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> tipologia da construção > docente: avelino oliveira
A cabana primitiva
Casa de adão/eva
Masculino /feminino
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“A casa é um sucedâneo do
ventre materno, primeira
morada cuja nostalgia talvez
ainda persista em nós... a
complicada arquitectura de
nosso aparato psíquico também
é acessível a uma série de
influências”
El malestar en la cultura.
Sigmund Freud. Alianza
editorial, p. 22
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O argumento antropomórfico (as ordens como expressão das proporções
do corpo humano) é muito mais essencial que a comparação
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“Os primeiros actos culturais:
emprego de ferramentas,
a dominação do fogo
construção de habitações”.
O universo de objectos que o homem produziu é susceptível de ser
classificado:
Em primeiro lugar,
ferramentas ou instrumentos que utilizamos predominantemente com os
dedos e as mãos:
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em segundo lugar, os objectos corporalmente necessários - os móveis:
cadeiras, mesas, camas, escritórios.
São objectos ante os quais – espacialmente falando – estamos sempre
junto, atrás ou diante, acima o abaixo, ou ao lado.
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> tipologia da construção > docente: avelino oliveira A cama de botero
O terceiro tipo de objectos,
constituído pelos objectos arquitectónicos.
objectos que penetramos para habitá-los.
Objectos que são à vez continentes de outros objectos – móveis e
instrumentos – e pessoas.
Objectos ante os quais não estamos junto mas dentro.
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O mito da cabana primitiva na
teoría arquitectónica da Ilustração
A ideia de cabana primitiva provêm da exaltação
renascentista de Vitruvio:
# manuscrito de “Os Dez Livros de Arquitectura”
do engenheiro militar romano Marco Vitruvio Polión
ideia da cabana primitiva é muito mais antiga.
Vitruvio dá o apoio teórico
“regras naturais” da arquitectura – edifício
primogénito ou primordial.
Hipótese dele:
1º fogo
conhecer o medo e a força da natureza
vantagens do fogo
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capítulo primeiro do Livro II de De Architectura de Vitruvio:
«Portanto, com o fogo surgiram entre os homens as reuniões, as assembleias e a
vida em comunidade, que cada vez se foram sendo mais concorridas no mesmo
lugar;
E como, a diferencia-los dos restantes animais, os homens receberam
primeiramente e da Natureza o privilegio de andar erguidos e não inclinados sobre
a terra;
Secundariamente a aptidão de usar com grande facilidade as suas mãos e os
órgãos do seu corpo todo quando se propõem, começaram uns a procurar
telhados usando ramos e outros a cavar grutas debaixo de montes e alguns a
fazer, imitando os ninhos dos pássaros com barro e ramos, recintos onde se
pudessem guardar. Logo os outros, observando os tectos dos seus vizinhos e
juntando-lhes novas ideias, foram de dia após dia melhorando os seus abrigos;
E como os homens são por natureza imitadores e dóceis, fizeram alarde das suas
novas invenções, mostravam uns aos outros as melhorias das suas edificações,
exercitando assim o seu engenho foram degrau a degrau melhorando os seus
gostos. »
Ilustração sobre a descrição de Vitruvio na construção da cabana Primitiva.
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capítulo primeiro do Livro II de De Architectura de Vitruvio:
“Ao principio plantam troncos,e entrelaçando-as com ramos levantaram paredes
que cobriram com barro;
Outros edificaram, com torrões e troncos secos, sobre os quais colocaram paus
cruzados, cobrindo tudo com canas e ramos secos para resguardar-se das chuvas
e do calor;
No entanto, para que semelhantes abrigos pudessem resistir às chuvas invernais,
rematavam-nas nos extremos e cobriam-nas com barro para que, na mercê dos
tectos inclinados, resvalasse a agua».
Desenho de viollet-le-duc sobre a cabana primitiva de Vitruvio
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Desenho do arquitecto e escultor italiano Filarete (António Averulino) sobre o homem de Vitruvio
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sec. XVII e princípios do XVIII:
o tema da cabana encontrará um desenvolvimento privilegiado
no âmbito da teorização arquitectónica do classicismo francês.
Cours d'Architecture de François BLONDEL
ultimo aspecto de vitruvio sobre a cabana primitiva:
– da construção de madeira à de pedra, com o que reafirmava
como a ideia de estrutura em linha como origem directa da
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Claude PERRAULT, no seu Ordonnance des cinq espèces des
colonnes, afirmava:
- Uma radical separação entre a construção como resposta a uma
necessidade humana imediata e a arquitectura como arte
-entendia que é erróneo fazer derivar a segunda da primeira.
-Criticava a ideia de que a arquitectura seja uma arte de imitação,
o que levava, consequentemente, a negar a teoria da origem
primogénita da arquitectura na cabana.
- Não é da imitação que dependem a graça e a beleza na
arquitectura, «...porque si assim fosse estas coisas deveriam ter
mais beleza quanto mais exactas fossem as ditas imitações».
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Desenho do arquitecto francês Blondel sobre a cabana primitiva
Desenho do arquitecto Óscar Niemeyer sobre a cabana primitiva
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Desenho do arquitecto Milizia sobre a cabana primitiva
Desenho de Perrault – a cabana primitiva segundo Vitruvio.
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A conclusão de Laugier :
«Tal é a marcha da simples natureza: é a imitação dos seus
procedimentos a que deve a arte o seu nascimento.
A pequena cabana rústica que acabo de descrever é o modelo
sobre o qual se imaginaram todas as magnificências da
Arquitectura.
É acercando-se, na execução, à simplicidade de este primeiro
modelo que se evitam os defeitos essenciais e se conseguem as
perfeições verdadeiras».
e Laugier, que propunha ao largo do seu ensaio uma arquitectura racionalista e funcional d
untando, reside no alcance de este último páragrafo: a elevação da cabana primitiva desde
vél à de principio-base operativo a partir do qual é possivel agora deduzir uma reforma prác
is que una variação entre outras descrições similares que vão desde a de Vitruvio até às v
arquitectónicas não reside aí, senão em saber o feito da cabana «...o grande principio de q
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Ilustração da página de rosto do livro “Essai sur l’Architecture” do abade Marc-Antoine Laugier (1753).