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MAPEAMENTO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL NA MICRORREGIÃO DE UBERLÂNDIA

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MAPEAMENTO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL NA MICRORREGIÃO DE UBERLÂNDIA

Alice Henrique Dalmônica Graduanda IG/UFU/Bolsista PEIC/PROEX – UFU. alicinhahd@yahoo.com.br Angélica Borges dos Santos Graduanda IG/UFU/Bolsista PIBIC/CNPQ.

angel_ufu@yahoo.com.br

INTRODUÇÃO

O Estado de Minas Gerais está dividido em doze mesorregiões de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sendo que a Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (MTMAP) é uma delas. Os 61 municípios dessa mesorregião estão agrupados em sete microrregiões, dentre elas a Microrregião de Uberlândia (MU) que é objeto de estudo desse trabalho.

A Microrregião de Uberlândia é composta pelos seguintes municípios: Araguari, Araporã, Canápolis, Cascalho Rico, Centralina, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Prata, Tupaciguara e Uberlândia. Do ponto de vista físico, essa microrregião possui um clima em que as temperaturas são moderadas e verão quente e chuvoso (Classificação Köppen – Geiger), com temperaturas médias que variam de 19º a 21º C; a vegetação é característica do cerrado, com solos ácidos e pouco férteis; e o relevo varia de 700 a 900 metros de altura.

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Figura 1: Mapa de localização e identificação dos municípios da Microrregião de Uberlândia.

Fonte: GeoMinas (2009). Org.: DALMÔNICA, Alice Henrique.

Do ponto de vista econômico, a microrregião em foco se destaca pela grande atividade do setor de serviços, que corresponde a 51,63% do total de seu Produto Interno Bruto (PIB), seguido pela indústria com 29,88% e pela agropecuária com 5,53%. Mesmo o setor de serviços liderando a participação na economia, é importante ressaltar que, devido a localização estratégica da microrregião, a atividade industrial também se destaca na economia. Nesse sentido, esse trabalho visa representar gráfica e cartograficamente a atividade industrial na Microrregião de Uberlândia, demonstrando quantitativamente a distribuição de cada subsetor, além da remuneração e do gênero dos trabalhadores envolvidos nessa atividade.

De acordo com Rosado, Rossato e Lima (2009, p. 303), a MU, no ranking de hierarquização das microrregiões mineiras pelo indicador Industrialização e Urbanização, encontra-se em 4º lugar, o que demonstra que a participação da MU é relevante para a composição industrial do Estado. Essa importância justifica a necessidade de se espacializar as informações referentes a essa atividade por meio de mapas, pois esse instrumento potencializa a análise, a interpretação e a apresentação das variáveis.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

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Primeiramente, os dados foram coletados do bando de dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) disponibilizadas na página eletrônica do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) referente ao ano de 2008, pois esse corresponde ao ano que apresenta os dados mais recentes. As informações adquiridas correspondem a cada município da MU e são:

 a quantidade de cada tipo de indústria;  total e gênero do pessoal empregado; e  remuneração média total e por gênero;

Com relação ao tipo de indústria foi adotada a classificação proposta pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) a qual se resume no quadro 01.

Tipo de indústria O que compreende a produção

Indústria de produtos minerais não-metálicos

Vidro; produtos cerâmicos, de barro cozido, de cimento, de gesso e de materiais semelhantes. Além de outros trabalhos em pedras e de minerais não-metálicos.

Indústria metalúrgica

Produtos metalúrgicos; metais em formas; produção de laminados, e de canos e tubos. Além de peças fundidas de metais ferrosos e não-ferrosos e de barras de aço.

Indústria Mecânica Máquinas e equipamentos, partes e peças, Além de ferramentas elétricas, e de peças para máquinas.

Indústria de material elétrico e de comunicação

Circuitos integrados, de tecnologias, de componentes eletrônicos, de computadores, de equipamentos de comunicação, de produtos eletrônicos de consumo, eletromédicos, de instrumentos ópticos, fotográficos, também a fabricação de mídias magnéticas ou ópticas.

Indústria de Transporte Embarcações e estruturas flutuantes, de veículos e outros equipamentos de transporte; veículos militares de combate, de cadeiras de rodas, de peças e

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acessórios para os veículos, e também a fabricação de veículos automotores para transporte.

Indústria da madeira e mobiliário Artigos do mobiliário, de gabinetes para máquinas de costura, televisores e semelhantes.

Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica

Produção de polpa, papel, papel-cartão e papelão e de produtos fabricados com papel. E também a impressão de material de jornais, revistas e outros.

Ind. da borracha, fumo, couros, peles, similares, ind. diversas

Produtos de borracha, de material plástico, de cigarros e derivados do fumo. E também o curtimento de couros e peles e a fabricação de artefatos de couro. Bem como a lapidação de gemas, de artefatos de joalheria, bijuteria, e também de musicais, de artefatos para pesca e esporte, de brinquedos e materiais para usos em medicina e odontologia e de outros bens.

Ind. química de produtos farmacêuticos, veterinários e

perfumaria

Transformação por processos químicos, produção de gases industriais, fertilizantes, defensivos agrícolas e produtos de limpeza, de produtos petroquímicos e farmoquímicos, e de outros produtos farmacêuticos. Indústria têxtil do vestuário e

artefatos de tecidos

Atividades de preparação das fibras têxteis, a fiação e a tecelagem.

Indústria de calçados Calçados e partes para calçados, de qualquer

material.

Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico

Produtos da agricultura, pecuária e pesca em alimentos, fabricação de alimentos dietéticos, enriquecidos, complementos e semelhantes. Bebidas alcoólicas, não-alcoólicas, águas envasadas e de xaropes.

Quadro 01: Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

Fonte: Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão (2006). Org.: SANTOS, Angélica Borges.

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Após a coleta dos dados, fez-se o levantamento da documentação cartográfica, a qual foi adquirida no site do Programa de Uso Integrado de Geoprocessamento pelo Governo de Minas Gerais (GeoMINAS). Com as informações acerca das indústrias e a base cartográfica deu-se início da confecção dos mapas, os quais foram criados no Sistema de Informações Geográficas (SIG) ArcView 3.1.

Para uma melhor interpretação das informações foram usados os princípios da Semiologia Gráfica nas representações criadas. Esses princípios visam a percepção visual instantânea e de forma monossêmica, para isso usou-se a seqüência monocromática de cores (das claras para as mais escuras). Essa metodologia permitiu representar os intervalos de classe que foram definidos pelas ordens visuais, de modo que o leitor tenha uma comunicação mais rápida, fácil e completa do conteúdo das informações.

RESULTADOS

A partir da coleta dos dados foi possível perceber que o município com o maior número de indústrias é Uberlândia, seguido de Araguari (Tabela 1). Esses municípios se destacam em todas as representações elaboradas.

Município Total Araguari 289 Araporã 7 Canápolis 15 Cascalho Rico 3 Centralina 7 Indianópolis 3

Monte Alegre de Minas 22

Prata 25

Tupaciguara 42

Uberlândia 1.310

Tabela 01: Número de indústrias por município

Fonte: MTE - RAIS (2008). Org. por: DALMÔNICA, Alice Henrique.

A partir da Figura 02 é possível fazer algumas considerações que acerca da atividade industrial da Microrregião de Uberlândia. A indústria de minerais não metálicos apresenta um

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total de 84 unidades, sendo que o município de Uberlândia concentra 70,24% dessa atividade, seguido por Araguari (20,24%).

A indústria Metalúrgica tem 214 unidades e a sua distribuição se dá de forma análoga a indústria de minerais não metálicos, com exceção dos municípios Araporã e Centralina.

Com relação a indústria Mecânica é importante destacar que 60% dos municípios da microrregião não apresentam esse tipo de atividade, aparecendo somente nos municípios de Araguari, Canápolis, Uberlândia e Tupaciguara. Esse tipo de indústria apresenta um total de 94 unidades.

Na microrregião 80% dos municípios não apresentam indústria de Material elétrico e de comunicação sendo esta presente somente nos municípios de Araguari (01 unidade) e Uberlândia (25 unidades).

A indústria do Transporte se comporta de maneira similar a indústria de Material elétrico e de comunicação, mudando somente a quantidade de unidades, sendo 02 unidades em Araguari e 32 em Uberlândia.

A atividade industrial calçadista da MU está concentrada nos municípios de Araguari e Uberlândia, com 27 e 37 unidades, respectivamente.

A indústria da madeira e do mobiliário apresenta um total de 130 indústrias as quais estão presentes nos municípios de Araporã, Indianópolis, Monte Alegre de Minas, Prata, Tupaciguara e Uberlândia.

Do ponto de vista visual, a indústria do papel e gráfica, com um total de 137 unidades, tem um comportamento análogo a indústria da madeira e do mobiliário, sendo que há uma mudança na inserção do município de Canápolis e a exclusão de Indianópolis.

A indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares e indústrias diversas está distribuída em 102 unidades sendo que essas estão presentes em 50% dos municípios da microrregião, com destaque para os municípios de Araguari e Uberlândia que, sozinhos concentram 95% do total de indústrias desse tipo.

A indústria química conta com 106 unidades na microrregião, sendo que 92 se localizam no município de Uberlândia, seguido por Araguari com 13 unidades produtivas. O município de Prata contém 01 unidade industrial desse setor e os outros municípios não apresentam nenhuma unidade.

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Com relação à Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos a distribuição dentro da microrregião se faz envolvendo um maior número de municípios, em um total de 235 unidades. Mantendo a característica da MU, o município de Uberlândia também se destaca nesse setor com 192 unidades produtivas, seguido por Araguari com 31, por Tupaciguara com 03, por Monte Alegre de Minas com 02 e por Centralina e Cascalho Rico com somente 01 unidade. É importante ressaltar que os municípios de Indianópolis, Araporã, Canápolis e Prata não têm esse setor da industria como atividade.

A Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico é a mais abrangente nos municípios da microrregião. As 476 unidades estão distribuídas pelos 10 municípios da microrregião. Se distribuindo em maior número, cerca de 65%, no município de Uberlândia e em menor no município de Indianópolis, que possui 0,2% desse total.

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Nas indústrias da MU trabalham um total de 33.410 empregados, sendo que 23.630

correspondem ao sexo masculino e 9.780 ao sexo feminino. Sendo assim, o contingente masculino abrange 70,7% e o feminino 29,3% do total dos empregados no setor secundário. Na Figura 03 pode-se verificar como esses trabalhadores estão dispostos na microrregião em análise.

Figura 02: Mapeamento da atividade industrial da Microrregião de Uberlândia Fonte: MTE - RAIS (2008). Org. por: DALMÔNICA, Alice Henrique.

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Figura 03: Trabalhadores no setor industrial por sexo

Fonte: MTE - RAIS (2008). Org. por: DALMÔNICA, Alice Henrique.

Antes da descrição acerca dos trabalhadores do setor industrial é importante ressaltar que os dados disponibilizados pelo MTE são relativos a aqueles empregos com carteira devidamente assinada. Nesse sentido, sobre a ocupação masculina, destaca-se dois municípios: Cascalho Rico, apresentando 01 trabalhador no setor secundário, e Uberlândia que emprega 17.228 homens no setor.

Já na ocupação feminina, os municípios em ênfase são Indianópolis e Uberlândia, sendo que o primeiro apresenta 06 mulheres empregadas na indústria e o segundo 7.477.

A remuneração desses trabalhadores (Figura 04) varia de R$ 452,19 a R$ 1.528,63, sendo que o município que melhor gratifica os empregados do setor industrial é Araporã (salário médio de R$ 1.528,63 para homens e R$ 1.456,70 para mulheres). A média salarial do sexo masculino é de R$ 1.041,80 e do feminino é de R$ 746,02.

Ainda sobre essa variável é válido ressaltar a diferença salarial entre os sexos o que demonstra a não equidade salarial entre os gêneros. O IBGE realizou uma pesquisa, no início de 2010, a qual constatou que mesmo aumentando sua participação no mercado de trabalho

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e acumulando mais anos de estudo, as mulheres ainda recebem uma remuneração média 30% menor do que os homens. Essa porcentagem está presente na maioria dos municípios abordados.

Figura 04: Remuneração dos trabalhadores no setor industrial por sexo

Fonte: MTE - RAIS (2008). Org. por: DALMÔNICA, Alice Henrique.

Outra questão a ser quantificada é a média salarial dos trabalhadores (Figura 05) de modo que os municípios que melhor se destacam é Araporã, Prata e Uberlândia com melhores médias salariais, e Monte Alegre de Minas com a pior média.

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Figura 05: Gráfico do Ranking das médias salariais no setor industrial da MU.

Fonte: MTE - RAIS (2008). Org. por: DALMÔNICA, Alice Henrique.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esse trabalho dedicou-se a aplicação de uma técnica de espacialização a qual facilita uma análise mais efetiva do processo de industrialização na Microrregião de Uberlândia. Essa análise faz parte do contexto desse trabalho, porém, devido aos rigores técnicos, como número de páginas, dar-se-á em outro momento oportuno.

Porém, através do processo de mapeamento, já se percebeu uma polarização da indústria da microrregião no município de Uberlândia, sendo esse o mais rico (PIB equivalente a R$ 12.483.820,00 e a atividade industrial compondo 22% dessa riqueza), no entanto, não é o que melhor remunera seus trabalhadores, como foi visto no ranking geral das médias salariais da MU.

Portanto, esse trabalho não objetivou concluir uma discussão, mas iniciar e/ou ampliar os estudos econômicos relativos a essa atividade.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério de Trabalho e Emprego. Disponível em: http://www.mte.gov.br/. Acesso em Abril 2010.

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GeoMINAS. Programa Integrado de Uso da Tecnologia de Geoprocessamento pelos

Órgãos do Estado de Minas Gerais. Disponível em: http://www.geominas.mg.gov.br/.

Acesso em: maio 2010

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: jun. 2010.

Rosado, Rossato e Lima (2009), Análise do Desenvolvimento Socioeconômico das Microrregiões de Minas Gerais. Revista Econômica do Nordeste. Volume 40. n°2. Abril-Junho 2009.

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