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MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO ROBERTO RODRIGUES
Ministro
COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO – Conab JACINTO FERREIRA
Presidente
Superintendência Regional da Bahia e Sergipe ROSE EDNA M. VIANNA PONDÉ
Superintendente
Gerência de Desenvolvimento e Suporte Estratégico – Gedes GERSON ARAÚJO DOS SANTOS
Gerente
Setor de Apoio à Logística e Gestão da Oferta – Segeo GENIVAL BATISTA DE BARROS
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Sumário
INTRODUÇÃO 04 HISTÓRICO DO CAJU 05 EVOLUÇÃO PRODUTIVA 05 DESENVOLVIMENTO DA CAJUCULTURA 09 CUSTO DE PRODUÇÃO 11 INDUSTRIALIZAÇÃO 12__________________________________________________________________________________
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Na Bahia, dentre as centenas de possibilidades de cultivo de culturas, algumas trazidas de outros estados ou nações, existe o potencial nativo constituído por culturas que, por já estarem adaptadas ao clima tropical, oferecem evidentes vantagens. Estas vantagens são potencializadas com a ajuda da biogenética, que possibilita o aumento da produtividade e multiplica as possibilidades de cultivos nos mais diferentes tipos de solo e clima. Consequentemente, criam-se oportunidades ao aparecimento de novos concorrentes na produção, dentro do território nacional ou até mesmo ao redor do mundo.
O Estado baiano tem uma ascensão contínua dentro do cenário agrário. Esse potencial crescente traz junto novas oportunidades de geração de emprego e renda, além das possibilidades de criação de cooperativas, sindicatos, ONG’s e associações que visam um futuro organizado e auto sustentável para os numerosos e pequenos núcleos familiares existentes no estado.
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O cajueiro (Anacardium occidentale), típica árvore de origem brasileira, nativo da região litorânea, espalhou-se pelo país através das castanhas levadas pelos índios. Dele, eles retiravam alimento e produziam com o fruto bebidas e medicamentos.
O Cajueiro foi transplantado do Brasil para a Índia e África, onde se adaptou sem nenhuma dificuldade. Além do Brasil, o caju também é consumido nos Estados Unidos e Europa.
A castanha — o verdadeiro fruto da espécie — é o principal produto comercializado dessa fruta, mesmo já constatada a diversidade de produtos e subprodutos que podem ser fabricados a partir do pedúnculo, que possui alto teor cítrico e várias propriedades terapêuticas comprovadas como: antidiabética, adstringente, antidiarréica, depurativa, tônica, antiasmática, anti-séptica, antiinflamatória, vitaminizante, depurativa, expectorante, vermífuga, diurética, eupéptica. Pode assim, ter algumas indicações terapêuticas: no tratamento do diabetes, feridas, infeção na garganta, diarréias, disenterias, colesterol e triglicerídeos altos, frieiras, cansaço dos pés, eczemas, reumatismo, avitaminose C, úlceras, verrugas, calosidades, bem como suplemento nutritivo (regime de emagrecimento).
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Apesar da região Nordeste ter problemas com os fungos que causam a atracnose, o cajueiro é uma planta relativamente resistente as adversidade desta. No final dos anos 70 e início dos anos 80, houve uma preocupação maior em incentivar o aumento da produção, através de financiamento promovido pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), mais tarde substituída pelo IBDF/Fiset (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal – Fundo Setorial de Investimento). No entanto, especificamente na Bahia, no decorrer dos anos, através da Embrapa Agroindústria Tropical e Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A (EBDA) novas variedades foram melhoradas. Isso deu origem a novos clones, como: CCP 76 (clone testemunha), P96D e BRS Bahia 12, com expectativa de que diminuísse a vulnerabilidade genética e consequentemente houvesse um aumento da produção.
Histórico do Caju
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Com base nos dados do IBGE, de janeiro de 2006 sobre a cajucultura no Nordeste, existem 697.861 mil hectares cultivados. O Ceará, com os modernos e arrojados projetos de irrigação, e sempre preocupado com a qualidade e eficiência da produção ainda continua em primeiro lugar do ranking, com 371.529 mil hectares, correspondendo a 53,24% da produção total do Nordeste. Em segundo, vem o estado do Piauí, com 165.881 correspondente a 23,77%, e em terceiro o Rio Grande do Norte, com 116.358 (16,7%). Dentro da produção do Nordeste, a Bahia teve um pequeno aumento na área plantada, pois, em 2005, tinha uma área total de 19.832 mil hectares, e em 2006 a área total é de 20.386 mil hectares, o que não chega a influenciar sua fatia de participação, que corresponde a 2,9%, conforme mostrado no tabela 01 e gráficos 01 e 02.
ESTADOS ÁREA (HA)
2005 ÁREA (HA) 2006 PARTIC (%) 2005 PARTIC (%) 2006 CEARÁ 374.055 371.529 54,2 53,3 PIAUÍ 157.182 165.881 22,8 23,8
RIO GRANDE DO NORTE 116.317 116.358 16,6 16,7
BAHIA 19.832 20.386 2,9 2,9
MARANHÃO 16.149 15.780 2,3 2,2
PARAIBA 7.956 7.927 1,2 1,1
Tabela - 01 Principais Estados Produtores com Comparativo de Áreas e Participação (em 2005/2006)
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GRÁFICO 01 - COMPARATIVO DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO 2005/2006
0 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000
CEARÁ PIAUÍ RIO GRANDE DO
NORTE
BAHIA MARANHÃO PARAÍBA
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GRÁFICO 02 - COMPARATIVO DE PARTICIPAÇÃO DOS ESTADOS EM 2005/2006 2,9 22,8 54,2 16,6 2,3 1,2 53,3 2,9 16,7 23,8 1,1 2,2 0 10 20 30 40 50 60 PARTIC (%) 2005 PARTIC (%) 2006
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A região do litoral norte da Bahia, por registrar as maiores áreas de cultivo de caju no estado, ainda continua sendo a base representativa para a formação dos números da produção de castanha de caju dentro do Estado baiano, perante os dados estatísticos nacionais.
De acordo com IBGE, cerca de 36 municípios baianos produzem caju. Conforme a tabela 03 e os gráficos 03 e 04, as microregiões que registram o cultivo de caju e as maiores áreas de produção que se destacam são: Banzaê, Cícero Dantas, Ribeira do Amparo e Ribeira do Pombal.
G R Á F IC O 0 3 - R E N D IM E N T O M É D IO (K g /H a )
R ib e ira d o P o m b a l 2 0 0 B a n za ê 2 5 0 R ib e ira d o A m p a ro 4 0 0 C íc e ro D a n ta s 2 0 0____________________________________________________________________________
Municípios Área plantada/
Destinada a Colheita (Ha)
Produtividade média (Kg/Ha) Banzaê 2.400 250 Cícero Dantas 3.000 200 Ribeira do Amparo 4.000 400 Ribeira do Pombal 3.500 200
Fonte: IBGE
Gráfico 04 - Área colhida em 2005
3.000 4.000 3.500 2.400 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 4.000 4.500
H
A
Banzaê Cícero Dantas Ribeira do Amparo Ribeira do PombalTabela – 02 Regiões representativas da Bahia na produção de caju (em 2005)
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O custo de produção para implantação do cajueiro anão precoce (sequeiro) é diluído ao longo de sete anos, período necessário para que o cajueiro alcance sua maturidade de produção. Por ser uma espécie precoce, começa a produzir já no início do segundo ano, contribuindo para a diluição do custo de implantação a partir do segundo ano.
No primeiro ano, ocorre o maior investimento, devido ao preparo e aos insumos aplicados, representando 82,39% do custo de implantação. A partir do segundo ano até o sétimo ano, os principais custos passam a ser os tratos culturais e os insumos aplicados. Ambos os custos têm uma tendência decrescente, os tratos culturais iniciam o segundo ano representando 37,84% e chegam a 18,66% no sétimo ano; já os insumos aplicados inicialmente representam 47,42% e no final do sétimo ano são de 32,66%, conforme tabela abaixo.
No sétimo ano, a produção do cajueiro anão chega ao seu pico máximo de produção e rentabilidade, com até 1.500 Kg/ha de castanha. Esta produção passa a cobrir todo o custo de implantação e passa a ser linear nos próximos anos.
OPERAÇÕES 1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 6º ano 7º ano
1. Serviços R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % R$ % 1.1 Preparo do Solo 770 43,16 0 0,00 60 8,53 0 0,00 60 6,76 0 0,00 60 6,09 1.2 Plantio e Replantio 140 7,85 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 0 0,00 1.3 Tratos Culturais 144 8,07 154 37,84 174 24,73 204 27,58 174 19,59 214 23,36 184 18,66 1.4 Colheita 0 0,00 30 7,37 90 12,79 110 14,87 250 28,15 290 31,66 330 33,47 1.5 Transporte 30 1,68 30 7,37 60 8,53 90 12,17 90 10,14 90 9,83 90 9,13 2. Insumos 700 39,23 193 47,42 320 45,43 336 45,38 314 35,36 322 35,15 322 32,66 SUB-TOTAIS 1.784 100 407 100 704 100 740 100 888 100 916 100 986 100 TOTAL GERAL 6.425
Fonte: EBDA/R. do Pombal
Custo de produção
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O aproveitamento e processamento da castanha de caju, no estado da Bahia, resume-se apenas a uma indústria, chamada “SERTANEJA” localizada no município de Jeremoabo. Dentro do programa de modernização e revitalização da cultura do caju, será implantada, no município de Ribeira do Pombal, uma nova indústria de processamento de castanha e sucos de caju, com início de operação previsto para junho de 2006. A Brasil Cashew Nuts investirá na região, 25 milhões de reais, e terá capacidade de beneficiamento de até 25 mil toneladas de castanha e 60 mil toneladas de suco, por ano. Toda a sua produção será destinada para atender o mercado externo.
Na região oeste, os produtores têm encontrado dificuldade na comercialização do pedúnculo, estima-se que 70% dos pedúnculos, da produção de 2005, não foram aproveitados. A solução mais viável apresentada pelos produtores seria a entrada em funcionamento de uma beneficiadora de frutas, na cidade de Barras e a instalação de uma processadora de castanha pela Cooperativa dos Fruticultores do Oeste Baiano- COFRUTOESTE, onde seriam beneficiados tanto o pedúnculo quanto a castanha.
Segundo informações do agrônomo e pesquisador da EBDA, Dr. José Augusto, grande parte da produção de castanha do estado da Bahia é destinada às industrias do Ceará. Acredita-se que com a consolidação efetiva dos projetos em andamento, esta situação se inverterá gradativamente, passando o estado da Bahia a beneficiar toda sua produção de pendúculo e castanha, permitindo agregar maior valor à produção e renda para quem produz.
REFERÊNCIAS
LSPA –Levantamanto Sistemático da Produção Agrícola/IBGE - JANEIRO/2006
www.seagri.ba.gov.br - visitado em fevereiro/2006