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A redução dos impactos ambientais como proposta para o desenvolvimento de luminária a partir de resíduos de MDF

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

THAIANE DE ALMEIDA HEDLUND

A REDUÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS COMO PROPOSTA PARA O

DESENVOLVIMENTO DE LUMINÁRIA A PARTIR DE RESÍDUOS DE

MDF

Ijuí 2013

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THAIANE DE ALMEIDA HEDLUND

A REDUÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS COMO PROPOSTA PARA O

DESENVOLVIMENTO DE LUMINÁRIA A PARTIR DE RESÍDUOS DE

MDF

Monografia apresentada ao Curso de Design do Produto, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Design de Produto.

Orientador: José Paulo Medeiros da Silva

Ijuí 2013

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

A comissão examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia “A REDUÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS COMO PROPOSTA PARA O DESENVOLVIMENTO DE LUMINÁRIA A PARTIR DE RESÍDUOS DE MDF” elaborada por Thaiane de Almeida Hedlund como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Design de Produto.

COMISSÃO EXAMINADORA

_____________________________________________

José Paulo Medeiros da Silva - Orientador

_____________________________________________

Diane Meri Weiller Johann - Banca

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“Cada geração acredita, sem dúvida, ter vocação para mudar o mundo. Todavia, a minha sabe que não vai refazê-lo. Porém, sua tarefa pode ser maior. Consiste em impedir que o mundo se desfaça.”

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Aos meus pais Nilda e Claudomir, que não mediram esforços para que este sonho se tornasse realidade. A minha irmã Thaize e ao meu namorado Verlei por estarem comigo sempre.

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Agradeço a todos aqueles que contribuíram para a realização dessa monografia. A Deus por ter me guiado e iluminado meu caminho. Ao meu orientador, José Paulo, pela paciência, confiança e auxilio atribuído na elaboração deste trabalho. A minha família e meu namorado pelo incentivo e apoio incondicional em toda esta caminhada. A todos meus professores que durante estes anos, compartilharam comigo seu aprendizado. Aos meus colegas e amigos, que juntos dividimos o conhecimento durante o curso.

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RESUMO

O presente trabalho busca desenvolver uma luminária com o reaproveitamento de resíduos de MDF das pequenas e médias empresas do setor moveleiro, no município de Santa Rosa-RS, do qual se deparam em seus processos produtivos, com volumes cumulativos de resíduos que conflitam com as questões ambientais. Dentro do contexto abordado, o designer tem a função de desenvolver soluções, analisando custo-benefício dos produtos, atendendo as necessidades do consumidor de modo que não se esgotem os recursos naturais às gerações futuras. Com base no conjunto de informações coletadas, observou-se uma preocupação com as questões ambientais, reforçando a relevância desta pesquisa, onde os resíduos de MDF podem ser aproveitados de forma mais efetiva, evitando o descarte e a extração desnecessária de matéria-prima da natureza. Foi demonstrada, através do projeto de uma luminária sustentável, a possibilidade de introduzir no mercado produtos com qualidade semelhante quando utilizado a chapa de MDF, empregando os conceitos de ecodesign e design sustentável, bem como a possibilidade de desenvolver uma linha de produtos aproveitando os tamanhos variados dos materiais descartados.

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ABSTRACT

This work seeks to develop a luminary with the reuse of MDF waste of small and medium companies in the furniture sector in Santa Rosa-RS, which are got in the production processes with cumulative volumes of waste that conflict with issues environmental. Within the approached context the designer is responsible for developing solutions, analyzing products cost effectiveness, addressing consumer needs in order to avoid natural resources depletion for future generations. Based on the totality of information collected there was a concern with environmental issues reinforcing the relevance of the present research where the waste MDF can be reused more effectively avoiding the disposal and unnecessary extraction of raw materials from nature. Through the design of a sustainable lamp it was demonstrated the possibility to introduce in market products with similar quality as of those using MDF plates, using the concepts of ecological design and sustainable design, as well as the possibility of developing a line of products leveraging sizes variety of discarded materials.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Fatores do Ecodesign. ... 24

Figura 2: Roda de Ecoconcepção ... 25

Figura 3: Fatores do design sustentável ... 26

Figura 4: Concentração das empresas moveleiras instaladas no Brasil... 30

Figura 5: Distribuição dos Polos Moveleiros no Rio Grande do Sul ... 31

Figura 6: Móveis Sob Medida ... 34

Figura 7: Tipos de Acabamento... 37

Figura 8: Os primatas e a Descoberta do Fogo ... 39

Figura 9: Lucerna de Barro ... 39

Figura 10: Candelabro ... 40

Figura 11: Lampião ... 40

Figura 12: Luminária de Gaudi em Barcelona - 1879 ... 41

Figura 13: Luminária Arte Nouveau - 1900 ... 41

Figura 14: Luminária Jielde de chão - 1950 ... 42

Figura 15: Luminárias 2013 ... 42 Figura 16: Luminária 1 ... 43 Figura 17: Luminária 2 ... 44 Figura 18: Luminária 3 ... 44 Figura 19: Luminária 4 ... 45 Figura 20: Luminária 5 ... 45 Figura 21: Luminária 6 ... 46 Figura 22: Luminária 7 ... 46 Figura 23: Luminária 8 ... 47 Figura 24: Luminária 9 ... 47 Figura 25: Luminária 10 ... 48 Figura 26: Luminária 11 ... 48 Figura 27: Luminária 12 ... 49 Figura 28: Luminária 13 ... 49 Figura 29: Luminária 14 ... 50 Figura 30: Luminária 15 ... 50 Figura 31: Luminária 16 ... 51

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Figura 32: Luminária 17 ... 51

Figura 33: Luminária 18 ... 52

Figura 34: Luminária 19 ... 52

Figura 35: Resíduos Classificados como Cavaco ... 62

Figura 36: Resíduos Classificados como Serragem ... 62

Figura 37: Resíduos Classificados como Pó ... 62

Figura 38: Proposta 1 ... 65

Figura 39: Proposta 2 ... 65

Figura 40: Proposta 3 ... 66

Figura 41: Proposta 4 ... 66

Figura 42: Render Perspectiva Frontal ... 69

Figura 43: Render Perspectiva com Ambientação ... 69

Figura 44: Render Vistas 2D ... 70

Figura 45: Protótipo ... 72

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Dados da Cadeia Produtiva Moveleira do Brasil 2012 ... 29

Tabela 2: Principais Municípios Moveleiros do Rio Grande do Sul ... 32

Tabela 3: Tipos de Acabamentos... 36

Tabela 4: Classificação de Resíduos ... 38

Tabela 5: Análise Sincrônica ... 53

Tabela 6: Análise Estrutural ... 54

Tabela 7: Microanálise ... 56

Tabela 8: Análise Morfológica ... 56

Tabela 9: Análise do Produto com Relação ao Uso ... 58

Tabela 10: Análise do Produto ao Ecodesign ... 58

Tabela 11: Estudo para reciclagem de materiais ... 61

Tabela 12: Definição do Produto ... 63

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABIPA- Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABNT/CB 38 – Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental CFCs - Clorofluorcarbonos

CMMAD - Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

CNUMAD - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBPQ – Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade IEMI - Instituto de Estudos e Marketing Industrial ISO - Organização Internacional para Padronização MDF – Fibra de Média Densidade

MMA – Ministério do Meio Ambiente

MOVERGS - Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul ONU – Organização das Nações Unidas

PIB – Produto Interno Bruto

PNRS – Política Nacional de Resíduos Sólidos PNSB – Política Nacional de Saneamento Básico

PNUMA - Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente RS – Rio Grande do Sul

RSU - Resíduo Sólido Urbano

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SUMÁRIO RESUMO ... 7 ABSTRACT ... 8 1. INTRODUÇÃO ... 15 1.1 Contextualização ... 15 1.2 Objetivos ... 15 1.2.1 Objetivo Geral ... 15 1.2.2 Objetivo Especifico ... 16 1.3 Justificativa ... 16 1.4 Delimitação ... 17 1.5 Estruturação ... 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO ... 18 2. 1 Meio Ambiente ... 18

2.1.1 O Histórico da Consciência Ambiental ... 21

2.2 Ecodesign ... 23

2.3 Design Sustentável ... 26

2.4 Setor Moveleiro ... 28

2.4.1 Polos Moveleiros ... 29

2.4.2 Rio Grande do Sul ... 30

2.4.3 Região Noroeste ... 32 2.4.4 Santa Rosa ... 33 2.4.5 Sob Medida ... 33 2.4.6 MDF ... 34 2.4.7 Resíduos de Matérias-Primas ... 37 2.5 Luminárias ... 38 2.5.1 Análise Diacrônica ... 38 2.5.2 Análise Sincrônica ... 43 2.5.3 Análise Estrutural ... 54 2.5.4 Análise Funcional ... 56 2.5.5 Análise Morfológica ... 56

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2.5.6 Análise do Produto com Relação ao Uso ... 58

2.5.7 Análise do Ecodesign ... 58

3. METODOLOGIA ... 59

4. RESULTADOS ... 61

4.1 Análise da Pesquisa de Campo ... 61

4.2 Definição dos Requisitos ... 63

4.3 Estruturação e Hierarquização dos Requisitos ... 63

4.4 Geração de Alternativas ... 64 4.5 Desenho Técnico ... 67 4.6 Render ... 67 4.7 Memorial Descritivo ... 71 4.8 Protótipo ... 72 5. CONCLUSÃO ... 74 REFERÊNCIAS ... 75 Anexo I ... 79

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Atualmente, vive-se em um ambiente em que grande parte dos indivíduos passou a perceber a importante tarefa de preservar o meio ambiente. Porém, o consumo desenfreado e o ápice de novos produtos faz com que isso não mude o modo de vida dos mesmos. Onde indústrias produzem cada vez mais, e o consumidor compra e produz mais lixo ao descartar o que não mais lhe satisfaz. De acordo com Branco (1988, p. 38) as indústrias se proliferam, consumindo quantidades cada vez maiores de energia e matérias – primas, gerando poluição e outros inconvenientes para o meio ambiente.

Surge um novo paradigma, onde o anterior influenciou significativamente a nossa vida com relação ao meio ambiente, fazendo uso indevido dos meios que os norteavam, tardou para que fosse notado que as atitudes perante o meio ambiente eram danosas. Porém, este modelo de hoje, busca uma reestruturação, onde nada está dissociado, existe uma relação onde tudo o que nos envolve está interligado. Onde o papel fundamental do design é neutralizar os impactos ambientais do produto quando inseridos ou descartados do mercado, projetando produtos que possuam uma consciência ecológica.

Através deste estudo, busca-se identificar fatores relacionados à produção de resíduos de MDF em marcenarias do município de Santa Rosa – RS, analisando o destino destes resíduos e se são descartados de maneira correta ou danosa ao meio ambiente. Desta forma, busca-se criar alternativas sustentáveis a este material, ou seja, desenvolver uma luminária com estes resíduos para reduzir o excesso de materiais que se transformariam em lixo e que possivelmente poderão dar vida a outros produtos com matéria-prima reciclável.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver uma proposta de luminária ecológica a partir de resíduos de MDF adquiridos no processo fabril de móveis.

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1.2.2 Objetivos Específicos

- Reduzir os impactos ambientais causados por resíduos de marcenarias; - Incentivar o desenvolvimento e o consumo de produtos ecológicos; - Utilizar resíduos de MDF como material para a produção da luminária; - Desenvolver para indivíduos que busquem contribuir com o meio ambiente; - Mostrar através de sua forma e matéria a temática ecodesign.

1.3 Justificativa

O foco do design sustentável está voltado para todo e qualquer desenvolvimento de projetos que visam contribuir com a natureza e com o homem. Alguns fatores como, o crescente aumento populacional, diminuição de recursos naturais, expansão de consumo, são causas que prejudicam o meio ambiente se administrados de forma indevida.

Nota-se uma nova tendência mundial em reaproveitar cada vez mais os produtos jogados no lixo para a fabricação de novos objetos, através de processos de reciclagem, o que representa economia de matéria-prima e de energia fornecidas para a natureza. (RODRIGUES & CAVINATTO, 2001, P.9).

O destino inadequado dado aos resíduos dos painéis de MDF, por muitas empresas do setor moveleiro, é o meio ambiente ou, a queima para geração energética, provocando impactos ambientais ao solo, à fauna, à flora, aos recursos hídricos, e a atmosfera devido à composição química encontrada nos produtos, como resinas, parafina, extrativos da própria madeira, entre outras substâncias. Sendo que, a reutilização pode se tornar uma alternativa viável para muitas empresas e de grande valia para o meio ambiente.

Buscou-se, no entanto, novas alternativas conscientes para o destino final desta matéria-prima descartada, ou seja, aproveitamento de materiais e o reuso para a redução do impacto ambiental. Desta forma, a proposta será criar uma luminária, produzida a partir de blocos, provenientes de resíduos de MDF, como aparas e retalhos para possibilitar, a redução do acúmulo de materiais oriundos de marcenarias do município de Santa Rosa – RS. Produtos ecologicamente corretos contribuem com a natureza e melhoram a qualidade de vida da população.

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1.4 Delimitação

Produzir uma luminária, a partir do reuso de MDF, matéria-prima proveniente de marcenarias do município de Santa Rosa-RS, onde além de ser um objeto decorativo funcional agrega ao seu produto a consciência ecológica. Sendo destinado a indivíduos que busquem contribuir com o meio ambiente, através da utilização de produtos que possuam a consciência ecológica.

1.5 Estruturação

Realizou-se um estudo aprofundado, onde se procura respostas para poder verificar quais as alterações que o meio ambiente vem sofrendo, a preocupação ambiental dos indivíduos e das instituições, através de estudos bibliográficos, levantamentos e pesquisas.

No primeiro capítulo deste trabalho monográfico, apresenta-se o tipo de pesquisa desenvolvida como contextualização, objetivos, justificativa e delimitação. Situando o leitor sobre o que se abordará nos seguintes capítulos.

O segundo capítulo traz o referencial teórico, ou seja, o meio ambiente, o histórico de eventos relacionados à consciência ambiental, ecodesign e design sustentável, juntamente com seus conceitos, funções e aplicações, o setor moveleiro a âmbito nacional, bem como municipal, o material de estudo, no caso as luminárias ecológicas produzidas por outros designers já existentes no mercado, se fará as análises do produto, da qual serão avaliados os melhores resultados para compor a luminária de MDF.

O terceiro capítulo busca explicar métodos de pesquisa utilizados, a estruturação se baseia na metodologia de Bonsiepe e Platcheck, utilizada para fundamentar a execução do trabalho final, ou seja, a produção da luminária.

No quarto capítulo será o resultado obtido para a produção da luminária. Com base nos capítulos anteriores. Buscando-se resultar em um produto final que possa contribuir com o meio ambiente e satisfazer consumidores sem parecer um produto produzido artesanalmente e com resíduos.

E por fim, o último capítulo, será a conclusão dos resultados obtidos no decorrer de todo o trabalho.

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2. REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Meio Ambiente

Atualmente a preservação do meio ambiente está no centro das discussões, sendo que grande parte dos problemas relacionados às questões ambientais como a poluição, geração de resíduos e diminuição de matéria-prima virgem, não se referem somente ao processo à revolução industrial, associados aos processos produtivos, mas conseguinte ao consumismo desenfreado.

O primeiro tipo de impacto causado pelo homem provavelmente derivou-se do domínio do fogo. A medida que a espécie humana foi desenvolvendo novas tecnologias e ampliando seu domínio sobre os elementos e a natureza em geral, os impactos ambientais foram se ampliando em intensidade e extensão. (BRANCO, 1988, p. 18)

De acordo com Rohde (apud Camargo 2008, p. 39), é possível discernir quatro fatores que tornam a civilização contemporânea claramente insustentável a médio e longo prazos: a) crescimento populacional acelerado; b) depleção da base de recursos naturais; c) sistemas produtivos que utilizam tecnologias poluentes e de baixa eficácia energética; d) sistema de valores que propicia a expansão ilimitada do consumo material.

Percebe-se que com a utilização abusiva dos recursos naturais, hoje o meio ambiente sofre com a produção desenfreada, e através disso são extraídas matérias- prima, diminuindo os recursos naturais, pois, ao contrário do que se pensam eles são esgotáveis. Sendo que estes produtos após seu uso e substituição por novos acabam sendo descartados, acumulando mais lixo e fazendo mal ao ecossistema.

... a extração dos recursos e a liberação das varias emissões determina os impactos que não são absorvíveis pelo nosso ecossistema de uma forma que compromete o equilíbrio de sobrevivência da flora, da fauna bem como do próprio homem. (MANZINI & VEZZOLI, 2002, p. 325)

O processo industrial se depara durante a produção com uma massiva quantidade de poluentes, com volume considerável de resíduos que se conflitam com o meio ambiente. Segundo Branco, (1988, p. 38), o consumo excessivo de energia e materiais, a produção de poluentes e as próprias alterações decorrentes da construção de grandes indústrias constituem formas importantes de impacto ambiental.

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Se administrado de forma correta o uso da matéria-prima e a criação de produtos alternativos para os resíduos gerados, atenuaria a degradação do meio ambiente e a poluição que nele é causado devido à extração de matéria-prima e a deposição indevida dos resíduos de marcenarias no meio ambiente ou em aterros, causando grande impacto no ecossistema.

Cada ação humana determina uma absorção (aquisição de recursos do ambiente). Por outro lado, acontece também a liberação de vários tipos de emissão, isto é, de agentes químicos ou emissões físicas, como substancias, ruídos etc. (MANZINI & VEZZOLI, 2002, p. 325).

Os autores citados apresentam, ainda, alguns dos mais conhecidos efeitos ambientais determinados - por extrações ou por emissões – que causam os seguintes impactos: esgotamento dos recursos terrestres; aquecimento do globo terrestre; redução da camada de ozônio; poluição; acidificação; eutrofia; toxinas do ar, água e solo; lixo e descartes.

De acordo com Ferroli e Librelotto (2006, p.11) “a escolha de materiais para os produtos industriais cresce em complexidade cada vez que surgem no mercado novas opções, resultante de combinações entre elementos básicos, aditivação, tratamentos térmicos, químicos, superficiais, cargas, reforços, etc”. Portanto, é necessário que as indústrias realizem uma analise de qual o melhor material para ser usado em sua produção e que não cause grandes impactos ambientais. Mas, podemos também considerar a reciclagem de materiais, onde, “a possibilidade de reciclagem é um importante critério para escolha do material de confecção do produto, podendo trazer grandes benefícios econômicos para a empresa” (FERROLI E LIBRELOTTO 2006, p. 06).

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), a Lei nº 12.305/10, criada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é bastante atual e contém instrumentos importantes para permitir o avanço necessário ao país no enfrentamento dos principais problemas ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado dos resíduos sólidos urbanos (RSU). Prevê a prevenção e a redução na geração de resíduos, tendo como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado).

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Quando os resíduos são destinados de maneira correta eles acabam beneficiando o meio ambiente e diminuindo problemas no ecossistema, como impactos ambientais ao solo, à fauna, à flora, aos recursos hídricos, e a atmosfera no todo.

Os dados divulgados em 2008 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, através da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico - PNSB, 99,96% dos municípios brasileiros têm serviços de manejo de Resíduos Sólidos, mas 50,75% deles dispõem seus resíduos em vazadouros; 22,54% em aterros controlados; 27,68% em aterros sanitários. Esses mesmos dados apontam que 3,79% dos municípios têm unidade de compostagem de resíduos orgânicos; 11,56% têm unidade de triagem de resíduos recicláveis; e 0,61% têm unidade de tratamento por incineração. O descarte inadequado dos resíduos provoca consequências ao meio ambiente e ao homem.

O desenvolvimento tecnológico traz consigo grandes benefícios e também efeitos indesejáveis, pois transforma produtos recém-lançados em obsoletos, propiciando um acúmulo intenso de resíduos depositados no meio ambiente. O foco do design sustentável está voltado para todo e qualquer desenvolvimento de projetos que visam contribuir com a natureza e com o homem.

O encontro entre a atividade de projetar e o meio ambiente, compõe um modelo ‘projetual’ ou de design orientado por critérios ecológicos. Deve ser economicamente viável, isto é, um produto competitivo no mercado e ecologicamente correto, ou seja, um produto que minimize o impacto ao meio ambiente e que possa ser mensurada sua qualidade ambiental. (PAZMINO, 2007, p. 5).

Considerando todos os critérios necessários para o desenvolvimento do produto e os fatores que neutralizem o impacto ambiental, desde a sua concepção até seu descarte. Produtos criados a partir de material de descarte possibilitam ainda uma diminuição de matéria descartada e reduz a extração de matéria-prima do meio ambiente. Como alternativas para realizar produtos e incentivar indústrias a elaborarem estratégicas ambientais e produtos que visem preservar o meio ambiente, foram criados em 1993 selos de gerenciamento do meio ambiente industrial, a série ISO 14000, esta que se refere a vários aspectos, como sistemas de gestão, auditorias, rotulagem, avaliação do desempenho, avaliação do ciclo de vida e terminologia. Também foi criado em 1999, pela ABNT o Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental – ABNT/CB-38.

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2.1.1 O Histórico da Consciência Ambiental

Para que possamos entender melhor o porquê em realizar projetos com preocupação ambiental, iremos relatar parte do histórico desde que o mundo passou a preocupar-se com o meio ambiente. Porém, levou tempos para que a consciência dos cidadãos repensasse o modo de agir e consumir, o que afetou cada vez mais o ecossistema.

A medida que o século se aproxima do fim, as preocupações com o meio ambiente adquirem suprema importância. Defrontamo-nos com toda uma série de problemas globais que estão danificando a biosfera a vida humana de uma maneira alarmante, e que pode logo se tornar irreversível. (CAPRA, 1999, p. 23)

Analisando o autor citado acima, são muitas as preocupações que norteiam a questão ambiental. Onde o homem tardou para observar qual era a situação em que se encontrava. Porém, não é tarde para tentar amenizar os impactos causados por nós. Muitos órgãos foram criados e eventos para discutir soluções e melhorias de vida atual e futura.

De acordo, com Kazazian (2005, p.20), surgem movimentos de indivíduos sensibilizados com o impacto ao meio ambiente, datados no período dos anos 60, como ideologia contra uma sociedade intolerante, materialista e misógina. No entanto, esse sentimentalismo acerca das questões ambientais fracassa no primeiro momento em razão das privações ocorridas pelas crises do pós-guerra, tornando-se apenas uma preocupação da população. Durante os anos 1970 que o consumo humano de recursos naturais, ultrapassa as capacidades biológicas da Terra. Onde o desenvolvimento industrial se globaliza e danifica o ecossistema (Kazazian, 2005, p. 23).

Em 1971 é fundado o Greenpeace, uma organização global e independente de campanha que age para mudar atitudes e comportamentos, para proteger e conservar o meio ambiente e promover a paz. Trabalham com uma visão de mundo da ecologia profunda, onde tudo o que os cerca é igualmente ao seu valor, ao do homem. No ano de 1972, surgem preocupações quanto o meio ambiente e desenvolvimento, isso chamou atenção dos políticos e cientistas, em Estocolmo, como resultado nasce o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), este coordena os trabalhos da ONU sobre o meio ambiente global. Em 1983, foi criado pelo Pnuma, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), com objetivo de verificar os problemas e formular alternativas para resolver questões referentes ao meio ambiente.

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Com a propagação da nuvem radioativa de Chernobil 1, evidenciou a capacidade de contaminação. Com isso surge o Protocolo de Montreal, 1987, começa a vigorar em 1999, com a redução e depois suspensão dos gases destruidores da camada de ozônio, principalmente clorofluorcarbonos (CFCs). Trata-se de um dos primeiros grandes êxitos concretos na história de proteção ao meio ambiente, segundo relata Kazazian (2005, p. 25).

Em abril de 1987, a Comissão Brundtland, conhecida por tratar sobre assuntos ambientais e desenvolvimento humano, ou seja, publicou um relatório inovador, “Nosso Futuro Comum” aborda sobre o desenvolvimento sustentável. O relatório Nosso futuro comum (apud Camargo 2008, p. 53) “não é uma previsão de decadência, pobreza e dificuldade cada vez maiores num mundo cada vez mais poluído e com recursos cada vez menores. Vemos, ao contrário, a possibilidade de uma nova era de crescimento econômico, que tem que se apoiar em práticas que conservem e expandam a base de recursos ambientais”.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Cnumad), ocorreu em 1992, também conhecida como Rio -92. Para Barbieri (apud Camargo, 2008, p. 55) este representou um grande avanço na maneira de compreender os graves problemas que se desencadeiam desde a segunda metade do séc. XX, caracterizados por uma superposição de crises econômicas, sociais, políticas, culturais e ambientais que transcendem os espaços locais e as fronteiras nacionais. Esta conferência foi destaque para a aprovação de documentos como Agenda 21, Declaração do Rio de Janeiro sobre o meio e o desenvolvimento, Convenção sobre mudanças climáticas, Declaração de princípios sobre florestas. A Agenda 21 buscou identificar problemas prioritários e meios de solucioná-los nas próximas décadas. Tratando-se de um manual de referência para as nações, para uma transição de concepção de sociedade. Em 1997, realizou-se um encontro denominado Rio+5, onde previa analisar o andamento das decisões tomadas na Agenda 21, porém pouco havia sido feito.

Em maio de 2012, no Rio De Janeiro, foi executada mais uma Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a Rio+20, para discutir questões internacionais, tratando assuntos da Agenda 21. Estes encontros são alguns que ocorrem por todo o mundo para discutir ações que levem o meio ambiente como um dos fatores principais do mundo para um desenvolvimento sustentável.

1 Chernobil – Ucrânia, 1986: explosão de um reator nuclear em uma central nuclear. Matérias radioativas são espalhadas no meio ambiente, provocando a morte direta de 31 pessoas. Cerca de 220 mil pessoas foram evacuadas das áreas contaminadas. O número de falecimentos por câncer imputável a esse acidente é avaliado em várias dezenas de milhares. (KAZAZIAN, 2005, P. 25).

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2.2 Ecodesign

O ecodesign, assim como o Design for Enviroment, o Green Design e o Ecological design, surgiram na década de 60, com a necessidade de juntar a atividade de projetar e a preocupação com o meio ambiente. Mas foi nos anos de 1970 que o conceito ecodesign se intensificou, quando surgiu o termo desenvolvimento sustentável, proposto pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), termo apoiado e utilizado por MANZINI &VEZZOLI (2005).

O desenvolvimento sustentável, busca transformar uma sociedade de consumo em sociedade de uso. A empresa é um dos principais elos desta mudança, produzindo produtos eficientes, de simples uso e cujo fim de vida tenha sido antecipado: ampliar a oferta de produtos que respeitem o meio ambiente, tornando-os atrativos para que essa evolução seja facilitada. (KAZAZIAN, 2005, p. 10).

O designer, profissional este, relacionado em criar produtos ecológicos, precisa analisar as fases do ciclo de vida de cada produto, como pré-produção, produção, uso, descarte, reciclagem, reuso e etc. Desta forma, neutralizar os impactos ambientais do produto quando inseridos ou descartados do mercado. O problema, é que muitas indústrias não possuem este tipo de profissional ou pessoas que pensem consciente, o que acaba conflitando com a natureza.

O grande problema da civilização moderna, industrial, tecnológica é talvez o de não ter percebido que ela ainda depende da natureza, ao menos em termos globais; que sua liberação ainda não é total e que, provavelmente nunca será. (BRANCO, 1988, p. 20)

Podemos perceber que os produtos desenvolvidos com foco no ecodesign, além dos requesitos necessários para um produto de sucesso, têm como os principais objetivos as questões ambientais e econômicas, segundo o que mostra a figura 1.

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Figura1: Fatores do Ecodesign. Fonte: Pazmino, 2007 p. 06

Um produto para se destacar no mercado deve levar em consideração as suas funções, a adaptação ao homem com relação à ergonomia, a relação entre os processos culturais com o produto, os estéticos, a tecnologia emprega para produção do mesmo, relações sociais entre ele e o consumidor, por fim, as questões principais consideráveis ao ecodesign, os ambientais e econômicos, onde se percebe se o produto possui preocupação ambiental em todo o seu ciclo de vida e seja viável tanto para produção como para o consumidor final.

... as decisões mais importantes e influentes de um design ambientalmente consciente são tomadas nas primeiras fases do projeto. É importante, portanto, introduzir e integrar as questões e os requisitos ambientais desde o inicio do processo de desenvolvimento de um produto ou serviço. (MANZINI & VEZZOLI, 2002, p.286).

O meio ambiente, sofre com os produtos criados sem conscientização ecológica, pois desde o seu processo de criação eles poluem e no fim de sua vida não é diferente. Porém, quando projetado com ecodesign, ele minimiza a agressão à natureza.

A “ecoconcepção” trata-se de reduzir os impactos de um produto, conservando sua qualidade de uso, como por exemplo, funcionalidade e desempenho, melhorando a qualidade de vida dos usuários sem afetar o desempenho do mesmo. Como nos mostra o esquema a seguir (Figura 2).

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Figura 2: Roda de Ecoconcepção.

Fonte: Manual Promise do Pnuma 1996 e O2 France (apud Kazazian, 2005 p. 37).

A ecoconcepção integra todos os fatores necessários para que um produto seja desenvolvido pensando em uma melhora contínua com relação ao meio ambiente desde a utilização de materiais que não afete o meio ambiente, seu transporte onde se utiliza dimensões mínimas do produto e redução de embalagens para utilizar menos espaço, formas conscientes de utilização, longo prazo de vida, alternativas de desmontagem e reutilização ao fim da vida e novas alternativas que podem ser criadas antes ou após o descarte do produto. Um novo produto, por mais que ele venha abordar todos os fatores ecológicos, ele não se extinguirá, portanto o ciclo não haverá fim. Sempre será depositada alguma matéria ou parte para descarte.

Outro fator importante que vale considerar, trabalhado por muitos autores é as variáveis do ecodesign através dos 5 R’s, onde segundo Platchech (2012, p. 24), seria antes de conceber um produto, repensar na sustentabilidade, utilizando recursos e processos de baixo impacto ambiental em todo o ciclo de vida do produto; retornar partes ou o todo para reuso ou reciclagem, ou seja, minimização de recursos desde etapas de pré-produção, produção, uso, distribuição e descarte; reduzir matéria-prima e componentes, projetando produtos duráveis; reusar subsistemas ou encaixes, auxiliando na desmontagem ou manutenção; redução de

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materiais, utilizando materiais renováveis, reduzir consumíveis e peças, produtos que possibilitem manutenção, ou seja, facilitar a desmontagem de peças e materiais promovendo a extensão da vida útil de cada material. Estes são requisitos para um projeto que vise a consciência ambiental.

2.3 Design Sustentável

Com o grande número de produtos e matérias- prima que poderiam se utilizadas em novos produtos se criou o design sustentável. Onde, o design e a sustentabilidade se unem a dada atividade de projeto que incentiva a inovação radical, buscando sempre resultados mais eficientes no quesito ambiental.

Martins e Merino (2008, p. 77) definem Design Sustentável como “projetos que se preocupam com o descarte ou o reuso de produtos, com a utilização de materiais que não prejudiquem o meio ambiente e sejam economicamente viáveis”. Desta forma, a escolha dos materiais a serem utilizados, os métodos de encaixe, fixação, o todo de sua estrutura e funcionamento são necessários para que um produto possa ser reutilizado de outra forma após o seu descarte, não precisando de processos complicados para o seu desmanche.

Segundo Pazmino, que ilustra na Figura 3, o design sustentável tem como principais objetivos além dos tradicionais, os ambientais e econômicos com citado no ecodesign e os sociais, que irá haver entre o produto e o consumidor.

Figura 3: Fatores do design sustentável. Fonte: Pazmino, 2007 p. 08

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Geralmente, quando o ecossistema é afetado e os recursos se limitam, o homem reavalia a necessidade de preservá-lo. Com isso, os recursos explorados precisam ser conservados, visto que eles causarão implicações econômicas na indústria, de modo que se for extraído rapidamente a matéria prima, sem intervalo de tempo para a natureza se recompor, criará problemas para a produção. Para que sejam reduzidos os números de produção com relação ao capital natural, é necessária a mudança do modelo de consumo e de produção.

Segundo Hawken, Lovins e Lovins (2007, p.173) “inovações simples no processo podem tornar a reciclagem uma opção ainda mais atraente”, onde novas alternativas ao serem adotadas, minimizam a pressão sobre as florestas, neste caso, a utilização de recursos buscando soluções sistemáticas para satisfazer a necessidade e desejo do consumidor através de produtos com foco no design sustentável. Portanto, quando o designer intervém em um produto, este contempla as etapas do processo produtivo, ou seja, desde o projeto, até propor soluções para o descarte ou para uma nova geração de produtos para o uso desses resíduos.

Manzini e Vezzoli (2002, p.117), entendem por minimização dos recursos “a redução dos consumos de matéria e energia para um determinado produto”, forma esta, que a redução destes recursos diminui os impactos ambientais, fazendo uso reduzido de materiais e energia, automaticamente, ocorre menos descarte.

Os projetos com intuito de incorporar o design sustentável possuem um grande valor hoje no mercado. Onde a utilização de materiais reutilizados e descartados tem grande predominância. Isso beneficia o meio ambiente, como também o homem a viver melhor no futuro. Manzini e Vezzoli, 2002, p. 28 afirmam que:

A sustentabilidade ambiental é um objetivo a ser atingido e não, como hoje muitas vezes é entendido, uma direção a ser seguida. ... nem tudo o que apresentar algumas melhorias em temas ambientais pode ser considerado realmente sustentável. Para ser sustentável deve conter os seguintes requisitos:

- basear-se fundamentalmente em recursos renováveis;

- otimizar o emprego dos recursos não renováveis (ar, água e território); - não acumular lixo que o ecossistema não seja capaz de renaturalizar;

- agir de modo com que cada indivíduo nas sociedades “ricas” permaneça nos limites de seu espaço ambiental e, que cada indivíduo “pobre” possa efetivamente gozar do espaço ambiental ao qual potencialmente tem direito (Holmberg, 1995).

Contudo, um produto com design sustentável precisa ser economicamente viável, ecologicamente correto e socialmente equitativo. Onde se devem satisfazer todas as necessidades básicas do homem. Para isso, é necessário fazer estudos, análises e buscar resultados que condizem com estes itens para que seja algo sustentável.

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2.4 Setor Moveleiro

Atualmente, houve uma ascensão com relação à área moveleira, devido aos fatores que auxiliaram neste processo, como a redução temporária do IPI e aumento de vendas no setor de imóveis, como o setor da construção civil, que devido aos incentivos do governo se tornou mais fácil o acesso à casa própria. Em 2013, conforme relata Marcelo Prado, do IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), a produção de móveis no país deverá crescer 5,5%, ou seja, 3,5 pontos percentuais a mais que em 2012.

O setor moveleiro se caracteriza por empresas de pequeno e médio porte, limitado ainda em mão de obra, com equipamentos não automatizados. As grandes empresas do setor concentram-se em polos regionais, onde a demanda por móveis varia positivamente com o nível de renda da população e a construção civil. Houve uma mudança no estilo de vida da população, com aspectos culturais e juntamente com os incentivos ocorre atualmente à reposição do que já não era mais desejado em torno dos mobiliários. Como o processo produtivo não é contínuo em todos os lugares, a modernização ocorre em alguns setores e determinadas regiões, onde é possível encontrar máquinas de ultima geração que produzam peças praticamente sozinhas, somente com um controlador para o computador que gera as informações, mas também possui e maquinários já ultrapassados ou com nível inferior de tecnologia, onde depende de operadores para manusear e fabricar as peças.

Existe uma forte concorrência neste mercado, onde a tecnologia, novas matérias-primas, design, especialização da produção, estratégias comerciais e de distribuição se tornam pontos fortes para a competitividade entre as empresas. O que varia muito em um produto, tanto em valores como estética é a qualidade do produto, seguido das seguintes variáveis: material, design, durabilidade e fatores ergonômicos. De acordo com uma pesquisa executada pelo IEMI, o design dos móveis se tornou o item que mais atrai o consumidor, onde em primeiro lugar encontra-se o item “beleza” para 41,1% das pessoas consultadas no momento da compra e 18,6% priorizam aspectos como “resistência” e “durabilidade”.

O mercado moveleiro encontra-se aquecido, onde as empresas puderam investir em novas tecnologias. Para Ivo Cansan, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do Estado do Rio Grande do Sul (Movergs), o desempenho do setor em 2012 foi satisfatório, sendo que a expectativa da associação é que o setor cresça acima do PIB, em torno de 3,5% líquido para neste ano. Os dados levantados pelo IEMI em 2012, com relação à cadeia produtiva de móveis no Brasil, se encontram em alta, demonstrados na tabela1.

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REFERÊNCIA VALORES

Indústria 17,5 mil

Empregos 322,8 mil

Peças produzidas 494,2 milhões

Valores de produção R$ 38,6 bilhões

Exportação US$ 708,7 milhões

Importação US$ 653,4 milhões

Investimento R$ 1,4 bilhão

Tabela 1: Dados da cadeia produtiva moveleira do Brasil 2012. Fonte: Dados extraídos do IEMI

2.4.1 Polos Moveleiros

A produção moveleira se concentra principalmente em determinadas localizações, chamados de polos moveleiros, estes se concentram principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Segundo Gorini2, o estado de São Paulo possuía cerca de 40% do faturamento do setor dispersos dentro da região metropolitana, com uma diversidade de empresas, sendo o principal produtor moveleiro. Já na região sul a produção se concentra em torno de dois polos industriais, no Rio Grande do Sul é Bento Gonçalves e Flores da Cunha, segundo maior estado produtor de móveis representando em média 20% do valor da produção nacional, e Santa Catarina o município de São Bento do Sul, estado este que gera mais da metade das exportações nacionais de móveis.

Atualmente, a fabricação dos mobiliários do polo de Bento Gonçalves, se resume em móveis retilíneos seriados devido a grandes empresas de planejados instalados na região, fazendo uso de madeira aglomerada, chapa dura e MDF. Já o polo de São Bento do Sul, fabrica móveis torneados em madeira maciça, principalmente madeira pinus. As regiões de Arapongas no Paraná, Ubá em Minas Gerais, Mirassol e Votuporanga em São Paulo e Linhares no Espírito Santo, também se apresentam como polos moveleiros.

2 Ana Paula Fontenelle Gorini – Gerente da gerência setorial de bens de consumo não – duráveis do BNDS. Panorama do Setor Moveleiro no Brasil, com Ênfase na Competitividade Externa a Partir do Desenvolvimento da Cadeia Industrial de Produtos Sólidos de Madeira. BNDES Setorial, no 8, Rio de Janeiro: BNDES, set. 1998.

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Figura 4: Concentração das empresas moveleiras instaladas no Brasil. Fonte: eMobile

O mapa apresenta (Figura 4) dados referentes a 2011 fornecidos pelo IEMI e Movergs da ocupação no território nacional das empresas moveleiras, bem como salienta os polos moveleiros. Onde São Paulo possui o maior número de empresas e a região sul se concentra o maior número de polos moveleiros. De acordo com o IEMI, os polos de Bento Gonçalves e Lagoa Vermelha, produziram 94,9% do volume de peças produzidas em 2012 no estado. E em âmbito nacional Bento Gonçalves lidera o ranking com 18,1% da produção nacional. Atentando-se para um aumento considerável durante os anos, aonde somente a produção de Bento Gonçalves, chega hoje a porcentagem fabricada na região há 13 anos atrás.

2.4.2 Rio Grande do Sul

O estado conta com o segundo polo moveleiro do país, a região de Bento Gonçalves ainda a mais importante do Brasil. E juntamente com os demais municípios que se inserem na cadeia moveleira do estado como Gramado, Canela e Lagoa Vermelha. De acordo com Ivo Cansan, presidente da Associação das Indústrias de Móveis do RS – MOVERGS, “O que nos

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salva é a linha de móveis planejados, que exige maior investimento em tecnologia e design, além de matéria-prima diferenciada. Com isso, crescemos entre 3,5% e 4% no ano passado, ante uma média nacional de 3%”.

O IEMI, resalta algumas particularidades, do estado, sendo que o Rio Grande do Sul totaliza 18,6% da produção nacional, e o polo liderado por Bento Gonçalves, incluindo cidades próximas, possui grande representatividade no setor, com o maior número de empresas, emprego e volume de peças produzidas do país. No mapa abaixo (Figura 5), podemos verificar os municípios e o número de empresas moveleiras em cada localidade. Conforme a legenda lateral pode- se analisar os dados.

Figura 5: Distribuição dos polos moveleiros no Rio Grande do Sul. Fonte: IEMI (2012)

Na tabela 2, podemos identificar os principais municípios da indústria moveleira do estado, segundo dados levantados pelo IEMI em 2012. De fato, o estado vem apresentando um crescente volume de empresas e empregos, com produção acentuada.

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Principais municípios moveleiros do RS

MUNICÍPIO EMPRESAS EMPREGADOS

1 Santa Maria 41 229

2 São Leopoldo 28 139

3 Gravataí 27 155

4 Santa Cruz do Sul 25 198

5 Pelotas 23 137 6 Torres 22 145 7 Venâncio Aires 20 232 8 Teutônia 18 157 9 Santo Cristo 16 223 10 Arroio do Meio 16 134 11 Santa Rosa 16 133 12 Três de Maio 10 221 13 Crissiumal 10 140 14 Nova Araçá 08 163 15 Restinga Seca 08 155 16 Portão 07 150 17 Planalto 05 217

18 Nova Santa Rita 03 201

19 Outros 738 4.417

Total 2.470 39.661

Tabela 2: Principais Municípios Moveleiros do RS. Fonte: Adaptada do IEMI (2012)

2.4.3 Região Noroeste

A atividade moveleira da região Noroeste do Rio Grande do Sul vem crescendo cada vez mais, assumindo importância econômica regional através de empregos e renda. Segundo o SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), especialmente nos municípios de Santa Rosa, Três de Maio, Nova Candelária e Crissiumal. De acordo, com dados obtidos pela Indumóveis, esta expansão conta com o apoio do SEBRAE/RS e do Governo do Estado, através do Programa Redes de Cooperação. Em busca de melhores condições para seu desenvolvimento, foi criado pelas empresas da região a Assinmóveis - Associação das Indústrias Moveleiras do Noroeste do Rio Grande do Sul, originando a rede Indumóveis. Esta ligação entre as empresas moveleiras impulsionou à organização e o desenvolvimento das indústrias, por meio de estudos da cadeia produtiva da madeira e do mobiliário na região Noroeste do Estado.

Integram a Rede Indumóveis 20 empresas dos municípios de Três de Maio, Horizontina, Crissiumal, Santa Rosa, Nova Candelária, Santo Cristo e Boa Vista do Buricá. Onze delas industrializam um diversificado mix de móveis em série, que atendem todos os

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ambientes de uma residência, além de produzir móveis corporativos, e nove empresas produzem móveis sob medida, artefatos de madeira e acessórios para móveis. As empresas integrantes da rede têm um faturamento médio de R$ 120 milhões anuais, gerando cerca de 3000 postos de trabalho na região. Dentro desses municípios existem fabricas com alto nível de tecnologia, com equipamentos modernos e automatizados, já que algumas produzem móveis seriados em grande escala, e outras com um padrão elevado em sua produção por exportarem alguns produtos.

Na busca em mostrar e alavancar o setor moveleiro na região noroeste houve a necessidade de aproximação das empresas. Com isso, foi criada a feira Indumóveis pela rede Indumóveis e Assinmóveis, que já executou a terceira edição. A feira passou a ser internacional, e acontece no município de Santa Rosa.

2.4.4 Santa Rosa

O município de Santa Rosa está situado na região Noroeste. De acordo com pesquisa do IBGE em 2010, encontra-se com uma área territorial de 489,798 km², a população é de 68.587 pessoas. O número de empresas do ramo moveleiro registradas chega em 34, segundo dados levantados através da prefeitura. Porém existem ainda, muitas marcenarias irregulares no município.

As marcenarias do município utilizam como principal matéria-prima a chapa de MDF melaminico com revestimento BP (ver item 2.4.6), são poucas as marcenarias que trabalham com pintura e madeira atualmente. As que utilizam a madeira como matéria-prima são praticamente as que produzem esquadrias. Maior parte das indústrias possuem maquinários com pouca tecnologia e outras, constantemente estão alterando e melhorando os equipamentos, seja com baixo grau de tecnologia e algumas com nível tecnológico avançado.

2.4.5 Sob Medida

O mobiliário sob medida se tornou nos últimos tempos, um produto de desejo dos consumidores, por haver a possibilidade de executa-lo de acordo com suas necessidades, espaço, e acabamentos, deixando o móvel único. O móvel projetado para determinado ambiente, respeitando as medidas, tem tudo para transformar o ambiente em algo confortável,

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dinâmico, e com um bom resultado estético. Compete dizer, que o móvel executado, para adquirir bons resultados é necessário respeitar áreas de circulação, iluminação e outros itens com relevância ergonômica.

As empresas que trabalham com este tipo de fabricação micro e pequenas empresas, em geral marcenarias, cuja matéria-prima básica é a madeira aglomerada, MDF, e em alguns casos madeira. Seguindo uma tendência dos seriados, hoje se passou a produzir móveis retilíneos, ou seja, são lisos, sem detalhes sofisticados de acabamento e com desenho simples de linhas retas. Seus equipamentos e instalações são quase sempre deficientes e ultrapassados, ao menos que sejam empresas que se atualizam ou são novas no mercado já possuem um equipamento moderno, porém muito ainda se necessita de mão de obra. O produto final é destinado principalmente ao mercado doméstico, bem como comércio, que vem investido com peso nesses artigos.

Figura 6: Móveis Sob Medida. Fonte: Autora.

2.4.6 MDF

De acordo com Lima, MDF – Medium Density Fiberboard, é um painel de fibras de madeira de densidade média, material fabricado a partir de fibras das partículas do tecido lenhoso de pinus ou eucalipto, como lâmina, sarrafos, partículas e fibras, obtidas a partir do processo de corte da madeira sólida, estas são tratadas e reaglomeradas em formação seca, pela adição de resíduos como resina sintética ureia-formaldeído e parafina, submetidos após a

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pressão e calor, onde a matéria-prima se transforma em MDF após vários processos industriais.

Esta matéria – prima é resultado da extração de madeiras, após a obtenção dos troncos, estes são submetidos aos processos destinados a determinado produto, no caso do MDF, é através do descascamento das toras que são obtidos os cavacos, estes utilizados para a produção do MDF.

A Norma ABNT NBR 15316-1: 2009 define o Painel de Média Densidade como chapa de fibras de madeira com umidade menor que 20% na linha de formação e densidade > 450 kg/m3. Essa chapa é produzida basicamente sobre ação de calor e pressão com a adição de adesivo sintético. Para fins mercadológicos, pode ser classificada em:

a) HDF: chapa com densidade > 800 kg/m3;

b) Standard: chapa com densidade > 650 kg/m3 e < 800 kg/m3; (2) c) Light: chapa com densidade < 650 kg/m3;

d) Ultra light: chapa com densidade < 550 kg/m3

O MDF Standard citado a cima, é o tipo mais utilizado em diferentes aplicações, como mobiliários, desde caixaria, estrutura ou acabamento. As superfícies lisas e estáveis de MDF proporcionam um excelente substrato para a pintura, para a aplicação de papéis decorativos ou lâminas de madeira. O MDF substitui a madeira maciça em vários produtos atualmente.

Hoje se tornou um recurso viável devido à demanda de mobiliários, onde segundo Lima (2006 p. 109) a atual demanda mundial seria praticamente impossível de ser atendida por produtos feitos em madeira maciça seja pelo lado da produtividade como pela exaustão das reservas florestais das espécies mais apreciáveis por suas características estruturais e estéticas. Este tipo de material possibilita um trabalho mais ágil pelo fato de não haver imperfeições ou possíveis problemas que existem com a madeira.

Existem cinco grupos de produtos provenientes da madeira, no qual o MDF é derivado das partículas. Ele é um material que possui grande aproveitamento da madeira, redução do uso de madeiras nativas.

... o MDF também é um importante material no que concerne ao aproveitamento econômico da madeira, redução do emprego de madeiras nativas e na modernização e produtividade das indústrias moveleiras no Brasil a partir da década de 80 (nos países do 1° mundo sua utilização já vinha ocorrendo há mais de 40 anos). (LIMA, 2006, p. 105).

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Atualmente o mercado do MDF cresceu de forma bastante clara, onde a diferenciação de acabamentos influi no preço de comercialização. Diferentes públicos são adeptos a este material, por ser mais viável que a madeira e pela sua facilidade de uso.

De acordo com Juvenal e Mattos, citados na Revista Madeira, (apud Torquato 2008, pg. 26), o painel MDF é um tipo de painel de madeira reconstituída que possui consistência e algumas características mecânicas que semelhantes da madeira maciça e difere do painel de madeira aglomerada basicamente por apresentar parâmetros superiores, boa estabilidade dimensional e excelente capacidade de usinagem.

As características apresentadas são boa estabilidade dimensional, resistente a empenos. Ele pode receber tratamentos com pintura e também é produzido com revestimento melamínico em um ou ambos os lados da chapa e BP o que possibilita um ótimo acabamento e resultado final ao empregá-lo em determinado produto. Suas dimensões variam de acordo com os fabricantes, mas um de seus tamanhos usuais é 1850 x 2750 mm, podendo ser grossos, finos, lisos e revestidos, além da sua grande versatilidade a sua utilização e revestimentos.

Ainda segundo a ABIPA, existem três opções de acabamento: In Natura, Revestido com Laminado Baixa Pressão (BP), Finish Foil (FF) e pintura (tabela3) e (Figura 6).

Revestimento Descrição

1 In Natura (Cru)

Não recebem nenhum acabamento, são trabalhadas pelo usuário, podendo receber revestimento em laminas de madeira natural, laminado plástico, PVC, pintura, impressão direta, etc.

2 Laminado de Baixa Pressão (BP)

Uma lamina celulósica com resina melaminica, é fundida por meio de temperatura e pressão ao MDF. Resultando em painéis pronto para uso com cores, texturas variadas.

3 Finish Foil (FF)

Com pressão e alta temperatura, uma folha de papel especial com diferentes acabamentos, impregnada com resina melaminica é fundida ao MDF. Onde depois dos processos torna – o pronto para uso.

4 Pintura Existem diversos tipos de pinturas, cores e efeitos. Tabela 3: Tipos de Acabamentos.

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Figura 7: Tipos de Acabamentos.

Fonte: Masisa do Brasil (1/2) / Móveis Caravaggio (3) / Giro na Design (4).

Esta vasta opção de revestimentos empregados ao mesmo tipo de material, possibilita uma grande variação de acabamentos e colocação em vários setores. A variação de custo entre um acabamento e outro, torna o produto acessível a várias classes sociais. Com isso, se da o aumento volumétrico do emprego deste material principalmente na produção de mobiliário.

2.4.7 Resíduos de Matérias-primas

As atividades moveleiras geram resíduos ao executarem produtos, se entende que resíduos, são partes não utilizadas durante ou depois de um processo fabril, ou seja, peças que serão descartadas. No caso da madeira, ela possui um aproveitamento menor devido às imperfeições e irregularidades do material, porem podem ser reaproveitados os rejeitos para produção de painéis, cujo correto gerenciamento evita a poluição do solo, rios e até mesmo atmosférica, além de possibilitar retorno financeiro na medida em que podem ser reaproveitados. Já o MDF, quase todo é aproveitado, restando somente partes aparadas da produção de peças, o reuso destes retalhos é bem restrito ao fato de ser tóxico à queima. Cabe aos designers criar meios mais sustentáveis que utilizem este tipo de resíduo, para limitar ainda mais o resíduo gerado e diversos processos para um destino sustentável.

O MDF utiliza como matéria a casca de madeira Pinus, cuja queima gera de resíduos, cinzas de granulometria fina, que constitui um problema ambiental por conter algumas substâncias em quantidade acima da permitida pela NBR 10004:2004, que o classifica como resíduo de classe II A - não inerte. Os resíduos são classificados em sólido, gasoso e liquido.

A B C D

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A NBR 10004, esta que classifica os resíduos sólidos pelos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para haver um gerenciamento adequado. Isto, por muitas vezes, se torna um material descartável ou inútil, acumulando-se no meio ambiente.

De acordo com a fábrica de painéis Masisa, o formaldeído é um componente que pode ser encontrado na natureza (como por exemplo, nas árvores, que emitem formaldeído) e em vários elementos de uso diário, como móveis, filmes fotográficos, toalhas de papel, cosméticos e produtos de cuidado pessoal, entre outros. Também encontramos essa substância nas resinas sintéticas utilizadas na fabricação de painéis de madeira.

A presença das substâncias tóxicas no MDF faz com que a destinação do resíduo produzido seja sensata. Não é permitido à queima do resíduo devido aos efeitos causados ao ecossistema. Seu reaproveitamento deve prever a aplicação de maneira inerte, sem que venha causar danos.

Para efetuar um estudo mais aprofundado, a fim de contribuir para a produção de um objeto decorativo – a Luminária, necessita-se conhecer e classificar os tipos de resíduos originados nas marcenarias. Os resíduos produzidos durante a fabricação de mobiliários com chapas, neste caso, MDF são cavacos, serragem e pó como segue na tabela 4.

Morfologia dos resíduos Dimensões

1 Cavacos Variadas

2 Serragem 0,5 a 2,5 mm

3 Pó < 0,5 mm

Tabela 4: Classificação de Resíduos. Fonte: Adaptado de (IBQP, 2002.p.35).

2.5 LUMINÁRIAS

2.5.1 Análise Diacrônica

Para falar sobre história da luminária, primeiramente precisa-se saber como surgiu a luz. Portanto, a história começa na era dos primitivos no período paleolítico, onde antes da descoberta do fogo, estes dependiam da luz natural para poder realizar suas tarefas. O primeiro artefato criado pelo homem foram as tochas (Figura 8), utilizadas para transportar o

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fogo e iluminar onde se pretendesse, onde até então ela era confeccionada de forma bem grotesca. Depois, povos como os fenícios, babilonenses e egípicios construíram suas tochas com madeira resinada, cipó, espargidas de piches e resinas.

Figura 8: Os primatas e a descoberta do fogo.

Fonte: http://www.materialeletrico.blog.br/a-historia-da-iluminacao

Segundo relatos, o primeiro líquido utilizado para iluminação foi a gordura animal, junto com fibras vegetais que originaram as primeiras velas. O recipiente utilizado para armazenar era conhecido como lucernas (Figura 9), produzidos inicialmente com pedra, chifres de animais ou conchas marinhas. Com a descoberta do barro, este artefato ficou mais fácil de ser produzido, principalmente utilizado na Roma Antiga. Durante a Idade Média, a vela se tornou artigo de luxo, para pessoas de grande poder aquisitivo, onde surgiu o candelabro (Figura 10), primeiro luminária moderna. Com a exploração do petróleo, junto com o esterine, substância gerada com a retirada da glicerina do sebo, em 1830, as velas passaram a ganhar uma composição parecida com as conhecidas atualmente.

Figura 9: Lucerna de barro.

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Figura 10: Candelabro.

Fonte: http://www.vemtudo.com/candelabro-judaico-veja-algumas-fotos/

No século XIV surge a iluminação a gás, um artefato muito utilizado para manter a luminosidade era o lampião (Figura 11). Em 1879, Thomas Edison descobre a lâmpada elétrica, aos poucos a iluminação foi sendo substituída pela iluminação elétrica (Figura 12).

A iluminação artificial passou a ser fonte de estudo para criação de novos equipamentos que pudessem iluminar e decorar, hoje se tem com vários tipos de lâmpadas e suportes como as luminárias como lustres, lâmpadas de mesa, abajures, apliques, candelabros, arandelas, paflons, objetos luminosos e entre outros (figura 13, 14 e 15).

Figura 11: Lampião.

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Figura 12: Luminária de Gaudi em Barcelona- 1879.

Fonte: http://blog.localnomad.com/pt/2012/06/11/as-luminarias-de-gaudi-em-barcelona/

Figura 13: Luminária Arte Nouveau- 1900. Fonte: http://www.areliquia.com.br/

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Figura 14: Luminária Jielde de chão - 1950. Fonte: www.memobrasil.com.

Figura 15: Luminárias 2013. Fonte: Autora.

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2.5.2 Análise Sincrônica

Atualmente, têm aparecido diversos produtos ecológicos, são desde objetos, vestuário, interfaces, projetos e mídias e serviços. Isso nos faz perceber o quão importante esta se tornando este tipo de trabalho e o valor que a natureza vem adquirindo tanto aos que os produzem, como os consumidores. De acordo com Manzini e Vezolli (2005, p. 117) A redução do uso de recursos determina (...) a anulação dos impactos ambientais provenientes daquilo que não é mais utilizado. Toda a luminária possui estrutura e parte funcional. No qual faz parte sua estrutura física e a funcional seria o mecanismo de funcionamento.

 Luminária 1: Graypants Inc.

A Luminária é produzida em papelão, feita com corte a laser, montada camada por camada com cola. Por ser pendente, possui um cabo de energia e o soquete, o qual é inserida a lâmpada, designers Seth grizzle e Jonathan. (Graypants, 2012).

Figura 16: Luminária 1. Fonte: Graypants (2013).

 Luminária 2: Trash Me.

A estrutura da luminária de bancada com luz direcionável é produzida com caixa de ovo, formando uma pasta do material, colocado em um molde e deixado secar, pode ser facilmente desmontada e as peças podem ser reutilizadas ou recicladas de volta para o lixo para nascer de novo como algo novo.

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Figura 17: Luminária 2. Fonte: victorvetterlein (2013).

 Luminária 3: Kwytza Kraft

Fabricada através de hashis, estes pauzinhos são muito consumidos pela culinária chinesa, esta foi à intenção de utiliza-los como matéria-prima reutilizável para a luminária. Compõe além do material, o cabo de energia, o soquete e plugue.

Figura18: Luminária 3. Fonte: kwytza-kraft (2013).

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 Luminária 4: Living Pixel Lighting System

Composta por objetos reutilizados no seu interior, e revestidos por papel em origami é realizada impressão salientando o pixel. Com formas orgânicas, expressa elegância e movimento.

Figura 19: Luminária 4.

Fonte: Living Pixel Lighting System (2013).

 Luminária 5: TetraBox Lamp

TetraBox Lamp é um projeto de reaproveitamento de embalagens Tetra Pak podendo realizar os mais variados tipos de luminárias com o material. O designer Ed Chew criou através deste, dobraduras para dar forma a luminárias. Composta por soquete e cabo, é uma luminária pendente.

Figura 20: Luminária 5. Fonte: TetraBox Lamp (2013)

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 Luminária 6: Studio Sergio Mendonza

Trabalhada de forma inusitada, a luminária de bancada com luz direcionável é composta por palitinhos de picolé, madeira e os mecanismos de funcionamento.

Figura 21: Luminária 6.

Fonte:Sergio Mendonza Studio (2013).

 Luminária 7: Decafé

Luminária com forma de caneca foi uma alternativa do designer espanhol para relacionar a forma ao material, este produzido por borra de café, onde passa por tratamento e recebe a forma através de pressão e calor, denominada Kojis.

Figura 22: Luminária 7.

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 Luminária 8: Iluminadas

Esta marca de luminárias traduz seu trabalho de forma a vestir as luminárias, com criações e estilos que personalizam ambientes. Possuium mix divertido, dinâmico nas formas e revestimentos de descarte. Esta luminária é produzida através de restos de couro utilizados em curtumes, o trabalhado é realizado a laser, deixando a peça trabalhada.

Figura 23: Luminária 8.

Fonte: luminárias iluminadas (2013).

 Luminária 9: Luís Teixeira

A pendente produzida com arame e tampinhas de caixa de suco, são enfileiradas dando forma circular a mesma. O designer enxerga à meio de resíduos descartados, novas possibilidades de produtos, as eco lâmpadas. Este assume uma tendência a preocupação global quanto as desperdícios.

Figura 24: Luminária 9.

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 Luminária 10: Luís Teixeira (Conic)

Luminária de bancada, produzida através de paletes e resíduos de madeira prensada em moldes. Pode ser utilizada como luminária de estudos, onde direciona a luminosidade a base.

Figura25: Luminária 10.

Fonte: Ecodesenvolvimento – Luis Teixeira (2013).

 Luminária 11: Celebration Chandelier

Esta luminária é produzida com rolhas descartadas, onde são perfuradas uma por uma, e inserido micro lâmpadas em cada uma delas. Depois são unidas formando um único lustre, com formas e tamanhos diferentes. Segundo Parmar, o criador das luminárias, para fabricar uma rolha de cortiça, a árvore precisa ter entre 25 e 30 anos idade e após sua primeira extração, a casca da árvore leva até nove anos para estar pronta para uma nova remoção.

Figura26: Luminária 11.

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 Luminária 12: Zipper 8

O papel é um material alternativo, esta foi a ideia utilizada para fazer a luminária. São aplicados pedaços circulares de papeis, sobre luminárias de papel. As nuances de luzes transmitidas pela luminária são fantásticas.

Figura 27: Luminária 12. Fonte: zipper8lighting (2013).

 Luminária 13: Zipper 8

Luminária produzida com mini guarda-chuva de coquetel, transmitindo alegria. Segundo Allison Patrick, a luminária é produzida manualmente, e por ser uma luminária de papel é importante que a lâmpada seja de no máximo 60 watts.

Figura 28: Luminária 13. Fonte: zipper8lighting (2013).

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 Luminária 14: Ginkgo Studio

Os lustres são feitos de papel cortado, depois são dobrados e moldados até ganhar forma orgânica, basta prender a cúpula de papel em qualquer lâmpada, sendo fluorescentes ou led, com baixo consumo energético, não aquecendo o papel.

Figura 29: Luminária 14. Fonte: Ginkgo Studio (2013).

 Luminária 15:Michelle Brand

O lustre em forma de cascata icônica, em toque moderno com consciência ambiental. A vantagem apresentada pelo uso do PET como material é a leveza.

Figura 30: Luminária 15.

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 Luminária 16: PulpLamps

As pendentes PulpLamps, são produzidas com papel machê, este que utiliza jornal, cola branca, água para o preparo da massa e um balão de soprar para dar forma a luminária. Depois que a massa está seca, é estourado o balão.

Figura 31: Luminária 16.

Fonte: http://design-milk.com/pulp-lamps/ (2013).

 Luminária 17: Rewashlamps

O designer português Antonio Martins, estipulou uma nova função a tambores de máquina de lavar, utilizando como estrutura para luminárias de chão, decorados com vários tipos de materiais que fogem do tradicional. O corpo da luminária é formado por tripés fotográficos, e fabricadas manualmente.

Figura 32: Luminária 17. Fonte: Rewashlamps (2013).

Referências

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