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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE BARRETOS DR. PAULO PRATA

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Academic year: 2021

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Telefone: (17) 3321-3060 www.facisb.edu.br

CURSO DE MEDICINA

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Atividades Complementares

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MedCine: "As relações étnico-raciais"

Prof. Dr. Marco Aurélio Monteiro

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Proposta de Atividade Complementar para o Curso de Medicina Curso: MedCine: "As relações étnico-raciais"

"A medicina tem de ser ação social para a liberdade. A maior alternativa para a medicina moderna é de ajudar na construção de uma sociedade mais justa."

(Alan Indio Serrano - Médico Sanitarista) I . Introdução:

A Escola Médica e o Cinema

A Escola Médica na atualidade é convidada a formar profissionais com habilidades sociais. Para além dos procedimentos operacionais da medicina, da visão biologizante por vezes cartesiana, o estudante de medicina é chamado a desenvolver hoje, uma prática reflexiva de sua profissão, de seu papel político e transformador na sociedade vigente. É chamado a ser ético, comunicativo, generalista e sensível a percepção do Outro1.

A educação médica permeada por reflexões vinda das humanidades deve ser uma constância para que os alunos se percebam como agentes, como "(...) cuidadores humanizados, sensíveis para lidar consigo e com seus pacientes, tarefas que exige trabalhar com os mais diversos valores inseridos em complexos contexto histórico, culturais e sociais" (AUGUSTO, K. L. et al., p. 123).

São vários os recursos pedagógicos que propiciam o desenvolvimento dessas habilidades. Dentre eles a arte que por ser fruto de um processo histórico e social corrobora com o médico (ou futuro médico) para um melhor entendimento e ampliação de sua concepção de mundo. Assim, a arte tem contribuído imensamente para o avanço da medicina (MASSETTI, 2011).

Dentre as várias ferramentas que a arte possui, destacamos o cinema pelo "(...) seu potencial como recurso didático humanizador" (LANDSBERG, 2009, p.298). Uma vez que, através dele há a possibilidade de trabalhar a subjetividade, a sensibilidade, o

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O Outro aqui é referenciado no sentido da fenomenologia de Emmanuel Lévinas, onde a constituição do Eu com o Outro passa pela simetria e igualdade desse reconhecimento na esfera pública.

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raciocínio crítico, a autonomia intelectual do aluno, por meio de debates e reflexões. Sobretudo, por ser um retrato de situações reais, conflituosas e polêmicas, que nem sempre são vivenciadas pelos estudantes. Assim,

o cinema possibilita ao aluno e ao educador refletir, reavaliar preconceitos e ressignificá-los por meio de histórias e narrativas alheias. Neste sentido, o cinema propicia que o aluno recrie valores humanistas preexistentes, tão importantes pessoal e profissionalmente em benefício dos futuros pacientes (DANTAS, et al. 2011, p.70).

O cinema por interferir e tocar a subjetividade torna-se um instrumento poderoso para a provocação e tomada de consciência do papel cidadão que tanto querer a atual prática médica em seus profissionais.

II. Justificativa:

O preconceito racial na área da saúde

Infelizmente sabemos que a democracia racial2 no Brasil ainda é um mito, utilizado muitas vezes para minimizar a tensão racial e como estratégia de redução de desigualdades sociais. A cordialidade3, a ideia de tolerância associada ao paternalismo tão disseminado como característica cultural da população brasileira, impede o enfrentamento no sentido da superação real do preconceito racial.

Na área da saúde, como um recorte da realidade social, há também a presença dessa cordialidade. Nesse sentido, existe a necessidade de admitir que o preconceito e

2

O conceito de Democracia Racial foi cunhado pelo sociólogo Gilberto Freire na obra Casa Grande e

Senzala. Freire postulava que as relações raciais no Brasil, até mesmo durante a escravidão foi branda,

devido a relação de proximidade entre senhores e escravos. O que nos legaria um futuro sem preconceito racial.

3

"A cordialidade é uma espécie de tolerância com reservas, associada ao clientelismo e ao patrimonialismo nas relações sociais, reproduzindo relações de dependência e paternalismo" (SALES JR.,2006, p.230).

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a discriminação deva ser reconhecido para assim ser superado entre os profissionais desta área. Um momento propício para tanto é justamente durante a formação acadêmica. Assim, a escola médica possuiu um papel político nesta empreitada. Pois, "avaliar sua manifestação [preconceito racial], magnitude e efeitos em diferentes circunstâncias, inclusive aquelas relacionadas com a atuação dos serviços em saúde" (BASTOS; FAERSTEIN, 2012, p.50) , é imprescindível para que tenhamos cada vez mais uma prática humanizada e igualitária na saúde.

O MedCine: "As relações étnico-raciais " se propõe de forma audaciosa, a fazer o enfrentamento do preconceito racial, através do cinema. Por acreditar que

ao tratar situações reais, polemicas e conflituosas presentes na vivência dos futuros profissionais da saúde, o cinema pode constituir uma ferramenta educacional importante, pois, ao desvelar essas experiências vividas pelos personagens, motiva os estudantes a acompanhar histórias de vida que ainda não experimentaram (ou que irão experimentar)" (DANTAS, et al., 2011, p.75).

Assim, justificamos a importância de trabalhar esta temática neste momento.

III. Objetivos Gerais:

O objetivo geral do MedCine: "As relações étnico-raciais" é proporcionar através de um ciclo de filmes, um debate entre os alunos frente ao preconceito racial existente na sociedade atual. Sobretudo, sensibilizar os mesmos que este preconceito muitas vezes está velado em nós, cabendo-nos o reconhecimento para que assim possamos superá-lo com o objetivo de exercemos uma prática cada vez mais humanizada na medicina. IV. Conteúdo Programático:

O programa do MedCine: "As relações étnico-raciais" consta com os seguinte filmes selecionados.

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O longa-metragem conta a história de dois homens que se arriscam e desafiam regras que eram impostas em sua época para uma revolução médica. Quase Deuses na época foi indicado ao Globo de Ouro, melhor filme e a indicação para o ator Mos Def. Também podemos ver no longa-metragem um tom de racismo muito forte entre os personagens e comum nos Estados Unidos.

A diversidade étnica no continente africano é um dos fatores responsáveis pelo desencadeamento de vários conflitos armados, no entanto, muitas dessas guerras no continente são consequências dos processos de colonização e descolonização dos países africanos, pois os colonizadores não respeitaram as diferenças culturais entre as diversas etnias, separando grupos que viviam em harmonia e, muitas vezes, colocando

Quase Deuses - Dir. Joseph

Sargent, 2004 - EUA

Hotel Ruanda - Dir. Terry

George, 2004 - Reino Unido/Itália/África do Sul/EUA

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em mesmo território grupos rivais. Essa atitude contribuiu bastante para intensificar os problemas na África, após terem explorado a riqueza do continente, os europeus deixaram o território com graves problemas econômicos, sociais e uma série de conflitos separatistas e étnicos. Um dos maiores exemplos de lutas entre diferentes grupos étnicos foi entre hutus e tutsis em Ruanda.

Georgia, 1906. Em uma pequena cidade, Celie (Whoopi Goldberg), uma jovem com apenas 14 anos que foi violentada pelo pai, se torna mãe de duas crianças. Além de perder a capacidade de procriar, Celie imediatamente é separada dos filhos e da única pessoa no mundo que a ama, sua irmã, e é doada a "Mister" (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Grande parte da brutalidade de Mister provém por alimentar uma forte paixão por Shug Avery (Margaret Avery), uma sensual cantora de Blues. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas (a única forma de manter a sanidade em um mundo onde poucos a ouvem), primeiramente com Deus e depois com a irmã Nettie (Akosua Busia), missionária na África. Mas quando Shug, aliada à forte Sofia (Oprah Winfrey), esposa de Harpo (Willard E. Pugh), filho de Mister, entram na sua vida, Celie revela seu espírito brilhante, ganhando consciência do seu valor e das possibilidades que o mundo lhe oferece.

A cor púrpura - Dir. Steven

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Histórias Cruzadas foi uma das maiores surpresas das bilheterias em 2011. Passado em uma pequena cidade no sul dos Estados Unidos numa época em a descriminação racial começava a ser debatida na sociedade norte-americana, através das palavras de Martin Luther King, o longa conta a história de Skeeter (Stone), uma garota da sociedade que está determinada a se tornar escritora. Ela começa a entrevistar as mulheres negras da cidade, que deixaram suas vidas para trabalhar na criação dos filhos da elite branca, com a intenção de escrever um livro que retrate as mazelas do sistema.

Um arquiteto jovem e bem sucedido se envolve em um caso extra-conjugal com sua secretária. Só que o que já seria complicado pelo fato dele ser casado, se torna ainda

Histórias cruzadas - Dir. Tate

Taylor, 2012 - EUA/Emirados Árabes Unidos

Febre da selva - Dir. Spike Lee,

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mais porque ele é negro e a menina branca, de origem italiana. Quando as famílias dos dois descobrem, a barreira racial entre eles fica clara, e o caso se transforma em uma disputa entre os membros das famílias, além de já ser um escândalo na cidade inteira. V. Carga Horária: Total: 25 horas

- 20 horas presenciais - 5 horas de pesquisa VI. Datas: Março: 23/30 Abril: 6/13/27 Maio: 11/18/25 Junho: 1/8 VII. Horário: 18h às 20h VIII. Local: FACISB - SALA B6 IX. Metodologia

- Projeção de longas-metragens clássicos da temática do preconceito racial; - Busca por leituras (sinopses, críticas, artigos) sobre o filme projetado; - Debate do filme em sala de aula.

X. Número de participantes: Mínimo: 5 (cinco)

Máximo: 20 (vinte) XI. Avaliação

- A avaliação consta com a iniciativa de aprendizagens dos alunos, através de leituras,

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XII. Referências:

ALGUSTO, K. L.; et al. Educação e humanidades em saúde: a experiência do grupo de humanidades no curso de medicina da Universidade Estadual do Ceará. In: Revista

Brasileira de Educação Médica, 32 (1), 2008.

BASTOS. J. L.; FAERSTEIN, E. Discriminação e saúde: perspectivas e métodos. Rio de Janeiro: FIOCRUZ, 2012.

DANTAS, A. A. et al., O cinema como instrumento didático para a abordagem de problemas bioéticos: uma reflexão sobre a eutanásia. In: Revista Brasileira de

Educação Médica, n. 35(1), 2011.

LANDSBERG, G.A.P. Vendo o outro através da tela: cinema, humanização da educação médica e medicina de família e comunidade. In: Rev. Bras. Med. Fam. e Com. Rio de Janeiro, v.4, n.16, 2009.

MASETTI, M. Ética da alegria no contexto hospitalar. Rio de Janeiro: MMD, 2011. SALLES JR., R. Democracia racial: o não-dito racista. In: Tempo Social, USP, v. 18, n.2, 2006.

Referências

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