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Mídia, Política e Poder

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Academic year: 2021

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Mídia, Política e

Poder

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A ação política e os processos comunicacionais na sociedade contemporânea

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:

Profa. Ms. Regina Tavares de Menezes

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• A ação política e os processos comunicacionais na sociedade contemporânea

Para ter um bom desempenho nesta disciplina, siga o roteiro proposto abaixo em seu ambiente virtual de ensino-aprendizagem, o Blackboard:

Assim que clicar no link de nossa disciplina, você terá acesso ao aviso da unidade. Nele, você terá informações a respeito do tema a ser abordado durante a unidade.

Mais adiante, clique em “Documentos da Disciplina” e tenha acesso ao conteúdo da respectiva unidade. Para iniciarmos o bate-papo, você encontrará a contextualização e/ou problematização do tema. Em seguida, você terá acesso ao texto do conteúdo teórico e a uma apresentação em PowerPoint narrada, ou seja, uma apresentação com o áudio das explicações do professor conteudista.

Bom, depois da leitura e da compreensão do material didático, chegou a hora de “botar a mão na massa”. Cada unidade oferecerá uma atividade reflexiva, tal como uma produção textual, elaboração de resumo, análise crítica, fórum de discussão, etc. Além disso, você também deverá realizar exercícios de sistematização (autocorreção). Por fim, confira as referências da unidade e seu material complementar.

·Agora que vocês já se familiarizaram com o tema, chegou

a hora de falarmos da capacidade da mídia em conduzir o cenário político no Brasil e no mundo; das técnicas e dos artefatos empregados na construção da imagem de um líder político; no poder da opinião pública e das novas roupagens do discurso político na sociedade midiática.

A ação política e os processos comunicacionais

na sociedade contemporânea

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Unidade: A ação política e os processos comunicacionais na sociedade contemporânea

Nesta unidade, tomaremos como objeto de estudo as campanhas eleitorais de Luís Inácio Lula da Silva em 1989 e 2002 e, entre outros objetivos, analisaremos o papel crucial do marketing político para a construção da imagem pública do candidato.

Assim, cabe indicar o documentário 36° Presidente do Brasil, desenvolvido pelos alunos da FIAM/FAAM e mostra as estratégias de marketing utilizadas pelo Partido dos Trabalhadores na campanha presidencial do candidato Luís Inácio Lula da Silva no ano de 2002. Essa interessante história é contada por grandes nomes da política brasileira, são eles: Duda Mendonça, Eduardo Suplicy, Ricardo Kotscho, José Dirceu, Antonio Palocci, Chico Malfitani, Gaudêncio Torquatto, Carlos Manhanelli e Adolpho Queiroz.

Além disso, esse documentário ressalta a importância de uma estratégia de marketing bem traçada, capaz de definir o resultado de uma campanha eleitoral, tornando assim o candidato em presidente de uma nação ou até mesmo em um novo mito.

Contextualização

Explore

Confira o vídeo no youtube. Ele está divido em 4 partes nos links a seguir: Parte 1 - http://www.youtube.com/watch?v=-632Dj6GSz4

Parte 2 - http://www.youtube.com/watch?v=BiMMkbiH644

Parte 3 - http://www.youtube.com/watch?v=C5c2Fy_jpVA

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A ação política e os processos comunicacionais na sociedade

contemporânea

Nesta unidade, trataremos de temas centrais para a discussão de Mídia, Política e poder, são eles: a construção da imagem de um político, a opinião pública, representação política e muito mais.

Que tal iniciarmos esta conversa se atendo à construção da imagem de Luis Inácio Lula da Silva como candidato vitorioso em 2002?

No artigo “Novo formato da prática política no cenário midiático: Uma análise da construção

da imagem pública de Lula nas eleições presidenciais de 20021 (2006)” dos pesquisadores Ada

Kesea Guedes Bezerra e Fábio Ronaldo da Silva, a construção da imagem pública de Lula nas eleições presidenciais de 2002 é alvo de debate. A pesquisa comparou, entre outros aspectos, a imagem pública do candidato em 1989 e em 2002, em especial, no que diz respeito à sua atuação no Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE).

Segundo os autores, Lula fracassou em 1989 como presidenciável e teve sua reputação ameaçada pelas investidas de grandes monopólios de comunicação de massa, como a Rede Globo, conforme revelamos na primeira unidade. Sendo assim, em 2002, Lula se adequou ao imaginário da sociedade para ser aceito pela maioria, o que incluiu a concepção de discursos compatíveis aos objetivos da vigente campanha eleitoral, nova linguagem, novo corte de cabelo, novas vestimentas etc. A mudança de comportamento e aparência também incluiu determinadas alianças políticas e relações internacionais cordiais.

A ideia foi deixar de lado a imagem esquerdista radical, possivelmente, incômoda para as classes sociais mais abastadas e se caracterizar como o candidato do povo brasileiro e não apenas dos trabalhadores. As inovações adotadas não abonam o fato de Lula sempre enfatizar sua espontaneidade e origem humilde em suas aparições, o que, de certa forma, o identifica pela retórica e o simbolismo, em lugar da racionalidade.

Durante a construção deste novo perfil de candidato político, Lula contou com o apoio de profissionais da comunicação como o publicitário Duda Mendonça e o assessor de imprensa e jornalista Ricardo Kotscho.

Segundo Bezerra e Silva (2006), o novo perfil de Lula se deve à relevância dada pela sociedade contemporânea à opinião pública. Ninguém parece estar muito preocupado com o embate entre direita e esquerda, partidos e projetos políticos e sim com o quê a maioria pensa sobre o candidato X e Y.

O poder da opinião pública e suas consequências estão ligados estreitamente a uma possível crise da representação política na atualidade. Basta ver a queda das atividades convencionais partidárias ou o declínio dos partidos políticos.

1 Leia o artigo na íntegra: http://www.bocc.ubi.pt/pag/silva-fabio-pratica-politica.pdf

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Unidade: A ação política e os processos comunicacionais na sociedade contemporânea

Nos atos reivindicatórios que marcaram o Brasil em 2013, foi possível notar inúmeros cartazes com o discurso: “Eles não me representam.” O descontentamento em relação à atual estrutura política no país desencadeou, inclusive, discussões intensas sobre a necessidade de uma Reforma Política.

O crescente número de votos nulos e indecisos durante as eleições também evidencia a crise da representação política no Brasil; questão polêmica quando se observa que tal atitude advém principalmente da juventude; há tempos considerada a promessa de um futuro melhor.

Em parte, a mídia “tem sua culpa no cartório”. Afinal, ela tem mudado, e muito, o universo político, como vimos na unidade I. Em ano de eleições, isso se torna latente.

Hoje, o elemento determinante do voto não é a identificação partidária e sim a imagem midiática do candidato e sua habilidade demonstrada em solucionar um problema em evidência na sociedade. Na maioria dos casos, esse problema é apresentado pela mídia em tempos de eleição como desafios aos candidatos. Tal situação é chamada de “issue”, ou seja, uma temática que tenha relevância no atual cenário midiático e que se torna foco central da campanha do candidato. No caso de Collor em 1989, a corrupção foi o issue. Já em 2002, o issue da campanha de Lula foi o combate à miséria e ao desemprego. Na eleição de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, o issue da crise econômica foi enfrentado com a idealização do plano real. Cabe atentarmos que para resolver os issues presentes no

contexto histórico de suas campanhas, os políticos apelam para discursos impregnados de simbolismo e de forte apelo midiático. Então, surgem títulos dignos de estratégias de marketing. Isso se deve ao fato dos eleitores manterem uma relação mais emocional do que racional com seus políticos.

Getúlio Vargas (O pai dos pobres), Jânio Quadros (O presidente da limpeza) e Fernando Collor de Mello (Caçador de marajás) são exemplos notórios de atuação cênica e estratégica na mídia, assim como de detentores de rótulos marcantes.

O presidente Jânio Quadros, por exemplo, sempre aparecia diante da mídia com uma vassoura em punho e o seu lema de campanha era “Varrer a corrupção e o empreguismo público”. Seu perfil moralista o fez adotar medidas polêmicas como, por exemplo, a coibição ao uso de biquíni em praias, a proibição das corridas de cavalos em dias de semanas, dentre outros aspectos.

Veja mais em: http://historiaporimagem.blogspot.com.br/2011/10/o-presidente-janio-quadros-condecorando.html

compromissoconsciente.blogspot.com

www.info-regenten.de/regent/regent-d/ pictures/brazil-cardoso.jpg

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Gomes (1996) nos diz que a opinião pública está atrelada ao conceito de esfera da discussão pública. Mas, o que seria isso? Para o autor, trata-se da disseminação de determinados assuntos capazes de favorecer o ingresso dos indivíduos nas discussões de interesse geral. É neste espaço que se insere os meios de comunicação, formando o que Gomes denomina de uma esfera de visibilidade midiática.

Ele ainda destaca que este conceito não deve ser confundido com o conceito de esfera de visibilidade pública, ou seja, “aquela dimensão da vida social que é visível, acessível, disponível ao conhecimento e domínio públicos” (GOMES, 1999, p. 9).

Embora a esfera pública constitua importante fonte de informação, ela não é a única. Além disso, o indivíduo irá concebê-la como esfera pública ou não de acordo com os seus interesses, a proximidade do seu cotidiano ou o conhecimento prévio sobre o assunto.

Portanto, Esfera de visibilidade midiática difere da Esfera de visibilidade pública. A televisão é um dos meios mais representativos da esfera de visibilidade midiática e não pode ser vista como um condutor neutro através do qual as informações chegam aos espectadores. Em sociedades midiáticas, a TV é a principal fonte de construção dos mapas cognitivos dos indivíduos. Lima (2001) destaca três elementos constitutivos do Cenário de Representação Política (CRP) e destaca o papel da TV no jogo forjado entre mídia, política e poder:

1. A centralidade da mídia. 2. O exercício da hegemonia. 3. A TV como meio dominante.

A centralidade da mídia, pois ela passa a assumir funções de ator político; o exercício da hegemonia, porque são constantes as disputas pelo poder. E por último, a TV como meio dominante, pois a mesma aumentou a relevância dos cenários de representação política.

Como consequências desta relação entre política e TV, temos:

• A quebra da necessidade da conexão entre presença física e experiência.

• A quebra da impessoalidade e distância entre fatos e pessoas, que havia em outros meios. • A Confusão entre realidade e ficção.

• A TV como construtora da cultura mítica da atualidade.

Isso mesmo! A construção do mito na política sempre foi uma constante. Toda sociedade precisa de seus mitos, não é mesmo?! Veja como a maioria dos mitos norte-americanos está na política. Isso diz algo sobre o forte patriotismo dos Estados Unidos.

http://historiaporimagem.blogspot.com.br/2011/10/ o-presidente-janio-quadros-condecorando.html

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Unidade: A ação política e os processos comunicacionais na sociedade contemporânea

Ainda sobre o casamento bem-sucedido entre política e TV, vale ressaltarmos o renomado conceito de videopolítica, cunhado por Sartori (1989), e que implica na introdução da cultura audiovisual nas relações sociais e, particularmente, nas de poder. O autor chega a falar da existência de um novo tipo de homem, o Homo-videns. A videopolítica é um fato de nosso tempo, ao lado de outros aspectos como o marketing político-eleitoral e as sondagens de opinião; capazes até de direcionar os resultados de determinadas eleições. No livro Plim-plim - A peleja de Brizola contra a fraude eleitoral, é possível conhecer uma história real na qual a mídia brasileira, especificamente a Rede Globo, tentou direcionar a opinião pública por meio de pesquisas de intenções de voto.

Outros conceitos encontrados no Cenário de Representação Política são o agenda-setting (também chamado de agendamento) e o framing (também intitulado enquadramento). O primeiro supõe que a mídia agenda

os assuntos discutidos pela opinião pública; ou seja, a mídia determina o conteúdo de discussão do público em certo período histórico e o segundo conceito, determina como um assunto já agendado pela mídia deve ser pensado; ou seja, o enquadramento daria direção para o tema, destacando ou depreciando certos aspectos do assunto.

Bom, por hoje é só! Até à próxima unidade, onde nos encontraremos para continuar a desvendar o universo da tríade Mídia, Política e Poder.

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ARBEX JUNIOR, J. Showrnalismo: A Notícia Como Espetáculo. 4. ed. São Paulo: Casa Amarela, 2005.

CÉSAR, Guilherme. Documentário “O espetáculo democrático”. 2003.

COHN, G. Comunicação e Indústria Cultural. 2. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1975.

COSTA, Ramilton Marinho, “Espelho de narciso – A subjetividade, O cenário e o

Imaginário dos Anos 80 e a construção da imagem do Caçador de Marajás através da mídia e da publicidade”. Tese de doutorado, UFPB. João Pessoa. 2002.

GOMES, Wilson – Transformações da política na era da comunicação de massa. São Paulo: Paulus, 2006.

WEBER, M. H. Comunicação e Espetáculo da Política. 2. ed. Porto Alegre: Ufrgs, 2000.

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Unidade: A ação política e os processos comunicacionais na sociedade contemporânea

ALBUQUERQUE, Afonso de. “Aqui você vê a verdade na tevê”: A propaganda política

na televisão. Niterói: MCII (Publicações do Mestrado em Comunicação, Imagem e Informação),

1999.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

CHAIA, V. Análise do Discurso Político: Abordagens. São Paulo: Edusp/Perspectiva, 1993. DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo. Lisboa. Edições Afrodite, s/d

GOMES, Wilson da Silva. “Duas premissas para a compreensão da política espetáculo”, in: NETO, Antônio Fausto e PINTO, Milton José (org) O indivíduo e as mídias: ensaio sobre

comunicação, política, arte e sociedade no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro.

Diadorim, 1996

HABERMAS, Jurgen. Mudança Estrutural da Esfera Pública. Rio de Janeiro. Tempo Brasileiro. 1984.

LIMA, Venício A. de. “Televisão e poder: a hipótese do cenário de representação da

política; CR-P”, Comunicação & Política, Nova Fase, Vol. 1, n. 1, agosto-novembro, 1994a.

LIMA, Venício A. de. Cenário de representação da política (CR-P): um conceito e duas

hipóteses sobre a relação da mídia com a política. in: Mídia, teoria e política. São Paulo:

Editora Fundação Perseu Abramo. 2001.

LIMA, V. A. Mídia Crise Política e Poder no Brasil. São Paulo: Perseu Abramo, 2006. RUBIM, Antônio Albino Canellas. Mídia e Política no Brasil. João Pessoa. Editora Universitária/UFBP, 1999.

THOMPSON, John B. A Mídia e a Modernidade: uma teoria social da mídia. Petrópolis. Vozes, 1998.

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www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade

Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000

São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000

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Referências

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