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J CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS

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MINISTÉRIO DA FAZENDA

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CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO - CRSNSP

208 Sessão Recurso n° 5753

Processo SUSEP no 15414.300042/2005-76

RECORRENTE: AMERICAN LIFE COMPANHIA DE SEGUROS

RECORRIDA: SUPERINTENDÊNCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Denúncia. Seguro de vida. Invalidez permanente total por doença. Prescrição da pretensão punitiva da SUSEP obedece ao regramento da Lei n. 9.873/99, não se aplicando os prazos do Direito Civil. Prazo prescricional para segurado pleitear a indenização inicia-se na data da primeira declaração médica que atesta a caracterização da invalidez total e permanente, e não na data de início da doença que acarreta a incapacidade. Recusa do pagamento de indenização por preexistência da doença não declarada exige comprovação. Diagnóstico da doença incapacitante no curso do contrato de seguro gera a obrigação de indenizar à seguradora que garantia a apólice ao tempo da manifestação da doença. Infração caracterizada. Recurso conhecido e improvido.

PENALIDADE ORIGINAL: Multa de R$ 17.000,00. BASE NORMATIVA: Art. 88 do Decreto-Lei n° 73/66.

ACÓRDÃO /CRSNSP N° 5104/14. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização, por unanimidade, negar provimento ao recurso da American Life Companhia de Seguros, nos termos do voto da Relatora.

Participaram do julgamento os Conselheiros Ana Maria Melo Netto Oliveira, Claudio Carvalho Pacheco, Carmen Diva Beltrão Monteiro, Paulo Antonio Costa de Almeida Penido, Marcelo Augusto Camacho Rocha e Washington Luis Bezerra da Silva. Declaração de impedimento do Conselheiro André Leal Faoro. Presentes a Senhora Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dra. Maria Eli Trachtenberg, e a Secretária-Executiva, Senhora Theresa Christina Cunha Martins.

Sala das Sessões (Ri), 12 de dezembro de 2014.

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ÁNA MARIA MELO NETTO ÓLIVEIRA Presidente e Relatora

MARIA EIÁkMíENBERG Procuradora da Fazenda Nacional

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MINISTÉRIO DA FAZENDA

CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAÇÃO

Recurso n°. 5753

Processo SUSEP n°. 1541 4.300042/2005-76

RECURSO ADMINISTRATIVO

Recorrente: American Life Companhia de Seguros

Recorrido: Superintendência de Seguros Privados - SUSEP Interessado: N ilce Coutinho Guerra

RELATÓRIO

Trata-se de denúncia formulada contra American Life Companhia de Seguros em virtude de recusa de pagamento de indenização por "Invalidez Permanente por Doença", em contrato de seguro de vida.

Conforme descreve a carta protocolada em 14/06/2005, desde outubro de 1994 havia sido contratado seguro de vida em nome de Nilce Couto Guerra junto à American Life Companhia de Seguros. Em setembro de 2001, após aposentadoria por invalidez junto ao Governo do Distrito Federal, a Segurada deu início aos procedimentos para recebimento da indenização do seguro contratado, e segundo ela, cumprindo todos os procedimentos formais exigidos. Em outubro de 2001, a Seguradora informa, por meio da correspondência de fi. 19, que o caso em questão não tinha cobertura por não ter se caracterizado Invalidez Permanente Total por Doença".

Em manifestação de fis. 45/46, a Seguradora informa que o contrato de seguro firmado com a denunciante teve início em 01/04/2001 e que conforme a documentação apresentada (fI. 06), o início da doença manifestou-se em 12/01/2000, assim sendo, anterior ao início da vigência da apólice. Em seguida, a Seguradora argumenta que, tendo o "Aviso de Sinistro" sido protocolado em 26/09/2001, a Segurada teria perdido o direito à indenização pela ocorrência de prescrição. Além disso, ainda afirma que de acordo com parecer de perito médico de 22/10/2001 a doença da Segurada não caracterizava Invalidez Permanente Total. Vale ressaltar que este parecer não foi encontrado anexado ao processo.

Em resposta às alegações acima, a Denunciante solicitou, por meio de Expediente protocolado em 27/07/2005 (fi. 53), que a SUSEP requeresse à Seguradora cópia da Apólice n° iüi, referente ao período de 1994 a 2002, na qual a Segurada baseia sua denuncia. A Denunciante justifica esta solicitação por não ter a apólice em

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condições legíveis e não ter logrado êxito ao fazer este pedido anteriormente à Seguradora.

A Seguradora informa, conforme email de fi. 68, que não mantém apólice em nome da Segurada e desconhece o número de apólice mencionado. Entretanto, vale ressaltar que a Denunciante apresentou, à fl. 65, "Certificado de Seguro Individual" da American Life Companhia de Seguros referente à Apólice no 101 com data de início do seguro em 10/1 0/1 994.

Desta forma, a SUSEP encaminhou à Seguradora Carta n° 379/2005 (fi. 58/60) solicitando os documentos necessários à instrução dos autos com base no conteúdo da denúncia. Em sua resposta (fi. 75), a Seguradora anexa cópia de apólice de seguro de vida em grupo com vigência de 01/04/2001 a 30/06/2002 (fis. 76/83) e afirma que a Denunciante está equivocada quando alega que possuiu contrato de seguro com a instituição entre 1994 e 2002. A proposta de seguro original teria sido emitida pela corretora Sana Seguros, e não pela seguradora, razão pela qual não poderia remeter cópia da nova proposta de seguro (fi. 75)

Em sede de defesa, a seguradora alega, às fis. fis. 111/116, preliminarmente a prescrição do direito da Segurada em reclamar do pagamento da indenização pleiteada. Em seguida, alega a preexistência da doença que acometeu a Segurada uma vez que os exames e atestados apresentados fazem menção ao dia 28/06/2000 sendo que a apólice de seguro teve início de vigência em 01/04/2001, ou seja, data posterior à caracterização da doença. Invoca a incidência do art. 61, inciso III, da Circular SUSEP

n. 17/92, que dispõe: "estão excluídos da cobertura do seguro os eventos ocorridos em consequencia de doenças preexistentes à contratação do seguro não declarados no cartão proposta, quando este é exigido."

O parecer técnico de fi. 121 opina pela procedência da denúncia tendo em vista que a Seguradora, apesar de devidamente intimada, não apresentou cópia da proposta da Segurada, conforme Carta GEOPE 141/2005 (fi. 75). O parecer da Procuradoria Especializada (fis. 124/125) concorda com a conclusão da área técnica, anotando que a supervisionada, em sede de defesa, não logrou infirmar as alegações de fato e de direito carreadas aos autos pela reclamante, de forma a desconstituir conjunto apresentado pela segurada, que juntou à fi. 65, "Certificado de Seguro Individual", expedido pela Seguradora, no qual consta que o seguro de vida teve início na data de 10/10/1994 e que por outro lado, a Seguradora não apresentou cópia da referida proposta de seguro.

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Deste modo, em 05.04.2010, a SUSEP julgou procedente a denúncia formulada pelo Interessado (fi. 129), condenando, em primeira instância, a Seguradora ao pagamento de multa no valor de R$ 17.000,00, conforme previsto na alínea "g", inciso IV, art. 50 da Resolução CNSP n° 60/2001, por infração ao artigo 88 do Decreto-Lei n° 73/66, sem aplicação de atenuantes ou agravantes.

Tendo sido intimada da decisão em 14.05.2010 conforme AR de fi. 135 a Seguradora protocolou recurso em 14.06.2010 (fis. 143/147), dentro do prazo de 30 (trinta) dias, em consonância com o disposto no art. 73 da Resolução CNSP n° 186/2008.

Em seu recurso, a Seguradora alega, em sede de preliminar, que teria se configurado a prescrição, tendo em vista que a negativa de indenização ocorreu e, 31/10/2001 e a denúncia à SUSEP só foi apresentada m 14/06/2005, 4 anos após o surgimento da pretensão, operando-se a prescrição pelo transcurso do prazo de um ano, conforme art. 178, §60, inciso II, do Código Civil de 1916, vigente à época dos

fatos. No mérito, a Seguradora argumenta que não houve a comprovação da Invalidez Permanente Total por Doença, além de ter sido caracterizada a preexistência da doença uma vez que foi diagnosticada antes do início da vigência da apólice. Diante desses fatos a Seguradora pede que seja julgada improcedente a denúncia formulada.

Em seu parecer de fis. 152/153, a Representação da PGFN neste Conselho ratifica as alegações apresentadas pela SUSEP no Parece n° 18/2010, adicionando que não foram apresentados no Recurso fatos capazes de afastar a ilicitude dos atos praticados pela Seguradora. Diante disso, manifesta-se pelo juízo positivo de conhecimento e negativo de provimento ao Recurso.

É o relatório.

Brasília, 24 de maio de 2014.

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Ana Maria Meio Nefto Oliveira Relatora

Representante do Ministério da Fazenda

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Recurso n°. 5753

Processo SUSEP no. 15414.300042(2005-76

RECURSO ADMINISTRATIVO

Recorrente: American Life Companhia de Seguros

Recorrido: Superintendência de Seguros Privados - SUSEP

Interessado: Nilce Coutinho Guerra

EMENTA

Seguro de vida. Invalidez permanente total por doença. Prescrição da pretensão punutiva da SUSEP obedece ao regramento da Lei n. 9.873/99, não se aplicando os prazos do Direito Civil. Prazo prescricional para segurado pleitear a indenização inicia-se na data da primeira declaração médica que atesta a caracterização da invalidez total e permanente, e não na data de início da doença que acarreta a incapacidade. Recusa no pagamento de indenização por preexistência da doença não declarada exige comprovação. Diagnóstico da doença incapacitante no curso do contrato de seguro gera a obrigação de indenizar à seguradora que garantia a apólice ao tempo da manifestação da doença. Infração caracterizada. Recurso desprovido.

VOTO

O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilitade.

A Recorrente alega, preliminarmente, a prescrição do direito da segurada devido ao decurso do prazo de um ano, estabecido pelo Código Civil, entre o surgimento do direito da segurada e a apresentação de denúncia à SUSEP.

Entendo que, nesse ponto o argumento da recorrente não merece prosperar. Como bem anotou a PGFN em seu parecer, "a Seguradora confunde o direito de ação

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da segurada em face da seguradora, de natureza civil, com o poder/dever da SUSEP de punir aqueles que cometem irregularidade em sua esfera de competência, de natureza administrativa. Con quanto o direito da segurada de recorrer ao judiciário em face da seguradora possa eventualmente estar prescrito, não há de se falar em prescrição da pretensão punitiva por parte da SUSEP."

Com efeito, o prazo para a Autarquia exercer seu poder sancionador rege-se pela Lei n. 9.873/99, e não pelo Código Civil. Tendo em vista que o prazo prescricional estabelecido pelo diploma legal é de 5 anos, e que já em 15/06/2005 a SUSEP adotava providências com vistas a apurar a denúncia que originou este processo, (fI. 39), tem-se que não houve o decurso do prazo de 5 anos desde a prática do ato infrativo, datado de 31/10/2001. Afasto, portanto, a preliminar.

Não há, tampouco, como se acolher a tese de que o direito da segurada para pleitear a indenização junto à seguradora estaria prescrito, por ter decorrido 21 meses entre o protocolo do aviso de sinistro e o início da doença. Com efeito, se estivesse prescrito o direito da segurada de acionar a seguradora para o pagamento da indenização, à luz do prazo estabelecido no Código Civil, não haveria que se imputar o cometimento de conduta infrativa pela seguradora pela recusa de pagamento.

No entanto, o início da contagem da prescrição, em casos dessa natureza, se dá a partir da primeira declaração médica que atesta a caracterização da invalidez total e permanente, e não do início da doença da qual decorre a incapacitação. Isto porque há de se considerar que, nos tempos atuais, é possível conviver anos com determinadas doenças, com preservação da qualidade de vida, até que suna uma intercorrência, causada por essa mesma moléstia, que resulte na invalidez total e definitiva.

Assim sendo, o direito do segurado à indenização nasce no momento em que é atestada sua incapacidade total e definitiva, e não quando do início da doença ou do primeiro diagnóstico.

Nesse contexto, extrai-se dos presentes autos que o aviso de sinistro foi apresentado à American Life em 29/09/2001 (fls 90/91). As informações dos autos indicam também que, ainda que a doença tenha se iniciado em 2000, a invalidez total só teria se caracterizado em 17/7/2001, conforme laudo do médico assistente datado de 26/09/2001 (fI. 18). Assim sendo, a primeira declaração médica atestando a invalidez total e definitiva, segundo conjunto probatório dos autos, data de 26/09/2001, figurando como termo inicial para a contagem do prazo prescricional.

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Verifica-se, portanto, que o aviso de sinistro ocorreu 3 dias após o início do curso do prazo prescricional, não havendo de se falar em perda do direito do segurado em virtude da prescrição.

No mérito, a seguradora alega, inicialmente, que não teria se caracterizado a invalidez total permanente, a despeito das declarações médicas constantes nos autos atestando nesse sentido. A seguradora, em manifestação de fis. 45/46, aduz que parecer de perito médico datado de 22/10/2001 concluiu que a doença ainda não caracterizava Invalidez Permanente Total por Doença. No entanto, não fez juntar aos autos o referido parecer, nem detalhou a realização da perícia. Assim sendo, não vejo nos autos elementos para afastar a caracterização de invalidez total e permanente por doença, porquanto o conjunto de elementos apresentado pela segurada ao propor a sua denúncia criaram presunção nesse sentido, não afastada pela seguradora durante a dilação probatória.

Quanto ao segundo argumento trazido em razões recursais, de que teria se caracterizado a preexistência da doença que acometeu a segurada, não declarada no momento da contratação com a American Lífe, excluindo a responsabilidade da seguradora, tampouco é possível acatar as alegações da recorrente. Isto porque, a uma, como bem salientou o parecer técnico da SUSEP, a exclusão de cobertura em virtude de doença preexistente só pode ser realizada se esta não for declarada no cartão-proposta. No entanto, mais uma vez a recorrente deixou de apresentar o cartão proposta ou qualquer outro documento que pudesse comprovar suas alegações. Ademais, a própria seguradora reconhece que a doença teria primeiro se manifestado em janeiro de 2000, alegando que seria anterior à vigência do contrato do seguro. No entanto, o certificado individual que consta à fi. 65 dos autos indica a data de início do seguro como 10/10/1994. Dessa forma, tendo o sinistro ocorrido em 2000, durante a vigência do contrato de seguro, deflui-se a responsabilidade da seguradora pelo pagamento da indenização.

Diante do exposto, nego provimento ao recurso, mantendo na íntegra a decisão de primeira instância.

Em 12 de dezembro de 2014. Ana Maria Meio Netto Oliveira

Relatora

Representante do Ministério da Fazenda

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