• Nenhum resultado encontrado

ADENDO AS ÚLTIMAS DO PORTUGUÊS Vol. V

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "ADENDO AS ÚLTIMAS DO PORTUGUÊS Vol. V"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

ADENDO

“AS ÚLTIMAS DO PORTUGUÊS” – Vol. V

Considerando as modificações impostas ao sistema ortográfico da língua portuguesa pelo novo Acordo Ortográfico – e que já estão vigentes, embora ainda em fase de transição – trazemos ao usuário do presente livro um encarte que visa a esclarecer-lhe as modificações que, substancialmente foram introduzidas.

Salientamos, de início, que tais normas serão dadas como obrigatórias apenas a partir do dia 1º de janeiro de 2013, o que implica dizer que no período de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012 estaremos sob duplo regime de ortografia: o que até então nos orientava e o que passou a com ele existir desde 1º de janeiro de 2009. Assim, não há, ainda – e não haverá, insistimos, até o dia 1º de janeiro de 2013 – qualquer deslize de natureza ortográfica no caso de vocábulos redigidos à feição do que, até então, vinha sendo feito.

Feitas essas considerações iniciais, passemos ao que de mais importante veio modificar o sistema ortográfico de nossa língua:

(A)

Alfabeto: será composto por 26 letras, com a incorporação de K, W e Y.

(B)

Acentuação Gráfica: são objeto de alterações as regras citadas no presente trabalho como: Página 144:

5) Acentuam-se as vogais tônicas “i” e “u” quando em hiato, surgem sozinhas ou acompanhadas de “s”.

Ex: saída, juízes, baú, saíste, balaústre

Nota: acompanhadas de qualquer outra letra ou mesmo antecedendo o dígrafo “nh”, tais vogais não sofrem acento.

Ex: juiz, cair, Raul, ainda, rainha, caiu

MODIFICAÇÕES TRAZIDAS PELO ACORDO A ESTA REGRA:

1) As vogais citadas, quando estiverem em palavras paroxítonas e estiverem antecedidas por ditongos não mais serão acentuadas:

Ex: baiuca, bocaiuva, cheiinho, feiura, maoismo, saiinha (empregamos negrito na vogal tônica de cada palavra – todas paroxítonas –, salientando o fato de terem surgido após ditongos.

2) Nos casos em que as vogais ora objeto de estudo “i” e “u” surgirem na situação acima, mas pertencerem a vocábulos oxítonos e estiverem sozinhas na sílaba final do vocábulo ou acompanhadas de “s”, o acento será empregado normalmente:

Ex: Piauí, tuiuiú, teiú, teiús, tuiuiús

Nota: Em tais casos, caso as vogais citadas formem a última sílaba do vocábulo oxítono com consoante diferente de “s”, não serão acentuadas:

Ex: cauim, ruim, cauins, ruins

RECOMENDAÇÃO: Não se deve confundir o não emprego de acento gráfico em vocábulos como “feiura", pela razão exposta em 1) acima, com o obrigatório emprego do mesmo acento em vocábulo como “feiíssimo”, que se deve ao fato de o mesmo ser proparoxítono.

Página 144:

6) Acentua-se a primeira vogal do hiato “-ôo”. Ex: vôo, abençôo, enjôo

(2)

O acento citado foi extinto. Assim, os vocábulos constantes na exemplificação acima passam a grafar-se “voo”, “abençoo”, “enjôo”.

Página 144:

7) Acentuam-se as vogais tônicas e pronunciadas com timbre aberto dos ditongos “-éi”, “-éu”, “-ói”. Ex: idéia, chapéu, lençóis

MODIFICAÇÕES TRAZIDAS PELO ACORDO A ESTA REGRA:

1) Não mais serão acentuadas as palavras paroxítonas portadoras deste acento: Ex: assembléia, boleia, ideia, heroico

RECOMENDAÇÃO: Em vocábulos nos quais surja a situação acima, mas que se enquadrem em outra regra de acentuação gráfica, o acento será mantido:

Ex: blêizer, destróier, contêiner, Méier, cujos acentos foram preservados em face de os vocábulos serem paroxítonos terminados em “r”.

2) Em casos de vocábulos oxítonos, os acentos das aludidas vogais estão mantidos: Ex: herói, constrói, corrói

3) Em vocábulos monossilábicos, os acentos gráficos continuam a existir: Ex: céu, réu, Ilhéus, troféu

Página 144)

Acentuação de formas verbais terminadas em “-em”:

Os verbos que, na 3ª pessoa do singular, acabem em “-em” ou “-ém”, como “tem”, detém”, na 3ª pessoa do plural são grafados igualmente com “-êm”: “têm” e “detêm”.

Os verbos que, na 3ª pessoa do singular, acabam em “e”, (“vê”, “crê”, “lê”, “de”), na 3ª pessoa do plural mantêm o “ê” original e acrescentam “em”: “vêem”, “crêem”, “lêem”, “dê”.

MODIFICAÇÃO TRAZIDA PELO ACORDO A ESTA REGRA:

O acento circunflexo existente nas formas de 3ª pessoa do plural foi extinto. Ex: veem, creem, leem, dêem

Página 144

Acentos Diferenciais de Intensidade

Acentuam-se os vocábulos:

9.1) pára (verbo), em oposição a para (preposição)

9.2) péla, pélas (formas do verbo, bem como substantivo), em oposição a pela e pelas

(contração da antiga preposição per com os artigos definidos a e as).

9.3) pêlo, pêlos (substantivos) e pélo (forma do verbo “pelar”) em oposição a pelo e pelos

(contração da antiga preposição per com os artigos definidos o e os).

9.4) pôr (verbo) em oposição a por (preposição).

9.5) pêra (substantivo) e péra (substantivo) em oposição a pera (antiga preposição).

9.6) pólo (substantivo) e pôlo (substantivo) em oposição a polo (contração da preposição

por com o pronome arcaico lo).

(3)

9.7) côa, côas (do verbo coar) em oposição a coa e coas (contração da preposição com com

os artigos definidos a e as).

MODIFICAÇÃO TRAZIDA PELO ACORDO A ESTA REGRA:

Todos os acentos diferenciais acima dispostos – com a exceção do que se encontra na forma verbal pôr – foram extintos. Assim, o vocábulo pôr – forma verbal é, atualmente, o único vocábulo portador do acento diferencial de intensidade. Seu emprego distingue a forma verbal citada da preposição – palavra átona – por.

Página 145:

Acento Diferencial de Timbre

Atualmente, apenas o vocábulo pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo poder) apresenta acento diferencial de timbre, que tem por intuito permitir que se estabeleça a distinção entre a forma citada e a forma pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo do mesmo verbo).

MODIFICAÇÃO TRAZIDA PELO ACORDO A ESTA REGRA:

1) Está mantido o acento do vocábulo pôde (forma verbal pertencente ao pretérito perfeito do indicativo do verbo “poder”, em distinção a pode (presente do indicativo do mesmo verbo)

2) Faculta-se, nos casos possíveis de ambiguidade, o emprego do acento diferencial no substantivo fôrma (ou sua forma de plural fôrmas), passível de ser confundida com a 3ª pessoa do presente do indicativo do verbo “formar”.

Página 145:

EMPREGO DO TREMA:

Empregaremos o trema sobre a semivogal “u” pertencente aos encontros “güe”, “güi”,

“qüe” e “qüi”.

Ex: ungüento, lingüiça, delinqüente, tranqüilo.

Quando informamos que o trema é posto sobre a semivogal, implícito está o fato de ser um

fonema vocálico átono e pronunciado.

Nos casos destes mesmos encontros em que a letra “u” é a vogal tônica da palavra, recairá

sobre ela umum acento agudo:

Ex: averigúem, argúi, obliqúe

Em casos nos quais o “u” pertencente aos encontros anteriormente citados não sejam

pronunciados temos a ocorrência de dígrafos, ou seja, duas letras representando um

fonema único. Como vemos, a regra de aplicação do trema é bastante simples. No entanto,

para a sua devida aplicação, esbarramos em uma dificuldade freqüente: o desconhecimento

da pronúncia que devemos adotar para certos vocábulos, considerando, inclusive, a

possibilidade de dupla pronúncia que o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa

(VOLP) faculta a diversos deles.

Abaixo relacionamos uma série de vocábulos que são freqüentemente requisitados em

provas diversas. Os vocábulos foram colhidos do Vocabulário Ortográfico da Língua

Portuguesa (VOLP), Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, 1998:

Emprega-se trema em:

ágüe (verbo), agüemos (verbo), agüeiro, agüeis (verbo), ágüem (verbo), agüentar, ágües

(verbo), agüinha, agüista, ambigüidade, ambigüifloro, angüiforme, apazigüei (verbo),

apazigüemos (verbo), aqüeduto, aqüícola, aqüicultor, argüição, argüido, argüente, argüir,

bangüê, bilíngüe, bilingüismo, bilingüista, bilingüístico, cinqüenta, cinqüentão,

cinqüentenário, consangüíneo, consangüinidade, conseqüência, conseqüencial,

(4)

conseqüente, contigüidade, delinqüência, delinqüente Empregaremos o trema sobre a

semivogal “u” pertencente aos encontros “güe”, “güi”, “qüe” e “qüi”.

Ex: ungüento, lingüiça, delinqüente, tranqüilo.

Quando informamos que o trema é posto sobre a semivogal, implícito está o fato de ser um

fonema vocálico átono e pronunciado.

Nos casos destes mesmos encontros em que a letra “u” é a vogal tônica da palavra, recairá

sobre ela, delinqüir, delinqüível, egüinha, eloqüência, eloqüente, ensangüentado,

ensangüentar, eqüestre, eqüevo, eqüiângulo, eqüiforme, eqüífero, eqüifinal, eqüiforme,

eqüilateral, eqüimúltiplo, eqüino (pertencente ou relativo ao cavalo; não confundir com

“equino”: ouriço, espinho), eqüinocultor, eqüinocultura, eqüipolência, eqüipotente,

eqüissílabo, eqüíssono, exigüididade, freqüência, iniqüidade, lingüeirão, lingüeta, lingüiça,

lingüífero, lingüiforme, lingüinha, lingüismo, lingüista, lingüística, loqüela, mingúe (verbo),

mingüemos (verbo), multilíngüe, obliqüidade, plurilíngüe, qüercina, qüingentésimo,

qüinquagésimo, qüinquagenário, qüinqüenal, qüinqüênio, qüiproquó, redargüir, regüinha,

sagüi, sagüim, seqüela, seqüência, seqüencial, seqüestrar, seqüestro, subseqüente,

tranqüilidade, tranqüilo, ubiqüidade, ungüento, ungüinforme.

Não se emprega trema em:

adquirir, aniquilar, aqueduto, distinguir, equilíbrio, equitação, exangue, extinguir, extorquir,

inquérito, inquirir, langue, quérulo, quibebe, sangue, sequioso.

É facultativo o emprego de trema em:

antiqüíssimo, equidade – eqüidade, equídeo – eqüídeo, equidistância – eqüidistância,

equidistante – eqüidistante, equidistar – eqüidistar, equilátero – eqüilátero, equiparar –

eqüiparar, equipolente – eqüipolente, equitativo – eqüitativo, equivalência – eqüivalência,

equivaler – eqüivaler, equivocar – eqüivocar, equívoco – eqüívoco, languidez – langüidez,

lânguido – lângüido, liquefação – liqüefação, liquefazer – liqüefazer, liquefeito – liqüefeito,

liquescência – liqüescência, liquidação – liqüidação, liquidado – liqüidado, liquidante –

liqüidante, líquido – líqüido, liquidatário – liqüidatário, liquidez – liqüidez, liquidificação –

liqüidificação, liquidificado – liqüidificado, liquidificador – liqüidificador, liquidificar –

liqüidificar, líquido – líqüido, questão – qüestão, questionabilidade – qüestionabilidade,

questionamento – qüestionamento, questionar – qüestionar, questor – qüestor, quintuplicar

– qüintuplicar, quíntuplo – qüíntuplo, retorquir – retorqüir, sangueira – sangüeira,

sanguento – sangüento, sanguinário – sangüinário, sanguíneo – sangüíneo, sanguinolento –

sangüinolento, séquito – séqüito.

MODIFICAÇÃO TRAZIDA PELO ACORDO A ESTA REGRA:

O sinal de trema foi extinto, não sendo mais aplicado, assim, em todos os vocábulos citados na exemplificação original, acima transcrita.

Ex: unguento, linguiça, delinquente, tranqüilo, ágüe (verbo), aguemos (verbo), agueiro, agueis (verbo), águem (verbo), aguentar, águes (verbo), aguinha, aguista, ambiguidade, ambiguifloro, anguiforme, apaziguei (verbo), apaziguemos (verbo), aqueduto, aquícola, aquicultor, arguição, arguido, arguente, arguir, banguê, bilíngue, bilinguismo, bilinguista, bilinguístico, cinquenta, cinquentão, cinquentenário, consanguíneo, consanguinidade, consequência, consequencial, consequente, contiguidade, delinquência, delinquente em todos os demais vocábulos exemplificados originalmente.

NOTA: Nos vocábulos derivadas de nomes próprios estrangeiros, o trema será mantido: Ex: mülleriano, de Muller; hüberiano, de Hübner

(C)

Emprego do hífen:

Este foi, sem dúvida, o motivo das mais intensas modificações promovidas pelo novo Acordo Ortográfico.

Anteriormente, o emprego do hífen estava condicionado a grupos de prefixos que deveriam ser seguidos de hífen caso os vocábulos que a eles se seguissem fossem iniciados em certas condições. Assim, mantendo a sistemática de nosso trabalho, transcreveremos as regras anteriores à publicação do

(5)

Acordo Ortográfico – e que, voltamos a insistir, serão válidas até o dia 31 de dezembro de 2012 –, constantes na edição à qual se insere o presente encarte, para, em seguida, expormos os novos dispositivos introduzidos pelo Acordo Ortográfico.

EMPREGO DO HÍFEN

Emprega-se o hífen:

1) Em vocábulos compostos por justaposição, ou seja, quando as palavras que se reúnem

preservam seus fonemas e seus valores semânticos, observadas isoladamente:

Ex: guarda-chuva, arco-íris, pé-de-moleque, disse-me-disse.

2) Em compostos nos quais a primeira palavra é forma reduzida (forma apocopada):

Ex: bel-prazer, grã-fino, el-rei.

3) Antes dos sufixos açu e mirim quando a palavra anterior termina em vogal tônica

acentuada graficamente ou em vogal nasal:

Ex: anajá-mirim, capim-açu.

4) Antes do sufixo mor:

Ex: altar-mor, capitão-mor.

5) Após certos prefixos, seguindo as particularidades:

5.1) prefixos auto, contra, extra, infra, intra, neo, proto, pseudo, semi, supra, ultra

quando são seguidos por palavras iniciadas por vogal, h, r ou s:

Ex: auto-educação, contra-almirante, extra-oficial, infra-hepático, intra-ocular,

neo-republicano, proto-revolucionário, pseudo-revelação, semi-selvagem, supra-hepático,

ultra-sensível.

Obs.: Excetua-se neste preceito o vocábulo extraordinário.

5.2) prefixos ante, anti, arqui, sobre, quando seguidos por palavras iniciadas por h, r ou

s:

Ex: ante-histórico, anti-higiênico, arqui-rabino, sobre-saia.

Obs.: Excetuam-se, neste preceito, sobressair (verbo), antissepsia e antisséptico.

5.3) prefixo hiper, inter e super, quando seguido por palavra iniciada por h ou r:

Ex.: hiper-sensível, inter-racial, super-homem.

Obs.: Excetua-se neste preceito o vocábulo interregno.

5.4) prefixos circum, mal e pan, quando seguidos por palavra começada por vogal ou h:

Ex: circum-helênico, mal-afortunado, pan-asiático.

Obs.: Excetua-se neste preceito o vocábulo malandança.

5.5) prefixo bem, quando a palavra que a ele se segue tem vida autônoma no idioma ou

quando a pronúncia o requer:

Ex: bem-vindo, bem-aventurança.

5.6) prefixos ab, ad, ob, sob e sub, quando seguidos de elementos iniciados por r:

Ex: ab-rogar, ad-renal, ob-reptício, sob-roda, sub-reino.

Observações:

1) Com o prefixo “sub” ocorre emprego de hífen antes de raros vocábulos iniciadas por “b”:

sub-bailio, sub-balio, sub-base, sub-betuminoso, sub-bibliotecário, sub-bilabiado, sub-bloco,

sub-bosque, sub-braquicéfalo.

2) Ocorre exceção desta regra no vocábulo abruto.

(6)

Ex: aquém-mar, ex-diretor, nuper-falecido, sem-cerimônia, sota-voga, piloto,

soto-ministro, vice-reitor, vizo-rei.

5.8) prefixos pós, pré e pró, quando tônicos:

Ex: pós-meridiano, pré-escolar, pró-britânico.

NOVOS DISPOSITIVOS TRAZIDOS PELO ACORDO AO EMPREGO DO HÍFEN: EMPREGO DO HÍFEN APÓS O ACORDO ORTOGRÁFICO:

1) Emprega-se o hífen nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º elemento do composto, extenso ou reduzido, estiver representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal:

Ex: arco-íris, capitão-tenente, amor-perfeito, anglo-americano, luso-brasileiro, segunda-feira, primeiro-ministro, porta-lápis, quebra-mar

Nota: Em formas como afrodescendente, afrogenia, afrofilia, anglomania, anglofalante, eurocêntrico, eurodeputado, francofone, francolatria, lusofonia lusorama, sinologia e semelhantes, nas quais afro, anglo, euro, luso são empregadas adjetivamente, o hífen continuará não sendo empregado.

Nota: os compostos com a forma verbal “para-” serão separados com hífen seguindo-se as preceituações anteriores, respeitada, agora, a supressão do acento diferencial:

Ex: para-brisa, para-choque, para-lama

No entanto, passam a escrever-se sem hífen os vocábulos paraquedas, paraquedistas, paraquedismo, paraquedístico.

Nota: os compostos com a forma verbal “manda-” com exceção de mandachuva – grafado sem hífen – continuam a ser grafados separados por hífen

Ex: manda-lua, manda-tudo

2) Nos compostos em que se verifica emprego do apóstrofo (’) haverá emprego de hífen. Ex: cobra-d’água, mestre-d’armas, mãe-d’água, olho d’água

3) Emprega-se o hífen em compostos em cuja formação surgem nomes próprios grafados com inicial minúscula, o que indica descolamento de seu sentido original.

Ex: água-de-colônia, joão-de-barro, erva-de-santa-maria

Nota: no entanto, teremos mal de Chagas, anel de Saturno, mal de Alzheimer, grafados sem hífen. 4) Quando o primeiro elemento de um composto está representado por além, aquém, recém e bem, o hífen será empregado:

Ex: além-mar, além-fronteiras, aquém-mar, aquém-Pireneus, recém-casado, recém-nascido, bem-aventurado, bem-vindo

Nota: Há casos em que o elemento “bem-” surge aglutinado ao vocábulo seguinte – ainda que este não tenha vida própria na língua. Nessas circunstâncias, não se emprega o hífen: benfazejo, benfeitoria, benquisto.

5) Emprega-se o hífen quando o primeiro elemento de um composto é “mal-” e o segundo elemento começa por vogal, h ou l.

Ex: mal-afortunado, mal-amado, mal-estar, mal-informado, mal-humorado, mal-limpo

Nota: nos casos de compostos em que o elemento “mal-” porta o significado de enfermidade, desde que não haja elemento de ligação – como preposições - emprega-se o hífen: mal-caduco (= epilepsia), mal-francês (=sífilis). O Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP) registra oito verbetes com essa atribuição, além dos já citados: céltico, curada, morfético, mal-napolitano, mal-polaco, mal-turco, mal-triste, mal-secreto.

6) Emprega-se o hífen nos nomes geográficos compostos pela forma “grão” (e sua flexão em gênero “grã”, nos formados por elementos verbais e, também, nos ligados por artigos:

Ex: Grã-Bretanha, Grão-Pará.

(7)

Nota: Nomes geográficos, à exceção de Guiné-Bissau e Timor-Leste, continuaram a ser grafados sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Juiz de Fora Nota: os adjetivos que indicam os que nascem em lugares – gentílicos, portanto – serão grafados com hífen, ainda que contenham elementos de ligação.

Ex: belo-horizontino, mato-grossense-do-sul, juiz-forano

Nota: ao nos referirmos à região da Indochina, empregaremos o vocábulo indochinês (sem hífen), no entanto, quando nos referirmos aos dois países Índia e China, redigiremos indo-chinês. Do mesmo modo, ao nos referirmos à região do centro da África, escreveremos centro-africano. Contudo, redigiremos centroafricano quando fazemos alusão à República Centroafricana.

7) Emprega-se o hífen nos compostos que designam espécies botânicas, zoológicas e áreas afins, ainda que ligadas por preposição ou qualquer outro elemento:

Ex: andorinha-do-mar, manga-espada, couve-flor, feijão-verde, coco-da-bahia, pimenta-de-cheiro, lesma-de-conchinha

8) Não se emprega o hífen nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas e conjuncionais:

Ex: cão de guarda, fim de semana, sala de jantar, cor de vinho, cor de rosa, cor de cobre, cada um, nós próprios, quem quer que seja, à vontade, às escuras, às ocultas, abaixo de, acerca de , debaixo de, a fim de que, ao passo que, por conseguinte

Nota: em conformidade com orientação de Evanildo Bechara, “apesar de o Acordo não mencionar expressões com valor substantivo, do tipo deus nos acuda, salve-se quem puder, um faz de contas, um disse me disse, um maria vai com as outras, bumba meu boi, tomara que caia, aqui del rei, tais unidades fraseológicas devem ser grafadas sem hífen. Da mesma forma, serão usadas sem hífen locuções como: à toa (adjetivo e advérbio), dia a dia (substantivo e advérbio), arco e flecha, calcanhar de Aquiles, comum de dois, general de divisão, tão somente, ponto e vírgula”. (Bechara, Evanildo, O QUE MUDA COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO, Editora Nova Fronteira, Editora Lucerna, Rio de Janeiro, 1ª edição, 4ª reimpressão, 2008)

9) Não se emprega hífen em locuções latinas, grafadas sem aportuguesamento ou não substantivadas:

Ex: ab initio, ad immortalitatem, ad hoc, habeas corpus, ex-libris

Nota: observe-se a grafia com hífen nas locuções latinas substantivadas: o habeas-corpus, o ex-libris 10) Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que se combinem, formando encadeamentos vocabulares, em que não se perceba a criação de novo vocábulo: a ponte Niterói, a estrada Rio-Bahia

11) Nas formações prefixais, emprega-se o hífen nas circunstâncias que se seguem:

11.1) quando o primeiro elemento termina por vogal igual à que inicia o segundo elemento:

Ex: anti-ibérico, anti-inflamatório, arqui-inimigo, arqui-inteligente, auto-observação, contra-almirante, eletro-ótica, entre-eixo, infra-assinado, micro-onda, semi-interno, sobre-elevar, supra-auricular Nota: não mais se distinguem os denominados falsos prefixos, em verdade radicais, tais como: agro, áudio, bi, eletro, ínfero, macro, mega, multi, poli, neuro, orto, sócio, etc.

11.2) nos casos em que o primeiro elemento termina por vogal diferente da que inicia o segundo elemento, não haverá emprego de hífen:

Ex: antiaéreo, agroindustrial, autoestrada, contraindicação, extraescolar, extraordinário, hidroelétrico, neoafricano, pseudoalucinação, retroalimentação, semiárido, supraocular, ultraelevado

11.3) quando o primeiro elemento termina por vogal e o segundo elemento começa por r ou s, não se emprega o hífen e dobram-se as vogais mencionadas:

Ex: antessala, antirreligioso, antissemita, biorritmo, contrarregra, contrassenha, extrarregular, infrarrenal, macrorregião, infrassom, minissaia, multissegmento, protossatélite, semirrígido, sobressaia, suprarrrenal, ultrassonografia

11.4) nos casos dos prefixos co-, pro-, prr- e re-, não haverá emprego de hífen, ainda que os mesmos se liguem a segundos elementos começados por o ou e:

(8)

Ex: coabitar, coautor, coedição, proativo, procônsul, propor, preeleito (ou pré-eleito), preembrião (ou pré-embrião), preeminência, preenchido, preesclerose (ou pré-esclerose), preestabelecer, preexistir, reedificação, reeducação, reescrita, refazer

11.5) haverá emprego de hífen quando o primeiro elemento terminar com consoante igual àquela que inicia o segundo elemento

Ex: ad-digital, hiper-requintado, inter-racial, inter-resistente, sub-base, sub-braquial, super-revista 11.6) haverá emprego de hífen quando o primeiro elemento termina acentuado graficamente, pós-, pré-, pró-:

Ex: pós-graduação, pós-tônico, pré-escolar, pré-história, pró-africano, pró-europeu.

Nota: em alguns casos, como já vimos em pré-eleito, pré-embrião e pré-esclerose, pode haver oscilação entre as formas átonas e tônicas (pre- e pré-, respectivamente).

11.7) emprega-se hífen quando o primeiro elemento termina por m ou n e o segundo elemento começa por vogal, h, m, n, b ou p:

Ex: circum-escolar, circum-hospitalar, circum-navegação, africano, harmônico, pan-hispânico, pan-mágico, pan-negritude, pan-brasileiro, pan-psiquismo

11.8) nos casos em que o primeiro elemento é um dos prefixos ex-, sota-, soto- vice-, vizo- o hífen sempre será empregado:

Ex: ex-almirante, ex-hospedeira, ex-rei, sota-almirante, sota-capitão, soto-almirante, soto-capitães, vice-presidente, vice-reitor, vizo-rei

11.9) caso o primeiro elemento termine por vogal, r ou b e o segundo elemento se inicie por h, o hífen será empregado:

Ex: adeno-hipófise, ante-histórico, anti-herói, anti-hemorrágico, auto-hipnose, bio-histórico, contra-haste, extra-hepático, hiper-humano, inter-racial, super-homem, sub-humano, sub-base

11.10) com os prefixos des- e in-, caso o segundo elemento perca o h inicial não se empregará o hífen:

Ex: desumano, desumidificar, inábil, inumano

11.11) não se emprega o hífen nos casos em que os vocábulos não e quase assumem valor prefixal: Ex: não agressão, não violência, quase domicílio, quase equilíbrio

11.12) emprega-se o hífen quando o primeiro elemento termina por b (ab, ob, sob, sub) e o segundo elemento começa por r:

Ex: ab-rupto (ou abrupto), ad-renal, ad-referendar, ob-rogar, sob-roda, sub-reitor, sub-réptil

12) nas composições com sufixos, empregas-se o hífen nos casos em que os sufixos – originários do tupi-guarani – representem formas adjetivas como -açu (grande), -guaçu (grande), -mirim (pequeno) e estejam precedidos de vocábulos terminados por acentuação gráfica ou quando a pronúncia exigir a distinção gráfica dos dois elementos:

Ex: amoré-guaçu, anajá-mirim, andá-açu, capim-açu, Ceará-Mirim

Podemos, então, com respeito ao emprego do hífen com radicais ou formas prefixais, apresentar os quadros abaixo, com intuito de ajudar o estudante:

1º elemento termina em: 2º elemento começa por Exemplos:

vogal — vogal igual infra-asssinado,

anti-inflamatório

consoante (diferente de “m” e “n”) — consoante igual inter-racial, hiper-resistente consoante “m” e “n” — vogal, H, M, N, B, P pan-americano,

hospitalar, pan-mágico, circum-navegação, brasileiro, pan-psiquismo

vogal, B, R — H sobre-humano, sub-hepático,

super-homem

1º elemento é um dos elementos: Exemplos:

ab, ad, ob, sob, sub — R ab-rogação, ad-referendar, ob-rogar, sob-roda, sub-reitor ex, soto, sota, nuper, pós, pré, pró — de qualquer modo ex-devoto, soto-capitão,

(9)

sota-voga, nuper-falecido, pós-tônico, pré-anestésico, pró-cônsul

No término de nossas considerações, desejamos, mais uma vez, enfatizar que as normas ortográficas dispostas na presente edição do volume V de “As Últimas do Português” não se encontram prescritas, sendo, ainda, válidas todas as informações contidas no mesmo, bem como toda a exercitação nele apresentada.

Não trata, então, o presente encarte de informações que retificam o que se dispôs no livro comentado, mas, tão somente, uma atualização no sentido de proporcionar ao estudante as informações relativas a um Acordo Ortográfico que, embora já vigente entre nós, não tem, ainda, caráter de obrigatoriedade.

No momento oportuno, procederemos à supressão das informações que se tornarem defasadas, em detrimento das que ora foram feitas.

Referências

Documentos relacionados

Mice were classified into four groups as follows: Group 1 a control group (N=7) received saline solution (3.5 μl/mg), group 2 (N=14) received diethylnitrosoamine (3.5

O Gartner Group estendeu recentemente a definição de BPMS da seguinte maneira: “uma prática de gestão que provê a governança e monitoramento de um ambiente de processos de

Para o alcance do objetivo exposto, serão objeto de reflexão: o contexto histórico do século XII, bem como algumas alterações sociais e educacionais ocorridas na

deste item, devidamente fundamentado, sendo desconsiderado recurso de igual teor. a) Os recursos quanto ao indeferimento da inscrição devem ser solicitados pelo candidato

O índice de diferença normalizada da água NDWI, utilizado para validação e correlação com a umidade do solo, foi medido em campo em três estações micrometeorológicas nas áreas

O envio das informações deve ser feito no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED, que tem como objetivo acompanhar o processo de admissão e demissão dos

CONSTRUÇÃO DE UMA BIBLIOTECA GENÔMICA DE DNA PARA O CAMARÃO PITU MACROBRACHIUM CARCINUS LINNAEUS, 1758, ENRIQUECIDA PARA MICROSSATÉLITE... UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE

Uma característica do aluno do EJA, ele não gosta muito de ler e escrever, ler e escrever não, quanto menos você puder trazer aulas pra que eles fiquem copiando, reproduzindo