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ÍNDICE. Abreviaturas..3. Introdução Breves constatações do Estudo Percepção da situação nacional em matéria da corrupção 6

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ÍNDICE

Abreviaturas………..3

Introdução……….4

1. Breves constatações do Estudo………..6

2. Percepção da situação nacional em matéria da corrupção………6

3. Governação e desempenho do sector público………...7

4. Corrupção no sector público………..……….12

5. Governação e Corrupção………...18

6. Análise comparativa dos resultados da 1ª.PNGC e 2ª.PNGC………...22

7. Conclusões e recomendações………24

7.1. Principais constatações………....24

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Lista de Gráficos

Grafico 1: Decisões referentes à gestão do pessoal………...…..8

Gráfico 2: Uso dos Serviços Públicos………..9

Gráfico 3: A qualidade do Serviço ou do Sector provedor do serviço………….….10

Gráfico 4: Utilização dos Serviços Públicos nos últimos dois anos………..…12

Grafico 5: Causas da corrupção em Moçambique ..………13

Grafico 6: A origem da iniciativa do pagamento de extra ou suborno………..14

Gráfico 7: Grupos influentes sobre o Governo por via da corrução (empresas)….15 Gráfico 8: Quantas vezes pagam gratificação por serviços prestados?...15

Gráfico 9: Grau de confiança sobre o sistema da justiça………16

Gráfico 10: Obstáculos em relação ao recurso aos tribunais em Moçambique…..17

Gráfico 11: Percepção da corrupção em Moçambique……….…...…...18

Gráfico 12: Comparação do nível de corrupção no Governo (2009 e 2010)…...…20

Grafico 13: A vontade política do Governo no combate a corrupção………..…….20

Lista de Tabelas Tabela 1: Grau de realização geral da Amostra da 2ª Pesquisa Nacional………….5

Tabela 2: Sobre a percepção da situação nacional em matéria da corrupção…..…7

Tabela 3: A corrupção em Moçambique por província (em %)………..…19

Tabela 4: Ranking das instituições com melhor eficiência……….21

Tabela 5: Instituições honestas e desonestas………..21

Tabela 6: Instituições que se notabilizaram no combate à corrupção ……….22

Tabela 7: Qualidade do serviço público segundo agregados familiares…….…….23

Tabela 8: Instituições Líderes na Prestação de Serviços de Má Qualidade, na opinião dos FAE……….23

Tabela 9: Causas da corrupção na Administração Pública, segundo os FAE…....24

(3)

ABREVIATURAS

AdM – Águas de Moçambique AE – Área de Enumeração AFs – Agregados Familiares

ANE – Administração Nacional de Estradas AT – Autoridade Tributária

BAU – Balcão de Atendimento Único BM – Banco Mundial

CEEI – Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais CFM – Caminhos de Ferro de Moçambique

CIP – Centro de Integridade Pública

CIRESP – Comissão Interministerial da Reforma do Sector Público CNE – Comissão Nacional de Eleições

CPO – Comissão do Plano e Orçamento

CREDELEC – Sistema de Venda a crédito de Electricidade EAC – Estratégia Anti-Corrupção

EDM – Electricidade de Moçambique

EGFAE – Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado FADM – Forças Armadas de Moçambique

FAE – Funcionários e Agentes do Estado

FIPAG – Fundo de Investimento e Património de Agua GCCC – Gabinete Central de Combate a Corrupção HCB – Hidroeléctrica de Cahora Bassa

IGF – Inspecção Geral de Finanças

IPAJ – Instituto de Patrocínio e Assistência Jurídica ISRI – Instituto Superior de Relações Internacionais MF – Ministério das Finanças

MFP – Ministério da Função Pública MINT – Ministério do Interior

MISAU – Ministério da Saúde

ONG’s – Organizações Não Governamentais OSC – Organização da Sociedade Civil OSP – Órgãos do Sector Público

PGR – Procuradoria-geral da Republica

PNGC – Pesquisa Nacional Sobre Governação e Corrupção PRM – Policia da Republica de Moçambique

SIGEDAP – Sistema de Gestão de Desempenho na Administração Pública SISTAFE – Sistema de Administração Financeira do Estado

TA – Tribunal Administrativo

TDM – Telecomunicações de Moçambique TORs – Termos de Referência

UGEAs – Unidades Gestoras e Executoras de Aquisições UTRESP – Unidade Técnica da Reforma do Sector Público

(4)

INTRODUÇÃO

No quadro da implementação da Estratégia Global da Reforma do Sector Público, o Governo da República de Moçambique, comissionou a realização, em 2004, da Primeira Pesquisa Nacional sobre Governação e Corrupção (1ª.PNGC), com vista a avaliar a percepção dos cidadãos em relação à governação, às práticas corruptas e à qualidade dos serviços prestados pelo sector público no país. A pesquisa tinha, também, como objectivo produzir informação empírica para servir de suporte à formulação e implementação de políticas e programas conducentes à melhoria da acção governativa e, por conseguinte, redução das práticas da corrupção no país.

Esta pesquisa, também conhecida por pesquisa de base, foi realizada por uma entidade nacional independente, que para o efeito, administrou três inquéritos aos Agregados Familiares (AF), Funcionários e Agentes do Estado (FAE) e Empresas. Nessa ocasião, foram inquiridas 2447 das 2500 famílias previstas, 992 funcionários dos 1000 previstos e 486 empresas das 500 previstas de distribuídos por todo o território nacional.

Com base nos resultados dessa pesquisa, foi elaborada a Estratégia Anti-corrupção 2006-2010, parte integrante da Estratégia Global da Reforma Sector Público e o respectivo Plano de Acção Nacional de Combate à corrupção que incide em cinco sectores, designadamente o Ministério do Interior (MINT), Ministério das Finanças (MF), Ministério da Educação e Cultura (MEC), Ministério da Saúde (MISAU) e Sector da Administração da Justiça1, considerados críticos em matéria de corrupção pela pesquisa de base.

O Governo aprovou para o ano de 2010 a realização da Segunda Pesquisa sobre Governação e Corrupção (2ª.PNGC), coordenada pelo Ministério da Função Publica através da Unidade Técnica da Reforma do Sector Público.

Objectivos do estudo

O objectivo principal do presente estudo é de aferir o impacto das mudanças introduzidas no âmbito da reforma do sector público, na melhoria da prestação de serviços aos cidadãos e na implementação da Estratégia Anti-Corrupção em particular. Igualmente, o estudo avalia as percepções dos cidadãos em relação à governação, às práticas corruptas e a qualidade dos serviços prestados pelo sector público no país, no período de 2006 à 2010.

A presente pesquisa, tal como a primeira foi conduzida por uma entidade nacional independente.

1

Para este estudo inclui-se Tribunais Judiciais, Ministério da Justiça, Procuradoria da República, Tribunal Supremo.

(5)

Metodologia usada

A 2ª.PNGC seguiu a mesma metodologia da primeira pesquisa, tendo administrado os três questionários dirigidos aos AF, FAE e empresas. Estes questionários seguem o padrão do World Bank Institute para este tipo de pesquisa.

Com efeito, os questionários dirigidos aos cidadãos visavam recolher informação relevante sobre as suas percepções em relação aos serviços públicos, as suas experiências e a avaliação sobre o grau de honestidade e integridade desses serviços, assim como uma avaliação mais geral sobre os problemas do país. O módulo referente aos FAE privilegia os aspectos relativos à gestão do pessoal, dos orçamentos e procurement das instituiçoes públicas. Por último, o questionário referente às empresas incide sobre alguns aspectos dos outros módulos, prestando uma atenção especial ao ambiente de negócios.

Tabela 1: Grau de realização geral da Amostra da 2ª. Pesquisa Nacional

Módulo Amostra Prevista Amostra Realizada % Agregado Familiar 3512 3497 97

Funcionários e Agentes do Estado 1618 1654 100

Funcionários e Agentes do Estado da AT 120 117 98

Empresas 500 437 87

Total 5750 5705 99.2

Da tabela acima depreende-se que, no cômputo geral, o grau de realização das quatro amostras da 2ª. Pesquisa Nacional sobre a Governação e Corrupção foi positivo na medida em que foi possível realizar 99.2% dos casos previstos. Em termos parciais, verifica-se que a realização foi de 100% nos Funcionários e Agentes do Estado e 87% nas empresas, 97% nos Agregados Familiares e 98% nos Funcionários e Agentes do Estado da AT.

Para efeitos de comparação dos dois estudos foram observados todos critérios de comparabilidade, nomeadamente, as similaridades da estrutura dos questionários, da metodologia de desenho das amostras, incluindo a aferição da ligação entre as unidades de análise. A fase de trabalho de campo decorreu no período compreendido entre Setembro de 2010 e Fevereiro de 2011, através da administração de inquéritos aos três grupos populacionais acima referidos.

O presente documento visa facilitar a leitura do Relatório da 2ª.PNGC, apresentado a “Versão Minuta do Relatório da 2ª. Pesquisa Nacional sobre Governação e Corrupção”, destacando os aspectos marcantes dos resultados.

(6)

Breves constatações do Estudo

Quer no plano internacional, como no quadro das percepções dos agregados familiares, dos funcionários e agentes do Estado e das empresas, a situação de governação e corrupção em Moçambique registou de 2004 a 2010, melhorias significativas.

As melhorias ocorreram no quadro da promoção da boa governação com impacto na redução dos índices de corrupção nas instituições públicas, com particular incidência em algumas áreas. Contudo, persistem ainda desafios noutras conforme se explicita ao longo deste documento.

No quadro internacional, Moçambique melhorou o seu posicionamento comparativo de acordo com os índices de três instituições internacionais, designadamente, a Transparência Internacional, Mo Ibrahim e Doing Business. Estas melhorias incidem, sobretudo, nos índices de governação e do ambiente de negócios.

No que diz respeito às percepções dos inquiridos constata-se que houve, igualmente, melhorias assinaláveis na prestação de serviços de utilidade pública nas áreas de saúde e educação e a nível do controlo externo dos actos administrativos através do Tribunal Administrativo (TA). Persiste, contudo, a necessidade de se imprimir um maior dinamismo, incrementando as intervenções específicas e concretas em relação ao acesso e maior celeridade na prestação de serviços aos utentes.

a. Percepção da situação nacional em matéria da corrupção

De um universo de 24 problemas arrolados na primeira pesquisa, o desemprego liderava a lista dos problemas mais graves, seguido pelo custo de vida elevado. No presente estudo, o custo de vida elevado passou a ser o problema mais grave seguido pelo desemprego. O binómio desemprego e o custo de vida elevado constituem, assim, os problemas mais graves do país, nas duas pesquisas. A criminalidade, na segunda pesquisa posicionou-se no quinto lugar na percepção dos inquiridos, enquanto que a inflação subiu para o terceiro.

A Tabela 2 apresenta uma comparação das percepções dos inquiridos (AF, FAE e empresas) sobre a dimensão e a gravidade dos problemas persistentes em Moçambique.

(7)

Tabela 2: Percepção sobre os problemas mais graves pelos tres grupos inquiridos

PROBLEMAS MAIS GRAVES EM MOÇAMBIQUE No. PRINCIPAIS PROBLEMAS

AGREGADOS FAMILIARES

FUNCIONÁRIO E

AGENTES DO ESTADO EMPRESA

1 Custo de vida elevado 67.3 68.3 59.5

2 Desemprego 64.2 68.5 48.7

3 Inflação (aumento dos preço) 56.6 61.7 59.0

4 Criminalidade 18.8 43.9 19.2

5 Abuso/tráfico de droga 13.9 30.3 12.5

6 Instabilidade política 9.7 13.8 2.9

7 Ausência de liderança 9.6 14.9 6.8

8 Corrupção no sector público 27.4 34.2 29.2

9 Corrupção no sector privado 18.8 23.1 7.4

10 Baixa qualidade do ensino 15.1 32.2 26.1

11 Baixa qualidade da assistência

médica 18.0 30.5 14.3

12 Custo elevado do ensino 11.4 28.3 14.4

13 Custo elevado da assistência

médica 11.3 22.9 7.3

14 Conflito étnico (conflito entre etnias) 4.7 9.2 2.4

15 Conflito religioso 4.6 5.2 0.8

16 Conflito entre comunidades 5.3 6.5 1.3

17 Más estradas 34.8 33.8 25.1

18 Custo elevado dos serviços públicos 15.8 19.9 12.2

19 Falta de habitação 23.2 45.3 21.6

20 Falta de saneamento 19.1 37.1 14.8

21 Falta de água potável 53.7 37.9 21.9

22 Falta de comida 32.9 34.7 29.2

23 Injustiça social 15.6 26.3 9.7

24 Degradação do meio ambiente 13.5 37.6 17.3

b. Governação e desempenho do sector público

As dimensões de governação analisadas no domínio deste estudo foram a gestão de pessoal, orçamental e de sistema de aquisição de bens e serviços do Estado (procurement). Quanto a gestão de pessoal, a percepção dos inquiridos é de existência de melhorias nos processos de selecção, recrutamento, selecção e avaliação de desempenho dos FAE (vide gráfico 1). Em relação a gestão orçamental registaram-se melhorias no Sistema de Gestão Financeira do Estado associada à implementação do SISTAFE. Na gestão de procurement há a percepção de que com a introdução e implementação do Decreto n° 15/2010, de 24 de Maio, os processos de aquisição de bens e serviços registaram uma maior transparência.

(8)

Grafico 1: Decisões referentes à gestão do pessoal

 Qualidade dos serviços públicos

De uma forma geral, os inquiridos apontaram melhorias na qualidade de serviços prestados, em vários domínios e indicadores. Assim, destacam-se os aspectos associados a eficácia, flexibilidade e eficiência dos serviços públicos, redução dos prazos e/ou tempo de espera para resposta aos expedientes.

Os inquiridos, igualmente, consideraram que houve melhorias em termos de maior acessibilidade aos serviços através da descentralização e da eliminação dos guichés. Neste contexto, destacam-se melhorias no atendimento; na simplificação dos procedimentos administrativos vigentes e estabelecimento dos Balcões de Atendimento Único.

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 Prestação de serviços públicos

Uma boa prestação de serviços públicos de qualidade e em quantidade contribui para o incremento do grau de legitimidade dos governos e das suas lideranças perante os governados. Por outro lado, a prestação de contas contribui para desencorajar actos de corrupção no seio do aparelho estatal.

Gráfico 2: Uso dos Serviços Públicos

Os serviços de educação e saúde são os mais utilizados quer pelos AF como pelos FAE (por exemplo, a maioria dos agregados familiares inquiridos - 93.5% refere que já usou os serviços de saúde). Estes serviços são os que têm maior abrangência territorial, comparativamente, aos serviços de água e electricidade que são escassos para a maioria da população.

 Qualidade do serviço e sector provedor do serviço público

No cômputo geral, constata-se que mais de 40% dos agregados familiares considera os serviços públicos como sendo de boa qualidade. Esta tendência positiva resulta da avaliação que se faz em relação ao que o Governo está a prover em termos de serviços básicos ao cidadão.

(10)

Gráfico 3: A qualidade do Serviço ou do Sector provedor do serviço

Do Gráfico acima destacam-se as seguintes percepções:

Qualidade muito boa: Serviços de telefonia (movel e fixa): 21, 1%. Boa qualidade: CFM: 59.8% ;

Ma qualidade: ANE: 27.6% ; e

Qualidade muito má: Polícia de Trânsito: 15.7%.

Os desafios no âmbito da qualidade na prestação de serviços estão relacionados ao mau atendimento; longas filas de espera; fraco domínio por parte de alguns funcionários; burocracia; incumprimento de prazos; falta de informação sobre requisitos, padrões e formas de acesso aos serviços; falta de pessoal qualificado e absenteísmo.

A percepção dos inquiridos quanto a incidência de cobranças ilícitas, é quase nula nos casos em que serviços passaram por processos de reestruturação e inovação tecnológica e de gestão (por exemplo EDM, TDM, e ADM). Destacam-se, também, melhorias na prestação de serviços a nível da Autoridade Tributária que recebeu da maior parte dos agregados familiares nota positiva em relação aos seus serviços (42,3% como razoáveis e 35,3% como bons), em termos de acesso à informação, atendimento, integridade e honestidade.

(11)

Deverão merecer atenção especial para os inquiridos os aspectos relacionados a limitada acessibilidade dos cidadãos mais carenciados aos serviços básicos de utilidade pública, a limitada qualidade na prestação de serviços e a limitada cobertura territorial.

 Os serviços públicos na perspectiva das empresas

Os serviços da EDM (98,5%) e da Administração da Justiça (97,5%) são os maios conhecidos pelas empresas inquiridas que apontaram igualmente os serviços de inspecção como sendo de melhor qualidade.

Contrariamente, os serviços prestados pelos Tribunais Judiciais são classificados como sendo de fraca qualidade.

 Uso e qualidade dos Serviços Públicos

Para as empresas em termos de avaliação pela boa qualidade de serviços destacam-se os Serviços de Inspecção (79.2%), de Licenciamento (62.4%) e os Serviços de Procurment (62.1%).

Em contrapartida, a qualidade fraca recai sobre os Serviços ou Sectores dos Correios de Moçambique (45.9%), Administração Nacional das Estradas (21.6%), Polícia (15.9%), Escolas Públicas (13.2%) e Tribunais judiciais (12.3%).

O estudo constata haver ainda, no seio das empresas, uma percepção não satisfatória quanto a qualidade dos Serviços da Polícia de Trânsito e Alfândegas.

(12)

Gráfico 4: Utilização dos Serviços Públicos nos últimos dois anos

Em relação ao sistema de Administração da Justiça existe percepção de uma crescente reputação do Tribunal Administrativo (TA) e da Procuradoria-Geral da República no tocante à prestação de serviços nos últimos dois anos (2008 – 2010). Contudo, os inquiridos referem que os menos favorecidos têm dificuldades enormes de acesso à justiça e há uma limitada independência dos tribunais judiciais.

As empresas consideraram haver um fraco envolvimento seu nos processos de tomada de decisões sobre as normas e políticas que afectam os seus negócios. 1.3. Corrupção no sector público

Os sinais de existência de corrupção no sector público são claros. Os factores que concorrem para a sua práticas assentam numa infinidade de aspectos, sendo de destacar o nível baixo salarial de funcionários e agentes do Estado (Gráfico 5).

(13)

Grafico 5: causas da corrupção em Moçambique

Com efeito, 47.1% dos inquiridos afirmaram que os “salários baixos para os FAE”, são a principal causa da corrupção no sector público de Moçambique, contra apenas 11.7% dos inquiridos que afimaram que a corrupção é resultado de “políticas económicas , tais como a privatização”. A falta de um sistema eficaz de denúncia contribui para perpectuar a prática deste fenómeno no sector público.

 Formas de manifestação da corrupção

A corrupção no sector público pode-se manifestar de diversas formas, dependendo da interacção que se estabelece entre FAE e o público utente dos serviços ofercidos por este sector. O estudo analisou esta problemática, incidindo a sua atenção sobre algumas formas de manifestações e de combate, tais como o suborno e as gratificações.

O suborno e/ou a gratificação têm sido algumas das formas mais comuns que expressam o grau de satisfação da “troca de favores” entre os agentes do sector público e o público utente dos serviços.

Na perspectiva dos agregados familiares inquiridos, a iniciativa de pagamentos extras ou de suborno tanto pode partir do funcionário como do interessado pelos serviços públicos (ver Gráfico 6).

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Grafico 6: A origem da iniciativa do pagamento de extra ou suborno

Segundo as percepções de um grupo dos inquiridos (48.9%), normalmente, a iniciativa de pagar algo parte do interessado que oferece algum valor monetário enquanto o outro grupo (38.2%) defende que são os funcionários que solicitam o pagamento aos utentes dos serviços públicos.

Neste processo, existe uma certa propensão dos cidadãos subornarem os funcionários e agentes do Estado, em troca de algum favor. Estes subornos, via da regra, verificam-se quando os utentes dos serviços procuram acelerar a tramitação dos seus processos. Por outro lado, a lentidão verificada nos procedimentos burocráticos tendem a forçar os cidadãos a envolverem-se em esquemas de corrupção. O objectivo final dos utentes é de acelerar a resolução das suas preocupações.

O estudo constata que persiste a percepção generalizada da existência de corrupção na função pública, associada a grupos de interesse que exercem a sua influência sobre o Governo nos processos de tomada de decisões em defesa dos seus respectivos interesses e benefícios. Na opinião dos inquiridos entre FAE e empresas os grupos de maior influencia sobre o Governo envolvem as organizações políticas, empresariais nacionais e estrangeiras e do crime organizado.

As Organizações da Sociedade Civil e os Sindicatos, por seu turno, são percebidos como aquelas que menos influência exercem sobre o Governo com recurso a vias corruptas (Gráfico 7).

(15)

Gráfico 7: Grupos influentes sobre o Governo por via da corrupção (empresas)

De acordo com o gráfico, acima, as empresas inquiridas apontaram os dirigentes políticos (27.7%), as multinacionais (23.3%) e os traficantes de droga (18.9%), como sendo os grupos de interesse que possuem a maior capacidade de influenciar o Governo de modo a tomar decisões que os possam beneficiar favoravelmente.

Em contrapartida, os grupos que exercem pouca influência sobre o Governo na tomada de decisão destacam-se, por ordem decrescente, as empresas nacionais (34.6%), as organizações da sociedade civil (25.1%) e os sindicatos (24.0%). Os cidadãos inquiridos afirmaram, no geral, que nunca oferecem gratificação para aceder aos serviços de utilidade pública, particularmente, os serviços públicos básicos, serviços de licenças ou autorizações ou ainda os serviços de impostos (Gráfico 8).

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47.5% dos agregados familiares inquiridos disseram que nunca fizeram pagamentos em troca de serviços básicos, contra 1.9% daqueles que admitiram o ter feito em algum momento.

Os dados do estudo indicam, ainda, a persistência de actos de corrupção em vários domínios. Por exemplo, as empresas afirmam que há pagamento de comissões para iniciar negócios e existem fragilidades sistémicas, por exemplo, nos mecanismos de denúncia dos actos de corrupção, devido sobretudo a falta de protecção de denunciantes.

O estudo identificou, igualmente, a falta de confiança dos cidadãos quanto a polícia de trânsito e ao sistema de justiça. A morosidade, a complexidade processual e os custos elevados são outros aspectos que são percebidos como factores negativos que desencorajam o recurso ao sistema judicial.

 Confiança do inquirido no sistema da justiça sobre actos de corrupção As empresas inquiridas consideraram que um sistema de justiça forte, transparente e actuante é fundamental para garantir a confiança necessária para um bom ambiente de negócios e para combater a corrupção.

(17)

 Recurso ao sistema judiciário por parte das empresas

O estudo constatou ainda que a maioria das empresas, na proporção de 96.3% (vide fig.), não teve qualquer necessidade de recorrer aos tribunais. Igualmente, constata-se que 91.9% das empresas inquiridas disseram que não resolveram qualquer disputa importante fora do sistema judicial.

 Obstáculos para uso de tribunais pelas empresas

Os obstáculos que desencorajam as empresas a recorrerem as instancias judiciais residem, essencialmente, na complexidade dos procedimentos judiciais que exigem demasiado tempo.

Na perspectiva das empresas inquiridas, à semelhança dos agregados familiares e dos FAE, os factores negativos como a morosidade, custos elevados dos processos, entre outros, contribuem para desencorajar as empresas a prosseguirem os procedimentos judiciais.

Gráfico 10: Obstáculos em relação ao recurso aos tribunais em Moçambique

As empresas consideram ainda, como aspecto importante a ter em conta para não recorrerem aos tribunais, o facto de “não existir uma execução eficaz das decisões dos tribunais” (37.5%), apesar de algumas considerarem ser este aspecto “muito

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gratificações são demasiado elevados, contra 14.59% que não consideram este argumento.

6. Governação e Corrupção

Há uma percepção geral de que os níveis de corrupção no país tendem gradualmente a reduzir, no entanto, é um facto que a corrupção continua a ser considerada pelos inquiridos como sendo um problema muito grave.

 Percepção da corrupção em Moçambique

Um aspecto a reter, reside no facto de existir um elevado grau de consciência no seio dos cidadãos de que a “corrupção é uma doença” contra a qual devemos combater, denunciando os seus promotores”.

Com efeito, 47% dos agregados familiares percebem e definem a corrupção como uma “doença a qual devemos combater, denunciando os seus promotores”, contra apenas 2% daqueles que considera que a corrupção é “uma ocorrência natural e parte da nossa vida diária, assim “a denúncia é desnecessária”. Esta percpeção revela o grau crescente de consciência prevalecente no seio dos cidadãos que resulta das acções combinadas de consciencialização e de tomada de medidas concretas contra a prática da corrupção (Gráfico 11).

Gráfico 11: Percepção da corrupção em Moçambique

O Gráfico 11 ilustra, ainda, que 35.2% agregados familiares inquiridos define a corrupção como “uma doença contra a qual todos devemos combater, denunciando cada caso conhecido”, contra 12.4% daqueles que acham que “é de alguma forma, uma ocorrência natural e parte da nossa vida, assim, podemos denunciar”. Estes dois posicionamentos têm o mérito de apesentar sinais claros de condenação e abrem o espaço para mudança de atitude, assim como encorajam a sua denúncia e combate.

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A corrupção como um “problema grave” em Moçambique por província

Maputo Cidade é muito mais crítica em relação a gravidade da corrupção em Moçambique, como ilustra a Tabela 2.

Tabela 3: A corrupção em Moçambique por província (em %)

Província

A CORRUPÇÃO em Moçambique, hoje é

Total Não é um problem a é um problem a é um problema/De certa forma grave Problema grave é um problem a muito grave Niassa 3,8 3,8 12,8 44,9 34,6 100,0 Cabo Delgado 4,3 10,8 3,9 38,4 42,7 100,0 Nampula 4,1 12,2 14,0 47,5 22,3 100,0 Zambezia 1,7 5,2 11,0 40,8 41,3 100,0 Tete ,3 12,4 14,6 47,6 25,1 100,0 Manica 2,6 14,8 15,1 36,9 30,6 100,0 Sofala 2,9 8,1 9,2 39,2 40,7 100,0 Inhambane 1,5 25,0 17,0 33,0 23,5 100,0 Gaza 0,8 25,1 23,0 28,0 23,0 100,0 Maputo provincia 0,5 7,8 18,5 36,1 37,1 100,0 Maputo cidade 2,4 3,6 5,3 29,0 59,8 100,0 Total 2,2 10,9 12,9 39,5 34,5 100,00

A percepção sobre a gravidade da corrupção por província é mais acentuada (muito grave) em Maputo Cidade (59.8%), em Cabo Delgado (42,7%), na Zambézia (41.3%), em Sofala (40.7%).

 Nível de Corrupção no Governo de Moçambique em 2009 e 2010

O nível de corrupção no Governo de Moçambique, em 2009 e 2010 registou uma ligeira descida no período em estudo, tendo decrescido de 84.2% para 81.5%, respectivamente.

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Gráfico 12: Comparação do nível de corrupção no Governo (2009 e 2010)

Segundo as percepções dos FAE os níveis de corrupção ocorre no Governo de forma sistemática e “bastante generalizada”. Todavia, a percepção dominante é de que há redução graças aos esforços em curso nos vários domínios e sectores da Função Pública.

 O engajamento e vontade política do Governo em combater a corrupção

As percepções dos agregados familiares inquiridos sobre a predisposição do Governo em combater a corrupção, consideram que há vontade política do Governo no que diz respeito ao combate à corrupção e à promoção da boa governação.

A maioria dos agregados familiares inquiridos sobre o papel do Governo no combate a corrupção afirmaram que o Executivo tem “vontade política e desejo” de combater este mal.

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Dos 41.6% agregados familiares inquiridos, defendem que o Governo “tem desejo de combater a corrupção”, contra apenas 3% daqueles que afirmam que o Governo “não tem qualquer vontade de combater a corrupção”.

Esta percepção positiva pode resultar do reconhecimento das acções que o Governo tem vindo a desencadear sobre a matéria, envolvendo várias instituições do Executivo, Judiciário e Legislativo. Por exemplo, a criação de instituições para combater a corrupção podem ter influenciado os agregados familiares inquiridos.

 Ranking das instituições com melhor eficiência

A Tabela, abaixo, ilustra que os Governos Provinciais (72.1%), na perspectiva dos cidadãos inquiridos, lideram a lista de 5 instituições com melhor eficiência, seguidos pelo Conselho de Ministros (67.3%).

Tabela 4: Ranking das instituições com melhor eficácia 2ª PNGC

Posição Eficiência

Instituição Eficiente Muito

Eficiente

Total

1º Lugar Governo Provincial 51,9% 20.2% 72.1% 2º Lugar Conselho de Ministro 46.2% 21.1% 67.3% 3º Lugar Assembleia da República 47.2% 19.0% 66.2% 4º Lugar Tribunais Judiciais 41.6% 12.5% 54.1% 5º Lugar Conselho Municipal 39.1% 12.5% 51,6%

Quanto aos critérios de tomada de decisões nas instituições públicas na maioria dos casos seguem o que está estatuído.

 Ranking das instituições desonestas e honestas

A Tabela abaixo, apresenta o ranking das cinco instituições públicas “muito desonestas” e “muito honestas”, na percepção dos agregados familiares inqueridos.

Tabela 5: Instituições honestas e desonestas

2ª PNGC

Posição Honestidade e desonestidade

Muito Desonesto % Muito Honesto %

1º Lugar Polícia 20.1 Instituições religiosas 28.3 2º Lugar Polícia de Trânsito 19.5 Comunicação social 27.5 3º Lugar Alfândegas 13.1 Ministério da Saúde 20.5

4º Lugar Partidos politicos 11.4 ONGs 17.2

(22)

Da tabela, acima, pode-se observar que a Polícia da República de Moçambique (20.1%) e Instituições Religiosas (28.3%), por motivos diferentes, lideram as suas respectivas listas de “instituições muito desonestas“ e “instiuições muito honesta”, respectivamente. Com efeito, a Polícia está à frente da polícia de trânsito e serviços de Alfândega na lista das instituições consideradas mais desonestas. Enquanto isso, as instituições religiosas são percebidas como as mais honestas. Na percepção dos inquiridos dos três grupos alvo, os actos de corrupção são promovidos um pouco por todos intervenientes, variando nas suas diversas formas de manifestação, em função das circunstâncias específicas de cada instituição ou pessoas.

A Tabela 6 apresenta o ranking das instituições com maior visibilidade no combate a corrupção, ou seja, aquelas que “ajudaram” e “ajudaram muito”, no combate à corrupção.

Tabela 6: Ranking das instituições que se notabilizaram no combate a corrupção (em %) No.

Instituição

Ajudou Ajudou

muito Total%

Posição

1 Média (Imprensa escrita, rádio, TV) 44,2 34,7 77,9 1º Lugar 2 Tribunal Administrativo 45,6 20,3 65,9 2º Lugar 3 Procuradoria-Geral da República 44,9 19,1 64 3º Lugar 4 Gabinete Central de Combate à

Corrupção

38,8 23,9 62,7 4º Lugar

5 Tribunais Judiciais 39,9 14 53,9 5º Lugar

6 ONG's 44,4 12,1 56,5 6º Lugar

7 Ordem dos Advogados de Moç. 41,7 13,3 55 7º Lugar 8 Assembleia da República 39,6 14,7 54,3 8º Lugar 9 Instituto Patrocínio e Assistência

Jurídica

40,9 11,9 52,8 9º Lugar 10 Comissão do Plano e Finanças da

A.Rep

36,6 15,6 52,2 10º Lugar 11 Académicos e Professores 37 11 48 11º Lugar 12 Associação Médica de Moç. 33,9 9,2 43,1 12º Lugar

13 Forças Armadas 29,9 11,5 41,4 13º Lugar

14 Associação dos Enfermeiros de Moç. 27,5 8,2 35 14º Lugar

15 Polícia 22,2 6,6 28,8 15º Lugar

Os medias, o Tribunal Administrativo e a Procuradoria-Geral da República lideram a lista de 15 instituições que têem estado a contribuir para o combate à corrupção. 3. Análise comparativa dos resultados da 1ª.PNGC e 2ª.PNGC

Tanto na primeira como na segunda pesquisa persistem como maiores problemas do país, o custo de vida, o desemprego a inflação e a falta de água, as más condições das estradas, a falta de habitação, a criminalidade, a falta de alimentos e a corrupção no sector público (vide tabela 1 acima).

(23)

Tabela 7: Qualidade do serviço público segundo agregados familiares

1ª PNGC 2ª PNGC

Posição Serviços % Serviços %

1º Lugar Serviços de Educação 37.0 Serviços de Educação 60.6 2º Lugar Serviços de Saúde Pública 36.1 CFM/Portos 59.8 3º Lugar Correios de Moçambique 33.9 Serviços de Licenciamento 54.5 4º Lugar Serviços de Água 30.8 Serviços do Conselho

Municipal

53.7 5º Lugar Repartições Fiscais 33,0 Serviços de Saúde Pública 53.2

Os serviços de saúde, CFM, de licenciamento, municipais são aqueles que registaram as maiores melhorias, relativamente, a situação da 1ªPNGC.

Na sua percepção, os FAE, deploram a qualidade dos serviços da polícia, especialmente, a polícia de trânsito. Esta posição foi manifestada nas duas pesquisas. Com efeito, a polícia de trânsito permanece no topo da lista das instituições do sector público que apresentam a má qualidade dos seus serviços (ver Tabela 8).

Tabela 8: Instituições Líderes na Prestação de Serviços de Má Qualidade, na opinião dos FAE

1ªPGC 2ªPGC

Posição Muito Mau % Muito Mau %

1º Lugar Polícia de trânsito 36.9 Polícia de Trânsito 37.8 2º Lugar Polícia 23.8 Serviços da Educação 25.6 3º Lugar Serviço de saneamento 21.6 Polícia 13.3 4º Lugar Tribunais 20.2 Serviços de saneamento 4.7 5º Lugar EDM 17.4 Serviços de licenciamento 3.8

A polícia de trânsito, desde a primeira pesquisa, continua a liderar a lista das instituições que prestam serviços de má qualidade. Regista-se que na primeira pesquisa tinha 36.9%, enquanto na segunda tem 37.8% de percepções dos FAE. Por seu turno, a PRM (23.8%) que estava na segunda posição, desceu para o terceiro lugar (13.3%) na presente pesquisa.

A tabela abaixo ilustra a incidência das opiniões dos funcionários e agentes do Estado nas duas pesquisas sobre as causas da corrupção na administração pública onde são apontados os “baixos salários na função pública” e a “ausência de sistemas eficazes de denúncias de práticas corruptas” como as principais causas.

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Tabela 9: Causas da corrupção na Administração Pública, segundo os FAE

1ª PNGC 2ª PNNGC

Posição Causas % Causas %

1º Lugar Salários baixos Para os funcionários Públicos

58.1 Salários baixos para os funcionários públicos

47. 1 2º Lugar Ausência de um sistema eficaz

de denúncia das práticas corruptas

49.8 Ausência de um sistema eficaz de Denúncia das práticas corruptas

29. 9 3º Lugar Ausência de um sistema judicial

independente e eficaz

39.0 Falta de mecanismos eficazes de defesa de denunciantes

23. 8 4º Lugar Falta de mecanismos eficazes

de incentivos

38.0 Falta de transparência 23. 6 5º Lugar Falta de transparência 35.1 Ausência de um sistema judicial

independente eficaz

21. 1

A tabela 10 indica os dados sobre as instituições onde se verifica o pagamento do suborno por parte dos AF.

Tabela 10: Incidência de pagamento de suborno por instituição - AF

1ª PNGC 2ª PNGC

Posição Pagam suborno Pagam suborno

Serviços % Serviços %

1º Lugar Repartições Fiscais 41,7 Serviços de Educação 22.6 2º Lugar Serviços de Educação 41,4 Serviços de Saúde 21.7 3º Lugar Serviços de Saneamento 28,0 Correios 17.6

4º Lugar Correios 23,6 ANE 16.1

5º Lugar Procurement 17,6 Procurement 6.8

Os serviços de Educação ocupavam a segunda posição na 1ª Pesquisa, com 41.4%, como sendo a instituição onde os AF pagavam o suborno, e passaram a ocupar a primeira posição na 2ª Pesquisa, com uma percentagem mais reduzida. Referir ainda que os serviços de saúde não constavam nos primeiros cinco lugares na 1ª PNGC, e surgem agora na segunda posição. Com efeito, os serviços de procurement continuam a ocupar a última posição com uma redução, tendo em conta que passou de 17.6% na 1ª.PNGC para 6.8% na 2ª.PNGC.

Em relação ao nível de integridade nas instituições públicas, segundo as empresas, verifica-se os seguintes dados comparativos:

Tabela 11: Incidência de pagamento de suborno por instituição - Empresas

1ª PNGC 2ª PNGC

Posição Pagam suborno Pagam suborno

Instituição % Instituição %

1º Lugar Polícia de Trânsito 38.4 Alfandegas 13.0 2º Lugar PRM 20.8 Serviços de Licenciamento 12.8

(25)

3º Lugar Alfandegas 19.0 Serviço de Procurement 12.7 4º Lugar Serviços da Educação 15.0 Polícia de trânsito 11.9 5º Lugar Serviços da Saúde públicos 10.1 Sector legal/tribunais 10.1

Com efeito, a polícia de trânsito que na primeira pesquisa ocupava a primeira posição como instituição onde mais se pagam subornos, com 38.4%, caiu para a 4ª posição na segunda, com 11.9%. Por sua vez, as alfândegas que ocupavam a 3ª posição, na 1 Pesquisa (19%), passou a ser considerada a primeira instituição onde se pagam subornos, na 2 pesquisa (13%).

.

4. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1. Principais constatações

O presente estudo constata que, quer no quadro da apreciação regional e internacional, quer no quadro das percepções dos agregados familiares, dos funcionários e agentes do Estado e das empresas, a situação de governação e corrupção em Moçambique registou, de 2004 a esta parte, melhorias significativas em alguns aspectos, apresentando desafios em outros.

No quadro internacional, Moçambique melhorou o seu posicionamento comparativo nos índices da Transparência Internacional, Mo Ibrahim e Doing Business, com incidência na melhoria do índice de governação e do ambiente de negócios. No que diz respeito as percepções dos grupos alvos inquiridos reportam-se melhorias na prestação de serviços de saúde e educação, e na componente de controlo externo pelo Tribunal administrativo. Não obstante as melhorias apontadas, a percepção dos inquiridos indica persistirem desafios quanto ao acesso e celeridade a àqueles serviços, conforme se explicita mais adiante.

De um universo de 24 problemas arrolados, na 1ª Pesquisa o desemprego liderava a lista do problema mais grave, seguido de perto pelo custo de vida elevado. O cenário tende a mudar, alterando apenas de posições no topo da lista. No presente estudo, o custo de vida elevado passou a ser o problema mais grave seguido pelo desemprego. O binómio desemprego e custo de vida constituem os problemas mais graves do país, tanto na 1ª como na 2ª Pesquisa. A criminalidade, na 2ª Pesquisa salta para o quinto lugar, enquanto a inflação sobe para o terceiro.

 Governação e desempenho do sector público

As dimensões de governação no domínio deste estudo analisadas são gestão de orçamental, Procurement e gestão de pessoal. Quanto a gestão de pessoal a

(26)

implementação do Decreto n° 15/2010, os processos de aquisição de bens e serviços registaram maior transparência. Quanto a gestão orçamental registam-se melhorias no Sistema de Gestão Financeira do Estado associada a implementação do SISTAFE.

 Qualidade dos serviços públicos

De uma forma geral os inquiridos apontam melhorias na qualidade de serviços prestados, nos aspectos associados a eficácia, flexibilidade e eficiência dos serviços públicos; redução dos prazos/tempo de espera para resposta aos expedientes do cidadão; maior acessibilidade aos serviços através da descentralização; eliminação dos guichés; melhoria no atendimento; simplificação dos procedimentos administrativos vigentes; estabelecimento dos Balcões de Atendimento Único (BAU), entre outros.

A limitada acessibilidade dos cidadãos mais carenciados, a limitada qualidade na prestação de serviços e a limitada cobertura territorial e o fraco conhecimento dos serviços são percebidos como principais desafios. Os serviços de saúde, educação e a polícia são os mais conhecidos e procurados (por exemplo, a maioria dos agregados familiares (93.5%) refere que já usou os serviços de saúde).

Realça-se também o facto dos serviços de educação e saúde terem registado as maiores melhorias neste período.

Os aspectos de qualidade da prestação de serviços percebidos como ainda problemáticos estão associados ao mau atendimento resultante de longas filas de espera; fraco domínio por parte de alguns funcionários; burocracia; não cumprimento dos prazos; falta de informação sobre requisitos, padrões e formas de acesso aos serviços; falta de pessoal e absentísmo.

O estudo constatou que nos casos de serviços que passaram por processos de reestruturação e inovação tecnológica e de gestão, a percepção dos inquiridos quanto a incidência de cobranças ilícitas é quase nula (por exemplo EDM, TDM, ADM). Destacam-se igualmente melhorias na qualidade dos serviços da Autoridade Tributária.

O estudo concluíu ainda haver uma percepção não satisfatória por parte das empresas quanto aos serviços de licenciamento, polícia de trânsito e alfândegas. Em relação ao sistema de justiça, há percepção de existir uma reputação crescente do Tribunal Administrativo (TA) e da Procuradoria-Geral da República. Contudo há percepção de que os menos favorecidos têm acesso limitado à justiça, assim como existe uma limitada independência dos tribunais em relação ao Governo.

(27)

No seio das empresas inquiridas reina a percepção de que prevalesce um fraco envolvimento destas nos processos de produção ou modificação de normas que afectam os seus negócios.

 Corrupção no sector público

De uma maneira geral, persiste a percepção da existência de corrupção na função pública associada a grupos de “influência” política, empresariais e crime organizado, que exercem influência sobre o Governo nos processos de tomada de decisões para interesses e benefícios próprio. As organizações da sociedade civil e os sindicatos são percebidos como aquelas que menos influências exercem com recurso a vias corruptas.

Os dados do estudo indicam ainda a persistência de actos de corrupção (por exemplo, o pagamento de comissões para iniciar negócios) e fragilidades sistémicas (por exemplo, mecanismos de denúncia dos actos de corrupção e a protecção de denunciantes).

O estudo identificou também a fraca confiança dos cidadãos quanto a polícia de trânsito e ao sistema de justiça. A morosidade, a complexidade processual e os custos elevados são percebidos como factores negativos que desencoraja o recurso ao sistema judicial.

 Governação e Corrupção

Há uma percepção geral de que os níveis de corrupção no país tendem a reduzir, no entanto, é um facto que ela continua a ser considerada pelos inquiridos como sendo um problema muito grave.

Ao nível das províncias, a percepção sobre a gravidade da corrupção é mais acentuada na cidade de Maputo, em Cabo Delgado, na Zambézia, e Sofala. Conclui-se a partir dos dados da pesquisa que existe o crescimento de uma consciência colectiva de que a corrupção é um mal a combater e a boa governação é necessária; devendo, por isso, ser promovida de forma consistente. Os dados da pesquisa indicam haver a percepção de existência de vontade política no que diz respeito ao combate à corrupção e à promoção da boa governação.

(28)

água, as más condições das estradas, a falta de habitação, a criminalidade, a falta de alimentos e a corrupção no sector público;

2. Os serviços de saúde, CFM, de licenciamento, municipais e de saúde são aqueles que registaram as maiores melhorias relativamente a situação da 1 Pesquisa. Pelo contrário, o sector judiciário e a polícia de trânsito são os que se pontificaram como líderes na prestação de serviços de má qualidade.

3. Os baixos salários na função pública, a ausência de sistemas eficazes de denúncias, a ausência de mecanismos de protecção de denunciantes persistem, tal como na 1ª Pesquisa, como as principais causas de corrupção na Administração Pública;

4. As Alfândegas são apontadas como a instituição onde mais ocorre o pagamento de subornos. Os serviços de licenciamento, o procurement, a polícia de trânsito e os tribunais são também referidos como áreas onde o suborno é prática corrente. Entretanto os serviços de saúde e educação são os que registaram grandes melhorias nesta componente;

5. Não ocorreram alterações substanciais no que se refere aos motivos porque os cidadãos não denunciam actos de corrupção, continuando o medo de perseguições e represálias como a principal causa, havendo ainda que destacar o desconhecimento dos procedimentos para denúncia, a incapacidade de apresentar provas, a percepção de que mesmo denunciando não se será feita uma investigação isenta e o fatalismo de que a corrupção é parte da cultura como outras das causas que inibem os cidadãos de apresentarem denúncias;

6. Os órgãos de comunicação social, tal como na 1ª Pesquisa continuam a ser a instituição mais visível no combate à corrupção. Destaca-se ainda a entrada do GCCC, PGR, Ordem dos Advogados de Moçambique, Comissão de Plano e Orçamento da AR e o Tribunal Administrativo no conjunto das cinco instituições mais visíveis de combate à corrupção;

7. A PRM, a polícia de trânsito, as alfândegas, os partidos políticos e a Direcção Nacional de Águas continuam, tal como na 1ª Pesquisa, a serem percebidas como as instituições mais desonestas. Pelo contrário, as instituições religiosas, os órgãos de comunicação social e as ONGs são percebidas como as instituições mais honestas em paralelo como MISAU e as FADM que não constavam na 1ª Pesquisa nas cinco primeiras posições; 8. Houve uma substancial melhoria do relacionamento entre o Governo e as

empresas. Contudo, mais de 50% das empresas inquiridas em 2010, afirmaram que raramente o governo toma em consideração as suas preocupações, o que abre espaço para o aprofundamento de intervenções de melhorias no relacionamento Governo – Sector Privado.

(29)

5. RECOMENDAÇÕES GERAIS E ESPECÍFICAS

3.1. Recomendações gerais

As melhorias que se registaram desde a realização da Primeira Pesquisa Nacional de Governação e Corrupção, até a realização da Segunda Pesquisa (2010) deveram-se, entre outros factores a implementação de reformas no sector público. Assim, recomenda-se, a continuidade e o aprofundamento das Reformas do Sector Público (RSP) uma vez estas terem se revelado instrumentais para o fortalecimento da efectividade e da eficiência do Estado, reforço da sua capacidade institucional na provisão de serviços públicos de boa qualidade e na gestão da coisa pública, no seu relacionamento com o cidadão, com os diversos intervenientes sociais, económicos, culturais e políticos; em suma como garante da boa governação.

Nesta base, recomenda-se a priorização das seguintes áreas de acção estratégica no quadro do aprofundamento das reformas do sector público em curso:

 Enfoque na consolidacao da implementação de políticas públicas orientadas para a optimização da economia nacional, alicerçadas em medidas que visem endereçar os principais problemas levantados pelos três grupos alvos inquiridos, nomeadamente o custo de vida, desemprego, inflação, criminalidade e tráfico e consumo de drogas;

 Aprofundar e consolidar abordagens congregadoras do processo de descentralização e desconcentração em curso no país, visando a maior aproximação da administração pública ao cidadão;

 Melhoria das políticas de remuneração e benefícios dos FAE tendo em conta a dinâmica das conjunturas sócio-económicas;

 Aperfeiçoamento do sistema nacional de formação e de gestão estratégica de recursos humanos de Estado dos FAE;

 Aprofundar os mecanismos que encorajem a participação do cidadão na monitoria dos actos de governação;

 Consolidar as acções que reforçam o poder disciplinar do Estado, associada a uma estratégia de comunicação das suas intervenções nesta área; e

 Desenvolvimento de um sistema de integridade pública congregador de todos os intervenientes no processo de governação, visando consolidar a cultura pública assente em padrões de comportamento, valores e princípios ético e deontológico.

(30)

3.2. Recomendações Específicas

As recomedaçoes específicas incidem sobre alguns sectores e sub-sectores que necessitam de maior intervenção do Estado com o fito de consolidar os ganhos conseguidos nos últimos cinco anos no campo de combate à corrupção.

No geral, recomenda-se que os sectores procedam a análises específicas das suas situacoes no quadro dos presentes resultados e adoptem as medidas que se julgarem relevantes para a promocao da boa Governacao. Mais especificamente recomenda-se:

a) Gestão orçamental, controlo interno e externo (auditorias)

 Consolidar os mecanismos de transparência que englobando o acesso público a informação sobre a gestão financeira e patrimonial das instituições públicas;

 Prosseguir com o fortalecimento e consolidação dos sistemas de controlo interno e externo, bem como a optimização dos sistemas de gestão financeira (SISTAFE) e patrimonial, garantindo a sua expansão a todos os distritos do país; e;

 Continuar a desenvolver esforços para o reforço dos sistemas de controlo interno e externo de procurement, para garantir maior transparência.

b) Gestão de recursos humanos

 Reforçar a implementação eficaz das regras estabelecidas para o recrutamento, promoção de funcionários e agentes do Estado;

 Continuar com esforços orientados para a profissionalização dos gestores dos recursos humanos e do pessoal em geral; e

 Prosseguir com esforços tendetes a melhorar a acção inspectiva do Estado. c) Progressões na carreira:

 Assegurar a implementação efectiva, em toda a administração pública, do sistema de gestão de desempenho, visando consolidar os valores da meritocracia.

d) Códigos de conduta institucionais

 Concluir a elaboração, adopção e implementação de códigos de conduta sectoriais, tendo como referência o Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado e demais instrumentos legais aplicáveis.

(31)

 Melhorar os sistemas de remuneração, aprofundando a combinação entre incentivos monetários e não monetários, tendo sempre em conta a dinâmica sócio-económica do país.

3.3. SUGESTÕES POR SECTOR

POLÍCIA DA REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE (PRM)

Na Primeira Pesquisa, a Polícia, em particular a Polícia de Trânsito lideraram a lista de instituições percebidas como prestando “maus serviços” e “desonesta”. Esta percepção deteriorou na Segunda Pesquisa, recomenda-se, deste modo, a priorização de intervenções neste sector. O objectivo da intervenção é de assegurar a sua actuação dentro de parâmetros de integridade e ética, restituindo a confiança pública neste sector tão importante para a soberania do Estado. Mais especificamente são de considerar as seguintes opções:

a) POLÍCIA (PRM)

 Re-avaliar e adequar os sistemas de remuneração e benefícios da Polícia a sua situação específica;

 Revitalizar e assegurar o funcionamento dos comités de ética e disciplina;  Reforcar os mecanismos de selecção dos membros da corporação, tendo

em conta a sua idoneidade moral e antecedentes criminais; e

b) Polícia Trânsito

 Considerar as intervenções na polícia de trânsito com carácter de urgência, dada a gravidade de situação;

 Assegurar os padroes de intervenção e actuação deste ramo da polícia aos niveis das melhores práticas de instituições afins na região e no mundo;

 Instituir um número de identificação policial referenciado a uma base de dados, devendo este ser requisito obrigatório para actuação em via pública e de acesso ao cidadão para denúncia e seguimento;

 Estabelecer uma pagina web interactiva com os cidadãos.

 Produzir e divulgar um código de conduta para a Polícia de Trânsito (PT);  Considerar a inclusão em legislação específica da obrigatoriedade dos

membros da PT apresentar uma declaração de bens antes do início das suas funções, a ser actualizada anualmente;

(32)

 Publicar por meio de relatórios a situação disciplinar dos agentes da PT envolvidos em actos de corrupção e as penas aplicadas;

 Re-avaliar as politicas e estrategias de remuneracao tendo em conta a situacao especifica do sector;

 Melhorar o sistema interno de cobranças (incluem-se também os Serviços de Migração).

c) Força de Guarda Fronteira

 Reforcar na formação os componentes sobre ética e deontologia profissional no desempenho das funções;

 Produção de um código de conduta enfatizando questões ligadas a necessidade do patriotismo na defesa da soberania nacional (para não permitir actos de imigração ilegal, violação da fronteira, entre outros);

 Harmonizar as condições de trabalho, remuneração e habitacionais entre os serviços da migração, Forças de Guarda Fronteira e Alfândegas estacionadas nas fronteiras, para desencorajar actos de corrupção.

d) Polícia de Investigação Criminal (PIC)

 Fortalecer medidas de protecção para o agente da PIC e familiares directos,

 Melhorar os os sistemas de de gestão processual, que articulem dados sobre o registo da entrada dos processos, controlo dos prazos de detenção e submissão do processo ao Ministério Público;

CIDADÃO

Com vista a fortalecer o papel do cidadão no combate à corrupção, recomenda-se:

 Divulgar os instrumentos legais aos cidadãos;  Promover campanhas de educação cívica; e

 Identificar e expurgar da lei todas as situações que propiciam oportunidades para a prática de corrupção.

SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA

De uma forma geral, recomenda-se que haja um fort

alecimento dos

mecanimos de fiscalização a actuação dos magistrados pelas

inspecções subordinadas as respectivas Magistraturas.

a) Serviços de Registo e Notariado

Prosseguir com acções de melhoria dos sistemas informáticos (on-line) de registo;

(33)

 Informatizar o sistema interno de cobranças;

 Continuar com o processo de informatização dos serviços de registo predial, evitando que se possa falsear o registo dos imóveis por actos de corrupção;

 Melhorar os sistemas de segurança para evitar falsificações;  Reduzir o tempo de espera dos utentes; e

 Introduzir mecanismos de participação do cidadão.

b) Procuradoria-Geral da República e o Gabinete Central de Combate a Corrupção

 Continuar a formar os magistrados em funções no GCCC em módulos sobre ética, deontologia e integridade no desempenho das suas funções;  Criar mecanismos que garantam que o GCCC seja integrado por

investigadores com idoneidade moral e profissional comprovada;  ,

c) Tribunal Supremo

Prosseguir com acções com vista ao fortalecimento da integridade ao

nível do sector judiciário

;

 );

.

Rever e melhorar os mecanismos de selecção dos magistrados Judiciais e do MP, avaliando aspectos de integridade e ética profissional;

 Re-avaliar as questoes ligadas as condições materiais para o exercício com dignidade e integridade das funções de magistrado nas categorias inferiores;

 Melhorar os mecanismos de avaliação periódica dos magistrados; e  Criar sistemas informáticos de gestão processual para os tribunais. d) Ministerio da Justica/CFJJ

Rever e melhorar os mecanismos de selecção dos magistrados Judiciais

e do MP, avaliando aspectos de integridade e ética profissional.

e) Conselho Superior da Magistratura Judicial

 Rever os mecanismos de promoção dos magistrados de categorias inferiores, reforcando o creitério básico de mérito;

(34)

 Melhorar e informatizar os sistemas internos de cobranças;  Reduzir o tempo de espera dos utentes;

 Introduzir mecanismos de participação do cidadao.

SISTEMAS DE SAÚDE E EDUAÇÃO a) Sistema Nacional da Saúde

 Melhorar o sistema informático on-line de gestão de medicamentos;

 Aprofundar o envolvimento das comunidades na denúncia de casos de corrupção nas unidades sanitárias, garantindo a protecção aos denunciantes;

 Continuar com o processo de colocação nas vitrinas dos preçário dos medicamentos, dos exames a efectuar, consultas, pessoas isentas do pagamento de taxas;

 Continuar com a reducao do tempo de espera dos doentes nas unidades sanitárias;

 Aprofundar a formação dos profissionais da saúde sobre matérias de ética e deontologia profissionais no desempenho das suas funções;

 Produzir um código de conduta para os profissionais da saúde;  Revitalizar o gabinete do utente em todas as unidades sanitárias;  Continuar com o Dia do Utente para auscultar as comunidades;

 Revitalizar as linhas verdes e melhorar o sistema de gestão de caixas e livros de reclamação;

 Realizar palestras para explicar a utilidade das caixas e livros de reclamações na denúncia de casos de corrupção;

 Realizar reuniões frequentes com os diferentes segmentos dos profissionais de saúde;

 Melhorar a articulação com as organizações sócio-profissionais. b) Sistema Nacional da Educação

O estudo constatou que apesar de o Sistema de Educação ter registado melhorias significativas, no que diz respeito as infra-estruturas e recursos humanos, ainda persistem alguns desafios relacionados com a baixa qualidade do ensino, e como tal recomenda-se o seguinte:

 Prosseguir com os esforcos tendentes a realizacao dos indicadoresda qualidade de ensino no país;

 Continuar a melhorar os sistemas de matrículas dos alunos (evitando casos de ocorrência de favorecimento sem que o matriculando preencha os requisitos exigidos);

 Consolidar a melhoria dos processos de emissao de certificados de alta seguranca;

 Continuar a melhorar o sistema de formação de professores;  Continuar a recrutar professores com formação psico-pedagógica;

(35)

 Continuar a melhorar o sistema de distribuição dos exames evitando que não haja desvios dos mesmos antes da sua realização;

 Continuar a melhorar as infra-estruturas do sistema de educação e a qualidade dos professores;

 Continuar a melhorar os elementos de segurança nos exames de modo a mitigar favorecimentos durante o processo de correcção;

 Revitalizar a utilizacao dos instrumentos de reclamacao do cidadao, tais como as linhas verdes, caixas e livros de reclamações e sugestao nas escolas e direcções provinciais e distritais da educação, ciência e tecnologia;

 Melhorar e intensificar actividades periódicas de inspecção aos estabelecimentos de ensino e direcções provinciais e distritais de educação, ciência e tecnologia; e

AUTORIDADE TRIBUTÁRIA (AT)

 Reduzir os locais para inspecção, verificação e reverificação de mercadorias, tendo em conta que as paragens podem significar várias oportunidades para a prática de corrupção;

 Continuar a reduzir os valores constantes da pauta aduaneira, considerando que as importâncis altas concorrem para incentivar a fuga ao fisco e prática de esquemas de corrupção com os agentes alfandegários;

 Proceder a supervisão rotineira, sem aviso prévio, as actividades dos agentes aduaneiros colocados nas zonas fronteiriças. Este processo deve ser extensivo a todos agentes que lidam com processos de usuários dos serviços da Autoridade Tributária, sobretudo, os das fronteiras e serviços alfandegários situados em locais mais recônditos do país;

 Colocar informação relevante em todos os postos fronteiriços e serviços da Autoridade Tributária, alertando os cidadãos (nacionais e estrangeiros), desencorajando-os o pagamento de suborno aos agentes aduaneiros;

 Realizar cominações legais para os que violarem a legislação Anti-corrupção no geral e aduaneira, em particular; e

 Colocar em todos os posto fronteiriços e departamentos da Autoridade Tributaria, números de telefone do Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC) e dos Gabinetes Provinciais de Combate a Corrupção (GPCC) para permitir os cidadãos apresentar as denúncias de actos de corrupção.

(36)

 Prosseguir com as estratégias visando a capacitação e expansão de extensionistas agrícolas, considerando que Moçambique como país eminentemente agrícola.

b) Estradas

 Prosseguir com as politicas de expansão da rede de estradas e a sua manutenção ;

 Fortalecer mecanismos visando a detenção e neutralização de empreiteiros desonestosReforcar a infraestrutura nacional de de transporte colectivo públicos que possam fazer ligações inter-provinciais, inter-distritais;

 Continuar a investir nos transportes alternativos que possam permitir a circulação ferroviária, marítima e fluvial; e

 Desenvolver e implementar um código de conduta para os fiscais de obras.

c) Energia Eléctrica

 Prosseguir com o investimento na rede nacional de energia eléctrica, a sua expansão e abrangência e acesso aos agregados familiares;

 Diminuir os custos de ligação de energia para agregados familiares mais pobres para desencorajar as ligações clandestinas;

 Prosseguir com as campanhas de consciencialização dos cidadãos para aderir ao sistema oficial de fornecimento da energia;

 Melhorar a qualidade de energia eléctrica fornecida aos consumidores, incrementando o investimento nos equipamentos e (PTs, estaçoes e sub-estações) tecnologias modernas;

 Promover cursos periódicos de capacitação aos técnicos da EDM afectos aos serviços de piquetes para garantir respostas céleres e oporturnas às solicitações dos consumidores;

 Criação de balcões de atendimento, onde não existam e melhorar os existentes com vista a garantir respostas céleres das reclamações dos clientes.

d) Abastecimento de água e saneamento

 Continuar com a expansão da rede de abastecimento de água potável nas principais cidades e vilas do país;

 Diminuir os custos de ligação de água para agregados familiares mais pobres, visando a diminuição de ligações clandestinas;

 Prosseguir com campanhas de consciencialização para a regularização das situações anómalas;

 Estabelecer mecanismos de denúncia de irregularidades e actos de corrupção perpetrados pelos funcionários da AdM;

(37)

 Criação de balcões de atendimento, onde não existam, e melhorar onde existem para garantir eficiência e eficácia nas respostas às reclamações dos clientes, usando pessoal capacitado;

 Expansão da rede de saneamento nas cidades e vilas. e) Sistema de comunicação e denúncia

 Assegurar a aprovação e divulgação da lei sobre a protecção das testemunhas, declarantes, denunciantes e vitimas e outros agentes processuais;

 Dissimilar os mecanismos de denúncia contra actos de corrupção, divulgando as linhas de telefones, instituições de denúncia e promovendo campanhas publicitárias nos canais televisivos, rádio, telefones celulares e internet; e

 Continuar a incentivar a participação das Organizações da Sociedade Civil (OSC) dos Midias na denúncia de actos de corrupção.

f) Sistema de aquisição de bens e serviços do Estado (Procurement)

 Continuar a simplificar os procedimentos de procurement para garantir maior transparência nos actos administrativos;

 Fortalecer a ligação entre a Unidade Funcional de Supervisão das Aquisições (UFSA) e as Unidades Gestoras e Executoras das Aquisições (UGEAs);

 Expandir a instalação de sistemas informáticos on-line que permitam um maior acompanhamento e controlo do sistemas de procurement nos distritos; e

Referências

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