BC-0208 Fenômenos Mecânicos
Experimento 3
ATRITO: Determinação do coeficiente de atrito
Professor:____________________________________ Data:____/____/2010
Nome:____________________________________________ RA:__________
Introdução e Objetivos
Ao se arrastar um material contra o outro, experimentamos uma força de contato que se convencionou chamar de força de atrito. Esta força é sempre dirigida em oposição ao movimento. Nesta experiência iremos investigar a natureza desta força. Novamente, a pergunta básica a ser respondida é: Como medir essa força? Para caracterizar esta força deveremos levantar hipóteses sobre do que a força depende e elaborar um procedimento para testar essas hipóteses e medir os parâmetros. Podemos pensar em duas situações diferentes: dois corpos parados (ou seja, o chamado atrito estático) e um corpo em movimento em relação ao outro (o chamado atrito cinético). Vejamos essas situações em detalhes na Figura 1.
Um bloco que está parado sobre a mesa tem seu peso P* equilibrado por uma força normal N de mesmo módulo e de sentido oposto (a). Ao aplicarmos uma força F ao bloco, surge uma força uma força de atrito fe, no sentido contrário, equilibrando a força aplicada. A força fe é chamada força de atrito estático.
Nas figuras c e d mostram que, se aumentarmos a força aplicada, o bloco permanecerá estacionário. Entretanto, para um determinado valor de força aplicada, o bloco “rompe” o contato com a mesa e se movimenta como na figura e. Então a força de atrito que se opõe ao movimento é chamada força de atrito cinético fc.
Em geral, a força de atrito cinético, que atua quando o há movimento, é menor que a força máxima de atrito estático que atua quando não há movimento. Logo, se quisermos que o bloco mova sobre a superfície da mesa com velocidade constante, geralmente teremos de diminuir a força aplicada sobre o bloco, conforme o ilustrado na figura f.
m
1N
1P
f
e
F
m
1N
1P
f
e
F
m
1N
1P
a)
b)
c)
d) e) a f) v
Figura 1: (a) forças sobre um bloco em repouso. (b-d)Uma força externa aplicada sobre o bloco é equilibrada por uma força de atrito estático de igual intensidade e sentido contrário. (e) quando o bloco rompe a inércia e é acelerado repentinamente. (f) Se o bloco agora esta a uma velocidade constante, a força aplicada deve ser reduzida ao valor inicial que possuía no instante imediatamente antes dele iniciar o movimento.
Materiais
Trilho de ar Ar Linear Hentschel 8203/MMECL; Gerador de fluxo de ar Delapieve 8203-B/MMECL; Carrinho deslizante; Régua; Chave inversora normalmente aberta 8203-66/MMECL; Cronômetro Digital Muccillo 8203-63/MMECL; Sensores fotoelétricos; Fonte 6/12 Volts CC - 7839/MMECL, balança, massa.
Advertências
- Para não produzir arranhões no equipamento nunca movimente os carrinhos sobre o trilho sem que o ar comprimido esteja funcionando.
- Verifique se a pista e a parte inferior do carrinho se encontram bem limpas, caso contrário, limpe-as com um pano úmido.
- Devem-se evitar choques mecânicos fortes entre o carrinho e o trilho. Uma queda de alguns centímetros pode inutilizar o carrinho por completo.
Procedimento Experimental e Coleta de Dados
O conjunto experimental é o mesmo utilizado nos experimentos anteriores (1 e 2), com a adição do uso de diferentes massas na forma de discos durante o experimento com intuito de observar a força de atrito em ação durante o experimento. A Figura 2 abaixo é uma representação do equipamento que será utilizado no experimento. O trilho de ar com roldana e massa acoplada ao carrinho através do gancho.
Fig. 2 a) Foto do trilho de ar e b) foto do carrinho demonstrando como a massa deve ser acoplada.
a) b)
m
1N
1P
f
c
F
m
1N
1P
f
c
F
m
1N
1P
f
e
F
Como possuímos 5 conjuntos detectores, temos quatro intervalos espaciais bem definidos, L1, L2, L3 e L4. Com o auxílio de uma régua, determine esses intervalos medindo a distância entre os fotodetectores. Efetue três medidas: considerando a distância centro a centro; a distância entre os extremos mais distantes e, por fim, a distância entre os extremos mais próximos. Anote os dados na Tabela 1 e faça o tratamento estatístico adequado 1.
Intervalo
Medida 1 (cm) Medida 2 (cm) Medida 3 (cm)i
L
(cm)
L
i(cm)
L
1L
2L
3L
4Tabela 1. Medidas diretas de intervalos espaciais (distâncias entre sensores)
Agora meça as massas dos corpos: a massa do carrinho (m1), a massa do carrinho
com massa adicional (m2, massa dos discos que serão fornecidos) e a massa do suporte sem
massa adicional (m3).
Grandeza
m
1±
m
1(gramas)
m
2±
m
2(gramas)
M
3±
m
3(gramas)
Medida
Tabela 2. Massas dos principais corpos materiais relevantes ao experimento.
Posicione o carrinho sem massa (m1) no centro do trilho e ligue o gerador de fluxo de
ar. Ajuste o fluxo para que o carrinho deslize livremente no trilho. Posicione então o carrinho na extremidade esquerda do trilho. Este ficará travado magneticamente na posição. Verifique o funcionamento do cronômetro obstruindo os detectores com a mão, um a um. Efetuados os testes, zere o cronômetro.
Se você acionar a chave inversora irá liberar o carrinho e, ao mesmo tempo, transferir para ele uma determinada quantidade de movimento. Dessa forma, o carrinho seria liberado com uma velocidade inicial diferente de zero. Ao invés de acionar a chave inversora, desprenda manualmente o carrinho do magneto permanente e, muito gentilmente, aproxime-o do Detector 1 até que a haste bloqueie a luz que incide no detector. Mantenha essa posição. O cronômetro só será acionado quando houver o desbloqueio do Detector 1. Libere então o carrinho. A força transmitida pelo fio de nylon provocará a aceleração do carrinho.
1
Considerando
um conjunto de 3 medidas para cada Li,3 3 Medida 2 Medida 1 Medida i
L , e o desvio padrão da média é
2 3 2 3 1
) L (Medida j-L i j i
.Anote na Tabela 3 os quatro intervalos de tempo T1, T2, T3 e T4 apresentados pelo cronômetro – essa é a Medida 1. Reposicione o carrinho no extremo esquerdo, mantendo-o travado no magneto, zere o cronômetro e verifique o posicionamento dos ganchos, do fio de nylon e do suporte de pesos, fazendo ajustes na montagem quando necessário. Libere o carrinho de forma manual novamente, obtendo os dados para a Medida 2. Repita esse procedimento para obter os intervalos temporais da Medida 3. Efetue o tratamento estatístico desses dados, de forma semelhante ao efetuado para as medidas de distância, Tabela 1. Se, para algum intervalo temporal, o valor do desvio padrão da média for menor do que metade da menor divisão do cronômetro (0,0005s), considere essa última como a incerteza na medida.
Intervalo
Medida 1 (s) Medida 2 (s) Medida 3 (s)i
T
(s)
T
i(s)
T
1T
2T
3T
4Tabela 3. Medidas diretas de intervalos temporais sem massa adicional.
Repita as mesmas medidas realizadas na Tabela 3 agora para o carrinho com massa adicional (m2) e preencha a Tabela 4.
Intervalo
Medida 1 (s) Medida 2 (s) Medida 3 (s)i
T
(s)
T
i(s)
T
1T
2T
3T
4Tabela 4. Medidas diretas de intervalos temporais com massa adicional.
Tratamento e Análise dos Dados Experimentais
De forma semelhante ao efetuado no Experimento 2, determine a aceleração média em cada intervalo 2
2
t
x
a
.
(1)
A
incerteza da aceleração é dada por:2 2
4
t
t
x
x
a
a
(2)
Com base nas Eqs.(1 e 2), preencha a Tabela 5 abaixo para o carrinho sem massa adicional (m1).
Ponto
ix (cm)
x
i(cm)
2 it (s)
t
i2(s)
a (cm/s
2)
a
(cm/s
2)
1
2
3
4
Tabela 5. Determinação da aceleração para o carrinho com m1.
Preencha a Tabela 6 abaixo para o carrinho com massa adicional (m2).
Ponto
ix (cm)
x
i(cm)
2 it (s)
t
i2(s)
a (cm/s
2)
a
(cm/s
2)
1
2
3
4
Tabela 6. Determinação da aceleração para o carrinho com m2.
A figura abaixo apresenta um diagrama esquemático das forças atuando nos corpos, parecido com o Experimento 2, porém agora considerando a força de atrito cinética no sistema. O sistema possui o carrinho, de massa m1, e do suporte de pesos, de massa m2. O atrito da
roldana será considerado desprezível. Nessa figura, P1 e P2 são os pesos dos corpos, N é a força normal, T é a tração na corda e fc é a força de atrito cinética.
Fig. 3 Diagrama esquemático das forças atuando no carrinho e no suporte de pesos.
m
2T
2P
m
1N
1P
T
f
c
Fazendo uma análise das forças no sistema, demonstre que a aceleração do carrinho, e do suporte de pesos, é dada por
2 1 1 2
m
m
g
m
g
m
a
c
,
(3)
onde g é a aceleração da gravidade.
Demonstração
Com base na Eq.(3), preencha a Tabela 7, com os valores de atrito cinético para m1 e m2.
Ponto
µ
c(m
1, sem
massa)
µ
c(m
2, com
massa)
1
2
3
4
Tabela 7. Determinação do atrito cinético para os móveis m1 e m2.
Questão: Discuta brevemente os valores experimentais do atrito obtidos nesse
„experimento (Sugestão: faça uma comparação entre os valores).
Referências
Raymond A. Serway, John W. Jewett Jr., "Situações envolvendo atrito cinético", Princípios de Física, Mecânica Classica, Capitulo 6, Vol 1., pag. 198-200.
David Halliday, Robert Resnick, Jearl Walker,"Atrito", Fundamentos de Física, Mecânica, Capitulo 6, Volume 1, pág.127-132.