Rubens Ricupero
O BARÃO DO RIO BRANCO: O DIPLOMATA
QUE AMPLIOU O TERRITÓRIO E REDEFINIU A
POLÍTICA EXTERNA (1902-1912)
Ninguém como Rio Branco encarnou tão bem as melhores qualidades
da diplomacia brasileira:
• Ênfase no conhecimento
• Moderação no uso do poder
• Percepção realista das tendências do mundo
• Uma ideia de Brasil baseada nos valores da paz, do Direito
• Busca de aliança para reforçar o poder do país
• Construção de soft power
• Sentido de prioridades
RESUMO BIOGRÁFICO
• José Maria da Silva Paranhos Júnior
nasceu na Travessa da Rua do Senado no
Rio de Janeiro, num sobrado ainda
existente, em 20 de abril de 1845, filho
do Visconde do Rio Branco
Travessa do Senado nº 8, Rio de Janeiro
RESUMO BIOGRÁFICO
Visconde do Rio Branco Viscondessa do Rio Branco
RESUMO BIOGRÁFICO
Marie Philomène Stevens
Juca Paranhos aos 17 anos, com amigos da Faculdade de Direito de São Paulo
RESUMO BIOGRÁFICO
RESUMO BIOGRÁFICO
RESUMO BIOGRÁFICO
Presidente Rodrigues Alves
REALIZAÇÕES
O PARADIGMA RIO BRANCO
Na visão dos estadistas do Império, o foco principal da atenção
continuava a se concentrar, como nos tempos coloniais, no círculo dos países platinos, Argentina, Uruguai, Paraguai
O PARADIGMA RIO BRANCO
Os três principais eixos do paradigma foram: • A política territorial
• O relacionamento assimétrico de poder com as grandes potências • As relações de relativa simetria com os vizinhos sul-americanos
A POLÍTICA TERRITORIAL
Assinatura do Tratado em que o Brasil concedeu o condomínio da Lagoa Mirim e o Rio Jaguarão ao Uruguai (1909)
AS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS
DE PODER
Como lidar com potências muito mais
poderosas?
Barão do Rio Branco, o gigante da diplomacia brasileira. Charge feita por J. Ramos Lobão e publicada em 1908 na revista Malho
Nesse eixo de desigualdade, as nações europeias apareciam como ameaças potenciais. O Brasil era o único sul-americano
limítrofe a três potências da Europa, duas das quais
exemplos do agressivo imperialismo da época, o Reino Unido, que aproveitara a confusão dos primeiros dias da República para ocupar a ilha da Trindade e a França, com a qual tivéramos sangrentos incidentes no Calçoene, no Amapá.
AS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS
DE PODER
Ecos de uma diplomacia consciente da fraqueza militar e
necessitada de aliado poderoso, essas palavras preanunciavam a busca do que Bradford Burns chamou de “aliança não
escrita com os Estados Unidos”.
Tal desígnio se consubstanciaria em dois momentos decisivos: a criação da embaixada em Washington e a realização da IIIª Conferência Interamericana no Rio de Janeiro.
AS RELAÇÕES ASSIMÉTRICAS
DE PODER
Rio Branco aparece ao lado de outros delegados em frente ao Palácio Monroe, por ocasião da III Conferência Interamericana, realizada em 1906, na cidade do Rio de Janeiro
RELAÇÕES DE RELATIVA
IGUALDADE OU SIMETRIA
Barão do Rio Branco e General Julio Roca a caminho de Petrópolis
Recepção ao ex-Presidente da Argentina, Gen. Julio A. Roca (1907)
A TENSÃO DIALÉTICA ENTRE
ASPIRAÇÕES E CAPACIDADES
Ao discursar no III Congresso Científico
Latino-Americano no Rio de Janeiro (1905), o Barão
afirmava ser “indispensável que, antes de meio
século, quatro ou cinco, pelo menos, das maiores nações da América Latina, cheguem, como a nossa grande e querida irmã do Norte, a competir em recursos com os mais poderosos Estados do mundo”
Hoje, depois de 115 anos, vemos que Rio Branco subestimou o tempo necessário para alcançar os desenvolvidos.
A TENSÃO DIALÉTICA ENTRE
ASPIRAÇÕES E CAPACIDADES
O PODER BRANDO E O PODER
INTELIGENTE
O Barão em sua biblioteca na Villa Molitor, em Auteil, Paris
UM BRASIL PACÍFICO, AMANTE
DO DIREITO E DA MODERAÇÃO
Em discurso no Instituto Histórico (1909), no qual esclarece a motivação da decisão unilateral de retificar a fronteira na Lagoa Mirim e no rio Jaguarão em favor do Uruguai, sem aceitar as compensações oferecidas, Rio Branco afirma: “Se queremos hoje corrigir parte da nossa
fronteira meridional em proveito de um povo vizinho e amigo, é principalmente porque este testemunho de nosso amor ao Direito fica bem
ao Brasil e é uma ação digna do povo brasileiro”.
SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DE
VALORES SUPERIORMENTE NACIONAIS
SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO E DEFINIÇÃO DE
VALORES SUPERIORMENTE NACIONAIS
Capa da Revista O Malho após a morte do Barão
Não é de surpreender, portanto, que os
contemporâneos se identificassem ao ministro e o confundissem com a encarnação do país ideal, conforme observou o diplomata argentino José Maria Cantilo (1935) ao escrever: “Rio Branco
tinha uma popularidade extraordinária. Era o
A CONTÍNUA VALIDADE DO
IDEÁRIO DE RIO BRANCO
Imagens da Segunda Guerra Mundial (1939-1945)
A CONTÍNUA VALIDADE DO
IDEÁRIO DE RIO BRANCO
Conselho de Segurança das Nações Unidas
Bandeiras dos países do BRICS