Comocitaresteartigo:CastelãoDP,etal.Análisesequencialdecomportamentosofensivosdesempenhadosporselec¸ões
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Revista
Brasileira
de
CIÊNCIAS
DO
ESPORTE
ARTIGO
ORIGINAL
Análise
sequencial
de
comportamentos
ofensivos
desempenhados
por
selec
¸ões
nacionais
de
futebol
de
alto
rendimento
Daniel
Pimenta
Castelão
a,∗,
Júlio
Garganta
a,
José
Afonso
ae
Israel
Teoldo
da
Costa
b Q2aFaculdadedeDesporto,UniversidadedoPorto(UP),Porto,Portugal
bDepartamentodeEducac¸ãoFísica,UniversidadeFederaldeVic¸osa(UFV),Vic¸osa,MG,Brasil
Recebidoem10deoutubrode2012;aceitoem31deagostode2013
PALAVRAS-CHAVE Futebol; Análisedojogo; Comportamentos ofensivos; Análisesequencial
Resumo Opresenteestudotevecomoobjetivoidentificardiferentespadrõesdejogoofensivo evidenciadospelasseisselec¸õesdefutebolparticipantesdasfinaisdaCopadoMundode2006 edaEurocopade2004e2008.ApartirdaAnáliseSequencialpelaTécnicadeRetardosforam avaliadas647sequênciasofensivasdejogo.Foiusadaametodologiaobservacionalnosentido deperceberasac¸õesfeitas.Recorreu-seao softwareSDIS&GSEQparaaanálisedosdados apartir datécnicaderetardos. Paraaanáliseestatística inferencialfoi usadooteste qui--quadrado(2). Osresultados levamaadmitirqueojogodefutebol respeitaoprincípioda
equifinalidade,ouseja,épossívelalcanc¸ar-seotoponaclassificac¸ãorecorrendo-seapadrões táticosclaramentediferenciados.
©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todosos direitosreservados. KEYWORDS Soccer; Offensivebehaviors; Matchanalysis; Lagmethod.
Sequential analysis of attacking behaviors performed by top-level national soccer teams
Abstract Thepresentstudyaimedtoevaluatetheoffensivebehaviorsperformedbythesix nationalsoccerteamsparticipatingofthefinalson2006WorldCupand2004and2008EuroCup, usingthesequentialanalysisbytheLagMethod,inordertoverifythedifferentoffensivegame patterns.Therewereevaluated647offensivegamesequences.ItwasusedtheObservational Methodologythatallowsustounderstandtherealizedactions.Theinstrumentusedwasthe softwareSIDS&GSEQ.ThedataanalysiswasperformedbytheLagMethod,whichallowsus toestablishthemodelsequencesusedbytheteams.Forthestatisticalanalysisitwasused
∗Autorparacorrespondência.
E-mail:daniel@castelao.net(D.P.Castelão). http://dx.doi.org/10.1016/j.rbce.2015.05.001
0101-3289/©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todososdireitosreservados.
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theChi-squared(2)test.Theresultsshowedthatthesixteamsanalyzedpresenteddistinct
offensivegamesequences.
©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublishedbyElsevierEditoraLtda.Allrights reserved. PALABRASCLAVE Fútbol; Análisisdejuego; Comportamientos ofensivos; Análisissecuencial
Análisissecuencialdecomportamientosofensivosrealizadosporselecciones naciona-lesdefútboldealtoRendimiento
Resumen Elobjetivodeesteestudiofueidentificardiferentespatronesdejuegoofensivo, analizadosenlasseisseleccionesdefútbolparticipantesdelasfinalesdelMundialde2006y deLaEurocopade2004y2008.Apartirdelanálisissecuencial,pormediodelaTécnicade Retardos(TR)fueronevaluadas647secuenciasofensivasdejuego.FueutilizadalaMetodología Observacionalpara percibir lasacciones realizadas.Elprograma SDIS& GSEQfueutilizado para elanálisisdelosdatosy conformela TR.Paraelanálisisdelosdatosfueutilizada la pruebadeJi-cuadrado(c2). Losresultados permitenconcluirqueenelfútbolserespetael
principiodeequifinalidad,esdecir,esposiblealcanzarlosprimeroslugaresdelaclasificación utilizandopatronestácticosdiferenciados.
©2015ColégioBrasileirodeCiênciasdoEsporte.PublicadoporElsevierEditoraLtda.Todoslos derechosreservados.
Introduc
¸ão
Definidocomoumjogoesportivocoletivo (JEC),o futebol tem as seis invariantes comuns aos JECs: móbil do jogo, espac¸odejogo,adversários,companheirosdeequipe,alvo específicoaatacar e a defendereregras próprias(Bayer,
1994).Comomodalidadeaberta,decorreemumcontextode
grandevariabilidadeemqueasequipesemconfronto
esta-belecemrelac¸õesdeoposic¸ãoedecooperac¸ão(Garganta,
1997,Dugrand, 1989) e revela-se comoumdos JECs mais
imprevisíveisealeatórios(Costa,Garganta,2002).
Observa-se,portanto,umagrandevariedadede
estraté-giaspossíveisparasealcanc¸aremosobjetivosdeterminados,
o que torna os estudos e as discussões científicas
volta-dos paraa análise do jogo de grande importância para o
desenvolvimentodoesporte (Gargantae Pinto,1998).Tal
afirmac¸ãoéconfirmadanaconstanteprocuraportécnicose
pesquisadoresdasinformac¸õesobtidaspormeiodaanálise
dojogo,embuscadebenefíciosparaaumentaremos
conhe-cimentos acercado mesmo e melhorarem a qualidade da
prestac¸ãodesportivadosjogadoresedasequipes(Garganta,
2001).
Com o objetivo de extraírem informac¸ões pertinentes
sobreosjogadoreseasequipes,pesquisadores têmusado
ametodologiaobservacional (Anguera,1990).Tal
metodo-logiamostra-se apropriada paraanalisar osJECs (Pe˜nas e
Anguera,2002),umavez queconfereumgraumáximode
naturalidadepor parte dos jogadores e umaparticipac¸ão
passivadoinvestigador(HernándezMendoeAnguera,2000).
Essemétodoconsistenapercepc¸ãodasac¸õesfeitas,seguido
doregistro, daorganizac¸ão e da análise das informac¸ões
pormeiodeinstrumentosadequadosàproposta(Anguera,
Blanco,2000).
Umadaspossíveismaneiras deconcretizar aanálisede
jogoérecorreràanálisesequencial(PauliseMendo,2002),
quesecompõe-sedeumconjuntodetécnicasqueobjetiva
averiguarasprobabilidadesdeocorrênciadedeterminados
comportamentos/condutasemfunc¸ãodapréviaocorrência
deoutras(Mendo,1999,AngueraeSiguan,1997).
Diversos pesquisadores têm usadoa análise sequencial
embuscadeinvestigarosJECs(Afonso,2008,Amaral,2004,
Canossa, Garganta, 2009, Silva, 2008) e, mais
especifica-mente, o futebol(Barreira,2006,Caldeira,2001, Paulise
Mendo,2000,Pe˜naseAnguera,2002,Pe˜naseAnguera,2003,
Silva,Ba˜nuelos,2005).
Naanálisesequencialconsideram-sedoistiposde
com-portamentos/condutas (Quera, 1993): a critério, que é a
categoriaapartirdaqualnasequênciadedadosse
contabi-lizamdeformaprospectiva(parafrente)e/ouretrospectiva
(paratrás)astransic¸ões;eaobjeto,queéacategoriaaté
ondenasequênciadedadossecontabilizamastransac¸ões.
Considera que umcomportamento/conduta critério é
ati-vadordeumdeterminadocomportamento/condutaobjeto
quandoasuaprobabilidadecondicionalésuperiorà
incondi-cionaleinibitóriaquandosucedeoinverso(Caldeira,2001).
Paraconcretizaraanálise,umadaspossibilidadeséouso
daanálisesequencialpelatécnicaderetardos(lagmethod)
(Anguera,2005).Natécnicaderetardos asprobabilidades
condicionaissãocalculadasapartirdasdistânciasexistentes
detransic¸õesentreumdado comportamento/conduta
cri-térioe oscomportamentos/condutas objeto.Esse método
permiteidentificarquaisoscomportamentos/condutasque
mantêmrelac¸õesdeativac¸ãoouinibic¸ãoaumadistânciade
xtransic¸ões(Amaral,2004).
Opresente estudo tevecomo objetivo avaliaros
com-portamentosofensivosapresentadospelasseisselec¸õesde
futebolparticipantesdasfinaisdaCopadoMundode2006
e daEurocopade2004 a2008 apartirdaanálise
sequen-cialpelatécnicaderetardosafimdeconstatardiferentes
padrõesdejogoofensivo.
30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114
Comocitaresteartigo:CastelãoDP,etal.Análisesequencialdecomportamentosofensivosdesempenhadosporselec¸ões
Materiais
e
métodos
AmostraAamostrafoiformadapor647sequênciasofensivasdejogo constituídaspor2.997comportamentosfeitospelasequipes participantesdasfinais daEurocopa de2004(Grécia1x0 Portugal),Copa doMundo de 2006(Itália 2 x1 Franc¸a)e Eurocopade2008(Espanha1x0Alemanha).
Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da FaculdadedeDesportodaUniversidadedoPorto,Portugal (CEFADE15/2013).
InstrumentoderecolhaeanálisededadosSDIS& GSEQ
OinstrumentousadonopresenteestudofoiosoftwareSDIS (SequentialDataInterchangeStandard)eGSEQ(Generalized SequentialQuerier)forWindows®,versão4.1.2(Bakemane
Quera,1996).Todososcomportamentosfeitospelo
porta-dordabolaforamcodificadosemumarquivocomextensão
.sds. Cada investida ofensiva das equipes foi considerada
umasequênciaofensivae foitranscritaemumalinhaque
separavaaparticipac¸ãodecadajogadorporponto,
termi-navaempontoevírgulaeformavaassimummultievento.A
últimasequênciaofensivafoifinalizadacombarrainclinada
(/)queindicavaofimdaunidadedeanálise.
Os resultados dos comportamentos feitos pelos
joga-dores (sequência adversária, sequência fragmentada do
adversário, sequência fragmentada da equipe, sequência
daequipe e chute ao gol) foram definidos como
compor-tamento/conduta critério.Ojogador depossedabola foi
definidocomocomportamento/condutaobjetoea análise
foi feita por meio da técnica de retardos e englobou as
cincoac¸õesanterioresaocomportamento/condutacritério
(análiseretrospectiva).
Procedimentosderecolhaetratamentodas imagens
Osjogosforamcoletadospor meiodegravac¸ões dejogos
transmitidospelaTVabertaepassadosparaumcomputador
portátilToshiba(modeloA3001S9,processadorIntelCore2
Duo, 2.4GHz, 3 RAM), com recurso ao software Windows
MediaPlayer®.Usou-seaobservac¸ãoindiretaerecorreu-se
ameiosaudiovisuais(vídeo)paraaobservac¸ãodosjogose
oregistrodoscomportamentos.Comoobjetivoderegistrar
corretamentetodososcomportamentos doprocesso
ofen-sivo,foi adotadaa estratégiadeobservarcada sequência
ofensiva tantas vezes quanto necessárias, em velocidade
normaloucomafunc¸ãopausee/ouslowmotion.Noscasos
emquenãofoipossívelobservartodososcomportamentos
porinerência datransmissãotelevisiva (repetic¸ão deuma
jogadaanterior, cortena transmissãooufilmagem de um
localdiferentedaqueleondeseencontravaabola),
optou--seporeliminarofragmento dasequênciaimpossibilitado
devisualizac¸ão.
Para codificac¸ão dos comportamentos observados foi
elaborada uma planilha de cálculo no software Microsoft
Excel® com macros VBA (Visual Basicfor Application). A
partirdesseregistrofoicriada,paracadajogo,umaplanilha
comtodasassequênciadecomportamentoscontemplados
noinstrumento deobservac¸ão. Após essa primeira etapa,
todas as planilhas foram transferidas para arquivos com
extensão.sdsparaodevidotratamentoestatísticoapartir
doSIDSeGSEQ.
Análiseestatística
Aanálisedescritivadosdados(frequência) foifeitacomo
softwareSPSS (Statistical Package for Social Science) for
Windows®,versão17.0.
Para análise dos dados por meio da prova binomial
foi usado o software SDIS (Sequential Data Interchange
Standard) e GSEQ (Generalizade Sequential Querier) for
Windows®,versão4.1.2(Bakeman eQuera,1996).A
aná-lisesequencialrecorreaocálculodoqui-quadrado(2)para
rejeitarahipótesenula,comoníveldesignificânciap≤0,05.
Após esse cálculo, recorre-se ainda à estatística z
hiper-geométrica (resíduos ajustados). Os valores ≥ |1,96| são
estatisticamente significativos. Valores positivos
demons-tram relac¸ão de ativac¸ão dos comportamentos/conduta
enquantovaloresnegativosdemonstramrelac¸ãodeinibic¸ão.
Análisesequencialpelatécnicaderetardos
A análise sequencial pela técnica de retardos pode ser
usada em um evento ou multieventos e pretende, por
meio de análise estatística inferencial, avaliar a
possi-bilidade de existir correlac¸ão entre as diversas variáveis
(comportamento/condutaobjetos)comumapossível
variá-velespecífica(comportamento/condutacritério).Seexistir
essa correlac¸ão, é possível determinar sequências-padrão
de comportamentos do jogador ou da equipe estudada,
assimcomocomportamentosinibidoreseativadoresdesses
padrões(Anguera,2005,GarayandMendo,2005).
Parao usodaanálisesequencialpelatécnicade
retar-dos,énecessárioseguirumasériederegrasinterpretativas
de caráter convencional (Silva, 2004): i) um padrão de
comportamento/condutaterminadeformanaturalquando
não há mais retardos ativadores. O retardo cinco foi
convencionadocomoretardomáximo;ii)umpadrãode
com-portamento/condutaemquehádoisretardosconsecutivos
vazios(semrelac¸ãodeativac¸ãoouinibic¸ão)éfinalizadoem
consequênciadesses;iii)quandoemumpadrãode
compor-tamento/condutahádoisretardosconsecutivoscomvárias
relac¸ões de ativac¸ão, o mais próximo da transic¸ão zero
denomina-semax-lageconsidera-seoúltimoretardo
inter-pretativodopadrão.Omesmoocorrequandohárelac¸õesde
inibic¸ão.
Resultados
Osdadosfrequenciaisparaosresultadosobtidosnas
sequên-ciasofensivasdasseisequipesestudadassãoapresentadas
natabela1.
Aoanalisarpormeiodotestedoqui-quadrado(p≤0,05)
asfrequênciasdosresultadosobtidosnassequências
ofen-sivas feitaspelas equipes, observa-se que para a variável
sequênciaadversáriafoiencontradadiferenc¸asignificativa
entreaequipedaEspanhaeamédiadasequipes.
115 116 117 118 119 120 121 122 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 154 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223
Tabela1 Frequênciadosresultadosobtidosnassequênciasofensivas
Portugal Grécia Franc¸a Itália Alemanha Espanha Total Média
Sequênciaadversária 80 78 90 99 61 47a 455 75,83a
Sequênciafragmentadaadversário 27 24 30 32 21 23 157 26,17
Sequênciafragmentadadaequipe 31 28 26 31 26 25 167 27,83
Sequênciadaequipe 434a 199a 454a 392 359 329 2167 361,17a
Chuteagolb 13 5 12 6 6 15 57 9,50
aDiferenc¸asignificativa.
b Sóforamconsideradososchutesenquadradosnogol.
Aindacomotestedoqui-quadrado(p≤0,05),
observam--se diferenc¸as significativas no resultado da variável
sequência da equipe para Portugal, Franc¸a e Grécia em
relac¸ãoàmédiadasequipes.
Dafigura1à5estãorepresentadasassequênciaspadrão
das equipes e da média das equipes (Todos), de acordo
comcadaumdoscomportamentos/condutascritérios.Nelas
podem-se observar os resíduos ajustados z (valores entre
parênteses),querepresentamaprobabilidadedeocorrência
alémdo acaso. As sequências de valores positivos
repre-sentam situac¸ões que ativam o comportamento/conduta
critério,enquantoassequênciasdevaloresnegativos
repre-sentamsituac¸õesqueoinibem.Omomentozerorepresenta
oinstanteemqueocorreoresultadorelativoao
comporta-mento/condutacritério.
Afigura 1 apresentaaanálise sequencialretrospectiva
atéaretardo-5e temasequênciaadversária como
com-portamento/condutacritério.
Aoanalisarafigura1,observa-seatendênciadeocorrer
sequência adversária quando a posse de bola se
encon-tra com um jogador mais avanc¸ado, uma vez que esse
Portugal –5 –4 –3 –2 –1 0 DEF (–3,30) DEF (–2,50) GOL (3,07) VOL (2,88) VOL (2,39) LATE (4,42) LATE (2,38) VOL (2,06) VOL (2,36) MED (4,36) GOL (2,17) GOL (2,05) ATA (2,57) ATA (2,18) ATA (3,71) ATA (1,99) GOL (–2,10) DEF (–2,60) VOL (–2,08) MED (2,71) GOL (2,20) GOL (2,40) ATA (2,57) LATD (2,74) LATD (2,99) Grécia Espanha Todos
GOL, goleiro; DEF, defensa, LATD, lateral Direito; LATE, lateral esquerdo; VOL, volante; MED, médio ofensivo; ATA, atacante.
França Itália Alemanha
Figura 1 Análise sequencial retrospectiva até retardo -5 tendo como comportamento/conduta critério a sequência adversário.
GOL,goleiro;DEF,defesa,LATD,lateral-direito;LATE, lateral--esquerdo;VOL,volante;MED,médioofensivo;ATA,atacante.
representa maior perigo para o gol adversário.
Normal-mente, a equipeadversária recuae seconcentra, com o
objetivoderetomarapossedabola.Entretanto,ao
anali-sarasequênciaapresentada pelasequipes daGrécia eda
Espanha observa-seumamaiorprobabilidade deperdada
posse de bolaquando essa se encontra com osjogadores
maisrecuados.
Afigura 2apresentaa análisesequencial retrospectiva
até ao retardo -5 e tem como comportamento/conduta
critério a sequência fragmentada adversária’, ou seja,
sequências em que ocorrem faltas, laterais ou qualquer
outrainterrupc¸ãodacontinuidadedojogoquetransferea
possedebolaparaoadversário.
Aoanalisarafigura2,nãoépossívelconstatarsequências
padrãorelativasàmédiadasequipesquantoao
comporta-mento/condutacritériosequênciafragmentadaadversário’.
Entretanto,observam-sepadrõesparaastrêsequipes
vito-riosas. As três sequências ocorrem quando a equipe se
encontracomapossedebolaemlocalidadesavanc¸adasno
campoadversário.
Afigura 3apresentaa análisesequencial retrospectiva
até ao retardo -5 e tem como comportamento/conduta
critério a sequência fragmentada da equipe, ou seja,
sequências em que ocorrem faltas, laterais ou qualquer
outra interrupc¸ão da continuidade do jogo e que a posse
debolacontinuacomaequipe.
Portugal –5 –4 –3 –2 –1 0 LATE (3,09) ATA (2,05) ATA (2,49) GOL (2,24) DEF (2,13) ATA (2,22) ATA (2,43) LATD (2,97) MED (2,05) MED (2,14) Grécia Alemanha Espanha Todos
GOL, goleiro; DEF, defensa, LATD, lateral Direito; LATE, lateral esquerdo; MED, médio ofensivo; ATA, atacante.
França Itália
Figura 2 Análise sequencial retrospectiva até retardo -5 tendocomocomportamento/condutacritérioasequência frag-mentaadversário.
GOL,goleiro;DEF,defesa,LATD,lateral-direito;LATE, lateral--esquerdo;MED,médioofensivo;ATA,atacante.
224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270
Comocitaresteartigo:CastelãoDP,etal.Análisesequencialdecomportamentosofensivosdesempenhadosporselec¸ões Portugal –5 –4 –3 –2 –1 0 GOL (2,05) MED (2,47) LATD (2,09) VOL (–2,13) DEF (–2,45) LATD (2,58) LATD (2,58) MED (2,08) MED (2,00) LATD (2,43) MED (4,05) DEF (2,01) GOL (2,10) Grécia Alemanha Espanha Todos
GOL, goleiro; DEF, defensa, LATD, lateral Direito; MED, médio ofensivo; ATA, atacante.
França Itália
Figura 3 Análise sequencial retrospectiva até retardo -5 tendocomocomportamento/condutacritérioasequência frag-mentadadaequipe.
GOL, goleiro; DEF,defesa, LATD,lateral-direito; MED, médio ofensivo;ATA,atacante.
Ao analisara figura3, observa-seumatendênciatanto
da média das equipes quanto das equipes avaliadas de
ocorrerem sequências fragmentadas da equipe em
joga-daspróximasdomeiocampo,regiãoondenormalmentehá
maiorconcentrac¸ãodejogadores.
A figura4 apresentaa análisesequencial retrospectiva
atéaoretardo-5etemcomocomportamento/conduta
cri-térioasequênciadaequipe.
Aoanalisarafigura4,nãoseobservaumatendênciada
médiadasequipesparaocomportamento/condutacritério
sequênciadaequipe;entretanto,constata-sea existência
Portugal –5 –4 –3 –2 –1 0 VOL (–2,01) VOL (–2,08) VOL (–2,17) LATE (–2,42) LATE (–2,91) LATE (2,08) DEF (2,01) LATE (2,01) VOL (2,81) MED (–3,49) MED (–2,12) MED (–2,73) MED (–3,17) GOL (–1,98) GOL (2,13) ATA (–2,57) ATA (–2,26) ATA (–3,60) ATA (–2,45) ATA (–4,13) LATD (–3,38) Grécia Espanha Todos
GOL, goleiro; DEF, defensa, LATD, lateral Direito; LATE, lateral esquerdo; VOL, volante; MED, médio ofensivo; ATA, atacante.
França Itália Alemanha
Figura 4 Análise sequencial retrospectiva até retardo -5 tendocomo comportamento/conduta critério asequênciada equipe.
GOL,goleiro;DEF,defesa,LATD,lateral-direito;LATE, lateral--esquerdo;VOL,volante;MED,médioofensivo;ATA,atacante.
Portugal –5 –4 –3 –2 –1 0 MED (3,06) MED (2,88) MED (3,22) VOL (3,07) MED (2,56) MED (3,94) MED (2,88) DEF (–2,11) DEF (–2,22) LATE (–2,02) MED (4,49) ATA (3,51) ATA (2,96) ATA (2,46) MED (3,70) MED (2,14) Grécia Alemanha Espanha Todos
DEF, defensa, LATE, lateral esquerdo; VOL, volante; MED, médio ofensivo; ATA, atacante.
França
Itália
Figura 5 Análise sequencial retrospectiva até retardo -5 tendocomocomportamento/condutacritérioochuteaogol. DEF,defesa,LATE,lateral-esquerdo;VOL,volante;MED,médio ofensivo;ATA,atacante.
desequênciaspadrãoinibidorasparaastrêsequipes
vitori-osas.
Nafigura5 encontra-sea análisesequencial
retrospec-tivaatéaoretardo-5etemcomocomportamento/conduta
critérioochuteaogol.
Aoanalisar afigura5,observa-se atendênciatanto da
médiadasequipesquantodasequipesavaliadasdefazerem
ochuteaogolpormeiododesenvolvimentodejogadasede
finalizac¸ão pelos jogadores maisavanc¸ados, normalmente
médiosofensivoseatacantes.
Discussão
Osresultadosencontradosparaavariávelsequência
adver-sáriamostramumadiferenc¸asignificativaentreaequipeda
Espanhaeamédiadasoutrasselec¸ões.Isso,possivelmente,
ocorredevidoàcaracterísticadejogodaSelec¸ãoEspanhola,
quebaseiaasuafaseofensivanamanutenc¸ãodapossede
bolapormeiodepassesfeitosnormalmenteemseucampo
defensivo,ondeamarcac¸ãoadversáriaexercemenor
pres-são.Por meiodesses passesprocuram espac¸osvaziospara
avanc¸arrapidamentepelocampoadversário.
Jáasdiferenc¸assignificativasencontradasparaavariável
sequênciadaequipeentreasequipesdePortugal,Franc¸ae
Gréciaemrelac¸ãoàmédiadasequipesdemonstrama
ten-dênciadasequipesdePortugaledaFranc¸adevalorizarema
possedebolacomváriospassesentreseusjogadores,emseu
campodefensivoeofensivo,comoobjetivodeorganizarsua
equipee desestruturar a equipeadversária para surgirem
espac¸osvaziospossíveisparaefetuaroataquepropriamente
dito.JáaGrécia demonstraatendênciadefazerataques
rápidos,provavelmente baseadosem contra-ataques,com
poucos passes e tempode posse de bola reduzido.
Estu-dosindicamqueequipesbem-sucedidas,quefazemmenor
númerode passes em profundidade e, por consequência,
detêma possedebolapor maistempo, tendema marcar
271 272 273 274 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 304 305 306 307 308 309 310 311 312 313 314 315
maiornúmerodegols,possivelmentedevidoàmaior
quali-dadetécnicadeseusjogadoresemrelac¸ãoaosdosdemais
rivais,cujoníveltécnicoé inferior(Tenga,Ronglan,2010,
HugheseFranks,2005).
Emrelac¸ãoàvariávelsequênciaadversáriaapresentada
pelaequipedaGrécia,aperdadapossedebolaemsituac¸ões
maisrecuadaspodeserexplicadapelacaracterísticajá
men-cionadadefazer ataques rápidose com poucos passes.A
equipedemonstraaparentedificuldade demanteraposse
debola,mesmoquandofazpassesemzonasmaisrecuadas
docampodejogo.NocasodaequipedaEspanha,essefato
possivelmenteocorredevidoaosmomentosemqueos
joga-doresadversáriosavanc¸ameprocuramimpedirafeiturados
passesnocampodefensivo.Essaatitudetáticamuitasvezes
forc¸aumchuteparafrente,oquepodeprovocarum
domí-niodabolapeloadversáriooupeloatacantedaequipeque
seencontracom osmarcadoresadversáriose com
dificul-dadesdemantê-ladevidoàfaltadeumcompanheiropara
passar.
Assequênciasencontradasparaastrêsequipesvitoriosas
noquedizrespeitoàvariávelsequênciafragmentada
adver-sáriademonstraqueessasperdem,comelevadafrequência,
apossedabolanomeiocampoofensivo,oquepodedever-se
àmaiordificuldadedemanterodomíniodabola,umavez
queaequipeadversáriaexercemaiorpressãocomintuito
derecuperarapossedabola(Tenga,Holme,2010).
As sequências constatadas para todas as equipes e,
por consequência, para a média das equipes quando se
observaavariávelsequênciafragmentadadaequipepodem
serjustificadaspelaaglomerac¸ãodejogadorespróximoao
meio campo,o que diminui os espac¸os vazios e dificulta
a manutenc¸ão da posse debola, para alémde incentivar
disputasdiretas.Tais disputas aumentamaquantidadede
contatosfísicos,o quepodelevaraumamaiorocorrência
defaltaseperdasdebolapelalinhalateral.Taisinferências
estãodeacordocomosachadosdeZubillagaetal.(2013).
Eles demonstraram que quando a bola se encontrava nos
setoresdemeiocampo,ocomprimentodoespac¸odejogo
efetivodiminuíasignificativamente.
As sequências observadas para as três equipes
vitori-osas, levando em considerac¸ão a variável sequência da
equipe, reforc¸am a hipótese apresentada para a
variá-velsequênciaadversáriaedenotamumamaiordificuldade
de manutenc¸ão da posse de bola quando se encontram
maispróximo do goladversário, o que confirma os
resul-tadosdo trabalhode Tenga etal. (2010a), cujas análises
indicaram menor frequência de ac¸ões de posse de bola
noterc¸o ofensivo em comparac¸ão com oterc¸o defensivo.
Esses dados sugerem a existência de limitac¸ões espaciais
no setor ofensivo, uma vez que as zonas que o
com-põem são as que proporcionam maior risco à baliza
adversária.
As sequências relacionadas com a variávelchute a gol
podemserjustificadasporapresentarlocalizac¸õespróximas
aogoladversárioerepresentar maiorrisco. Estudos
ante-riorescorroboramessesachados,umavez queconsideram
maiores aspossibilidades definalizar comêxito quando o
portadordabolaseencontramaispróximodabaliza,
princi-palmentenocorredorcentral(Castelo,1996,Bezerra,1995,
Mombaerts,1991,Wrzos,1984).Entretanto,asequipesde
PortugaledaFranc¸aapresentamtaissequênciasapenascom
osjogadoresmédiosofensivos.Possivelmente,issoocorreu
devidoàdificuldadeapresentadaporessasselec¸õesde
ultra-passar a últimalinhadefensiva da equipeadversária. Por
isso,dãomaischutesaogoldelongadistância.
Conclusão
As seis equipes analisadas apresentaram sequências
ofen-sivas de jogo com distintos padrões. Observando as três
equipes vitoriosas, constata-se que a equipe da Grécia
apresentou a característica predominante de fazer ac¸ões
ofensivascom durac¸ãoreduzida,poucospasses entreseus
jogadores e procurar finalizar rapidamente. Essas
carac-terísticas identificam-se com o método de jogo ofensivo
contra-ataque,queéumaac¸ãotáticaqueconsisteem,logo
apósconquistarabolanomeiocampodefensivo,procurar
chegaromaisrapidamentepossívelaogoladversário,sem
que ooponentetenhatempoparaseorganizar
defensiva-mente. A equipedaItáliaapresentou sequências curtase
poucoconclusivas,oquecaracterizaumagrandevariac¸ão
deac¸õesofensivasedificultae/ouimpossibilitaadefinic¸ão
depadrõesdejogoofensivoparaessaequipe.Aequipeda
Espanhaapresentouacaracterísticapredominantedefazer
ac¸õesofensivasmaislongas,darpassesentrevários
jogado-reseaguardarosurgimentodeespac¸osecorredoresvazios
originadospelasmovimentac¸õesdosadversáriosparadepois
avanc¸ar e efetuaras finalizac¸ões. Essascaracterísticas se
aproximamdométododejogoofensivoataqueposicional,
queéumaformadeataqueemqueafasedeconstruc¸ãose
revelamaisdemoradaeelaboradaeapresentaatransic¸ão
defesa-ataque com predominância de passes curtos,
desmarcac¸õesdeapoioecoberturasofensivas.
Éimportanteressaltarquenofutebol,asequipes
recor-remfrequentementea combinac¸õesdevários métodosde
jogoofensivo,nãosóao longodapartidacomona mesma
sequênciaoujogada.
Conclui-sequeasequipesdefutebolderendimento
supe-riorpodemprivilegiardiferentespadrõesemétodosdejogo
ofensivoe,nãoobstante,servitoriosas.Ouseja,nãoforam
identificados padrões que serevelassem mais eficazes do
queoutros.Dessemodo,édeadmitirqueomaisimportante,
quanto àsopc¸ões dasequipes pelos diferentes métodose
padrões dejogo, équeo seudesempenho táticodeveter
emcontaomodelodejogoespecíficoadotado,bemcomo
ascaracterísticasdosseusjogadoresparalhedarresposta.
Conflitos
de
interesse
Osautoresdeclaramnãohaverconflitosdeinteresse.
Referências
não
citadas
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Anguera,2012,Angueraetal.,2000,Canossaetal.,2009,
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Comocitaresteartigo:CastelãoDP,etal.Análisesequencialdecomportamentosofensivosdesempenhadosporselec¸ões
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