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BOLETIM DO. SUÍNO nº 82 JUNHO

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Academic year: 2021

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SUÍNO

nº 82

JUNHO

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2

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

O

s preços reais do suíno vivo e da carne em junho caíram para os menores patamares para o mês desde 2013, quando o setor amargava as consequências do embargo da Ucrâ-nia. No mês passado, a carcaça especial teve média de R$ 5,83/kg no atacado da Grande São Paulo. Quanto ao animal vivo, os negócios na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) tiveram média de R$ 3,69/ kg em junho/17, contra R$ 5,81/kg e R$ 3,62/kg em junho/13 – deflação pelo IGP-DI de maio/17. No Oeste Catarinense, o valor médio praticado em junho deste ano foi de R$ 3,31/kg, o menor para o período desde junho/13 (R$ 3,21/kg). Em 2016, os preços também estavam em queda, mas tiveram recuperação justamente no mês de junho.

Vale lembrar que, em maio de 2013, a Ucrânia, que figurava entre os principais comprado-res mundiais do produto brasileiro, deixou de com-prar a carne nacional alegando a presença de uma bactéria. Além disso, as vendas de carne no Brasil também vinham desaquecidas naquele período,

pressionando as cotações dos animais e da carne. De forma semelhante, em junho deste ano, o mercado suinícola foi pressionado pela baixa li-quidez nas vendas internas e, ao menos nas pri-meiras semanas, pelo lento ritmo de exportações – no final do mês, os embarques apresentaram forte reação. Outro fator de forte influência nas quedas do preço pago ao produtor independente foi a

con-tínua entrada de animais de contratos nesse mer-cado, dificultando o ajuste na oferta e, consequen-temente, o controle dos preços, principalmente nos estados do Sul, líderes da produção nacional.

O mercado em junho

Gráfi co 1 - Preço médio mensal da carcaça

suína comum no atacado da Grande São Paulo (R$/kg)

Gráfi co 2 - Indicadores do Suíno Vivo CEPEA/

ESALQ - Preços pagos ao produtor (ago/16 a jun/17—R$/kg)

Fonte: Cepea-Esalq/USP Fonte: Cepea-Esalq/USP 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

R$ /k g 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2,50 2,80 3,10 3,40 3,70 4,00 4,30 4,60 4,90 5,20 5,50 01/ 08/ 2016 11/ 08/ 2016 23/ 08/ 2016 02/ 09/ 2016 15/ 09/ 2016 27/ 09/ 2016 07/ 10/ 2016 20/ 10/ 2016 01/ 11/ 2016 14/ 11/ 2016 25/ 11/ 2016 07/ 12/ 2016 19/ 12/ 2016 29/ 12/ 2016 11/ 01/ 2017 23/ 01/ 2017 02/ 02/ 2017 14/ 02/ 2017 24/ 02/ 2017 10/ 03/ 2017 22/ 03/ 2017 03/ 04/ 2017 13/ 04/ 2017 27/ 04/ 2017 10/ 05/ 2017 22/ 05/ 2017 01/ 06/ 2017 13/ 06/ 2017 26/ 06/ 2017 R$ /k g MG SP PR SC RS

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E

m junho, o Brasil exportou 63,2 mil toneladas de carne suína, 14,9 mil toneladas a mais (+30,9%) que em maio e 4,2% acima do volume registrado em junho/16, quando foram embarcadas 54 mil tone-ladas de carne in natura, segundo a Secex. Até a ter-ceira semana do mês passado (11 dias úteis), a média diária das exportações era de 1,7 mil toneladas, mas com a forte aceleração do ritmo nas últimas semanas, esse número subiu para 2,4 mil toneladas por dia.

A Rússia foi o principal responsável pelo bom resultado das exportações brasileiras de carne suína em junho, com aumento de 7,4 mil toneladas nas aquisições em relação ao mês anterior, totalizando 26,3 mil toneladas. No ano passado, a intensificação das compras russas ocorreu em agosto e setembro, e colaboradores do Cepea afirmam que a expectati-va para os próximos meses é de que os russos sigam com bom ritmo de importações do produto nacional.

Além dos russos, países africanos também intensificaram as compras do produto nacional em junho. Dentre eles, o aumento mais significativo (de quase cinco vezes, ou 3,8 mil toneladas) entre maio e junho foi por parte da Angola, com total de 4,7 mil toneladas, de acordo com a Secex. Até março, antes da operação Carne Fraca, os angolanos já ti-nham bom ritmo de compras, mas as de junho su-peraram, inclusive, os bons resultados anteriores. A República Democrática do Congo mais que dobrou suas aquisições de um mês para o ou-tro. De 502 toneladas em maio, as importações da-quele país passaram para 1,1 milhão de toneladas em junho, também segundo a Secex. Quanto às im-portações do Congo, não são tão regulares quanto às dos outros países africanos mencionados. Porém, após importações nulas em maio, o total foi de 87 toneladas de carne suína brasileira no mês passado.

Preços e exportações

Estado mensalMédia Variação no mês Mínimo mensal Máximo mensal

Minas Gerais 3,85 -10,0% 3,60 4,00 São Paulo 3,64 -12,9% 3,43 3,93 Paraná 3,35 -10,2% 3,17 3,51 Santa Catarina 3,28 -9,3% 3,13 3,42 Rio Gran-de do Sul 3,34 -9,7% 3,15 3,51

Tabela 1 - Indicadores do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ -

Preços pagos ao produtor - junho/17

Região mensalMédia Variação no mês Mínimo mensal Máximo mensal

Patos de Minas 3,82 -9,9% 3,57 3,95 Belo Horizonte 3,87 -8,9% 3,63 3,99 Sul de Minas 3,86 -11,1% 3,61 4,06 Ponte Nova 3,90 -10,8% 3,62 4,06 São José do Rio

Preto 3,64 -14,8% 3,37 3,95 Avaré 3,53 -13,2% 3,27 3,77 SP-5 3,69 -12,3% 3,51 3,98 Arapoti 3,51 -13,2% 3,32 3,75 SO Paranaense 3,51 -13,2% 3,25 3,72 Oeste Catarinense 3,31 -13,4% 3,09 3,55 Braço do Norte 3,23 -11,5% 3,00 3,39 Erechim 3,45 -13,0% 3,11 3,57 Santa Rosa 3,57 -13,3% 3,21 3,89 Serra Gaúcha 3,48 -14,0% 3,18 3,73

Tabela 2 - Médias regionais do preço do suíno vivo

- junho/17 (R$/kg)

Fonte: Cepea-Esalq/USP Fonte: Cepea-Esalq/USP

Tabela 3 - Médias dos preços das carnes -

atacado da Grande São Paulo - jun/17 (R$/kg)

Estado mensalMédia Variação no mês Mínimo mensal Máximo mensal

Carcaça Comum 5,52 -10,7% 5,31 5,88 Carcaça Especial 5,83 -13,3% 5,49 6,34 Lombo 10,46 -6,1% 10,16 10,70 Pernil com osso 6,77 -2,0% 6,71 6,86 Costela 10,56 -13,2% 9,89 11,13 Carré 7,24 -3,8% 7,13 7,34 Paleta sem osso 7,27 -6,0% 7,02 7,57

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4

CEPEA - CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - ESALQ/USP

Gráfi co 3 - Preços internos (carcaça -Grande

SP) e externo (carne in natura), deflacionados pelo IPCA - R$/kg

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Gráfi co 4 - Exportações de carne suína in

natura entre agosto/16 e junho/17

Fonte: Cepea-Esalq/USP

A

lém da queda de 5,1% no preço da carcaça especial no atacado da Grande São Paulo, os preços dos principais cortes suínos tam-bém recuaram de maio para junho. Considerando--se a média do estado, a costela foi negociada na média de R$ 10,56/kg no mês passado, recuo de 9,9% frente ao mês anterior. A paleta desossada se desvalorizou 7% no período, e o pernil com osso, 6,6%, com o quilo da carne passando para R$ 7,27/ kg e para R$ 6,77/kg, respectivamente. O preço do lombo foi para R$ 10,46/kg, e o do carré, para R$ 7,24/kg, respectivas quedas de 4,3% e de 1,8% Apesar das quedas, o ganho de competitividade da carne suína foi limitado pela desvalorização das concorrentes. A carcaça casada bovina teve preço médio de R$ 9,25/kg em junho, recuo de 3% em relação a maio. Segundo a equipe de Pe-cuária Bovina de Corte do Cepea, a pressão veio do mercado de boi gordo. Com a retração de um grande comprador do mercado, a oferta de ani-mais para abate superou a necessidade de outros frigoríficos, que, por sua vez, ficaram com escalas confortáveis. Nesse cenário, a queda expressiva no preço da arroba foi repassada, ao menos que parcialmente, para os preços da carne no atacado. o setor de aves, o preço do frango inteiro conge-lado caiu 1,3% no atacado da Grande São

Pau-Carnes Concorrentes

Gráfi co 5 - Preços da carcaça casada bovina,

carcaça comum suína e frango inteiro resfriado, no atacado da Grande São Paulo (R$/kg) - julho/16 a junho/17 Fonte: Cepea-Esalq/USP 3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00 11,00 12,00 ju l/1 5 ag o/ 15 se t/ 15 ou t/ 15 no v/ 15 dez /1 5 ja n/ 16 fe v/1 6 ma r/ 16 ab r/ 16 ma i/ 16 ju n/ 16 ju l/1 6 ag o/ 16 se t/ 16 ou t/ 16 no v/ 16 dez /1 6 ja n/ 17 fe v/1 7 ma r/ 17 ab r/ 17 ma i/ 17 ju n/ 17 R$ /k g

Preço Interno Preço Externo

20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00 140,00 160,00 180,00 ag o/ 16 se t/ 16 ou t/ 16 no v/ 16 dez /1 6 ja n/ 17 fe v/1 7 ma r/ 17 ab r/ 17 ma i/ 17 ju n/ 17 1.000 t US$ milhões

lo, passando para a média de R$ 3,51/kg em junho. Esse foi um dos menores patamares re-ais já vistos para o frango congelado na série histórica do Cepea (deflacionamento pelo IPCA de maio/17). O ritmo de negócios esteve len-to no mercado doméstico em junho, e as cota-ções só não recuaram mais porque o ritmo de vendas ao exterior esteve melhor. As exporta-ções de carne de frango aumentaram 7,7% de maio para junho, totalizando 343,58 mil tone-ladas no último mês, segundo dados da Secex.

2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 ju l/1 6 ag o/ 16 se t/ 16 ou t/ 16 no v/ 16 dez /1 6 ja n/ 17 fe v/1 7 ma r/ 17 ab r/ 17 ma i/ 17 ju n/ 17 R$ /k g

(5)

vivo/milho Variação mensal farelovivo/ Variação mensal

SP 8,46 -5,6% 3,81 -8,0% MG 9,82 -1,9% 3,94 1,9%

Tabela 4 - Relação de troca de suíno por milho e

de suíno por farelo de soja (kg vivo/kg de insumo) – média junho/17

Fonte: Cepea-Esalq/USP

M

esmo com a queda nos preços do milho e do farelo de soja, a forte baixa nas cotações do suíno vivo reduziu o poder de compra do suinocultor em junho. No mês passado, o suinocul-tor da região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Pi-racicaba, São Paulo e Sorocaba) pôde comprar 8,46 quilos de milho e 3,81 quilos de farelo de soja com a venda de um quilo do animal vivo, quantidades 5,6% e 7,9% inferiores às de maio. No Oeste Catarinense, o produtor de suínos conseguiu adquirir 7,26 quilos do cereal e 3,33 quilos do derivado, respectivas bai-xas de 12,1% e de 11,5% na mesma comparação. Apesar dos recuos de maio para junho, a relação de troca de suíno por milho ainda foi a se-gunda melhor para o suinocultor no período, atrás apenas do observado em junho de 2015, quan-do era possível comprar até 8,68 quilos quan-do ce-real com a venda de um quilo de suíno na região paulista e 7,46 quilos no oeste de Santa Catarina. Em relação a 2016, o poder de compra do suinocul-tor paulista aumentou 70,3%, e o do produsuinocul-tor cata-rinense, 72,3% frente ao milho. Quanto ao farelo de soja, o suinocultor paulista pôde comprar um volume 37,1% maior do derivado que em junho/16. Para o produtor de Chapecó, esse aumento foi de 40,8%.

No mercado de milho, o preço da saca de 60 quilos fechou junho com média de R$ 26,18 em Campinas (SP), valor 4,2% inferior à média de maio e 46,2% menor que a de junho/16. Em Chapecó (SC), as cotações seguiram praticamente estáveis durante o mês, diminuíram 47% em um ano, passando para R$ 27,37/sc no mês passado. Segundo a equipe Grãos/Cepea, as baixas estive-ram atreladas principalmente ao avanço da colhei-ta e à retração de compradores, que aguardam a entrada volumosa do cereal nos próximos meses.

Em junho, o preço do farelo de soja

teve média de R$ 969,40/t em Campinas e de R$ 995,38/t na região catarinense, valo-res 1,8% e 1,5% menovalo-res frente a maio e 33,2% e 35,2% mais baixos que em junho/16.

Relação de Troca e Insumos

Gráfi co 6 - Relação de troca (kg de suíno/

kg de ração) - MG - jun/07 a jun/17

Fonte: Cepea-Esalq/USP

Gráfi co 7 - Relação de troca (kg de suíno/kg

de milho e kg

Fonte: Cepea-Esalq/USP

O Boletim do Suíno é elaborado

Coordenador: Prof. Dr. Sergio De Zen Pesquisadora: Camila Brito Ortelan, M.a Equipe: Regina Mazzini R. Biscalchin, Fernando

Jornalista responsável:

Alessandra da Paz - Mtb: 49.148

EXPEDIENTE

SEJA UM COLABORADOR DO CEPEA! CONTATO: (19) 3429-8859 | suicepea@usp.br

Fonte: Cepea-Esalq/USP 0,0 1,5 3,0 4,5 6,0 7,5 9,0 10,5 12,0 ju l/1 6 ag o/ 16 se t/ 16 ou t/ 16 no v/ 16 dez /1 6 ja n/ 17 fe v/1 7 ma r/ 17 ab r/ 17 ma i/ 17 ju n/ 17 SP Suíno/Milho SP Suíno/Farelo MG Suíno/Milho MG Suíno/Farelo 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 ju n/ 07 no v/ 07 ab r/ 08 se t/ 08 fe v/0 9 ju l/0 9 dez /0 9 ma i/ 10 ou t/ 10 ma r/ 11 ag o/ 11 ja n/ 12 ju n/ 12 no v/ 12 ab r/ 13 se t/ 13 fe v/1 4 ju l/1 4 dez /1 4 ma i/ 15 ou t/ 15 ma r/ 16 ag o/ 16 ja n/ 17

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