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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS ARAPIRACA ADMINISTRAÇÃO - BACHARELADO SAMARA DOS SANTOS DA SILVA

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Academic year: 2021

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ADMINISTRAÇÃO - BACHARELADO

SAMARA DOS SANTOS DA SILVA

EMPREENDEDORISMO MATERNO E A SUA RELAÇÃO COM A INTERNET: UM ESTUDO DE CASO DA REDE MATERNATIVA

ARAPIRACA 2020

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Empreendedorismo materno e a sua relação com a internet: um estudo de caso da Rede Maternativa

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado como requisito para a obtenção do Título de Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Campus de Arapiraca. Orientadora: Profa. Dr.ª Maria Amélia Jundurian Corá

Arapiraca 2020

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Universidade Federal de Alagoas – UFAL Biblioteca Campus Arapiraca - BCA Bibliotecário Responsável: Nestor Antonio Alves Junior

CRB - 4 / 1557

S586e Silva, Samara dos Santos da

Empreendedorismo materno e a sua relação com a internet: um estudo de caso da Rede Maternativa / Samara dos Santos da Silva. – Arapiraca, 2020.

53 f.

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC [Graduação] – Curso de Administração - Bacharelado, Universidade Federal de Alagoas – UFAL, Campus Arapiraca, Arapiraca, 2020.

Orientadora: Profa. Dr.ª Maria Amélia Jundurian Corá.

Bibliografia: p. 49-53.

1. Empreendedorismo materno. 2. Ativismo digital. 3. Rede Maternativa. I. Corá, Maria Amélia Jundurian. II. Título.

CDU 658

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Empreendedorismo materno e a sua relação com a internet: um estudo de caso da Rede Maternativa

Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado como requisito para a obtenção do Título de Graduada em Administração de Empresas pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL, Campus de Arapiraca.

Data de aprovação: 15/05/2020.

Banca Examinadora

Profa. Dr.ª Maria Amelia Jundurian Corá Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus de Arapiraca

(Orientadora)

Profa. Ma. Jamilla de Paula dos Santos Almeida Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus de Arapiraca

(Examinadora)

Profa. Dr.ª Ademária Aparecida de Souza Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus de Arapiraca

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Agradeço a Deus por tudo que me proporcionou ao longo da minha vida, por ser o meu alicerce. À Virgem Maria por me dar coragem em minha trajetória. Sem Eles eu não seria nada.

À minha família por sempre me apoiar e me ajudarem nos momentos mais difíceis, aos meus pais Maria Selma e Adalberto por estarem sempre presentes, aos meus irmãos, Cíntia, Simazio, Sinézia, Seliandro, Silvio, Samuel, Sinaildo e Wanderley, obrigada por me ajudarem a chegar aqui. Aos meus sobrinhos que amo tanto, em especial minha Juliana que sempre me incentivou, aos meus tios, cunhados, cunhadas, em especial Irlane, meus primos, e meus avós (em memória).

Agradeço aos meus amigos por todo apoio, em especial a Larissa Cecilia, Valquíria e Valdeane que foram as que mais me escutaram e me apoiaram neste tempo. A Sirlane e ao Alex que me ajudaram no inicio da minha vida acadêmica, sem eles eu não teria começado o curso. Aos meus amigos da Cris Modas por quem guardo um carinho especial. A todos os meus amigos imensa gratidão, estão guardados em um lugar especial.

Aos meus colegas de turma por fazerem parte da minha vida e contribuírem com os meus aprendizados. A Juliana Maria, a Carla, Jessiana e Larissa Oliveira por tornarem minhas tardes agradáveis.

À minha orientadora Profa. Dr.ª Maria Amélia Jundurian Corá, por ter acolhido a minha ideia e ajudado a desenvolvê-la, com muita paciência e apoio, muito obrigada.

Aos meus professores por ser inspiração, por ensinarem com amor e se dedicarem a esta profissão tão nobre.

Agradeço a todos que contribuíram com esta trajetória, a vocês todo amor do mundo!

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Não tenhais medo de Cristo! Ele não tira nada, Ele dá tudo.

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Ao longo do tempo as mulheres ocidentais lutam por direitos que lhe foram negados e/ou retirados, um desses direitos é o da maternidade e uma boa conciliação com a vida profissional. Muitas mulheres que são mães estão enveredando no mundo dos negócios, e encontrando nesse universo a chance de estarem mais próximas aos filhos, tendo a internet e as redes de empreendedorismo como grandes aliadas nesta causa. Este trabalho tem por objetivo analisar de que forma uma rede firmada por mulheres com identidade compartilhada a partir da maternidade impulsiona seus projetos empreendedores. Para isto utilizou-se da metodologia de pesquisa qualitativa, através da técnica do Estudo de Caso. A pesquisa foi realizada no período entre Julho de 2019 e Dezembro de 2019 foram observados os perfis da Rede Maternativa no Facebook, Instagram, YouTube, sites e podcasts. Observou-se a Rede de mães empreendedoras Maternativa, em suas plataformas na Internet, que foi selecionada por seu engajamento com o empreendedorismo materno, sendo uma das maiores do país a discutir e promover o tema. Foi possível observar como as mães se utilizam das redes sociais para a promoção de seus empreendimentos. A Rede Maternativa e a Internet impulsionam empreendedoras e compartilham seus conhecimentos, proporciona auxilio para as mães que voltam ao mercado de trabalho e auxiliam na conquista da independência financeira, além de promover o pensamento coletivo em favor da causa. A Rede também se utiliza de inúmeras plataformas virtuais e do ativismo digital para a promoção de seu trabalho e do trabalho das mães, conectando o empreendedorismo materno ao mundo digital.

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Over time, Western women fight for rights that have been denied and / or taken away, one of those rights is that of motherhood and a good balance with professional life. Many women who are mothers are embarking on the business world, and finding in this universe the chance to be closer to their children, with the internet and entrepreneurship networks as great allies in this cause. This work aims to analyze how a network established by women with a shared identity from maternity drives their entrepreneurial projects. For this, we used the qualitative research methodology, through the Case Study technique. The survey was carried out in the period between July 2019 and December 2019, the profiles of the Maternity Network were observed on Facebook, Instagram, YouTube, websites and podcasts. The Maternal Entrepreneurial Mothers Network was observed on its Internet platforms, which was selected for its engagement with maternal entrepreneurship, being one of the largest in the country to discuss and promote the theme. It was possible to observe how mothers use social networks to promote their ventures. The Maternal Network and the Internet encourage entrepreneurs and share their knowledge, provide assistance to mothers who return to the labor market and help in achieving financial independence, in addition to promoting collective thinking in favor of the cause. The Network also uses numerous virtual platforms and digital activism to promote its work and the work of mothers, connecting maternal entrepreneurship to the digital world. Keywords: Maternal entrepreneurship. Digital activism. Maternal Network.

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Figura 1- Grupo Maternativa no Facebook ... 32

Figura 2- Página Maternativa no Facebook ... 33

Figura 3- Site Maternativa ... 34

Figura 4- Site Compre das Mães ... 36

Figura 5- Podcast Maternativa ... 37

Figura 6- Perfil Maternativa no Instagram ... 38

Figura 7- Perfil compre das Mães no Instagram ... 39

Figura 8- Post materna-Julho ... 40

Figura 9- Post materna-Agosto ... 41

Figura 10- Post materna-Setembro ... 42

Figura 11- Post materna-Outubro ... 43

Figura 12- Post materna-Novembro ... 44

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Quadro 1- Perfil da empreendedora brasileira ... 24 Quadro 2- Regras para fazer parte da Vitrine online ... 35 Quadro 3- O que não pode ser comercializado ... 35

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1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 OBJETIVOS ... 13 1.1.1 Objetivo Geral ... 13 1.1.2 Objetivos Específicos ... 13 1.2 JUSTIFICATIVA ... 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 15

2.1 MULHER, SOCIEDADE E TRABALHO... 15

2.2 MATERNIDADE E CORPORATIVISMO ... 19 2.3 MULHER E EMPREENDEDORISMO ... 21 2.4 EMPREENDEDORISMO MATERNO ... 23 2.5 ATIVISMO DIGITAL ... 25 3 METODOLOGIA ... 28 4 REDE MATERNATIVA ... 30 4.1 MATERNATIVA NA INTERNET ... 31

4.2 QUEM SÃO AS MATERNAS? ... 39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 47

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1 INTRODUÇÃO

Ao longo do tempo as mulheres ocidentais lutam por direitos que lhe foram negados e/ou retirados, direito à educação, ao trabalho, direito à igualdade de gêneros, direito à liberdade, direito ao voto, direito a proteção contra violência doméstica, etc. Muitos destes direitos já foram conquistados em algumas nações, e nas sociedades em que eles ainda não existem, as lutas são constantes para que possam vigorar. Muitos episódios de lutas políticas femininas ocorreram ao longo da história da humanidade em busca desses direitos.

Dois episódios ocorridos em Nova York foram marcantes para as conquistas dos direitos femininos, a greve do dia 08 de março 1857 onde operárias têxteis pararam as atividades e foram intensamente reprimidas pela polícia, e a greve de 25 de março 1911 que acabou com a morte de 146 pessoas dentre elas mais de 100 mulheres, devido a um incêndio na fábrica. Estes acontecimentos corroboraram para instituir o mês de março como o mês da mulher e especialmente o dia 08 de março como o Dia Internacional da Mulher (CUNHA, 2013). Esse dia é lembrado por todas as pessoas ao redor do mundo como um dia de luta por direitos, e muitos ainda são os direitos buscados por elas, como equiparação salarial, direito a liberdade e segurança, a igualdade de gênero, partos livres de violência, etc.

Um dos direitos buscados pelas mulheres atualmente é o da maternidade sem culpas, e uma boa conciliação da vida profissional com a vida pessoal. Elas buscam alternativas para participarem ativamente da criação dos filhos sem abrir mão da carreira, muitas vezes sendo multitarefas, mulher, amiga, esposa, dona de casa, profissional assalariada, mãe e ainda estar sempre bonita, uma exigência da sociedade patriarcal ocidental.

Há quem delegue algumas dessas funções a terceiros, como o cuidado da casa e o cuidado dos filhos para babás, creches, etc., por exemplo. Mas têm quem deseje conciliar todas as tarefas sem essa delegação de afazeres, por diversos motivos, participar da criação e educação dos filhos e não confiar a outrem esse cuidado, por serem muitas vezes pessoas que não fazem parte do núcleo familiar, já os parentes próximos tem seus próprios afazeres e as creches deixam as crianças confinadas.

Além do que, as mães querem fazer parte da vida e dos avanços das crianças, como as primeiras palavras e os primeiros passos, o desenvolvimento da

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personalidade, por exemplo, tudo isso implica no desejo de participar ativamente de todas essas fases do filho, desde o lactante, a fase escolar até a adolescência.

A Maternidade faz parte da vida das mulheres que sonham em ter filhos e constituir família, tudo isso sem deixar de lado o trabalho ou a sua carreira profissional. Trabalho e maternidade é uma realidade que já faz parte da vida de muitas mulheres ao redor do mundo, mas é possível conciliá-los? Pelo Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a mulher brasileira contribui com 40,9% para a renda familiar, no Nordeste esse número sobe para 46,8%, uma porcentagem bastante expressiva, em muitos casos a mulher é a única a contribuir na renda.

E mesmo sendo a maioria no mercado de trabalho, elas possuem salários mais baixos que os homens, mesmo muitas vezes tendo maior escolaridade. O IBGE através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (2018) concluiu que

Das 40,2 milhões de trabalhadoras, 24,3% haviam completado o ensino superior, enquanto entre os homens ocupados a proporção era de 14,6%. Apesar disso, em média, as mulheres que trabalham recebem rendimentos 24,4% menores que os dos homens.

O preconceito enraizado na cabeça de muitos empregadores contribui para esses índices alarmantes e sem sentido, como se o gênero de uma pessoa pudesse definir por completo suas capacidades profissionais, até exercendo o mesmo cargo, em várias situações os salários entre homens e mulheres são divergentes, eles possuem valores mais elevados em relação ao mesmo trabalho que elas. Todavia, com a Reforma Trabalhista de 2017, a equiparação salarial agora é somente na mesma empresa, em um raio restrito, não abrangendo filiais, sucursais etc.

Além disso, na maior parte dos casos elas não ocupam todo o seu tempo apenas com trabalho fora do lar, têm também o trabalho doméstico e os filhos, enquanto os homens ocupam o tempo apenas com o trabalho fora do lar. Apesar de o discurso machista afirmar que as mulheres conseguem fazer várias tarefas ao mesmo tempo, enquanto os homens são monotarefas, sabe-se que todas as pessoas possuem a mesma capacidade.

A psicóloga Ivoneide Negromonte de Vasconcelos (2012) concluiu que “homens e mulheres possuem a mesma inteligência, com a mesma capacidade e potencial, tendo ainda a média dos quocientes de inteligência (QI) iguais”. As

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pessoas precisam ser vistas como indivíduos, o gênero não deve ser levado em consideração para certas ocasiões.

Segundo dados do IBGE (2018) a ocupação por tempo parcial é maior entre as mulheres brasileiras com 28,2% enquanto os homens apresentaram 14,1% de tempo de ocupação semanal, que pode se relacionar com a taxa de 73% de trabalhadoras que dedicam mais seu tempo aos afazeres domésticos e cuidados com as pessoas. Elas trabalham fora de casa e em casa passam a maior parte do seu tempo livre cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos, isto explicaria a taxa elevada de ocupação em comparação com os homens.

Todavia, para teoricamente aliviar a sobrecarga e diminuir a culpa, as mulheres vêm optando por uma maneira de trabalhar e ao mesmo tempo estarem junto com seus familiares, mas também para alcançarem a sua independência financeira. Essa conciliação família X trabalho, periodicamente não é uma questão central para os homens.

Apesar de serem tantas as dificuldades as mulheres ainda buscam a ocupação fora do lar, para obterem liberdade financeira e/ou para a busca de realização. Elas veem no empreendedorismo materno uma forma concreta e muitas vezes a única saída de viverem a maternidade da melhor maneira e ainda fortalecerem-se no mundo corporativista. Trabalhar perto dos filhos e gerenciar seu próprio negócio têm levado mães a empreender cada vez mais nos últimos anos (EXAME, 2019).

Para Gomes (2019) pode ser denominado empreendedorismo materno alguém que se decide pela maternidade e a tem como objetivo essencial para a sua realização pessoal, e ainda tem várias possibilidades de desenvolvimento profissional, aprendendo sobre os negócios com os filhos.

Muitas mulheres-mães estão enveredando no mundo dos negócios, e encontrando nesse universo a chance de estarem mais próximas aos filhos, e a internet se tornou uma grande aliada nessa causa, principalmente as redes sociais com as redes formadas por mulheres que partilham objetivos em comum, como principal conector. A internet que ganha notório papel para a humanidade e faz parte da vida de todas as pessoas seja de forma direta ou indireta, também tem papel importante na vida das mulheres-mães e seus negócios. Elas têm como aliado o netativismo, ciberativismo ou ativismo digital que é uma forma de ativismo pela

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internet caracterizada pela defesa de causas, reivindicações e mobilizações (ARAÚJO, 2015).

O ativismo nas redes tem auxiliado essas mulheres a alcançarem muitos de seus objetivos profissionais, quando seus trabalhos são divulgados em redes como as Maternativa, a Rede Mulher Empreendedora e muitas outras que tem por pauta esse tipo de ativismo, ligando mulheres com os mesmos objetivos. Por isso elas têm o ciberativismo como aliado, que para Rebouças (2013), o “ciberativismo” significa ativismo cibernético, uma nova modalidade de iniciativa de protesto e oposição de ideias realizadas nos meios eletrônicos de comunicação, mais notadamente, a Internet.

As mulheres buscam desde sempre alcançarem seus direitos sejam eles profissionais ou pessoais, viram no empreendedorismo uma maneira de realização pessoal e profissional, começaram a utilizar a internet para que os seus objetivos sejam compartilhados para assim outras mulheres que também tenham os mesmos anseios e dificuldades possam ser ajudadas, pois esse é o principal objetivo de uma rede, compartilhar. O conhecimento, as conquistas, as dificuldades e a ajuda mútua, a rede pratica de fato a sororidade. A seguinte pesquisa busca responder as questões seguintes:

De que forma a formação de redes impulsiona projetos empreendedores entre mulheres mães?

Como a utilização da internet contribui para o empreendedorismo materno?

1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral

Analisar de que forma uma rede firmada por mulheres com identidade compartilhada a partir da maternidade impulsiona seus projetos empreendedores.

1.1.2 Objetivos Específicos

● Verificar como a maternidade e o trabalho são vistos pelas mulheres da rede. ● Demonstrar os impactos do empreendedorismo materno na vida das

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● Apresentar a utilização das redes sociais e da internet no ciberativismo para a conexão com o mundo empreendedor.

1.2 JUSTIFICATIVA

Para Queiroz (2017), os movimentos sociais e os ativistas viram na Internet e especialmente nas mídias sociais, um meio oportuno para disseminar a comunicação efetiva na defesa de uma causa. Sendo assim, os ativistas passaram a utilizar a internet e esse mundo digital como seu principal meio de comunicação.

Rodrigues, Melo e Lopes (2016), observam que o empreendedorismo vem tendo as mulheres como destaque, elas vêm apresentando índices superiores aos dos homens e, em muitas vezes as habilidades específicas do gênero feminino são importantes para a consolidação das empresas perante o mercado. Porém ainda há conflito entre a vida pessoal e os afazeres da nova empresa, ocasionando mães culpadas e preocupadas, mas principalmente com apoio familiar, elas estão aprendendo a lidar com esse conflito (ALPERSTEDT; FERREIRA; SERAFIM, 2014). Este estudo tem como justificativa a necessidade de perceber como o empreendedorismo materno tendo o ciberativismo como aliado e como a relação entre trabalho e maternidade é afetada pela rede Maternativa, como isso pode transformar a vida de uma mulher.

O tema também é carente de literatura no meio acadêmico, o empreendedorismo feminino com destaque ao empreendedorismo materno, apesar de pouco abordado é de grande relevância para a Administração.

Para a pesquisadora, sendo ela mulher, empreendedora, trabalhadora e tendo o desejo de ser mãe, querer viver sem culpas dedicando-se mais e melhor a maternidade sem abrir mão dos objetivos profissionais.

Como diz a Maternativa (2019) “as mães movem o mundo”. As mães empreendedoras movimentam a economia, elas estão inseridas na sociedade, modificando-a de diversas formas, mostrando principalmente uma nova vertente no empreendedorismo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

A construção teórica visa auxiliar no entendimento de pautas sobre a mulher-mãe e o trabalho, enfatizando sua representatividade na sociedade e suas conquistas, daí a importância de se compreender como a mulher lida com relação a trabalho e à maternidade, como os novos mercados, por exemplo, os de economia colaborativa e o teletrabalho estão tratando as mulheres e especialmente as mulheres mães. Como o ativismo digital potencializa o processo emancipatório das mulheres-mães, empreendedoras, donas de casa, empresárias, professoras, assalariadas, etc.

2.1 MULHER, SOCIEDADE E TRABALHO

Para Arruda (1996), as mulheres têm condições econômicas e sociais moldadas e transformadas de acordo com os usos e costumes da sociedade na qual está inserida. Em casos, por exemplo, onde a mulher passa a integrar o mundo corporativo, ou seja, inserida no mercado de trabalho, compete ao poder público fazer com que as necessidades e as condições das mulheres sejam ajustadas ao direito do trabalho. Isto é, para a carreira profissional, para a política ou para a vida social, a mulher precisaria ser reconhecida e ter seus direitos de igualdade de gênero assegurados.

Desde a idade medieval a mulher era tratada como a boa mãe, que vivia em prol dos filhos e do marido, fazias todos os sacrifícios para mantê-los bem e isso tornou-se regra, para ser uma “boa” mulher ela deveria seguir esses padrões

Na Idade Média, entre o começo do século V e meados do século XV, o exercício da maternidade servil é impulsionado pela religião, por meio da representação de Eva e Maria. A primeira, responsabilizada por toda a origem do mal da humanidade em forma de serpente, e, por isso, predestinada a sofrer as dores do parto e a constante submissão ao marido, como forma de punição e de controle. Maria, ao contrário, representa a proposta de uma nova mulher-mãe, feminina e sem pecado, de inteira sujeição voluntária ao marido, devido ao amor incondicional e não mais escravizante. Assim, a imagem da mulher-mãe transforma-se em mito do amor incondicional aos filhos, como instinto materno, justificando-se pelo ato biológico de parir. Sob esta ótica, a mulher abandona seu eu anterior e passa a desempenhar plenamente o papel de boa mãe, com sacrifícios voluntários em nome dos filhos, total abnegação e auto anulação, em prol

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da harmonia familiar, leiam-se, filhos e marido (CANENÉA; ROCHA; TARGINO, 2018, p. 26).

A sociedade vem por vários séculos moldando a mulher, em sua maternidade, em seus relacionamentos, seus comportamentos sociais, e porventura isto também acontece quando o assunto é trabalho, em muitos casos a mulher dedica o seu dia a realização do mesmo.

Para Lacerda (2016) a Revolução Industrial e as Guerras Mundiais tiveram impacto para a entrada das mulheres no mercado de trabalho. A partir da industrialização com a busca do lucro passou-se a contratar mão-de-obra independente do gênero ou da idade. Já durante a guerra enquanto os homens lutavam por seus países as mulheres ocupavam os cargos que antes eram majoritariamente masculinos.

Porém o trabalho delas era totalmente desvalorizado, com cargas horarias desumanas e salários muito baixos, chegavam há trabalhar 16 horas por dia, com salários inferiores aos homens que trabalhavam nas mesmas condições (LACERDA, 2016).

Para assegurar a igualdade e acabar com a discriminação, em 1948 surgia através da ONU a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seus artigos garantem a igualdade de direitos entre as pessoas em especial o Art. 23 retrata os direitos de gênero com relação a trabalho.

1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.

2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.

3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.

4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses (ONU, 1948).

Souza, Lopes e Hilal (2017), afirmam que o tempo dedicado durante o dia a ele não é somente aquele ofertado a realização das tarefas na organização. Sendo assim, devem-se considerar, tempo de deslocamento, todos os gastos de ida e volta do trabalho e, ainda às vezes em que se trabalha fora da empresa. Então o

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envolvimento temporal das mulheres com o trabalho, em sua maioria durante a semana é de quase todas as horas em que estão acordadas.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, (2018), a ocupação por tempo parcial é maior entre as mulheres, 28,2% enquanto que os homens representaram 14,1%, que pode se relacionar com a taxa de 73% de trabalhadoras que dedicam mais seu tempo aos afazeres domésticos e cuidados com as pessoas, além do trabalho corporativo.

A Organização Internacional do Trabalho - OIT vem desde sua criação massificando esforços para que a relação trabalho x mulher, seja a melhor possível. Até 1950 a OIT preocupava-se apenas com estratégias para a proteção da saúde das trabalhadoras, com foco principalmente na maternidade. Todavia, desde 1951 a estratégia não passou a ser apenas a maternidade, mas também as questões de igualdade e tratamento no emprego e no seu desenvolvimento profissional.

A promoção da igualdade de oportunidades e tratamento para trabalhadores e trabalhadoras com responsabilidades familiares é um aspecto central da discussão mais ampla sobre a promoção da igualdade entre homens e mulheres (OIT, p.2, 2011).

Os mecanismos patriarcais de homem como único provedor e mulher como a dona de casa não correspondem mais com a realidade da integração da mulher ao mercado de trabalho. Essa tensão trabalho e família têm impactos para as mulheres, para as pessoas que necessitam de cuidados (como idosos e crianças), para a economia e também para que o mercado de trabalho funcione bem (OIT, 2011).

A legislação trabalhista brasileira assegura as mulheres do país condições para trabalharem sem discriminação, tendo todos os direitos assegurados. Em seu Art. 373-A inciso III, para oportunizar o acesso da trabalhadora ao emprego é impedido ao empregador “considerar o sexo, a idade, a cor ou situação familiar como variável determinante para fins de remuneração, formação profissional e oportunidades de ascensão profissional”.

A Consolidação das Leis do Trabalho tem o Capítulo III dedicado à proteção do trabalho delas, onde contempla leis referentes também à proteção da maternidade, como afirma no seu Art. 391 que “não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez”.

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Barbosa (2013) afirma que aos poucos as empresas estão mudando, estão se esforçando para valorizar as diversidades, e estão cooperando para que as mulheres com qualificação cresçam e alcancem cargos de comando, se sintam realizadas nas organizações. Com as mudanças nas normas e nos valores que subjugam os indivíduos começa a haver progresso e desenvolvimento da pluralidade nas organizações.

De acordo com Steil (1997) há um conceito chamado teto de vidro que descreve uma barreira sutil e transparente, mas que teria força suficiente para impedir que mulheres possam ocupar cargos hierarquicamente mais altos em uma empresa. Essa barreira impediria que as mulheres, em função de seu gênero, não ocupassem tais cargos.

A estrutura organizacional é, então, parcialmente determinada pelos valores dos que possuem poder para influenciá-la. A existência de consenso extensivo sobre os valores dos que regem a organização pode reforçar o status quo e a resistência à mudança. A realidade organizacional atual, representada pela contínua exclusão de mulheres dos postos de comando e visibilidade, pode ser reflexo dos valores dos grupos masculinos, que consideram não ser aquele o lugar próprio para o grupo psicológico formado pelo gênero feminino (STEIL, 1997, p. 68)

Então, a Organização Internacional do Trabalho (2011) com a finalidade de assegurar a igualdade de oportunidades e tratamento para as mulheres, afirma que deve haver transformações na sociedade em especial no comportamento exercido entre homens e mulheres. É necessário que haja a noção de corresponsabilidade social, a sociedade, o Estado, as pessoas e a economia envolvidos em agendas públicas e ações governamentais para o equilíbrio do trabalho, família e vida pessoal.

É possível notar que desde o princípio as mulheres são moldadas por usos e costumes societais, e que precisam de reconhecimento e direitos de igualdade. Elas passam a maior parte do seu dia em função do trabalho, algumas empresas estão começando a valorizar o esforço feminino e valorizando o trabalho e a pluralidade, porém ainda existem casos onde existem barreiras sociais impedindo a mulher de alcançar seus objetivos. E a maternidade pode ser vista como uma barreira social de crescimento.

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2.2 MATERNIDADE E CORPORATIVISMO

Para Almeida e Mota-Santos (2018), o meio empresarial é implacável com a mulher que se tornou mãe, quase não existem empresas capazes de fornecerem equilíbrio entre a carreira e a maternidade, seja pelo motivo de que a maioria das empresas seja gerida por homens ou pelo pensamento patriarcal enraizado em alguns indivíduos. Para as que optam por uma ou por outra, convivem sempre com o questionamento de ter feito escolhas diferentes ou escolhido uma carreira mais simples.

Segundo Carvalho Neto, Tanure e Andrade (2010), a mulher precisa administrar sozinha a carreira executiva, as tarefas domésticas, participar ativamente da educação dos filhos e conviver com eles, na pesquisa dos autores foram apontados os seguintes dados: a porcentagem de mulheres sem filhos (40,5%) no auge de sua carreira é bem maior do que a de homens que não tem filhos (19,3%). Assim, muitas mulheres estão adiando a maternidade, deixando para ter filhos a partir dos 30 anos, com a carreira estabelecida. É quando acontece à pressão do relógio biológico e muitas executivas veem uma data limite para a maternidade.

Rodrigues, Melo e Lopes (2016) afirmam que é notório o quanto as mulheres buscam regularmente ampliar sua qualificação educacional e profissional para diminuírem a desigualdade entre os gêneros, no que corresponde a ocupação de altos cargos hierárquicos na estrutura organizacional e a renda mensal.

Por ser muitas vezes mais atenciosa com as pessoas e com seu meio, para as mulheres a relação com clientes, com o público interno se daria de uma forma melhor, mais branda. O homem por sua vez é mais sistemático e a mulher aponta questões a qual o homem não preveria. (SALVAGNI; CANABARRO, 2015)

Salvagni e Canabarro (2015) ainda atentam para a chamada masculinização da mulher, quando esta chega a alta cúpula da empresa, pois muitas perdem a essência feminina que fizeram a diferença, e levam ao equilíbrio. Quando a mulher passa a ter características masculinas não existe mais o equilíbrio, elas passam a adquirir comportamentos masculinos para serem respeitadas e reconhecidas no meio corporativo, majoritariamente masculino e patriarcal.

Várias executivas perdem grandes oportunidades de trabalho, pois em muitas são necessárias viagens ou mudanças para outra localidade, por preferirem não abrir mão do convívio com os filhos e com a família, enquanto que para os

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homens isso dificilmente se torna um problema, essas demandas de alta gestão prejudicam principalmente a carreira das mulheres mães, por carregarem consigo esse sentimento de culpa atrelado ao sistema patriarcal (CARVALHO NETO; TANURE; ANDRADE, 2010).

Bruschini, Lombardi, Mercado e Ricoldi (2011) apud Carvalho (2016, p.35) apontam como a maternidade tem grande interferência no trabalho feminino

Os filhos pequenos continuam sendo um dos fatores que mais dificulta a ocupação feminina no mercado de trabalho. Ressaltaram que, em 2009, a taxa de mães em atividades remuneradas com filhos com idade inferior a dois anos chegava a 57% enquanto que mulheres com filhos com mais idade era superior a 70%, sendo a mais alta taxa, de 74%, a das mães de crianças com idade de 7 a 14 anos, faixa etária na qual, supostamente, estariam sendo ajudadas pela escola no cuidado com os filhos.

Nos nossos dias é possível notar que as mulheres optaram por reduzir o número de filhos ou adiar a maternidade até completarem a carreira profissional, assumindo uma posição mais produtiva na mesma. Para as mulheres com famílias, as atividades domésticas continuavam fazendo parte de sua rotina, as responsabilidades mantiveram-se com elas, passaram a ter dupla jornada - de uma forma menos expressiva observou-se uma participação masculina nas atividades domésticas. Em contrapartida, as mulheres com um maior poder aquisitivo buscam a terceirização dos serviços domésticos, mas sempre os mantendo sob sua supervisão e responsabilidade. (CARVALHO, 2016)

Em pesquisa, Souza, Lopes e Hilal (2017), puderam observar que as entrevistadas de faixa etária mediana notaram que as suas prioridades iam se modificando com o tempo e com o grau de importância atribuído, às atividades trabalhistas passaram a ter menos importância, houve relatos em que a entrevistada ao perceber o sofrimento dos filhos ocasionado por sua ausência fez com que ela observasse melhor as suas prioridades.

Muitas mulheres perceberam que o trabalho e o crescimento profissional não as preenchiam completamente, assim percebendo o valor dado às esferas realmente significativas e definindo o espaço que o trabalho ocuparia em suas vidas, de modo que as coisas que denotavam uma maior importância pessoas não fossem deixadas de lado.

Os filhos contribuem para que as mulheres possam delimitar o tempo e o papel do trabalho. Algumas mulheres se organizam e planejam sua vida profissional

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para a vinda dos filhos, para assim ter e manter um equilíbrio entre a vida pessoal (filhos) e a vida profissional (trabalho), existe mulheres que optam até pela demissão para passarem mais tempo ao lado dos filhos e aproveitar a maternidade antes de voltar à vida profissional (SOUZA; LOPES; HILAL, 2017).

A relação entre a maternidade e o mundo corporativo do trabalho é uma questão que com o passar do tempo passou a ter mais notoriedade e começaram a haver discursões sobre a temática, as mulheres passaram a observar os seus direitos, a priorizar e planejar melhor suas escolhas e fazer com que suas pautas fossem ouvidas pelas corporações. Ainda há muita coisa para ser modificada e/ou acrescentada, todavia a mulher busca a melhor forma de viver sua maternidade nem que para isso passe a ser sua própria chefe.

2.3 MULHER E EMPREENDEDORISMO

A maior pesquisa sobre empreendedorismo do Brasil, realizada em 2017 pela Global Entrepreneurship Monitor – GEM apontou a taxa de empreendedorismo foi de 36,4%, isso quer dizer que há quase 50 milhões de brasileiros que empreendem ou efetivaram alguma atividade que visava a criação de um empreendimento. A cada 100 brasileiros na idade adulta, 36 exerce alguma atividade empreendedora no Brasil. O empreendedorismo é muito relevante para o desenvolvimento da economia brasileira, os empreendedores que estão na fase inicial, contratam mais de 8 milhões de pessoas, esse número chega a quase 11 milhões para os já estabelecidos no mercado (GEM, 2017).

Já para as mulheres que querem ou precisam empreender é possível identificar que alguns medos estão sempre presentes, como ressalta Camargo, Lourenço e Ferreira (2018), dentre esses medos estão a inadimplência, os impostos, possível aumento da inflação, a redução ou a não procura pelo serviço ou produto devido ao desemprego dos clientes e por fim o aumento dos custos para a sobrevivência do negócio. Tudo isso acrescido do peso em manter e ser a responsável por uma organização, pelo emprego de outras pessoas e ainda a solidão das tomadas de decisão.

Conforme Salvagni e Canabarro (2015), a audácia feminina tenta cessar um padrão machista de liderança, mostrando que a mulher também pode liderar e mudar os conceitos socialmente estabelecidos.

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Segundo Alperstedt, Ferreira e Serafim (2014), ao longo do tempo as mulheres vêm conquistando um espaço crescente no empreendedorismo. Porém, é perceptível em alguns casos que as mulheres procuram esconder suas características femininas com medo de represálias por acharem que não possuam capacidade de gerir o negócio. O total de mulheres empreendedoras no país chega a 35%, ou seja, um total de 23,9 milhões (GEM, 2017).

A carreira feminina de liderança começa sempre solitária, masculinizada e repleta de preconceitos sociais, ao ponto de serem consideradas ainda fora do comum existirem grandes líderes do sexo feminino,

elas têm trilhado uma carreira um pouco pioneira e até solitária, da sua forma, por ser uma geração que vivencia a liderança quando ela ainda é praticamente uma novidade para a realidade feminina, ou seja, ser líder e mulher ainda é pauta para notícias de capa de revistas e matérias de telejornais, efetivamente tido como fato raro. De todo modo, acredita-se que a sociedade e as organizações têm muito a ganhar no sentido de rever certas suposições masculinizadas, não só pelo ganho estratégico de contar com profissionais competentes, mas também por se valer de uma gestão mais humana, associada à participação e ao engajamento das pessoas. (SALVAGNI; CANABARRO, 2015, p.108)

O SEBRAE criou o Prêmio SEBRAE Mulher de Negócios (PSMN), no ano de 2004, com o objetivo de valorizar a trajetória das empreendedoras brasileiras. O prêmio possibilita o reconhecimento em âmbito estadual e nacional dessas mulheres e, ainda possibilita que elas sejam o exemplo de inúmeras outras mulheres cujo sonho é ser uma empreendedora de sucesso e transformem os seus sonhos em realidade.

Em sua maioria as novas empreendedoras iniciam seus negócios em sua própria residência, como afirma Alperstedt, Ferreira e Serafim (2014) as empresas se iniciam de maneira informal, na casa das empreendedoras ou de seus parentes e amigos, que também são seus primeiros clientes. Os familiares são os primeiros funcionários juntamente com os sócios. E os recursos materiais são provenientes de empréstimos ou de algum familiar.

Para Rodrigues, Melo e Lopes (2016), é importante salientar que o tema empreendedorismo está em destaque, devido a sua importância tanto para a organização quanto para o indivíduo. Contudo, para as autoras, o empreendedorismo apresenta um significado diferente a depender do gênero, afirmam que para os homens ele auxilia na emancipação financeira e também no poder de compra de bens materiais, já para as mulheres é possível observar muito

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mais que uma independência financeira, para elas seria a desassociação da aparência fragilizada, sensível, domesticada, previsível e limitada, seria na verdade a libertação de um personagem imposto a ela pelo patriarcado ocidental.

Em sua pesquisa a Global Entrepreneurship Monitor (2017, p.17) ouviu especialistas em empreendedorismos que analisaram os fatores limitantes para a abertura de um negócio, foi observado que:

Para abrir e manter um novo negócio, indicam, na sua maioria (86,7%) que fatores relacionados a políticas governamentais e programas necessitam de mais iniciativas para a melhoria do ambiente para abrir e manter novos negócios no Brasil. São apontados, por exemplo, aspectos que poderiam ser melhorados, em áreas como a tributária e da desburocratização. Vale salientar ainda, que os especialistas também apontam esse fator, “políticas governamentais e programas” como responsável por importantes melhorias no ambiente para se empreender no Brasil, com destaque ao que foi construído e vêm sendo executado em torno do “MEI– Microempreendedor Individual”.

Ainda na mesma pesquisa, constatou-se que o faturamento anual do brasileiro revela em sua maioria corresponde a um empreendedorismo de subsistência, pois metade do público analisado fatura aproximadamente R$1.000,00 por mês ou até R$12.000,00 no ano, faturamento tanto dos negócios iniciais, quanto dos já estabelecidos (GEM, 2017).

Como se pôde observar apesar dos medos, da muitas vezes solitária carreira, as mulheres buscam através do empreendedorismo não só sua liberdade financeira, mas também uma aceitação pessoal de poder e libertação. Para as mulheres mães o empreendedorismo transforma-se em uma maneira de estarem mais presentes na vida dos filhos, e apesarem de serem milhões de empreendedores que fazem crescer a escala da economia ainda assim existem barreiras principalmente oriundas de vários impostos que muitas vezes impedem o maior crescimento dessa categoria.

2.4 EMPREENDEDORISMO MATERNO

Não é possível falar de mulher e empreendedorismo sem falar do empreendedorismo materno e como salienta Dourado (2016, p.20)

O empreendedorismo materno tem se destacado pela união das mães que trabalham de forma conjunta, em rede, para ter mais projeção do negócio, além de fortalecer o objetivo comum de aliar o vínculo afetivo na educação

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dos filhos concomitante ao trabalho em casa. Não mais naquele antigo estereótipo de “dona de casa” ou “do lar”, daquelas mulheres mais antigas que viviam exclusivamente para o labor doméstico, tão pouco no modelo em voga da dupla jornada de trabalho fora e dentro do lar. Mas, de forma recriada, como profissionais remuneradas que exercem seu labor na própria residência.

O termo “Empreendedorismo Materno” já vem a algum tempo se popularizando na Internet, especialmente nas redes sociais, é o que podemos chamar de um braço do empreendedorismo feminino, mas tendo a mulher-mãe como a principal interessada no processo empreendedor. De acordo com pesquisa realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME, 2019), o seu principal motivo para a mulher empreender é a flexibilidade de horário e o tempo dedicado à família.

Quadro 1 - Perfil da empreendedora brasileira

IDADE MÉDIA 39 ANOS

GRAU DE INSTRUÇÃO ENSINO SUPERIOR COMPLETO 80%

ESTADO CIVIL CASADAS 59%

TEM FILHOS MÃES 53%

Fonte: Instituto Rede Mulher Empreendedora (2018).

De acordo com a pesquisa realizada pela IRME (2018), 53% das mulheres que empreendem são mães, o empreendedorismo foi à alternativa encontrada por muitas mulheres-mães para obterem um tempo maior na vida e educação dos filhos. Já na pesquisa de 2016 o IRME constatou que na maioria dos casos é quando vêm os filhos que surge a opção por abrir o próprio negócio, 75% das mulheres decidem empreender após a maternidade.

As pessoas costumam enfrentar o problema de conciliação do trabalho com a família, todavia esse dilema é mais observado entre as mulheres casadas e/ou com filhos. Para Dourado (2016), para enfrentarem esse conflito trabalho-família, a saída de mulheres tem sido empreender, assim através dessa carreira poder equilibrar seu papel na família e no trabalho. Pois é através da autonomia e dos horários flexíveis que trazem um negócio próprio, que na percepção feminina são características que conduzem ao equilíbrio trabalho-família.

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Dentre os diversos tipos de empreendedoras, as que fazem parte das microempreendedoras individuais (MEIs) são as que possuem filhos menores, trabalhavam para terceiros antes de abrir o próprio negócio. Elas em sua maioria empreendem para alcançarem sucesso financeiro e também ter mais tempo para a dedicação a família o que explicaria o maior tempo trabalhando mesmo em home officie, por volta de 9h por dia (IRME, 2017).

Segundo Dourado (2016), o conflito trabalho-família poderia diminuir caso homens e mulheres pudessem dividir igualitariamente os trabalhos domésticos. É possível observar que o tema redes, principalmente na área da Administração, contribui positivamente para a criação e andamento de novos negócios. Há evidências de que empreendedoras que se associam em redes são na maioria das vezes beneficiadas.

O empreendedorismo feminino e/ou materno apesar de serem temas pouco abordados no meio acadêmico são relevantes para a Administração. Todavia as mulheres que optam por empreender sejam para crescimento financeiro ou para terem mais tempo com a família aderiram em grande parte a segurança das redes, pois elas dão apoio e segurança a essas mulheres/mães. E as mulheres unidas estão utilizando principalmente os meios sociais para divulgarem o seu trabalho e através das redes sociais ajudarem milhares de outras mulheres.

2.5 ATIVISMO DIGITAL

O ativismo digital é parte integrante da mobilização, marcado pela cibercultura, e com perspectivas de crescimento, na medida em que há um aumento na democratização do acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação-TIC’s (DA FONSECA; SILVA; TEIXEIRA FILHO, 2016).

Para Rodrigues, Melo e Lopes (2016) o crescimento tecnológico deste século, vem suscitando mudanças significativas, isto pode ser visto na estrutura econômica como conhecemos, na cultura e na sociedade. A rapidez com que a tecnologia está se desenvolvendo e incorporando estas mudanças, podem ser vistas nas transformações comportamentais do tradicionalismo, como o ambiente organizacional e ambiente acadêmico.

Silva e Paiva (2013), afirmam que as redes sociais são capazes de colaborar com as causas sociais e conscientizar a sociedade de forma rápida e ampla, assim

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aumentando a reivindicação dos direitos do cidadão. A internet e especialmente as redes sociais se fizeram importantes para o ativismo social, chamado nas redes de ativismo digital ou ciberativismo. Seja no plano social, político ou mercadológico, as inteligências coletivas conectadas levam os indivíduos a assumirem os seus papéis no exercício da cidadania (SILVA; PAIVA, 2013).

O fenômeno das redes sociais vem a algum tempo fazendo parte da vida das pessoas ao redor do mundo. Nos anos 2000 houve o surgimento das redes sociais que concentram o maior número de usuários no mundo até hoje, o Facebook e o Twitter, criados em 2004 e 2006 respectivamente (QUEIROZ, 2017). Segundo o portal G1, o Facebook conta com uma faixa de 2,3 bilhões de usuários mensais em todo o mundo (dados de 2019) e o Twitter conta com a média de 330 milhões de usuários mensais (LUCHESI, 2019). Há também outras redes sociais, como o Instagram, por exemplo, que conta com 1 bilhão de usuários, segundo Cristina Tardáguila (2019), as quais também são bastante utilizadas para o ativismo digital.

Segundo Cananéa, Rocha e Targino (2018), há debates e posicionamentos públicos cujo têm o objetivo de alimentar o ativismo de mulheres com filhos. A imagem da mulher-mãe é trabalhada no ativismo digital e discussões importantíssimas vêm sendo provocadas no espaço virtual, dentre elas a conjunção maternidade x trabalho, o conceito de maternidade, o núcleo familiar, etc. Portanto o ativismo deve ser feito através de pautas que prezam por conteúdos válidos e valiosos, utilizando linguagem adequada para cada meio com a competência em informação.

As redes sociais e a internet tomaram proporções gigantescas e fazem parte da realidade de muitas pessoas no mundo inteiro como já previa Barthes (2004) apud Santos (2017, p.109)

escritas múltiplas, saídas de várias culturas e que entram umas com as outras em diálogo, em paródia, em contestação; mas há um lugar em que essa multiplicidade se reúne, e esse lugar não é o autor, como se tem dito até aqui, é o leitor: o leitor é o espaço exato em que se inscrevem, sem que nenhuma se perca, todas as citações de que uma escrita é feita; a unidade de um texto não está na sua origem, mas no seu destino, mas esse destino já não pode ser pessoal: o leitor é um homem sem história, sem biografia, sem psicologia; é apenas esse alguém que tem reunidos num mesmo campo todos os traços que constituem o escrito

As TICs trouxeram um revigoramento para o cidadão e o seu papel social no ambiente público. Todavia é necessária maior democratização, visto que nem toda a

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sociedade está representada nas mídias sociais, a maioria dos cidadãos utilizam as redes sem qualquer envolvimento em políticas públicas, afirmam Da Fonseca, Silva e Teixeira Filho (2016).

É importante observar que mesmo uma menor porcentagem que a utiliza as redes para fins sociais são capazes de fazer uma grande revolução.

Segundo Silva e Paiva (2013), há um padrão político e sócio-comunicacional, observado nas comunicações em rede, nas mídias, etc. Por exemplo as manifestações que se utilizaram do ciberespaço, como a Primavera Árabe, a qual dispôs principalmente do Facebook, Twitter e até Orkut na época.

No Brasil, ocorreram as chamadas Jornadas de Junho em 2013, onde ativistas tomaram as ruas com protestos que começaram a princípio contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, porém foi ganhando novas pautas ao longo de sua trajetória. Esses protestos foram marcados pelo uso das redes sociais, que serviam para marcar as manifestações, recrutar ativistas e mostrar em tempo real o que ocorria nas ruas, o ciberativismo. (QUEIROZ, 2017)

Segundo Da Fonseca, Silva e Teixeira Filho (2016), na rede social criou-se um ambiente onde todos podem ter voz, onde o poder é descentralizado, portanto elas se tornaram uma arma poderosíssima para o convencimento das pessoas e até conduzindo-as ao ambiente off-line onde ocorrem as verdadeiras mudanças. O percentual das redes sociais mais utilizadas no ciberativismo são: em primeiro lugar o Facebook com 91,4% do total, em segundo lugar o Twitter com 4,3%, o Colab 2,9%, e o Whatsapp com 1,4% de utilização dos ciberativistas.

É preciso, assim, reconhecer os ganhos para a mulher de hoje, a figura da mulher-mãe surge desconstruída e empoderada em portais, sites, blogs, páginas eletrônicas, algumas das quais identificadas como “feministas e provocadoras” (CANANEA; ROCHA; TARGINO, 2010).

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3 METODOLOGIA

Pode-se definir método como caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento(GIL, 2008).

Para o melhor desenvolver da seguinte pesquisa, foi adotado o método qualitativo, tendo em vista a busca de um estudo mais amplo.

A pesquisa qualitativa costuma ser conduzida ao decorrer de seu desdobramento, geralmente não emprega ferramentas estatísticas para análise dos dados, tem amplo interesse e uma óptica diferenciada em relação aos métodos utilizados pelas pesquisas quantitativas (NEVES, 1996). As pesquisas qualitativas buscam interpretar os fenômenos estudados através da óptica dos participantes, busca investigar aspectos e dados que não podem ser quantificados.

Então, para que os objetivos deste trabalho fossem alcançados, foi utilizada uma abordagem qualitativa, diante disso optou-se pela utilização do método de Estudo de Caso.

Para Lakatos e Marconi (2011), o estudo de caso refere-se ao levantamento com mais profundidade de determinado caso de grupo humano sob todos os seus aspectos. Sendo assim, a pesquisa qualitativa com a metodologia voltada para o estudo de caso foi a melhor maneira encontrada para o estudo.

O estudo de caso tornou-se uma das principais modalidades de pesquisa qualitativa em ciências sociais (Goldenberg, 2004). Este método foi escolhido para que se pudesse ter uma visão holística da rede de mães e através das observações melhor compreender seus objetivos. Como afirma Goldenberg (2004), não é possível formular regras precisas sobre as técnicas utilizadas em um estudo de caso porque cada entrevista ou observação é única: depende do tema, do pesquisador e de seus pesquisados. Para isso escolheu-se a Maternativa.

A Rede Maternativa foi selecionada por seu engajamento com o empreendedorismo materno, sendo uma das maiores do país a discutir e promover o tema. Além de apresentar o histórico de vida das integrantes e como elas auxiliam umas as outras, na busca de informações, na compra e venda de produtos e serviços, com o escambo e etc., como em uma rede.

A Maternativa surgiu de um projeto de mães que queriam transformar o ambiente em que viviam, transformar o Brasil através da troca de experiências em

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um grupo, e esse grupo agora movimenta a economia e ajuda a fortalecer o empreendedorismo entre as mulheres, especialmente as mulheres-mães.

Para a coleta dos dados, a principio houve uma observação das plataformas digitais, depois houve a escolha e coleta de depoimentos das maternas no grupo do Facebook, em cada mês, os depoimentos colhidos buscam identificar as novas integrantes do grupo, suas características e o que buscam na Rede.

No período entre Julho de 2019 e Dezembro de 2019 foram observados os perfis da Rede Maternativa nas redes sociais, Facebook e Instagram, seu engajamento em sites e em outras plataformas, como podcasts no Spotify, por exemplo. O estudo ocorreu por meio de analise documental das plataformas na internet e de observações diretas da Rede na web, em especial ao grupo fechado do Facebook e neste ocorreu à coleta de depoimentos das maternas.

A análise teórica foi obtida através de revistas, livros e sites especializados, de onde foram retiradas as informações sociais e embasamentos teóricos para a pesquisa.

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4 REDE MATERNATIVA

A Maternativa é uma rede de apoio e inteligência coletiva, criada em 2015 pelas mães ativistas Ana Laura Castro e Camila Conti, com a intenção de estimular o desenvolvimento do empreendedorismo materno. Este empreendedorismo foi uma maneira encontrada por muitas mães como forma de se manterem economicamente ativas, com uma maior flexibilidade de horários, em contraponto ao mercado de trabalho tradicional.

A Rede se tornou a primeira startup1 brasileira especialmente voltada ao empreendedorismo materno e já no primeiro mês contavam com 600 mulheres no grupo. É considerada uma empresa social, é autossustentável e tem seu capital reinvestido na própria empresa, tendo como principal objetivo ofertar soluções sociais e gerar impacto (BRIZOLARA, 2017).

Além do empreendedorismo passou a discutir soluções baseadas no depoimento de milhares de mulheres-mães, suas dificuldades, relação com o trabalho, conquistas, etc. compartilhados no grupo todos os dias.

Ela conta com 23 mil membros em 2019, alinhadas com os mesmos propósitos e se destaca também como um espaço para troca de conteúdos sobre negócios e o mercado de trabalho. A rede dissemina seu trabalho através de projetos como formações para mães, feiras, consultorias para empresas e também através de projetos personalizados.

Desde que foi criada, a Maternativa já possuía esse ar inovador e com o tempo as fundadoras foram criando maneiras de interligar as informações de forma colaborativa entre as mães empreendedoras, começaram a surgir à ideia de encontros entre as mulheres e esse encontro foi denominado “Cafeína”.

Em sua pesquisa Dourado (2016), constatou que essas mulheres não dispunham de recursos para que o evento acontecesse, mas colocavam em prática através de ajuda e da vontade de outras pessoas, e pelas redes de contatos conseguiam locais e palestrantes para os encontros. A Maternativa conseguiu notoriedade através da Internet especialmente por sua criação ter vindo através do das redes sociais.

1

Startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza (SEBRAE, 2020).

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4.1 MATERNATIVA NA INTERNET

A Rede começou a existir por uma ideia em comum de mulheres que viviam realidades parecidas e decidiram criar através do Facebook um grupo para compartilhar essas experiências e esse grupo logo cresceu e a Maternativa enveredou pela internet, foi também através do site que ganhou notoriedade fora das paredes do grupo fechado, chegando a ser pauta de reportagens de televisão, sites e jornais como o Catraca Livre, El País, Estadão, Globo News, SBT e R7. E com a chegada e o “boom” do Instagram e suas hashtags a rede cresce e leva as mães a crescerem junto. Os canais que a Maternativa utiliza na Internet.

Facebook

Foi através do grupo fechado do Facebook através das discussões lá fomentadas que surgiram as primeiras trocas de produtos e serviços maternos, mães começaram a intercambiar seus serviços e produtos movimentando uma economia interna com alto consumo entre as mesmas.

Atualmente uma das regras do grupo do Facebook é não utilizar o espaço para fazer escambo, compra ou venda de produtos e serviços. As moderadoras pedem que as maternas utilizem via Instagram às hashtags #compredasmaes e #maternativa, marquem e sigam o @maternativa em suas redes socias pessoais, onde as marcações e hashtags serão repostadas e os produtos/serviços serão facilmente encontrados. O grupo fechado do Facebook possui mais de 24 mil membros, para poder ser integrante é necessário ser mãe ou estar grávida, compartilhar das mesmas diretrizes das fundadoras que expressam seu viés feminista. Além de existirem regras para o bom convívio em grupo:

1. Não é permitida a compra, venda e escambo de produtos e serviços; 2. Posts de indicação de maternas e cursos são bem vindos;

3. Não é permitido post pedindo serviços domésticos;

4. Posts de apresentação, desabafo e off topics em geral serão analisados;

5. Up de postagem deve ser evitado; 6. Somos feministas;

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8. Segurança: a Maternativa não se responsabiliza por dados pessoais que forem veiculados em posts ou comentários;

9. Responsabilidade: a Maternativa não se responsabiliza por transações realizadas entre as membras;

10. Princípios Maternativa: você é responsável pelo que posta.

Essas são as condições para fazer parte do grupo fechado da Maternativa na maior rede social do mundo. Na figura 1 podemos ver a página inicial do grupo Maternativa no Facebook.

Figura 1 - Grupo maternativa no facebook

Fonte: MATERNATIVA (2020). Facebook: groups/maternativabr. Disponível em: https://www.facebook.com/groups/maternativabr. Acesso em: 02 mar. 2020. (Print).

Todavia se as pessoas que não aderem a essas regras e quiserem saber mais sobre a Rede podem, ainda no Facebook, acompanhar a Maternativa através da sua Fanpage @maternativa, que conta com quase 18 mil seguidores e tem seu viés voltado para a divulgação dos trabalhos da Rede, como Feiras, Podcasts, depoimentos de especialistas e apoiadores da Rede. O internauta conhece um pouco sobre a Rede nesta página, e fica por dentro das causas da Maternativa. Abaixo na figura 2 podemos observar o inicio da página Maternativa no Facebook.

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Figura 2 - Página Maternativa no Facebook

Fonte: MATERNATIVA (2020). Facebook: maternativabr. Disponível em: https://www.facebook.com/maternativabr. Acesso em: 02 mar. 2020. (Print).

Sites Site Maternativa

Para atraírem mais visibilidade além do grupo no Facebook, em 2015 as fundadoras tomaram a decisão de criar um site para a divulgação de empresas das mães, para conseguirem apoiadores aumentando o horizonte de oportunidades.

O retorno da visibilidade começou logo no mês seguinte, em outubro. O site possibilitou falar mais amplamente do empreendedorismo materno, saindo dos muros do grupo fechado do Facebook para que as pessoas não envolvidas nesse processo tomassem ciência do assunto e percebessem que as mães não ficam apenas nos trabalhos manuais, como o artesanato. Era preciso dar publicidade ao mercado que há focos diversos da atuação materna. (DOURADO, 2016, p.83).

Por meio do site maternativa.com.br, como podemos observar na figura 3, pode-se conhecer a rede, saber as principais noticias compartilhadas pelas mídias, acompanhar a agenda, aprender mais, formações, consultorias e projetos, entrar em contato, ser uma empresa apoiadora, pode-se também conhecer os prêmios ganhos como os Facebook Community Leadership Program – 2018 e o Prêmio Brasil Criativo – 2016.

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Figura 3 - Site Maternativa

Fonte: MATERNATIVA (2020). Disponível em: https://maternativa.com.br/. Acesso em: 02 mar. 2020. (Print).

Site Compre das mães

As mães empreendedoras passaram a ter um site só para a compra e venda, o Compre das Mães. Este portal tem por objetivo gerar vendas paras as mães, o site funciona como uma vitrine virtual de produtos e serviços.

A plataforma é voltada para mulheres-mães com idade acima de 18 anos e que compartilhem das mesmas diretrizes da Rede. O site compredasmaes.com.br, proporciona além da vitrine online uma intermediação muito vantajosa tanto entre as próprias mães quanto para as pessoas que acessam a plataforma.

A Maternativa não ganha nenhum percentual sobre as vendas das assinantes, a Rede ganha quando a materna faz a assinatura de sua vitrine, as assinaturas podem ser trimestrais, semestrais ou anuais e pode criar sua vitrine a vontade.

O contato pessoal entre vendedor e comprador, assim como a entrega do produto/serviço é feito exclusivamente pelo vendedor.

Para que tudo flua perfeitamente existem algumas regras que precisam ser seguidas para as mulheres participarem do portal. Ver o quadro 2:

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Quadro 2 - Regras para fazer parte da Vitrine online I II III IV V VI VII VIII IX X XI Que é mães!

A originalidade de sua marca e que a mesma não viola direitos de terceiros;

Que todas as fotos, produtos e serviços são de sua criação e autoria e/ou que possui todos os direitos, licenças e autorizações para uso e divulgação dos mesmos; A conformidade legal e regulatória de todos os produtos e serviços oferecidos na Vitrine Online;

Que será integral e exclusivamente responsável pelas ofertas, produtos e serviços, sua disponibilidade, qualidade e entrega;

Zelar pelas práticas leais de mercado, assegurando a livre concorrência entre as Vitrines Online participantes ;

Que não anunciará produtos proibidos pela legislação aplicável.

Que cumprirá a legislação brasileira em vigor, incluindo, mas não se limitando a: (i) Lei 8.078/1990 - Código de Defesa do Consumidor; (ii) Lei 12.965/2014 - Marco Civil da Internet e (iii) Decreto 7.692/2013 – Comércio Eletrônico, (iv) legislação e

obrigações tributárias em vigor.

Que reparará eventuais vícios e/ou defeitos dos produtos por ele anunciados; Retirar da Vitrine Online, imediatamente, a divulgação e venda de Produtos cuja disponibilização e comercialização esteja impossibilitada por qualquer motivo; Que os produtos serão entregues em perfeito estado e embalados de forma adequada.

Fonte: Compre das mães (2019).

Existem alguns produtos e serviços que não podem ser comercializados no site, por ferirem as diretrizes dos usuários e da Rede. Acompanhe no quadro 3:

Quadro 3 - Produtos e serviços que não devem ser comercializados no site dos usuários e da Rede

I

II

III

IV

Produtos que infrinjam o direito de marcas registradas [e.g. personagens, clubes de futebol, artistas, etc.];

Peças usadas; Cigarros e charutos; Medicação e remédios Suplementos alimentares

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V VI

VII

de idosos.

Itens de revenda de grandes marcas de venda direta tais como Revenda de cosméticos, produtos de beleza e higiene, suplementos vitamínicos, dietas entre outros.

Fonte: Compre das mães (2019).

Além do que já citado, não é permitido, obviamente, a venda de produtos ilegais, entorpecentes e armas. É importante citar que a propriedade intelectual dos usuários e da Maternativa devem ser preservados e só utilizados com autorização prévia. A vendedora pode encerrar as atividades e sua Vitrine a qualquer momento e sem nenhuma penalidade, mas deve honrar com as vendas já realizadas. Do mesmo modo a Maternativa pode encerrar a qualquer tempo e sem motivo os benefícios da Vitrine Online, sem qualquer indenização as sócias/vendedoras.

A plataforma #Compredasmães ainda é bastante jovem e engatinha na internet, ainda tem poucas vendedoras cadastradas, mas tende a crescer muito como as outras plataformas da Rede. Na figura 4 observa-se o arranjo da plataforma Compre das Mães.

Figura 4 - Site Compre das mães

Fonte: COMPRE DAS MÃES (2020). Disponível em: https://compredasmaes.com.br/. Acesso em: 02 fev. 2020. (Print).

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Podcast

Poscast é uma espécie de rádio virtual direcionada para assuntos

específicos, que pode ser ouvido em aplicativos de streaming via internet. A Maternativa tem o podcast Mãe Preta: Empreendedorismo e táticas cotidianas para o bem viver, que pode ser ouvido no Spotify, como pode ser visto na figura 5, no Soundcloud e em outras plataformas digitais. O podcast é composto por histórias de mulheres negras que fazem da maternagem um espaço contínuo de educação, preservação da memória e valores ancestrais, luta atuação politica e de novas relações de trabalho (MATERNATIVA, 2019).

Figura 5 - Podcast Maternativa

Fonte: SPOTIFY (2020). Spotify: maternativa. Disponível em:

https://open.spotify.com/show/3mNtMSornYk08vOnRySaPS. Acesso em: 09 fev. 2020. (Print).

YouTube

O canal da Maternativa na plataforma conta com quase 500 inscritos e não tem grande relevância para a Rede quanto às outras redes. A maioria dos vídeos compartilhados tem menos de cinco minutos, com conteúdo para informações rápidas, chamadas Pílulas.

Instagram

O Instagram é uma rede social que vem crescendo muito no Brasil e a Maternativa está indo na linha do sucesso, saindo dos muros fechados do grupo do Facebook, e compartilhando os projetos das maternas nesta rede social através das

hashtags. Por meio da função hashtag é possível encontrar o empreendimento da

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No perfil da Maternativa é possível também encontrar depoimentos de maternas e seu relacionamento com o trabalho e com os filhos, os projetos da rede, etc. A rede social passou a ser o principal canal de divulgação da Rede de mulheres, pois o acesso a informação é imediato e isso contribui para o crescimento da Maternativa dentro e fora da Internet.

O Instagram possibilita esse acesso imediato das informações ao publico em geral que quer saber sobre esse universo ou que caiu de paraquedas no assunto. A Maternativa está presente no instagram com dois perfis o @maternativa (figura 6) e o @compredasmaes (figura 7) voltado para as mães-empreendedoras.

O perfil @maternativa conta com 32,5 mil seguidores, essas pessoas são impactadas diariamente com o conteúdo gerado pelas moderadoras. E o compartilhamento das hashtags vem sendo impulsionado cada vez mais pelas redes sociais. Por exemplo, a #compredasmaes conta com mais de 12.700 publicações já a #maternativa conta com 128.900 publicações no Instagram e essa nova ferramenta de busca vem crescendo rapidamente.

As redes sociais são o carro-chefe da Maternativa e o Instagram em especial vem ganhando espaço, pois o seu crescimento e visibilidade são ótimos para as empreendedoras, é de fácil acesso e quase toda a população brasileira está nesta rede. Mas as outras também cumprem muito bem o papel para que foram designadas, seja em um podcast ou em um post no Instagram a Internet lança os projetos maternos.

Figura 6 - Perfil da Maternativa no Instagram

Fonte: INSTAGRAM (2020). Instagram: maternativa. Disponível em: https://www.instagram.com/maternativa/. Acesso em: 09 fev. 2020. (Print).

Referências

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