WORKSHOP
O estado atual do
desenvolvimento da reutilização
de águas residuais em Portugal
Maria Helena F. Marecos do Monte
Prof. Coord. c/ Agregação
ÍNDICE DA APRESENTAÇÃO
Breve caracterização da reutilização de ART
Fatores que estimulam
Fatores que restrigem
O que tem sido feito em Portugal?
O que é necessário fazer?
Efeitos dos desenvolvimentos da política
comunitária da água
REUTILIZAÇÃO DE ART EM PORTUGAL
Reduzido volume de ART reutilizado.
Objetivos estabelecidos em planos (PEAASAR II) não alcançados.
A maior parte dos utilizadores são entidades gestoras de SSARU:
apenas 5% das entidades gestoras reutilizam ART;
a principal aplicação consiste como água de serviço em usos internos.
Os casos de reutilização de ART externos às próprias entidades gestoras
correspondem a:
projetos de pequena dimensão;
objetivos bastante diversificados ‒ Rega agrícola e paisagística;
‒ Usos recreativos (campos de golfe);
REGA AGRÍCOLA
O volume de ART disponível satisfaz 7% da procura de água pelo setor agrícola.
Suficiente para regar 80 mil
ha de milho (correspondente
a dois anos de rega da área de milho que se faz no Ribatejo e Alentejo conjuntamente). Culturas maiores consumidoras de água de rega: milho, prados e forragens, pomares, olival e vinha, culturas horto-industriais.
4 Helena Marecos
REGA AGRÍCOLA
PRÓS• Aceitação dos agricultores – a agricultura pratica a reutilização de resíduos orgânicos (chorumes, lamas, etc.).
• Existem tecnologia para
implementação da reutilização. • Grande potencial na:
– Milho, girassol; – Pomares;
– Vinha;
– Silvicultura (indústria papeleira).
CONTRAS
• Sustentabilidade financeira. • Segurança dos regantes.
• Segurança alimentar. • Aceitação pública dos
produtos.
• Licenciamento mais pró-ativo.
REGA PAISAGÍSTICA
PRÓS• Os espaços verdes urbanos são elementos de:
– qualidade de vida dos cidadãos; – apoiam a sustentabilidade do turismo; – contribuem para a biodiversidade. CONTRAS • Custos de transporte e armazenamento.
• Proteção da saúde pública. • Aceitação pública.
INDÚSTRIA DO GOLFE
PRÓS• Maioria dos campos de golfe instalados em zonas de escassez hídrica;
• A cultura empresarial da indústria do golfe valoriza a proteção ambiental
inerente à reutilização;
• Um relvado é semelhante a um biofiltro e contribui para melhorar a qualidade da
água de rega aplicada.
CONTRAS
• Custos de transporte e armazenamento;
• Entendimento institucional entre empresas de golfe e empresas gestoras de SSAR; • Aceitação pública.
INSTRUMENTOS LEGAIS,
INSTITUCIONAIS, ECONÓMICOS
• Dúvidas como fazer o
licenciamento;
• Falta de legislação e
normalização para alguns
usos;
• Legislação atual
contraditória;
• Indefinição jurídica sobre
quem pode reutilizar;
• Avaliação de impactos
– Ambientais
– Socio-económicos
• Como determinar o custo
da água reutilizada;
• Preço elevado;
• Financiamento dos custos
de investimento
– Tratamento complementar – Transporte da água
ESCASSEZ HÍDRICA OBRIGA A
REUTILIZAR
• O desenvolvimento
sócio-económico de Portugal é condicionado pela escassez de água.
• As ART devem ser
reutilizadas. • Não existem constrangimentos técnicos significativos. Potencial elevado de aplicação em: – Rega agrícola
• Milho e outras culturas • Silvicultura – indústria
papeleira
– Rega paisagística
• Campos de golfe.
Maior potencial para
reutilização na metade sul de Portugal.
Potencial de reutilização mais elevado para as ETAR de maior dimensão.
PROBLEMAS & SOLUÇÕES
CONDICIONALISMOS • Financeiros – Estímulos de fundos nacionais e comunitários; – Fidelização de clientes. • Condicionalismos institucionais e regulamentares. • Perceção e aceitação pública. EIXOS DE AÇÃO• Medidas de estímulo financeiro. • Revisão da legislação do
processo de licenciamento
– Regulamentação
• Integração das ART no cômputo
dos recursos hídricos nacionais.
– Definição de metas de reutilização
no PENSAAR diferenciadas por uso e por região hidrográfica.
• Promoção de ações de
O QUE TEM SIDO FEITO EM
PORTUGAL?
• Estímulos financeiros
– Projetos financiados pelo
QREN • Promoveram efetivamente alguma reutilização? – PENSAAR 2020
• Sensibilização do público
– Ações avulsas• Condicionalismos
institucionais e
regulamentares
– Regulamentação • NP 4434:2005 – Rega agrícola e paisagística • Recomendação IRAR nº2/2007• As ART ainda não são
consideradas um recurso
hídrico alternativo.
• Iniciativa do atual
governo: 50 maiores
ETAR.
REGULAMENTAÇÃO PORTUGUESA
Série GUIAS TÉCNICOS ?
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Reeuuttiilliizzaaççããooddee Á
ÁgguuaassRReessiidduuaaiiss
Autoria:
Helena Marecos do Monte, António Albuquerque
PENSAAR 2020
PENSAAR 2020
MEDIDA M3.5.1
AÇÕES PARA EXECUTAR M3.5.1
INICIATIVAS PROPOSTAS NO PENSAAR 2020
Dois tipos de iniciativas
:
i) As ações prioritárias, que visam capacitar as EG
em áreas onde as fragilidades são
reconhecidamente generalizadas, tendo por
objetivo catalisar a evolução do desempenho no
sentido preconizado pelo PENSAAR 2020;
ii) Os
projetos âncora
, que podem ser equiparados
a projetos demonstradores permitindo, per si,
maximizar o número de objetivos do PENSAAR 2020
atingidos pela sua execução e acelerar a utilização
de apoios financeiros.
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O QUE FALTA FAZER
EM PORTUGAL?
• Estímulos financeiros – PENSAAR – Fundos europeus. • Sensibilização do público. • Plano Estratégico para oTratamento de ARU para Reutilização
– Agência Nacional para a gestão
deste Plano Estratégico.
• Aprender com as boas lições de
outros países (ex: Espanha).
• Implementar regulamentação da CE sem demoras. • Condicionalismos institucionais e regulamentares – Definir um sistema de
licenciamento sólido, mas simples e desburocratizado;
– Considerar as ART como um
recurso hídrico alternativo, enquadrado nos planos de gestão de região
hidrográfica;
– Regulamentação para usos
não considerados na
regulamentação comunitária
• Diversos usos urbanos não
Background do Blueprint
Base: – Poluição da água – Estado ecológico – Escassez de água – Eventos extremos Problemas: – Uso insuficiente de instrumentos económicos; – Governância deficiente; – Falhas no conhecimentoQuestões:
– Quais os obstáculos que impedem a preservação dos recursos hídricos europeus?
– Legislação e políticas necessárias?
RESPOSTAS À ESCASSEZ DE ÁGUA
A reutilização da água para irrigação ou para fins industriais foi identificada como um problema que requer atenção da UE.
A reutilização de água é considerado a ter um menor impacto
ambiental do que outras origens alternativas de água (ex:
transvases ou dessalinização), mas é pouco utilizada na UE.
Isto parece ser devido à falta de normas ambientais/sanitárias comuns da UE para a água reutilizada e aos potenciais obstáculos à livre circulação de produtos agrícolas irrigados
com água reutilizada.
PRINCIPAIS DOCUMENTOS
PRODUZIDOS PELA CE
2012 – COM /612/673 – Blueprint.
2015 – COM/2015/614 – Closing the loop – An EU
action plan for the Circular Economy.
Reconhece a irrigação agrícola e a recarga de aquíferos
como as aplicações prioritárias para reutilização de ART.
2016 – Inception Impact Assessment on “Minimum
quality requirements for reused water in the EU”.
2016 - Guidelines on Integrating Water Reuse into
Water Planning and Management in the context of the
WFD.
2017 – Minimum quality requirements for water reuse
L. Alcalde-Sanz, B. M. Gawlik, Minimum quality
requirements for water reuse in
agricultural irrigation and aquifer recharge - Towards a water reuse regulatory instrument at EU level, EUR 28962 EN, Publications Office
of the European Union, Luxembourg, 2017, ISBN 978-92-79-77175-0, doi 10.2760/804116, PUBSY No.109291 - Avaliação de riscos de saúde e ambientais segundo a recomendação da OMS. - Parâmetros físico-químicos e microbiológicos. - Frequência de monitorização. - Medidas preventivas (barreiras). - Groundwater Directive.