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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MIGUEL MOFARREJ

FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE SOFTWARE COMO

FERRAMENTA DE AUXÍLIO NA NUTRIÇÃO ADEQUADA DE

CÃES OBESOS

DANIELE SIQUEIRA DE PONTES

OURINHOS – SP

2015

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DANIELE SIQUEIRA DE PONTES

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE SOFTWARE COMO

FERRAMENTA DE AUXÍLIO NA NUTRIÇÃO ADEQUADA DE

CÃES OBESOS.

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Pontes, Daniele Siqueira

Desenvolvimento de sistema de software como

ferramenta de auxílio na nutrição adequada de cães obesos / Daniele Siqueira de Pontes – Ourinhos, SP: FIO, 2015.

47f.; 30cm

Monografia (Trabalho de Conclusão de Curso de Medicina Veterinária) – Faculdades Integradas de Ourinhos, 2015.

Orientador: Profª Dra. Márcia Regina Coalho 1. Obesidade. 2. Nutrição canina. 3. Software I.

Desenvolvimento de sistema de software como ferramenta de auxílio na nutrição adequada de cães obesos.

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DANIELE SIQUEIRA DE PONTES

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA DE SOFTWARE COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NA NUTRIÇÃO ADEQUADA DE CÃES OBESOS

Esta monografia foi julgada e aprovada para obtenção do Título de Bacharel, no Curso de Medicina Veterinária das Faculdades Integradas de Ourinhos.

Ourinhos, 8 de Dezembro de 2015

Prof. Dr. Cláudia Yumi Matsubara Rodrigues Ferreira Coordenadora do Curso de Medicina Veterinária

BANCA EXAMINADORA

_____________________________ Prof, Dra. Márcia Regina Coalho

______________________________ Prof. Me. Felipe Gazza Romão

______________________________ Prof. Dra. Isabela Bazzo de Costa

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DEDICATÓRIA

Dedico aos meus pais, meu irmão e a toda minha família. Dedico também aos meus amigos, professores, em especial a minha orientadora. Todos aqueles que me ajudaram direta ou indiretamente a concluir este trabalho, com muita paciência, compreensão e amizade.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente, à minha mãe Denise que confiou em mim, me deu essa oportunidade de concretizar uma das etapas mais importantes da minha vida. Não mediu esforços para que esse sonho se realizasse, compreendeu, ajudou e confiou no meu potencial de encerrar mais uma caminhada. Além da dedicatória dessa conquista, dedico também a minha vida. Ao meu pai Luciano que sempre me proporcionou seu carinho, esforço, amor e que sempre está ao meu lado.

Ao meu irmão Danilo que sempre foi meu melhor amigo acima de tudo e essencial na minha vida.

Aos meus amigos, Amanda Lyra, Kaline, Fabiane, Lara, Alexandra, Isadora, Victor, Ully, Daniela, Tais e Bruna que sempre estiveram ao meu lado, me apoiando e me mostrando o verdadeiro significado de amizade e confiança.

A minha melhor amiga Amanda Eloy, pois esteve ao meu lado em todos os momentos e circunstâncias, dividindo comigo alegrias, tristezas e até mesmo dando uma dura quando precisava. Uma jóia preciosa que jamais encontrarei em outro lugar.

A minha amiga Roberta Vendrame, que compartilhei momentos incríveis, angústias e ansiedade, mas que nunca deixou de me apoiar, de ter paciência e de muitas vezes achar solução quando parecia não ter.

Aos meus professores pelos ensinamentos ao longo do curso, em especial a minha orientadora Márcia Coalho, por confiar no meu potencial e por se disponibilizar a me ajudar nessa conclusão de curso.

Ao Hospital Veterinário das FIO pela oportunidade de estágio e aprendizado nessa etapa final. Sou grata a todos os médicos veterinários e residentes pela atenção e preocupação com meu aprendizado.

Meu agradecimento especial a todos os animais que fizeram e vão fazer parte da minha história.

E agradeço finalmente ao todo criador, Deus, por ter me proporcionado condições físicas, psicológicas, financeiras e estruturais, para que eu pudesse concluir mais uma etapa importante em minha vida, concebendo sempre meus desejos e vontades, mesmo quando de forma oculta.

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“Algumas pessoas marcam a nossa vida para sempre, umas porque nos vão ajudando na construção, outras porque nos apresentam projetos de sonho e outras ainda porque nos desafiam a construí-los”.

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RESUMO

A obesidade é uma doença nutricional caracterizada pelo acúmulo de gordura no tecido adiposo, que leva a diversas complicações, diminuindo a qualidade de vida do animal e sua longevidade. Uma nutrição adequada é essencial para a saúde e o bem-estar do animal. Atualmente, devido à proximidade do homem na vida do cão, seus hábitos alimentares sofreram grandes mudanças, pois são alimentados com petiscos, guloseimas e seus proprietários ignoram suas calorias. Os principais fatores relacionados a essa patologia são: idade, raça e os fatores genéticos, gênero e esterilização, alimentação, estilo de vida, sedentarismo, doenças endócrinas, drogas, tratamento contraceptivo e fatores sociológicos. Para sua avaliação são utilizados métodos de avaliação de condição corporal como: pesagem, escore corporal, índice de massa corporal, morfometria, absorciometria de raio-x de dupla energia e ultrassonografia. Proprietários tem um papel fundamental no ganho de peso de seus animais de estimação, pois tem dificuldade de identificar e reconhecer o escore corporal, oferecendo petiscos e ignorando suas calorias. O objetivo deste estudo é apresentar uma ferramenta de auxílio (software) que mensure quantas calorias diárias de ração um cão obeso deve comer ao dia.

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ABSTRACT

Obesity is a nutritional disease characterized by fat accumulation in adipose tissue, which leads to several complications, reducing the animal's quality of life and longevity. An adequate nutrition is essential to the health and welfare of the animal. Currently, due to the proximity of the man in the dog's life, their eating habits have undergone great changes, because they are fed snacks, treats and their owners ignore their calories. The main factors related to this disease are: age, race and genetic factors, gender and sterilization, food, lifestyle, sedentary lifestyle, endocrine disorders, drugs, contraceptive treatment and sociological factors. For evaluation are used methods for assessing body condition as: weight, body condition score, body mass index, morphometry, x-ray absorptiometry dual energy and ultrasound. Owners plays a key role in the weight gain of their pets, it has difficulty in identifying and recognizing the body score, offering snacks and ignoring your calories. The aim of this study is to provide a support tool (software) that measures how many daily ration of calories an obese dog should eat a day.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Escore Corporal de cães...29 Figura 2 - Obtenção da estatura do cão para o cálculo do IMCC. A linha preta

representa o trajeto da trena sobre a coluna até o limite plantar do membro posterior...31 Figura 3 – Ilustração da tela de acesso ao Software CalcDog...35 Figura 4 – Ilustração de tela inicial do Software CalcDog...36 Figura 5 – Ilustração de tela sobre obesidade em cães do Software CalcDog.37 Figura 6 – Ilustração de tela sobre prevenção de obesidade do Software

CalcDog...37 Figura 7 – Ilustração de tela sobre cálculo de porcentagem de excesso de peso do Software CalcDog...38 Figura 8 – Ilustração de tela sobre cálculo de quantidade de calorias diárias do

Software CalcDog...38

Figura 9 – Ilustração da tela de acesso sobre como o Software CalcDog foi montado...39

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Características físicas dos escores corporais de cães ...30 Quadro 2 – Ingestão calórica do animal ...34

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LISTA DE ABREVIATURAS

FIO – Faculdades Integradas de Ourinhos TNF- Factor de necrose tumoral

IL-6 - Interleucina

TAB – Tecido Adiposo Branco TAC – Tecido Adiposo Castanho SNC – Sistema Nervoso Central IMC – Índice de massa corporal ECC – Escore de Condição Corporal IMCC – Índice de massa corporal canina

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SUMÁRIO

PARTE I ... 15

FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS ... 15

PARTE II ... 16

1. INTRODUÇÃO ... 16

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 18

2.1 Obesidade como doença ... 18

2.2 Tecido adiposo ... 20

2.3 Fatores que contribuem para o desenvolvimento da obesidade ... 20

2.4 Idade ... 21

2.5 Genética e Raça ... 22

2.6 Gênero e estado reprodutivo ... 23

2.7 Alimentação ... 23 2.8 Estilo de vida ... 24 2.9 Sedentarismo ... 24 2.10 Doenças Endócrinas ... 25 2.11 Drogas ... 25 2.12 Tratamento conceptivo ... 26 2.13 Fatores sociológicos ... 26 2.14 Tipos de obesidade ... 27

2.15 Métodos de avaliação de condição corporal ... 277

2.15.1 Pesagem...28

2.15.2 Escore de condição corporal...28

2.15.3 Índice de massa corporal...31

2.15.4 Morfometria...32

2.15.5 Absorciometria de raio-x de dupla energia (DEXA)...32

2.15.6 Ultrassonografia...32

2.16 Prevenção da obesidade ... 32

2.17 Controle da alimentação através da tecnologia ... 33

3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 39

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

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PARTE I

FACULDADES INTEGRADAS DE OURINHOS

O estágio curricular foi realizado no Hospital Veterinário das Faculdades Integradas de Ourinhos, no período de 1 de Agosto a 30 de Novembro de 2015 na cidade de Ourinhos-SP. Foi executado na área de clínica médica de pequenos animais sob a supervisão do professor Felipe Gazza Romão. O Hospital Veterinário das FIO é composto por recepção, três ambulatórios de atendimento, uma sala de diagnóstico por imagem contendo raio x e ultrassonografia, uma sala para exames de eletrocardiograma, uma sala de emergência, farmácia, sala para necropsia, um laboratório clínico, internação separando cães e gatos, uma sala de cirurgia para pequenos animais, uma sala de cirurgia para grandes animais e uma sala de internação para animais com doenças infecciosas.

Os animais chegam ao Hospital e passam por uma triagem para saber se serão encaminhados para clínica médica ou clínica cirúrgica. A anamnese e exame físico dos animais são realizadas por estagiários nos ambulatórios de atendimento. Os estagiários passam os casos para os residentes, onde mais uma vez é feito o exame físico do animal para serem pedidos exames complementares de acordo com a suspeita clínica.

No Hospital Veterinário foram realizados hemograma completo, bioquímicos, urinálise, exame coproparasitológico, exame citológico, raio x, ultrassonografia, eletrocardiograma, exames dermatológicos, cirurgias, quimioterapia e necropsia.

Haviam dois residentes de clínica médica, um residente de clínica cirúrgica, um médico veterinário de clínica médica, professores e técnicos especializados em cada área específica.

Durante o período de estágio curricular pude realizar anamneses, exames físicos, coletas de sangue, punção venosa para canulação, punção para exame citológico, receitas médicas, medicações e ajudas em geral para contenção e monitoramento dos animais.

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PARTE II

1. INTRODUÇÃO

A Obesidade é um transtorno patológico caracterizado pelo acúmulo excessivo de gordura no tecido adiposo em quantidades acima do necessário para sobrevivência animal, sendo um problema frequente e importante (BARATELLI, 2011).

O animal para ter uma vida saudável necessita ter uma alimentação balanceada com absorção de todos os nutrientes indispensáveis, ser capaz de transportá-los através de vasos sanguíneos e linfáticos e transformá-los em energia para o seu consumo diário (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

A falta de controle na ingesta de alimentos pelo animal, pode acarretar em desnutrição e obesidade, distúrbios esses que provocam alterações no organismo do animal e em sua aparência (RODRIGUES, 2011).

Esse estudo tem como tema a obesidade na espécie canina, levando em consideração que a qualidade de vida do animal depende da sua alimentação.

A obesidade é uma doença nutricional que ocorre frequentemente nos cães, o qual leva a diversas complicações nas funções corporais e diminui o tempo de vida dos animais (APTEKMANN et al., 2014). Para diagnosticá-la é necessário que o profissional realize um exame físico detalhado, com histórico, anamnese e exame clínico contendo exames laboratoriais como: urinálise, prova de função hepática e renal, proteína total, hemograma e eletrólitos (LAZZAROTTO, 1999).

Vários fatores cooperam para o aparecimento da obesidade, tais como, genética, raça, idade, tipo de alimentação, ausência de atividade física, composição calórica dos alimentos, distúrbios hormonais, medicamentos e vários fatores ligados aos proprietários (APTEKMANN et al., 2014).

Existem dois tipos de Obesidade, a hipertrófica e a hiperplásica. A hipertrófica é caracterizada pelo aumento no tamanho dos adipócitos no tecido adiposo e é mais difícil de ser controlada. A hiperplásica é caracterizada pelo aumento na quantidade de adipócitos no tecido adiposo, tendo um prognóstico pior, pois se desenvolve durante o crescimento do animal e na sua puberdade (ALCÂNTARA, 2014).

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Para prevenir precocemente a obesidade os cães devem ser alimentados de forma que seu peso ideal seja apenas mantido, para isso os cães não devem ser alimentados com rações ricas em gordura, petiscos, doces ou restos de refeições (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

Um software produzido com tecnologia digital é um tipo de ferramenta que pode ser utilizada ou instalada gratuitamente na internet, disponibilizando e visibilizando seu conteúdo (SEIXAS et al., 2012).

Para Dantas (2003), um software deve ser acessível e de fácil entendimento, pois existem pessoas que não estão acostumadas com suas práticas, podendo também ser utilizados em diversos idiomas e plataformas.

Para mensurar a quantidade de alimento para o cão obeso o software pode ser uma boa opção.

Para que isso ocorra na prática, é necessário a construção de uma calculadora que mensure quantas calorias de ração o animal deve comer ao dia, podendo trazer praticidade ao proprietário para o fornecimento de ração.

O objetivo deste estudo é apresentar um aplicativo que mensure quantos gramas de ração o animal deve comer ao dia, podendo trazer praticidade ao proprietário para o fornecimento de ração e mais qualidade de vida ao animal.

Esse tema se justifica pela importância de mostrar a necessidade de tratar a obesidade como doença.

A partir disso, surge o questionamento: como dosar a quantidade exata de alimentos diário ao animal obeso?

Assim sendo, a manutenção do peso ideal do animal pelo proprietário deve ser uma iniciativa diária para se evitar o risco de complicações. Uma nutrição apropriada é um dos pré-requisitos essenciais para saúde e bem-estar animal, melhorando sua qualidade de vida e sua longevidade.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Obesidade como doença

A obesidade pode ser definida como o excesso de gordura acumulada nos locais de estoque adiposo do corpo, sendo de 15 a 20% acima do peso fisiológico ideal para o cão, complicando as funções corporais e prejudicando a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida do animal. Ocorre pelo excesso de ingestão calórica, ausência do gasto de energia ou alterações no metabolismo, causados por mudanças nas dosagens de estrógeno e testosterona (BATISTELA; DOMINGUES, 2005).

Segundo a Associação Americana para a Prevenção de Obesidade nos animais no período de 2007 a 2009, a quantidade de cães obesos aumentou 2%. Conforme o aumento da idade (entre 5 e 12 anos), a obesidade ocorre mais em animais esterilizados. No ano de 2010, 55% dos cães no mundo foram classificados como obesos (ALCÂNTARA, 2014).

Uma nutrição adequada é um dos fatores mais essenciais para a saúde e o bem-estar animal. Um animal saudável, ingere, absorve os nutrientes e os encaminha pelo organismo através de vasos sanguíneos e linfáticos, transformando-os em substâncias necessárias para o fornecimento de energia ou para alguma outra atividade específica (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

De acordo com Carneiro et al. (2011), a falta de precisão na dieta de um cão, podem causar defeitos irrecuperáveis, como: distúrbios do aparelho locomotor, hipertensão, diabete melittus, neoplasias e intolerância ao calor.

A obesidade canina é uma patologia que ainda é vista com pouca preocupação pelos proprietários, mas pode trazer riscos à saúde dos animais de companhia (BATISTELA; DOMINGUES, 2005). Pode ser representado também por um balanço positivo de energia, ou seja, quando há um excesso de energia que é armazenado como gordura (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

De acordo com MULLER et al. (2008), um cão obeso está sofrendo um estado inflamatório leve e crônico, onde há aumento das concentrações séricas circulantes das adopocitocinas, leptina, TNF α (Fator de Necrose Tumoral) e IL-6 (interleucina).

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Na atualidade, a obesidade é uma doença nutricional mais comum em cães que vivem na sociedade desenvolvida, que causam várias afecções, tais como, afecções ortopédicas, endócrinas, metabólicas e neoplásicas, reprimindo a qualidade e expectativa de vida dos cães obesos (LOPES et al., 2013).

Nas últimas décadas, devido à proximidade do homem na vida dos animais de estimação, seus hábitos alimentares sofreram grandes mudanças, pois é comum dietas com alta densidade energética, como petiscos e guloseimas (APTEKMANN et al., 2014).

Segundo Borges (2013), os efeitos da obesidade em animais de estimação são mais prejudiciais em cães sem contactantes, pertencentes a proprietários solteiros, casais sem filhos ou proprietários obesos.

Proprietários têm um papel relevante no ganho de peso de seus animais de estimação, porém tem dificuldade de identificar e reconhecer o escore corporal, oferecendo petiscos e ignorando suas calorias (CARCIOFI et al., 2005).

Antigamente, os cães necessitavam de grande esforço físico para adquirir uma dieta resumida em proteína e gordura, hoje em dia, já é de fácil acesso e é rica em carboidratos (MARTINS et al., 2012).

De acordo com Silva et al. (2012) a genética de alguns animais ocasiona menores necessidades energéticas e, consequentemente, menos calorias por dia para manter o seu peso ideal. Existem algumas raças que são propensas a sofrer com a obesidade, como: Golden retriver, Labrador retriver, Cocker

spaniel, Beagle e Collie.

Os cães idosos também sofrem com a mesma patologia, pois ocorrem alterações no metabolismo, maior dificuldade para sentir o paladar dos alimentos, aumentando o apetite fazendo com que o animal coma até se sentir saciado, favorecendo o excesso de peso (ALCÂNTARA, 2014).

Segundo Lazzarotto (1999), a obesidade é um importante transtorno nutricional que requer atenção especial, por ser um fator altamente predisponente ao comprometimento da saúde, devido às patologias secundárias que ocorrem frequentemente.

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2.2 Tecido adiposo

O principal reservatório energético do organismo é o tecido adiposo, que contém células chamadas adipócitos que são designadas para o armazenamento de lipídios na forma de triacilglicerol. Os adipócitos são células especializadas que comportam todas as enzimas e proteínas para regular e sintetizar ácidos graxos através da lipogênese e de conservar triacilglicerol em momentos que a energia está aumentada ou para mobilizá-los pela lipólise quando há necessidade de calorias. A regulação é realizada por nutrientes e sistemas neurais e hormonais, dependendo das necessidades energéticas de cada indivíduo (ALANIZ et al., 2006). É um tecido conjuntivo onde são armazenadas além dos adipócitos, outras células como: células estaminas mesenquimatosas, fibroblastos, células endoteliais, periquitos, células do sistema imunitário como macrófagos, células dendítricas, mastócitos, granulócitos e linfócitos. É dividido em tecido adiposo branco (TAB) o qual contém células de uma gotícula de gordura e tecido adiposo castanho (TAC) que contém células de várias gotículas lipídicas (FAZENDA, 2009).

O tecido adiposo é tem capacidade de isolamento térmico, barreira física ao trauma, armazenamento energético e secreção de proteínas (COSTA; DUARTE, 2006). É o principal reservatório energético servindo para garantir a sobrevivência dos animais mamíferos durante a escassez de alimentos (ALANIZ et al., 2006)

As adipocinas tem função imunológica, sendo elas: interleucina 6 (IL-6), o factor de necrose tumoral a (TNF-α) e os factores do complemento B, C3 e D (adipsina). Além da função imunológica, elas tem atividade na homeostasia energética, sensibilidade à insulina e doença vascular (COSTA; DUARTE, 2006).

2.3 Fatores que contribuem para o desenvolvimento da obesidade

As causas da obesidade são definidas em duas classes, as de origem metabólica que tem pouco predomínio e as de comportamento alimentar, que tem um maior predomínio (ALCÂNTARA, 2014).

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De acordo com Alcântara (2014), nos cães, o gasto de energia é caracterizado por três categorias, o metabolismo basal, a termogênese pós-prandial e a atividade física. O metabolismo basal é a principal categoria para o gasto de energia calórica e depende da quantidade dos tecidos do organismo e da cooperação de cada um deles no metabolismo energético total. Conforme a idade aumenta, ocorre uma diminuição da massa magra corporal, provocando consequentemente uma redução do metabolismo basal, das necessidades energéticas diárias e da atividade voluntária (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

Os principais fatores de risco da obesidade na população canina são: idade, raça e os fatores genéticos, gênero e esterilização, alimentação, estilo de vida, sedentário, doenças endócrinas, drogas e tratamento contraceptivo e fatores sociológicos (ALCÂNTARA, 2014).

2.4 Idade

A obesidade ocorre mais em adultos, pois as necessidades energéticas são menores; caso não haja uma redução na ingestão calórica, o animal terá excesso de peso (APTEKMANN, 2012).

A incidência de obesidade de um cão é proporcional à idade do animal, ou seja, quanto mais velho o animal, maior a chance de ser obeso. Conforme a idade passa, as necessidades energéticas e a massa magra diminuem, o que vai causar redução das necessidades energéticas diárias. Caso diminua a atividade física do animal, o mesmo começa a perder a massa magra (FAZENDA, 2009).

Cães jovens obesos, entre nove a doze meses de idade, têm grande predisposição a ter excesso de peso quando adulto. Animais com quatro a seis meses de idade, que recebem excesso de alimentação, podem ter aumento na quantidade de células adiposas, levando a um aumento do seu tamanho (ALCÂNTARA, 2014).

A incidência de obesidade em cães de dois anos de idade é baixa, após essa idade, a incidência começa a aumentar. Para um bom diagnóstico, seria a partir dos cinco anos, onde tem incidência media. Dos sete aos oito anos, tem

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probabilidade de 50%, podendo chegar aos 70% com nove anos (FAZENDA, 2009).

Fêmeas com idade de nove a doze meses, têm tendência maior a serem obesas e cerca de 40% quando adultas, são obesas (ALCÂNTARA, 2014).

2.5 Genética e Raça

Os animais têm diferenças genéticas, onde alguns animais têm maiores necessidades energéticas e outros nem tanto, para poder manter a forma e o peso ideal, conforme tamanho e idade. A condição corporal pode variar de acordo com o tipo de trabalho exercido, raça e reprodução (ALCÂNTARA, 2014).

As raças mais predispostas à obesidade são: Labrador retriver, Golden

retriver, Bulldog, Cocker spaniel, Collie, Dachshund, Dálmata, Rottweiler, Cairn terrier, Shetland Sheepdog, Beagle, Cavalier king charles spaniel, Basset hound, Scottish terrier, Terrier tibetano, Bernese mountain dog, Newfoundland,

São Bernardo, Springer spaniel, Boxer, Pug, Chihuahua, Pastor Alemão,

Samoiedo, Boerboel, Fox terrier, Yorkshire, Shi-tzu, Caniche miniature, Pequines, Schnauzer, Maltês e raças cruzadas, respectivamente (ALCÂNTARA, 2014).

Para avaliar a obesidade, deve levar em consideração cada autor e o tipo de região analisada. Na região do Reino Unido, nos anos 80, as raças Labrador retriver, Cair terrier, Basset hound, Cavalier king charles spaniel,

Cocker spaniel e Beagle, são mais predispostas à obesidade. Na Austrália, no

ano de 2005, as raças predispostas são Cocker spaniel, Labrador retriver,

Collie, Long- Haired Dachsund, Shetland sheepdog, Cairn Terrier, Bassett Hound, Cavalier king charles spaniel e Beagle (FAZENDA, 2009).

Alguns animais têm maior predisposição em ganhar massa gorda, tendo uma sobrecarga energética. Assim, a resposta da alimentação energética e a composição nutricional têm partes no fator genético especifico. Assim, o fator de genética levando à obesidade, ainda é pouco compreendidos (ALCÂNTARA, 2014)

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2.6 Gênero e estado reprodutivo

Estudos apontam que 60% dos cães obesos são fêmeas. A castração é um fator importante que pode levar a obesidade, pois fêmeas e machos castrados tem o dobro da probabilidade de serem obesos que animais inteiros. A alteração do estatuto reprodutivo muitas vezes faz com que o animal se alimente mais, sendo que ele tem uma menor necessidade energética, fazendo com que o animal ganhe peso (FAZENDA, 2009).

Animais mais velhos e castrados fazem menos atividade física, consequentemente ganham peso. Cães machos e castrados não exibem comportamento sexual que gasta energia com a atividade física, consequentemente também ganham peso (FAZENDA, 2009).

Através do sistema nervoso central (SNC) e do metabolismo celular, os hormônios sexuais vão influenciar diretamente ou indiretamente na alimentação e no peso corporal. A função do estrógeno tem efeito inibitório na ingestão alimentar, ou seja, em fêmeas castradas o estrógeno está ausente, fazendo com que esse efeito inibitório não exista (FAZENDA, 2009).

2.7 Alimentação

Os animais capacidade de adotar a ingestão energética conforme necessidade orgânica, tendo base as necessidades calóricas assim, quando é oferecida uma dieta equilibrada e palatável, não vão exceder as necessidades do organismo. Quando a dieta sofre algum tipo de deficiência, os animais vão ingerir mais alimentos energéticos (FAZENDA, 2009).

Com o aumento de empresas na área de alimentação, aumentou-se a competitividade levando assim a produção de alimentos ricos em gorduras e açucares solúveis, levando uma ingestão excessiva em alguns animais, pois tem alta palatabilidade. Essa palatabilidade tem função principal na ingestão, além de induzir positivamente, ao invés de um balanço energético negativo; assim a quantidade a ser ingerida fica maior, diminuindo os intervalos de uma refeição à outra (FAZENDA, 2009).

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De acordo com Fazenda (2009), dietas ricas em gordura tem um alto teor energético, sendo aprazíveis. Assim, com um consumo inadequado, ou seja, em maiores quantidades levará o animal a obesidade, pois as gorduras que deveriam ser oxidadas, serão armazenadas, levando a um aumento do tecido adiposo.

Quando a alimentação tem livre acesso, torna um fator de risco indiscutível, pois a ingestão pode ser excessiva, caso o animal esteja aborrecido ou inativo. O aumento do consumo de guloseimas e sobras de alimentos, são fatores adicionais para a obesidade, além do numero de pessoas que colocam os alimentos para os animais, podendo também ser um fator de risco (FAZENDA, 2009).

2.8 Estilo de vida

Atualmente, por causa dos hábitos da sociedade, o estilo de vida e a rotina dos cães vem a cada dia sofrendo alterações, fazendo com que a atividade dos animais de companhia seja reduzida. Os proprietários ignoram as necessidades diárias de exercício de seu animal, pois hoje em dia os cães são companheiros de casa (FAZENDA, 2009).

Proprietários acreditam que um bom apetite é sinal de boa saúde, então acabam alimentando seus pets excessivamente, esquecendo que existe um valor energético adequado para cada animal. Proprietários também erram dando a mesma quantidade de alimento todos os dias, sendo que as necessidades energéticas diárias variam de acordo com a temperatura ambiente, o estágio de vida do animal e o nível de atividade física do animal (ALCÂNTARA, 2014).

2.9 Sedentarismo

De acordo com Alcântara (2014), a redução do exercício físico diário pelo confinamento do animal e pelo excesso de alimento oferecido pelo proprietário, levam à obesidade. Existem raças de cães que necessitam de no

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mínimo 2 horas de exercício por dia porém, a grande maioria não realiza atividades por 2 horas ou mais por dia.

Um cão sedentário não tem uma despesa energética diária adequada, fazendo com que os reguladores fisiológicos da ingestão energética não exerçam abaixo de um nível mínimo de atividade física, resultando em um aumento de ingestão de alimento e consequentemente um ganho de peso (FAZENDA, 2009).

A ligação inversa entre o IMC e a atividade física mostra que os cães obesos são menos ativos, porém não indica que a obesidade é responsável pela diminuição de atividade física ou se essa redução de exercício causa obesidade (FAZENDA, 2009).

2.10 Doenças Endócrinas

Cães com hipotireoidismo, hiperadrenocorticismo e diabetes mellitus geralmente sofrem com a obesidade (ALCÂNTARA, 2014).

Cães obesos podem ser acometidos por hipotireoidismo, mas quando diagnosticada geralmente deixa os proprietários frustrados, pois os animais normalmente não conseguem perder peso apesar da suplementação hormonal tiroideiana (ALCÂNTARA, 2014).

No hiperadrenocorticismo o excesso de peso é comum porque há uma produção excessiva de corticosteróides pelo córtex da supra-renal, causando polifagia (FAZENDA, 2009).

O animal obeso tem resistência à insulina, podendo assim desenvolver diabetes mellitus. Esta enfermidade causa polifagia e aumento de peso nos primeiros estágios (ALCÂNTARA, 2014).

2.11 Drogas

De acordo com Alcântara (2014), menos de 5% da obesidade tem relação com doenças e fármacos, porém, anticonvulsivantes e glicocorticoides causam polifagia e consequentemente ganho de peso.

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Existem medicações contraceptivas com progestagéneos que aumentam a deposição de gordura através da lipoproteína lipase (FAZENDA, 2009).

2.12 Tratamento conceptivo

Segundo Alcântara (2014), o Acetato de Medroxiprogesterona que é utilizado como tratamento conceptivo, leva a um aumento de peso em 17,4% das fêmeas tratadas. Alguns anticonvulsionantes e glicocorticóides causam fome excessiva e consequentemente ganho de peso.

2.13 Fatores sociológicos

A alimentação tem um papel fundamental no aparecimento da obesidade nos animais. Esse erro se dá, no primeiro momento de adoção dos animais, quando os proprietários tentam adquirir o afeto dos animais através da comida, além da noção de culpa pelo fato de passar pouco tempo com o animal. Assim esta prática acaba levando aos distúrbios alimentares, como a obesidade (FAZENDA, 2009).

Os donos têm muita influencia sobre o aumento de peso, pois quando não possui um habito de exercício, não vai praticar com o animal, através de sobras gordurosas oferecidas para os cães (ALCÂNTARA, 2014).

Uma grande quantidade de animais na mesma residência pode influenciar no comportamento alimentar, ou seja, a maioria come mais na presença de outros. O incremento alimentar pode levar ao aumento de peso. Ao contrário da realidade, os cães que vivem sozinhos em uma residência, tem tendência maior a serem obeso (FAZENDA, 2009).

Proprietários de baixo nível econômico têm baixo conhecimento sobre os riscos causados pelo aumento do consumo de alimentação, além de não terem condições financeiras de manter uma ração equilibrada (ALCÂNTARA, 2014).

Segundo Alcântara (2014), o veterinário deve recolher algumas informações dos proprietários como marca da ração, quantidade diária, forma da alimentação, pessoa responsável pelo ato, se há administração de petiscos

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ou alimento humano. Assim, os donos devem ser alertados pelos riscos causados pelo aumento de peso, reforçando anualmente os exames dos animais.

2.14 Tipos de obesidade

A obesidade hipertrófica é caracterizada pelo aumento no tamanho dos adipócitos no tecido adiposo, podendo ser chamada também de obesidade simples ou comum e é a mais difícil de ser controlada. Já a obesidade hiperplásica é caracterizada por um aumento na quantidade de adipócitos no tecido adiposo, e tem um prognóstico pior pois se desenvolve durante o crescimento do animal e na sua puberdade (ALCÂNTARA, 2014).

O organismo do ser vivo tem a eficácia de aumentar o número de adipócitos, porém não é habilitado para reduzir os adipócitos existentes abaixo de um nível mínimo. Para evitar que filhotes virem adultos obesos, é essencial um controle de peso durante todo o seu crescimento. Uma alimentação que não é adequada e tem níveis altos de carboidratos e gorduras podem ocasionar uma hiperplasia dos adipócitos (GUIMARÃES; TUDURY, et al. 2006).

2.15 Métodos de avaliação de condição corporal

A condição corporal correta tem relação com equilíbrio energético do animal, pois o quando o animal tem uma dieta regular sem excesso e sem falta de nutrientes, ele consome toda a energia da sua dieta. Ou seja, o animal não aloja energia em forma de gordura (RODRIGUES, 2011).

A magnitude do excesso de peso e a estimativa da quantidade de peso que o animal precisa perder, podem ser determinadas relacionando o peso atual e o peso na fase magra do animal (BATISTELA; DOMINGUES, 2005).

Normalmente não é difícil de diagnosticar um cão desnutrido ou obeso, porém requer uma fórmula para definir com exatidão quantos quilos o animal precisa ganhar ou perder (RODRIGUES, 2011).

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A compreensão de que a obesidade causa danos à saúde e a identificação como uma enfermidade talvez sejam os primeiros passos mais importantes no sentido de corrigir o problema (SILVA et al., 2012).

O método de diagnóstico mais utilizado e também o mais prático, é um exame físico que consiste em inspeção e palpação do cão. Quando o animal é visto de cima, ele deve apresentar forma de ampulheta e as costelas devem ser facilmente palpáveis. Em indícios de obesidade, o animal perde o estreitamento da cintura, apresenta o abdômen abaulado e há um depósito de gordura evidente na base da cauda e na região inguinal, além das costelas que não são facilmente palpáveis (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

De acordo com Muller et al. (2008), palpação de pregas cutâneas na região das costelas também pode fazer parte do diagnóstico, pois se a prega estiver muito grossa, o animal está acima do peso. Além disso, o aumento da massa de gordura ao redor do pescoço do cão também pode indicar acúmulo de adiposidade.

2.15.1 Pesagem

Segundo Rodrigues (2011), “a avaliação do peso é utilizada como medida estimativa do estado nutricional”. Para saber se há um aumento excessivo de peso no cão, deve-se comparar o peso atual com os pesos anteriores. Em raças puras pode-se comparar e observar se o peso do animal se encaixa no padrão da raça.

2.15.2 Escore de Condição Corporal

O escore de condição corporal é um método subjetivo e semi quantitativo para avaliar gordura corporal e músculo, utiliza escalas numéricas de 1 a 5 ou 1 a 9 (RODRIGUES, 2011).

A determinação do escore de condição corporal (ECC) é efetuado pela palpação da caixa torácica, do abdome e da base da cauda, para poder classificar a espessura do tecido adiposo subcutâneo. Os cães não devem ter o abdômen abaulado e nem depósito de gordura na cauda, as costelas devem

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ser facilmente palpáveis e quando visto de cima, deve ter forma de ampulheta. O ECC é identificado e classificado de 1 a 5, sendo o escore 3 normal, ou de 1 a 9, sendo 5 a classificação normal. Qualquer aumento de escore corporal acima de 5 que é o valor ideal, equivale a um aumento de 10 a 15% de peso (BORGES, 2013).

A figura abaixo demonstra o escore corporal classificados de 1 a 5, divididos em caquético, magro, ideal, gordo e obeso mórbido.

Figura 1 – Escore Corporal de cães

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O quadro abaixo as características físicas dos escores corporais de cães.

Quadro 1 - Características físicas dos escores corporais de cães.

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2.15.3 Índice de massa corporal

O índice de massa corporal (IMC) é um método reconhecido como padrão internacional utilizado em seres humanos, para avaliar o grau de obesidade, (abaixo do peso, peso ideal ou acima do peso). É determinado pela equação [IMC = peso (Kg) / altura² (m)], e foi adaptado para ser utilizado em

cães, determinado como índice de massa corporal canina (IMCC), que utiliza medidas morfométricas (BOTELHO, 2013).

De acordo com Rodrigues (2011), um parâmetro viável é a medida da coluna vertebral adicionada ao comprimento do membro pélvico. Existem quatro equações de índice de massa corporal, sendo IMC³ o mais representativo para a relação entre o peso e comprimento do animal:

IMC1 = peso (kg) / altura da cernelha (m);

IMC2 = peso (kg) / altura da cernelha2 (m);

IMC3 = peso (kg) / comprimento da coluna (m);

IMC4 = peso (kg) / comprimento da coluna2 (m).

Figura 2 - Obtenção da estatura do cão para o cálculo do IMCC. A linha preta representa o trajeto da trena sobre a coluna até o limite plantar do membro posterior.

Fonte: (MULLER, 2007).

O IMCC ideal para cães de pequeno porte, peso equivalente de 1 a 10 kg, estima-se o IMCC diminuindo 10%, para cães de médio porte, peso equivalente de 10 a 25kg, atingiu valores de 11,8 e 15 kg/m², e para cães de grande porte, adiciona-se 20% em relação ao IMCC dos de médio porte (RODRIGUES, 2011).

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2.15.4 Morfometria

A morfometria é a avaliação das medidas corporais, relacionando o tamanho do animal com a sua forma e um aumento da morfologia do animal está relacionado a presença de gordura no organismo. É um método que mensura as dobras cutâneas, podendo mensurar o total de gordura subcutânea corporal. Para medir a morfologia do animal, devem ser utilizados a altura da cernelha, o comprimento corporal, o membro pélvico direito, o perímetro abdominal, o perímetro torácico e o perímetro da coxa (BOTELHO et al., 2013). De acordo com Rodrigues (2011), deve-se estabelecer medidas corpóreas que forem sofrendo mudanças com o ganho ou perda de peso.

2.15.5 Absorciometria de raios-x de dupla energia (DEXA)

É um método que mede matéria mineral, porém é utilizada para medir gordura e o tecido magro do corpo. Permite estabelecer densidade mineral do osso, conteúdo mineral do osso, massa gorda e massa magra do corpo (RODRIGUES, 2011).

2.15.6 Ultrassonografia

É um método de diagnóstico por imagem utilizado para monitorar depósitos de gordura que aparecem na imagem de ultrassonografia.

2.16 Prevenção da obesidade

Para tratar a obesidade, a prevenção é a maneira mais eficaz. Os cães devem ser alimentados de uma forma que permita que seu peso ideal seja apenas mantido. Animais sedentários não devem ser alimentados com rações ricas em gordura, petiscos, doces ou restos de refeições (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

A obesidade é uma enfermidade nutricional de difícil tratamento, o que geralmente acaba sendo frustrante para o proprietário; porém, quando seguido adequadamente é compensador. Há três itens em um programa de perda de

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peso para cães, sendo eles, alteração do comportamento, da atividade e da dieta. Os objetivos de um tratamento da obesidade são a redução da massa gorda a curto prazo e a manutenção do peso ideal a longo prazo (FAZENDA, 2009).

O componente mais importante para um programa de redução de peso é a cooperação do proprietário, pois muitas vezes a obesidade canina é apenas um problema de manejo. Se o proprietário não ajudar corretamente, o objetivo do tratamento não é alcançado. O proprietário deve estar ciente do que é obesidade e quais consequências graves ela pode trazer, pois é ineficaz apenas sugerir uma dieta (GUIMARÃES; TUDURY, 2006).

Para perder peso, o cão precisa ter suas calorias reduzidas; para isso, deve-se fornecer uma dieta com total de energia menor do que o necessário para manter o peso corporal, pois assim, proporciona ao animal um balanço energético negativo, induzindo a mobilização de calorias dos depósitos orgânicos, pelo catabolismo das gorduras endógenas (LAZZAROTTO, 1999).

De acordo com Guimarães; Tudury (2006), não há uma droga ou cirurgia recomendada rotineiramente para tratamento da obesidade.

2.17 Controle da alimentação através da tecnologia

Para o controle ideal da alimentação, a restrição do alimento é a única opção. Com isso o proprietário deve estar ciente das complicações da obesidade, não fornecer petiscos ao animal e reduzir quantidade calórica diária (APETKMANN, 2012).

Além do controle da alimentação, o exercício físico é uma forma de aumentar a taxa metabólica basal, aumentando a massa muscular, perdendo peso e trazendo benefícios a longo prazo para manter o peso ideal do animal (CARCIOFI et al., 2005).

Para se restringir o alimento, deve-se levar em consideração o quanto o animal está obeso, ou seja, o excesso de peso, o sexo e o período para perda de peso. Verifica-se que as fêmeas obesas consomem em média 15% menos de energia do que machos por unidade de peso metabólico e a massa magra

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geralmente é menor, quanto maior a restrição energética, menor o tempo necessário para perda de peso (APETKMANN, 2012).

De acordo com Sunvold (1998) apud Carciofi et al. (2005), as principais características dos alimentos para perda de peso são: baixa densidade energética, concentrações mais elevadas de proteínas, aumento de fibra, emprego de fontes de amido de assimilação lenta e utilização de nutrientes como a l-carnitina que podem vir a auxiliar no metabolismo dos carboidratos e gordura.

Para definir a ingestão calórica do animal, a dieta deve ser formulada para fornecer 40% a 60 ou 75% da energia necessária para manter o peso ideal. É calculada de acordo com o excesso de peso do animal, o sexo e o tempo para atingir a meta de perda de peso (APTEKMANN, 2012).

Para a dieta, o seguinte cálculo é utilizado:

55 a 85 kcal x (PV ideal) 0,75

Excesso de peso 20-30% 30-40%  40%

Ingestão energética diária

Macho Fêmea Macho Fêmea Macho Fêmea

85 80 75 65 60 55

Duração da perda de peso

15-18 sem 18-20 sem 20-22 sem

Quadro 2 – Ingestão calórica do animal

Fonte: (APTEKMANN, 2012).

Falhas no processo de perda de peso pode existir, e nos primeiros retornos pode ocorrer a necessidade de reajustar a quantidade da dieta oferecida que após calculada deve ser dividida em três refeições diárias. Após atingir o peso ideal as pesagens devem continuar em 30, 60, 90 e 120 dias após o término do regime, assegurando a manutenção do peso perdido (CARCIOFI et al., 2005).

Os softwares são ferramentas que são instaladas gratuitamente, acessíveis 24 horas por dia durante todo o ano. Podem ser atualizadas, modificadas ou adaptadas por programadores que disponibilizam em sites de fácil visualização e aproveitamento do conteúdo (SEIXAS et al., 2012 ; DANTAS, 2003).

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

A metodologia aplicada é a pesquisa bibliográfica em textos científicos encontrados na literatura dessa área.

Essa pesquisa iniciou com o levantamento dos conceitos universais de obesidade, dos fatores que contribuem para seu desenvolvimento, dos tipos de obesidade existentes, as medidas de avaliação de condição corporal, como prevenir o aparecimento da doença e o controle da alimentação através da tecnologia.

Para sua construção foi utilizada a linguagem Java de programação de fácil aprendizado, onde os elementos inseridos são objetos que podem ser modelados e interagir entre eles (RICCIONI, 2000).

Para sua construção foi utilizada ferramenta NetBeans, a linguagem Java escolhido pelo programador que foi moldado o tamanho das figuras e letras, criando telas com desenhos animados copiados da internet. O conteúdo mostra através de desenhos gráficos. Os cálculos de porcentagem de excesso de peso do cão e resultados de quantas calorias diárias de ração devem ser fornecidas para um cão obeso.

O layout foi pelo escolhido pelo autor e o programador editou as telas usando as fórmulas fornecidas pelo autor. Foram conferidos os resultados a após a aprovação do layout, foi disponibilizado o conteúdo em um site na

internet para visualização e acesso.

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Ao acessar o link http://danielesiqueira.wix.com/calcdog, deverá clicar em baixar CalcDog, que irá abrir a página para baixar o arquivo pelo MediaFire. Ao término deverá ir ao local em que a pasta Zipada foi baixada, clicar com o botão direito em cima da mesma e escolher a opção “extrair aqui”, após isso, abrir a pasta CalcDog que foi extraída, e por fim abrir o arquivo CalcDog. Entretanto, o programa só irá funcionar, se o computador tiver o JAVA instalado, assim, foi disponibilizado juntamente com a pasta CalcDog, o arquivo JAVA para instalação.

Figura 4 – Ilustração de tela inicial do Software CalcDog

Ao baixar a calculadora de calorias diárias, aparecerão opções na tela inicial, clique na opção desejada.

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Figura 5 – Ilustração de tela sobre obesidade em cães do Software CalcDog

Ao acessar a opção Sobre a obesidade, aparecerá um resumo de o que é a obesidade e quais fatores cooperam para o aparecimento dessa patologia.

Figura 6 – Ilustração de tela sobre prevenção de obesidade do Software CalcDog

Ao acessar a opção Prevenção, aparecerá um resumo de como e porque o proprietário deve fazer a prevenção da obesidade em seu cão.

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Figura 7 – Ilustração de tela sobre cálculo de porcentagem de excesso de peso do

Software CalcDog

Ao acessar a opção Calcule as calorias diárias, aparecerá o primeiro passo do cálculo. Deverá colocar o peso do animal no primeiro item, no segundo colocar o peso do padrão da raça de acordo com a tabela ao lado e clicar em Calcule. Após aparecer o resultado da porcentagem de excesso de peso, clicar em 2º Passo.

Figura 8 – Ilustração de tela sobre cálculo de quantidade de calorias diárias do Software CalcDog

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Ao clicar no 2º Passo, deverá colocar o fator de porcentagem de excesso de peso de acordo com a tabela debaixo. No segundo item colocar o peso ideal para o animal de acordo com a tabela ao lado. Após clicar em

Calcule, aparecerá quantas calorias diárias o cão deve se alimentar por dia.

Figura 9 – Ilustração de tela sobre como o Software CalcDog foi montado

Ao acessar Programa, aparecerá um item chamado Sobre, onde mostra o porquê do software ter sido desenvolvido, por qual programador e com qual linguagem de programação foi utilizada.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesse estudo foi possível realizar um levantamento bibliográfico sobre obesidade em cães e nutrição canina, verificando que a obesidade é dividida em hiperplásica e hipertrófica, que vários fatores contribuem para essa enfermidade, como: idade, genética e raça, gênero e estatuto reprodutivo, alimentação, estilo de vida, sedentarismo, doenças endócrinas, drogas, tratamento conceptivo e fatores sociológicos. Foi verificado também métodos de avaliação de condição corporal, prevenção da obesidade e avaliação da quantidade de calorias adequadas para cães obesos através da tecnologia.

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Proprietários tem um papel fundamental no ganho de peso de seus animais de estimação, pois tem dificuldade de identificar e reconhecer o escore corporal, oferecendo petiscos e ignorando suas calorias.

Levando tudo isso em consideração, foi proposto um software contendo uma calculadora que mensure quantas calorias diárias de ração um cão obeso deve se alimentar.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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metabolismo. Revisão. Arq. Bras. Endocrinol. Metab, v.50, n.2, abril. 2006.

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APTEKMANN, K. P. et al. Aspectos nutricionais e ambientais da obesidade canina. Ciência Rural, Santa Maria. v.44, n.11, p.2039-2044, nov. 2014.

APTEKMANN, K. P. Obesidade em cães e gatos. Ciência Rural, Santa Maria. v.44, n.11, p.2039-2044, nov. 2014.

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BORGES, L. N. P. M. Fatores relacionados à obesidade em cães: Uma revisão introdutória. 2013. 35f. Monografia (graduação). Universidade de Brasília. Brasília, 2013.

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