• Amianto no ambiente
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• Evolução da utilização de amianto
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• A constatação dos efeitos de exposição
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• As vertentes de intervenção
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• O papel da saúde ambiental
• Amianto no ambiente
O amianto ou asbesto é uma fibra mineral extraído de rochas compostas de silicatos hidratados de magnésio. É abundante na natureza - cerca de 70% da crosta terrestre e lençóis freáticos, sob duas formas:
serpentinas(amianto branco), a forma mais frequente; anfíbolas (amiantos azul e outros).
crisótilo Tremolite sobre moscovite
Amianto branco fibras curvas e maleáveis
Amianto azul
• Evolução da utilização de amianto
Surgem registos da sua utilização desde a Idade da Pedra. No antigo Egipto algumas múmias de faraós eram envolvidas em tecidos contendo fibras de amianto, para prevenir a degradação.
A resistência ao fogo do amianto era conhecida dos gregos e dos romanos, que o usavam em muitos objetos.
Na 1ª Grande Cruzada de 1095, eram usadas catapultas para projetar objetos incandescentes, feitos de bolas de piche metidas em sacos de fibras de amianto.
Marco polo visitou uma mina de asbestos em 1280 na China e descobriu que a roupa usada por alguns mongóis não ardia facilmente.
A exploração mineira do amianto crisótilo foi incrementada na Rússia durante o reinado do Czar Pedro o Grande (1682 – 1725).
Figura: Ilustração medieval do Livro de Viagens de Marco Demonstração das propriedades do amianto ao imperador Kublai Khan
Só após a Revolução Industrial é que a exploração e utilização intensiva do amianto se espalhou a nível mundial:
- as grandes explorações mineiras surgem na África do Sul, no Canadá e na Rússia, seguiu-se a Itália, a Austrália e a Finlândia, Suazilândia e Zimbabué.
- As grandes empresas de produção surgiram na Escócia, Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Áustria….
O consumo máximo de asbestos verificou-se em 1977, e no final da década começaram a surgir as primeiras evidências da exposição ao amianto causar danos pulmonares.
Principais propriedades:
⇒ ⇒⇒
⇒ Alta resistência mecânica,
especialmente à tração; ⇒ ⇒⇒ ⇒ Incombustível; ⇒ ⇒⇒ ⇒ Resistente a temperatura elevadas; ⇒ ⇒⇒ ⇒ Resistente a numerosas substâncias químicas; ⇒ ⇒⇒ ⇒ Resistente à eletricidade; ⇒ ⇒ ⇒ ⇒ Resistente à tração e ao desgaste; ⇒ ⇒ ⇒
• A constatação dos efeitos de exposição
Nas últimas décadas do Sec. XX os estudos epidemiológicos revelaram a evidência da incidência de doenças resultantes de exposição a amianto
A exposição pública ao amianto resulta de: Exposição ambiental
Exposição ocupacional
Exposição dentro de locais confinados
O perigo do amianto decorre sobretudo da inalação das fibras libertadas para o ar.
Em Portugal a exposição ambiental decorrente da exploração mineira não existe.
Mina de Amianto de Cana Brava – Minaçu – GO – Brasil
A presença de amianto em materiais
de construção representa um baixo
risco para a saúde, desde que o
material esteja em bom estado de
conservação, não seja friável e não
esteja sujeito a agressões diretas.
A avaliação das condições do material
é fundamental para a decisão da
medida de prevenção de riscos a
tomar.
http://www.deco.proteste.pt/saude/nc/noticia/amianto-como-lidar-com-o-perigo
A presença de amianto num edifício não constitui, por si só, um risco para a saúde. O perigo está associado à danificação de materiais que o contêm, pelo potencial de libertação de fibras, inalação e posterior alojamento nos pulmões. Se o material estiver em boas condições, o melhor é mantê-lo, evitando tocar-lhe. Mas se estiver a desagregar-se, com a libertação de fibras, os riscos para a saúde são maiores. Depois de inaladas, as fibras alojam-se nos pulmões onde podem permanecer durante décadas e causar danos irreversíveis. As consequências da inalação deste tipo de materiais podem surgir entre 10 a 60 anos após o contacto.
PROCEDIMENTO DE DECISÃO DE INTERVENÇÃO
Em termos de riscos para a saúde, o material removido aumenta a perigosidade caso não seja devidamente confinado e encaminhado para destino adequado.
Em
caso
de
suspeita
da
existência
de
material
com
amianto
e
com
risco
de
libertação de fibras para o ar,
só com medições feitas com
equipamento adequado e por
técnicos especializados é que é
possível a determinação destas
fibras e da sua concentração.
Documentos Legais e Normativos
•Decreto-Lei nº 101/2005, de 23 de junho, que proíbe a utilização e comercialização de fibras de amianto e de produtos que contenham essas fibras
•Decreto-Lei nº 266/2007 de 24 de julho, relativo à proteção sanitária dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao amianto durante o trabalho
•Decreto-Lei nº 46/2008, de 12 de março, que aprova o regime da gestão de resíduos de construção e demolição
•Portaria nº 40/2014, de 17 de fevereiro, que estabelece as normas para a correta remoção dos materiais contendo amianto e para o acondicionamento, transporte e gestão dos respetivos resíduos de construção e demolição gerados, tendo em vista a proteção do ambiente e da saúde humana
• As vertentes de intervenção
Portaria n.º 40/2014, de 17 de fevereiro
Estabelece as normas para a correta remoção dos materiais contendo amianto e para o acondicionamento, transporte e gestão dos respetivos resíduos de construção e demolição gerados, tendo em vista a proteção do ambiente e da saúde humana
Lei n.º 2/2011, de 9 de fevereiro
Remoção de amianto em edifícios, instalações e equipamentos públicos. Decreto-Lei n.º 266/2007, de 24 de Julho
Transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2003/18/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de Março, que altera a Diretiva n.º 83/477/CEE, do Conselho, de 19 de Setembro, relativa à proteção sanitária dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao amianto durante o trabalho.
Resolução da Assembleia da República n.º 24/2003, de 2 de Abril
Utilização do amianto em edifícios públicos, que revoga a Resolução da Assembleia da República n.º 32/2002
Decreto n.º 57/98, de 2 de Dezembro
Ratifica a Convenção n.º 162 da OIT, sobre segurança na utilização de amianto, aprovada para ratificação pela Resolução da Assembleia da República n.º 64/98, em 9 de outubro
Administração Pública
Registo de todos os edifícios públicos – Formulário de apoio
SAÚDE
Intervenção das Autoridades de Saúde a nível da Saúde Pública e da Saúde Ambiental
O site da Agência Portuguesa para o Ambiente (APA), através da pesquisa pelo código correspondente a Materiais de Construção e Materiais de Isolamento contendo Amianto (código 1706 da Lista Europeia de Resíduos), fornece essa listagem. Por sua vez, o site www.netresiduos.com fornece a lista de operadores licenciados para armazenamento temporário de materiais de construção
contendo amianto.
SILOGR – Operadores licenciados SILIAMB – Produção de resíduos
INSA
CCDRC
SAÚDE
ACT
Intervenção de várias entidades para garantia da saúde das populações nas várias vertentes
• O papel da saúde ambiental
À saúde ambiental compete o conhecimento científico e a formulação de políticas públicas relacionadas à interação entre a saúde humana e os fatores do meio ambiente (natural e antropogénico) que a determinam, condicionam e influenciam, tendo por objetivo a melhoria da qualidade de vida do ser humano, sob o ponto de vista da sustentabilidade e da resiliência.
Informar
Avaliar riscos para
a Saúde Pública
Intervenção
multidisciplinar
Intervenção em saúde pública:
Esclarecer a população e efetuar uma avaliação de potenciais riscos associados a instalações existentes;
Levantamento/ Acompanhamento de casos de doença; Em locais de instalação de estabelecimentos de produção de produtos contendo amianto procurar informação sobre eventuais casos de doenças de trabalhadores e/ou familiares; que possam estar relacionados com eventual exposição;
Colaboração com outras entidades no sentido de serem implementadas ações de informação da população na perspetiva da gestão de riscos.