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PODER JUDICIÁRIO. Relator: IRINEU PEDROTTI. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO 34ª CÂMARA

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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO – 34ª CÂMARA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO

23P

a

P SEÇÃO DE DIREITO PRIVADO – J. 22 de março de 2006, v.u.

Relator: IRINEU PEDROTTI.

APELAÇÃO COM REVISÃO NP

º

P 775.579-0/2 - São Paulo Apelante: ABN Amro Arrendamento Mercantil S. A. Apelada: Filomena Aparecida Damião

AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ARRENDAMENTO MERCANTIL (LEASING). PURGAÇÃO DA MORA. PROPOSTA DE PAGAMENTO FORMULADA PELA APELADA. ACOLHIMENTO PELO R. JUÍZO. NÃO-INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. PRECLUSÃO. O tema – possibilidade de purgação da mora – está acobertado pela preclusão. A questão foi resolvida de forma definitiva no julgamento do Agravo de Instrumento interposto pela Requerente (Apelante), ao qual foi negado provimento.

ELISÃO DO PEDIDO. SUFICIÊNCIA DOS VALORES DEPOSITADOS. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA PELA APELANTE. Se a Apelante não concordava com os valores que estavam sendo pagos, deveria ter trazido,

opportuno tempore, cálculo para confronto. Uma vez depositados os valores na

forma acolhida pelo r. Juízo, ausente a impugnação específica contra os critérios utilizados pela Apelada para apuração do saldo devedor, era de ser reconhecida purgada a mora.

Voto nP

º

P 8.399. Visto,

ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S. A. ingressou com Ação de Reintegração de Posse contra FILOMENA APARECIDA DAMIÃO, caracteres e qualificação das partes nos autos, objetivando a reintegração liminar e, depois, a (reintegração) definitiva na posse do bem arrendado, em face da inadimplência das prestações mensais.

Concedida a medida liminar, o veículo não foi localizado.

FILOMENA APARECIDA DAMIÃO ingressou espontaneamente nos autos requerendo:

“... a requerida ascenaTP

1

PT com a possibilidade de colocar o seu débito em dia

...”.

“... R E Q U E R que o presente feito seja remetido ao Sr. Dr. Contador, para efeito de atualização e correção do montante do débito, referente às prestações em atraso ...” (folha 42).

O r. Juízo despachou:

“... Manifeste-se a autora ...” (folha 45).

Em 11/5/2000 ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S. A. peticionou requerendo:

“... aditamento e desentranhamento do mandado para novas tentativa de reintegração e citação ...” (folha 54).

O r. Juízo despachou:

“... desentranhe-se e adite-se o mandado ...” (folha 55).

Em 30/6/2000 a Requerida peticionou:

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“... expressou a possibilidade de colocar o seu débito em dia ...”. “... até a presente data a Requerente não se manifestou ...”. “... se propõe a pagar o débito total da seguinte maneira:

R$ 3.000,00 (...) no ato da assinatura do Termo de Acordo e, o saldo restante em 08 (oito) parcelas mensais e iguais, vencendo-se a primeira em 30 (trinta) dias contados da data da assinatura do mencionado acordo e as demais no mesmo dia dos meses subseqüentes ...” (folha 64).

O r. Juízo despachou:

“... Diga a autora ...” (folha 64).

Em 2/8/2000 o Cartório certificou:

“... decorreu o prazo legal sem manifestação da autora ...” (folha 66).

O r. Juízo definiu:

“... Em face do silêncio da autora, determino fique retido o mandado enquanto a demandada emenda a mora pela maneira proposta a fls. 64/65, salvo objeção fundamentada.

O primeiro depósito haverá de ser feito de imediato ...” (folha 67).

A Requerida realizou os depósitos indicados, seguindo-se a manifestação da Requerente e realização de audiência, onde, infrutífera a conciliação, o r. Juízo consignou:

“... tenho que a questão relacionada à emenda da mora está preclusa. Em primeiro, porque a autora foi, por duas vezes, intimada a se manifestar sobre o pedido de purgação da mora formulado pela ré, sem opor objeção alguma. Em segundo, e no sentido de deferir o pedido, e também não sofreu recurso ou qualquer tipo de oportuna objeção. Assim, contanto que se completem os pagamentos propostos pela ré, o Juízo estará inclinado a dar por emendada a mora, assim extinguindo o processo. O último depósito, segundo ora declarado, se realizará até o dia 28 de abril p.f. Aguarde-se pois ...” (folha 108).

Contra essa decisão, em 16/4/2001, ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S. A. ingressou com Recurso de Agravo de Instrumento sob o nº 695.268-0/4, ao qual, por v. Acórdão, foi negado provimento (folhas 54/60 em apenso), seguindo-se a interposição de Recurso Especial “retido nos autos, nos termos do § 3º do artigo 542 do

Código de Processo Civil” (folhas 63/67 e 69 do apenso).

Houve a entrega da prestação jurisdicional:

“... dou por emendada a mora e, agora desnecessária a tutela reclamada, julgo extinto o processo sem apreciação do mérito, nos termos do art. 267, VI, terceira figura, do CPC ...” (folha 132).

ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S. A. recorreu. Persegue a reforma da decisão alegando, preliminarmente:

“... já houve manifestação de uma parte da matéria da qual recorre-se, por esse Egrégio Tribunal, mantém-se os fundamentos já esposados anteriormente no Agravo de Instrumento e, consequentemente, no recurso especial interposto, que deverá ser objeto de análise por parte do Colendo Superior Tribunal de Justiça, no momento oportuno ...” (folha 141).

No mérito aduziu que:

“... não poderia ser aceita a purgação da mora, nem tão pouco julgada extinta a presente ação aforada pela Apelante, dando-se como satisfeito o crédito

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da Apelada junto com aquela, pois GEROU NEGATIVA DE VIGÊNCIA DO ARTIGO 959 DO CÓDIGO CIVIL ...” (folha 143).

“... não há que se falar em preclusão ...” (folha 143).

“... Com o acatamento do pedido da recorrida, pois em xeque a segurança jurídica da relação jurídica contratual, coroando o enriquecimento ilícito da Apelada, pois nem nas custas e honorários advocatícios foi a mesma condenada, sem falar nos encargos contratuais que deixou de pagar ...” (folha 144).

“... A Recorrida deu origem ao processo pois foi constituída em mora pela Apelante com a notificação extrajudicial, emendou a mora sem poder, pagou aquilo que quis pagar, parcelou o valor no número de parcelas que acho por bem, não incluiu nos valores as custas e demais despesas processuais e ainda por cima não foi condenada em honorários ...”.

“... Na sentença por sua vez nada se fala em pagamento de custas e honorários ...” (folha 145).

FILOMENA APARECIDA DAMIÃO apresentou contra-razões defendendo o acerto da decisão, e requereu a condenação da Apelante “... nas custas processuais e

honorários advocatícios ...” (folha 157).

Relatado o processo, decide-se.

A Apelante insiste em discutir tema – inviabilidade da purgação da mora - acobertado pela preclusão.

A Ação de Reintegração de Posse, em princípio, não é própria para a discussão sobre o quantum debeatur, mas não há vedação legal para a purgação da mora.

No caso, contra o despacho que concedeu a oportunidade à Requerida para a purgação da mora, na forma por ela proposta, não houve interposição de recurso, tornando-se preclusa a matéria (folhas 67 e 108).

Quando a parte não pratica o ato, ou o realiza fora do tempo, de forma irregular ou incompleta, perde a faculdade de assim agirTP

2

PT.

Posteriormente, por Agravo de Instrumento, nº 695.268-0/4, ela (Apelante) pretendeu rediscutir a matéria. Por v. Acórdão foi negado provimento ao recurso:

“... Pretende a Agravante a indevida reabertura da instância para discussão sobre questões sacramentadas. Inviável, injustificada e inadvertida a postulação, porque quando a parte não pratica o ato ou o realiza fora do tempo, de forma irregular ou incompleta, perde a faculdade de assim agirP

3

P. É o que a doutrina

denomina de preclusão.

Tenha-se em mente que a ação trata de direito patrimonial disponível e, portanto, o procedimento não se espreme em túnica impeditiva de certa maleabilidade na busca de solução da pendenga, até porque o cumprimento da medida liminar não se revestia de condição de prosseguimento da Ação de Reintegração de Posse, pois mera antecipação dos efeitos da decisão de mérito ...” (folhas 58/59 do apenso).

“... O que interessa para o processo é que a Agravante foi regularmente intimada de todos os atos processuais, fato que resultou caracterizado e suficiente para que se tenha por observada a ampla defesa que a Constituição Federal resguarda aos litigantes.

2 - Código de Processo Civil, artigo 473. 3 - Código de Processo Civil, artigo 473.

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Se a falta de impugnação aos atos decisórios decorreu de inércia premeditada ou ausência de zelo no acompanhamento do processo, pouco importa, porque a disposição de direito material ou processual pode ser realizada por ação ou por omissão, como ocorreu no caso em apreço.

O r. Juízo verificará se os valores depositados são suficientes ou não para elidir o pedido, encaminhando o processo de acordo com a sua convicção. Ao Tribunal é vedado antecipar-se sobre a questão e suprimir um grau de jurisdição ...” (folha 60 do apenso).

Admitida a purgação da mora pelos valores indicados pela Apelada, sem oposição da Apelante, resta definir sobre ser suficiente os valores depositados, ou não, no total de R$ 6.908,98, equivalente ao valor dado à causa, para elidir o pedido.

A Apelante sustentou na Apelação que não foram pagos os encargos contratuais. Se não concordava com os valores que estavam sendo pagos, deveria ter trazido,

oportuno tempore, cálculo para confronto.

Uma vez depositados os valores na forma acolhida pelo r. Juízo, tratando-se de direito patrimonial disponível, e ausente impugnação específica contra os critérios utilizados pela Apelada para apuração do saldo devedor, era de ser reconhecida purgada a mora.

“Alienação fiduciária em garantia. Ação de busca e apreensão. Apuração de quantia devida pelo réu. Cálculo apresentado pelo contador judicial não infirmado. Ausência de impugnação específica pelo credor. Falta de interesse de agir superveniente. Reconhecimento. Sentença mantida. Apelação improvida.” TP

4

PT

Na condenação em honorários advocatícios sobrelevam dois princípios: o (princípio) da sucumbência, pelo qual a atuação da lei não deve representar uma diminuição patrimonial para a parte em cujo favor se efetiva; o (princípio) da causalidade, segundo o qual aquele que deu causa à propositura ou à instauração de ação judicial ou incidente processual deve responder pelas despesas daí decorrentes.

A Requerida (Apelada), pela inadimplência, deu causa à ação e deve arcar com as custas e com os honorários advocatícios.

Atendidas as alíneas "a", "b" e "c" do artigo 20, § 3º do Código de Processo Civil, ficam fixados em R$ 800,00, que remuneram condignamente o trabalho desenvolvido pelo Advogado da Apelante.

“Se o réu, ao purgar a mora, reconhece o direito anunciado pelo autor ou, noutras palavras, confessa o inadimplemento e o próprio débito, incide o princípio da causalidade a autorizar reembolso de custas e arbitramento da honorária.” TP

5

PT A Apelada pretende a reforma da sentença por meio da impugnação às razões de recurso. No sistema processual civil brasileiro, o recurso cabível contra a sentença proferida no processo de conhecimento, e que possibilita pedir-se ao Tribunal ad quem que corrija os errores in judicando e, também, os errores in procedendo, eventualmente existentes, é a apelaçãoTP

6

PT.

Deixando a Apelada de interpor o recurso cabível no prazo facultado pela lei, operou-se a preclusão, extinguindo-se o direito de recurso contra a sentençaTP

7

PT.

Em face ao exposto, dá-se parcial provimento ao recurso (para condenar a Requerida ao pagamento das verbas de sucumbência na forma ut supra).

4 - ext. 2ºTACivSP – Ap. c/ Rev. nº 680.978-0/8 – Rel. Juiz NESTOR DUARTE.

5 - ext. 2ºTACivSP - AI 576.833-00/9 - 9ª Câm. - Rel. Juiz FRANCISCO CASCONI - J. 2.6.99. 6 - Código de Processo Civil, Artigos 513 e 515.

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IRINEU PEDROTTI Desembargador Relator.

Referências

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