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JORNAL DA DIOCESE DE GUAXUPÉ ANO XXXII MAIO DE 2021

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Academic year: 2021

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Diretor geral

DOM JOSÉ LANZA NETO Editor

DIÁCONO

JORGE AMÉRICO DE OLIVEIRA JUNIOR Equipe de produção

ANTÔNIO CARLOS FERNANDES DANIELA FREITAS DA SILVA

EVANDRO LÚCIO CORRÊA JOSÉ EDUARDO DUARTE

LUCIANA OLIVEIRA MEZETTI SILVA MARIA ELIETE CASSIANO MOREIRA MARIVALDA CEZÁRIO SANTOS TOBIAS MESSIAS DONIZETE FALEIROS

ROBERTO CAMILO ÓRFÃO MORAIS SIMARA APARECIDA TOTI

VALÉRIA HELENA ALBINO DA SILVA CORRÊA Revisão

VALÉRIA HELENA ALBINO DA SILVA CORRÊA Telefone

35 3551.1013 E-mail

guaxupe.ascom@gmail.com

Os Artigos assinados não representam necessariamente a opi-nião do Jornal.

Uma Publicação da Diocese de Guaxupé

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editorial

O

santuário é um lugar muito especial na vida de uma

pessoa devota. A devoção nasce de uma fé espe-rançosa. Os devotos também se fazem romeiros e peregrinos, de longe ou até mesmo de perto, não medem esforços para demonstrarem o tamanho de sua fé.

No santuário, todos se sentem em casa! Os olhares se cruzam na perspectiva da oração e da piedade popular. Não se precisa de palavras bonitas, acertadas, gestos extrava-gantes; basta apenas uma mão estendida em direção à ima-gem, uma vela acesa, um olhar fixo e uma alma repleta de recados.

Quantos milagres se recebem a partir dos pequenos sinais oferecidos no santuário. E, isso só é possível, porque todo santuário é casa de Deus! A devoção encontra o seu sentido mais concreto na adoração ao Senhor. A devoção verdadeira nasce do encontro com o Senhor.

Não é isto que os santos de nossa devoção experi-mentaram primeiro? E, não é isso que vidas dos santos, que muitas vezes se parecem com a nossa, leva-nos a crer?

Sendo assim, que as romarias ensinem, que ao se aproximar dos santos nunca se erra o caminho de Deus!

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voz do pastor

D

aqui a um ano, celebraremos a inauguração do

Santuá-rio dedicado à Santa Rita de Cássia, a santa das causas impossíveis, em Cássia. O evento será para todos nós diocesanos e para os devotos de Santa Rita um acontecimento que marcará, definitivamente, nossa vida e nossa história.

A expectativa é enorme, não só pelo tamanho, o maior san-tuário do mundo dedicado à Santa, mas pela beleza da constru-ção e pelo acolhimento do espaço. É uma bênconstru-ção visitar a edi-ficação deste templo que trará grandes benefícios não só para a população cassiense, mas para toda a nossa região, será um grande centro de evangelização.

Esperamos que este Santuário favoreça a fé, a vida cristã e, como define o Código de Direito Canônico, torne-se um lugar onde a Palavra de Deus seja proclamada, os sacramentos ofe-recidos e celebrados, onde as pessoas possam manifestar seu amor pela vida comprometendo-se a dar verdadeiro testemu-nho cristão.

É bom termos claro que nos santuários, por acolher multi-dões onde as manifestações de piedade popular são caracterís-ticas acentuadas, faz-se necessário que a evangelização ocupe o primeiro lugar, evangelizar a pessoa no seu todo, assim como os documentos da Igreja nos exortam a purificar a religiosidade popular (cf. EG 90).

Creio que não possamos só insistir na religiosidade popu-lar, é preciso ir além das práticas devocionais e levar as pessoas a um verdadeiro encontro pessoal com Jesus Cristo, bem como o engajamento na vida de comunidade.

Num santuário, as pessoas buscam encontrar acolhida,

va-Dom José Lanza Neto, Bispo da Diocese de Guaxupé

SENHOR, QUEM ENTRARÁ NO

SANTUÁRIO PARA TE LOUVAR?

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lorização, alegria, esperança e uma palavra de conforto que lhes dê paz e bem-estar. Se bem acolhidas, nasce um desejo de re-torno e de uma promessa fervorosa de mudança de vida. Além disso, o santuário é um lugar de encontro com outras pessoas que partilham e buscam objetivos semelhantes, mas é também um espaço de encontro com Deus.

Ninguém faz uma longa viagem se não tiver uma grande expectativa e um motivo maior. Quando alguém se desloca para um santuário, traz dentro de si toda a sua esperança e a certeza que sua causa será atendida.

Alguns santos e santas de Deus estão no coração do povo, Santa Rita é querida e amada, buscada por muitos, principal-mente, os que sofrem porque veem nela a Santa das Causas Impossíveis. Ela venceu aquilo que parecia não ser superável, venceu o ódio, a raiva e a vingança. Foi grande vencedora dian-te dos desafios da vida, como mulher, esposa, mãe e religiosa. A oração e a persistência, com paciência e confiança em Deus, ajudaram-lhe a suportar tudo e tornar-se vitoriosa em Cristo, na mais bela luta cristã, atitude dos fortes e santos.

Nossa diocese se prepara para este grande evento com a visita da Imagem Peregrina em todas as paróquias neste ano de preparação em vista da inauguração do Santuário, em 21 de maio de 2022, véspera da festa litúrgica de Santa Rita.

Conto com todos os párocos, administradores paroquiais, vigários paroquiais, diáconos e leigos para uma grande movi-mentação e divulgação em nossas paróquias para da inaugura-ção do Santuário.

Dioceses, bispos, sacerdotes, diáconos serão convidados, além de autoridades civis e todo o Povo de Deus. Este belíssimo santuário foi construído para nosso povo católico sempre fiel, es-pecialmente para todos os devotos de Santa Rita. Rezemos para que todo esforço seja para a maior glória de Deus. Padre Júlio César Agripino e Padre Leandro Melo já estão se

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empenhan-do, junto ao povo de Cássia, para organizar uma programação especial em vista de promover um Santuário alegre, acolhedor, missionário e apostólico.

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opinião

Kléryson Martins Soares Francisco

SUPERAÇÃO PELA FÉ

O

momento vivido pela Igreja Católica atualmente pode ser

considerado uma crise. Há mais de um ano, os fiéis estão impedidos de frequentarem normalmente as missas, em decorrência de decretos municipais, estaduais e diocesanos, os quais orientam para que não haja aglomeração nas igrejas em virtude da pandemia do coronavírus. Essas restrições variaram desde a diminuição do número de pessoas até a celebração das missas sem público e de portas fechadas.

O contato com Jesus Eucarístico é o sustento da vida do católico. As mudanças no funcionamento das igrejas causaram desencaminhamento de muitos fiéis, pois perderam um ponto de orientação importante, a participação nas missas. Além da falta de viver a eucaristia, os fiéis também sentiram saudades das demais atividades presenciais (grupo de oração e outros movimentos). Uma preocupação vem pairando sobre a Igreja acerca de como manter a participação e contribuição dos fiéis no andamento da comunidade.

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Historicamente a Igreja sempre conduziu os fiéis para den-tro do templo e a pandemia tem demonstrado a importância de se viver a da igreja dentro de casa, ou seja, da “igreja domésti-ca”. Aos sacerdotes ficam a missão de levar a igreja até os la-res, e aos fiéis a esperança de fazer dos seus lares um local de íntimo contato com Deus.

À medida do possível, a Igreja tem se reinventado. As mis-sas realizadas de forma remota (transmitidas pelas redes so-ciais, TV ou rádio) estão exigindo a adaptação para a uma forma de interação virtual. Em contrapartida, apesar de que a maioria dos fiéis faça uso das redes sociais, muitos não se sentem atra-ídos a participarem dos eventos religiosos (missas, movimentos pastorais e outros) nesse formato. Além disso, existem aqueles que não tem acesso a esses meios ou ainda têm dificuldades com o manuseio de computador e de celular, como é o caso de muitos idosos.

Vale ressaltar que a participação nas missas no formato re-moto não é tão significativa quanto no modelo presencial. Este é um fator preocupante, pois motivar participação à distância é uma situação para a qual a Igreja não estava preparada, se tor-nando mais um desafio para o sacerdote e para a comunidade paroquial.

Os momentos de crise e as incertezas ameaçam a continui-dade da participação dos fiéis junto aos movimentos pastorais. Neste caso, o impacto do distanciamento social reflete direta-mente no bom andamento da comunidade, seja na participação em reuniões e até mesmo nas atividades realizadas. Frente a tantos obstáculos, nada é mais necessário que o fortalecimento da Fé daqueles que participam da Igreja, para que assim pos-sam sensibilizar quem não pode estar presente efetivamente durante a pandemia.

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superação dos medos, incertezas e na renovação da esperança de dias melhores. A Fé é fundamental para que a humanidade atravesse com segurança o momento de crise. O Senhor está no meio de nós, no íntimo de nossos corações e sabe de to-das as dificuldades pelas quais estamos passando. O Deus mi-sericordioso não desampara seus filhos, Ele caminha junto de nós e quando menos percebemos, carrega-nos em seus braços. Portanto, neste momento, devemos nos apoiar uns aos outros, unidos em oração, em nossos lares, ou seja, na nossa igreja do-méstica e construirmos uma muralha de Amor e Fé para supe-rarmos a crise do coronavírus.

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dos ares aos lares

A

Rádio Difusora celebra 70 anos no ar, sendo um dos

prin-cipais meio de evangelização de Machado e região. Há mais de 7 décadas chegou-nos através do tenente Brito. No dia 8 de maio de1951 teve a sua primeira transmissão, e em 1955, foi vendida para a Paróquia Sagrada Família e Santo Antô-nio, para a pessoa do Pe. Idelfonso.

Em 1965, assumida e edificada pelo Cônego Walter. Foi adotada pelos machadenses como a “rádio do coração do povo e de Deus”. Diz Pe. Zezinho, SCJ, filho desta terra: “Essa é a pri-meira rádio paroquial do Brasil” – ele, que conhece e, também está em sintonia conosco.

A rádio foi assumida em 2018 pela Associação Civil Sagra-da Família, como era de desejo do Cônego Walter, pastor de grande fé que, muito evangelizou através das ondas sonoras da rádio.

RÁDIO DIFUSORA DE MACHADO

(DIFUSORA LIVE AM760)

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Ao completar 70 anos, vislumbramos um novo momento. Nossa querida Difusora, que será eternamente a “Rádio do Co-ração” e agora “Em Sintonia com Deus” continuará levando dos “Ares aos Lares” a evangelização, uma boa música e a informa-ção em uma nova frequência, não mais em AM, mas sim em FM.

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OS CRISTÃOS DEVEM

OCUPAR-SE DA POLÍTICA?

Helizangela silva Goes Religiosa Concepcionista Missionária do Ensino Colégio Maria Imaculada – São Paulo/SP

fé e política

E

m tempos de partidarismo e ideologias político-partidárias, quando a Igreja toma algum posicionamento, em face dos desafios éticos e morais enfrentados neste setor sempre emergem polêmicas. Não raro, quando o assunto é fé e política, surjem questionamentos do tipo: a vivência cristã é compatível com posicionamento político? Devemos, nós cristãos, ocupar--nos da política e da sociedade?

A política não deve ser vista como um “mal necessário” à vida em sociedade. Não é sem razão da Doutrina Social da Igreja ensinar que “Uma autêntica democracia não é somente o resul-tado de um respeito formal de regras, mas é o fruto da convicta aceitação dos valores que inspiram os procedimentos democrá-ticos: a dignidade da pessoa humana, o respeito dos direitos do homem, do fato de assumir o « bem comum » como fim e critério regulador da vida política”. Se não há um consenso geral sobre

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tais valores, se perde o significado da democracia e se compro-mete a sua estabilidade. (407).

Em um encontro com diretores das escolas jesuítas na Al-bânia, em junho de 2013, o Papa Francisco afirmou: “Para o cris-tão, é uma obrigação envolver-se na política. Nós, cristãos, não podemos fazer como Pilatos, lavar as mãos. Não podemos!”.

De acordo com os ensinamentos doutrinais da Igreja Ca-tólica “todo cidadão, na medida do possível, deve tomar parte ativa na vida pública” (CIC 1914). Sobretudo, quando cotidiana-mente vemos no quadro da política situações obscuras e que trazem grande insegurança e desesperança à população brasi-leira, faz falta a presença de pessoas comprometidas com a ver-dade, a justiça e o bem comum. Homens e mulheres engajados em um projeto de sociedade mais humana e integradora, para quem os valores fundamentais da pessoa, a saber, a vida, a li-berdade e a dignidade, nunca estarão em discussão.

Quanto mais cristãos participarem da comunidade políti-ca, mais próximo do ideal do Reino, anunciado por Jesus, a hu-manidade estará. Não sem erro afirmava o Papa João XXIII, na Carta Encíclica Pacem in Terris (n. 46), “A sociedade humana não estará bem constituída nem será fecunda a não ser que lhe pre-sida uma autoridade legítima que salvaguarde as instituições e dedique o necessário trabalho e esforço ao bem comum”.

Assim, fé e política não são duas vias distintas na vida do cristão, mas devem andar juntas, unidas, numa mesma direção, da construção da civilização do amor, fundada na justiça, na paz, no respeito à dignidade da pessoa e no desenvolvimento har-mônico de todas as esferas da sociedade.

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PALAVRA DO REITOR

Pe. Júlio Cesar Agripino

A

Cidade de Cássia, porção do povo de Deus

pertencen-te à diocese de Guaxupé, ganhará, no próximo ano, um presente de valor inestimável: um grandioso Santuário dedicado à Santa Rita, o maior do mundo, segundo pesquisas realizadas presentemente.

A construção de um novo Santuário dedicado à Santa dos Impossíveis partiu da grande devoção e iniciativa de uma pes-soa, o Sr. Paulo Flávio de Melo Carvalho, empresário cassiense, sito hoje em Sorocaba.

Ele, em janeiro de 2018, por ocasião do lançamento do li-vro “História de um empreendedor”, de sua autoria, na câmara municipal de Cássia, ao tomar a Palavra, anunciou que, em qua-tro anos, entregaria a Cássia, por meio da Mitra Diocesana de

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Guaxupé, um verdadeiro complexo religioso, tendo como desta-que um grandioso e belo Santuário, capaz de acolher carinhosa e confortavelmente milhares de devotos e peregrinos de Santa Rita.

Daquele momento em diante, o seu sonho particular, tor-nou-se sonho de todos aqueles que amam e confiam na pode-rosa intercessão de Santa Rita.

Em agosto de 2018, no alto do taquaral, lugar de destaque e de vista privilegiada, a movimentação de inúmeras máquinas e homens deram início ao longo processo de terraplanagem que se estendeu por aproximadamente um ano. Novamente no oita-vo mês, do ano de 2019, foram levantados os primeiros pilares, começando a dar forma ao novo e grandioso templo religioso.

Momento de grande emoção e comoção, porém nada com-parado aos sentimentos provenientes da chegada da suntuosa e belíssima estátua de Santa Rita, de 3,50 metros, esculpida em pedra sabão, afixada em frente a porta principal do Santuário, que imprimiu, em todos os espaços do complexo, uma forte es-piritualidade, perceptível por todos aqueles que têm a oportu-nidade de pisar aquele solo sagrado. Esse ano completar-se-á três anos de obras.

Mesmo em meio às dificuldades resultantes da pandemia, as obras do novo complexo religioso caminham a passos largos. A nova Igreja de 7 mil metros quadrados de construção compor-tará confortavelmente 5 mil pessoas sentadas.

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de acabamentos, recebendo os pisos e os revestimentos de pe-dra, aguçando a ansiedade do verdadeiro devoto da Santa dos Impossíveis pela concretização da obra. Os belos e delicados vi-trais também já foram instalados. Ao todo serão 100 mil metros quadrados de construção, entre edificações e estacionamentos, esses com capacidade para 155 ônibus e 765 carros. Comporá o complexo religioso uma área com 48 espaços comerciais, sani-tários, vestiários, fraldários, casa dos padres e um ambulatório para bem acolher os peregrinos e devotos.

A um ano da concretização da obra, planejamos para o dia 22 desse ano, mesmo que apenas pelas plataformas online, uma grandiosa celebração que marcará o início do ano preparatório para a grande festa de inauguração. Em breve, divulgaremos toda a programação.

Durante o ano preparatório, visitas a todas as paróquias da diocese ocorrerão, levando a relíquia de Santa Rita e, por meio de um vídeo institucional que mostrará as fases e o projeto da obra, convidar e motivar as comunidades a participarem des-se dia que, indubitavelmente, tornar-des-se-á inesquecível na vida e memória de todo o nosso povo. Vale enfatizar que esse pre-sente não pertencerá apenas a Cássia, mas a toda diocese de Guaxupé.

Santa Rita de Cássia não tem um lugar especial apenas no coração do povo cassiense, mas de milhares e milhares de de-votos espalhados por todo o mundo. Ela, exemplo de esposa, de mãe e de religiosa, mulher firme e completamente temente a Deus, que nunca se deixou abater pelas agruras e pelas mais duras provações da vida, desperta nos corações a mais profun-da e fervorosa identificação, inspirando-nos à santiprofun-dade tão

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es-perada pelo nosso Deus. Ele criou-nos a Sua imagem e seme-lhança para sermos santos como Ele é Santo (cf. Lev 11, 44), eis a vocação de todos nós.

E que o novo Santuário seja o lugar privilegiado da experi-ência de Deus, de encontro entre irmãos e de passos consisten-tes para a santidade e maior unidade de nossa amada diocese de Guaxupé, a partir da acolhida, da fé, da alegria e da devoção à Santa dos impossíveis. E que em uníssono possamos cantar: “Santa Rita de Jesus, ensina-nos lição de vida, sofrer e amar le-vando a cruz”.

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santuário em ação

O MAIOR SANTUÁRIO

DEDICADO A SANTA RITA

NO MUNDO

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E

m uma entrevista concedida ao jornal Folha da Manhã, o Sr. Paulo Flávio contou como surgiu a ideia de construir um Santuário e o que o inspirou.

“Quando nasceu Cássia, tinha quatro fazendeiros aqui, em 1884, que doado por coincidência 18 hectares de terra para co-meçar o município. E, agora, por coincidência vamos doar para Guaxupé 180 mil metros, a mesma proporção. A música, que fala do hino de Cássia no Alto do Taquaral, também por coinci-dência o Santuário está nascendo no Alto do Taquaral. Passan-do pelo planeta Terra aqui, em visita ao planeta, pensei que iria passar e só. Tem um livro que fica para os filhos e netos talvez, e depois, isso some. Queria deixar um legado, uma marca, brin-co que é o rabo do brin-cometa brin-com a minha passagem. Cheguei a imaginar fazer até uma pirâmide, mas com 60 anos de ida-de, decidi fazer um Santuário dedicado a ela, Santa Rita, e pedi que, se ela me possibilitasse condições financeiras e físicas, eu construiria. A história toda começou a acontecer e eu comecei a namorar este lado da cidade. Afinal, aqui no alto ficaria ex-posto para todos os lados da cidade. Sou devoto de Santa Rita de Cássia. Sou cassiense, nunca perdi o vínculo, mesmo tendo saído novo para estudar. Sempre mantive casa aqui. Este é um presente para Cássia e toda a região. Não teve inspiração de nenhum outro templo religioso, é original da minha cabeça. A única coisa que é réplica, praticamente idêntica, é a casa onde Santa Rita morou, na Itália. A santa nascida Margherita Lotti, que ficou conhecida como a santa das causas impossíveis mo-rou em uma casa simples. Fiz uma visita à Itália e vi a simplicida-de e a humildasimplicida-de simplicida-de uma alma perfeita. Santa Rita passou por quatro estágios: solteira, casada, viúva e monja. A construção da casa ainda será iniciada e será atrás da cúpula”. E ainda re-latou na entrevista o sentimento em poder oferecer um presente

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tão grandioso e importante: “o prazer de dar um presente deste é muito fácil de explicar. Quando lutamos na vida, todo minuto, dia, semana, você vai construindo algo para você. A vida é uma conta corrente, você ganha e também tem que doar. Você vai dimensionando o tamanho das coisas. Antigamente eu tinha a gratidão de doar uma cesta básica. Poder ajudar uma pessoa e sempre gostei e me sentia bem em ajudar. As dimensões vão ampliando, e, como recebi mais, ajudo mais. Já estou até acos-tumado com o processo, se torna natural. Há 28 anos atrás, comecei uma empresa com 50 mil dólares e isso foi progredin-do devagar. Enfrentanprogredin-do muitos desafios e hoje é um complexo empresarial. Acredito que isso sirva como um hospital espiritual, porque as pessoas precisam de tratamento espiritual também, além de o Santuário ser uma indústria gigantesca de turismo religioso. Se as pessoas souberem receber bem a ideia, aqui vai virar um céu de empregos e possibilidades, então, poder estender a mão é gratificante. Neste caso, estou dando a vara, ensinando a pescar e estou deixando os peixes aqui. Pra mim é bênção que será espalhada. A igreja e o poder público também podem e devem se unir e ajudar neste divisor de águas”.

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TESTEMUNHO DE FÉ E VIDA

Mônica de Souza Silveira é mãe, dentista e membro da Paróquia Nossa Senhora da Assunção, Cabo Verde/MG

I

númeras vezes ponho-me a pensar na bondade e imenso

amor de Deus por nós, em como agimos e insistimos em nos afastar e Ele insiste em nos reaproximar, nos mostrar-nos seu amor e misericórdia com eterno convite à reconciliação conosco.

Nascida e criada em família de tradição católica fervorosa, desde criança acompanhava pais, irmãs, avós, tios e primos nas mais diversas atividades eclesiais: missas, grupos de oração, domingos e tardes de louvor da renovação carismática, novenas de Natal e Campanha da Fraternidade, coroações no mês de maio, festas e quermesses. Durante a adolescência, participei de um grupo de jovens inspirado em São Francisco. Seus ideais nos inspiravam e, até hoje, refletem em minha vida, como exem-plo a ser seguido.

Os sonhos de liberdade adolescente equivocados me

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tariam e insistiriam em levar por caminhos até então desconhe-cidos. Um relacionamento conturbado em um casamento pre-maturo, tirar-me-iam de caminhos antes sonhados no colo da família até que, dois anos após desilusões sucessivas e reconhe-cimento do erro, resolvemos colocar um ponto final na situação. A casa e o apoio dos pais, meu porto seguro, foram decisivos para minha reestruturação pessoal. Quando batia o desânimo e acreditava que não fazia sentido participar das missas sem re-ceber a comunhão, minha mãe logo providenciava alguém para aconselhar-me e me orientar. A palavra de um deles, Cônego Valter, em Machado: “Igreja somos todos, santos e pecadores” “faça sua comunhão espiritual” mudaria minha interpretação da participação da missa sem comunhão e de como prosseguir par-ticipando na vida religiosa.

Tive a oportunidade de um novo casamento e, com ele, a construção de uma família. No período inicial da criação dos fi-lhos, residindo em Cabo Verde, participava somente das missas dominicais e nem sempre com a frequência desejável. Recorda-va meus pais e pensaRecorda-va em como seus exemplos tinham sido decisivos para manter meu desejo de proximidade com Deus e a Igreja. Desejava ser para meus filhos, o mesmo que meus pais foram para mim. Sentia que falhava... A vida profissional e doméstica consumia todo meu tempo e, nos finais de semana, queria estar em Alfenas com a família. Não me “sobrava” tem-po, mas o desejo de participar mais estava latente.

Com a matrícula da minha caçula na catequese para Primei-ra Eucaristia, ouvimos da coordenadoPrimei-ra que faltavam catequis-tas para iniciar a catequese. Lançado o convite, desafio aceito, tornei-me catequista. Novos desafios. O pensamento “Igreja:

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santos e pecadores” me estimulava a prosseguir. As palavras do Cônego voltavam em minha mente quando qualquer dúvida me atormentava. Voltei a cantar para animar os encontros. Mon-tamos um grupo com os catequizandos para cantar as missas da catequese infantil. Meu filho, que estava aprendendo violão, começou a tocar com a gente. Minha filha e uma amiga conti-nuam cantando atualmente e assumimos outras missas após a Primeira Eucaristia.

Por participarmos em Alfenas nos fins de semana, fomos convidados a participar na Paróquia de São Sebastião e São Cristóvão. Recentemente, minha filha mais velha também está cantando com a gente. Embora não seja fácil conciliar todos os compromissos em duas cidades distintas, sinto que é o mínimo que faço diante de tantas bênçãos recebidas na vida de minha família. Pensar, escolher e ensaiar com eles os cantos que ani-marão as missas assumidas nos aproxima da liturgia e é uma oportunidade de crescermos juntos na fé em família.

Nos momentos de desânimo penso nos exemplos de fé e força de meus antepassados, no acolhimento da Igreja pelos padres que tive oportunidade de escutar e no quanto Deus se fez presente em minha vida dando a oportunidade de consti-tuir família e, com ela, render-Lhe louvores pelas maravilhas que sempre fez em nossas vidas.

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SÃO JOÃO PAULO II

Simara Aparecida Toti é psicóloga e leiga

N

ascido Karol Josef Wojtyla, tornou-se João Paulo II em

1978 e desde 2014, São João Paulo II. Teve o terceiro maior pontificado da história, liderando a Igreja Católica por 26 anos, 5 meses e 17 dias.

Foi o único papa polaco, e o primeiro não italiano desde o neerlandês Adriano VI.

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Foi aclamado como um dos líderes mais influentes do sécu-lo XX. Teve um papel fundamental para o fim do regime comu-nista na Polônia e talvez em toda a Europa.

Também foi considerado um dos papas mais destacados dos tempos modernos. Visitou 129 países durante o seu pontifi-cado. Possuidor de uma inteligência invejável, falava inúmeras línguas.

Faleceu em 2 de abril de 2005 e em 19 de dezembro de 2009 foi proclamado “Venerável” e Beato em 1 de maio de 2011, pelo Papa Bento XVI. Em 27 de abril de 2014, foi declarado San-to juntamente com o Papa João XXIII. Sua memória litúrgica é celebrada no dia 22 de outubro.

Entre tantas qualidades, não poderia faltar o bom humor, o que nos conta a narrativa que se segue:

Eram religiosas polonesas que cuidavam do apartamento pontifício e também da cozinha, mas a comida era à italiana. No almoço, havia macarrão, carne e verduras; no jantar, caldo ou sopa, com um pouco de carne ou frios.

Nunca faltavam doces. O papa gostava muito deles. Para não deixar com que ele passasse mal, no final das refeições as irmãs davam um tempo e não serviam a sobremesa. Mas João Paulo II começava a fazer pequenos círculos na mesa com o dedo indicador e sorria matreiro; era assim que ele reivindicava o seu docinho.

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O FENÔMENO DA MORTE E A

VIVÊNCIA DO LUTO

Sarah Toti Rocha é estudante de Psicologia e membro da PASCOM da Paróquia São Sebastião e São Cristóvão em Alfenas/MG

E

m tempos de pandemia, a temática da morte se tornou

mui-to presente no nosso cotidiano, causando grande medo e insegurança. Para nós, católicos, a morte significa a res-surreição em Cristo. Nosso corpo é finito, mas a alma é eterna e, sendo assim, foi criada para estar para sempre com Deus na Glória, gozando da verdadeira alegria, após a nossa morte. Ape-sar desse significado sublime, muitas vezes não conseguimos lidar com esse fenômeno, já que é um mistério. Nesse sentido, é preciso conversar cada vez mais sobre isso para diminuir nossas angústias e, principalmente, fazer de nossas vidas uma verda-deira preparação para a eternidade, vivendo nossos dias aqui intensamente conforme a vontade de Deus.

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Se encarar nossa própria morte é uma tarefa árdua, lidar com a perda de alguém amado é motivo de grande sofrimen-to. O luto é um processo natural carregado de muitas emoções e sentimentos que demanda um tempo para ser digerido. Mui-tas vezes, na tentativa de ajudar, algumas pessoas estimulam a pessoa enlutada a se alegrar e “seguir em frente” o quanto antes, mas é necessário que esse processo aconteça no tempo particular do indivíduo. É difícil medir a duração do luto, mas es-tima-se de um a dois anos experenciando as sensações e dores, sem negá-las ou reprimi-las.

A psiquiatra suíça-americana, Elisabeth Kübler-Ross, é uma grande referência no assunto da morte e de doenças ter-minais e dividiu o luto em cinco fases. Essas fases ocorrem tan-to diante da morte real, quantan-to na possibilidade iminente dela diante das doenças terminais. A primeira corresponde à nega-ção, fase na qual a pessoa nega o acontecimento, afirmando estar sendo enganada. Isso ocorre como uma proteção para si mesma, já que é muito difícil lidar com a perda. O segundo está-gio é o da raiva. Nesse estáestá-gio a pessoa sente fortes emoções negativas, culpando a pessoa que pode ter dado a notícia trá-gica ou até mesmo Deus e, dessa forma, pode gerar situações desagradáveis. Barganha ou negociação é o estágio em que a pessoa tenta fazer acordos em troca da recuperação da vida da pessoa que ama, como promessas e pactos com Deus. O quarto estágio é o da depressão, marcado por dor e tristezas intensas, choro e isolamento. Nessa hora é preciso que aqueles que es-tão ao redor sejam pacientes e acolham seu sofrimento. Por fim, o último estágio é da superação. É nessa fase que o indivíduo consegue enxergar possibilidades de vida para si mesmo com uma perda significativa, retomando atividades com mais prazer e esperança.

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Diante dessas definições, podemos compreender que é de extrema importância que a (o) enlutada (o) viva suas emo-ções e retome suas atividades à medida do que é possível, pois a superação chegará. Trabalhar pode ser muito positivo nesse processo, desde que não seja motivo para camuflar a dor em uma falsa superação. Para aqueles que estão ao redor de um enlutado, o melhor a se fazer é estar junto dessa pessoa sem julgamentos, acolhendo sua dor e permanecendo ao seu lado com amor e paciência. Vale ressaltar que a presença de um psi-cólogo pode ser positiva nessas fases, podendo ser dispensá-vel, mas em casos de aumento de sintomas depressivos, histó-rico de transtornos de humor e demora excessiva no processo é urgente esse acompanhamento psicológico junto ao tratamento psiquiátrico.

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CHAMA QUE CONDUZ A VIDA

Lucas Vicente é leigo e catequista

símbolos

N

o livro dos Atos dos Apóstolos, vemos o relato do

Pente-costes, que antigamente já era uma festa onde se cele-brava a alegria da colheita e a conclusão da aliança no Monte Sinai. Após a ressurreição de Jesus Cristo, ele se trans-forma na festa do Espírito Santo e da Nova Aliança. No texto, vemos o fogo como condutor do Espírito Santo que ilumina a todos naquele lugar a fazer nascer a Igreja de Jesus Cristo: “E apareceram línguas como de fogo repartindo-se, e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo.” (At 2, 3-4)

No relato de Pentecostes, o fogo tem como símbolo trazer o Espírito Santo aos apóstolos para continuarem a missão rea-lizada por Cristo e os provoca a fazerem uma nova Aliança com Deus. Como exemplo cito o trecho da catequese na audiência geral com o Papa Francisco feita em 19/06/2019: “Na tradição bíblica, o fogo acompanha a manifestação de Deus. No fogo, Deus concede a sua palavra viva e enérgica (cf. Hb 4, 12) que

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abre ao futuro; o fogo exprime simbolicamente a sua função de aquecer, iluminar e testar os corações, a sua cura na provação da resistência das obras humanas, na sua purificação e revitali-zação. (...) Por conseguinte, a Igreja nasce do fogo do amor e de um “incêndio” que arde no Pentecostes e que manifesta a força da Palavra do Ressuscitado, imbuída de Espírito Santo.”

O fogo do espírito santo nos provoca a sermos cristãos me-lhores, nos dá a inspiração para colocarmos em nossos dons e serviços a chama abrasadora de Deus. Mesmo em Jerusalém, em que havia povos de diversas nações, com a ação do Espí-rito Santo todos se entendiam em sua própria língua, isso nos mostra que este fogo também une qualidades e dons diferentes num único objetivo, trazer a salvação para todos pela chama da vida eterna.

Hoje em dia, vivemos as adversidades de uma pandemia jamais imaginada em nossa geração, que nos obrigou a adap-tar a nossa realidade, e é este fogo do Espírito Santo que nos dá a vontade de nos transformarmos em meio aos desafios que são impostos. Inspira os cristãos a usarem as novas tecnologias para evangelizar, inspira os cientistas a buscarem de forma ve-loz o fim deste mal e buscar a cura da Covid-19. Enfim, provoca--nos a refletir sobre o que podemos fazer para sermos pessoas melhores.

E que as mesmas línguas de fogo que acenderam as men-tes e corações dos apóstolos, ilumine-nos a manter acesa a cha-ma da esperança de dias melhores para todos nós, peçamos ao Espírito Santo que ele traga em nossas vidas a chama eterna do amor cristão!

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CONHEÇA O CHAMADO DE

DEUS NA VIDA DO JOVEM LUIZ

GUSTAVO

M

inha trajetória vocacional se tem início em 2015, quando

por própria decisão iniciei minha vida de Igreja, junto à paroquia São Sebastiao, visto que antes, eu pertencia a outra denominação religiosa.

A princípio, não fui na intenção de ser Padre, porém, os planos de Deus eram diferentes. Após receber os sacramentos iniciais, algo novo começou a pulsar em meu coração, algo que me era desconhecido.

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Procurei a ajuda do Padre João Batista, atual pároco de minha paróquia, e este, me indicou o acompanhamento voca-cional. Iniciei então, uma caminhada, e em 2018 ingressei no seminário. No entanto, os planos de Deus são diferentes, e às vezes não entendemos muito bem, mas devemos estar dispos-tos aceitá-los.

No Segundo semestre de 2018, decidi dar uma pausa em minha formação presbiteral, sabendo que não era um ponto fi-nal, mas sim, o tempo de Deus. Mantive contato com meu for-mador, Padre Leandro, que sempre muito solícito, ajudava-me no período em que fiquei em casa.

Após essa pausa, no dia Primeiro de Dezembro de 2019, fui aprovado novamente para o ingresso no seminário, e agora estou no Primeiro ano da Etapa Discipular. Nesse período, mui-tos foram os famui-tos que marcaram minha vocação, porém, dentre eles, destaca-se o momento de minha ausência no seminário. Foi uma fase difícil, mas serviu para me mostrar que é para ser Padre que Deus me criou, pois sempre esteve comigo.

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A ORAÇÃO DE JESUS:

O PAI NOSSO (PARTE 3)

Aretuza Prado Ramos é leiga. Coordenadora da Crisma na Paróquia Sagrada Família e Santo Antônio em Machado / MG

P

ERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS. Este pronome “nos”

é essencial, pois pedimos que nós sejamos perdoados pelas ofensas que cometemos, portanto o pronome aqui vem referir ao ofensor não à ofensa.

“[...] Não está no nosso poder deixar de sentir e esquecer a ofensa; mas o coração que se entrega ao Espírito Santo muda a ferida em compaixão e purifica a memória, transformando a ofensa em intercessão” (CIC §2843).

A condição fundamental para receber o perdão é que seja ASSIM COMO NÓS PERDOAMOS A QUEM NOS TEM OFENDIDO. O dom do Conselho presente neste quinto pedido capacita-nos a sermos misericordiosos para com nossos irmãos, assim como Deus Pai o é conosco sempre. “Bem aventurados os misericor-diosos, porque alcançarão misericórdia”.

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Pecamos porque nos distanciamos de Deus e sem Sua pre-sença o discernimento reto diante das tentações torna-se impos-sível, sendo fácil reincidir no erro. Somos provados como o ouro para nosso amadurecimento, e estar em amizade com Deus aju-da-nos a discernir e agir corretamente diante das escolhas que são para o crescimento e as que são para nossa “desgraça” ao pedir: NÃO NOS DEIXEIS CAIR EM TENTAÇÃO. Pedimos para que quando ela(graça) vier, seja Ele nossa força. “Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. O dom do Entendi-mento permite-nos lutar por essa pureza de coração e esse reto discernimento. “Não vos surpreendeu nenhuma tentação que tivesse ultrapassado a medida humana. Deus é fiel e não per-mitirá que sejais tentados acima das vossas forças, mas, com a tentação, vos dará os meios de sair dela e a força para suportar” (1 Cor 10, 13).

A sétima petição dessa oração é com muita Sabedoria que fazemos. “Ao pedirmos para sermos libertados do Malig-no, pedimos igualmente para sermos livres de todos os males, presentes, passados e futuros, dos quais ele é autor ou instiga-dor. Nesta última petição, a Igreja leva à presença do Pai toda a desolação do mundo. Com a libertação dos males que pesam sobre a humanidade, a Igreja implora o dom precioso da paz e a graça da espera perseverante do regresso de Cristo” (CIC § 2854).

Muito mais do que pedirmos que Ele nos livre do mal des-te mundo, porque é Ele mesmo que nos diz que não devemos temer os que podem matar somente o corpo. Também pedimos que, livre-nos da morte pelo sangue do Cordeiro e possamos ser libertos da condenação, do mal eterno, por isso dizemos: MAS LIVRAI-NOS DO MAL. “Bem Aventurados os que

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promo-vem a paz, porque serão chamados filhos de Deus”. Ser filho de Deus remete-nos a primeira palavra dessa oração: ‘Pai’, pois ser filho de Deus é viver com Prudência; é suplicar e ter a certeza da assistência do Espírito Santo que derrama sobre nós cada dom; é usar os meios que Ele nos dá para chegarmos ao fim que as Bem-Aventuranças nos prometem; é ter uma vida pautada nas virtudes Teologais e Cardeais que esta oração incute em nós.

AMÉM significa verdadeiramente, assim seja! Quando essa oração é proferida na Santa Missa, não o dizemos logo após o livrai-nos do mal, porque o sacerdote prossegue a ora-ção com seu embolismo, isto é, aquilo que se segue que é o ... livrai-nos de todos os males, e dai-nos hoje...

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O ALTAR

Padre Robison Inácio de Souza Santos é pároco da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição

Apareci-da de Serrania/MG

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F

oi-me pedido para escrever um texto sobre o altar. Ao fazer minha pesquisa encontrei um verbete de dicionário muito completo sobre esse assunto. Então, ao invés de me aven-turar a coser um novo texto, achei por bem fazer uma humilde transcrição, valorizando assim o trabalho já pronto. Quanto ao verbete, ei-lo: “Altar (do latim altare, lugar onde se coloca o que é oferecido à divindade): Mesa em torno da qual a comunidade se reúne para celebrar a Eucaristia. Nela se apoiam os vasos sagrados. Junto ao altar permanece o presidente da celebra-ção, secundado pelos concelebrantes e demais ministros desde a apresentação dos dons até a realização da comunhão eucarís-tica. O altar pode ser construído de pedra, mármore, madeira ou outros materiais nobres. Pode ser fixo (nesse caso se recomen-da que seja consagrado de modo solene pelo bispo). Ou móvel (em tal caso pode ser apenas bento). O altar representa Cristo, altar e vítima. Lembra a mesa da última Ceia e o altar dos sacri-fícios do templo judaico. Porém, sobretudo, antecipa a mesa do banquete dos redimidos no reino do Pai. É beijado pelos sacer-dotes e diáconos antes do início da Missa e só pelo presidente em sua conclusão. É incensado em ocasiões especiais. Costuma estar coberto por toalhas e adornado com flores e velas. É o centro do templo. Em cada Igreja deve haver um único altar para o qual conflui a atenção de todos; porém, nos templos construí-dos antes da reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, podem ser encontrados outros altares, chamados de laterais, que se distin-guem do altar-mor por sua localização e medidas” (Dicionário de Liturgia de Ricardo Pascual Dotto e Gerardo García Helder).

É o altar, sendo ele um bloco monolítico ou tendo um for-mato de mesa, que evidencia a dimensão de sacrifício, de ban-quete ou de ceia do sacramento da Eucaristia. Como em toda casa de família, há uma grande mesa para a qual se convergem

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todas as atenções, todas as memórias, todos os afetos e todos os prazeres do paladar, assim também no edifício da Igreja o altar é “a grande mesa” para a qual se voltam todos os olhares, todos os corações e a atenção do espírito humano.

Consagrado pelo Santo Crisma ou, simplesmente, abenço-ado pela água benta, o altar simboliza Cristo, o centro de tudo, o ponto de convergência em torno do qual e no qual a vida cris-tã acontece. Há uma bela música criscris-tã de nome “Meta Certa”, composta por Marie Thérèse Henderson, que assim diz: “Só Tu estás no centro do meu coração.” Esse verso da música ajuda--nos a compreender que a centralidade do altar, no espaço de culto cristão, evoca a centralidade do próprio Cristo. O mistério dessa centralidade vai do templo edificado com pedras ao tem-plo vivo do coração humano.

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FÉ E RAZÃO

Prof. José Carlos Vilela é formado em Filosofia e Teologia com Pós Graduação em História da Educação

A

origem etimológica da palavra Fé vem do verbo latino

fido, fidere, cujo significado é fiar, confiar, fiar-se. A raiz grega é πιστις (pistis) cujo significado é fé, confiança em outro, crença. Fé, atitude de adesão, compromisso e opção.

Fé é a garantia do que se espera e a certeza do que não se vê. (Hb, 11-1)

É impossível a fé sem ajuda da graça; a fé é um dom de Deus, gratuito e imerecido por parte do homem.

A fé não vê nada. Creio em virtude da autoridade do

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prio Deus relevante. Esse é o objeto formal ou o motivo da fé. E “Deus não pode enganar-se nem enganar”, por isso, é a maior e mais absoluta de todas as certezas, e partilhando tal ideia, diz Santo Agostinho: “Acreditando espere e, esperando ame”. Uma outra afirmação, atribuída a Tertuliano “credo quia absurdum” (creio porque é absurdo) assim se explica:” O filho de Deus foi crucificado – isto não é humilhante, porque é uma ignonímia; e o filho de Deus foi morto – isto é crível, porque é uma loucura; e ele foi sepultado e ressuscitou – isto é certo, por-que é impossível”.

A fé não é uma conquista do homem, mas uma dádiva de Deus; É Deus que move o coração do homem. No homem des-cobrimos Deus, do contrário, não vamos descobri-lO em lugar nenhum. O sinal de Deus é a vivência do amor, da justiça, do respeito, é entrar no processo de luta pela libertação do homem. Dificilmente vamos descobrir Deus só a partir de conceitos e de ideias.

O conhecimento faz parte do crer. Para que a fé não seja só sentimento, é necessário que haja fundamentação. Simone de Beauvoir relatou que fora educada religiosamente por sua mãe, que não sabia por que acreditava; seu pai era ateu e sabia por que o era, então, deixa sua crença religiosa e segue seu pai.

Como conciliar a obscuridade da fé e a certeza absoluta da credibilidade?

Razão e fé são distintas, há uma independência entre am-bas. São complementares e não opostas. São autônomas, pois

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o fundamento é diferente.

Razão é raciocínio, reflexão crítica; a fé é espontaneidade, sentimento. Razão é de natureza intelectual; a fé é de natureza emotiva, prática.

Razão e fé são distintas, mas como diz Tomás de Aquino: “Quod veritati fidei christianae non contraritur veritas racionis ” (Pois a verdade da fé cristã não contraria a verdade da razão).

O embate filosófico e religioso entre razão e fé sempre existiu e permanece. A razão é cognitiva; a fé preocupa-se com a salvação, com o fim definitivo do homem e do mundo. A razão está cercada de dúvidas, sempre investigando; a fé é certeza.

Sócrates diz: “Eu nada sei”. Cristo: “Eu sou a verdade”. As diferenças são essenciais, mas há uma relação entre as duas afirmações sobre razão e fé.

Blaise Pascoal afirma que “O último passo da razão é reco-nhecer que existe uma infinidade de coisas que a ultrapassam”. Santo Agostinho afirma com muita clareza, “o homem não poderia nem sequer crer se não possuísse alma racional”. E con-tinua “...a fé precede a razão: “nisi credideritis, non intelligetis” (se não credes, não entendereis).

Neste sentido também se expressa Santo Anselmo: “Efeti-vamente creio porque, se não cresse, não conseguiria compre-ender”.

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Nietzsche, em seu questionamento, prega a morte de Deus, o niilismo, e prega o super-homem, a vontade do poder. Esse pensamento não será consequência do empobrecimento dos valores humanos? Não será fruto de uma religiosidade vazia, característica de um pietismo decadente alienado e alienante? Nietzsche acusa-nos de termos matado Deus, no entanto, não afirma a inexistência de Deus como faz o ateu. No livro “Fome de Deus” de Frei Beto encontramos uma afirmação de Nietzs-che sobre Deus: “Deus morreu, ... E quem o matou? Nós, vós e eu, todos somos seus assassinos”.

O pensamento de Marx, “A religião é o suspiro da criatu-ra oprimida, é a alma de um mundo sem cocriatu-ração, o espírito de uma época sem espírito”, não terá sido provocado pela distân-cia entre religião e mundo, entre Igreja e rua, entre céu e terra? Ensinamos um Deus longe do homem, sobretudo do oprimido.

Enfim, devemos admitir a significativa advertência de Pas-cal: “Dois excessos: excluir a razão, só admitir a razão”. E ainda Pascal: “É o coração que sente Deus, e não a razão. Eis o que é a fé: Deus sensível ao coração, não à razão”.

“Escondeste estas coisas aos sábios e doutos e as revelas-te aos pequeninos”. (Mt.11,25)

Que bom seria fé e ciência juntas, trabalhando para a me-lhoria da qualidade de vida dos homens, conhecendo mais o universo, a transcendência da existência e, juntas levando o ho-mem ao essencial, isto é, uma sociedade vivenciando o amor.

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comunicações

aniversários maio

Natalício

03 Padre Paulo Rogério Sobral

03 Padre Irineu (Rodeney) Olmedo Viana, O.Cist 04 Padre Geraldo Henrique Benjamin

09 Padre Luciano do Nascimento Rodrigues 10 Padre Benedito Clímaco Passos

11 Seminarista Pablo Henrique Oliveira Matias 13 Seminarista Rhilton Roger C. Marques

14 Padre José Benedito dos Santos

15 Padre Thomaz Patrick O’Brien, O.M.I.

16 Diácono Gustavo Henrique Fernandes Correia 20 Padre Mateus de Jesus Donizetti Albino

21 Padre Hiansen Vieira Franco 22 Padre Antônio Carlos Maia 22 Padre Antônio Batista Cirino 26 Padre Homero Hélio de Oliveira

30 Padre Jeremias Nicanor Alves Moreira

Ordenação

03 Padre João Ademir Vilela

04 Padre Francisco Albertin Ferreira 04 Padre José Hamilton de Castro

06 Padre Dione Romualdo Ferreira Piza 07 Padre César Acorinte

07 Padre Rovilson Ângelo da Silva 09 Padre Francisco Carlos Pereira 10 Padre Eduardo Pádua Carvalho 11 Padre Reginaldo Vieira Santos 13 Padre Michel Donizeti Pires 13 Padre Matheus Junior Pereira

13 Padre Jeremias Nicanor Alves Moreira 16 Padre Antônio Donizete de Oliveira 16 Padre Hudson Ivan Teixeira

16 Padre Francisco Clóvis Nery

20 Padre Geraldo Henrique Benjamin 20 Padre Willian Franquis Venâncio 22 Padre Vítor Aparecido Francisco

22 Padre José Carlos de Carvalho, O.Cist. 27 Padre Lucas de Souza Muniz

30 Padre Donizete Miranda Mendes 30 Padre José Ricardo Esteves Pereira 31 Padre Thomaz Patrick O’Brien, O.M.I.

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chacelaria do bispado

O

Reverendíssimo Senhor Pe. Sidney S. Carvalho,

Chance-ler do Bispado, comunica que o Excelentíssimo Senhor Dom José Lanza Neto, bispo diocesano de Guaxupé:

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Referências

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