• Nenhum resultado encontrado

Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS Requerente: LUIZ CARLOS DE SOUZA Requerido: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE - TJAC

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS Requerente: LUIZ CARLOS DE SOUZA Requerido: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE - TJAC"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

CERTIFICO que o PLENÁRIO , ao apreciar o processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: " O Conselho, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Plenário Virtual, 23 de fevereiro de 2016." Votaram os Excelentíssimos Senhores Conselheiros Ricardo Lewandowski, Nancy Andrighi, Lelio Bentes Corrêa, Carlos Levenhagen, Daldice Santana, Gustavo Tadeu Alkmim, Bruno Ronchetti, Fernando Mattos, Carlos Eduardo Dias, Arnaldo Hossepian, Norberto Campelo, Luiz Cláudio Allemand, Emmanoel Campelo e Fabiano Silveira. Ausente, em razão da vacância do cargo, o representante do Ministério Público da União. Brasília, 23 de fevereiro de 2016.

MARIANA SILVA CAMPOS DUTRA Secretária Processual

Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0003068-60.2015.2.00.0000 Requerente: LUIZ CARLOS DE SOUZA

Requerido: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE - TJAC

EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO EM PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR INSTAURADO CONTRA TABELIÃO. JUDICIALIZAÇÃO PRÉVIA DA MATÉRIA. MANDADO DE SEGURANÇA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE CONCOMITANTE DA MATÉRIA NO ÂMBITO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

1. A judicialização prévia da matéria impossibilita a análise da mesma questão pelo Conselho Nacional de Justiça. Precedentes do CNJ e do STF . 2. Recurso administrativo conhecido e não provido.

ACÓRDÃO

O Conselho, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Plenário Virtual, 23 de fevereiro de 2016. Votaram os Excelentíssimos Senhores Conselheiros Ricardo Lewandowski, Nancy Andrighi, Lelio Bentes Corrêa, Carlos Levenhagen, Daldice Santana, Gustavo Tadeu Alkmim, Bruno Ronchetti, Fernando Mattos, Carlos Eduardo Dias, Arnaldo Hossepian, Norberto Campelo, Luiz Cláudio Allemand, Emmanoel Campelo e Fabiano Silveira. Ausente, em razão da vacância do cargo, o representante do Ministério Público da União.

RELATÓRIO

Vistos.

Trata-se de Recurso Administrativo interposto por LUIZ CARLOS DE SOUZA , contra decisão monocrática terminativa que determinou o arquivamento do presente procedimento nos termos artigo 25, inciso X, do Regimento Interno deste Conselho, cujo relatório, por bem retratar o objeto da controvérsia, reproduzo in verbis :

"Trata-se de Pedido de Providências proposto por Luiz Carlos de Souza em face do Tribunal de Justiça do Estado do Acre, por meio do qual se insurge contra atos cometidos pela Corregedora Geral de Justiça daquele Estado.

Alega o requerente ser titular do 3º Tabelionato de Notas e 3º Registro Civil de Pessoas Naturais de Rio Branco e que em 28 de outubro de 2014. Com fundamento no Art. 807 do Provimento n° 02/2013 da CGJ, que dispõe sobre o Código de Normas das Serventias Extrajudiciais do Estado do Acre, requereu ao Tribunal de Justiça seu afastamento da serventia extrajudicial para cursar Mestrado e Doutorado em Ciências Jurídicas na Universidade Autônoma de Lisboa, por um período de (2) dois anos.

O pedido foi autuado, gerando o processo administrativo n 0101947-11.2014.8.01.0000, e a Presidência do Tribunal, em decisão monocrática deferiu o requerimento realizado.

Relata que durante o período de afastamento, já no ano de 2015, foi convocado pela Corregedora do Tribunal para tomar ciência de que a mesma havia instaurado Processo Administrativo contra sua pessoa, afastando-o da delegação e nomeando interventor para administrar a referida serventia.

Informa que a Corregedoria de Justiça, em abril de 2015, período posterior ao do deferimento de seu afastamento, revogou os Artigos 18 e 807 do Provimento 02/2013 da CGJ, por meio do Provimento 15 de Abril de 2015, artigos estes que garantiam aos delegatários de serventias o direito de se afastarem de suas serventias extrajudiciais para cursar mestrado/doutorado no país ou no exterior.

Como tal medida foi adotada sem prévia intimação aos delegatários que se encontravam afastados sob esta condição, o requerente entende que o ato é ilegal por violar os princípios constitucionais do Ato Jurídico Perfeito, do Direito Adquirido e da Segurança Jurídica.

Acrescenta em seu relato, que a Corregedoria de Justiça instaurou Procedimento Administrativo Disciplinar contra o requerente com subsídios em fatos que ocorreram durante o seu afastamento, razão pela qual entende como desarrazoado.

(2)

Em razão dos fatos mencionados, o requerente pede, liminarmente,(i) a suspenção da Portaria 41/2015, que dispõe sobre a instauração de processo administrativo disciplinar contra o Reclamado e da Portaria 42/2015, que decidiu sobre a intervenção no 3º Tabelionato de Notas e 3º Registro Civil de Pessoas Naturais de Rio Branco; e (ii) a avocação do processo administrativo disciplinar número 0000272.24.2015.8.01.8001 que foi instaurado pela Portaria n°41/2015 expedida pela Corregedora de Justiça em face do requerente. Quanto ao mérito, requer a anulação das Portarias 41/2015 e 42/2015 expedidas pela Corregedoria Geral de Justiça do Estado do Acre e que seja reaberto processo administrativo disciplinar para averiguar as irregularidades de serventias extrajudiciais do Estado do Acre, apontadas pelo Dr. Marcelo Badaró Duarte, Juiz Corregedor Permanente da Comarca de Rio Branco, nos autos do processo 0501161-64.2012.8.01.0001.

Solicitadas informações ao Tribunal de Justiça, a Presidência encaminhou o OF.GAPRE N.657 no qual relata que:

- A expedição das Portarias n° 41/2015, que instaura o Processo Administrativo Disciplinar, e n.º 42/2015, que suspende preventivamente o titular da serventia, foi provocada por denúncias dos próprios prepostos do 3° Tabelionato de Notas e 3 Ofício de registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Rio Branco-AC;

- A inspeção realizada pela Corregedoria de Justiça na referida serventia constatou diversas irregularidades, como greve dos prepostos, inadequação das instalações prediais, irregularidades em relação às obrigações trabalhistas, despreparo técnico da equipe, etc; motivos estes que justificaram a instauração do Processo Administrativo e suspensão preventiva do titular da serventia;

- O requerente responde por diversas irregularidades constatadas em sua serventia, os quais não tem ligação com o fato de seu afastamento para realização de mestrado/doutorado, nem com a revogação da norma que permitia tal licenciamento;

- O requerente interpôs Mandado de Segurança de n° 10008917820158010000, impetrado em 12.06.2015, que teve como pedido a anulação da Portaria COGER n° 42/2015;

- Não houve perseguição e assédio moral por parte da Corregedoria Geral do Tribunal contra o requerente uma vez que todos os fatos relatados dão conta de período anterior à posse da atual Corregedora de Justiça;

- O fato do interventor do cartório não ter bacharelado em direito não desabona a sua nomeação, uma vez que o mesmo possui experiência na atuação como tabelião interino do 2° Tabelionato de Notas e 2° Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais da Comarca de Rio Branco; - Houve irregularidade da Portaria de deferiu o afastamento do requerente. Relata o Tribunal que o ato deveria ser acompanhado da anuência da Corregedoria de Justiça e publicado, fatos estes que não se fizeram observar à época do deferimento;

- As portarias COGER n° 41 e 42/2015 são regulares, obedecem a normatização existente e se deram em decorrência da apuração de diversas irregularidades existentes na serventia extrajudicial;

- Não há prejuízo financeiro ao requerente, uma vez a Lei n° 8.935/1994 determina a destinação de metade da renda líquida da serventia ao delegatário, durante o período da intervenção e o deposito da outra metade, em conta judicial remunerada para repasse ao titular da serventia, caso seja absolvido do Processo Administrativo Disciplinar.

O Tribunal de Justiça requereu, por fim, que: (i) se altere o registro e a autuação do procedimento para PCA; (ii) seja determinada ao requerente a apresentação de endereço/domicílio no qual possa ser encontrado, sob pena de indeferimento da inicial, por desatendimento ao art. 92 do RICNJ e (iii) seja julgado prejudicado o pedido, em razão da judicialização da matéria, que se encontra pendente de julgamento perante o TJAC. É o relatório".

Em suas razões recursais, o recorrente reitera os argumentos elencados na inicial e defende que a judicialização prévia da matéria não representa óbice para a realização de controle administrativo por parte do CNJ. Pleiteia, ao final, a reforma da decisão monocrática com a determinação de prosseguimento do presente feito, bem como seja determinada a avocação do processo administrativo disciplinar 00002722420158018001, conforme inciso IV do art. 4º do Regimento interno deste Conselho.

Intimado, o Tribunal de Justiça do Estado do Acre alega, em contrarrazões, que o recurso administrativo repete ipsis litteris a fundamentação e o pedido constantes no Mandado de Segurança por ele impetrado previamente à propositura deste Pedido de Providência. Salienta que o pedido liminar no mandamus foi indeferido e que o CNJ não detém de competência para analisar questões previamente judicializadas. Requer, ao final, o desprovimento do recurso.

É o relatório.

Brasília, 25 de novembro de 2015.

VOTO

Nos termos do artigo 115 do Regimento Interno deste Conselho, conheço do recurso interposto, porque cabível e tempestivo.

A decisão recorrida, que adotou precedentes deste Conselho em casos análogos, merece ser confirmada pelos próprios fundamentos nela deduzidos, conforme segue:

Decido.

Preliminarmente, observo que as informações constantes nos autos dão conta de que a matéria sobre a qual se insurge o requerente foi previamente judicializada, por meio do Mandado de Segurança já mencionada no relatório que teve registro sob o número 10008917820158010000 em junho de 2015.

Diante desse cenário, conquanto inarredável a competência do Conselho Nacional de Justiça para o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, nos termos do parágrafo 4º do artigo 103-B da Constituição Federal, é certo que, por razão de segurança jurídica e respeito à função jurisdicional, não lhe compete avançar no debate de sorte a atingir eventual decisão judicial, ou nela intervir, evitando-se, assim, possíveis pronunciamentos conflitantes.

(3)

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. PRECATÓRIO. INDEFERIMENTO DO SEQUESTRO DE VERBAS PÚBLICAS PELO TRIBUNAL. MATÉRIA JUDICIALIZADA. NÃO CONHECIMENTO.

I - Pedido de reforma da decisão administrativa que indeferiu o sequestro de verbas públicas para liquidação de precatório.

II - A decisão que originou o precatório ainda não se encontra transitada em julgado, estando em discussão judicial, inclusive contando com determinação recente do Superior Tribunal de Justiça no sentido de suspender a exigibilidade do valor relativo ao crédito constante do título. III - A apreciação da matéria em foco na esfera jurisdicional gera óbice para o conhecimento dos argumentos expostos pelo requerente, tendo em vista que ao Conselho Nacional de Justiça foi atribuída competência apenas para o controle de legalidade dos atos administrativos emanados pelo Poder Judiciário, sem interferência sobre questões judiciais.

IV - Não conhecimento. (PCA 0005678-40.2011.2.00.0000, Rel. Cons. José Lucio Munhoz, 18.6.2012).

PROCEDIMENTOS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. PEDIDOS EQUIVALENTES FORMULADOS NA ESFERA ADMINISTRATIVA E JURISDICIONAL. MATÉRIA JUDICIALIZADA. NÃO CONHECIMENTO.

I - Pedidos equivalentes formulados nos processos levados a efeito pela requerente, quais sejam para suspender/sustar os efeitos dos itens "b" e "c" do Acórdão Administrativo nº 10.690 do Conselho da Magistratura do Tribunal Estadual. Portanto, não restam dúvidas de que a matéria em foco já foi objeto de prévia apreciação na esfera jurisdicional, o que gera óbice para o conhecimento dos argumentos expostos pela requerente, tendo em vista que ao Conselho Nacional de Justiça foi atribuída competência apenas para o controle de legalidade dos atos administrativos emanados pelo Poder Judiciário, sem interferência sobre matéria judicial.

II - Não conhecimento. (PCA 0003199-74.2011.2.00.0000, Rel. Cons. José Lucio Munhoz, DJ 23.2.2012)

SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS. TAXA DE FISCALIZAÇÃO JUDICIÁRIA. MATÉRIA JUDICIALIZADA.

1. Não compete ao Conselho Nacional de Justiça apreciar Pedido de Providências cujo objeto coincida com o de ação judicial anteriormente proposta.

2. Se previamente judicializada a matéria, o CNJ não pode examinar a questão na esfera administrativa, a bem de prestigiar-se a segurança jurídica, evitar-se interferência na atividade jurisdicional do Estado e afastar-se o risco de decisões conflitantes.

3. Recurso Administrativo em Pedido de Providência de que se conhece para, no mérito, negar-lhe provimento. (PP 2008.10.00.002567-1, Rel. Cons. João Oreste Dalazen, DJ 6.4.2009).

Por essas razões, e com fundamento no artigo 25, inciso X, do Regimento Interno deste Conselho, não conheço do pedido e determino o arquivamento dos autos.

Por cautela, e em razão das supostas denúncias relatadas no pedido inicial, encaminhem-se cópia deste procedimento à Douta Corregedoria Nacional de Justiça para providências que entender pertinentes.

Intimem-se".

Conforme se nota, é incontroverso o fato de que a questão objeto do presente PP foi previamente judicializada por meio da impetração do Mandado de Segurança n° 10008917820158010000, pelo requerido, em 12/6/2015.

Em suas razões recursais, o recorrente limita-se a defender a inexistência de óbice para conhecimento simultâneo da matéria no âmbito judicial e administrativo.

Entretanto, como cediço, em razão de sua natureza exclusivamente administrativa, ao CNJ compete, nos termos art. 103-B, § 4º da Constituição Federal, o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, bem como do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, sem o poder de investir-se de função jurisdicional.

Dessa forma, a fim de preservar a segurança jurídica e de assegurar sua função constitucional, não pode este Conselho avançar no exame de questão que esteja sob a prévia apreciação do Poder Judiciário.

Com efeito, tendo a matéria objeto do presente Pedido de Providência sido previamente judicializada, forçoso reconhecer, na esteira do que decidido monocraticamente, a incompetência deste Conselho para a análise da questão, porquanto, à evidência, não cabe a este órgão exercer o papel de instância revisora ou recursal de decisão judicial.

Nesse sentido, confira-se precedentes deste Conselho:

RECURSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA JUDICIALIZADA. NÃO CONHECIMENTO. PRECEDENTES.

1. O Conselho Nacional de Justiça possui entendimento solidificado no sentido da impossibilidade de conhecer de matérias que tenham sido previamente submetidas ao Poder Judiciário, havendo a chamada "prévia judicialização da matéria" nos casos em que se verifica identidade de causa de pedir e resultado prático tencionado pelo requerente nas vias judicial e administrativa .

2. Recurso Administrativo conhecido e improvido. (PP n. 0006975-14.2013.2.00.0000, Rel. Cons. Gisela Gondin Ramos, 186ª Sessão Ordinária, j. 8.4.2014) (grifo nosso).

PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO. PEDIDO DE EXCLUSÃO DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL DO EDITAL DE CONCURSO. MATÉRIA JUDICIALIZADA ANTERIORMENTE. QUESTÃO TRAZIDA COM NOVA CAUSA DE PEDIR. DESISTÊNCIA POSTERIOR DO PROCESSO JUDICIAL.

1. Conquanto os pedidos da seara administrativa e da judicial sejam, de fato, diferentes, o requerente busca exatamente o mesmo objeto, qual seja, permanecer como a única serventia com atribuição para notas e protestos no Município de Ipojuca/PE.

2. O Conselho tem entendimento firmado no sentido de recusar a análise de questão afetada judicialmente com o fim de se evitar decisões eventualmente conflitantes, em busca da harmonização dos pronunciamentos do Poder Judiciário e da preservação da segurança jurídica, ainda que o requerente consiga trazer sua questão por meio de nova causa pedir, mas com a questão de fundo igual à levada na via judicial;

(4)

3. O fato de o recorrente ter desistido de uma das ações mandamentais não tem o condão de fazer com que este Conselho examine o mérito do presente procedimento, uma vez que a desistência ocorreu apenas depois do arquivamento do presente feito neste Conselho;

4. Recurso conhecido e, no mérito, desprovido.

(CNJ - RA - Recurso Administrativo em PCA - Procedimento de Controle Administrativo - 0004656-39.2014.2.00.0000 - Rel. GUILHERME CALMON NOGUEIRA DA GAMA - 203ª Sessão - j. 03/03/2015 ).

RECURSO ADMINISTRATIVO - REVISÃO DISCIPLINAR - MATÉRIA PREVIAMENTE SUBMETIDA À ESFERA JUDICIAL

1. Não compete a este E. Conselho conhecer de procedimentos administrativos em que se debate matéria previamente judicializada pela própria parte. Precedentes.

2. A despeito dos requisitos próprios de cada um dos processos, judicial e administrativo, é inegável a possibilidade de prolação de decisões incompatíveis entre si, em evidente prejuízo à segurança jurídica.

3. Recurso Administrativo a que se nega provimento.

(CNJ - RA - Recurso Administrativo em REVDIS - Processo de Revisão Disciplinar - Conselheiro - 0005381-28.2014.2.00.0000 - Rel. MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI - 203ª Sessão - j. 03/03/2015).

RECURSO EM PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS. TJMS. INEXISTÊNCIA DE FATO NOVO. MATÉRIA JUDICIALIZADA. IMPROVIMENTO. 1. O conhecimento de pedido para a adoção de providências contra decisão judicial não se insere dentre às competências deste Conselho. 2. De acordo com diversos precedentes desta Casa, a prévia judicialização constitui óbice intransponível para análise de mérito.

3. Recurso que se conhece e nega provimento.

(CNJ - RA - Recurso Administrativo em PCA - Procedimento de Controle Administrativo - 0006535-81.2014.2.00.0000 - Rel. DEBORAH CIOCCI - 26ª Sessão (EXTRAORDINÁRIA) - j. 19/05/2015).

Aliás, esse também é o entendimento do C. Supremo Tribunal Federal, como segue:

AGRAVO REGIMENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. NÃO CONHECIMENTO DE PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. PRÉVIA JUDICIALIZAÇÃO DA MATÉRIA. MANDADO DE SEGURANÇA A QUE SE NEGOU PROVIMENTO. AGRAVO IMPROVIDO. I - Não cometeu qualquer ilegalidade o CNJ ao deixar de apreciar a questão que lhe foi submetida, uma vez que a matéria já estava sob o crivo da jurisdição. II - o CNJ seja órgão do Poder Judiciário, possui tão somente atribuições de natureza administrativa e, nesse sentido, não lhe é permitido decidir de forma contrária ao estabelecido em processo jurisdicional. III - Agravo improvido. (grifo nosso)

(MS 28174 AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 14/10/2010, DJe-221 DIVULG 17-11-2010 PUBLIC 18-11-2010 EMENT VOL-02433-01 PP-00001)

Agravo Regimental em Mandado de Segurança 2. Conselho Nacional de Justiça. Procedimento de Controle Administrativo. Não conhecimento. 3. Alegação de necessária reapreciação da matéria pelo CNJ. Inconsistência. Prévia judicialização da matéria. 4. Agravo Regimental a que se nega provimento.

[...]

Verifico que o não conhecimento do referido PCA fundamentou-se na prévia judicialização da matéria discutida.

O Conselho Nacional de Justiça é órgão de natureza meramente administrativa, conforme já definiu esta Corte, por ocasião do julgamento da ADI 3.367, Rel. Min. Cezar Peluso.

Dessa forma, uma vez que a matéria é objeto de processo judicial, o CNJ não praticou ilegalidade ao não conhecer do processo. [...] (grifo nosso)

(MS 29744 AgR, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 29/06/2011, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-190 DIVULG 03-10-2011 PUBLIC 04-10-2011)

Não obstante, vale destacar que a matéria debatida nestes autos possui natureza de interesse eminentemente individual, porquanto refere-se a fatos que repercutem tão somente na esfera pessoal do requerente.

Nesse particular, consoante entendimento pacificado neste Conselho, a atuação do CNJ, nos termos do art. 103-B, § 4º, da CF/88, visa ao interesse coletivo do Poder Judiciário e de toda a sociedade, não se limitando a ser mera instância recursal ou originária para questões administrativas de caráter individual, sob pena de desvirtuamento de sua função constitucional de órgão central de planejamento e cúpula no que se refere ao controle da atividade administrativa e financeira do Poder Judiciário.

Nesse sentido, confira-se:

RECURSO EM PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO. SERVENTIA EXTRAJUDICIAL. PEDIDO DE RETORNO À FUNÇÃO DE SUBSTITUTO DO CARTÓRIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DA COMARCA DE IÇARA-SC. DECISÃO MONOCRÁTICA QUE NÃO CONHECEU DO PEDIDO E DETERMINOU O ARQUIVAMENTO LIMINAR DO PROCEDIMENTO (ART. 25, X, RICNJ). RECURSO ADMINISTRATIVO. INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS NOVOS. IMPROVIMENTO.

1. Recurso Administrativo interposto com vistas a reformar decisão monocrática que considerou o pedido manifestamente improcedente e determinou o arquivamento liminar do procedimento, em virtude da ausência de interesse geral da matéria discutida, com base no disposto no art. 25, inciso X, do Regimento Interno do Conselho Nacional de Justiça.

2. Não tendo o Recorrente apresentado quaisquer elementos novos que pudessem justificar a alteração da decisão monocraticamente proferida, o desprovimento do presente Recurso Interno é medida que se impõe. (grifo nosso)

(5)

(CNJ - RA - Recurso Administrativo em PCA - Procedimento de Controle Administrativo - 0002272-40.2013.2.00.0000 - Rel. FABIANO SILVEIRA - 178ª Sessão - j. 05/11/2013).

Sobreleva notar, ademais, que o recorrente não trouxe argumentos novos em suas razões recursais, limitando-se a repetir as alegações deduzidas na inicial, já rechaçadas na decisão terminativa.

Por fim, ausente nestes autos qualquer fato que evidencie a incapacidade da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Acre para ordenar e dirigir o procedimento administrativo disciplinar instaurado contra o requerido, na linha do que decidido no PCA 0004951-81.2011.2.00.0000, de relatoria do Cons. rel. Bruno Dantas, j. em 28/2/2012, mostra-se descabido o pedido de avocação.

Do exposto, conheço do Recurso Administrativo para negar-lhe provimento, nos termos da fundamentação supra. É como voto.

Brasília, 25 de novembro de 2015.

BRUNO RONCHETTI DE CASTRO Conselheiro Relator

6ª Sessão Virtual PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0003068-60.2015.2.00.0000

Relator:

Requerente: LUIZ CARLOS DE SOUZA

Requerido: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ACRE - TJAC Terceiros: Não definido

CERTIDÃO DE JULGAMENTO

CERTIFICO que o PLENÁRIO , ao apreciar o processo em epígrafe, em sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: " O Conselho, por unanimidade, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Plenário Virtual, 23 de fevereiro de 2016." Votaram os Excelentíssimos Senhores Conselheiros Ricardo Lewandowski, Nancy Andrighi, Lelio Bentes Corrêa, Carlos Levenhagen, Daldice Santana, Gustavo Tadeu Alkmim, Bruno Ronchetti, Fernando Mattos, Carlos Eduardo Dias, Arnaldo Hossepian, Norberto Campelo, Luiz Cláudio Allemand, Emmanoel Campelo e Fabiano Silveira. Ausente, em razão da vacância do cargo, o representante do Ministério Público da União. Brasília, 23 de fevereiro de 2016.

MARIANA SILVA CAMPOS DUTRA Secretária Processual

Autos: PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS - 0005219-67.2013.2.00.0000 Requerente: ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS PIAUIENSES - AMAPI Requerido: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ - TJPI

EMENTA

RECURSO ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ENTRÂNCIA DE 1º GRAU. LOTAÇÃO NO TRIBUNAL PARA ASSUMIR CARGO EM COMISSÃO. NÃO CARACTERIZADO DESVIO DE FUNÇÃO. DEVIDA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL COMPROVADA. NÃO PROVIMENTO. 1. De acordo com o art. 37, inc. II, da Constituição Federal, os cargos em comissão assim declarados por lei serão de livre nomeação e exoneração. Complementando este dispositivo, o inciso V, do mesmo dispositivo constitucional, estabelece que, para os servidores de carreira, a lei deverá prever condições e fixar percentuais mínimos para esses servidores.

2. A própria recorrente reconhece que a nomeação de servidores efetivos para os cargos em comissão não caracteriza desvio de função. 3. A taxa de congestionamento do TJPI apresentou queda de 11.6 p.p. no último quadriênio; mais especificamente, baixou de 87.3% em 2009 para 75,7% em 2012.

4. A recorrente não logrou comprovar o fato constitutivo do direito alegado - prejuízo na prestação jurisdicional. 5. Recurso administrativo ao qual se nega provimento.

Referências

Documentos relacionados

[r]

Alguns pesquisadores ainda estão procurando formas para definir a questão da fragilidade uma vez que ainda não possui uma forma de diagnosticar a mesma com exames

1 - Origem Geográfica das Escolas Lisboa Beja Faro Bragança Santarém Castelo Branco Coimbra Évora Leiria Portalegre Setúbal Viseu Estrangeiro... 55 e 56 – Memórias Terrenas de um

• Dever de comunicação de participações qualificadas (arts. 16.2 ss CVM), assente na imputação de direitos de voto (art. 20.º, n.º 2 CVM) • Oferta qualificada como pública

[r]

Aprova as (IR 60 – 10) Instruções Reguladoras para a Organização e o Funcionamento do Programa de Atualização dos Diplomados pela Escola de Comando e Estado-Maior do

2 No caso do controlo de grupo, estabeleça as ligações elétricas do controlo remoto com a unidade principal quando ligar ao sistema de operação simultânea (as ligações elétricas

[r]