADM 18 26 25/09/2020 JOÃO PAULO DA
PINDAIBA -PP
FIAT UNO PLU- 7C17 1996 FUNDO SAUDE 11 04 25/08/2020 JOÃO PAULO DA
PINDAIBA
FIAT UNO PLU- 7C17 2306 FUNDO SAUDE 11 04 25/09/2020 ACACIO GIVANNO PSDB FIAT UNO PLU-IC52 1996 FUNDO SAUDE 11 09 25/08/2020
ACACIO GIVANNO PSDB
FIAT UNO PLU- IC52 2306 FUNDO SAUDE 11 09 25/09/2020 ALISSON PSDB FIAT UNO PLU-3B84 1996 FUNDO SAUDE 11 18 25/08/2020 ALISSON PSDB FIAT UNO PLU -3B84 2306 FUNDO SAUDE 11 18 25/092020 CORCILDE ARAUJO PSDB FIAT UNO PLW-0E49 1853 ADM 29 18 24/08/2020 CORCILDE ARAUJO PSDB FIAT UNO PLW 0E49 2080 ADM 18 09 25/09/2020
TAISA PDT VW GOL JIH 2130 alteração para
JIH 2B30
1996 FUNDO SAUDE 11 20 25/08/2020 TAISA PDT VW GOL JIH 2130
alteração para JIH 2B30
2306 FUNDO SAUDE 11 20 25/09/2020
Diante do alegado e das provas acostadas a esta representação, tem-se que os investigados estão incorrendo na prática das condutas vedadas tipificadas no art. 73, inciso I, da Lei nº 9.504/94, por estarem usando bens pertencentes ao munícipio, para fins de campanha eleitoral em benefício de suas candidaturas ao cargo de prefeito, vice-prefeito e vereador.
V – DAS RAZÕES E DO DIREITO
Tem-se que bens pertencentes ao Município de São Desidério/BA estão sendo indevidamente utilizados para fins de campanha eleitoral em benefício dos representados, às custas do erário. Sem dúvida alguma, condutas como as descritas tendem a afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos no pleito eleitoral, em detrimento dos demais.
A Lei n.º 9.504/97, dispondo sobre as condutas vedadas aos agentes públicos, assim proíbe, in verbis:
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
I – ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direita ou indireta da União, estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
O Código Eleitoral dispõe o seguinte, in verbis:
Art. 377. O serviço de qualquer repartição, federal, estadual, municipal, autarquia, fundação do Estado, sociedade de economia mista, entidade mantida ou subvencionada pelo poder público, ou que realiza contrato com este, inclusive o respectivo prédio e suas dependências não poderá ser utilizado para beneficiar partido ou organização de caráter político.
Parágrafo único. O disposto neste artigo será tornado efetivo, a qualquer tempo, pelo órgão competente da Justiça Eleitoral, conforme o âmbito nacional, regional ou municipal do órgão infrator, mediante representação fundamentada de autoridade pública, representante partidário, ou de qualquer eleitor.
Não há dúvidas de que, ao proibir aos agentes públicos determinadas condutas durante o período eleitoral, o objetivo do legislador é garantir a igualdade entre os candidatos e os partidos políticos, a probidade administrativa, bem como a legitimidade das eleições, para evitar que qualquer agente público abuse de suas funções com o propósito de beneficiar candidato ou partido de sua preferência, cabendo aos cidadãos e aos servidores da Justiça Eleitoral a fiscalização das condutas desses agentes públicos.
Os bens pertencentes à administração pública direta ou indireta não podem ser utilizados em benefício específico de candidato, partido ou coligação, uma vez que se prestam a atender às necessidades da população, independentemente da preferência partidária. Assim não poderia jamais a Prefeitura Municipal, através do seu representante legal, utilizar-se dos veículos, servidores e bens imóveis que servem à Prefeitura, colocando-os à disposição de sua campanha política e de seus apaniguados.
Destarte, conforme farta prova colacionada à presente, resta devidamente comprovada a utilização de veículos afetados ao serviço público municipal na campanha dos investigados.
Veja, Excelência, que resta devidamente comprovada a contratação destes veículos pelo Município de São Desidério, durante o ano de 2020 – inclusive no período eleitoral – sendo que as fotografias anexas comprovam o uso na campanha, na mesma
oportunidade em que estão afetados ao serviço público, conforme processos de pagamento em anexo.
A verdade, Excelência, é que os Investigados utilizam o dinheiro público e bens móveis afetados à finalidade pública para fins particulares e eleitoreiros. Está clara, portanto, a utilização de bens públicos, da força da máquina administrativa, para proporcionar a continuidade no Poder de um grupo político na cidade de São Desidério, razão pela qual a coligação investigante, bem como o candidato a prefeito ajuíza a presente ação a fim de impedir e/ou punir os responsáveis pela referida conduta vedada estabelecida pela legislação de regência.
A utilização de bem público ou à serviço público em favor de campanha eleitoral de interesse do Gestor Municipal é conduta reprovável que configura improbidade administrativa, em tese, crime de responsabilidade, além de abuso de poder político previsto na Lei n° 9.504/97.
Ademais, não é necessário a comprovação de seu conhecimento ou autorização para configuração do ilícito eleitoral, visto que sua responsabilidade é objetiva, não cabendo apenas a verificação da presunção dos requisitos necessários à sua caracterização, eis o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, "Verificada a presença dos requisitos necessários à sua caracterização, a norma proibitiva reconhece-se violada, cabendo ao julgador aplicar as sanções previstas nos §§ 4º e 5º do referido artigo de forma proporcional" (Recurso Especial Eleitoral nº 53067, Acórdão de 07/04/2016, Relator (a) Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA, Publicação: DJE - Diário de Justiça Eletrônico, Data 02/05/2016, Página 52-54).
É importante ressaltar que o Mestre Celso Antônio Bandeira de Mello ensina que “são bens públicos todos os que pertencem a pessoas jurídicas de direito público, bem como os que estejam afetados à prestação de um serviço público” (BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo, São Paulo: Saraiva, 30. Ed. 2013, p. 768). Neste diapasão de ideias é que se fixa o entendimento eleitoral sobre bens públicos.
Destarte, o uso da máquina pública e a conduta vedada foi amplamente demonstrada. Nesse contexto, o entendimento pacífico do TSE, a saber:
“[...] A Justiça vem aplicando a proibição de forma rigorosa, tornando o processo eleitoral mais democrático, fortalecendo e preservando a lisura do pleito e das previsões normativas. Neste sentido, vejamos a JURISPRUDÊNCIA: “1. O art. 73 da Lei nº 9.504/1997 tutela a igualdade na disputa entre os candidatos participantes do pleito, no intuito de manter a higidez do processo eleitoral. Contudo, para afastar legalmente determinado mandato eletivo obtido nas
urnas, compete à Justiça Eleitoral verificar a existência de provas seguras de que o uso da máquina pública foi capaz de atingir o bem protegido pela referida norma. Na linha da jurisprudência do TSE, “para configuração da conduta vedada descrita no art. 73, I, da Lei nº 9.504/97, é necessário que a cessão ou utilização de bem público seja feita em benefício de candidato, violando-se a isonomia do pleito”, pois “o que a lei veda é o uso efetivo, real, do aparato estatal em prol de campanha, e não a simples captação de imagens de bem público” (Rp nº 3267-25/DF, rel. Min. Marcelo Ribeiro, julgada em 29.3.2012). 2. Configura a conduta vedada pelo art. 73, incisos I e III, da Lei nº 9.504/1997 a efetiva utilização de bens públicos - viatura da Brigada Militar e farda policial - e de servidores públicos - depoimentos de policiais militares fardados gravados no contexto da rotina de trabalho e divulgados para promoção de candidatura política. [...]” (TSE - Recurso Ordinário nº 137994, Relator(a) Min. Gilmar Ferreira Mendes, Dje 22/03/2017).
No caso em tela, repita-se, evidenciou-se o uso abusivo da máquina pública e o pleno exercício de uma conduta vedada no campo da disputa eleitoral. Flagrante, pois, o abuso do poder econômico que beneficiou os investigados, em detrimento dos demais candidatos e do equilíbrio do pleito.
A legislação vai no sentido de combater as atitudes que afetam, direta ou indiretamente, a isonomia das eleições, pelo uso indevido dos bens que compõem a administração pública.
Os investigados praticaram ilícito eleitoral porque suas atitudes são de aparente abuso de poder econômico, visando influenciar a vontade dos eleitores para obtenção de votos em benefício próprio, conduta vedada pela Legislação Eleitoral.
A situação de ilícita vantagem em relação aos demais concorrentes ao pleito é evidente.
Conforme entendimento já pacificado na doutrina e jurisprudência, o que a lei proíbe é a simples prática de quaisquer das condutas elencadas nos incisos do art. 73 da Lei n.º 9.504/97, não havendo necessidade de se demonstrar potencialidade apta a causar desequilíbrio ou influir no resultado do pleito, nem benefício concreto a qualquer candidato, a despeito de, no caso em tela, ser manifesta a vantagem auferida pelos representados.
Nesse sentido, precedentes do E. Tribunal Superior Eleitoral:
“Representação. Mensagem eletrônica com conteúdo eleitoral. Veiculação. Intranet de Prefeitura. Conduta vedada. Art. 73, VI, da Lei n.º 9.504/97. Caracterização. 1. Hipótese em que a Corte Regional entendeu caracterizada a conduta vedada a que se refere o art. 73, I, da Lei das Eleições, por uso de bem público em benefício de candidato, imputando a responsabilidade ao recorrente. Reexame de
matéria fática. Impossibilidade. 2. Para a configuração das hipóteses enumeradas no citado art. 73 não se exige a potencialidade da conduta, mas a mera prática dos atos proibidos. (...) Recurso especial não conhecido” (TSE - Acórdão n.º 21151, Relator Min. Fernando Neves da Silva, datado de 27/03/2003). (g.n.)
No mesmo sentido:
“RECURSO ESPECIAL. Eleições 2004. Representação. Propaganda irregular. Caracterização. Registro. Art. 73 da Lei n.º 9.504/97. Princípio da proporcionalidade. Provimento negado. 1 - Para imposição das sanções previstas no art. 73 da Lei n.º 9.504/97, não se examina a potencialidade ofensiva, basta a simples conduta. 2 - De acordo com o princípio da proporcionalidade, a pena deverá ser aplicada na razão direta do ilícito praticado. – g.n. (TSE - Ac. n.º 24883, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, de 21/03/2006) É estarrecedora a forma com que os representantes afrontam à Justiça Eleitoral e desrespeita à Lei, para alcançar o significativo potencial que a utilização dos bens públicos podem gerar em campanha eleitoral.
Destarte, percebe-se claramente o intuito eleitoreiro e o nítido abuso de poder público (na utilização de bens municipais para veiculação de propaganda eleitoral em favor de suas candidaturas) praticado pelos representantes, devendo esses terem o cancelamento do seu registro, ou em caso de eleito, ter a cassação do seu diploma, bem como a condenação de multa e pena de inelegibilidade, nos termos dos §§ 4º e 5º, do artigo 73, da Lei 9.504/97.
VI – DO PEDIDO INIBITÓRIO EM LIMINAR DE TUTELA DE URGÊNCIA
Parece evidente que neste caso se impõe a concessão de tutela de urgência inibitória, sob pena de inutilidade da sentença inibitória final, pois eventualmente a ação de investigação judicial eleitoral só terá o seu julgamento de mérito quando já bem adiantado estará o pleito eleitoral.
Nesse contexto, é necessário lembrar a previsão expressa do art. 22, I, "b", da LC 64/90: "determinará que se suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente". Assim, se houver o reconhecimento de que se trata de abuso, o art. 22, I, "b" autoriza a inibição liminar.
Ademais, como o caso em tela trata-se de ofensa ao art. 73, I, da Lei Eleitoral a previsão de liminar está prevista no mesmo dispositivo (Art. 73. São proibidas aos agentes
públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: (...) § 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão imediata da conduta vedada).
Outrossim, como se trata de tutela inibitória, necessária é a imposição de multa para garantir a eficácia da decisão judicial, mediante multa de natureza coercitiva, sempre admitida na Justiça Eleitoral: “A multa cominatória (astreinte) possui natureza coercitiva e intimidatória, sendo aplicável para garantir a autoridade e a eficácia da própria decisão judicial (...)”. O mesmo precedente do TRE-DF registra que: “O valor da multa deve ser suficiente a desestimular o descumprimento à determinação judicial, o que só pode ser feito se este for arbitrado em patamar passível de coagir o infrator de acordo com sua disponibilidade financeira” (REPRESENTAÇÃO nº 12836, Rel. Nilsoni de Freitas CUSTÓDIO, 27/07/2011).
É com tais fundamentos que se requer: a) a concessão de liminar para inibir o ilícito demonstrado ao longo desta peça, com fixação de multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para cada dia de descumprimento, para desestimular a continuidade da conduta, diante do claro beneficiamento direto e disparidade do pleito; b) por cautela, seja determinada a apreensão dos veículos aqui sinalizados, os quais se encontram nos endereços dos representados; c) por fim, requer, a imediata expedição de intimação à Prefeitura Municipal de São Desidério, como forma de garantir o imediato cumprimento das medidas requeridas.
VII – DAS CONSIDERAÇÕES FINAIS
É cediço que o abuso de poder interfere absolutamente na tomada de decisão pelo eleitor afrontando de forma irretorquível ao princípio democrático, já que golpeia ao bem jurídico de maior apreço no Direito Eleitoral que é a normalidade e legitimidade das eleições, destarte, pode comprometer ilicitamente nos resultados das urnas. (CASTRO, Edson Resende. Teoria e prática do direito eleitoral. 5.ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2010, p. 286.)
Por tudo quanto foi exposto, requer-se:
a) Seja conceda a tutela de urgência (tutela inibitória), para impedir a continuidade do ilícito consubstanciado na utilização de veículos locados pelo município de São Desidério, que estão à disposição do poder público, em benefício dos candidatos investigados, para desenvolvimento de atividades de campanha eleitoral, em benefício de suas candidaturas,
nos termos do art. 73, inciso I da Lei nº. 9.504/97, I - com a fixação de multa de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para cada dia de descumprimento;
b) I - Por cautela, seja determinada a BUSCA E APREENSÃO dos veículos aqui sinalizados, os quais se encontram nos endereços dos representados, a fim de desestimular o descumprimento desta medida, e em caso de realização de provas periciais os mesmos não seja danificados/alterados, em caso de não entender da realização da busca e apreensão;
II – seja determinado a imediata expedição de intimação à Prefeitura Municipal de São Desidério determinando a suspensão da utilização dos veículos indicados na exordial, em atos de campanha eleitoral;
c) O recebimento desta representação, imprimindo-se ao feito o rito previsto no artigo 22 da LC 64/1990, conforme determina o § 12 do art. 73 da Lei nº 9.504/1997;
d) A notificação dos representados para, querendo, apresentar defesa em cinco dias (art. 22, I, “a” da LC nº 64/1990);
e) Seja, ao final, julgada procedente a presente ação, reconhecendo a gravidade das circunstâncias do abuso de poder político praticado pelo Prefeito Municipal de São Desidério, candidato à reeleição, seus aliados políticos, correligionários e lideranças, para declarar a prática de abuso de poder político por uso de bens públicos em campanhas eleitorais, com a decretação da inelegibilidade por 8 (oito) anos de todos os réus e a cassação dos registros dos que forem candidatos e, acaso eleitos, dos seus respectivos diplomas, bem como na pena de multa no valor de no, no mínimo, R$ 5.000,00 (cinco mil reais) para cada um dos investigados, nos termos dos §§4º e 5º do art. 73 da Lei 9.504/97.
f) Requer por fim, outrossim, a manutenção de sigilo até ulterior cumprimento das diligências, sob pena de restar frustrada sua finalidade, especialmente em municípios pequenos como São Desiderio, em que toda a comunidade se conhece.
Por fim, protesta e requer, ainda, provar o quanto acima alegado, por todos os meios e formas em direito admitidos, especialmente com a oitiva de testemunhas, as quais comparecerão sem a devida intimação, bem como através de prova documental, pericial e todos os que venham a ser necessários para a formação da convicção judicial.
Segue rol de testemunhas.
1) Gildasio Alves de Oliveira, RG nº98195891 SSPBA, Travessa JK, nº108, Bairro Juazeiro, São Desidério - Bahia;
2) Wellington da Cunha Carvalho, RG nº 0503241520, Rua heliodoro Xavier dos Santos, nº230, São Desidério - Bahia;
Nestes termos, Pede deferimento.
São Desidério/BA, 04 de novembro de 2020.
Márcio Silva Santos Ademir Ismerim
Requerimento de Registro de Candidatura - RRC
Pedido Coletivo
Exmo. Sr. Juiz Eleitoral,
O Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB qualificado e subscrito no respectivo DRAP, vem requerer, nos termos da Resolução TSE nº23.548/2017, o registro da candidatura de ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE ao cargo de Vereador , instruindo o pedido com a documentação e as informações exigidas.
O candidato é Brasileira nata, nascido em BARREIRAS - BA, no dia 03/07/1980, do gênero Masculino, cor/raça Parda, Casado(a), portador do documento de identidade nº 867409894 - SSP/BA, CPF nº 97479012500, grau de instrução Ensino Médio incompleto, Técnico em Informática, e não ocupou nos últimos 6 meses cargo em comissão ou função comissionada na administração pública.
Identificação do candidato
094217800574
Título de eleitor: Nome Completo civil do candidato ou nome social informado à JE:
null
Cargo: Vereador
45000 ALISSON
ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE
Quais eleições já concorreu:
Número: Nome para urna:
Cargo eletivo que ocupa:
Endereço onde receberá notificações, intimações e demais comunicações da Justiça Eleitoral: Partido: Partido da Social Democracia Brasileira
-(77) 981459216 Whatsapp
(77) 999551963 Whatsapp Advogada do Partido - Ruth Léa (77) 999551963 Whatsapp Advogada do Partido - Ruth Léa (77) 981459216 Whatsapp
Telefones Cadastrados:
null
Endereço para atribuição de CNPJ
Concorrendo a reeleição para o mesmo cargo? Sim , às
Enviado eletronicamente à Justiça Eleitoral em 24/09/2020 05:33:45
Endereço de comitê central de campanha
null
Nome conforme RFB: ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE
Correio Eletrônico: psdbdademocracia45@gmail.com ruthlea_dto@hotmail.com psdbdademocracia45@gmail.com ruthlea_dto@hotmail.com 24/09/2020
Autorizo o Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB a requerer o registro de minha candidatura e declaro que sou responsável pela exatidão das informações prestadas.
Requerimento de Registro de Candidatura - RRC
Pedido Coletivo
ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE
24/09/2020
Autorizo o Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB a requerer o registro de minha candidatura e declaro que sou responsável pela exatidão das informações prestadas.
SÃO DESIDÉRIO,
* Declaro, para os devidos fins, que as informações contidas no presente Requerimento de Registro de Candidatura - RRC são verdadeiras e assumo o compromisso de apresentar, quando solicitado pela Justiça Eleitoral, os comprovantes originais. E que estou ciente da necessidade de prestação de contas à Justiça Eleitoral em caso de renúncia, desistência, substituição, indeferimento, cassação ou cancelamento do pedido de registro da minha candidatura (Art. 26, IV, da Resolução TSE nº 23.548/2017).
JUSTIÇA ELEITORAL
100ª ZONA ELEITORAL DE SÃO DESIDÉRIO BA
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (11527) Nº 0600472-95.2020.6.05.0100 / 100ª ZONA ELEITORAL DE SÃO DESIDÉRIO BA
REPRESENTANTE: ANDRE CORDEIRO VASCO MIRANDA
REQUERENTE: ELEICAO 2020 ADEMILTON BARBOSA DOS SANTOS PREFEITO
Advogados do(a) REPRESENTANTE: ADEMIR ISMERIM MEDINA BA7829, MARCIO SANTOS DA SILVA -BA28111-A
Advogados do(a) REQUERENTE: ADEMIR ISMERIM MEDINA - BA7829, MARCIO SANTOS DA SILVA - BA28111-A INVESTIGADO: JOSE CARLOS DE CARVALHO, JOSE NEVES BARBOSA, JOAO PAULO JESUS DE BARROS MOREIRA, GERSON DE CARVALHO PEREIRA, JOACY FERREIRA DE CARVALHO, JORGE CAVALCANTE DE SOUZA, ACACIO GIVANNO DE OLIVEIRA, ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE, CORCILDE ARAUJO DOS ANJOS, ELIO DIAS DA COSTA, ANA CRISTINA ALVES DA SILVA, TAISA DOS SANTOS PEREIRA
DESPACHO
Intime-se o Ministério Público Eleitoral para, se quiser, se manifestar sobre os pedidos liminares, em 24 horas. Transcorrido o prazo, certifique-se e remetam-se conclusos .
São Desidério. datado em assinatura digital Fernanda Maria de Araújo Mello
Autos 0600472-95.2020.6.05.0100 Ação de Investigação Judicial Eleitoral PROMOÇÃO MINISTERIAL
Compulsando-se os autos, verifica-se que, em razão do segredo de justiça, não foi oportunizado ao órgão ministerial a íntegra dos documentos que instruem a petição inicial.
Assim, o MPE requer seja franqueada vista integral dos autos, para exame da pretensão liminar autoral com a celeridade e urgência que o caso requer.
São Desidério, 06 de novembro de 2020.
ANDRÉ LUIS SILVA FETAL Promotor de Justiça Eleitoral
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DA BAHIA
JUÍZO DA 100ª ZONA ELEITORAL DE SÃO DESIDÉRIO BA
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (11527)0600472-95.2020.6.05.0100
CERTIDÃO
CERTIFICO QUE foi alterada a visibilidade dos documentos para o Ministério Público Eleitoral.
Na oportunidade, faço vista dos autos ao MPE. .
6 de novembro de 2020.
DENISE MOREIRA DA SILVA
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) ELEITORAL DA 100ª ZONA ELEITORAL – MUNICÍPIO DE SÃO DESIDÉRIO/BA.
A COLIGAÇÃO “A VITÓRIA QUE O POVO QUER” (PT / PSD / DEM / MDB), já devidamente qualificada nos autos da AIJE em comento, por meio de seu
advogado que esta subscreve, vem nesta oportunidade, e reforço ao pedido de Busca e Apreensão, requer a juntada de novas provas, para subsidiar o requerimento da inicial.
Como pode ser visto nos vídeos aqui acostado, os fatos descritos na inicial se mantem no dia a dia, inclusive hoje foi realizada as filmagens para demonstrar a veracidade dos fatos.
Vide que os veículos locados pelo município se encontram no dia a dia realizando atos eleitorais, tanto pelo candidato a prefeito como para os candidatos a vereadores, fatos esse comprovados nos vídeos agora acostados.
Nesta mesma oportunidade enaltece, que os veículos foram todos fotografados no decorrer da semana passada, onde apurou a utilização dos veículos em campanha eleitoral, e mais todos plotados com propagandas do candidato a prefeito e do candidato a vereador que circula com o veiculo.
Assim, é que reforça o pedido de BUSCA E APREENSÃO dos veículos citados na inicial, inclusive com estas novas provas, para o fim especial de cessar o abuso, e averiguar os crimes ora elencados.
Nestes Termos, Pede deferimento.
Barreiras, 07 de novembro de 2020.
MARCIO SANTOS DA SILVA OAB/BA 28.111
07/11/2020 13:28
CAMINHONETE UTILIZADA 0-11-2020
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Data da assinatura: 07/11/2020
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07/11/2020 13:28
VIDEO-2020-11-07 CAMINHONETE
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07/11/2020 13:28
ACACIO GIVANO-2020-11-07-09-04-27
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07/11/2020 13:28
JORGE DO SINDICATO 2020-11-07-08-27-49
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07/11/2020 13:28
GERSON DA COELBA-2020-11-07
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Ministério Público Eleitoral
100ª Zona Eleitoral – São Desidério e Catolândia – BA
1 Processo n. 0600472-95.2020.6.05.0100
Ação de Investigação Judicial Eleitoral
PARECER
Trata-se de Ação de Investigação Judicial Eleitoral ajuizada pela coligação “A Vitória Que o Povo Quer” e Ademilton Barbosa dos Santos, candidato ao cargo de Prefeito, contra José Carlos de Carvalho, atual Prefeito de São Desidério e candidato à reeleição, José Neves Barbosa, candidato a Vice-Prefeito, João Paulo Jesus de Barros Moreira, Gerson de Carvalho Pereira, Joacy Ferreira de Carvalho, Jorge Cavalcante de Souza, Acácio Givanno de Oliveira, Alisson Sampaio de Andrade, Corcilde Araújo dos Anjos, Elio Dias da Costa, Ana Cristina Alves da Silva e Taisa dos Santos Pereira, candidatos ao cargo de Vereador.
Segundo a coligação investigante, o Município de São Desidério possui contrato administrativo (Contrato 154/2020) com a pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, derivado do Pregão Presencial n. 12/2020, que tem por objeto a prestação de “serviços de
locação de veículo automotor a serem utilizados para atender demandas de todos os órgãos da prefeitura municipal de São Desidério, envolvendo o trânsito de servidores, ou pessoas devidamente autorizadas, dentro e fora da área do município”.
A parte autora alega que os investigados estão utilizando indevidamente veículos locados pelo Município de São Desidério, seja mediante afixação de adesivos com propaganda eleitoral, seja para o transporte de apoiadores durante os eventos de campanha eleitoral, o que caracteriza, na sua compreensão, ofensa ao art. 73, I e II da Lei Federal n. 9.504/97.
Por tais razões, a coligação investigante pugna pela concessão de tutela de urgência de natureza inibitória, com esteio no art. 22, I, “b”, da Lei Complementar 64/90, a fim de que seja intimado o Município de São Desidério para que se abstenha de permitir a circulação de veículos afetados ao serviço público com propaganda eleitoral e que impeça a utilização deles em eventos de campanha, sob pena de multa diária no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), bem assim seja deferida a apreensão dos veículos listados.
Ministério Público Eleitoral
100ª Zona Eleitoral – São Desidério e Catolândia – BA
2 É o breve relatório.
Após análise preliminar dos autos, o Ministério Público Eleitoral entende ser possível a concessão da tutela de urgência de natureza inibitória requerida pela parte autora.
Dispõe o art. 330 do Código de Processo Civil que “a tutela de urgência será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo”.
Por sua vez, o art. 22, I, “b”, da Lei Complementar 64/90 autoriza a concessão de ordem judicial que “suspenda o ato que deu motivo à representação, quando for relevante
o fundamento e do ato impugnado puder resultar a ineficiência da medida, caso seja julgada procedente”.
No caso em apreço, a coligação investigante demonstrou o emprego indevido em atos de campanha e afixação de propaganda eleitoral irregular em 13 (treze) veículos locados pelo Município de São Desidério com a pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, consoante diversas fotografias juntadas aos autos:
O uso indevido de bens móveis afetados à prestação de um serviço público Listagem de veículos identificados com propaganda irregular e usados
indevidamente em campanha eleitoral
1 Marca / Modelo Placa Processos de Pagamentos
2 Fiat / Uno PLG-4336 1853 e 2080
3 Fiat / Uno PLU-0J63 1996 e 2306
4 Fiat / Uno PLG-9052 1996 e 2306
5 Fiat / Siena PLT-9E44 1823 e 2076
6 Fiat / Uno PLU-5H01 1996 e 2306
7 Fiat / Uno PLU-7F38 1996 e 2306
8 Mitsubish / L200 Triton RCT-4D86 2080
9 Fiat / Uno PLU-7C17 1996 e 2306
10 Fiat / Uno PLU-IC52 1996 e 2306
11 Fiat / Uno PLU-3B84 1996 e 2306
12 Fiat / Uno PLW-0E49 1853 e 2080
Ministério Público Eleitoral
100ª Zona Eleitoral – São Desidério e Catolândia – BA
3 contratado pela Administração Pública municipal incorre em aparente incidência na conduta vedada prevista no art. 73, I e II da Lei Federal 9.504/97, verbis:
Lei Federal 9.504/97
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;
Outrossim, considerando que a legislação eleitoral considera que a prática de conduta vedada viola a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais, o perigo da demora reside na perpetuação da prática visivelmente ilegal, em que candidatos estão se beneficiando indevidamente de bens móveis afetados à prestação de um serviço público em benefício particular de suas campanhas eleitorais.
Todavia, a fim de harmonizar o interesse público subjacente à legalidade e boa-fé na disputa eleitoral com a prestação do serviço público, o Ministério Público Eleitoral se manifesta pela concessão parcial da tutela de urgência requerida pela coligação investigante, nos seguintes termos:
a) Apreensão e retenção no pátio da garagem do Município de São Desidério dos seguintes veículos locados pela pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, pelo prazo máximo de 24h (vinte e quatro horas), para inspeção, identificação, registro e remoção de propaganda eleitoral irregular:
Ministério Público Eleitoral
100ª Zona Eleitoral – São Desidério e Catolândia – BA
4 b)
b) Deferimento de autorização judicial de busca no interior dos seguintes veículos locados pela pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, para eventual apreensão de materiais de propaganda (adesivos, santinhos, panfletos, bottons, camisas, etc.), dinheiro, cheques ou quaisquer títulos de cunho pecuniário, extratos bancários, planilhas e quaisquer documentos ligados à prática de condutas vedadas e/ou crimes eleitorais ou comuns conexos, durante o período de 24h (vinte e quatro horas) de retenção dos automóveis:
Listagem de veículos identificados com propaganda irregular e usados indevidamente em campanha eleitoral
1 Marca / Modelo Placa Processos de Pagamentos
2 Fiat / Uno PLG-4336 1853 e 2080
3 Fiat / Uno PLU-0J63 1996 e 2306
4 Fiat / Uno PLG-9052 1996 e 2306
5 Fiat / Siena PLT-9E44 1823 e 2076
6 Fiat / Uno PLU-5H01 1996 e 2306
7 Fiat / Uno PLU-7F38 1996 e 2306
8 Mitsubish / L200 Triton RCT-4D86 2080
9 Fiat / Uno PLU-7C17 1996 e 2306
10 Fiat / Uno PLU-IC52 1996 e 2306
11 Fiat / Uno PLU-3B84 1996 e 2306
12 Fiat / Uno PLW-0E49 1853 e 2080
13 Volkswagen / Gol JIH-2B30 1996 e 2306
Listagem de veículos identificados com propaganda irregular e usados indevidamente em campanha eleitoral
1 Marca / Modelo Placa Processos de Pagamentos
2 Fiat / Uno PLG-4336 1853 e 2080
3 Fiat / Uno PLU-0J63 1996 e 2306
4 Fiat / Uno PLG-9052 1996 e 2306
5 Fiat / Siena PLT-9E44 1823 e 2076
6 Fiat / Uno PLU-5H01 1996 e 2306
7 Fiat / Uno PLU-7F38 1996 e 2306
8 Mitsubish / L200 Triton RCT-4D86 2080
9 Fiat / Uno PLU-7C17 1996 e 2306
10 Fiat / Uno PLU-IC52 1996 e 2306
Ministério Público Eleitoral
100ª Zona Eleitoral – São Desidério e Catolândia – BA
5 c)
c) Ordem judicial de cunho inibitório para que o Município de São Desidério se abstenha a autorizar/tolerar/permitir o uso indevido de bens públicos ou afetados à prestação de um serviço público por ele prestado em atos de campanha eleitoral e/ou para divulgação de propaganda eleitoral, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), por dia descumprimento.
O Ministério Público Eleitoral requer também que o douto Juízo da 100ª Zona Eleitoral autorize o compartilhamento de cópia integral dos autos, para apuração de possíveis outros ilícitos eleitorais, civis e/ou penais.
São Desidério, 07 de novembro de 2020. ANDRÉ LUIS SILVA FETAL Promotor de Justiça Eleitoral
12 Fiat / Uno PLW-0E49 1853 e 2080
JUSTIÇA ELEITORAL
100ª ZONA ELEITORAL DE SÃO DESIDÉRIO BA
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO JUDICIAL ELEITORAL (11527) Nº 0600472-95.2020.6.05.0100 / 100ª ZONA ELEITORAL DE SÃO DESIDÉRIO BA
REPRESENTANTE: ANDRE CORDEIRO VASCO MIRANDA
REQUERENTE: ELEICAO 2020 ADEMILTON BARBOSA DOS SANTOS PREFEITO
Advogados do(a) REPRESENTANTE: ADEMIR ISMERIM MEDINA BA7829, MARCIO SANTOS DA SILVA -BA28111-A
Advogados do(a) REQUERENTE: ADEMIR ISMERIM MEDINA - BA7829, MARCIO SANTOS DA SILVA - BA28111-A INVESTIGADO: JOSE CARLOS DE CARVALHO, JOSE NEVES BARBOSA, JOAO PAULO JESUS DE BARROS MOREIRA, GERSON DE CARVALHO PEREIRA, JOACY FERREIRA DE CARVALHO, JORGE CAVALCANTE DE SOUZA, ACACIO GIVANNO DE OLIVEIRA, ALISSON SAMPAIO DE ANDRADE, CORCILDE ARAUJO DOS ANJOS, ELIO DIAS DA COSTA, ANA CRISTINA ALVES DA SILVA, TAISA DOS SANTOS PEREIRA
DECISÃO
Trata-se de Ação de Investigação Judicial Eleitoral ajuizada pela coligação “A Vitória Que o Povo Quer” e Ademilton Barbosa dos Santos, candidato ao cargo de Prefeito, contra José Carlos de Carvalho, atual Prefeito de São Desidério e candidato à reeleição e s candidatos ao cargo de Vereador.
Segundo os investigantes, o Município de São Desidério possui contrato administrativo (Contrato 154/2020) com a pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, derivado do Pregão Presencial n. 12/2020, que tem por objeto a prestação de “serviços de locação de veículo automotor a serem utilizados para atender demandas de todos os órgãos da prefeitura municipal de São Desidério, envolvendo o trânsito de servidores, ou pessoas devidamente autorizadas, dentro e fora da área do município”.
Sustentam que “ o gestor municipal, que é candidato à reeleição, e alguns candidatos ao cargo de vereador do município de São Desidério vêm utilizando os veículos locados pelo município em questão, para promoção pessoal, assim como participar de carreatas e outros eventos de campanha; que os veículos estão circulando pelas ruas com plotagens e adesivos dos candidatos ao pleito eleitoral desse ano de 2020, conforme documentação anexa “, o que caracteriza conduta proibida, nos moldes do art. 73, I e II da Lei Federal n. 9.504/97.
Em sede liminar, requererem a busca e apreensão dos veículos apontados; expedição de intimação à Prefeitura Municipal de São Desidério no sentido de suspensão da utilização dos veículos indicados na exordial.
Ouvido o MPE, se manifestou em evento id 38437307, pela concessão da
medidas de urgência, com respaldo no art. 330 do CPC, art. 22, I “b” da Lei Complementar 64/90 e art. 73, I e II da Lei Federal 9.504/97, nos seguintes termos:
Apreensão e retenção no pátio da garagem do Município de São Desidério dos seguintes veículos locados pela pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, pelo prazo máximo de 24h (vinte e quatro horas), para inspeção, identificação, registro e remoção de propaganda eleitoral irregular de 18 veículos; autorização judicial de busca no interior dos seguintes veículos locados pela pessoa jurídica CMD Empreendimentos Ltda. – ME, para eventual apreensão de materiais de propaganda (adesivos, santinhos, panfletos, bottons, camisas, etc.), dinheiro, cheques ou quaisquer títulos de cunho pecuniário, extratos bancários, planilhas e quaisquer documentos ligados à prática de condutas vedadas e/ou crimes eleitorais
ou comuns conexos, durante o período de 24h (vinte e quatro horas) de retenção dos automóveis em 13 veículos; Ordem judicial de cunho inibitório para que o Município de São Desidério se abstenha a autorizar/tolerar/permitir o uso indevido de bens públicos ou afetados à prestação de um serviço público por ele prestado em atos de campanha eleitoral e/ou para divulgação de propaganda eleitoral, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), por dia descumprimento. Requer, ainda, o compartilhamento de cópia integral dos autos.
Após relato, decido:
Dispõe o artigo 73 da Lei Federal 9.504 de 1997:
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais:
I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, ressalvada a realização de convenção partidária;
II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram;
Dos documentos carreados aos autos, mormente id 38012294, há evidências de que o atual prefeito, candidato à reeleição, vem se utilizando do veículo locado pelo Município de São Desidério para transportar apoiadores e em atos de campanha, conduta vedada, nos termos do art.73, I e II da Lei 9.504 de 1997, além de propanda irregular previsto no art. 37 da Lei 9.504/1997.
No que tange aos fatos relacionados aos demais veículos constantes da inicial, verifica-se, a princípio, que as provas se atém a adesivação de veículos afetados ao Município com nome de candidatos a vereadores, ligados ao atual prefeito, ilícito que, estreme de dúvidas, encontra óbice no 37 da Lei 9.504/1997, apesar de controvérsias quanto à incidência do art. 73 do Código Eleitoral. Nesse sentido, trago emenda de decisão do TRE-PI:
Representação. Eleições 2014. Conduta Vedada a agentes públicos. Adesivação de bem móvel afetado ao serviço público com propaganda eleitoral de candidato. Preliminar de inadequação da via eleita. Inicial que, em seus fundamentos e de acordo com a moldura fática delineada, denota conduta voltada à propaganda irregular, nnos termos do art. 37 da Lei 9.504/1997, na redação entaõ vigente (Lei 12.891/2013). reliminar Acolhida. Processo extinto sem resolução de mérito. Utilização de um veículo locado pela Prefeitura, para fazer propaganda em favor de candidato, mediante adesivação. Fazendo análise conjunta entre os fatos narrados na inicial eevidenciado o caráter de bem público da administração, em razão do contrato de locação, a conduta deveria seranalisada à luz do art. 37 da Lei 9.504/1997, na redação então vigente (ei nº12.891/2013). Preliminar de inadequação da via eleita acolida para extinguir o feito, sem resolução de mérito (TRE-PI- PET:11992-BRASÍLIA-DF, Relator: EDVALDO PEREIRA DE MOURA, Data do Julgamento: 15/05/2017, Data de Públicação: DJE-Tomo 94, Data 30/05/2017, P.6)
Contudo, o conjunto fático-probatório respalda a incidência de abusos, sendo inconteste que, por si só, a adesivação de carros afetados ao poder público em favor de determinados candidatos trata-se de ilícito eleitoral que afeta o equilíbrio das eleições, além de ofender princípios como a moralidade e impessoalidade, havendo necessidade de uma medida imediata de forma a conter os abusos.
Ante o exposto, com respaldo no poder de polícia, ART. 300 DO CPC, arts. 37 e 73, I e II da Lei 9.504/1997 Lei defiro os pedidos constantes em itens “a” e “b” do Ministério Público Eleitoral; caso não encontrados na garagem do Município, devem ser imediatamente apresentados para verificação pelos fiscais eleitorais.
Proceda a retirada de qualquer propaganda irregular detectada em veículos encontrados e no local.
Todos os motoristas dos veículos até as eleições devem ser imediatamente identificados e advertidos sobre a proibição de veiculação de propaganda eleitoral/ utilização em atos campanha de carros pertencentes ao Município ou locados àquele;
Notifique-se o prefeito/representado candidato à reeleição para se abstenha a autorizar/tolerar/permitir o uso indevido de bens públicos ou afetados à prestação de um serviço público por ele prestado em atos de campanha eleitoral e/ou para divulgação de propaganda eleitoral, sob pena de pagamento de multa diária no valor de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), por dia descumprimento, na forma do inciso I da Lei 9.504/97.
Notifiquem-se os representados para apresentarem defesa em 05 dias, (art. 22, I “a” da LC 64/90.
