• Nenhum resultado encontrado

MODERNIDADE, DESENVOLVIMENTO E CONSEQÜÊNCIAS SÓCIO-AMBIENTAIS: A IMPLANTAÇÃO DO PÓLO SIDERÚRGICO NA ILHA DE SÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "MODERNIDADE, DESENVOLVIMENTO E CONSEQÜÊNCIAS SÓCIO-AMBIENTAIS: A IMPLANTAÇÃO DO PÓLO SIDERÚRGICO NA ILHA DE SÃO"

Copied!
19
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA E ANTROPOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS

GRUPO DE ESTUDOS: DESENVOLVIMENTO, MODERNIDADE E

MEIO AMBIENTE - GEDMMA

MODERNIDADE, DESENVOLVIMENTO E CONSEQÜÊNCIAS

SÓCIO-AMBIENTAIS: A IMPLANTAÇÃO DO PÓLO SIDERÚRGICO

NA ILHA DE SÃO LUíS-MA

(Versão reformulada segundo Parecer aprovado em Assembléia do Departamento de Sociologia e Antropologia, de 27/03/2005)

Prof Dr Horácio Antunes de Sant`Ana Júnior

(Pesquisador, Professor Adjunto do Departamento de Sociologia e Antropologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFMA)

Prof Me Elio de Jesus Pantoja Alves

(Pesquisador, Professor Assistente do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA)

São Luís 2006

(2)

MODERNIDADE, DESENVOLVIMENTO E CONSEQÜÊNCIAS

SÓCIO-AMBIENTAIS: A IMPLANTAÇÃO DO PÓLO SIDERÚRGICO

NA ILHA DE SÃO LUíS-MA

1. JUSTIFICATIVA

O presente Projeto de Pesquisa surgiu da preocupação de professores e alunos do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais e do Curso de Bacharelado em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão em investigar o projeto de implantação do pólo siderúrgico na Ilha de São Luís, município de São Luís-MA, suas conseqüências sócio-ambientais e sua relação com a instalação, em curso, da Reserva Extrativista do Taim. O projeto de pesquisa está articulado à pesquisa “Projetos socioambientais na Amazônia brasileira – Atores e trajetórias”, coordenado pela Profª Drª Neide Esterci, da UFRJ, com a participação, também, da Profª Drª Maria José Aquino, da UFPA.

A implantação do pólo siderúrgico envolve uma ampla negociação da qual fazem parte, diretamente, os poderes executivos federal, estadual e municipal que proporcionariam a infra-estrutura necessária, incluindo a concessão do terreno para as instalações físicas e de isenções fiscais, além de proporcionar a regularização dos aspectos legais que viabilizem sua instalação; os legislativos estadual e municipal; a iniciativa privada envolvendo a Companhia Vale do Rio Doce (de capital majoritário brasileiro), a Arcelor (de capital majoritário francês) e a chinesa Baosteel.

A iniciativa de instalação do pólo siderúrgico está articulada a um conjunto de medidas de desenvolvimento destinadas à exploração do potencial minero-metalúrgico da Amazônia Oriental, denominado Projeto Grande Carajás, concebido no período do Regime Militar e que tem sido objeto de estudo da academia (CARNEIRO, 1989 e 1995; MONTEIRO, 1995 e 1999). Contudo, por ser uma iniciativa recente, ainda em fase de planejamento, e cuja execução, em boa parte, encontra-se em suas fases preliminares, torna-se objeto de discussão e negociação pública (muitas vezes provocadas por torna-setores sociais que possivelmente serão atingidos por seus impactos), que ocorrem nos espaços institucionais (Câmara Municipal, Assembléia Legislativa, Congresso Nacional, executivos

(3)

federal, estadual, municipal), mas também através da imprensa e da mobilização social. A identificação de seus possíveis efeitos e conseqüências é objeto de disputa entre os mais variados agentes sociais, acirrando o debate entre favoráveis e contrários à implantação do empreendimento na Ilha de São Luís.

A área planejada inicialmente para as instalações físicas do pólo siderúrgico seria de 2.471,71 hectares, entre o Porto do Itaqui e a localidade de Rio dos Cachorros, localizada na região administrativa municipal do Itaqui/Bacanga. Em 2004, foi declarada como de utilidade pública para fins de desapropriação pelo governo do Estado do Maranhão (Decretos nº 20.727-DO, de 30-08-2004, e nº 20.781-DO, de 29-09-2004), o que implicaria no deslocamento compulsório1 dos moradores e/ou daqueles que a utilizam forma produtiva, estimados em mais de 14.400 pessoas distribuídas em doze povoados (Vila Maranhão, Taim, Cajueiro, Rio dos Cachorros, Porto Grande, Limoeiro, São Benedito, Vila Conceição, Anandiba, Parnuaçu, Camboa dos Frades e Madureira).

Por outro lado, a Lei de Zoneamento, Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo do Município de São Luís, em vigor desde 1992, situa a área na Zona Rural II do município de São Luís. Isto constitui em um empecilho legal para a efetivação do pólo, pois, segundo a Lei acima citada, empreendimentos industriais somente podem ser implantados em Zona Industrial. Visando eliminar este impedimento legal, a Prefeitura Municipal de São Luís encaminhou à Câmara Municipal um projeto de alteração desta Lei, convertendo a área em Zona Industrial. Este projeto de lei abriu uma ampla polêmica e provocou a realização de audiências públicas e debates no Plenário na Câmara, bem como, a mobilização de moradores e de organizações que atuam na área, de entidades ambientais e populares, de entidades empresariais locais. Constituiu-se, assim, um amplo debate público, com posições polarizadas e tendo como principal fonte de expressão a imprensa local.

A intensa pressão grupos sociais contrários à implantação do pólo2 não impediu que Câmara Municipal aprovasse a mudança na Lei. No entanto, esta mesma pressão levou à

1 Almeida (1996, p. 30) define deslocamento compulsório como sendo “o conjunto de realidades factuais em

que pessoas, grupos domésticos, segmentos sociais e/ou etnias são obrigados a deixar suas moradias habituais, seus lugares históricos de ocupação imemorial ou datada, mediante constrangimentos, inclusive físicos, sem qualquer opção de se contrapor e reverter os efeitos de tal decisão, ditada por interesses circunstancialmente mais poderosos”.

2 Questionando a viabilidade sócio-ambiental do pólo siderúrgico, constituiu-se o Movimento Reage São

Luís, composto pelas seguintes entidades: AMAVIDA, Associação dos Geólogos do Estado do Maranhão, Central de Movimentos Populares, Fórum de Saneamento Ambiental, Fórum Maranhense das Cidades,

(4)

alteração do projeto inicial, excluindo as áreas de preservação permanente, constituídas das nascentes e cursos d´água existentes e reduzindo a área do projeto para 1.068 hectares. Desta forma, o distrito industrial se restringiria à instalação de uma usina siderúrgica (ao invés das três inicialmente previstas) e atingiria apenas o povoado de Cajueiro e parte da Vila Maranhão.

Na região inicialmente prevista para instalação do pólo siderúrgico, encontram-se povoados nos quais se constituiu um modo de vida peculiar (cultura, sociabilidade, trabalho) adaptado às condições ecológicas da área, predominando economia polivalente, ou seja, agricultura, pesca e artesanato, constatando-se um calendário sazonal anual, conforme os recursos naturais explorados, normalmente, sob o regime familiar de organização do trabalho. A vasta extensão de manguezais, a relativa conservação dos recursos naturais e a convivência produtiva com os mesmos, sem provocar impactos ambientais relevantes, foram utilizados como justificativa para que a Associação de Moradores do Taim tomasse a iniciativa de realizar um abaixo assinado com moradores dos vários povoados da Região (Taim, Porto Grande, Rio dos Cachorros, Cajueiro, Limoeiro e parte da Vila Maranhão) demandando ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA – a criação da Reserva Extrativista3 do Taim. Esta reserva, abrangendo o terreno em questão, complexifica o debate em torno da instalação do pólo siderúrgico e tornando-se, também, um elemento central na investigação a ser realizada.

O intenso debate público e as variadas iniciativas deflagradas a partir da perspectiva de instalação do pólo siderúrgico ocorrem a partir de múltiplos agentes, com posições variadas e conflitantes, nas várias instâncias de sua realização. O interesse da pesquisa, desta forma, volta-se para os impactos sociais e ambientais que o pólo siderúrgico pode provocar, tendo em consideração as perspectivas de intervenções ambientais e de re-ordenamento sócio-econômico e espacial de moradores localizados na área de

Instituto Maranhense de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Sindicato dos Urbanitários do Maranhão, União por Moradia. Este movimento atou fortemente para a não aprovação da Lei acima referida.

3 As reservas extrativistas são uma modalidade de unidade de conservação ambiental prevista no Sistema

Nacional de Unidades de Conservação – SNUC – do Ministério do Meio Ambiente que contempla a presença de população humana e atividades econômicas de baixo impacto ambiental e que garantam a conservação dos recursos naturais (Sant’Ana Júnior, 2004; Sant’Anna, 2003).

(5)

desapropriação e as reações dos grupos sociais locais, configurando-se um caso exemplar de conflito ambiental e de disputa pelo uso e controle de território (ACSELRAD, 2004).

O interesse em realizar o presente projeto de pesquisa é um desdobramento de esforços anteriormente realizados pelos pesquisadores na busca de compreender as relações existentes entre a assim chamada modernidade4, os projetos de desenvolvimento5 implementados na busca de alcançá-la e suas conseqüências sócio-ambientais. As pesquisas já realizadas situam-se na Amazônia Legal6 e buscam oferecer elementos que permitam ampliar o conhecimento desta vasta e complexa região7.

Prof Horácio, no seu doutoramento, realizou pesquisa inserida no projeto “Projetos socioambientais na Amazônia brasileira – Atores e trajetórias”, coordenado pela Profª Drª Neide Esterci, no Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Como conseqüência, escreveu e defendeu a tese “Florestania: a saga acreana e o Governo da Floresta” (SANT’ANA JÚNIOR, 2002), que deu origem ao livro “Florestania: a saga acreana e os Povos da Floresta” (SANT’ANA JÚNIOR, 2004). A pesquisa, para além destes resultados parciais, continua em andamento, com conclusão prevista para o segundo semestre de 2006. Tem por objetivo principal compreender as conseqüências sócio-ambientais dos projetos de desenvolvimento para a Amazônia, planejados no período do Regime Militar (1964-1985); as reações geradas no âmbito dos movimentos sindicais, populares e ambientais; as demandas advindas destes movimentos; bem como, o quadro atual de convivência de projetos de desenvolvimento e o movimento socioambiental. O Prof Horácio, no âmbito do projeto, tem se dedicado ao estudo destas relações no estado do Acre, com atenção especial voltada para as políticas sócio-ambientais do governo estadual e para o movimento socioambiental local. Além desta

4 Para a discussão sociológica sobre a noção de modernidade, ver Bauman, 1999; Domingues, 1996, 1999a,

1999b; Eisenstadt, 1987; Wagner, 1994, 1996.

5

A discussão e crítica quanto à noção de desenvolvimento que norteiam a presente pesquisa pode ser encontrada em Escobar, 1991, 1996; Esteva, 2000; Recasens, 2000. Quanto aos projetos de desenvolvimento, consultar Bunker, 1988; Carneiro, 1997; Monteiro, 1995, 1997; Sant’Ana Júnior, 2004.

6 Esta região administrativa engloba a porção brasileira da Amazônia e abrange a totalidade dos Estados do

Acre, Amazonas, Roraima, Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso e Tocantins e a parte oeste do Estado do Maranhão, numa área de aproximadamente cinco milhões de quilômetros quadrados, equivalentes a 59% do território nacional. Com exceção do Maranhão e Mato Grosso, os demais Estados compõem a Região Norte do país (CARDOSO, MÜLLER, 1977, p.19; ISA,1999)

7 Em acordo com Bourdieu, região é pensada, aqui, como uma representação dependente de conhecimento e

reconhecimento e, mais do que fruto das condições naturais características, é resultante de uma construção histórica e social (BOURDIEU, 1998, p.108-115).

(6)

pesquisa, o referido professor realizou esforços de pesquisa no Grupo de Estudos Rurais e Urbanos – GERUR8 – participando da coordenação de dois projetos. O primeiro deles foi denominado “Produção de alimentos e cultura alimentar: avaliação das formas de obtenção e consumo de alimentos em comunidades agro-extrativistas de Alcântara-MA”, sendo coordenado, também, pelos professores doutores Maristela de Paula Andrade e Benedito Sousa Filho, sob a coordenação geral da primeira; contou com financiamento do CNPq e estudou os impactos da implantação do Centro de Lançamento Alcântara9 na segurança alimentar dos camponeses que foram relocados de seus povoados e territórios ancestrais. O outro projeto foi denominado “Estudo sócio-antropológico sobre a presença de comunidades em faixas de servidão de linhas de transmissão da Eletronorte” e foi coordenado pelos professores doutores Benedito Sousa Filho, Maristela de Paula Andrade, Ednalva Maciel Neves e Flávio Leonel Abreu da Silveira, sob a coordenação geral do primeiro; contou com recursos da Eletronorte, e teve como principal objetivo o estudo da presença de moradores sob as linhas de transmissão da Eletronorte (nos municípios de São Luís, Bacabeira e Santa Rita – Maranhão) e suas representações sobre a presença destas linhas.

Prof Elio Pantoja, desde 1995, desenvolveu pesquisas sociológicas entre populações pesqueiras no litoral do Pará. Inicialmente como bolsista do CNPq, através do Departamento de Sociologia da Universidade Federal do Pará, sob a orientação da Profª Drª Cristina Maneschy, coordenadora do Projeto de Pesquisa “Na casa, no mangue e no mar: estudos sobre a divisão familiar do trabalho, entre populações pesqueiras”. Em continuidade a esses estudos, em 1998, se integrou ao Projeto MADAM (Dinâmicas e Recomendações para Manejo em Áreas de Manguezais em Bragança, Pará), Programa de Cooperação Científica Brasil-Alemanha, sob a coordenação da Drª Lourdes Furtado, antropóloga e pesquisadora do Departamento de Ciências Humanas do Museu Paraense Emílio Goeldi. Em 1999, escreveu e defendeu a monografia “Pescadores de Curral: mudanças e continuidades no uso da mão de obra familiar, para conclusão do Curso de Especialização em Produção Familiar Rural e Ciências Sociais, promovido pelo Museu

8 Grupo de pesquisa cadastrado no diretório do CNPq e vinculado ao Departamento de Sociologia e

Antropologia e o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão – UFMA.

9

O Centro de Lançamento de Alcântara – CLA – é uma base de lançamento de foguetes espaciais implantada a partir de 1983, sob controle do Ministério da Aeronáutica.

(7)

Paraense Emílio Goeldi e Universidade Federal do Pará, sendo publicada pelo referido Museu (ALVES, 2002). Em 2003, defendeu a dissertação “Do Mangue à Casa: Família e Trabalho na Economia do Caranguejo”, no âmbito do Programa de Mestrado em Sociologia da Universidade Federal do Pará. Esses estudos têm se voltado para a compreensão da organização familiar do trabalho entre grupos humanos que exploram os recursos marinhos e na literatura sociológica definidos como populações haliêuticas10: pescadores, pescadores-lavradores, tiradores de carangueijo, e considerados como Part-Societ (ELIAS, 2000), porém inseridos nos processos sociais mais amplos.

Os estudantes do Curso de Ciências Sociais, Alan de Andrade Sousa, Bartolomeu Rodrigues Mendonça, Fabiano Rocha Soares, Márcio de Jesus Azevedo de Matos e Rafael Bezerra Gaspar, desde que foram tomadas as primeiras iniciativas no sentido da implantação do pólo siderúrgico na Ilha de São Luís (ver próximo item) e as mesmas começaram a ocupar espaços crescentes na imprensa local e nos debates públicos, têm realizado esforços no sentido de reunir informações e coletar dados com vistas à realização de estudos sistemáticos sobre o tema. As inquietações tornam-se crescentes com o envolvimento de organizações ambientalistas, sindicais e populares no debate acerca da referida implantação, que passam a divulgar possíveis riscos ambientais e sociais para a Ilha de São Luís, e com as ameaças de deslocamento compulsório dos moradores dos povoados localizados na área destinada ao pólo. Os esforços prévios na busca de viabilizar uma compreensão inicial do tema e a delimitação mais precisa do objeto de pesquisa consistiu em visitas com caráter de exploração preliminar a estes povoados; observação de reuniões de moradores da área para discutir a implantação do pólo e possíveis relocações; acompanhamento do noticiário local e de audiências públicas promovidas pela Câmara Municipal. Atualmente, outros estudantes dos cursos de Ciências Sociais, Turismo, Geografia, Direito, Mestrado em Saúde e Ambiente têm sido inseridos nos esforços de pesquisa, ampliando e reforçando a equipe.

2. OBJETO DE INVESTIGAÇÃO

10

Grupos humanos cuja utilização de recursos naturais pesqueiros constitui-se em elemento definidor de seu modo de vida.

(8)

Os motivos alegados pelos governos e empresas interessadas para a escolha da Ilha de São Luís como local de instalação do pólo dizem respeito à abundância de recursos minerais (minério de ferro oriundo da serra de Carajás e facilmente acessível através da Estrada de Ferro já existente); à facilidade de escoamento da produção através do Porto de Itaqui; à disponibilidade de energia elétrica e mão-de-obra abundantes e baratas. Além destes fatores, cabe destaque ao fato de que as siderúrgicas até agora implantadas no âmbito do Projeto Grande Carajás e localizadas ao longo da estrada de ferro utilizam como fator energético básico o carvão vegetal, implicando a constituição de ampla empresa carvoeira no interior dos estados do Maranhão e Pará (CARNEIRO, 1997). Para o pólo siderúrgico em planejamento, a intenção é que se utilize o carvão mineral importado da China, sendo este um dos motivos da conveniência de sua instalação nas proximidades do Porto de Itaqui, o que diminuiria significativamente os custos com transporte.

No debate público constituído em torno do tema, vários agentes sociais se pronunciam, segundo pontos de vista diferenciados e interesses múltiplos. Os que defendem a instalação do pólo em São Luís têm apontado como principais virtudes do projeto o incremento do desenvolvimento econômico da capital e do estado, possibilitando alavancar saídas para os baixos índices de desenvolvimento humano que marcam o Maranhão no conjunto da federação; a criação de milhares de empregos diretos e indiretos; a diversificação da estrutura social local, com a ampliação das oportunidades de emprego qualificado; a incorporação de novas tecnologias produtivas, contemplando as mais modernas práticas administrativas e de prevenção de impactos ambientais; a ampliação das possibilidades de produção local de ciência e tecnologia, através da formação de mão-de-obra especializada e do fortalecimento das instituições de ensino e pesquisa; a melhora na balança comercial brasileira, na medida em que agrega valor ao minério produzido no país, através de sua industrialização local e da redução de sua exportação in natura.

Por outro lado, aqueles que se posicionam contrariamente ao empreendimento (ou, ao menos à sua instalação na área prevista), através da imprensa local e de outros instrumentos de participação no debate público (reuniões, panfletos, participação em audiências públicas, demandas aos legislativos estadual e municipal) têm produzido e divulgado análises técnicas e considerações preliminares que levantam inquietações significativas quanto pertinência da implementação de empreendimento de tamanho porte

(9)

na Ilha de São Luís. Apontam, portanto, duas ordens de problemas que se constituiriam como possíveis conseqüências da implantação do pólo:

1. impactos ambientais: aumento do consumo de água (equivalente a 207 milhões de litros por dia, o que corresponde à totalidade de consumo da população do município de São Luís); emissão de 2,4 mil litros de vapor d’agua por segundo, carregado de resíduos sólidos e a emissão de 1,5 toneladas de dióxido de Carbono para cada tonelada de aço produzida; alterações climáticas significativas; a ameaça de destruição de 10 mil hectares de manguezais, ecossistema no qual parte da população explora tradicionalmente os recursos pesqueiros, tanto para o auto-consumo, como atividades voltadas à produção de excedentes e o mercado local; 2. impactos sociais: deslocamento compulsório de mais de 14.400 mil pessoas

distribuídas nas doze localidades situadas na área destinada ao pólo, algumas delas há mais de meio século; atração de grande contingente populacional para o município de São Luís, sem a devida infra-estrutura urbana para abrigá-lo; ampliação da violência urbana; saturação dos serviços e equipamentos disponíveis no município.

Dentre os aspectos acima levantados, chama a atenção que iniciativas vêm sendo tomadas no sentido de viabilizar a relocação daqueles que atualmente ocupam a área destinada ao pólo. Exemplos disso são os decretos do Governo Estadual que declaram a área como de utilidade pública para fins de desapropriação e Lei Municipal, aprovada a partir de iniciativa da Prefeitura Municipal, que alterou a da Lei de Uso do Solo, na área planejada para instalação do Pólo. Além disso, a empresa paulista Diagonal Urbana Consultoria LTDA, foi contratada pelo Governo do Estado e pela Companhia Vale do Rio Doce para fazer o Diagnóstico Sócio-Organizativo da área. Entrou em contato direto com os moradores, levantou dados e chegou a marcar com tinta vermelha e numeração as casas das famílias que deveriam ser deslocadas (com exceção dos povoados de Rio dos Cachorros e Taim, nos quais os moradores resistiram e impediram esta marcação). Paralelamente, a Companhia Vale do Rio Doce instalou uma draga na praia próxima ao Povoado do Cajueiro, que retira areia do local e visa aumentar a profundidade das águas. Esta draga tem trazido problemas e prejuízos para os pescadores do povoado.

(10)

Estas iniciativas, contudo, não são ainda a garantia de que o pólo siderúrgico será implantado, pelo menos, na forma em que está concebido e divulgado. A implantação do pólo siderúrgico ainda está sujeita a negociações, alterações e revisões, pois este é um processo em andamento que implica um amplo debate público, entraves legais e institucionais, diagnósticos de impactos sociais e ambientais. Além disso, o processo em curso de constituição da Reserva do Taim, empreendido pelo IBAMA, pode se constituir em um novo entrave para efetivação do pólo.

A presença e atuação da empresa Diagonal na área suscitaram, no entanto, uma série de incertezas e expectativas nos moradores. Aliadas às notícias veiculadas na imprensa e aos momentos públicos de debate (audiências públicas, reuniões, assembléias de associações de moradores, sermões e pregações nas igrejas), esta presença já provoca impactos no modo de vida e na organização social destes moradores. Surge com o debate em torno da instalação do pólo a perspectiva de que a proximidade daquela área com relação ao Porto do Itaqui faz com que a mesma esteja recorrentemente na meta de empreendimentos industriais. Portanto, os impactos deste projeto modernizador já podem ser sentidos e seus reflexos sócio-ambientais constituem um objeto de estudo plenamente realizável e, como toda dinâmica social, com desdobramentos não previsíveis.

O diagnóstico da área, aliado ao debate público tem suscitado uma movimentação incomum nos povoados a serem atingidos e através de suas associações de moradores, a discussão sobre estas possibilidades têm crescido. Contudo, as posições locais se dividem e as observações preliminares demonstram que existem aqueles que desejam os deslocamentos e acreditam que possam ser beneficiados por eles e aqueles que buscam se organizar e resistir, garantindo a manutenção de seu modus vivendi, principalmente através dos esforços pela constituição da Reserva Extrativista do Taim.

A presente pesquisa procura aliar o interesse no exame dos projetos de desenvolvimento e de modernização econômica e suas conseqüências sociais e ambientais, em especial na Amazônia brasileira, com o caso concreto da instalação do Pólo Siderúrgico na Ilha de São Luís, focando no debate público existente em torno desta questão. Para tanto, perseguirá os seguintes objetivos:

(11)

a) detectar quais são os variados agentes, coletivos e individuais, envolvidos neste debate, quais são suas posições, quais os conflitos internos a cada instituição ou segmento social, quais os instrumentos de divulgação de suas posições;

b) mapear e analisar os discursos de defesa e de oposição à instalação do Pólo, bem como, as iniciativas concretas que estão sendo tomadas para sua efetivação;

c) conhecer a organização social, cultural e econômica dos povoados que estão ameaçados de deslocamento, com destaque para saberes e práticas sociais que estabelecem com relação ao ambiente natural;

d) perceber os impactos detectáveis da possível implantação do Pólo Siderúrgico e de suas já verificáveis conseqüências, considerando a história social e os vínculos afetivos (patrimônio cultural) entre os grupos sociais, o território e seus recursos, bem como, as estratégias políticas de resistência que vêm sendo acionadas por parte dos moradores locais.

e) verificar o processo de instalação da Reserva Extrativista do Taim e sua inserção no debate público em torno da instalação do Pólo.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E CONCEITUAL

A compreensão dos processos que estão sendo desencadeados pelas primeiras iniciativas no sentido de implantação do pólo siderúrgico em São Luís requer um esforço intensivo no sentido de recuperar o surgimento e desdobramentos do Projeto Grande Carajás (CARNEIRO, 1989, 1995 e 1997; MONTEIRO, 1995 e 1997), do qual é mais uma conseqüência. O Projeto Grande Carajás surgiu a partir das investidas dos Governos Militares, instalados a partir do Golpe Militar de 1964, no sentido da industrialização e, conseqüente, modernização do país e que previa, concomitante e associadamente, a integração da Amazônia à dinâmica econômica do país (SANT’ANA JÚNIOR, 2004; CARDOSO E MULLER, 1977; BUNKER, 1988). Desta forma, o governo federal planejou a instalação de infra-estrutura básica (construção de grandes estradas de rodagem que cruzassem toda a região, algumas ferrovias, portos, aeroportos, usinas hidroelétricas) que permitisse a rápida ocupação da região, entendida então como um grande vazio

(12)

demográfico. A integração à economia nacional e internacional dar-se-ia principalmente através da instalação de grandes projetos de desenvolvimento destinados à exploração mineral, florestal, agrícola e pecuária.

Fundamentando este grande projeto, estava uma leitura do Brasil como um país de grandes potencialidades econômicas, porém com atrasos e déficits em seu processo de desenvolvimento que deveriam ser supridos a partir de uma intensa atuação do Estado. Esta atuação era percebida pelos planejadores oficiais como um eficiente instrumento de promoção do desenvolvimento e da modernidade (IANNI, 1979; BUNKER, 1988). Retomar, a partir de um caso empírico imediato, a discussão sobre o Projeto Grande Carajás, significa aprofundar a discussão sobre as concepções vigentes de modernidade (WAGNER, 1994; DOMINGUES, 1999a e 1999b; EINSENSTADT, 1987) e de desenvolvimento (ESCOBAR, 1996; ESTEVA, 2000; RECASENS, 2000), procurando desnaturalizar e, mesmo, descontruir estas concepções tão presentes e influentes na formulação de políticas públicas, na implementação de grandes projetos e no cotidiano das pessoas comuns.

Como a pesquisa visa estudar as conseqüências de um grande projeto de desenvolvimento sobre grupos sociais que garantem a manutenção de seu modus vinvendi através de relações relativamente equilibradas com o meio ambiente, sua fundamentação teórica deve contemplar, por um lado, a discussão sobre a questão ambiental (CAPOBIANCO, 2001; CASTRO E PINTON, 1997; ACSELRAD, 2004); de outro, o saber local (GEERTZ, 1964 e 1994); e, ainda, a relação entre meio ambiente, populações humanas e atividades econômicas (ALMEIDA E CUNHA, 2001; SANT’ANA JÚNIOR, 2004; SANT’ANNA, 2003; WOLF, 1999).

4. MÉTODO DE TRABALHO

A operacionalização da pesquisa, através de revisão bibliográfica, da coleta sistemática de informações secundárias e da pesquisa de campo, lança mão dos seguintes procedimentos metodológicos:

(13)

 revisão bibliográfica, relativa a: a) discussão teórica sobre modernidade, modernização, desenvolvimento, meio ambiente; b. grandes projetos de desenvolvimento e desenvolvimento na Amazônia; c. região pleiteada para instalação do pólo siderúrgico e/ou da Reserva Extrativista do Taim;

 mapeamento da área, procurando identificar as formas de apropriação e exploração do território e de seus recursos naturais;

 identificação e seleção de informantes (definição de unidades de análise e universo da amostragem);

 realização de entrevistas com uso de gravador junto a informantes selecionados, procurando obter informações sobre a trajetória da família e elementos sobre a história do lugar;

 visitas aos ambientes de trabalho, observação do cotidiano e datas importantes, com o auxílio do diário de campo no registro etnográfico e o uso de máquina fotográfica;  acompanhamento de notícias veiculadas na imprensa nacional e local;

 levantamento de panfletos, relatórios, documentos produzidos pelos diferentes agentes sociais envolvidos no debate público sobre a instalação do pólo siderúrgico e da Reserva Extrativista do Taim;

 entrevistas com diferentes agentes sociais envolvidos no debate público sobre a instalação do pólo siderúrgico e da Reserva Extrativista do Taim;

 acompanhamento e observação de audiências públicas, reuniões, assembléias e outros momentos de realização de debates públicos referidos ao pólo siderúrgico e à Reserva Extrativista do Taim;

 levantamento da legislação ambiental brasileira, com destaque para as Unidades de Conservação e Reservas Extrativistas;

 acompanhamento do processo oficial de instalação da Reserva Extrativista do Taim; O projeto está previsto para ser realizado no prazo de um ano e dez meses. Ressalta-se que as atividades de pesquisa do preRessalta-sente projeto iniciaram no mês de março de 2005, consistindo em visitas às localidades existentes na área em disputa que permitiram levantamentos preliminares de informação in loco.

(14)

5. PRODUTOS DA PESQUISA

A pesquisa pretende produzir: um relatório; quatro monografias de conclusão do Curso de Ciências Sociais; uma dissertação de mestrado; a publicação de artigos em periódicos da área de ciências humanas; a apresentação de trabalhos em congressos e seminários científicos das áreas que compõem as ciências sociais.

6. CONDIÇÕES PARA OPERACIONALIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente projeto de pesquisa é executado pelo e do Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA), vinculado ao Departamento de Sociologia e Antropologia e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão. O GEDMMA é um Grupo de Pesquisa registrado no Diretório de Grupo de Pesquisa do CNPq e conta com equipamentos de informática, material de escritório e apoio técnico das instâncias às quais está vinculado. A pesquisa conta com recursos obtidos através a aprovação de projeto junto ao CNPq (edital 061/2005) e busca outros recursos financeiros junto às instituições de apoio à pesquisa nacionais, regionais e na própria UFMA, além de recursos advindos dos salários dos próprios dos pesquisadores. Conta com duas bolsas de PIBIC/UFMA: para o graduando em Ciências Sociais Bartolomeu Mendonça, orientado pelo Prof. Elio Alves, com vigência entre 08/2005 e 07/2006 e para o graduando de Ciências Sociais Rafael Bezerra Gaspar, orientado pelo Prof. Horácio Antunes, com vigência entre 08/2006 e 07/2007; uma bolsa do Programa BECA (Bolsas de Estudos para a Conservação da Amazônia), financiada pelo IEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil) para a graduanda em Turismo Maiâna Roque da Silva Maia, orientada pelo Prof Horácio Antunes, com vigência entre 01/08/2006 e 01/08/2007.

Esta pesquisa está articulada ao projeto de pesquisa “Projetos socioambientais na Amazônia brasileira – Atores e trajetórias”, coordenado pela Profª Drª Neide Esterci, e realizado através do “Grupo de Pesquisa Relações de Trabalho, Poder e Ecologia” vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de

(15)

Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ e registrado no Diretório de Grupos de Pesquisa do CNPq. 7. CRONOGRAMA 2005 2006 Atividades mar/ abr mai/ jun jul/ ago set/ out nov/ dez jan/ fev mar/ abr mai/ jun jul/ ago set/ out nov/ dez Elaboração e delimitação do objeto de pesquisa X Visitas Preliminares nas áreas da

pesquisa X

Arregimentação das condições

financeiras/institucionais X X X X X Consolidação da equipe e preparação de instrumentos teóricos metodológicos X X X Trabalho de Campo X X X X X X X Sistematização de dados, Elaboração de Relatórios e Monografias X X X 8. RECURSOS HUMANOS

A equipe de pesquisa é formada por dois professores do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA e estudantes dos Curso de Graduação em Ciências Sociais, Direito, Turismo e Geografia e do Mestrado em Saúde e Ambiente, dos quais dois são bolsistas do Programa de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq) e uma do Programa BECA.

O Prof Dr. Marcelo Sampaio Carneiro, do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMA, participa do projeto na qualidade de consultor.

9. ORÇAMENTO

(16)

Elemento de despesa Quantidade Valor unitário (em R$)

Valor Total (em R$)

Material de consumo

Fita para gravador microcassete 40 5,00 200,00

Papel para impressão 10 resmas 15,00 150,00

Reprografia 2.000 cópias 0,10 200,00

Pilhas para gravador 10 pacotes 4,00 40,00

Material Permanente

Um micro-computador completo 1 2.000,00 2.000,00

Uma impressora 1 500,00 500,00

Gravador Microcassete 3 150,00 450,00

Máquina fotográfica digital 2 950,00 1.900,00

Diárias

Professores 20 74,23 1.484,60

Estudantes 80 74,23 5.938,40

Total 12.863,00

10. BIBLIOGRAFIA

ACSELRAD, Henri (Org.). Conflitos ambientais no Brasil. Rio de Janeiro: Relume Dumará: Fundação Heinrich Böll, 2004.

ALMEIDA, Alfredo Wagner Berno de. Refugiados do desenvolvimento: os deslocamentos compulsórios de índios e camponeses e a ideologia da modernização. In: Travessia. maio/agosto, 1996. pp. 30-35.

ALMEIDA, Mauro Willian Barbosa de e CUNHA, Manuela Carneiro da. Populações tradicionais e conservação ambiental. In: CAPOBIANCO, João Paulo Ribeiro, [et.al.] (org.) Biodiversidade na Amazônia Brasileira: avaliação e ações prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de benefícios. São Paulo: Estação Liberdade: Instituto Socioambiental, 2001, p.92-107.

ALVES, Elio de Jesus Pantoja. Do mangue à casa: família e trabalho na economia do carangueijo. Belém: UFPA, 2002. Dissertação de Mestrado.

_________. Pescadores de curral: mudanças e continuidades no uso da mão de obra familiar. In: MAGALHÃES, Sônia B. E HÉBETTE, Jean. Vivendo a “terra ocupada”. Belém: UFPA/Museu Paraense Emílio Goelde, 2002.

(17)

BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Trad. Marcus PENCHEL. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.

BECKER, Bertha K. Síntese do processo de ocupação da Amazônia: lições do passado e desafios do presente. In: BRASIL, Ministério do Meio Ambiente. Causas e dinâmica do

desmatamento na Amazônia. Brasília: MMA, 2001.

BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Trad. Fernando Tomaz (português de Portugal). 2ª ed. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 1998.

BUNKER, Stephen G. Underdeveloping the Amazon; Extraction, Unequal Exchange, and the Failure of the Modern State. Chicago and London: The University of Chicago Press, 1988.

CAPOBIANCO, João Paulo Ribeiro, [et.al.] (org.) Biodiversidade na Amazônia

Brasileira: avaliação e ações prioritárias para conservação, uso sustentável e repartição de

benefícios. São Paulo: Estação Liberdade: Instituto Socioambiental, 2001.

CARDOSO, Fernando Henrique e MÜLLER, Geraldo. Amazônia: expansão do capitalismo. São Paulo: Brasiliense, 1977.

CARNEIRO, Marcelo D. S. Estado e empreendimentos guseiros no Programa Grande Carajás. In: CASTRO E. e MARIN, R. A. (Orgs.). Amazônias em tempo de transição. Belém: UFPA/NAEA/ARNI/CELA, 1989. pp. 151-192.

__________. Relações de trabalho, propriedade da terra e poluição urbana nas atividades de carvoejamento para a produção de ferro-gusa em Açailândia. In: GONÇALVES, F (Org.).

Carajás: desenvolvimento ou destruição? São Luís: CPT/Estação Gráfica, 1995. pp.

107-134.

__________. Do latifúndio agropecuário à empresa latifundiária carvoeira. In: COELHO, M. C. N. e COTA, R. G. (Orgs.). 10 anos da Estrada de Ferro Carajás. Belém: UFPA/NAEA, 1997. pp. 223-250.

CASTRO, Edna e PINTON, Florence (Orgs.). Faces do trópico úmido: conceitos e novas questões sobre desenvolvimento e meio ambiente. Belém: CEJUP: UFPA-NAEA, 1997. CASTRO, José Maria Ferreira de. A selva. 24ª ed. Lisboa: Guimarães Editores, 1970. DOMINGUES, José Maurício. Criatividade social, subjetividade coletiva e a

(18)

__________. “A sociologia da modernidade”. In: Revista Brasileira de Ciência Sociais. nº 32, out. 1996. pp. 179-181.

__________. Sociologia e modernidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999b. EISENSTADT, Shmuel. N. “Introduction”. In: EISENSTADT, Shmuel. N. (org.) Patterns

of Modernity. Londres: Frances Pinter, 1987. Vol. II - Beyond the West.

ELIAS, Norbert. Os estabelecidos e os outsiders: sociologia das relações de poder a partir de uma pequena comunidade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2000.

ESCOBAR, Arturo. La invención del tercer Mundo: construcción y desconstrucción

del desarollo. Barcelona, Grupo Editorial Norma, 1996.

__________. “Anthropology and the development encounter: the making and marketint of development anthropology”. In American Ethnologist. vol 18, number 4, nov 1991. pp 659-682.

ESTEVA, Gustavo. “Desarollo”. In RECASENS, Andreu V. Antropologia del desarrollo,

teorias y estudios etnográficos en América Latina. Barcelona-Buenos Aires-México,

Paidós, 2000. pp. 67-97.

GEERTZ, Clifford. Conocimiento Local. Barcelona, Paidós, 1994.

__________. “Form and variation in balinese village structure”. In: Potter, J M Diaz e Foster G. (eds) Peasant Society: a reader. Boston: Little Brown, 1967, pp 255-278.

IANNI, Octávio. Colonização e contra-reforma agrária na Amazônia. Petrópolis: Vozes, 1979.

LÉNA, Philippe. As políticas de desenvolvimento sustentável para a Amazônia: problemas e contradições. In: Boletim Rede Amazônia. Ano 1, nº1. Rio de Janeiro, 2002. pp. 09-21. MONTEIRO, Maurílio. Sidero-metalurgia e carvoejamento na Amazônia Oriental brasileira. In: XIMENES, Tereza (Org.). Cenários da industrialização na Amazônia. Belém: UNAMAZ/UFPA/NAEA, 1995. pp. 49-104.

__________. A siderurgia e a produção de carvão vegetal no corredor da Estrada de Ferro Carajás. COELHO, M. C. N. e COTA, R. G. (Orgs.). 10 anos da Estrada de Ferro

Carajás. Belém: UFPA/NAEA, 1997.In 183-222

PINTON, Florence e AUBERTIN, Catherine. O extrativismo entre conservação e desenvolvimento. In: CASTRO, Edna e PINTON, Florence (Orgs.). Faces do trópico

(19)

úmido: conceitos e novas questões sobre desenvolvimento e meio ambiente. Belém:

CEJUP: UFPA-NAEA, 1997.

RECASENS, Andreu Viola. “La crisis del desarrollismo y el surgimiento de la antropologia del desarollo”. In: RECASENS, Andreu V. Antropologia del desarrollo, teorias y estudios etnográficos en América Latina. Barcelona-Buenos Aires-México, Paidós, 2000, pp 9-64.

SANT’ANA JÚNIOR. Horácio Antunes. Florestania: a saga acreana e os Povos da Floresta. Rio Branco-AC, EDUFAC, 2004.

SANT’ANA JÚNIOR. Horácio Antunes. Florestania: a saga acreana e o Governo da Floresta. Rio de Janeiro, PPGSA/IFCS/UFRJ, 2002. Tese de doutorado.

SANT’ANNA, Renata. Populações humanas em unidades de conservação. In: Boletim

Rede Amazônia. Ano 2, nº1. Rio de Janeiro, 2003. pp. 117-123.

WAGNER, Peter. A sociology of modernity; liberty and discipline. Londres: Routledge, 1994.

_________. Crises da modernidade; a sociologia política no contexto histórico. In: Revista

Brasileira de Ciências Sociais. nº 31, jun. 1996. pp. 29-43.

WOLFF, Cristina Scheibe. Mulheres da Floresta: uma história: Alto Juruá, Acre (1890-1945). São Paulo: Hucitec, 1999.

Referências

Documentos relacionados

The presence of cellulose acetate contributed considerably to the increase of specific surface area in carbonized samples comparing with HPC derived samples.

De facto, Carlyle, com as suas teorias sobre o culto do herói e as referências aos poderes do homem, "the mights of man", em detrimento dos seus direitos, "the rights

Os principais passos para o planejamento do processo estão baseados no fatiamento dos modelos 3D (geração das camadas), no posicionamento da peça na mesa de trabalho e

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

No Estado do Pará as seguintes potencialidades são observadas a partir do processo de descentralização da gestão florestal: i desenvolvimento da política florestal estadual; ii

A direção dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares (SFH) fica sempre a cargo de um farmacêutico. São várias as funções desempenhadas pelo FH no decorrer da sua atividade

que sa oU serva a dita complicação nos últimos anos 4 devido a que actualmente sa operam muito mais ulceras am actividade qua anteriormente. Urrutia diz que e por- que se eomeQa