Imunização pré-requisitos básicos
1) Animal saudável suscetível capaz de
responder
2) Uma vacina potente, viável e segura
3) Aplicação apropriada
Quando uma vacina aparenta ter falhado é porque
um ou mais destes pré-requisitos não foram
Quando o animal é a fonte do problema
Se a resposta imune normal for suprimida devido
algum distúrbio no metabolismo de proteínas.
Imunossupressão desta natureza pode ser
causada por uma alta carga parasitária, estresse
de transporte, fadiga, prenhez ou calor / frio
extremo
A imunização passiva prévia de um animal jovem
que recebeu anticorpos maternais causará
interferência na imunização, via vacinação
Quando o animal é a fonte do problema
Se o animal já estiver incubando a doença, ou
seja, a vacina foi aplicada tarde demais (lembrar
que vacina é apenas uma prevenção
Se o animal for incapaz de desenvolver uma
resposta imune, pois ele é geneticamente incapaz
de responder ou porque ele nasceu
Quando o animal é a fonte do problema
Tratamento concomitante com outras
drogas, tais como corticosteróides, o sistema
imune pode não estar hábil para reagir
contra o antígeno, pois a resposta imune
está suprimida
Quando a vacina é a fonte do problema
Vacina inviável ou insuficientemente potente para
estimular uma resposta protetora
Mudança do antígeno animal pelo decorrer dos
anos, sem a atualização de novas cepas virais
Estes eventos são raros de acontecer devido
ao controle pelos órgãos regulamentadores
Quando a aplicação é a fonte do problema
A estocagem deve ser feita de acordo com o rótulo,
para que a vacina mantenha sua potência até a data de validade
O manuseio da vacina, agulha e seringa podem
influenciar a eficácia e segurança da vacina
A aplicação deve ser feita apenas pelas vias
especificadas nas instruções da embalagem. O tipo de injeção e o local de aplicação afetam a taxa de absorção e o nível de resposta imune
Quando a aplicação é a fonte do problema
Entre outros problemas pode ocorrer a morte
de uma vacina viva como resultado de um
mau armazenamento, do uso de antibióticos
em conjunto com as vacinas bacterianas
vivas, do uso de produtos químicos para
esterilizar as seringas ou do uso excessivo
de álcool enquanto se desinfeta a pele.
Tipos de Vacinas
Muitas vacinas são feitas com microorganismos
vivos tais como vírus ou bactérias que foram modificados ou atenuados para serem menos prejudiciais ou não-virulentos quando inoculados mas ainda assim serem capazes de induzirem proteção. Em outros casos, microorganismos,
quando mortos ou inativados, podem permanecer imunogênicos, mas não se multiplicarem depois da injeção.
Tipos de Vacinas
Replicantes (ou vivas-atenuadas)
Não-replicantes (mortas).
Estes dois tipos podem ser subdivididos dependendo se o
microorganismo completo é usado na sua forma natural ou nativa, ou se algum componente ou componentes do
microorganismo são usados, ou se foram aplicadas tecnologias inovadoras como a recombinação genética. Para conveniência de uso muitas vacinas contém mais de um microorganismo e são chamadas vacinas combinadas
Vacinas replicantes (vivas-atenuadas)
Usadas freqüentemente em vacinas a vírus O microorganismo da vacina, ou uma forma
recombinante, ou partes específicas de seu
material genético (vacina de DNA) multiplicam-se em células selecionadas do hospedeiro vacinado
Atenuação é o processo pelo qual a virulência
(danos, patogenicidade) do microorganismo patogênico é reduzida para um nível "seguro" (avirulento) sem destruir sua capacidade de estimular uma resposta imune
Exemplos de Vacinas Vivas
Cinomose
IBR (bovinos)
Brucelose (bovinos)
Doença de Marek (aves)
Vacinas não replicantes (morta)
As vacinas inativadas contêm
microorganismos que foram tratados de
forma que não são mais capazes de se
multiplicarem, ou produzirem efeitos
prejudiciais nas células ou tecidos do
hospedeiro vacinado.
Vacinas não replicantes
Técnicas do processo de inativação incluem
calor, substâncias químicas (ex. formol) e
irradiação
Bom equilíbrio entre perda de virulência
(desejada) e perda de imunogenicidade (não
desejada)
Exemplos de Vacinas Mortas
Raiva (também viva)
Febre Aftosa (bovinos, etc.)
Leptospirose (cães)
Gripe (eqüinos, humanos)
Vacinas combinadas (multiplas)
Vacinas de dose única contêm antígenos de
microorganismos diferentes e/ou cepas múltiplas
(sorotipos ou variantes) do mesmo microorganismo (ex. vacinas do E. coli, vacinas de clostridioses)
A dose pode ser combinada durante a fabricação, ou imediatamente antes da aplicação (ex.
reconstituindo uma vacina liofilizada com uma vacina líquida compatível)
Exemplos de Vacinas combinadas
Vacina para cães contendo:
cinomose, hepatite, leptospirose,
parvovírus, parainfluenza
Vacina para bovinos contendo:
IBR, BVD, BRSV, PI3, Haemophilus
somnus, Mannheimia (Pasteurella)
haemolytica, Pasteurella multocida
ADJUVANTE ("AJUDANTE")
Um imunomodulador é qualquer material ou
substância que altera o tipo, a velocidade, a intensidade ou a duração da resposta imune. Adjuvantes são imunomoduladores como as
citocinas
Gaston Ramon, veterinário francês, descobriu
durante a década de 1920, que combinar o toxóide do tétano ou o toxóide da difteria com uma
variedade de substâncias (inclusive tapioca, lecitina, óleo, saponina ou até mesmo farelo de pão)
aumentava a resposta das antitoxinas (anticorpos) em magnitude e duração
ADJUVANTE ("AJUDANTE")
Um veículo para transportar o antígeno para os locais de
resposta imune e/ou para atuar como um depósito de armazenagem e liberação gradual dos antígenos
Um estimulador do sistema imune:
ele pode não ser específico; é o que acontece com a ação irritante de adjuvantes, inclusive óleos e
saponinas, que encorajam as células apresentadoras de
antígenos como, por exemplo, os macrófagos, a migrarem para o local de depósito do antígeno
Ou ele pode ser uma regulação superior mais
específica da resposta imune, como a que é feita pelas
VANTAGENS DOS ADJUVANTES
Aceleram a resposta imune - imunidade
precoce
Aumentam o nível da resposta imune
VANTAGENS DOS ADJUVANTES
Aumentam a resposta das células de
memória, prolongando a imunidade
A liberação prolongada do antígeno a partir
do local protegido de depósito do adjuvante
pode evitar a inativação do antígeno pelos
anticorpos maternos em animais jovens
DESVANTAGENS DOS ADJUVANTES
A atividade inflamatória e irritante de alguns
adjuvantes causa:
Inchaço
Dor
Inflamação crônica no local da injeção
Lesões na carcaça de animais para abate
Hipersensibilidade devido à estimulação
CLASSES DE ADJUVANTES
Emulsões oleosas
Compostos minerais Produto bacteriano Saponinas
ISCOMS (Complexos Imunoestimulantes) Lipossomas
Micropartículas Citocinas
Vias de administração
Vias disponíveis
Não injetáveis
Não injetaveis
Oral
Ração: antígeno liofilizado usado como um
aditivo no alimento
Água: vacina liofilizada reconstituída e
adicionada à água para beber, ou solução
hipotônica (vacinas de peixes)
Não injetaveis
Intranasal ou intra-ocular (inclusive aerossol)
Vacina transdérmica (experimental) é aplicada na
pele com um carreador que a transporta através da epiderme para dentro da circulação linfática; é
Vacinas injetáveis
Intramuscular (no músculo)
Subcutânea (no tecido conjuntivo laxo debaixo da
pele)
Intradérmica (na derme)
Intraperitoneal (na cavidade peritoneal) No ovo (no ovo ou embrião)
Intravenosa (na circulação sangüínea através de
ESTRATEGIAS DE VACINAÇÃO
Dois tipos principais de resposta imune
Resposta Imune Primária:
Dose sensibilizadora
Resposta Imune Secundária:
Dose de reforço "booster" (normalmente 2-4 semanas depois da primária)
IMPORTÂNCIA DA IDADE
Animais recém-nascidos de algumas espécies
podem ter um sistema imune imaturo
isto é, filhotes de cães com < 6 semanas de idade
têm menor resposta imune mediada por células
Anticorpos maternos, transferidos principalmente
via colostro, bloqueiam, freqüentemente, tentativas de estimulação da imunidade ativa
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Fabricação
Causa improvável devido às exigências legais (ex. U.S.
9CFR regulations) e boas práticas de fabricação (GMP), além dos testes de garantia de qualidade em todas as fases
Contaminação não detectada raramente passa pelos
procedimentos dos testes
Ameaça teórica de um contaminante novo e desconhecido
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
ARMAZENAGEM:
Manejo impr€prio da vacina pode destruir ou
diminuir a pot•ncia
– ex. temperatura elevada, luz ultravioleta,
congelamento e descongelamento - destroem especialmente as vacinas com adjuvantes
adsorvidos e vacinas bacterianas de cƒlulas completas
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Estratégia Inadequada
Não se deveria depender SÓ da vacinação
para o controle de doenças
Deve-se prestar atenção na melhoria das
instalações da população mais próxima seja
ela um rebanho leiteiro, lote de engorda,
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Fatores que reduzem o estresse e o nível do
desafio infeccioso são importantes
Os programas de vacinação deveriam,
sempre que possível, combinar as instruções
da bula com a prática
Vacinas dão melhor resultado quando é
vacinada uma proporção elevada da
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Aplicação inadequada
Erro humano
Vacina não aplicada, ou por engano ou por
falta de vontade,
Vacina aplicada no momento errado
Dose incorreta, (subdosagem)
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Aplicação inadequada
Erro humano
Permitir que o desinfetante (ex. álcool) da
pele ou da seringa/agulha entre em contato
com uma vacina viva a vírus,
Vacinar em tecido adiposo ou outro local
pouco vascularizado
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Falhas de equipamento
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Antigenos inadequados
Em doenças causadas por múltiplos
microorganismos, quer variantes (como E.
coli
ou vírus da gripe) quer cepas múltiplas
(sorotipos), a vacina pode não controlar os
sorotipos apropriados e não induzir proteção
cruzada suficiente.
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Anticorpos maternos
Anticorpos maternos específicos para os antígenos
da vacina podem "neutralizar" ou bloquear aqueles antígenos, impedindo o seu processamento por
células apresentadoras de antígenos e bloqueando uma resposta imune à vacina
A extensão de tal bloqueio depende da
concentração relativa de antígenos e anticorpos maternos
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Anticorpos maternos
Os anticorpos maternos em recém-nascidos atingem
o seu nível máximo dentro de 24 a 48 horas após o nascimento e ingestão do colostro, diminuindo à
medida que a proteína dos anticorpos é catabolizada
O limiar para o sucesso de uma vacinação ocorre
quando houver excesso de antígeno sobre os anticorpos maternos e a resposta imune ativa for estimulada
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Anticorpos maternos
Por vezes o nível limite de bloqueio dos anticorpos
maternos é inferior ao nível protetor contra a doença
Esta é a "janela de vulnerabilidade" durante a qual
um animal jovem ainda não pode responder à
vacina, mas pode sucumbir a desafios infecciosos elevados
Teoricamente, a vacinação durante esta "janela"
pode acelerar a redução dos anticorpos maternos e aumentar a suscetibilidade à infecção
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Imunossupressão
Genética
Deficiências nutricionais graves (proteína muito
baixa, deficiência de selênio, hipovitaminose E, etc.)
Infecções
ex. retrovírus (vírus da leucemia), vírus da
imunodeficiência (HIV em humanos, FIV em gatos), pestivírus (BVD), morbilivírus (cinomose) e também certas doenças bacterianas crônicas e debilitantes como a tuberculose
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Imunossupressão
Infecções parasitárias intensas Estresse ambiental severo Prenhez
Administração de drogas esteróides (dosagem grande ou
prolongada)
Drogas anti-câncer Outras drogas
ex. levamisole em dose elevada, enquanto que dosagens baixas e repetidas de levamisole podem estimular o sistema imune
PORQUE AS VACINAS FALHAM?
Desafio
A luta entre um agente infeccioso, tentando invadir e
multiplicar-se, e o sistema imune (não específico e específico), tentando impedir que isto aconteça, é muitas vezes um
equilíbrio instável
Dois fatores importantes são a dose infecciosa e a virulência
do agente infeccioso
Imunidade que seria adequada sob circunstâncias normais
pode ser superada se o desafio for intenso e/ou se o microorganismo for uma cepa de virulência anormal