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Música do Século XX. A história da música apresenta quatro grandes períodos caracterizados por quatro idiomas musicais:

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Música do Século XX

Apontamentos sobre o curso Música do Século XX, de Hans Joachim Koellreutter São Paulo, 1981 A história da música apresenta quatro grandes períodos caracterizados por quatro idiomas musicais: - Idioma modal 1. Românico 2. Gótico 3. Renascimento

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608 - Idioma tonal 1. Barroco 2. Classicismo 3. Romantismo 4. Impressionismo - Idioma atonal 1. Expressionismo - Idioma psofal

O primeiro período é essencialmente ftegmático – palavra de origem Grega que indica a ideia de som predominantemente vocal.

Os segundo e terceiro períodos são essencialmente

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O quarto período é essencialmente psofal – o que incorpora os ruídos, toma o som como um todo. Primeiro período – sucessão de sons Segundo período – simultaneidade de sons Terceiro período – convergência de sons Quarto período – emergência do conceito de tempo Em Tristão e Isolda, de 1859, Richard Wagner procurou – segundo as suas próprias declarações – enfatizar o dualismo entre a vida e a morte.

O terceiro acto de Tristão e Isolda mostra um dos momentos de gradual desintegração do tonalismo através de múltiplas modulações.

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A partir de então – embora as ideias presentes em

Tristão e Isolda fizessem parte do mundo de Wagner e,

principalmente, de Liszt – pode-se desenhar uma linha de transformações em diversas obras e compositores:

1875, Bagatela sem Tonalidade de Franz Liszt – primeira obra atonal.

1889, Ave Maria sobre Escala Enigmática, de Giuseppe Verdi.

1896, Quarteto número 1 de Charles Ives.

1899, Noite Transfigurada de Arnold Schoemberg. 1900, Sinfonia nº 4, segundo movimento, de Gustav

Mahler.

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Richard Strauss.

1909, Três peças para piano, opus 11, de Arnold Schoemberg.

1911, Seis peças para piano, opus 19, de Arnold Schoemberg.

1912, Jeux, de Claude Debussy.

Em 1908 surge uma grande polémica sobre o fim da tonalidade.

1912, Arnold Schoemberg com Pierrot Lunaire, opus

21: obra mais importante do atonalismo.

Em Pierrot Lunaire tudo é levado ao máximo exagero – incluindo uma extrema radicalidade em regiões sonoras

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graves e agudas.

Alban Berg integrou a tonalidade à atonalidade.

O serialismo é caracterizado por elementos de repetição, que são elementos conjuntivos.

O atonalismo anuncia uma acausalidade – evidente na física.

PRIMEIRO PERÍODO DA MÚSICA DO SÉCULO XX

Característica fundamental: o idioma musical é atonal, com a inexistência da nota sensível.

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613 Estrutura: tri e quadridimensional. Pensamento: racionalista. Tendência: materialista. Conscientização: relação entre o ser humano enquanto personalidade individual e a massa, o coletivo. As formas são discursivas. O estilo inovador é o expressionismo. Mas, existem ainda as tendências restaurativas – ou seja: o neoclassicismo, o folclorismo e o nacionalismo.

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614 Segunda Guerra Mundial Idioma musical: psofal (inclui o ruído) Tendência: planimetria, partituras gráficas Tendências restaurativas: Krzystof Penderecki Luciano Berio Wiltold Lutoslawski Karlheinz Stockhausen (no final da carreira) Estrutura muldimensional

Pensamento: arracional – que é, na sua essência, paradoxal.

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O processo de conscientização gira em torno do relacionamento do ser humano com o tempo, e do indivíduo com a Humanidade.

As novas formas são novamente esféricas. Estilos: experimental.

Werner Heisenberg, livro: Física e Filosofia.

Fayga Ostrower: A arte é uma forma de crescimento

para a liberdade, um caminho para a vida.

PRIMEIRA FASE:

Igor Stravinsky, Minha Vida

Rene Leibowitz, Schoemberg et son ecole Adorno e Boulez

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Igor Stravinsky:

Romântico: Sinfonia

Impressionismo: O Pássaro de Fogo

Expressionismo: Sagração da Primavera e

História do Soldado

Neoclássico: Suite Pergolesi

Serialismo: Canticum Sacrum e In Memorian

Dylan Thomas (1954)

Curiosamente, Franz Joseph Haydn, Wolfgang Amadeus Mozart, Arnold Schoemberg, Alban Berg e Anton Webern nasceram na Áustria.

Arnold Schoemberg: O Sobrevivente de Varsóvia – obra politicamente engajada.

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Arnold Schoemberg: Concerto para Violino e Orquestra – ponto máximo do expressionismo na música. CONCEITO ATONAL É a equivalência dos intervalos, acordes e a emergência de simultanóides. Simultanóide: acorde que não pode ser analisado por intervalos de terças. Em 1937, Paul Hindemith provocou grandes discussões: os acordes existem como estão sendo ouvidos e não como estão descritos na teoria.

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mais existe o dualismo entre dissonância e consonância. A música do século XX conscientiza a emancipação da dissonância.

O conceito de dissonância surge com o músico flamengo Johannes Tinctoris, que viveu entre 1435 e 1511, compositor e grande teórico – instituiu os conceitos de dissonância e de consonância.

A atonalidade é fundamentalmente acausal – não se pode prever o que acontecerá a seguir.

Atonal – circular, esférico, transparência: sístase. Albert Einstein: A esfera é ilimitada, mas finita.

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PRIMEIRA DIMENSÃO: linha melódica, horizontal SEGUNDA DIMENSÃO: relações verticais, harmonia TERCEIRA DIMENSÃO: tonalidade, atonal, diversas

ordens de relação QUARTA DIMENSÃO: percepção sistática Sístase: englobar tudo partindo de todos os lados do objeto que se percebe. Sístase: não há pontos fixos de referência. Excesso de informação: desordem absoluta. Excesso de redundância: ordem absoluta. A desordem absoluta é igual à ordem absoluta.

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que vivemos se desenvolve em sistemas complexos e diferenciados.

Segunda lei da termodinâmica: tudo tende à entropia. O ser humano busca a ordem, ele reage ao processo da entropia. O caos não se comunica. O excesso não se comunica. Há o silêncio activo e o silêncio passivo. A esfera é, essencialmente, quadridimensional porque nela tudo se move. Liberdade é resultado de disciplina.

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A emergência do tempo destrói todas as dimensões da música.

No seu Opus 19, Arnold Schoemberg procurava a grande forma. Mas, ela não era possível porque faltavam elementos de ordem.

Arnold Schoemberg: Atonalismo é a arte de compor

com doze notas independentes.

A série tem a função de unificar a composição.

Não é necessário repetir a série. Ela se torna mais consciente quando é interrompida. Tudo o que é ordem se torna mais consciente quando é interrompido.

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Audição: Concerto para Violino e Orquestra, de Alban Berg. PRIMEIRA ESCOLA DE VIENA: Joseph Haydn, Wolfgang

Amadeus Mozart, Ludwig von Beethoven.

SEGUNDA ESCOLA DE VIENA: Arnold Schoemberg, Alban Berg, Anton Webern.

Série: qualquer parâmetro pode ser serializado.

Serialismo Integral: todos os parâmetros na música obedecem a séries.

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Serialismo: caminhando da ideia para a série, e não da série para a ideia

Audição: Cinco peças para orquestra, opus 16, de Arnold Schoemberg.

Audição: Grosse Fuge, in B flat for string quartet, opus 133, de Ludwig von Beethoven.

Audição: Sinfonia, opus 21, de Anton Webern. Impressionismo na música:

melodia sem intervalos passivo

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624 cromatismo em meio tons timbres construídos no seu conjunto semântico grande instrumentação Expressionismo na música: grandes intervalos activo timbres tomados individualmente sintático redução no número de instrumentos

sacrifica todos os ideais em benefício da expressão

Anton Webern: melodia de timbres, cada nota pode ter um timbre diferente.

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Audição: Oferenda Musical de Johann Sebastian Bach, transcrito por Anton Webern.

Em Arnold Schoemberg e em Alban Berg são trabalhadas duas dimensões: melodia e harmonia.

Anton Webern incorpora pela primeira vez a Gestalt, transformando a melodia em figuração e obrigando a audiência a ouvir como um todo sistático.

Audição: Variações para piano opus 27, de Anton Webern. Tendências restaurativas na música:

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composição elaboradas por Bach e designar uma “nova tonalidade”. Combatia o atonalismo.

Igor Stravinsky – principalmente na fase entre as sonatas para piano e a Sinfonia dos Salmos. Três obras que escapam à tendência restaurativa em Stravinsky:

Cantum Sacrum (obra litúrgica serial)

Septeto (primeira obra serial, com partes

dodecafónicas)

Agon

Béla Bartók

Heitor Villa-Lobos Kodaly

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neoclássicas.

Os movimentos restaurativos são essencialmente folcloristas ou nacionalistas. Pertencem a um nacionalismo substancial quando fazem uso directo de elementos folclóricos ou de música popular. Pertencem a um nacionalismo essencial, quando os traços folclóricos surgem enquanto espírito da música.

George Gershwin é, muitas vezes, um nacionalista substancial. Outras tendências restaurativas: neoclassicismo Igor Stravinsky Prokofiev Shostakovish

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Audição: Terceiro Quarteto, de Paul Hindemith.

A música psofal, que incorpora o ruído, surgiu com Henry Cowell, professor de John Cage.

Henry Cowell escreveu várias peças para piano preparado na primeira metade do século XX.

FORMA – A forma é tudo o que resulta da disposição e do relacionamento dos componentes e das partes constituintes da composição. É uma condição sob a qual a composição se manifesta. Os elementos básicos da forma são a repetição, o contraste e a variação.

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Audição: Quarteto opus 135, de Ludwig van Beethoven.

Audição: Música para Instrumentos de Corda, Percussão e

Celesta, de Béla Bartók.

Dissonâncias congeladas: dissonâncias que não se resolvem.

Primeiro conceito de tempo – mágico, vital, tempo originário, tal como acontece com o candomblé, por exemplo.

Segundo conceito de tempo – psíquico, intuitivo. Música de ritmo irregular, diversificado, sem compasso, sem

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valores de duração fixos e determinados. Música não métrica, que toma como base a pulsação natural e os valores de duração que a disposição do espírito e a emoção requerem. Tal como acontece com o Canto Gregoriano ou com o alap na música indiana.

Terceiro conceito de tempo – automático e monométrico. Praticado pela força do hábito. Elementos temporais quantitativos, tal como o tempo estabelecido pelos relógios. Ritmo racional diversificado. Enfatiza o princípio e o fim da execução – música tradicional ocidental.

Quarto conceito de tempo – acrónico. Que transcende a medida estabelecida pelo relógio. Lembra o conceito de tempo arcaico, pré mágico – um conceito que não mais é conceito. Não existência de consciência de tempo no ser humano. Desintegração da noção clássica de tempo.

Referências

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