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Gestão e Empreendedorismo
Empreendedorismo é o envolvimento
de pessoas e processos
O
empreendedor
é aquele que percebe uma oportunidade e
cria meios (nova empresa, área de negócio, etc.) para
persegui-la.
O
processo empreendedor
envolve todas as funções, ações, e
atividades associadas com a percepção de oportunidades e a
criação de meios para persegui-las.
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O empreendedor
“O empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente através da introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização, ou pela exploração de novos recursos e materiais” Joseph Schumpeter (1949)
“É aquele que faz acontecer, se antecipa aos fatos e tem uma visão futura da organização” José Dornelas (2001)
O empreendedor
“São empreendedores aqueles que criam algo novo, algo diferente; eles mudam ou transformam valores. O espírito empreendedor é uma característica distinta, seja de um indivíduo, ou de uma instituição. Não é um traço de personalidade, mas sim um comportamento e suas bases são o conceito e a teoria, e não a intuição.”Peter Drucker
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O empreendedor
Em qualquer definição de empreendedorismo encontram-se,
pelo menos, os seguintes aspectos referentes ao
empreendedor:
– Iniciativa para criar/inovar e paixão pelo o que faz
– Utiliza os recursos disponíveis de forma criativa transformando o ambiente social e econômico onde vive
– Aceita assumir os riscos e a possibilidade de fracassar
A Revolução do Empreendedorismo
Algumas invenções e conquistas do século XX
• 1903: Avião motorizado
• 1915: Teoria geral da relatividade de Einstein
• 1923: Aparelho televisor
• 1928: Penicilina
• 1937: Nylon
• 1943: Computador
• 1945: Descoberta da estrutura do DNA Abre caminho para a
engenharia genética
• 1957: Sputnik, o primeiro satélite
• 1958: Laser
• 1961: O homem vai ao espaço
• 1967: Transplante de coração
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A Revolução do Empreendedorismo
• 1970: Microprocessador
• 1989: World Wide Web
• 1993: Clonagem de embriões humanos
• 1997: Primeiro animal clonado: a ovelha Dolly
• 2000: Seqüenciamento de genoma humano
Quem é o empreendedor?
Alta
Inventor
Empreendedor
A grande
maioria
Gerente,
Administrador
Criatividade e
Inovação
Baixa
Alta
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Empreendedores de sucesso
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Tipos de empreendedores*
• Nato
• Que aprende (inesperado)
• Serial (Cria Novos Negócios sempre)
• Corporativo
• Social (mundo melhor para as pessoas)
• Necessidade
• Herdeiro (sucessão familiar)
• “Normal” (planejado)
*Fonte: Dornelas, JCA. Empreendedorismo na Prática. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
Mitos sobre o empreendedor
Mito 1: Empreendedores são natos, nascem para o sucesso
– Realidade:
• Enquanto a maioria dos empreendedores nasce com um certo nível de inteligência, empreendedores de sucesso acumulam relevantes habilidades, experiências e contatos com o passar dos anos.
• A capacidade de ter visão e perseguir oportunidades aprimora-se com o tempo.
Mito 2: Empreendedores são “jogadores” que assumem riscos
altíssimos
– Realidade:
• tomam riscos calculados • evitam riscos desnecessários • compartilham o risco com outros • dividem o risco em “partes menores”
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Mitos sobre o empreendedor
Mito 3: Os empreendedores são “lobos solitários” e não
conseguem trabalhar em equipe
– Realidade:
• São ótimos líderes • Criam times
• Desenvolvem excelente relacionamento no trabalho com colegas, parceiros, clientes, fornecedores e muitos outros
Mitos e verdades (Fonte: livro
“Empreendedorismo na Prática”)
• Experiência anterior no ramo:
VERDADE
• Idéia desenvolvida na garagem:
MITO
– criatividade não é tudo
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Mitos e verdades
• Sorte:
MITO
• Planejamento:
VERDADE
– intuição x planejamento
• Risco calculado:
VERDADE
Mitos e verdades
• Ganhar dinheiro:
MITO
• Trabalhar menos:
MITO
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Mitos e verdades
• Família empreendedora:
VERDADE
• Empreendedor nato:
MITO
• Ter sócios não é bom:
MITO
– sócios são essenciais e complementam
O que eles/elas buscam...
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PROCESSO EMPREENDEDOR
O processo empreendedor
Gerenciar o negócio estilo de gestão fatores críticos de sucesso identificar problemas atuais e potenciais implementar um sistema de controle profissionalizar a gestão entrar em novos mercados Identificar e avaliar a oportunidade criação e abrangência da oportunidade valores percebidos e reais da oportunidade riscos e retornos da oportunidade oportunidade versus habilidades e metas pessoais situação dos competidores Determinar e Captar os recursos necessários recursos pessoais recursos de amigos e parentes angels capitalistas de risco bancos governo incubadoras Desenvolver o Plano de Negócios 1. Sumário Executivo 2. O Conceito do Negócio 3. Equipe de Gestão 4. Mercado e Competidores 5. Marketing e Vendas 6. Estrutura e Operação 7. Análise Estratégica 8. Plano Financeiro AnexosCopyright © 2008 – www.josedornelas.com
Fatores ambientais e pessoais
inovação evento inicial implementação crescimento
Ambiente oportunidade criatividade Modelos (pessoas) de sucesso Ambiente competição recursos incubadoras políticas públicas Ambiente competidores clientes fornecedores investidores bancos advogados recursos políticas públicas Fatores Pessoais realização pessoal assumir riscos valores pessoais educação experiência Fatores Pessoais assumir riscos insatisfação com o trabalho ser demitido educação idade Fatores Sociológicos networking equipes influência dos pais família Modelos (pessoas) de sucesso Fatores Pessoais empreendedor líder gerente visão Fatores Organizacionais equipe estratégia estrutura cultura produtos PESSOAS OPORTUNIDADE RECURSOS Sociedade Governo Cultura Economia Legislação Negócios Tecnologia Educação Bancos
Angels
Capital de risco Infra-estrutura© Copyright Babson College, 2001 Mercado de capitais
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Processo empreendedor
(modelo de Timmons)
Recursos
Equipe
Oportunidade
Criatividade
Liderança
Comunicação
business plan
© Jeffry Timmons and Steven Spinelli, Babson College
A equipe, o time
• O empreendedor líder
• O time gerencial
• Experiência e know-how
• Habilidades gerenciais e competências
• Objetivos pessoais e valores
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A oportunidade
• Busca, formatação, criação
• A janela: tempo
• Requisitos de implementação
• Análise e avaliação
• Retorno econômico
• Recompensa X Risco
• Perspectiva de retorno
Empreendedores potenciais que não sabem identificar o mercado alvo não estão preparados para implementar seus projetos empresariais.
Eles apenas tiveram uma idéia, mas não identificaram uma necessidade de mercado!
Fatores situacionais
• Oportunidades alternativas de carreira • Experiência (trabalho, hobby, interesses…)
• Modelos de referência (família, amigos, empreendedores de sucesso) • Educação
• Redes sociais de relacionamento (network) • Necessidades financeiras pessoais
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Fatores pessoais
• Motivação para fazer acontecer
• Auto-controle e auto-confiança
• Tolerância à ambiguidade
• Aceitar riscos
• Atenção às oportunidades
• Determinação
• Paixão
Fontes de idéias para novos
negócios
Experiência prévia no ramo
43%
Aperfeiçoamento de negócio atual
15%
Identif. de oport. de negócios /nec. mercado 11%
Busca sistemática
7%
Brainstorming ou hobby
5%
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Sorte?
Em empreendedorismo sorte é o encontro da
preparação com a oportunidade!
Recursos
• Gerenciar o crescimento da equipe
• Business Plan e estratégia corporativa
• $$
• Infra-estrutura
• Recursos profissionais externos
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Evento de “disparo” vs. Decisão
sistemática
•
Insatisfação com o trabalho
• Desemprego/perda do trabalho
• Crise na carreira
• Oportunidade bate à porta!
• Escolha deliberada da carreira a seguir
Implicações para a carreira
• Trabalhe em um setor que você goste
• Pesquise o setor
• Obtenha um trabalho em uma empresa de rápido
crescimento neste setor
• Seja paciente: aguarde a oportunidade certa bater à
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Encontrando oportunidades de alto
potencial
• Ganhe experiência relevante no ramo
• Construa seus contatos profissionais (network)
• Saiba onde detectar oportunidades
• Leia tudo e de tudo, Converse com todos
• Boas oportunidades são difíceis de encontrar, seja
paciente!
Evolução das teorias administrativas
1900 1910 1920 1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Movimento de Racionalização do trabalho: foco na gerência administrativa.
Movimento das Relações humanas: foco nos processos
Movimento do Funcionalismo estrutural: foco na gerência por objetivos Movimento dos Sistemas abertos: foco no planejamento estratégico Movimento das Contingências ambientais: foco na competitividade
Não se tem um movimento predominante, mas há cada vez mais o foco no papel do empreendedor como gerador de riqueza para a sociedade. Obs.:
Movimento: refere-se ao movimento que predominou no período.
Foco: refere-se aos conceitos administrativos predominantes.
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O “velho” modelo econômico
(a era da manufatura)
• Dirigido pelos modelos clássicos • Recursos escassos eram materiais raros • Força de trabalho (poder dos músculos) • Retornos pequenos
• Economias de escala • Barreiras de entrada • Ativos físicos
• Sobrevivência dos maiores
O “novo” modelo econômico
(a era da inovação empreendedora)
• Dirigido por novos modelos de negócios
• Recursos escassos são imaginação e conhecimento • Retornos maiores
• Baixas barreiras de entrada • Ativos intelectuais
• Poder do conhecimento • Sobrevivência dos mais rápidos
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Por que empreendedorismo?
• Reino Unido
– Em 1998 publicou um relatório a respeito do seu futuro competitivo, o qual enfatizava a necessidade de se desenvolver uma série de iniciativas para intensificar o empreendedorismo na região
• Alemanha
– Tem estabelecido vários programas que destinam recursos financeiros, e apoio na criação de novas empresas. Na década de 90,
aproximadamente 200 centros de inovação foram criados, provendo espaço e outros recursos para empresas start-ups
• Finlândia
– Em 1995, o decênio do empreendedorismo foi lançado na Finlândia
com vistas a: criar uma sociedade empreendedora, promover o empreendedorismo como uma fonte de geração de emprego e incentivar a criação de novas empresas.
Por que empreendedorismo?
• Israel
– Programa de Incubadoras Tecnológicas (+ de 500 negócios já foram criados nas 26 incubadoras do projeto)
– Houve ainda uma avalanche de investimento de capital de risco nas empresas israelenses, sendo que mais de 100 empresas criadas em Israel encontram-se com suas ações na NASDAQ (Bolsa de ações de empresas de tecnologia e Internet, nos EUA).
• França
– Iniciativas para promover o ensino de empreendedorismo nas
universidades, particularmente para engajar os estudantes. – Incubadoras baseadas nas universidades estão sendo criadas; uma
competição nacional para novas empresas de tecnologia foi lançada; e uma fundação de ensino do empreendedorismo foi estabelecida.
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Por que empreendedorismo?
• A década de 90 foi a década do empreendedorismo nos EUA
– Desfrutou de 8 anos de crescimento econômico, o período mais longo de crescimento contínuo no século 20.
– Boomda Internet
– Crescimento do venture capital
– Ganhos vultosos nas bolsas de Nova York e Nasdaq
– Novos jovens milionários
• Conclusão do Departamento de Comércio
– “A conjunção desse intenso dinamismo empresarial e rápido
crescimento econômico, somados aos baixos índices de desemprego e baixas taxas de inflação, aparentemente apontam para uma única conclusão: o empreendedorismoé o combustível para o crescimento econômico, criando emprego e prosperidade”.
Iniciativas de suporte ao
empreendedorismo no Brasil
Começam a aumentar...
– Softex (Genesis) – Empretec (SEBRAE) – Brasil Empreendedor– Projeto REUNE (CNI/IEL)
– Começa a haver a figura do capitalista de risco
– Crescimento das incubadoras de empresas tradicionais, tecnológicas e mistas
– Ensino de empreendedorismo nas universidades
– Entidades de apoio (Sebrae, Endeavor, Instituto Empreendedor do Ano da Ernst & Young...)
– Alternativas de financiamento: Fapesp, Finep, Angels, VCs...
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A experiência brasileira
• Assunto começa a ser discutido no mundo acadêmico no
início da década de 80
• Permanece na periferia da academia por vários anos
• Nos anos 90 começam a surgir os primeiros programas
ligados aos cursos de tecnologia, via ação induzida de
entidades de fomento (CNI/IEL, Softex etc.)
• Maior visibilidade acontece quando o foco na pequena
empresa passa a ser prioridade governamental com vistas à
geração de emprego (ex.: Programa Brasil Empreendedor)
A experiência brasileira
• Brasil segue tendência mundial e questões como inovação
tecnológica, capital de risco, transferência de tecnologia
etc., predominam na agenda da época (segunda metade da
década de 90)
• Grandes oportunidades surgem para criação de empresas
ponto.com
• Disciplinas de empreendedorismo são criadas em todo o
país, ligadas aos mais variados cursos superiores
(administração, engenharia, computação, turismo…)
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Por que empreendedorismo?
Mortalidade de Pequenas Empresas
69% 63% 51% 47% 40% 31% 37% 49% 53% 60% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
(fund. Em 2001) (fund. em 2000) (fund. em 1999) (fund. em 1998) (fund. em 1997) Emp. com 1 ano Emp. com 2 anos Emp. com 3 anos Emp. com 4 anos Emp. com 5 anos
Empresas em atividade Empresas encerradas Fonte: Sebrae-SP, 2003
Mobilidade Social e Empreendedorismo
Números da mobilidade
82% dos milionários brasileiros construíram a própria fortuna
66% das empresas privadas que estavam na lista das 50 maiores de Exame
há 30 anos desapareceram do ranking
30% das fortunas brasileiras são ligadas ao agronegócio
200% foi o aumento do número de pessoas que compraram carros na Região
Norte, conhecida pelo seu histórico atraso, nos últimos 15 anos
8% foi o aumento do número de milionários no Brasil num período de dois
anos mobilidade
65% foi o aumento da renda per capita na Região Centro-Oeste nos últimos
15 anos
Fontes: IBGE, Ministério da Agricultura, USP e Inpe, Revista Exame (out/2004)
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ATIVIDADE EMPREENDEDORA TOTAL POR PAÍS
Fonte: GEM 2003
Brasil na sexta posição
Fatores associados com maiores níveis
de atividade empreendedora (GEM)
• Percepção da oportunidade
• Fatores sociais e culturais
• Educação (segundo grau e universitário)
• Participação das mulheres
• Experiência
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Avaliando oportunidades
3M’s
Market demand Market size and structure Margin analysisAvaliando oportunidades
Market Demand
– Qual é a audiência alvo?
– Qual a durabilidade do produto/serviço no mercado? (clico de vida) – Os clientes estão acessíveis? (canais)
– Como os clientes vêem o relacionamento com a empresa?
– O potencial de crescimento é alto (>10, 15, 20% anual)?
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Avaliando oportunidades
Market size and structure
– O mercado está crescendo, é emergente? É fragmentado?
– Existem barreiras proprietárias de entrada? Ou excessivos custos de saída? Você tem estratégias para transpor estas barreiras?
– Quantos key players estão no mercado? Eles controlam a propriedade intelectual?
– Em que estágio do ciclo de vida está o produto? (risco depende também do ciclo de vida e maturidade do produto)
– Qual é o tamanho do mercado em R$ e o potencial para se conseguir um bom market share?
Avaliando oportunidades
Market size and structure
– E o setor, como está estruturado? • poder dos fornecedores • poder dos compradores • poder dos competidores • e os substitutos
– Como a indústria está segmentada, quais são as tendências, que eventos influenciam os cenários etc.?
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Avaliando oportunidades
Margin Analysis
– Determine as forças do negócio
– Identifique as possibilidades de lucros (margem bruta > 20, 30, 40%?!) – Analise os custos (necessidades de capital), breakeven, retornos... – Mapeie a cadeia de valor do negócio
– Para isso você deverá saber como seu produto/serviço chega até o cliente final
– Isto ajudará você a entender a sua value chain e de seus competidores • cortar custos
• remodelar os processos internos • atingir maiores margens
Check-list de oportunidades
• Questões críticas
– Existe um problema para ser resolvido?
– Existe um produto ou serviço que solucionará este problema? – Nós podemos identificar com clareza os clientes potenciais?
– Nós podemos efetivamente implantar uma estratégia de mkt/vendas
que seja exeqüível? (custo/retorno) – A janela da oportunidade está aberta?
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O mandamento da análise de
oportunidades de negócio
PENSE
“Resolva um problema”
Fonte: E.Parizeau 2002, Babson College
E depois...
Não se esqueça de selecionar as melhores oportunidades, usando critérios baseados nos 3M’s, nas vantagens competitivas da empresa,
na criação de valor, e nos fatores corporativos
(usar também o framework de análise de
oportunidades)