• Nenhum resultado encontrado

Matrizes Politicas dos Sistemas Economicos

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Matrizes Politicas dos Sistemas Economicos"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

Matrizes Políticas dos

Sistemas Económicos

Joaquim Capelo Ramos, 20010028 Luís Miguel Correia, 20010106 Nelson Lourenço, 20010404 Pedro Jorge Varino, 19980590 Pedro Soares Lourenço, 20010023

(2)

I.

INTRODUÇÃO

Este trabalho visa descrever os sistemas económicos de forma a aferir os seus principais objectivos e as suas principais diferenças.

Todos os sistemas económicos visam, na sua perspectiva, o melhor para a sociedade.

Ao estudar este tema não podemos deixar de assumir que cada um destes sistemas se identifica com uma forma diferente de direccionar a organização social. A cada sistema económico corresponde uma política própria.

Neste trabalho vamos então tentar diferenciar cada uma dessas direcções que a sociedade pode seguir e as suas influências no Direito, nomeadamente no Direito económico.

(3)

II.

CAPITALISMO LIBERAL

O Capitalismo liberal não surge de forma imediata como uma doutrina sócio-política. Para Adam Smith, o “pai fundador” do liberalismo, a conduta humana é condicionada por seis determinantes: amor próprio, simpatia, ânsia de liberdade, instinto de propriedade, hábito de trabalho e propensão para a troca.1

Condicionado por estas determinantes, cada homem é o melhor juiz dos seus próprios interesses e deve ter a liberdade de realizar os mesmos segundo a sua livre vontade. Um factor será determinante para toda a doutrina liberal: uma ideia lata de liberdade.

Com Adam Smith toda a análise clássica assenta e supõe na liberdade, sendo que o corolário da maximização da satisfação individual é que ninguém melhor que o indivíduo sabe melhor o que lhe dá mais prazer.

Reportando-nos ao caso português em matéria económica, da Constituição de 1822, importa reter algumas disposições que espelham bem a conformidade do primeiro texto constitucional português com o ideário economico-liberal. Importa assim referir a consagração dos princípios fundamentais em que assenta uma sociedade capitalista liberal, como sejam, a defesa da propriedade privada, e a defesa da

liberdade económica.

O texto constitucional de 1822 plasma isto mesmo de forma clara e inequívoca: “Artigo 1º - A constituição política da nação portuguesa tem por objecto manter a liberdade, segurança, e propriedade de todos os portugueses”2.

1 Arthur Taylor, As Grandes Doutrinas Económicas,

(4)

Como bem sublinha Eduardo Paz Ferreira, estamos perante a consagração de três valores essenciais: liberdade, segurança e propriedade que a Constituição consagra como princípios absolutos.1

Assentes nestes princípios temos que: o consumo é determinado por cada consumidor, traçando este a sua tabela de necessidades definindo as suas prioridades; a produção é organizada livremente pelos agentes económicos escolhendo as técnicas e os bens a produzir; a repartição do produto é feita igualmente através dos mercados de factores de produção.2

De tudo o que fica dito resultam na prática um conjunto de elementos que caracterizam o sistema económico capitalista liberal:

- Não intervenção dos Estado na economia;

- Liberdade de iniciativa económica privada em todos os sectores;

- O mercado é auto-suficiente, soluciona todos os problemas com que se depara (“a mão invisível” de Adam Smith - o bem comum como objectivo a alcançar provém dos interesses individuais).

Este sistema económico predominou na economia mundial (ocidental) durante o Séc. XIX e sensivelmente até ao fim dos primeiros quinze anos do Séc. XX. Como oposição a este sistema, surge o socialismo na ex-União Soviética. Simultaneamente surge também uma nova vertente do capitalismo, o capitalismo social.

1 Eduardo Paz Ferrreira, Direito da Economia

2 António Luis de Sousa Franco e Guilherme Oliveira Martis, A Constituição Economica

(5)

Obviamente com o que fica dito, não queremos fazer a apologia do liberalismo económico, mas sim, traçar de forma substancialmente sucinta o ideário vigente e a forma como o mesmo foi plasmado juridicamente.

III.

SOCIALISMO, MARXISTA-LENINISTA

IV.

CAPITALISMO SOCIAL

1. O Surgimento Do Estado Providência

Todas as sociedades têm de tomar medidas para ajudar os seus cidadãos pobres. Mas o que é dado ao pobre tem de vir de outros grupos e esse é, indubitavelmente, o ponto mais contestado dos programas redistributivos.

Os primeiros economistas clássicos, como ficou dito na primeira deste trabalho, pensavam que os mercados se auto regulavam, sendo a economia liberal identificada como economia não regulada, querendo com isto dizer-se, não que funcionava desreguladamente, pelo contrário, mas sim que para funcionar reguladamente não precisava ser hetero-regulada ou regulada

artificialmente. Eles argumentavam

que as tentativas para aliviar a pobreza através das intervenções governamentais na economia eram esforços inglórios que acabariam simplesmente por reduzir o rendimento nacional total.

(6)

Esta perspectiva foi contestada pelo economista inglês John Stuart Mill, o qual, embora alertando contra as interferências no mecanismo de mercado, argumentou que as políticas governamentais podiam reduzir a desigualdade.

Um século mais tarde, no final do Séc. XIX, Bismarck, na Alemanha, Gladstone e Disraeli na Grâ-Bretanha seguidos por Roosvelt nos EUA, tomaram medidas que constituíram um marco histórico no papel económico do governo, introduzindo um novo conceito de responsabilidade do governo quanto ao bem estar da população. Foi o nascimento do Estado Providência em que o governo modifica as forças de mercado para proteger os indivíduos contra determinadas contingências bem como garantir aos indivíduos um padrão de vida mínima.

2. Do “Estado Circunscrito” Ao “Estado Inserido” Na Economia

Mas é em meados do Séc. XX que emerge o “Estado Social” ou “Estado Providência”, intervindo na área económica e social, tanto pela participação directa na produção e prestação de bens e serviços como pela regulação da actividade económica.

A era da intervenção económica do Estado começou com a I Guerra Mundial e acentuou-se depois da crise de 1929. Surgiu uma específica “administração económica” e multiplicaram-se novas formas organizatórias de administração, incluindo os institutos públicos e empresas públicas.

O quadro liberal do abstencionismo económico do Estado estava decididamente abandonado. A economia começava a fazer parte do Estado e obtinha lugar na própria Constituição. Na verdade, agora a economia deixara de ser assunto puramente privado, passando a interessar a toda a Nação e tornando-se uma questão de Estado, a quem competia a sua regulação e disciplina.

(7)

O Estado passa a ter uma concepção daquilo que é desejável para a evolução das sociedades. Para a prossecução desses objectivos, o Estado vê-se forçado a uma intervenção profunda na economia que se traduz no fenómeno de publicização do direito privado à qual não pode deixar de se contrapor uma certa privatização do direito público, criando empresas que vão actuar, tendencialmente, de harmonia com o direito privado.

As alterações do papel económico do Estado, reflectiram-se desde logo no crescimento do peso das despesas públicas no produto nacional. Juntamente com as tarefas públicas cresceu também naturalmente o aparelho do Estado e da Administração pública.

3. O Objectivo Do Estado Providência

O objectivo base do Estado Providência moderno é proporcionar uma segurança mínima para quem está temporária ou permanentemente incapacitado de ganhar para si próprio rendimentos adequados.

Na base desta política está a promoção de uma maior igualdade. Existem diferentes conceitos de igualdade. Para começar as sociedades democráticas afirmam o princípio da igualdade dos direitos políticos, onde sobressai o direito de voto. Na década de sessenta, os filósofos liberais expuseram a ideia de que as pessoas deveriam ter também oportunidades económicas iguais. Todos deviam estar sujeitos às mesmas regras num jogo não viciado. Todos deviam ter acesso idêntico às melhores escolas e formação profissional e aos melhores empregos. A discriminação com base da raça e no género deveria assim desaparecer.

(8)

Foram tomadas muitas medidas para promover uma maior igualdade, mas provou-se que as desigualdades de oportunidades eram muito persistentes. Um terceiro objectivo mais longínquo é a igualdade do resultado económico. Neste sonho ideal, as pessoas teriam o mesmo consumo, quer fossem espertas quer não fossem, quer fossem esforçadas ou preguiçosas, felizardas ou desafortunadas.

Os salários seriam os mesmos para o médico e para a enfermeira, para o advogado e para a secretária. Karl Marx formulou esta filosofia do seguinte modo: “de cada um de acordo com as suas capacidades, a cada um de acordo com as suas necessidades”. Actualmente até mesmo os socialistas mais radicais reconhecem que são necessárias algumas diferenças no resultado económico para um funcionamento eficiente da economia. Sem uma remuneração diferenciada como poderíamos assegurar que houvesse pessoas para executar trabalhos desagradáveis, perigosos e complexos?

4. Concretização Do Estado Providência

Nas medidas importantes do Estado Providência incluem-se as pensões, os seguros de acidente e de doença, os subsídios de desemprego, os seguros de saúde, os programas de alimentação e habitação, os abonos de família e suplementos ao rendimento de certos grupos de indivíduos.

Relativamente à saúde pública, ela é um dos maiores sectores da economia e dos que têm tido um crescimento mais rápido. É caracterizada por muitas falhas de mercado que levam os governos a intervir intensamente. Os sistemas de saúde têm importantes externalidades que incluem a prevenção de doenças contagiosas e a descoberta de novos conhecimentos biomédicos.

(9)

Finalmente, dado que a saúde é tão importante para o bem estar humano e para a produtividade do trabalho, os governos procuram proporcionar um nível mínimo de cuidados mínimos de saúde à população.

5. O Estado Providência E A Social Democracia

Da consolidação do Estado Providência surge a Social Democracia como modelo político de um socialismo democrático moderado e parlamentar.

Na maioria dos países, incluindo a Grâ-Bretanha, o Estado Providência foi uma criação tanto de esquerda como de direita, mas no período do pós guerra os socialistas chamaram a si a paternidade da ideia.

Este modelo abrangendo concepções políticas tão alargadas, ou de largo espectro, adoptou políticas substancialmente diversas, tal como aconteceu com os sistemas de segurança social que alimentaram. Assim, o sistema do Reino Unido põe a tónica nos serviços sociais e na saúde, fazendo depender os benefícios do nível de rendimento dos beneficiários. Os Estados Providência dos países escandinavos e nórdicos, baseados num nível de impostos elevado, proporcionam benefícios generosos incluindo os serviços de saúde. Os sistemas da Europa central assumem compromissos relativamente baixos em serviços sociais mas proporcionam serviços bem financiados noutros domínios, sendo pagos na maior parte com descontos sobre os rendimentos do trabalho e baseados em contribuições para a segurança social. Os sistemas do sul da Europa, semelhantes aos da Europa Central são menos abrangentes e dispensam níveis inferiores de ajuda.

(10)

V.

O NEOLIBERALISMO

O pensamento neoliberal teve como principal objectivo combater o Governo todo poderoso, tendo tido diversas origens.

Na Grã-Bretanha Edmund Burke o patriarca do conservadorismo expressou o seu desprezo pelo Estado o qual, se crescer demasiado, se torna inimigo da liberdade e da auto-suficiência. O conservadorismo Americano é, de há muito hostil ao governo central.

O Thatcherismo assimilou este pensamento, mas também o cepticismo liberal clássico acerca do papel do Estado, que se fundamenta em argumentos económicos sobre a superioridade da livre iniciativa. A tese do mínimo de Estado está intimamente ligada á ideia de que a sociedade civil cria por si própria os mecanismos de solidariedade social.

O Estado através da sua intervenção não deve limitar o progresso e desenvolvimento das pequenas Organizações da sociedade civil. A sociedade civil funcionando por si própria seria um “mar” de virtudes, tais como “bom carácter, honestidade, sentido do dever, espírito de sacrifício, honra, vontade de servir, autodisciplina, tolerância, respeito, justiça, progresso pessoal, confiança, cortesia, firmeza, coragem, integridade, diligência, patriotismo, consideração pelos outros, frugalidade e reverência”. O que acabou de ser referido soa-nos a um sonho vivido no passado, tudo isso porque o poder do Estado sabotou a sociedade civil e tudo o que ela eventualmente poderia produzir por si mesma.

O Estado, em especial o Estado-Providência, é acusado de destruir a ordem civil, o que não acontece com os mercados, pois estes florescem com a iniciativa individual. Tal como a ordem civil se funcionar por si própria irá trazer enormes beneficios para a sociedade. Os mercados são “ máquinas de movimento perpétuo, que apenas requerem um quadro legal de actuação e a não interferência dos governos para proporcionarem o crescimento continuo.

Os Neoliberais relacionam as forças livres do mercado com a defesa das instituições tradicionais, especialmente a família e a nação. Os deveres e obrigações terão de ser promovidos no seio das instituições tradicionais, mas o poder de iniciativa própria desenvolve-se no âmbito da Economia.

O Thatcherismo reage de forma indiferente ás desigualdades, sendo até possível que as defenda. A ideia de que “a desigualdade social é má ou prejudicial” é “ingénua e não está provada”. Acima de tudo, é contra o igualitarismo. As políticas

(11)

de uniformidade cinzenta. No entanto os que se encontram mais próximos de uma teoria liberalista vêem a igualdade de oportunidades como sendo desejável e necessária. Tendo sido com esse sentido que John Major afirmou ter intenção de criar uma sociedade sem classes. Uma sociedade em que as forças de mercado sejam livres, podendo essa liberdade criar desigualdades materiais, mas ao mesmo tempo dar oportunidade a todos os que tenham habilitações e vontade de ascender a posições de acordo com as suas capacidades.

Uma das referências que mais distingue os Neoliberais será o antagonismo demonstrado em relação ao Estado-Providência. Considerado a origem de todos os males. O Estado-Providência provoca danos enormes nos seus supostos beneficiários, pelo facto de que cerceia o espirito de iniciativa e de progresso do indivíduo, homem ou mulher, depositando uma carga profunda de ressentimento nos próprios alicerces da nossa sociedade livre. tudo isto se deve ao facto de o Estado acompanhar o indivíduo desde que nasce até á sua morte sem nunca lhe proporcionar a possibilidade de ele poder escolher o seu próprio caminho “ como “se tratasse de um filho nosso que mesmo depois de adulto nós quiséssemos que ele continuasse agir de acordo com o nosso pensamento”. Com o desaparecimento do Estado-Providência e a emancipação dos mercados este passará a ser regulado de uma forma livre o que nos conduzirá a um crescente desenvolvimento da economia. Deste modo a protecção social não deveria ser encarada como um beneficio do Estado deveria sim, ser o resultado da maximização do progresso económico e em consequência, da riquesa global, deixando que o mercado operasse os seus milagres. Esta orientação rejeita as preocupações ambientais. Neste campo coube a Thatcher dar um novo rumo em direcção ao “capitalismo verde”.

Os riscos ambientais, tem sido dito, são exagerados ou não existem. Sendo uma perspectiva linear do processo de modernização, que quase anula quaisquer limites ao desenvolvimento económico.

O Neoliberalismo ao contrário da social-democracia clássica, tem uma teoria globalizante e tem dado um contributo muito importante para as forças que defendem a globalização.

Os Neoliberais aplicam á escala mundial a filosofia que os orienta nas suas realizações á escala regional.

A sociedade funcionará melhor se os mercados puderem funcionar com pouca ou nenhuma, interferência do Estado. Os Neoliberais defensores de uma nação tradicional, adoptam uma teoria realista de relações internacionais. A sociedade global continua a ser uma sociedade de Estados nacionais e num mundo de Estados nacionais o que conta é o poder.

Tal como a social-democracia clássica, o neoliberalismo desenvolveu-se no seio da ordem bipolar e revela as marcas da sua origem.

(12)

VI.

A TERCEIRA VIA

A Terceira Via inclui aspectos políticos e sociais, e apresenta-se como uma tentativa para compatibilizar as políticas de mercado, próprias do capitalismo, com fórmulas destinadas a amenizar os problemas sociais provocados pelo neoliberalismo. Esta concepção, formulada originalmente pelo sociólogo Anthony Guiddens, foi a bandeira da campanha com a qual por exemplo, o neo-trabalhista britânico Tony Blair conseguiu destronar os conservadores, que se mantiveram no poder durante mais de duas décadas.

Entre os pontos principais de interesse dos defensores da Terceira Via estão a definição do papel dos governos na promoção da educação como chave para reduzir as desigualdades, o aumento do crescimento económico e a consolidação da cooperação internacional em todos os terrenos. A terceira via (ou novo centro) pretende ser um meio termo entre o marxismo e o capitalismo.

Como centro da questão está a intervenção do Estado. O marxismo defende-a de forma mais intensa. A social-democracia pretende que o Estado garanta o bem-estar social, mas sem restrições à liberdade. O neoliberalismo quer a abolição total da intervenção do Estado. A terceira via defende um Estado apenas regulador, mas com garantias sociais.

"A Terceira Via é o caminho para a renovação e o sucesso da social - democracia moderna. Não é simplesmente um acordo entre a esquerda e a direita. Ela busca pegar os valores essenciais do centro e do centro - esquerda e aplicá-los a um mundo de mudanças sociais e económicas fundamentais - e fazer isso livre de ideologias ultrapassadas" - Tony Blair.

(13)

A Europa é hoje o ponto de convergência doutrinária da nova geração de lideres socialistas – o francês Lionel Jospin, o alemão Gerhard Schöder e o português António Guterres – a posição destes lideres assemelha – se mais a tese defendida por Blair do que à velha esquerda sindical.

O mentor intelectual da Terceira Via, Anthony Guiddens, vem da London School of Economics da qual é director. O termo foi introduzido no Governo Blair que, com o seu trabalhismo, conseguiu vencer as eleições depois de 18 anos de um governo conservador, o governo Tatcher. Anthony Giddens argumenta que, infelizmente, a Inglaterra se recusa a aceitar a Terceira Via, a chegar a um porto seguro, resiste ao progresso e à actualidade, embora contando com o grande esforço de Blair que é, segundo Giddens, um grande estadista com visão teórica correcta: "A Grã-Bretanha é ingrata! A Grã Grã-Bretanha não merece o Sr. Blair, não merece a London School of Economics, não me merece a mim, desabafa Giddens1.

No entendimento de Guiddens, o problema da antiga esquerda é que ela era muito identificada com o Estado, a nova esquerda se identifica com a democracia e a democratização do Estado. É um momento cuja a força de trabalho está crescendo pois a antiga esquerda nunca esteve enfraquecida.

Giddens acredita que a globalização não é apenas económica mas também um fenómeno social e intelectual: "E já não devemos voltar atrás. Acabou a família, com a igualdade das mulheres; e acabou o Estado-Nação, com a vitória do liberalismo económico e a imposição do comércio mundial. Só resta adaptarmo-nos e entrarmos na corrida". Questionado sobre o impacto negativo da globalização em países e povos empobrecidos e sobre o injusto crescimento das desigualdades sociais, com a crescente concentração da riqueza nas mãos de poucos e o empobrecimento das maiorias, Giddens não soube dar uma resposta convincente, o que deixa claro que essa não é a preocupação da Terceira Via.

(14)

Para Giddens, a Terceira Via difere da social democracia e do neoliberalismo. Politicamente, "a Terceira Via representa um movimento de modernização do centro. Embora aceite o valor socialista básico da justiça

social, ela rejeita a

política de classe, buscando uma base de apoio que perpasse as classes da sociedade". Em economia, a Terceira Via apregoa uma nova economia "mista", pautando-se no "equilíbrio" entre a regulamentação e a desregulamentação e entre o aspecto económico e não económico na vida da sociedade. Ela deve "preservar a competição económica", quando ela é ameaçada pelo monopólio. Deve também, "controlar os monopólios nacionais" e "criar e sustentar as bases institucionais dos mercados" .

Segundo o entendimento de Tony Blair, "a Terceira Via é a rota para a renovação e o êxito da moderna social-democracia. Não se trata simplesmente de um compromisso entre a esquerda e a direita. Trata-se de recuperar os valores essenciais do centro-esquerda e aplicá-los a um mundo de mudanças sociais

e

económicas fundamentais, e de fazê-los livres de ideologias antiquadas. (...) Na economia, a nossa abordagem não elege nem o laissez-faire nem a interferência estatal. O papel do governo é de promover a estabilidade macro-económica, desenvolver políticas impositivas e de bem-estar"1

(15)

VIII. BIBLIOGRAFIA

- Ferreira, Eduardo Paz – Direito da Economia, Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa, Lisboa 2001.

- Franco, António L. De Sousa e Eduardo Paz Ferreira, Textos Constitucional

de Direito da Economia, Associação Academia da Faculdade Direito Lisboa.

- Franco, António L. Sousa e Guilherme de Oliveira Martins – A Constituição

Económica Ensaio Interpretativo. Coimbra, Livraria Almedina, 1999.

- Giddens, Antony – Para uma Terceira Via – A Renovação da Social

Democracia. Lisboa. Editorial Presença, 1999.

- Moreira, Vital – Auto-regulação Profissional e Administração Publica, Coimbra, Livraria Almedina, 1997.

- Sammuelson, ?, e Nordhaus, Economia, Mc Graw Willkjdfgbkjsfdbgkxfdb - Taylor, Arthur – As Grandes Doutrinas Economicas, 8º Edição, Lisboa,

Referências

Documentos relacionados

O Behaviorismo Radical determina os seguintes pressupostos: (a) o comportamento humano está submetido a leis universais, mas cada sujeito é um organismo único,

It occurs in Paraguay and Brazil, in the states of Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo (Martins et al. paucidens has been suggested by J.J. in the picture of the type in

a) Oração – Estimule as crianças a falarem com Deus. É importante variar com oração de gratidão, de intercessão, de confissão, de petição e também variar os motivos de

baseia na formação de um grupo de estudos, articulados com ciclos de palestras, cujo foco se concentrará na formação pedagógica do professor regente. As atividades serão

De forma a avaliar as condições económicas e tecnológicas de um sistema de tratamento de águas residuais urbanas, assente no processo combinado por tratamento anaeróbio em

A Parte III, “Implementando estratégias de marketing”, enfoca a execução da estratégia de marketing, especifi camente na gestão e na execução de progra- mas de marketing por

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

Finally,  we  can  conclude  several  findings  from  our  research.  First,  productivity  is  the  most  important  determinant  for  internationalization  that