• Nenhum resultado encontrado

PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS PARA OTIMIZAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDRODINÂMICO NA RIA DE AVEIRO E BARRINHA DE MIRA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS PARA OTIMIZAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDRODINÂMICO NA RIA DE AVEIRO E BARRINHA DE MIRA"

Copied!
46
0
0

Texto

(1)

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

REQUALIFICAÇÃO E VALORIZAÇÃO DA ORLA COSTEIRA

NOVEMBRO 2015

PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS PARA

OTIMIZAÇÃO DO EQUILÍBRIO HIDRODINÂMICO

NA RIA DE AVEIRO E BARRINHA DE MIRA

(2)
(3)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares

Rev.01

i PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS PARA OTIMIZAÇÃO

DO EQUILÍBRIO HIDRODINÂMICO NA RIA DE AVEIRO E BARRINHA DE MIRA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

ELEMENTOS COMPLEMENTARES ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO ... 1 2. ELEMENTOS COMPLEMENTARES ... 2 2.1 Paisagem ... 2 2.2 Património ... 4 ANEXOS

ANEXO A–OFÍCIO DA AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE

ANEXO B–PAISAGEM

Revisão Data Descrição da Alteração

00 Nov-2015 Versão draft do Aditamento 2 para entrega à APA

01 Nov-2015 Elementos Complementares (Aditamento 2) para entrega à APA

Lisboa, Novembro de 2015 Visto,

________________________ Fátima Teixeira, Dr.ª

(4)
(5)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares

Rev.01

1 PROJETO DE TRANSPOSIÇÃO DE SEDIMENTOS PARA OTIMIZAÇÃO

DO EQUILÍBRIO HIDRODINÂMICO NA RIA DE AVEIRO E BARRINHA DE MIRA

ESTUDO DE IMPACTE AMBIENTAL

ELEMENTOS COMPLEMENTARES

1. INTRODUÇÃO

No âmbito do procedimento de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA) relativo ao Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira (Processo de AIA n.º 2832) e na sequência da análise ao aditamento ao Estudo de Impacte Ambiental (Elementos Adicionais), entregue em Outubro de 2015, a Autoridade de AIA considerou existirem elementos suficientes para dar continuidade ao atual processo de AIA, tendo sido declarada conformidade do EIA. No entanto, sem prejuízo do referido acima, persistem questões/elementos que a Autoridade de AIA solicita esclarecimento. O presente documento visa assim dar resposta ao pedido de Elementos Complementares solicitados pela Agência Portuguesa

do Ambiente, I.P. (APA), através do seu ofício com a referência

S057764-201511-DAIA.DAP, de 11 de novembro de 2015, que se apresenta no Anexo A.

Os esclarecimentos que se prestam nos pontos seguintes são apresentados, seguindo a ordem indicada nesse mesmo ofício.

(6)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Elementos Complementares Novembro 2015

Rev.01 2

2. ELEMENTOS COMPLEMENTARES

2.1 Paisagem

Na Carta de Qualidade Visual, as áreas urbanas surgem classificadas como tendo qualidade

visual “Média” ou mesmo “Baixa”. No Quadro IV.81, do EIA, confere Qualidade Visual Elevada ao Uso do Solo “Espaço Urbano”. Nestes termos, devem ser demonstrados os critérios que foram usados na metodologia para que a expressão cartográfica não corresponda ao exposto no referido quadro. Salienta-se que a resposta dada no Aditamento não só não é conclusiva como não responde ao solicitado. De referir, também, que a Carta apresentada em formato digital não oferece uma leitura adequada no que se refere às cores, em particular, na área de sobreposição à praia/mar/Oceano, onde, de acordo com o Quadro, a Qualidade Visual seria Elevada.

Estando a matriz de ponderação correta quanto aos critérios e sua valorização (Quadro IV.81), verificou-se que efetivamente a Carta de Qualidade Visual não refletia de forma adequada a valorização dada aos parâmetros, pelo que houve que ajustar as classes de ponderação no quadro IV.82 (“Classes de Qualidade Visual da Paisagem”). Na sua sequência, a Carta de Qualidade Visual foi alterada.

A matriz com os critérios de ponderação e as classes da qualidade visual são em suma as seguintes:

Quadro IV. 1 – Qualidade Visual da Paisagem – Matriz de Ponderação

Parâmetro Analisado Negativo Valor da Qualidade Visual

(-1) Baixa (1) Média (2) Elevada (4) Relevo Plano (0 a 5%)  Moderado (5 a 15%)  Ondulado a inclinado ( > 15%)  Uso do Solo Espaço urbano  Espaço rururbano 

Espaço industrial / Infraestruturas 

Espaço canal 

Área agrícola 

Área florestal 

Ria de Aveiro e zona húmida

envolvente / Barrinha de Mira 

Praia e Dunas 

Oceano / mar 

Parâmetros corretivos

Área Protegida das Dunas de São Jacinto 

Matas Nacionais 

(7)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares

Rev.01

3

Quadro IV. 2 – Classes de Qualidade Visual da Paisagem

Ponderação Qualidade Visual da Paisagem

<3 Baixa

3-4 Média

>4 Elevada

No Anexo B apresenta-se a Carta de Qualidade Visual alterada (Desenho 5 das Peças

Desenhadas do EIA).

Relativamente à leitura da carta de Qualidade Visual e cores utilizadas, a situação referida decorre do uso da carta militar e da sobreposição com as cores dessa carta, que naturalmente interferem na leitura da informação que se sobreponha, sobretudo se esta é uma informação em mancha e que tem que manter transparência. Fizeram-se alterações à carta usando tons mais carregados que se julga terem melhorado a sua leitura.

Da análise desta nova carta, as áreas de qualidade visual elevada aumentaram, estando a área de estudo maioritariamente incluída nesta classe (antes dominava a qualidade média). Mantêm-se todas as considerações já antes feitas quanto à área de projeto que é em geral de elevada qualidade visual, marcada pela Ria de Aveiro e a sua frente oceânica.

Na sequência da alteração da Qualidade Visual, a Carta de Sensibilidade Visual (Desenho 7 das Peças Desenhadas do EIA) teve que ser também ajustada, estando a mesma apresentada no Anexo B. Mantem-se a caracterização efetuada quanto à dominância de áreas de média a elevada sensibilidade visual na zona de projeto, que decorre de uma qualidade visual média a elevada em associação com a elevada visualização dessas zonas (elevada sobreposição de bacias visuais).

As quantificações dos impactes sobre áreas de qualidade visual elevada e áreas de sensibilidade visual elevada foram retificadas, resultando uma maior incidência do projeto sobre esta tipologia de áreas face ao anteriormente quantificado.

No entanto e por se tratar de impactes essencialmente temporários, localizados e que se traduzem posteriormente numa melhoria do ecossistema e da sua qualidade visual, considera-se de se manter a significância antes atribuída aos impactes (significativa). Do mesmo modo, não se alteram as avaliações comparativas entre cenários.

Optou-se por apresentar na íntegra o texto de avaliação de impactes na Paisagem no

Anexo B com todas as alterações efetuadas na quantificação de impactes e sua

(8)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Elementos Complementares Novembro 2015

Rev.01 4

2.2 Património

Esclarecer os critérios de exclusão baseado nas cotas dragadas para a não realização da

prospeção geofísica referidos no Quadro 12 com a informação constante no Quadro 10. Caso se verifique a informação referida, constante no Quadro 12, deve-se apresentar cartografia histórica e documentação das áreas objeto de dragagens à mesma cota ou mais funda para além da já apresentada dos Canais de Ovar até Carregal, da Murtosa e de Mira.

Esclarece-se que o Quadro 10 espelha um critério definido no início do estudo e diz respeito aos canais que, tendo sido já dragados à mesma cota, foram excluídos dos trabalhos arqueológicos. Este critério encontra-se explicitado no capítulo da Metodologia do EIA do projeto (Relatório Síntese do EIA, volume II, capítulo IV, página 389).

O Quadro 12 diz respeito a critérios definidos após a realização dos trabalhos arqueológicos em todos os canais não excluídos no Quadro 10. São dois os critérios de exclusão aí indicados:

• O primeiro é o de canais que apresentaram, no passado, cotas abaixo das previstas no projeto. Este facto tinha sido explicitado no EIA, no capítulo IV, página 393 a 395 (Quadro IV. 104). A documentação que suporta este critério é o levantamento hidrográfico feito pelo Instituto Hidrográfico em 1987/88 e encontra-se referenciado no capítulo IV, página 390 do EIA, ponto 5;

• O segundo é o de canais que não apresentam coluna de água suficiente para o levantamento geofísico. Este caso não tinha sido mencionado no EIA, dado que, até à presente data, não se tem considerado a hipótese de realização de levantamentos geofísicos, de forma extensiva, em baixa profundidade. Os casos que conhecemos de geofísica em águas pouco profundas foram aplicados a áreas limitadas onde se presumia a existência de vestígios arqueológicos de natureza bem definida, sendo exemplo os trabalhos que decorreram sobre o sítio Ria de Aveiro A, os quais tiveram por objetivo definir os limites do sítio arqueológico já caracterizado e do qual se conhecia uma parte.

Incluir na Carta de Condicionantes as servidões administrativas do Património Cultural.

A Carta de Condicionantes do EIA já inclui as zonas de proteção dos sítios arqueológicos classificados. A saber: ocorrência nº 28 (Ria de Aveiro A) e ocorrência nº 28 (Ria de Aveiro B e C). Remete-se assim a sua consulta para a documentação já entregue.

(9)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares

Rev.01

5

Apresentar cartografia com as áreas de sensibilidade descritas na situação de referência,

nomeadamente dos locais de fundeadouro, manutenção de embarcações, zonas de passagem, rotas históricas de circulação, entre outras.

No interior da Ria, todas as áreas são fundeadouros. O fundeadouro é um local, normalmente abrigado de ventos e agitação marítima onde as embarcações podem lançar âncora e permanecer em segurança. Associar um fundeadouro a uma área de sensibilidade patrimonial faz sentido na área marítima onde baías e cabos podem proporcionar áreas abrigadas e têm, por isso, normalmente fundeadouros associados. No caso da Ria de Aveiro, toda a laguna interior é um fundeadouro. Do mesmo modo, na área marítima podemos assinalar rotas históricas, no entanto, no interior da laguna, todos os canais possuem navegação histórica já que por todos eles se navega até aos cais de fundo de canal ou de esteiro. Por todos eles se transportou moliço, cerâmica ou sal. No EIA foram cartografados e referenciados os cais com estaleiros conhecidos dentro das áreas de incidência do projeto. No entanto, por toda a ria, de Ovar a Vagos, construíram-se e repararam-se embarcações nas margens dos canais, a maior parte das vezes recorrendo a estruturas precárias de apoio. Nas prospeções arqueológicas, não se detetaram estruturas que pudessem corresponder a esta realidade.

Considerando ter ficado demonstrado no EIA que toda a laguna é uma área de grande sensibilidade patrimonial, parece deixar de fazer sentido indicar áreas que são difusas por toda a área lagunar e para as quais foram já cartografados os correspondentes vestígios detetados no trabalho de campo.

Na justificação sobre a utilização de meios de deteção geofísica deve-se destrinçar entre a

sua utilidade e os seus resultados, pois a ausência da identificação de anomalias inviabiliza um conhecimento mais próximo da realidade, já a identificação destes alvos pode resultar na definição de uma metodologia para a sua avaliação (total ou parcial). De referir ainda, que a exclusão de avaliação por este método de algumas das áreas sustentadas por apresentar pouco caudal (não sendo referido em concreto a profundidade em causa) pode ser, na maioria dos casos, colmatada pela altura de maré na execução do trabalho e/ou pelas características dos equipamentos.

Tal como referido anteriormente, até à presente data, não se tem considerado a hipótese de realização de levantamentos geofísicos, de forma extensiva, em baixa profundidade. A avaliação da altura de água foi feita, durante o trabalho de campo, por observação direta. Apresenta-se agora uma estimativa com base nas tabelas de marés publicadas pelo Instituto Hidrográfico assim como nas respetivas correções para os cais secundários da ria de Aveiro.

Tomando como exemplo o cais do Puchadouro, temos que, de acordo com as mesmas tabelas, a altura máxima em preia-mar em período de águas vivas de grande amplitude no porto de Aveiro poderá atingir os 3,5 m.

(10)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Elementos Complementares Novembro 2015

Rev.01 6

Considerando a correção na altura da maré para o cais do Puchadouro em preia-mar no período de águas vivas deveremos retirar 0,45 m.

Chegamos assim a um valor de 3,05 m para a altura máxima de maré em preia-mar durante um período de águas vivas de grande amplitude no cais do Puchadouro.

Analisado o levantamento topo-hidrográfico que mostra que as cotas atualmente, neste cais e respetivo esteiro se encontram acima de +1 m isto significa que no estofo de uma preia-mar de águas vivas de grande amplitude poderemos ter, no esteiro e cais do Puchadouro, uma altura de coluna de água que não atingirá os 2,05 m sendo que, em condições marés não excecionais a altura de água não deverá atingir os 1,5 m.

(11)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares – ANEXOS

Rev.01

(12)
(13)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares – ANEXO A

Rev.01

ANEXO A

(14)
(15)
(16)
(17)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Elementos Complementares – ANEXO B

Rev.01

ANEXO B

PAISAGEM

(

CARTAS DE QUALIDADE VISUAL E DE SENSIBILIDADE VISUAL

,

(18)
(19)

& & & & & & & & &

Duna de São Jacinto Duna de São Jacinto (área marítima)

Linha do No rte Linha do V ouga

AVEIRO

VAGOS

MIRA

OVAR

ÍLHAVO

MURTOSA

ESTARREJA

ALBERGARIA-A-VELHA

A17 M591 N327 A29 N109 A25/IP5 N235 A1/IP1 M592 N590 N109-5 IC1 N109-7 N327 N590 N109 N109 N109 N327 A25/IP5 A29 A1/IP1 N109 N109 N109 N109 N109 N327 N109 A1/IP1 BMD IVD2 IVD1 MUD2 MUD1 MID2 MID1 OVD2 OVD1 Ria de Aveiro Lagoa Barrinha de Mira 1. 2 7.1 1.3 1.1. A 6 3.C 7.2 4.2.B 2.A 1.1.B 3.B 5.3 2.6 3.A 2.1. B 7.3.A 3.1 2.5 5.4.A 5. 4. B 7.3.C 4.1.A 2.2.A 4.3.B 2.7.A 4.3.A 2.B 5.1.B 5.1 .A 4.3.C 1.4.B 2.1 .A 7.5.B 7.3. B 5.2.B 4. 1. B 4.4 3.D 5.2.A 4.2. A 2.2. B 2.7. B 7. 4. A 2.3.B 7.5.A 6.1. A 7.5.C 5.6 2.8.A 3.2 1. 4.A 6.2.A 5.5 2.3.A 6.1.B 2.4 7.4.B 6.2 .B 1.5 3.4 2.8.B 1.6 1.7 2.3.C 3.3 7.4.C 3.5 5.7 2.8.B 4.3.C 3. 2 2.4 7.4 .B 4.2. B 140000 150000 160000 39 00 00 40 00 00 41 00 00 42 00 00 43 00 00

¯

O

ce

a

n

o

A

tlâ

n

tic

o

E m có pi as d es te d ese nh o em fo rm at o di fe re nt e de A 0 at en de r à es ca la g rá fica 1:50.000 Designação: Sistema de referência:

EPSG 20790 (Datum Lisboa/HayfordGauss com falsa origem -Coordenadas Militares)

Fonte: (Cartografia de Base)

Instituto Geográfico do Exército, Cartas Militares de Portugal à escala 1:25.000:

153-Ovar, edição 4 de 1998; 162A-Torreira (Murtosa), edição 3 de 1998; 163-Estarreja, edição 4 de 1998; 173-São Jacinto (Aveiro), edição 3 de 2001; 174-Murtosa, edição 4 de 2002; 184-Gafanha da Encarnação (Ílhavo), edição 3 de 2001; 185-Aveiro, edição 4 de 2001; 195-Gafanha da Boa-Hora (Vagos), edição 3 de 2001; 196-Vagos, edição 5 de 2002; 206-Mira, edição 3 de 2001; 207-Vilarinho do Bairro (Anadia), edição 4 de 2001.

Referência: NE 191/2015.

0 1.000 2.000

m

Qualidade Visual da Paisagem Baixa

Média Elevada

EIA Projetos de Transposição de Sedimentos

para Optimização do Equilíbrio Hidrodinâmico,

na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Área de Jurisdição do Porto de Aveiro Rede de canais

Massa de água Autoestrada Estrada

Rede ferroviária

Limite de concelho (CAOP 2014) Área de estudo

Intervenções do projeto

Desassoreamento - Cenário 1 Desassoreamento - Cenário 1 e 2 Depósito de sedimentos - Cenário 1 Depósito de sedimentos - Cenário 1 e 2

& Montagem / desmontagem de dragas - estaleiros

Qualidade Visual da Paisagem

Escala numérica: Escala gráfica: Título: Desenho: Data:

5

Folha: Março 2015 1/1 Área Protegida das Dunas de São Jacinto

Mata Nacional (ICNF) "Lago" da Ria de Aveiro

(20)

& & & & & & & & & Linh a do Nor te Linha d o V ouga

AVEIRO

VAGOS

MIRA

OVAR

ÍLHAVO

MURTOSA

ESTARREJA

ALBERGARIA-A-VELHA

A17 M591 N327 A29 N109 A25/IP5 N235 A1/IP1 M592 N590 N109-5 IC1 N109-7 N327 N590 N109 N109 N109 N327 A25/IP5 A29 A1/IP1 N109 N109 N109 N109 N109 N327 N109 A1/IP1 BMD IVD2 IVD1 MUD2 MUD1 MID2 MID1 OVD2 OVD1 Ria de Aveiro Lagoa Barrinha de Mira 1.2 7 .1 1.3 1.1 .A 6 3.C 7.2 4 .2 .B 2.A 1 .1 .B 3.B 5.3 2.6 3.A 2.1 .B 7 .3 .A 3.1 2.5 5.4.A 5 .4 .B 7.3.C 4.1. A 2.2.A 4 .3 .B 2.7.A 4.3 .A 2.B 5 .1 .B 5 .1 .A 4.3. C 1.4. B 2 .1 .A 7.5.B 7.3 .B 5 .2 .B 4 .1 .B 4.4 3.D 5.2 .A 4.2 .A 2.2. B 2.7 .B 7 .4 .A 2.3.B 7 .5 .A 6.1 .A 7.5.C 5.6 2.8.A 3.2 1 .4.A 6.2.A 5.5 2.3.A 6.1. B 2.4 7 .4 .B 6 .2 .B 1.5 3.4 2.8.B 1.6 1.7 2.3.C 3.3 7.4.C 3 .5 5.7 2.8.B 4 .3 .C 3 .2 2 .4 7.4 .B 4.2 .B MI11 MI14 IV11 MI7 OV6 MI12 IV10 MU0 MI15 LP1 MI8 IV3 MI6 MI16 OV5 CO12 MI13 MU3 IV9 CO7 IV12 CE12 OV4 IV4 MI10 MI1 IV5 IV7 CO3 CE4 OV2 OV8 IV8 MI4 CO1 CO6 CE2 OV3 CO9 CE5 OV7 CE9 MI9 CE3 CO2 MI5 MI2 CO13 CO8 MI6 MU4 OV11 MI6 OV1 IV6 IV2 MI2 IV9 CE6 MI3 CE11 OV9 CO10 IV2 OV0 CO4 LP2 MU1 OV12 CE10 CE8 IV1 IV13 MU2 CE5 CO11 OV10 MU1 CE7 MI6 CO2 CE1 CO5 IV2 IV6 CO5 CO5 IV2 140000 150000 160000 3 9 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 4 1 0 0 0 0 4 2 0 0 0 0 4 3 0 0 0 0

¯

O

c

e

a

n

o

A

tl

â

n

ti

c

o

E m c ó p ia s d e s te d e s e n h o e m f o rm a to d if e re n te d e A 0 a te n d e r à e s c a la g rá fi c a 1:50.000 Designação: Sistema de referência:

EPSG 20790 (Datum Lisboa/HayfordGauss com falsa origem -Coordenadas Militares)

Fonte: (Cartografia de Base)

Instituto Geográfico do Exército, Cartas Militares de Portugal à escala 1:25.000:

153-Ovar, edição 4 de 1998; 162A-Torreira (Murtosa), edição 3 de 1998; 163-Estarreja, edição 4 de 1998; 173-São Jacinto (Aveiro), edição 3 de 2001; 174-Murtosa, edição 4 de 2002; 184-Gafanha da Encarnação (Ílhavo), edição 3 de 2001; 185-Aveiro, edição 4 de 2001; 195-Gafanha da Boa-Hora (Vagos), edição 3 de 2001; 196-Vagos, edição 5 de 2002; 206-Mira, edição 3 de 2001; 207-Vilarinho do Bairro (Anadia), edição 4 de 2001.

Referência: NE 191/2015.

0 1.000 2.000

m

Sensibilidade Visual da Paisagem

Baixa Média Elevada

EIA Projetos de Transposição de Sedimentos

para Optimização do Equilíbrio Hidrodinâmico,

na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Área de Jurisdição do Porto de Aveiro Rede de canais

Massa de água Autoestrada Estrada

Rede ferroviária

Limite de concelho (CAOP 2014) Área de estudo

Intervenções do projeto

Desassoreamento - Cenário 1 Desassoreamento - Cenário 1 e 2 Depósito de sedimentos - Cenário 1 Depósito de sedimentos - Cenário 1 e 2

& Montagem / desmontagem de dragas - estaleiros

Sensibilidade Visual da Paisagem

Escala numérica: Escala gráfica: Título: Desenho: Data:

7

Folha: Março 2015 1/1

(21)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

1

11. PAISAGEM 11.1 Metodologia

Neste ponto identificam-se e avaliam-se os principais impactes sobre a Paisagem decorrentes da implementação do Projeto.

Embora o projeto tenha como objetivo, em fase de exploração, a melhoria das condições hidrodinâmicas e do usufruto da Ria de Aveiro e da Barrinha de Mira pela população, por estas constituírem áreas de elevado interesse ecológico e paisagístico mas também socioeconómico, foi tido em consideração nesta avaliação, que as perturbações da fase de construção poderão originar impactes na paisagem, nomeadamente alterações da matriz paisagística e do ambiente visual, resultantes das intervenções previstas, que importa avaliar e apresentar, sempre que possível, as medidas de minimização tidas por adequadas.

Essa avaliação assentará assim na caracterização já efetuada da sensibilidade da paisagem de áreas diretamente afetadas pelo projeto, bem como da sua envolvente visual, considerando os principais efeitos provocados sobre a paisagem no decurso das ações que envolvem as fases de construção e de exploração. Em particular, serão tidos em conta os efeitos sobre as áreas de Elevada Qualidade Visual, a determinar através da realização das bacias visuais. Igualmente será considerada a carta de absorção visual, identificando as áreas sujeitas a maior exposição visual por parte das diferentes componentes do projeto.

Os previsíveis impactes sobre a paisagem, resultantes do projeto em análise, e que a seguir se avaliam, serão decorrentes das seguintes ações principais, as quais se estruturam da seguinte forma:

Ria de Aveiro – desassoreamento dos canais da Ria que envolve operações de

dragagem dos fundos e deposição dos materiais dragados em zonas adjacentes às margens da Ria e que apresenta dois cenários alternativos (Cenários 1 e 2). O Cenário 1, mais abrangente, parte das cotas adotadas na intervenção de desassoreamento anterior, realizada em 1996 (cota final do fundo dos canais -0,5 m ZH) tendo em vista obter uma aproximação às geometrias ótimas de dragagem dos canais da Ria. A este cenário corresponde o maior volume de intervenção dos dois cenários concebidos, 1.439.081 m3 de sedimentos a transpor. A extensão de canais, cales e esteiros abrangida, de norte a sul da Ria, é de 100,5 km e a área envolvida de 2 146 300 m2.

(22)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 2

O Cenário 2 é similar ao Cenário 1 no que se refere aos trechos a intervir, embora a sua filosofia de base tenha sido a de proporcionar uma solução reduzida, no que respeita à magnitude das intervenções a realizar, visando um equilíbrio entre os volumes de desassoreamento, uma redução da necessidade de áreas de deposição, e uma otimização da navegação em face dos usos efetivos, sem no entanto comprometer os objetivos gerais múltiplos, de navegabilidade, e compatibilização de usos. Neste cenário, para as sete áreas geográficas de intervenção, o desassoreamento previsto abrange uma área total de 1.645.400 m2, (menos 23% do que no Cenário 1) implicando um volume de desassoreamento estimado em 860.998 m3 (menos 40% que no Cenário 1). A extensão de canais, cales e esteiros abrangida, de norte a sul da Ria, é similar ao Cenário 1 (100,5 km).

As soluções de gestão dos sedimentos dragados, envolveram a sua deposição em locais próximos das áreas a intervencionar, numa ótica de equilíbrio, ou seja, de transposição de materiais onde se encontram em excesso para locais onde haja défice sedimentar, procurando assegurar objetivos ambientais e socioeconómicos, que se sistematizam seguidamente:

1) Reforço/alteamento de margens/motas/diques com problemas de erosão; 2) Ampliação de faixas arenosas lagunares sujeitas a erosão;

3) Reconstituição/ampliação de áreas intertidais e de sapal, nomeadamente de sapal alto (juncal), com sinais de degradação, devido à erosão das margens;

4) Constituição de uma barreira de proteção das inundações de terrenos agrícolas.

O Cenário 1 tem uma área de deposição global associada de 146 ha e o Cenário 2, de 97 ha. Os aterros serão executados segundo 7 perfis-tipo, sendo formados hidraulicamente, por sedimentação dos sólidos e escoamento livre da água, através dos braços das dragas. Os aterros são localizados e as deposições não implicam nunca, uma altura de aterro superior a 1,5 m, o que só acontece de forma pontual, sendo que na maioria, as alturas são inferiores a 1 m,

De modo complementar à intervenção de transposição de sedimentos na Ria, pretende-se também melhorar as condições necessárias à navegabilidade e mobilidade, essenciais para a manutenção das atividades turísticas e económicas de base tradicional, através da implantação de equipamento para balizagem e sinalização dos canais, o qual se apresenta mais extenso no Cenário 1 face ao Cenário 2.

(23)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

3

Barrinha de Mira – a intervenção consiste na limpeza da camada superficial de

sedimentos, essencialmente lodosos, ou com uma componente principal de finos, com o objetivo de contribuir para a sua requalificação, através da diminuição da carga orgânica dos fundos da lagoa, para a minimização da eutrofização do sistema lagunar.

O desassoreamento da lagoa cumpre com o estipulado na DIA relativa ao Estudo de Requalificação e Ordenamento Ambiental da Barrinha de Mira (julho de 2005), em que a intervenção de desassoreamento/limpeza, deverá passar apenas pela remoção da camada superficial de finos.

Foram também concebidos dois cenários possíveis de intervenção (Cenário 1 e Cenário 2), ambos consistindo numa limpeza superficial dos fundos da lagoa, com o objetivo de remover o material mais fino, num caso numa área mais vasta, e noutro numa área mais restrita, embora ligeiramente mais profunda, mas que conduz no final a menores volumes de dragagem.

O Cenário 1 envolve a remoção de 96.115 m3 de sedimentos, numa área total de 333.285 m2. O Cenário 2 envolve a remoção de 90.472 m3 de sedimentos, numa área total de 182.640 m2.

Para a deposição dos materiais dragados, e segundo os princípios orientadores já apresentados anteriormente na Ria de Aveiro, foi selecionada uma zona florestal (pinhal), numa área que totaliza cerca de 12 ha comum aos dois cenários de dragagem. A área total disponível é suficiente para receber o volume de sedimentos associados a cada um dos cenários, correspondendo a uma elevação da cota do terreno devido ao espalhamento dos sedimentos de cerca de 0,8 m, para qualquer dos cenários.

As características de todas estas intervenções resumem-se no Quadro V. 1 deste Capítulo V (Critérios Utilizados para a Classificação de Impactes) e no Esboço Corográfico que constitui o Desenho 1 das Peças Desenhadas.

De referir que os estaleiros, correspondentes apenas a locais onde se procede à montagem / desmontagem das dragas, ficarão localizados em cais / marinas existentes, conforme identificação constante na Metodologia Geral deste capítulo, pelo que dado o seu carácter efémero (no máximo 1 dia) não são considerados na avaliação.

De forma a apoiar a presente análise de impactes foi elaborada cartografia específica, onde se marcaram as bacias visuais geradas a partir das áreas de intervenção do projeto, em particular das áreas emersas onde são feitas as deposições de dragados, as quais terão um impacte permanente, devido aos aterros criados. Essas bacias visuais foram elaboradas para os Cenário 1 e Cenário 2, abrangendo a Ria de Aveiro e a Barrinha de Mira e considerando a respetiva cota de projeto. Idêntica cartografia foi feita para as áreas de dragagem, cujos impactes por serem temporários, levaram assim a que essa representação cartográfica fosse feita apenas para os canais, que tendo um maior número de observadores na envolvente, se apresentam como tendo potenciais maiores impactes: Canal de Ovar até ao Carregal, Canal de Mira, Canal de Ílhavo, Canais do Lago do Paraíso e Canais da Zona Central da Ria.

(24)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 4

Seguidamente, a identificação e avaliação de impactes é efetuada para cada uma das diferentes fases de implementação do projeto, fases de construção e exploração, segundo os critérios definidos na Metodologia Geral deste Capítulo.

No final, avalia-se ainda a Alternativa Zero e sintetizam-se os impactes neste descritor, considerando as suas alternativas.

11.1.1 Critérios adotados na avaliação de impactes

Os impactes ambientais na paisagem são avaliados ao considerar a magnitude das ocorrências de projeto com a sensibilidade da paisagem onde ocorrem, a qual resulta da análise integrada da sua qualidade e capacidade de absorção visual.

Nos critérios de avaliação de impactes importa ter presente:

• A presença de observadores sensíveis às alterações na paisagem decorrentes da construção e exploração do projeto;

• A sensibilidade/capacidade de absorção da paisagem face a uma intrusão visual (presença de áreas de elevada sensibilidade e/ou baixa capacidade de absorção visual);

• A qualidade visual da paisagem;

• A afetação ser temporária ou permanente; • A afetação ser reversível ou irreversível;

• A magnitude e significância da intrusão visual que será tanto mais elevada quanto maior for a sensibilidade e qualidade visual da paisagem e menor a sua capacidade de absorção.

11.2 Definição das Bacias Visuais

Como se viu na caracterização efetuada na Situação de Referência, a Ria de Aveiro (incluindo a Barrinha de Mira, localizada na parte montante do Canal de Mira) corresponde a uma zona lagunar, plana, nas margens da qual ocorrem numerosos observadores, em particular nos Canais de Ovar até ao Carregal, Mira, Ílhavo e Zona Central da Ria.

Atendendo a que o principal impacte em termos paisagísticos será a alteração estrutural da paisagem e sua perceção visual pelos observadores da envolvente durante a fase de construção, a qual decorre das ações de dragagem e deposição de sedimentos e posteriormente (fase de exploração) da presença física dos depósitos de dragados (constituindo aterros), considera-se importante identificar a abrangência visual dessas intervenções.

(25)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

5 Para cada cenário, elaborou-se assim cartografia, onde se marcou a bacia visual das intervenções geradas a partir das cotas dos aterros criados pela deposição de dragados, que corresponderá ao impacte visível permanente do projeto, que será tanto mais elevado quanto menor for a capacidade de absorção visual e maior for a qualidade visual e a sensibilidade da paisagem afetada. Para a avaliação dos impactes temporários das dragagens, cujo efeito visível é apenas o da presença temporária das dragas aquando da sua execução, elaborou-se também cartografia das bacias visuais das dragagens nos canais onde existem observadores na envolvente em número mais significativo.

As simulações das bacias visuais foram efetuadas considerando os seguintes parâmetros para o observador:

 3 m de altura (objeto / draga);  360º no plano;

 90º a -90º na vertical;  Raio de 3 000 m.

Essa informação encontra-se assinalada nos Desenhos 8, 9 e 10 das Peças

Desenhadas.

Da sua análise pode concluir-se que:

• As intervenções têm associada uma bacia visual que se estende a todo o plano da água, bem como à envolvente ao mesmo, até uma distância de cerca de 2 km de uma forma mais ou menos generalizada no território e entre os 2 km e os 5 km, de forma descontínua no espaço.

Importa contudo referir que as bacias visuais geradas, só têm em conta o modelo digital do terreno, não entrando em linha de conta com o uso do solo, assumindo-se, assim, que o carácter plano do relevo e os obstáculos visuais introduzidos pela presença de vegetação e do edificado irão limitar / reduzir a visualização efetiva apenas às áreas que diretamente contatam com os espaços intervencionados em meio terrestre (áreas de deposição).

O plano de água, face à sua amplitude e abertura, terá uma maior bacia visual associada, sendo avistado por extensas áreas localizadas nas suas margens.

(26)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 6

Importa contudo também, neste âmbito, referir que a bibliografia da especialidade(1) identifica que a nitidez de leitura dos elementos que integram a paisagem se vai esbatendo à medida que aumente a distância a que se encontra o observador, nomeadamente:

- Até 500 metros: ocorre uma boa qualidade da perceção visual;

- Entre 500 e 2000 metros, ocorrem zonas de média qualidade da perceção visual;

- Distância superiores a 2000 metros, é já notória a reduzida qualidade da perceção visual.

Deste modo, reforça-se assim que são as áreas com observadores, e que mais diretamente contatam com o plano de água, e os depósitos que sofrerão um potencial impacte da execução do projeto.

• As diferenças das bacias visuais entre os dois cenários de deposição são reduzidas, sendo apenas de destacar que o Cenário 1 terá uma abrangência ligeiramente maior nos seguintes locais e que decorre da realização de intervenções de projeto que o Cenário 2 não contempla:

- Canal de Ovar até ao Carregal (parte montante);

- Canal de Ílhavo (de um modo geral, ao longo de todo o canal); - Canal de Mira (parte montante).

Como se verifica nos Quadro V. 4 (Relação entre Locais de Dragagem / Locais

de Deposição – Cenário 1) e Quadro V. 5 (Relação entre Locais de Dragagem / Locais de Deposição – Cenário 2), apresentados no descritor Geologia, onde se

sistematiza para cada local de dragagem qual o(s) destino(s) dos materiais dragados, com a respetiva modelação do aterro criado, as alterações na topografia serão mínimas, sendo pontualmente criados aterros com altura de 1,5 m.

Esses aterros estão também inseridos no local previsto, tendo em conta a finalidade a que se destinam, pois correspondem a medidas de projeto para intervir em locais onde há atualmente défice sedimentar e se pretende com o aterro assegurar objetivos de proteção ambiental e/ou socioeconómica.

(1) Aguilo Alonso, M. et al. (1996) – Guía para la Elaboración de Estudios del Medio Físico. Contenido e Metodologia. Ministerio de Medio Ambiente – Secretaria General de Medio Ambiente. Madrid.

(27)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

7 • As bacias visuais geradas pelas intervenções de dragagem abrangem áreas

similares às bacias visuais das áreas de deposição

Com base nas bacias visuais do projeto apresentam-se seguidamente os impactes visuais das diferentes componentes do projeto sobre as áreas com diferentes valores de qualidade visual, capacidade de absorção visual e sensibilidade visual da paisagem.

Da análise do Quadro V. 46 verifica-se que os impactes visuais das dragagens, sobre as áreas de qualidade visual mais elevada, atingem maior expressão nos canais da Zona Central da Ria (87,84% do total da área visível da bacia visual) e no Canal de Ovar até ao Carregal (83,43% do total da área visível da bacia visual). Nos restantes canais constata-se igualmente uma percentagem elevada, mas inferior, constata-sendo respetivamente 70,64% no Canal de Mira e 65,95% no Canal de Ílhavo e Lago do Paraíso. Na Barrinha de Mira verifica-se uma maior afetação na qualidade visual elevada (55,70%).

Quadro V. 46 – Ria de Aveiro e Barrinha de Mira – Impactes Visuais das Dragagens sobre as Áreas de Qualidade Visual

Dragagens

Interferência Visual com Áreas de Qualidade Visual

Baixa Média Elevada

Área (ha) % (1) Área

(ha) % (1) Área

(ha) % (1)

Canal de Ovar até ao

Carregal 88,8 1,16 1178,4 15,41 6380,9 83,43

Canal de Mira 323,1 5,33 1456,5 20,03 4281,9 70,64

Canal de ílhavo + Lago do

Paraíso 429,1 7,99 1400,2 26,07 3542,5 65,95

Canais da Zona Central da

Ria 272,8 4,27 504,2 7,89 5611,1 87,84

Barrinha de Mira 46,2 2,07 944,0 42,23 1245,3 55,70

(1) – % face ao total da área visível da bacia visual gerada para um raio de 3000 metros

No referente à deposição de dragados (Quadro V. 47) verifica-se, para qualquer dos cenários, que apenas a bacia visual da Ria de Aveiro é afetada em cerca de 79% da sua bacia visual, sendo residual a diferença verificada entre os dois cenários. A Barrinha de Mira apresenta uma maior afetação na qualidade visual média de cerca 74%.

(28)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 8

Quadro V. 47 – Ria de Aveiro e Barrinha de Mira – Impactes Visuais da Deposição de Dragados sobre as Áreas de Qualidade Visual

Deposição de Dragados

Interferência Visual com Áreas de Qualidade Visual

Baixa Média Elevada

Área (ha) % (1) Área (ha) % (1) Área (ha) % (1)

Cenário 1 Ria de Aveiro 596,3 2,99 3543,6 17,74 15833,6 79,27 Barrinha de Mira 19,1 3,70 381,1 73,75 116,5 22,55 Cenário 2 Ria de Aveiro 573,7 2,95 3427,9 17,65 15423,9 79,40 Barrinha de Mira 19,1 3,70 381,1 73,75 116,5 22,55

(1) – % face ao total da área visível da bacia visual gerada para um raio de 3000 metros

Conforme se pode verificar pela análise do Quadro V. 48, os impactes visuais das dragagens, sobre as áreas de capacidade de absorção visual baixa, variam aproximadamente entre os 21% e os 32% apresentando a maior expressão no Canal de Ílhavo + Lago do Paraíso (32,26% do total da bacia visual) não ocorrendo, na bacia visual da Barrinha de Mira, áreas com baixa capacidade de absorção visual. Verifica-se também, tal como sucede com a qualidade visual, que as áreas de maior afetação (valores entre os 52% e os 69%), correspondem a zonas com média capacidade de absorção visual.

Quadro V. 48 – Ria de Aveiro e Barrinha de Mira – Impactes Visuais das Dragagens sobre as Áreas de Capacidade de Absorção Visual

Dragagens

Interferência Visual com Áreas de Capacidade de Absorção Visual

Baixa Média Elevada

Área (ha) % (1) Área (ha) % (1) Área (ha) % (1) Canal de Ovar até ao

Carregal 2150,6 28,12 4806,2 62,84 691,1 9,04

Canal de Mira 1293,0 21,33 4226,7 69,73 541,6 8,94

Canal de ílhavo + Lago do

Paraíso 1732,8 32,26 3513,5 65,41 125,4 2,34

Canais da Zona Central da

Ria 1512,7 23,68 3331,4 52,15 1543,9 24,17

Barrinha de Mira 0 0 1321,9 59,13 913,5 40,87

(29)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

9 No que se refere à deposição de dragados, verifica-se, para qualquer dos cenários, que apenas a bacia visual da Ria de Aveiro é afetada em cerca de 30% da sua bacia visual. Verifica-se também, independentemente do cenário, que as áreas com maior afetação apresentam média capacidade de absorção visual com valores da ordem dos 60% na bacia visual da Ria de Aveiro e valores de 87%, na Barrinha de Mira.

Quadro V. 49 – Ria de Aveiro e Barrinha de Mira – Impactes Visuais da Deposição de Dragados sobre as Áreas de Capacidade de Absorção Visual

Deposição de Dragados

Interferência Visual com Áreas de Capacidade de Absorção Visual

Baixa Média Elevada

Área (ha) % (1) Área (ha) % (1) Área (ha) % (1)

Cenário 1 Ria de Aveiro 5918,9 29,63 12278,7 61,47 1775,8 8,89 Barrinha de Mira 0 0 453,3 87,73 63,3 12,27 Cenário 2 Ria de Aveiro 5884,7 30,29 11797,8 60,73 1742,9 8,97 Barrinha de Mira 0 0 453,3 87,73 63,3 12,27

(1) – % face ao total da área visível da bacia visual gerada para um raio de 3000 metros

Da análise dos Quadro V. 50 e Quadro V. 51 constata-se, tal como sucede relativamente à qualidade visual da paisagem, que os impactes visuais das dragagens, sobre as áreas com sensibilidade visual elevada, atingem maior expressão no Canal de Ovar até ao Carregal (79,90%), sendo ligeiramente inferior, mas igualmente elevada, no Canal de Ílhavo e Lago do Paraíso (69,55%), sendo ligeiramente inferior nos canais da Zona Central da Ria (67,39%), Na Barrinha de Mira a maior área afetada (72,00% do total da área visível da bacia visual) corresponde a manchas com média sensibilidade visual.

(30)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 10

Quadro V. 50 – Ria de Aveiro e Barrinha de Mira – Impactes Visuais das Dragagens sobre as Áreas de Sensibilidade Visual

Dragagens

Interferência Visual com Áreas de Sensibilidade Visual

Baixa Média Elevada

Área (ha) % (1) Área (ha) % (1) Área (ha) % (1) Canal de Ovar até ao

Carregal 370,6 4,85 1166,3 15,25 6111,2 79,90

Canal de Mira 217,7 3,59 1584,4 26,14 4259,3 70,27

Canal de ílhavo + Lago do

Paraíso 320,6 5,97 1314,8 24,48 3736,4 69,55

Canais da Zona Central da

Ria 175,3 2,74 1907,8 29,86 4305,1 67,39

Barrinha de Mira 168,7 7,55 1609,7 72,00 457,2 20,45

(1) – % face ao total da área visível da bacia visual gerada para um raio de 3000 metros

Relativamente à deposição de dragados verifica-se, para qualquer dos cenários, que apenas a bacia visual da Ria de Aveiro é afetada em valores que variam entre os 76,31% (Cenário 1) e os 76,40% (Cenário 2) da sua bacia visual, sendo uma diferença residual. Nas restantes classes em termos relativos as diferenças são igualmente residuais para a bacia visual da Ria de Aveiro. Na bacia visual da Barrinha de Mira, as áreas mais afetadas (cerca de 62%) têm média sensibilidade visual.

Quadro V. 51 – Ria de Aveiro e Barrinha de Mira – Impactes Visuais da Deposição de Dragados sobre as Áreas de Sensibilidade Visual

Deposição de Dragados

Interferência Visual com Áreas de Sensibilidade Visual

Baixa Média Elevada

Área (ha) % (1) Área

(ha) % (1) Área (ha) % (1) Cenário 1 Ria de Aveiro 580,7 2,91 4150,9 20,78 15242,0 76,31 Barrinha de Mira 78,2 15,14 323,4 62,58 115,2 22,28 Cenário 2 Ria de Aveiro 552,2 2,84 4032,9 20,76 14840,4 76,40 Barrinha de Mira 78,2 15,14 323,4 62,58 115,2 22,28

(31)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

11

11.3 Fase de Construção 11.3.1 Ria de Aveiro

11.3.1.1 Desassoreamento

O desassoreamento (dragagem) dos canais ir-se-á fazer, não de uma forma contínua ao longo do canal, mas apenas nos locais onde o projeto identificou tal situação como necessária, de modo a obter cotas de navegabilidade constantes para as embarcações que utilizam a Ria e nomeadamente, conseguindo também que as mesmas acedam aos diferentes cais e portos, cujos acessos estão em muitos casos assoreados. No

Anexo 3.1 – Elementos de Projeto da Ria de Aveiro do Volume III – Anexos Técnicos

apresentam-se as plantas e os perfis longitudinais e transversais das dragagens.

A extensão a intervir é a mesma em cada cenário (quer nos canais, quer no total da intervenção, que é de 100,5 km), distinguindo-se as alternativas pelo volume de dragados a extrair, em função da cota de dragagem.

Em termos espaciais, o Cenário 2 diferencia-se do Cenário 1, fundamentalmente no que se refere aos trechos entre a ponte da Vagueira e o Areão, no canal de Mira, e entre a Ponte de Vagos/Fareja e o cais dos Moliceiros, no canal de Ílhavo, onde foram reduzidas as intervenções, através da adoção de cotas de dragagem menores, visando-se com esta abordagem essencialmente assegurar um caudal ecológico para esses troços, e secundarizando a navegação, que continua a ser possível mas com restrições substanciais, que de qualquer modo melhoram a navegação face à situação atual.

O Cenário 1 implica:

• Uma área de dragagem de 2 146 300 m2; • Um volume de dragados de 1 439 081 m3;

• Uma área de deposição associada de 146 ha, repartida por 73 locais;

• O tempo total da execução das intervenções de dragagem / deposição é de 17 meses.

O Cenário 2 implica:

• Uma área de dragagem de 1 645 400 m2; • Um volume de dragados de 860 998 m3;

• Uma área de deposição associada de 97 ha, repartida por 62 locais;

• O tempo total da execução das intervenções de dragagem / deposição é de 11 meses.

(32)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 12

As dragagens serão executadas por dragas que sendo montadas em cais e marinas existentes, conforme enquadramento apresentado na Metodologia Geral deste capítulo, entrarão depois na água e executarão de forma simultânea a sucção e a repulsão dos sedimentos, que de forma imediata serão conduzidos das tubagens (flutuante e terrestre) da draga, até ao local do respetivo depósito.

Será este impacte temporário e negativo da presença e funcionamento da draga com desorganização visual e funcional do espaço, que será o mais sentido e visualizado pelos observadores localizados nas margens da Ria, tendo-se deste modo avaliado o respetivo impacte através das Bacias Visuais geradas (Desenho 10 das Peças Desenhadas), o qual se apresenta comum para os dois cenários, uma vez que a extensão de canais dragados é semelhante.

Conforme se apresentou no ponto 11.2 (Quadro V. 46) o impacte visual das dragagens que incidem sobre áreas de qualidade visual elevada é a seguinte:

• Canal de Ovar até ao Carregado – 6380,9 ha (83,43% da área total da área visível da bacia visual);

• Canal de Mira – 4281,9 ha (70,64% da área total da área visível da bacia visual); • Canal de Ílhavo + Lago do Paraíso – 3542,5 ha (65,95% da área total da área

visível da bacia visual);

• Canais da Zona Central da Ria – 5611,1 ha (87,84% da área total da área visível da bacia visual).

Relativamente ao impacte visual da intervenção sobre áreas de sensibilidade visual elevada é, conforme expresso no ponto 11.2 (Quadro V. 50), a seguinte:

• Canal de Ovar até ao Carregado – 6111,2 ha (79,90% área total da área visível da bacia visual);

• Canal de Mira – 4259,3 ha (70,27% área total da área visível da bacia visual); • Canal de Ílhavo + Lago do Paraíso – 3736,4 ha (69,55% área total da área visível

da bacia visual);

• Canais da Zona Central da Ria – 4305,1 ha (67,39% área total da área visível da bacia visual).

Tendo em conta a percentagem das áreas de elevada qualidade e sensibilidade visual afetadas, relativamente à totalidade da bacia visual de cada um dos canais intervencionados nas dragagens considera-se como de impacte visual mais significativo o que se faz sentir no Canal de Ovar até ao Carregado e nos Canais da Zona Central da Ria.

Importa contudo referir que os Canais da Zona Central da Ria se inserem numa zona em que os observadores estão distantes, sobretudo na margem Nascente da Ria e cuja distância não lhes permite ter uma grande perceção das atividades a realizar.

(33)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

13 No Canal de Ovar até ao Pardilhó não se identificam também recetores com exceção dos utilizadores dos cais da Ribeira e das Teixugueiras, pelo que os impactes serão mais reduzidos.

Assim, apenas será o Canal de Mira e o Canal de Ílhavo (com maior percentagem de área de qualidade e sensibilidade visual afetada), por serem mais lineares e com vários aglomerados dispostos ao longo das margens, que terão um impacte negativo mais prolongado no tempo, face ao tempo de permanência da draga, situação que será de elevada magnitude no caso do Cenário 1 (17 meses no canal de Mira e 11,5 meses no Canal de Ílhavo) e de moderada magnitude no Cenário 2 (5 meses no Canal de Mira e 6 meses no Canal de Ílhavo).

De forma global, o Cenário 1, e face ao maior tempo de execução, terá, um impacte negativo e comparativamente mais significativo, face ao Cenário 2.

11.3.1.2 Deposição dos dragados

Relativamente à deposição dos dragados, importa referir que as soluções de gestão dos sedimentos consideradas, envolveram a sua deposição em locais próximos das áreas a intervencionar, numa ótica de equilíbrio, ou seja, de transposição de materiais onde se encontram em excesso para locais onde haja défice sedimentar, procurando assegurar objetivos ambientais e socioeconómicos, como:

1) Reforço/alteamento de margens/motas/diques com problemas de erosão; 2) Ampliação de faixas arenosas lagunares sujeitas a erosão;

3) Reconstituição/ampliação de áreas intertidais e de sapal, nomeadamente de sapal alto (juncal), com sinais de degradação, devido à erosão das margens;

4) Constituição de uma barreira de proteção das inundações de terrenos agrícolas. Estes objetivos decorrem da identificação que se fez aos problemas existentes na Ria, nomeadamente:

• os frequentes episódios de invasão, dos terrenos agrícolas adjacentes pelas águas da Ria, com os consequentes problemas de intrusão salina e de erosão de margens, que justificam o reforço de motas/diques de defesa com os sedimentos provenientes dos desassoreamentos;

• As faixas arenosas lagunares, também sujeitas a problemas de erosão, que têm vindo a perder área, pelo que se justifica a sua reconstituição/ampliação, já que têm uma função de proteção das vias rodoviárias e são usadas como zonas de estadia e lazer, por parte da população local e turistas, nomeadamente a margem poente do canal de Mira e do canal de Ovar;

(34)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 14

• As áreas de sapal alto, onde predomina o junco e que têm vindo a sofrer uma regressão relacionada com problemas de erosão devido ao aumento das amplitudes de maré e de velocidade das correntes, pelo que se justifica a sobrelevação destas zonas e/ou o reforço das margens e motas de proteção; • A ampliação de áreas intertidais e de recuperação de áreas de sapal alto que já

estiveram presentes na estratégia de deposição de sedimentos da anterior intervenção de desassoreamento da Ria de Aveiro, em 1996, havendo assim associada uma lógica de continuidade de minimização de impactes e preservação dos ecossistemas.

Procurou-se assim que a deposição ocorresse em locais próximos, selecionados em função dos objetivos acima e tendo também em conta as seguintes características:

• Área sobejamente disponível para encaixe dos volumes a dragar; • Rugosidade superficial suficiente para retenção dos materiais;

• Existência de vegetação que contribua para esta mesma decantação;

• Circulação hidrodinâmica de longos percursos até aos canais a desassorear.

Os aterros serão executados segundo 7 perfis-tipo, conforme descrito no Capítulo III –

Descrição do Projeto:

- Reforço/alteamento de margens/motas/diques com problemas de erosão, incluindo salinas (Perfis de modelação 1, 3, 5 e 7);

- Ampliação de faixas arenosas lagunares sujeitas a erosão (Perfil de modelação 2);

- Reconstituição/ampliação de áreas intertidais e de sapal, nomeadamente de sapal alto, com sinais de degradação, devido à erosão das margens (Perfil de modelação 6A e 6B);

- Constituição de uma barreira de proteção das inundações de terrenos agrícolas (Perfil de modelação 4).

No Quadro V. 2 (Síntese das Intervenções) detalha-se para cada local de deposição, as respetivas áreas e volumes e o perfil-tipo de aterro associado.

(35)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

15 Conforme se apresentou no ponto 11.2 (Quadro V. 47) o impacte visual da deposição sobre áreas de qualidade visual elevada é a seguinte:

• Cenário 1

− Ria de Aveiro – 15833,6 ha (79,27% da área total da área visível da bacia visual);

• Cenário 2

− Ria de Aveiro – 15423,9 ha (79,40% da área total da área visível da bacia visual);

Verifica-se assim que em termos relativos e face à totalidade da bacia visual de cada cenário, os valores de afetação de zonas de qualidade visual mais elevada são semelhantes. Contudo, em termos absolutos, a área implicada é efetivamente maior no caso do Cenário 1, com mais cerca de 410 ha que o Cenário 2.

No referente ao impacte visual da intervenção sobre áreas de sensibilidade visual elevada é, conforme expresso no ponto 11.2 (Quadro V. 51), a seguinte:

• Cenário 1

− Ria de Aveiro – 15242,0 ha (76,31% da área total da área visível da bacia visual);

• Cenário 2

− Ria de Aveiro – 14840,4 ha (76,40% da área total da área visível da bacia visual);

O Cenário 1 tem assim também um valor absoluto de afetação superior ao Cenário 2 (aprox. 400 ha), embora em termos relativos e face ao total das respetivas bacias visuais é ligeiramente maior no Cenário 2 (76,40%) face ao Cenário 1 (76,31%), embora esta diferença seja residual.

Deste modo e face aos valores absolutos de áreas de qualidade e de sensibilidade visual afetadas serem maiores no Cenário 1, bem como o número de locais de intervenção associados (73), este apresenta-se como menos favorável.

Importa também a este propósito referir que embora parte da deposição de dragados da Ria de Aveiro incida sobre áreas com elevada qualidade visual (15833,6 ha / 79,27% da área total da área visível da bacia visual – Cenário 1 e 15423,9 ha / 79,40% da área total da área visível da bacia visual – Cenário 2) e com elevada sensibilidade visual (15242,0 ha / 76,31% da área total da área visível da bacia visual – Cenário 1 e 14840,4 ha / 76,40% da área total da bacia visual – Cenário 2) a maioria dos locais de deposição tem uma envolvente direta, agrícola ou de espaço natural (sapal, juncal, área interdital), e só mais esporadicamente habitacional. Essa situação ocorre em geral e sobretudo nos Canais de Ovar até ao Carregal, de Mira e de Ílhavo, que terão assim os impactes negativos mais significativos e neste caso comparativamente mais importantes no Cenário 1.

(36)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Vol. II – Relatório Síntese – Capítulo V Novembro 2015

Rev.04 16

Face à reduzida altura das áreas de deposição o impacte visual negativo mais significativo estará apenas associado ao período de modelação do aterro, pela desorganização funcional e visual que se fará sentir em cada um desses locais, mas que após a área reabilitada não terá praticamente impacte visual.

11.3.1.3 Balizagem

As ações de balizagem consistem na colocação de estacas e bóias flutuantes para sinalização dos canais e dos trajetos, tendo em vista uma navegação segura.

Essas ações serão executadas após a realização das dragagens e deposição dos materiais dragados, tendo uma duração de 6 meses (1 mês em cada canal) e correspondendo à implantação de 119 balizas, no Cenário 1 e 84 balizas, no Cenário 2. Tratam-se de ações com reduzida desorganização funcional da paisagem, executando-se no meio aquático com apoio de barco, pelo que se consideram como tendo impactes

negativos não significativos e temporários.

11.3.2 Barrinha de Mira

11.3.2.1 Desassoreamento e deposição dos materiais dragados

No desassoreamento da Barrinha de Mira a intervenção consiste na remoção da camada superficial de finos, mantendo integralmente todas as zonas de sapal, canavial e juncal. No Cenário 1, esta ação consiste na remoção de 0,30 m de espessura da camada de fundo da lagoa, em toda a sua área com exceção da margem nascente, onde se encontram as áreas de maior valor ambiental acima referidas. Envolve uma área de 33 285 m2 e um volume de 96 115 m3 de material dragado, o qual será depositado por meio da própria tubagem da draga num terreno florestal a sul da Barrinha, em cerca de 12 ha e de que resulta uma elevação da cota do terreno em cerca de 0,8 m.

Os sedimentos removidos serão repulsados hidraulicamente para essa zona próxima, sem formação de aterro, dada a natureza dos materiais removidos (em que 90% é agua e só 10% é material sedimentar) e as características da área selecionada (ampla área de terrenos arenosos que facilitam a infiltração da água).

Face à área total disponível (12 ha), ao volume de dragagem associado a cada um dos cenários (cerca de 90 000 m3) e sua composição água-sedimento e fazendo-se o seu espalhamento pelo terreno, de forma gradual à medida que vão sendo feitas as dragagens, haverá assim também uma drenagem gradual da água nos solos que é facilitado pelo seu caracter arenoso, minimizando riscos sobre o pinhal.

(37)

EIA Projeto de Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro e Barrinha de Mira

Novembro 2015 Vol. II – Relatório Síntese – Capitulo V

Rev.04

17 No Cenário 2 haverá uma intervenção mais localizada aos setores da lagoa, onde os fundos revelam maior quantidade de material fino, consistindo na remoção de uma camada com 0,5 m de espessura mas numa área mais reduzida (182 640 m2) e também com menor volume de material dragado (90 472 m2). A sua deposição far-se-á de igual forma ao Cenário 1 e com os mesmos efeitos, sendo a duração das ações também semelhantes.

De referir que a execução dos trabalhos na Barrinha de Mira, e qualquer que seja o cenário, se preconiza ser feita com 3 dragas DCSR e 2 dragas anfíbias e somente no período de Inverno, pois no Verão a sucção e repulsão dos materiais, que se executa com cerca de 90% de água associada, provocaria uma abaixamento do nível de água em cerca de 1,5 m, o que teria repercussões negativas para a própria imagem da lagoa e o seu uso lúdico.

Embora não sejam afetadas, nem nas dragagens nem na deposição de dragados, áreas com elevada qualidade e sensibilidade visual (Quadros V.1, V.2, V.5 e V.6 do ponto 1.2), face à elevada exposição visual que o plano de água tem para a envolvente e com áreas habitacionais (Praia de Mira) concentradas na parte Norte e Noroeste da lagoa, o impacte da execução das dragagens será negativo e significativo.

No caso da deposição dos dragados e face à mesma se fazer através da tubagem da draga para um espaço florestal, confinado e fechado, sem possibilidades de grande visualização por observadores (os que apenas circulam na estrada municipal intercetada pela tubagem e eventuais utilizadores do Parque de Campismo, localizado a norte do terreno), os impactes são negativos mas não significativos.

11.4 Fase de Exploração 11.4.1 Ria de Aveiro

Terminada a fase de construção, as intervenções ou já não existirão, caso das dragagens, ou o resultado indireto da sua realização, caso da deposição de sedimentos, corresponderá a uma situação cujo resultado se pode considerar positivo, na medida em que reconstitui ambientes sedimentares típicos das margens da Ria, e que estão sempre sujeitos a uma constante erosão e degradação e que são as faixas arenosas lagunares, as motas e diques existentes, as áreas interditais e de sapal e ainda a proteção que irão fazer a algumas áreas agrícolas, impedindo a sua inundação com as águas salinas da Ria.

As alturas das deposições, as suas diferentes funções e o perfil-tipo criado constam dos Quadro V. 4 e Quadro V. 5 apresentados no descritor Geologia deste capítulo e para onde se remete, corresponde a situações integradas na topografia e paisagem local. Este impacte é assim considerado positivo pois reforça a manutenção do carácter da paisagem da Ria e que dado que ocorrem em vários locais da Ria, onde se verifica uma degradação, assumem, por isso, um carácter significativo.

Referências

Documentos relacionados

dois gestores, pelo fato deles serem os mais indicados para avaliarem administrativamente a articulação entre o ensino médio e a educação profissional, bem como a estruturação

In this work, TiO2 nanoparticles were dispersed and stabilized in water using a novel type of dispersant based on tailor-made amphiphilic block copolymers of

Parallèlement à cette évolution qualitative et à la prolifération quantitative des systèmes d’éducation et de formation à distance (leur nombre étant estimé à présent

Médias seguidas da mesma letra minúscula, em cada agrupamento de colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey 5% de probabilidade.. Médias mm do teste de comprimento das

Dentre as principais conclusões tiradas deste trabalho, destacam-se: a seqüência de mobilidade obtida para os metais pesados estudados: Mn2+>Zn2+>Cd2+>Cu2+>Pb2+>Cr3+; apesar dos

Posteriormente, após a análise da intervenção estatal na ordem econômica e do contexto histórico em que essa participação do Estado na economia teve

Esta realidade exige uma abordagem baseada mais numa engenharia de segu- rança do que na regulamentação prescritiva existente para estes CUA [7], pelo que as medidas de segurança

As divisórias construídas com o sistema Shaftwall são a solução ideal para evitar a propagação do fogo através dos vãos de elevadores ou de escadas, proporcionando uma