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c o l e t â n e a de depoimento s célebres Literatura e Jornalismo volume 3 Organização de José Domingos de Brito novera

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Literatura e Jornalismo

volume 3

Organização de

José Domingos De Brito

c o l e t â n e a d e d e p o i m e n to s c é l e b r e s e b i b l i o g r a f i a r e s u m i d a

CRIAÇÃO LITERÁRIA

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I. P

refácIo

  Fábio Lucas

Professor, crítico literário e membro das academias Paulista e Mineira de Letras

As letras ingressaram na vida humana de forma tão radical que se torna difícil reconstruir sua trajetória. No mundo Ocidental, a invenção da escrita casou espanto, segundo testemunha Platão num dos seus diálo-gos. O alfabeto fonético trouxe outra expansão da mensagem escrita. Os suportes eram raros e frágeis, como os papiros e as peles de animais.

No campo da Comunicação, a humanidade assistiu a outra súbita mudança quando se deu a invenção da imprensa, quebrando-se, então, o monopólio da escrita e da leitura, confinadas aos mosteiros religiosos. Ao redor do avanço tecnológico, viu-se florescer o pensamento laico e o exercício da controvérsia. É claro que a extensão dessa faculdade terá sido à custa de muita luta e sacrifício.

O certo é que a escrita e a leitura ampliaram o campo da gnosis e da

práxis, ou seja, do conhecimento e da ação, do saber e do fazer.

Expandi-ram-se o acesso aos valores universais, à liberdade e à individualidade. Na passagem dos séculos XVIII e XIX, foi-se implantando o uso da informação, consubstanciado no jornal. De início um boletim pessoal ou um panfleto partidário, cedo, com a implantação da indústria do papel e da utilização mecânica da impressão, constituiu-se a empresa

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P

arte

I



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Depoimentos

A

ldous

H

uxley

Aldous Leonard Huxley

Trabalhei em Vogue e Vanity Fair, bem como para a House and Garden. Costumava escrever artigos sobre tudo, desde decoração em gesso até tapetes persas. E isso não era tudo. Escrevia crítica de tea-tro para a Westminster Review. Ora essa!... O senhor acreditaria? Escrevi até crítica musical. Recomendo de todo coração essa espécie de jornalismo, como aprendizado, desenvolve nossas faculdades, ensina-nos a dominar rapidamente nosso material e faz com que encaremos bem as coisas.

Fonte: COWLEY, Malcolm. Escritores em ação: as famosas entrevistas

à Paris Review. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1968.



Aldous leonArd Huxley nasceu em 26 de julho de 1984, na Inglaterra. Descendente de duas das mais eminentes famílias vitorianas, herdou a ciência e as letras de seu avô T. H. Huxley e de seu tio-avô Matthew Arnold, respectivamen-te. Diplomado em Literatura Inglesa, conquistou o público como romancista satírico. Seu primeiro livro, Come yellow, surgiu em 1921, mas só em 1932 é que veio a ficar famoso com o lançamento de Brave new world (Admirável mundo novo). Anos mais tarde retornou ao tema de seu livro mais popular e lançou Brave new world revisited (1958). Escreveu versos, ensaios e trabalhos históricos. Sua produção é variada e inclui livros sobre a mescalina: As portas da percepção (1954); sobre a guerra nuclear: Ape and essence (1948); e a tecnologia moderna: Sciences, liberty and peace (1946). Seu último livro foi A ilha (1962), uma espécie um tanto estranha de ficção, um tipo de fantasia oposto a Brave new world. Em 2001, a Editora Globo lançou boa parte de sua obra traduzida em formato normal e em pocket book: Sem olhos em Gaza, Contraponto, O céu e o inferno, O macaco e a essência. Já houve quem dissesse que Huxley foi um dos escritores mais prodigiosamente eruditos não só do século passado, mas de todos os tempos. Faleceu em 22 de novembro de 1963.

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lmeIdA

G

Arrett

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett

Ora não é menos difícil a arte de escrever um jornal: os escritos periódicos, certo que por efêmeros e mui variados na matéria, têm mais liberdade, e nem exi-gem nem comportam tanta precisão e elegância como pode ter um retrato seguido, uma obra qualquer de outro gênero e forma. Porém têm outras dificuldades, que não são menores, nem somenos.

Fonte: FREITAS, Helena de Souza. Jornalismo e literatura: inimigos ou amantes?

Contribuições para o estudo de uma relação controversa.

Lisboa: Peregrinação Publications, 2002.



João BAptistAdA silvA leitãode AlmeidA GArrettnasceu em 4 de janeiro de 1799, em Porto, Portugal. Escritor, jornalista, advogado, político, dramatur-go, orador, é considerado o introdutor e o escritor mais representativo do ro-mantismo português. Em 1821, após concluir o curso de Direito, em Coimbra, publicou O retrato de Vênus, o qual lhe valeu um processo por obscenidade. Foi considerado materialista, ateu e imoral. Teve participação ativa na Revolução Liberal de 1820. Após o golpe de 1822, partiu para o exílio na Inglaterra, onde permaneceu até 1826. Tomou contato com as obras de Shakespeare, Walter Scott e Lord Byron e compôs os poemas Camões (1825) e Dona Branca (1826), os quais são tidos como as primeiras obras da literatura romântica em Portugal. Anistiado, regressa à pátria e dedica-se ao jornalismo, chegando a fundar e dirigir um jornal diário (O Português) e um semanal (O Cronista). Em 1828, com o regresso do Rei absolutista Dom Miguel, foi novamente exilado e voltou para a Inglaterra, onde publicou mais duas obras: Adozinha (1828) e Catão (1828). Retornou à Lisboa em 1832 e, juntamente com Alexandre Herculano e Joaquim António de Albuquerque, integrou o exército de D. Pedro no cerco à cidade do Porto. A partir daí, assumiu destacados cargos políticos, sendo nomeado cônsul geral na Bélgica (1833-1836). De volta a Portugal, exerceu diversos

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Depoimentos

cargos, tornando-se um dos maiores oradores nacionais. Foram de sua iniciativa a criação do Conservatório de Arte Dramática, da Inspeção-Geral dos Teatros, do Panteão Nacional e do Teatro Nacional D. Maria II. Mais do que construir teatro, Garret renovou a produção dramática nacional com suas obras. No sé-culo 19 e em parte do sésé-culo 20, sua obra foi tida como uma das mais geniais da língua, inferior apenas à de Camões. Somente em meados do século 20, a crítica – notadamente João Gaspar Simões – veio questionar esta apreciação, assinalando os aspectos mais fracos de sua produção. De qualquer modo, per-manece como um dos grandes da literatura portuguesa, pelas inovações que a ela trouxe e pelos novos rumos que abriu aos escritores que lhe seguiram. De sua vasta obra, destacam-se as peças de teatro Um auto de Gil Vicente (1838), O Alfageme de Santarém (1842) e a obra-prima Frei Luís de Souza (1844). Na prosa, destacam-se O arco de Santana, volumes 1 e 2 (1845, 1850, respectiva-mente) e Viagens na minha terra (1846), livro híbrido em que impressões de viagem, de arte, paisagens e costumes se entrelaçam com uma novela romântica sobre fatos contemporâneos do autor e ocorridos na proximidade dos lugares descritos. Na poesia, temos Flores sem fruto (1844) e a coletânea de poemas líricos Folhas caídas (1853). Tais obras introduziram uma espontaneidade e uma simplicidade praticamente desconhecidas na poesia portuguesa anterior. Faleceu em 9 de dezembro de 1854.

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arte

II

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Literatura e Jornalismo

Antigamente, o termo bibliografia designava – e sua etimologia con-firma – a feitura de um livro; a confecção de um volume. Assim, bi-bliógrafos eram os copistas medievais que, através de cópias de ditado, compunham manualmente um livro. Logo, vê-se que o termo surge numa época anterior ao surgimento do livro impresso. O emprego da palavra como conhecemos hoje foi utilizado pela primeira vez por Luis Jacob, em 1643. Antes disso, havia outros termos para designar uma lista de publicações: catalogus, bibliotheca, index ou repertorium.

Atualmente, a palavra bibliografia tem um significado diferente e mais complexo, podendo ser enquadrada nas seguintes acepções: (1) como uma disciplina da biblioteconomia, dedicada ao registro e descrição de publi-cações; neste sentido é similar – não idêntica – à catalogação bibliográfica; (2) como erudição, significando o conhecimento dos livros, de seu valor intrínseco, do mérito de suas diversas edições; (3) como documentação, con-sistindo na relação de livros e publicações referentes a determinado assunto. É neste último sentido que o termo é mais conhecido popularmente.

Assim, o termo tem uma história, diversos significados e algumas conceituações, dentre as quais escolhemos uma que está mais de acordo com o trabalho ora realizado. Trata-se do conceito elaborado pela biblio-tecária Louise-Noëlle Malclés, da Universidade Sorbonne: “Bibliografia é o conhecimento de todos os textos publicados ou multigrafados. Fundamenta-se na pesquisa, identificação, descrição e classificação destes documentos com a finalidade de organizar serviços ou construir instrumentos destinados a facilitar o trabalho intelectual”. Este conceito, formulado na década de 1960, ainda mantém sua validade.

Referências

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