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Prática de atividades físicas: disposições pessoais e sociais dos participantes do grupo de terceira idade

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Academic year: 2021

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UNIJUÍ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

DHE – DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: DISPOSIÇÕES PESSOAIS

E SOCIAIS DOS PARTICIPANTES DO GRUPO DE TERCEIRA IDADE

FABIELE MONIQUE MADKE

Ijuí (RS) 2012

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FABIELE MONIQUE MADKE

PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS: DISPOSIÇÕES PESSOAIS

E SOCIAIS DOS PARTICIPANTES DO GRUPO DE TERCEIRA IDADE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), como requisito parcial à obtenção do título de Bacharelado e Licenciado em Educação Física.

Orientadora: Professora Ms Lisiane Goettms

Ijuí (RS) 2012

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Dedico este trabalho as pessoas mais importantes da minha vida, a minha base, o meu alicerce, aos meus pais, Sergio e Isolde. Obrigada por fazer este sonho se tornar realidade.

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AGRADECIMENTOS

Hoje vivo uma realidade que parece ser um sonho, mas foi preciso ter muita força de vontade, dedicação, paciência, humildade, fé e ousadia para chegar até aqui e nada disso eu alcançaria sozinha. Por isso minha eterna gratidão a todos aqueles que colaboraram para que este sonho pudesse ser concretizado.

Grata a Deus pelo dom da vida, pelo seu amor e cuidado infinito, sem ele eu nada seria.

Aos meus maiores exemplos, meus amados e queridos pais, Sergio e Isolde, pela educação, incentivo aos estudos, pela preocupação, pelo companheirismo, pelo grandioso amor e carinho.

Ao meu irmão Filipe pela amizade e carinho. Ao meu namorado Fernando, pelo amor e compreensão nos momentos tensos, por estar comigo e levantar o meu estral quando a vontade era de desistir. A vocês meus amores o meu eterno muito obrigado.

A toda família que de alguma forma sempre estiveram comigo, aos meus avós, padrinhos, madrinhas, tios e tias, meus primos obrigada pelo carinho.

E quem diria que uma linda amizade iria se construir aqui na faculdade, não é Tuani e Tatiana, juntas desde o inicio das aulas, e juntas sempre estivemos, foram sorrisos e lágrimas, quanta coisa juntas, mas a vida é assim, não podemos ficar coladinhas pra sempre, vamos tomar rumos diferentes, mas com certeza a nossa amizade vai ficar para sempre, amo vocês e fica o desejo de sucesso para cada uma.

E assim muitos foram os que passaram em minha vida, aos demais colegas, vão ficar para sempre em minha memória. A professora Lisiane que com todo o seu saber, dedicou seu valioso tempo para me orientar. Aos demais professores, obrigada pelos ricos ensinamentos, levarei vocês no meu coração.

E mais uma vez obrigada a todos por tudo. Obrigada por fazerem parte desta etapa tão importante da minha vida.

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RESUMO

Esta pesquisa tem por objetivo analisar as diferentes disposições dos sujeitos da terceira idade, de ambos os sexos, compreendidos nas idades de 62 a 82 anos que os levam à prática sistemática de atividade física, bem como identificar os aspectos que os levam a está prática corporal. A pesquisa tem a importante participação de representantes de um grupo da Terceira Idade, praticante de atividades físicas no município de Augusto Pestana- RS, sendo este um estudo de campo onde os dados serão analisados de modo qualitativo. Dividida em três capítulos, a pesquisa proporciona concluir provisoriamente que a prática de atividade física está ligada a melhora da saúde e qualidade de vida durante o processo de envelhecimento, que sua prática regular ajuda o idoso a compreender de forma natural esta nova fase da vida, assumindo perante o envelhecimento uma postura ativa, saudável, de forma consciente, prolongando dessa forma sua vida.

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5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ... 6 CAPÍTULO I ... 8 1.1 ATIVIDADE FÍSICA ... 8 1.1.1 Qualidade de Vida ... 9 1.1.2 Imagem Corporal ... 12 CAPÍTULO II ... 15 2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO ... 15

2.1.1 Alteração Fisiológica do Envelhecimento ... 17

2.1.2 Envelhecimento e Qualidade de Vida ... 19

2.1.3 Envelhecimento e Atividade Física: Auxílio na Melhoria e Manutenção da Qualidade de Vida ... 21

2.1.4 Doenças mais Comuns no Envelhecimento ... 22

2.2 BENEFÍCIOS PSICOLÓGICOS E SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO ... 24

2.2.1 Expectativa de Vida Diante do Envelhecimento ... 25

2.2.2 Orientações para um Estilo de Vida Ativo na Velhice ... 26

2.3 SEDENTARISMO ... 28

2.3.1 A Infância e o Sedentarismo ... 29

2.3.2 Porque ser Adepto a Atividade Física desde a Infância ... 30

CAPÍTULO III ... 31 3.1 TIPO DE PESQUISA ... 31 3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ... 31 3.3 PROCEDIMENTO ... 31 3.4 COLETA DE DADOS ... 32 3.5 INSTRUMENTO ... 32

3.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 39

REFERENCIAIS ... 41

APÊNDICE ... 43

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INTRODUÇÃO

Com o passar dos anos a atividade física vem ganhando espaço, e, começa a ser uma prática incorporada em vários grupos. Nesse sentido, a prática de atividade física vem ganhando adeptos entre crianças, jovens, adultos e também os idosos. A este último grupo, há pouco tempo, era relegado um papel de sedentarismo, isso motivado pela crença infundada, de que o idoso não teria condições físicas de praticar atividade física.

Porém, pesquisas e estudos revelam que não há limite de idade para a participação em qualquer tipo de atividade física, pois ela, com seus inúmeros benefícios, tornam as pessoas mais saudáveis. Nota-se, ainda, uma crescente importância que vem sendo dada a prática de atividade física, já que a mesma carrega consigo uma estreita relação com a qualidade de vida.

Uma das alternativas que contribuem para envelhecer com qualidade, sem dúvida, é a prática de atividade física. Sperancini (1994) salienta que o processo de envelhecimento está geneticamente programado e, que, a prática de atividade física orientada contribui para a promoção de uma melhor qualidade de vida e preservação da saúde.

Outro fator contribuinte e importante para os indivíduos bem como para idosos é a construção da imagem corporal, pois é através dela que construímos a nossa imagem pessoal e individual, é a satisfação consigo próprio. É através de praticas de atividade física que melhoramos a nossa imagem, a autoestima, autoconfiança, é através dela que buscamos um viver bem e melhor, buscando construir no dia a dia um corporal verdadeiro e com qualidade.

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A presente pesquisa tem como questão norteadora a seguinte indagação: Quais as disposições pessoais e sociais dos sujeitos da terceira idade, para a prática sistemática de atividades físicas, no município de Augusto Pestana?

Para tanto, analisar-se-á as diferentes disposições dos sujeitos da terceira idade, de ambos os sexos, compreendidos nas idades de 62 à 82 anos, que os levam à prática sistemática de atividade física. Nesse sentido, é essencial identificar os fatores preponderantes na opção da prática de atividade física, bem como compreender a maneira que o sujeito se percebe nos contextos onde prática a atividade física e, finalmente, identificar em que etapa da vida os sujeitos optaram pela prática corporal de forma sistemática.

A escolha do tema da pesquisa se deu, primeiramente, pelo interesse particular em relação à faixa etária da Terceira Idade. Interesse, este, motivado principalmente, pela grande mudança de atitude deste grupo. É de interesse geral, e, também da pesquisadora, entender as grandes mudanças que envolvem esta faixa etária, que hoje, participa ativamente de atividades, que há bem pouco tempo era exclusividade de outros grupos.

Cabe dizer ainda que a pesquisa voltada a essa faixa etária é motivada, pelo fato de que idosos fazem parte de nosso cotidiano, pois os temos como membros familiares e, também, seremos futuramente, parte deste grupo. Nesse sentido, é imprescindível, conhecer as características desta faixa etária, que a cada dia passa a ser mais numeroso.

Além disso, justifica-se, a opção desta faixa etária, como objeto de estudo, por motivações profissionais, já que enquanto profissional do Curso de Educação Física, poderei contribuir para a qualificação das práticas sugeridas a este grupo. Surge desta forma, a possibilidade de auxiliar efetivamente um grupo social, usando habilidades e conhecimentos adquiridos no referido curso.

O trabalho é dividido em três momentos, assim distribuídos: no primeiro e segundo capítulo é apresentado as bases teóricas que orientam a pesquisa; no terceiro capítulo discorre-se sobre a forma como foi estruturado a pesquisa, e apresenta-se a análise dos resultados gerais alcançados, onde se evidencia a importância da prática de atividade física para manutenção da saúde e qualidade de vida do idoso.

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CAPÍTULO I

Neste capitulo de revisão bibliográfica apresenta-se um estudo com vários enfoques teóricos que por meio de pesquisa fundamentam a área de conhecimento a ser pesquisada.

1.1 ATIVIDADE FÍSICA

Entende-se que atividade física é todo e qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética (voluntária) que resulta em gasto energético acima dos níveis de repouso. (Rolim e Forti, p.60 apud Mazoet al., 2001).

A atividade física praticada regularmente beneficia variáveis fisiológicas, psicológicas e sociais, melhorando os aspectos neurais, diminuição percentual de gordura, proporcionando aumento da força muscular, melhora da flexibilidade, amplitude dos movimentos, redução da resistência à insulina, melhora da densidade óssea, diminuindo a osteoporose, melhora da postura, aumento do fluxo sanguíneo, redução do índice de câncer, infartos e diminuição do uso de medicação. Estes são apenas alguns dos benefícios que a prática da atividade física proporciona para a vida das pessoas.

Citamos também os aspectos sociais envolvidos nessa prática, como a melhora da autoestima, da autoimagem, a integração e a socialização em grupos, a diminuição da depressão e a melhora de aspectos cognitivos, benefícios estes também promovidos pela prática ativa da atividade física.

A atividade física está interligada a melhora da saúde e qualidade de vida diminuindo assim taxas de mortalidade, causadas principalmente por doenças coronarianas.

A prática regular da atividade física faz o idoso compreender como aceitar de forma natural esta nova fase da vida, assumindo perante o envelhecimento uma postura de pessoa ativa, saudável, participativa, enfrentando essa nova etapa de forma consciente, prolongando assim muito mais a sua vida. Sendo assim, a atividade física deve ser praticada por toda a população (crianças, jovens, adultos e idosos), criando e oportunizando qualidade de vida.

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Programas adequados de atividade física ajudam o organismo a diminuir o seu processo degenerativo, prolongando, então, o tempo de vida saudável, pois criam uma maior segurança e domínio corporal no dia a dia.

É proporcionado ao idoso através da prática da atividade física uma série de alterações, durante o processo do envelhecimento, tendo como forte aliado a melhoria no sistema cardiovascular, muscular entre outros.

Percebe-se um aumento muito grande na sociedade da população idosa, isso decorrente das melhorias nas condições, como moradias, apoios, saneamento, oportunidades. E nós devemos estar preparados para um maior aumento de idosos com o passar dos anos, já que a velhice não é mais sinônimo de doença, e a saúde do idoso vai estar totalmente ligada à saúde que ele cultivou ao longo de sua vida.

Segundo Lins e Carbucci, apud Okuma, 2004, p.109:

A atividade física contribui marcadamente para a melhoria e manutenção da saúde e da funcionalidade física do idoso e para o seu lazer, visto que tem efeitos positivos sobre as funções fisiológicas, cognitivas, emocionais e, consequentemente, sobre a qualidade de seu envelhecer.

O fator contribuinte para a boa qualidade de vida é então a prática da atividade física, sendo que a mesma proporciona um bem estar e uma positiva manutenção da saúde, tendo assim uma vida muito mais saudável.

1.1.1 Qualidade de Vida

Quando falamos em qualidade de vida, estamos tratando das condições que cada ser humano possui. É traçar objetivos os quais se buscam alcançar durante os estágios de desenvolvimento.

Qualidade de vida é aquilo que cada indivíduo deve buscar, é viver bem, é amar, realização profissional, moradia, segurança, alimentação, convivência, tempo, conforto, realização financeira, educação, cultura, é ir em busca daquilo que o sujeito considera importante para a sua vida, é buscar e querer sempre mais.

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O conceito de qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da cada um. Existe, porém, consenso em torno da ideia de que são múltiplos os fatores que determinam a qualidade de vida de pessoas ou comunidades. A combinação desses fatores que moldam e diferenciam o cotidiano do ser humano resulta numa rede de fenômenos e situações que, abstratamente, pode ser chamada de qualidade de vida. Em geral, associam-se a essa expressão fatores como: estado de saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade. Num sentido mais amplo, qualidade de vida pode ser uma medida da própria dignidade humana, pois pressupõe o atendimento das necessidades humanas fundamentais.

Considerando então os inúmeros efeitos que ocorrem com o processo do envelhecimento é preciso pensar na sua prevenção para se envelhecer com uma melhor qualidade de vida.

Essa prevenção se dá de diferentes modos. Primeiramente, iniciando desde jovem a ter hábitos saudáveis. Também outros fatores são importantes para essa prevenção, como: manter uma boa alimentação, realizar atividade física regularmente, estar em ambientes agradáveis, as realizações do dia a dia, o estar feliz com as pessoas que o cercam, uma boa saúde.

É importante que se tenha uma boa qualidade de vida desde a infância, para futuramente ter em sua bagagem ótimas referências. Cabe ressaltar, que podemos entender qualidade de vida de diversas formas.

Segundo Forti e Rolim apud Alleyne, 2001, p.1:

Qualidade de vida é definida como: a percepção subjetiva do individuo sobre sua posição na vida dentro do contexto da cultura e dos sistemas de valores em que vive e com relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações.

A qualidade de vida do ser humano se constitui em diversas áreas. Cabe a cada individuo avaliar aquilo que é realmente importante para a sua qualidade de vida. No sentido geral, qualidade de vida de acordo com Forti e Rolim apud Silva, 1999, p. 261:

Aplica-se ao individuo aparentemente saudável e diz respeito ao seu grau de satisfação com a vida nos seus múltiplos aspectos que a integram: moradia, transporte, alimentação, lazer, satisfação/ realização profissional, vida sexual e amorosa, relacionamentos com outras pessoas, liberdade, autonomia e segurança financeira.

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Podemos perceber quão vasto são os aspectos que se relacionam com a qualidade de vida, que muitos são os fatores que se interligam, variando de pessoa para pessoa, bem como o momento em que o individuo se encontra.

Digamos também que qualidade de vida é se ter uma vida boa, é dedicar momentos àquilo que se gosta, é usufruir de momentos de prazer, junto com quem se ama. Enfim, aproveitar as pequenas coisas do cotidiano.

É muito forte e marcante quando falamos em caracterização social do idoso, por existir casos em que o próprio idoso faz negação do envelhecimento, onde o mesmo disfarça fisicamente sua idade, vanglorinado-se que possui 65 anos, porém com uma aparência muito mais jovem.

Segundo Goncalves, Freitas e Groenwald, 2005, p.17 apud Barreto, 1992: O preconceito contra o idoso aparece em expressões como ‘velho muito conservado’ ou ‘velho de espírito jovem’ podendo ser comparados ao preconceito racial, que tem ‘preto de alma branca’ uma de suas expressões mais marcantes e significativas.

Com a fala do autor citada acima, podemos perceber que o próprio idoso comete preconceito sobre si e muitas vezes se sente desvalorizado pela mudança que ocorre na sua vida, com a chegada da velhice. Em decorrência disso, há casos do idoso negar o presente e viver no passado, relembrando sempre, ‘no meu tempo’ criticando por vezes os costumes atuais.

Em nosso cotidiano percebemos que, com a chegada do envelhecimento, podemos dividir esta faixa etária em dois grupos: o grupo inativo, sedentário, os quais deixaram no passado a boa vontade de praticar atividades, de participar de grupos, de interagir, de buscar apoio, diversão acarretando com isso sérios problemas sociais, físicos e psicológicos no passar da vida.

Porém, temos o outro grupo formado por pessoas ativas, participativas, que enfrentam o envelhecimento com ousadia, que buscam viver a vida num estilo ativo, confirmando o quanto valorizam os benefícios que a prática da atividade física proporciona à qualidade de vida, tornando assim a vida muito mais interessante.

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1.1.2 Imagem Corporal

A imagem corporal é de certa forma, a maneira que se conceitua o corpo, ou seja, do nosso corpo, independente da fase da vida em que se encontra; a representação de como o sujeito se imagina, construindo através dela a sua identidade pessoal e individual. E quando falamos em imagem corporal, vários aspectos que se integram a ela são citados: satisfação do peso, estima corporal, satisfação corporal, corpo ideal, percepção corporal, dentre outros que também se relacionam a esta imagem formada.

A imagem corporal desempenha um papel importante na vida do ser humano, interligando então a percepção e a imagem mental, já que, se a percepção corporal é positiva, sucessivamente a autoimagem também será positiva, e, consequentemente, a autoestima também será positiva. A boa formação da imagem corporal é importante para obtenção de outras características psicomotoras e, principalmente, para o autoconceito.

Tavares (2003, p. 17) aponta que:

É partindo da continência e consciência de nossos impulsos que validamos nossa originalidade corporal e ampliamos nosso sentido de identidade, aspecto essencial e matriz da imagem corporal. [...] Nossa consciência das necessidades sociais e de nossas necessidades puncionais amplia a nossa capacidade de preservar a nossa identidade durante nossa atuação no meio social.

O nosso corpo é adaptado culturalmente, ou seja, a imagem de um corpo ideal provém de uma idealização cultural. Assim tendemos que agir, de acordo com a nossa cultura, aquilo que nós foi educado, aquilo que é considerado o ideal, em relação ao corpo que desejamos. Tal identidade corporal que parece sempre definitiva, deve permanecer sempre em aberto, ser uma versão sempre inacabada, para que o sujeito possa aceitar as mudanças que o tempo impõe, sem perder o sentido de permanência.

Aceitar a imagem corporal, com as significativas modificações no aspecto físico, é fundamental para não padecer com as mudanças do envelhecimento. O autor coloca uma citação importante, onde devemos valorizar a nossa imagem e estar atentos a estas modificações. Ormezzano e Peliser (2006, p.241), “a aparência física é uma base importante para a sensação de auto segurança e autoestima”.

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O corpo físico é um objeto especial, que está sempre presente independente de suas modificações e ou mudanças, é o corpo que apresenta a nossa identidade, é ele que determina o meu “eu corporal”; a construção da nossa identidade é sempre um processo em construção.

Para Tavares (2003, p.79):

“Desenvolver a imagem corporal” é uma expressão muito usada atualmente. Seu significado apresenta variações importantes, podendo indicar aspectos distintos como: aumentar a percepção de partes do corpo; reconhecer e valorizar sensações corporais; gostar mais do corpo; ter mais satisfação com o corpo; reconhecer o corpo com ele é realmente; ou descobrir as possibilidades do corpo ampliando as possibilidades de ação.

E para isso acontecer precisamos conhecer nosso próprio corpo, o que desejamos com o mesmo, pois a imagem corporal trata do aspecto físico como uma representação mental, pois é nós mesmos que construímos esta nossa imagem, esta nossa identidade.

Podemos dizer que quando nascemos já temos uma prévia ideia de como será a nossa imagem, advinda de nossos familiares, que também são influenciados pela cultura. Quando falamos em imagem corporal, vamos salientar que a mãe é de fundamental importância no desenvolvimento da identidade do bebê. É a mãe que vai satisfazer as necessidades puncionais, a mãe que vai ser o espelho no desenvolvimento do seu filho, ela deve construir regras, porém deve saber o momento de ser flexível baseada em sua cultura.

Tavares (2003, p.99) destaca:

A criança se mantém em suas representações mentais conectada de maneira satisfatória a seu corpo. É assim que, do corpo existente, faz-se a construção da identidade desse corpo. De forma paralela ocorre o desenvolvimento da imagem corporal.

A construção de nossa imagem corporal se dá no dia a dia, no nosso cotidiano, conforme então é a nossa maneira de viver, conforme cada cultura. A parte fundamental nesta construção estaria diretamente ligada a nossas percepções, para a partir daí construir um eu corporal verdadeiro.

No decorrer da nossa vivência, várias são as fases ultrapassadas pelo ser humano, passando ele por várias adaptações; quando bebês, junto de nossas mães, temos o importante papel de construir a nossa identidade, e assim várias são as

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outras fases da vida. Todavia, chega à velhice, trazendo com ela vários elementos a serem enfrentados pelo indivíduo, por exemplo: mudança de rotina, cansaço, diminuição da força muscular, acumulo de gordura, bem como a gradativa perda da funcionalidade corporal, a qual interfere diretamente na imagem corporal do idoso, gerando assim desanimo diante da idade já alcançada, bem como o desgosto e a depressão.

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CAPÍTULO II

Neste capitulo de revisão bibliográfica apresenta-se um estudo com vários enfoques teóricos que por meio de pesquisa fundamentam a área de conhecimento a ser pesquisada.

2.1 O PROCESSO DE ENVELHECIMENTO

A primeira verdade sobre o envelhecimento é que todos envelhecem. A segunda verdade é que todos envelhecem de forma diferente (SPIRDUSO, 2005, p.3).

Nós humanos desde a nossa concepção até a nossa morte passamos por vários ciclos, várias etapas, respondendo de acordo com o nosso organismo, passando assim por alterações fisiológicas, devendo no decorrer nos adaptar para viver melhor.

Com o passar dos anos a expectativa de vida tem aumentado, tendo com isso um aumento gradativo em nossa população idosa. Porém acompanhada do envelhecimento vem o desejo da boa qualidade de vida.

Por isso é importante ressaltar a importância da prática da atividade física na terceira idade, pois ela beneficia um envelhecer com saúde, disposição, alegre, auxiliando na qualidade de vida do indivíduo.

A vinda do envelhecimento trás consigo um vasto número de problemas como, perda da força muscular, acumulo de gordura, doenças coronarianas e até mesmo o infarto, por isso é muito importante que o idoso seja ativo em praticar atividades, podendo assim prevenir e ate mesmo evitar estes tipos de doenças que afetam principalmente esta faixa etária.

O indivíduo deve procurar apoio, buscar saber dos benefícios que a atividade física proporciona a ele, deve aceitar e se adaptar a esta nova chegada e as suas devidas alterações, participar do que é proposto a ele para assim viver bem com um estilo de vida saudável.

Podemos então caracterizar o envelhecimento como um processo dinâmico, progressivo e irreversível.

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Todas as partes do corpo que tem alguma função, se utilizadas com moderação e exercitadas em trabalhos nos quais cada pessoa esteja acostumada, ficarão assim saudáveis, bem desenvolvidas e envelhecerão mais lentamente, mas se não forem utilizadas e forem deixadas inativas ficarão sujeitas a doenças, defeitos do crescimento e envelhecerão rapidamente (Hipócrates).

E mais uma vez podemos perceber através desta citação o quanto a prática é importante para nossa saúde, e nos perguntamos, quem é que não deseja um envelhecer com saúde, bem-estar, feliz, com o corpo sadio, de alma leve. Digamos que é esse o desejo de todos, pois bem, para isso acontecer é muito simples, exercite seu corpo todos os dias, com certeza ele e a saúde agradecerão.

A vida de todo o ser humano é classificada em ciclos: Nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer, e nos mesmos é que devemos definir de que forma iremos viver.

E quando falamos em envelhecimento não chegamos a apenas um conceito que determine sobre o mesmo e sim a várias definições sobre o processo de velhice. O envelhecimento é um processo altamente individual, pode-se envelhecer de maneira diferente de outros que estejam na mesma idade. Cada sujeito tem diferente percepção do envelhecimento, sendo que a idade para muitos não é considerada fator primordial, porém outras limitações visíveis, comparadas então com as diferentes fases da vida.

Segundo o autor (DANTAS, 2008, p.52):

Com isso percebemos que cada individuo reage de acordo com seus órgãos e sistemas, pois cada ser responde de acordo com o funcionamento de seu organismo, independente de sua idade.

O organismo humano, desde a sua concepção até a sua morte, passa por diversas fases, sendo elas: desenvolvimento, puberdade, maturidade ou estabilização e envelhecimento (NETTO apud DANTAS 2008, p.26). Percebemos que o autor descreve o envelhecimento como uma fase da vida humana e assim outras teorias serão encontradas, uma então contemplando a outra.

Com isso podemos então dizer que não há somente um fator determinante para o envelhecimento e sim a junção de vários pontos, indaga-se que no envelhecimento se dá a redução de capacidades, alterando o estado biológico,

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psicológico e social do ser humano, aumentando a dependência de outros para suas necessidades diárias e de suas tarefas de rotina.

Os anos são os mesmo a todos, passam na mesma velocidade para qualquer um de nós. Mas cada indivíduo que decide em fazer as suas melhores escolhas, para usar o tempo que tem, conferindo assim qualidade para os anos que viverem. A maneira que as pessoas enfrentam os processos da vida, o pensar que escolhas da vida jovem fazem a vida envelhecida mais saudável e consciente já são fatores importantes a se refletir.

Precisamos ser pessoas conscientes, e saber que no decorrer da vida passamos por vários ciclos, várias etapas, sendo importante desde a nossa infância sermos pessoas ativas, participativas, que precisamos praticar atividades para ter um bom desenvolvimento motor, ser saudável, e não pensar que basta ser ativo somente depois quando o envelhecimento chegar, acumular energias positivas para no futuro sermos exemplos.

São as escolhas da infância e a continuidade significativa e sempre renovada destas que irão determinar o nosso envelhecer, com ela podemos prevenir e retardar quaisquer tipo de doença. É preciso agir e buscar alternativas que nos torne ativos, precisamos viver cada dia, porém pensar no amanhã, saber que nossas atitudes e escolhas de hoje podem definir o caminho do amanhã, viver bem o agora é traçar um futuro com qualidade.

Um estilo de vida saudável adotado ao longo de nossas vidas, indica em certos termos uma longevidade com qualidade.

2.1.1 Alteração Fisiológica do Envelhecimento

Com a vinda do envelhecimento, o corpo sofre alterações fisiológicas, impossibilitando muitas vezes o idoso a realizar a prática regular de atividades físicas e consequentemente diminuindo a sua qualidade de vida, pois estas alterações atingem sistemas muito importantes do corpo, sendo eles então: sistema nervoso; sistema muscular; sistema circulatório; sistema respiratório e sistema esquelético.

Reis 2001, p.118-119 aponta os seguintes significados sobre o envelhecimento:

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Quando me perguntam se cansaço é sinônimo de envelhecimento, costumo dizer que sim. Vamos envelhecendo aos poucos. A pele, mais fatigada, começa a perder as suas posições de antes, a sua elasticidade e adquirimos a aparência de cansaço. Elas desejam a sabedoria e a experiência que chegam com a velhice e que podem ser muito prazerosas, refletimos mais, observamos com maior atenção as belezas da natureza, aprendemos a usufruir bem mais das musicas e das artes e sabemos observar melhor os outros. Exercitamos a nossa sensibilidade e adquirimos uma espécie de sintonia fina com o universo. Mas, com a velhice, chegam também as marcas do passado refletidas no físico, e isto é desconfortável porque estas marcas são acentuadas. Pode acorrer, então, um conflito interior. É quando a expressão física bem tratada, descansada e relaxada é bem-vinda porque será valorizada no plano profissional e pessoal- afetivo e sexual. É claro que o talento pessoal e as qualidades do espirito se sobrepõem a qualidade e da aparência física. Mas quando se pode obter os três juntos, é melhor ainda. Deste modo não se trata mais, hoje, com as plásticas, de “recuperar” a juventude, mas de resgatar flashes da juventude- alguns dos traços de quando se era jovem.

Traços que se desenvolvem no decorrer da idade, pois a velhice está diretamente ligada a modificações corporais.

Shephard (FARINATTI, 2008, p. 243) ressalta

...quando sustentam que, em geral, o impacto da idade sobre a capacidade de trabalho se deve fundamentalmente a modificação em três elementos da aptidão físico-funcional: a capacidade cardiorrespiratória, a função musculoesquelética (força e flexibilidade) e tolerância o calor.

São esses os fatores que também implicam no envelhecimento e um necessariamente, precisa do outro para que o corpo então trabalhe conforme o necessário para se manter-se bem. Nosso corpo é como uma máquina, a qual precisa estar totalmente bem para trabalhar, e assim podemos dizer que é o nosso corpo, precisamos que todos os sistemas estejam em perfeitas condições para assim vivermos bem e tranquilos.

Assim como outros aspectos também são considerados importantes para o bem estar do indivíduo, como o bem estar- físico, cognitivo, afetivo, social e espiritual, a sua integração social, satisfação, ocupação, fatores estes que integram o idoso com sua respectiva família, amigos, comunidade, que faz este ser se sentir ocupado, orientado, tendo ele percepção de si, preocupação com a sua própria saúde, com suas condições e com a sua vida no contexto geral, que é necessário para se viver bem.

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2.1.2 Envelhecimento e Qualidade de Vida

Não é difícil chegar à terceira idade com corpo e mente saudável. Basta adquirir hábitos bem simples ao dia a dia que podem ajudar a manter a qualidade de nossas vidas, evitando inclusive problemas de saúde comuns nesta nova fase. Ter uma boa qualidade de vida não é mistério a ninguém e esta ao alcance daqueles que estão dispostos a seguir uma vida ativa de atividades.

Do ponto de vista de Berger apud Okuma (1998, p. 16):

A qualidade de vida da população idosa está melhorando. Dentre a variedade de fatores envolvidos nessas mudanças, como os econômicos, os sociais e os psicológicos, o autor aponta a importância da atividade física na melhora das funções físicas, mental e psicológico do idoso. Dentre os diferentes programas que começavam a serem oferecidos aos idosos visando o aumento de sua qualidade de vida e ao crescimento de sua participação na sociedade encontram-se os programas de atividades físicas.

O idoso deve estar muito bem informado sobre a importância da atividade física na melhora da sua qualidade de vida e bem estar, bem como de seus direitos em relação a estas práticas.

O idoso que prática atividade física regularmente, automaticamente está prolongando a sua vida e consequentemente diminuindo riscos de adquirir doenças que poderiam ser causadas pelo sedentarismo. Dessa forma, obtendo um melhor estilo de vida e melhorando o seu bem estar.

Dantas (2003, p.34) coloca que:

É interessante ressaltar que, diante de tais afirmações, o individuo que adota a postura de praticante de atividade física regular assume uma postura positiva em relação a outros fatores de riscos. Então, ser um praticante assíduo é estar um passo a frente.

Como o autor destacou àquele que é um praticante assíduo, está um passo a frente. Isto quer dizer que o mesmo está diminuindo os problemas de saúde e aumentando os fatores ligados ao seu bem estar, bem como o benefício à elevação ao aumento da massa muscular e diminuição da gordura corporal, dois fortes aspectos relacionados ao envelhecimento.

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Fica cada vez mais evidente que a prática da atividade física contempla um vasto número de benefícios, podendo assim se viver mais e melhor. Além da evidência de que ela tem um papel significativo para o bem estar de cada indivíduo.

Furtado apud DANTAS, 2003, p.56) destaca que:

Os avanços tecnológicos e cientifico decorrentes da Revolução Industrial, proporcionaram, por meio de ações urbanísticas e sanitárias, aliadas ao avanço da medicina, a redução da taxa de mortalidade mundial através do controle de doenças, obtendo-se assim, melhora na qualidade de vida e aumento da longevidade.

Conforme a colocação do autor pode se perceber que cada indivíduo vive conforme suas expectativas, objetivos e preocupações. Da Revolução Industrial para os dias atuais muito se modificou, e para bem melhor, hoje as pessoas vivem em lugares com boas condições, tem seus horários de trabalho estabelecido, atendimento a saúde, tem seus direitos, luz, hoje as pessoas podem viver a vida com mais qualidade.

A qualidade de vida seria, então, uma opção pessoal. Com o passar dos anos, a velhice vem fazendo parte de desenvolvimento de cada ser humano, e, junto dela vem problemas como doenças que antes não existiam. Cabe, portanto, ao indivíduo prevenir ou mesmo retardar estas doenças podendo ele levar uma vida independente com condições de vida muito melhor e muito mais agradável.

Hoje, a expectativa de vida tem aumentado e a vida útil também. Há idosos que com o passar dos anos vão se isolando das outras pessoas bem como de seus afazeres diários, tornando sua rotina opressiva, pois se sentem muitas vezes incapazes, sendo afetados muitas vezes pela depressão. Por isso, evidencia-se a necessidade da prática regular de atividade física, pois esta será o fator principal para a prevenção de possíveis doenças causada pela idade avançada. Dantas (2001) relata a importância da educação no alcance da qualidade de vida pretendida, mostra o valor da educação continuada para o entendimento dos fatores que interferem na saúde.

Precisa-se educar o corpo para que ele trabalhe em prol de uma qualidade de vida positiva, levando em conta à alimentação, os direitos individuais, a perspectiva de vida de cada faixa etária. Sendo então, possível se viver com um estilo de vida mais saudável, pois quanto mais o sujeito se envolver em diferentes contextos, participar de diferentes atividades, maiores serão os benefícios recebidos,

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não somente no físico e biológico, mas também, nos fatores psicológicos, emocional, social, cultural, resultando num sujeito disposto, aquele idoso com o eterno desejo da juventude.

Ao longo dos dias percebe-se um crescente aumento de indivíduos preocupados com o estilo de vida, saúde, bem-estar, os quais buscam apoio para obter resultados, demonstram força de vontade, pois sabem que o corpo foi construído para ser ativo, e se tendo uma vida saudável a expectativa de vida tende a aumentar.

É importante que se tenha cuidados com o corpo, o movimentar-se com liberdade, caminhar, cuidados com a alimentação, ser ativo e participativo na sociedade, isso sim podemos definir como qualidade de vida de uma pessoa ativa.

Podemos dizer então que a prática da atividade física concede ao indivíduo uma vida saudável, garantindo assim uma excelente qualidade de vida garantindo a longevidade.

2.1.3 Envelhecimento e Atividade Física: Auxílio na Melhoria e Manutenção da Qualidade de Vida

A velhice, segundo a gerontologia, é entendida como: [...] um processo dinâmico e progressivo onde há modificações tanto morfológicas como funcionais, bioquímicas e psicológicas que determinam a progressiva perda de capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos patológicos que culminam por levá-los a morte (Meirelles, 2000, p.28).

Segundo Nahas 2001, p. 111:

A atividade física regular reduz o risco de uma pessoa desenvolver varias doenças crônicas além de proporcionar os seguintes benefícios: reduzir o risco de morte prematura por todas as causas; reduzir o risco de morte por doenças cardíacas; reduzir o número de desenvolver diabetes; reduzir o risco de desenvolver hipertensão; ajudar no controle da pressão arterial em pessoas hipertensas; reduzir a sensação de depressão e ansiedade; manter a autonomia e independência do idoso; auxiliar no controle de peso corporal; auxiliar no desenvolvimento e manutenção de ossos, músculos e articulações saudáveis; ajudar indivíduos idosos a manter a força muscular e o equilíbrio, dando-lhes mobilidade e reduzindo quedas; promover o bem estar psicológico e autoestima.

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A adaptação do indivíduo ao ambiente é importante no processo do envelhecimento, pois estar em um ambiente indesejado faz com que o indivíduo tenha um envelhecer bem mais acelerado, ou seja, adianta o processo.

E não é este o desejo, de adiantar o envelhecimento e sim levá-lo adiante, o desejo é de viver mais e melhor, tornando necessária a adaptação em ambientes favoráveis ajudando assim a população a ter uma vida mais digna e de qualidade.

Os serviços voltados à saúde são uma das grandes possibilidades de diminuir os efeitos do envelhecimento, pois gera prevenções e controle de doenças infectocontagiosas e crônica degenerativas aumentando a expectativa de vida e diminuindo a taxa de mortalidade da população.

De acordo com: OMS (2002, p.12), essa politica possibilita as pessoas disporem de seus potenciais de bem-estar físico, social e mental durante todo o curso de vida e a participarem da sociedade de acordo com suas necessidades, vontades e capacidade.

A adoção a programas de atividade física é uma das medidas mais eficazes que o indivíduo pode tomar em relação à qualidade de vida e a saúde.

A prática regular da atividade física é uma das alternativas que poderá contribuir para uma melhor qualidade de vida, proporcionando aos indivíduos o reencontro com sua corporeidade, e a possibilidade de voltar a amarrar o cordão do tênis, cortar as unhas, pentear os cabelos, sair de casa, pegar o ônibus, conhecer novos amigos, novas pessoas, entre outros pontos positivos.

Incorporar o movimento a vida dos idosos significa dar novos rumos a sua existência, significa em outras palavras, passar a cuidar mais de si próprio.

2.1.4 Doenças mais Comuns no Envelhecimento

De acordo com o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 1990 para os anos de 2000, a população idosa no Brasil teve crescimento de 17%, isso comprova que a longevidade vem crescendo com o passar dos anos.

Já com o aumento da expectativa de vida dos idosos, torna-se frequente o aparecimento de doenças crônicas degenerativas, que implicam na utilização de serviços de saúde por tempo prolongado de doenças mais comuns que afetam aos idosos, podendo os mesmos preveni-las.

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Segundo o autor Mazo (2001), são diversas as doenças crônicas degenerativas que afetam os idosos, sendo elas: cardiovasculares; doenças e assim faz-se necessário politicas públicas em prol da qualidade de vida do idoso.

Para o autor Mazo et al 2001, p.73:

As doenças comuns do envelhecimento estão relacionadas às condições de vida- tais como a alimentação e estilo de vida, que caracterizarão a forma pela qual se chega à velhice. Portanto não só do ponto de vista da saúde, mas de maneira global, há a necessidade de políticas abrangentes sobre o envelhecimento e não só de cuidados dos idosos, pois prevenir é mais fácil que curar e, com certeza menos dispendioso.

Por isso se faz importante à pessoa estar ciente daquilo que o envelhecimento traz consigo, os tipos de doenças, para assim poder ao longo dos dias já prevenir, buscar apoio a profissionais e a sociedade. Abaixo o autor cita os tipos: artéria-coronarianas e hipertensão; respiratórias: doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), como: asma, bronquite crônica e enfisema; musculoesqueléticas: artrose, artrite. Reumatoide e dores lombares; neurológicas: mal de Parkinson e Alzheimer; doenças depressivas; metabólicas, obesidade e osteoporose; sensoriais: desordens visuais e auditivas e incontinência urinaria.

É necessário que o idoso mantenha uma alimentação adequada, contendo muita vitamina, leite, frutas, verduras e a pratica ativa da atividade física para o fortalecimento muscular, adquirindo a estes hábitos saudáveis as chances de envelhecer com uma qualidade de vida boa é bem maior. Sendo que este hábito alimentar deve ser adquirido desde muito cedo, para assim chegar à velhice com a saúde em boas condições.

Se o indivíduo não tiver uma alimentação balanceada e adequada desde muito cedo, irá com o tempo acarretar doenças ao corpo, por isso é importante que o mesmo adquira hábitos saudáveis ainda na infância, para não ter problemas futuros, e assim ter uma vida muito mais tranquila.

Outro aspecto importante é o suporte social, as relações pessoais, financeira, trabalho, o dia a dia do individuo, estando estes ligados também ao envelhecimento garantindo boa parte da qualidade de vida.

Se os indivíduos envelhecem mantendo-se autônomos e independentes as dificuldades serão mínimas para eles, para sua família e sociedade.

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2.2 BENEFÍCIOS PSICOLÓGICOS E SOCIAIS DO ENVELHECIMENTO

Segundo Okuma (1997), as características mais importantes do envelhecimento humano são, pois, a sua individualidade e diversidade. As mudanças que vão ocorrendo nas dimensões biológicas, psicológica e social, podem ocorrer em ritmos diferentes, pois não é incomum uma pessoa ser descrita como mentalmente jovem, apesar de ser fisicamente velha, ou como parecendo fisicamente jovem e agindo como velha. O envelhecimento psicológico esta relacionado a mudanças no comportamento que ocorrem rotineiramente em uma fase tardia da vida.

O envelhecimento traz consigo alterações psicológicas, alterações de características individuais as quais devem ser prevenidas e tratadas.

O envelhecimento é um processo, na qual exige aprendizagem, adaptação, participação, força de vontade do indivíduo de encarar de forma construtiva esta nova fase. Pois o mesmo deve preservar e promover a sua autonomia, somando os aspectos positivos e não apenas as perdas que ocorrem durante o processo.

A participação do idoso em grupos de atividades é de grande importância, pois gera responsabilidade, compromisso, interação social, essencial para a autoestima, autoconceito, positivo, confiança e crescimento pessoal, mantendo o idoso animado e disposto.

Por isso é importante que o idoso participe de grupos, de atividades de lazer, pois previne estados depressivos, aumenta a rede de amigos, elevando a autoestima e a valorização pessoal. Mudanças corporais também são encontradas em idosos que praticam atividade física, melhorando a imagem que o idoso tem de si próprio, o autoconceito e a afetividade, importante é ele perceber a melhora do estado psicológico através do seu bem estar geral.

A sociedade deve caminhar ao lado de idosos, apoiando, ajudando, se disponibilizando a viver com eles esta fase tão maravilhosa, tomando então está faixa etária prazerosa, idade de realizações e do prazer de viver.

A integração do idoso a sociedade, depende não somente da sua força de vontade, mas sim de lideres, de buscar programas direcionados a eles, da sociedade mostrando preocupação e interesse pela qualidade de vida e bem estar de nossa população idosa.

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Segundo Okuma (1997), fazer parte de um grupo dá ao idoso uma identidade física e social mais estável e segura. Isso faz com estes tenham compromisso com o grupo, tenha confiança, sinta-se estimulado a competir, desenvolve amizades, é companheiro, dá e recebe apoio.

2.2.1 Expectativa de Vida Diante do Envelhecimento

A população com idade superior a 50 anos é a que mais cresce em nosso país, pela expectativa de vida e a longevidade que são resultado de inúmeros avanços na área social e científica. Desse modo, “a condição da velhice é simplesmente o auge de mudanças que estão ocorrendo desde o primeiro estagio do embrião a idade adulta e a velhice do homem ou da mulher. Essas mudanças ocorrem ao longo da vida...” (HAYFLICK, 1996, p.218).

E para essas mudanças precisa-se estar preparado. Para enfrentar uma nova fase da vida, é preciso estar bem psicologicamente, socialmente e mentalmente, principalmente quando se entra na velhice. Quando o sujeito encerra suas atividades profissionais, através da aposentadoria, isto muda toda a sua rotina e ele deixa os seus afazeres do trabalho, não tendo mais esta ocupação diária.

Sendo assim, o idoso precisa se ocupar neste determinando tempo, precisa ocupar o tempo disponível para ele, com a família, para o lazer. Indica-se então, a prática da atividade física, como uma alternativa viável.

Desafios sociais, políticos e econômicos são impostos a população aumentando assim a expectativa de vida minimizando assim problemas futuros. O que tem levado ao aumento do número de idosos, também é a diminuição da mortalidade nas últimas décadas mortalidade, causada pela diminuição de doenças, melhores condições, moradia, trabalho, melhora do entendimento sobre a saúde em relação ao estilo de vida e com isso uma melhora na qualidade de vida.

A qualidade de vida e estilo de vida estão interligados um ao outro de forma que o indivíduo pode determinar seus hábitos diários de acordo com o seu comportamento, mantendo então uma condição que a lhe seja favorável, podendo esta ser benéfica ou prejudicial à saúde.

Programas de saúde como, academias ao ar livre, grupos de ginástica, dança, teatro, caminhadas, são lançados para manter sociedade informada da suma

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importância da atividade física principalmente a população idosa a qual necessita manter um bom nível de saúde para se viver mais e melhor.

Já que nesta idade a tendência é diminuir a funcionalidade fisiológica, bem como o aumento da gordura e a perda da massa muscular, entretanto deixamos claro que, com a prática da atividade física regular, podemos reverter este caso, aumentando, então, a massa muscular, aumento da força, da flexibilidade e assim sucessivamente contribuir para o bom funcionamento do organismo e de suas respectivas atividades funcionais.

2.2.2 Orientações para um Estilo de Vida Ativo na Velhice

O envelhecimento ativo foi definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) (2002, p.13) como "o processo de otimização das oportunidades de saúde, participação e segurança, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida à medida que as pessoas ficam mais velhas".

Conforme Nahas (2003), um estilo de vida ativo está associado a maior capacidade de trabalho físico e mental, menores gastos com saúde, menores riscos de doenças crônico-degenerativos e mortalidade precoce.

Para a população em fase de envelhecimento o objetivo geral é manter a mobilidade e a autonomia, realizando atividades que sejam agradáveis e promovam a interação social. As áreas de aptidão físicas enfatizadas incluem flexibilidade, equilíbrio e agilidade.

Com isso percebemos o grande aumento de pessoas ativas na sociedade atual, onde a atividade física tem sido representada um dos grandes fatores de qualidade de vida, que possa usufruir de suas potencialidades e capacidades, prevenindo e retardando debilidades.

A pessoa com estilo de vida saudável é aquela que tem por base a busca pelo equilíbrio pessoal, que busca viver em ambientes de harmonia, faz o que gosta e vai em busca do viver bem, traça objetivos e busca alcançá-los com sua própria força de vontade e determinação.

É importante que a pessoa mesma idosa tenha uma ocupação ativa na sociedade, que se sinta importante no meio em que vivem que realize aquilo que estiver ao seu alcance, que tenha vontade e desejos.

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Segundo Nahas (2003) é evidente o declínio da flexibilidade ao avançar dos anos e isto ocorre mais acentuadamente da metade ao final dos vinte anos para os homens e mulheres respectivamente. No entanto a flexibilidade pode ser mantida com exercícios de alongamentos suaves, movimentando o corpo de forma lenta até o limite (sem dor), da amplitude das articulações. Preferencialmente todos os dias devem-se incluir alguns exercícios de flexibilidade, pois facilitam a movimentação corporal, permitindo movimentos mais ágeis que previnem lesões musculares ou ligamentos.

A pessoa ativa tem uma garantia muito maior de alcançar uma idade mais avançada que aquele considerado sedentário, tem uma vida muito mais alegre, divertida e também satisfatória, o individuo ativo se sente realizado, importante no que faz, com a imensa vontade de querer sempre mais.

Hoje nossos idosos tem um envelhecimento ativo, pois quem esta negando o envelhecimento esta negando a própria vida, hoje já enfrentam esta nova fase com aceitação, disposição, animo, boa vontade de viver mais, de viver com saúde, qualidade de vida.

No entanto não há somente um tipo de prática de atividade física prescrito para ser considerada uma pessoa ativa, e sim praticar aquilo que lhe proporcione bem-estar, prazer e saúde. O indivíduo deve experimentar tais atividades e se adaptar a elas, comece devagar e evolua com o tempo, tudo em prol da saúde e qualidade de vida.

A falta de prática da atividade física, a vida sedentária provoca aos indivíduos muitos pontos negativos e muitas vezes até irreversíveis como, hipertensão, obesidade, diabetes, doenças cardiovasculares, o câncer, até mesmo a conscientização a população quanto a outros fatores de risco como: fumo, álcool, estresse, para que haja mudança de atitudes através do conhecimento, e as estratégias que se tem utilizado para que os fatores negativos sejam modificados é mostrar os benefícios de uma vida saudável, que podem ser obtidos através da prática de atividades regulares, de uma nutrição equilibrada, do convívio social e de outros comportamentos relacionados à saúde, pois somente o conhecimento adquirido é capaz de mudar atitudes.

Um estilo de vida saudável ajuda a manter o corpo e a mente sob alerta, ajuda a proteger de doenças, e ajuda a impedir que as doenças crônicas não transmissíveis piorem. Isto é importante, porque à medida que o corpo vai

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envelhecendo, começa-se a notar alterações no corpo todo. Um estilo de vida saudável inclui a saúde preventiva, boa nutrição e controle de peso, atividades regulares, e evitar substâncias nocivas ao corpo.

2.3 SEDENTARISMO

Sedentarismo é a falta de atividade física para o corpo, ocasionando para o individuo o atrofiamento dos músculos bem como afetando a saúde. Ele pode ser considerado uma doença da modernidade, pois a população acaba ficando acomodada com os benefícios da tecnologia, podendo assim acelerar o processo do envelhecimento.

O sedentarismo é uma doença que está ligada a vida de qualquer indivíduo, desde crianças a idosos, porém ela atinge de forma mais grave a terceira idade acentuando assim problemas que ocorrem com o passar dos tempos, estas decorrentes da própria idade, as quais podem ser prevenidas ou até mesmo evitadas se a pratica da atividade física for adotada aos hábitos diários.

Pensadores da Grécia Antiga já mencionavam que o sedentarismo era um forte fator de risco para a saúde, bem como os ricos benefícios da atividade física para o corpo.

Segundo Sabo apud Hipocrates (460 A.C.- 377 a.C):

Falando genericamente, todas as partes do corpo que têm uma função, se usadas com moderação e exercitadas no labor ao qual estão acostumadas, tornam-se, em consequência, saudáveis, bem desenvolvidas, e envelhecem devagar: mas, se deixadas sem uso e ociosas, elas tornam-se expostas a doenças, defeituosas no crescimento, e envelhecem rapidamente.

Há quem pense que o sedentarismo não exista mais, porém ainda existem pessoas acomodadas que se rendem facilmente a preguiça. Estimula-se que no Brasil 70 % da população é sedentária, e os outros 30 % realizam algum tipo de atividade física, os quais sabem dos reais benefícios que a prática regular da atividade física trás consigo para a sua saúde, qualidade de vida e bem estar.

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Só uma saúde perfeita torna a condição da vida humana tranquila e apetecível, sem saúde não há voluptuosidade possível, sem ela a própria ausência da dor não é um bem, é a insensibilidade do cadáver.

O sedentarismo é algo que realmente preocupa, sendo ele um dos principais agravantes da grande maioria das doenças, por todas as causas, pois provoca o desuso dos sistemas funcionais, reduzindo a flexibilidade muscular e atrofiando as fibras, causando assim uma regressão no aparelho locomotor.

2.3.1 A Infância e o Sedentarismo

Segundo Saba (2011), quem foi sedentário na infância e/ou na adolescência costuma trazer para a maturidade heranças da inatividade.

E isto com certeza é algo que preocupa, bastante das crianças hoje levam uma vida sedentária, pois se tem uma série de opções para os mesmos, como: internet, jogos, vídeo game, alimentos industrializados, até mesmo crianças que residem em apartamentos, condomínios, crianças fechadas ao ar livre, sem espaço de realizar brincadeiras saudáveis como: pega-pega, jogar bola, correr, saltar, brincadeiras que toda criança deveria realizar no seu dia a dia.

O sedentarismo é algo muito preocupante, pois provoca declínio das funções vitais do organismo, e hoje percebemos a alta quantidade de crianças obesas em nosso cotidiano. O que falta é motivação por parte dos adultos para que as crianças despertem desde cedo, à vontade, o interesse pela participação em grupos, que sejam incentivados a esta pratica saudável que é a pratica da atividade física.

As crianças são motivadas nas escolas pelos professores de educação física, mas em casa quem deve continuar com este incentivo são então os pais, hoje a falta de tempo ainda incomoda bastante a relação entre pais e filhos, já se percebe em Países mais desenvolvidos até a procura de personal para crianças, para que estes criem os hábitos saudáveis desde cedo.

Até mesmo depois na adolescência é importante que estes sejam incentivados, se teve inicio na infância que de continuidade a este trabalho, que continue sentindo a necessidade de se ter uma vida saudável para o resto de sua vida.

Com esta prática regular a criança, o adolescente esta diminuindo os riscos de doenças, como: diabetes, colesterol, fraturas ósseas, os altos índices de gordura

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corporal, diminuindo até os níveis de stress na adolescência. A saúde mais além irá agradecer.

2.3.2 Porque ser Adepto a Atividade Física desde a Infância

Estudos comprovam que a prática de atividade física desde a infância reduz em 66% o risco de desenvolver dislipidemia (gordura no sangue), sendo que começar a prática na idade adulta já não previne mais a doença.

Estudiosos comprovam que a prática regular da atividade física constitui um comportamento de fundamental importância para a melhoria da saúde em qualquer faixa etária.

Com isso é importante que crie o hábito na infância, pois, o organismo queima a gordura extra a qual fica armazenada na corrente sanguínea, melhora o perfil lipídico e metabólico estimulando assim a ganhar massa muscular e o mais importante prevenindo a obesidade no futuro.

Vivemos em uma década em que altos índices de crianças sedentárias e obesas tem aumentado gradativamente, e um dos grandes motivos é a tecnologia, jogos, computador, filmes, celular, sendo isso tudo muito atrativo deixando crianças e até mesmo adolescentes extremamente afastados da prática da atividade física. É importante que a escola e professores juntamente com os pais promovam atividades incentivando os mesmos a levarem uma vida mais agitada de atividades, brincadeiras, exercícios, que mantenham uma alimentação saudável, fatores importantes para desde cedo se ter uma boa saúde.

Vale também ressaltar que a criança fisicamente ativa se torne um adulto ativo também, contribuindo para uma melhor qualidade de vida na fase adulta. E hoje ainda se percebe que uma grande parte de crianças é obesas, isto por falta de movimentação, participação em grupos, algo que queime a gordura e transforme em massa muscular, diminuindo assim problemas futuros.

O objetivo principal de incluir crianças nas práticas de atividade física é criar o hábito bem como o interesse, incluindo no seu dia a dia práticas saudáveis e prazerosas, tornando desde cedo sua vida bem mais agradável. Sem contar que os benefícios são grandiosos: assim como para o físico, mental e psicológico, ajuda no desenvolvimento do caráter, da personalidade, no convívio social e relacionamento com amigos, fatores estes importantes no crescimento individual de cada criança.

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CAPÍTULO III

No presente capítulo apresentamos como a pesquisa se estruturou e apresentamos a análise dos dados coletados nas entrevistas realizadas. Para tal análise foi realizado um cruzamento crítico entre a fala dos participantes da pesquisa e os referencias dos autores que embasam a mesma.

3.1 TIPO DE PESQUISA

O presente estudo se configura numa pesquisa descritiva. Foi escolhido esse tipo de pesquisa tendo em vista o propósito de analisar as motivações de um grupo de Terceira Idade, em relação à prática de atividades físicas. (GIL, 2002).

Quanto ao seu delineamento, ou seja, os procedimentos utilizados para levantar os dados, foi um estudo de campo através de entrevista individual dos idosos a partir de 62 a 82 anos sobre as disposições pessoais e sociais dos sujeitos na terceira idade, no município de Augusto Pestana, à prática sistemática de atividades físicas.

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA

A pesquisa foi realizada com 10 sujeitos (5 homens e 5 mulheres), de diferentes contextos os quais participam ativamente da prática de atividade física, sendo elas caminhada, ginástica, academia.

A opção de usar codinomes durante a pesquisa, foi para preservar a identidade dos participantes entrevistados.

3.3 PROCEDIMENTO

Primeiramente procurei na comunidade conhecer melhor o dia a dia destas pessoas ativas, explicando o objetivo do trabalho, sentindo-se impelido a participar das atividades propostas. Assim sucessivamente apliquei a entrevista aos selecionados.

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3.4 COLETA DE DADOS

Para a coleta de dados foi utilizado o recurso da entrevista semi-estruturada individual. Como afirma (GIL, 2007, p.117), “entre todas as técnicas de interrogação, a entrevista é a que apresenta mais flexibilidade.”. Os participantes entrevistados foram identificados no decorrer da pesquisa com nomes fictícios ou seja, codinomes, porém com a sua idade verdadeira. Posteriormente após a entrevista os dados foram registrados e analisados.

3.5 INSTRUMENTO

O instrumento selecionado para coletar as informações desejadas foram à entrevista semi-estruturada direta, seguida de um roteiro. A entrevista é, portanto, uma forma de interação social. Mais especificamente, é uma forma de diálogo assimétrico, em que uma das partes busca coletar dados e a outra se apresenta como fonte de informação. (GIL, 1999, p. 117).

3.6 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Desde a concepção até a morte as pessoas passam por várias etapas, entres estas adaptações fisiológicas e também psicológicas, nas quais cada indivíduo responde de maneira subjetiva. Com o passar dos anos a expectativa de vida tem aumentado e com ela a preocupação cada vez mais acentuada com a saúde e a qualidade de vida. A vinda do envelhecimento trás consigo um vasto número de benefícios e também de problemas como: a perda da força muscular, acúmulo de gordura, doenças coronarianas entre outras, sendo necessário prevenir ou retardar o surgimento destas.

Todas as partes do corpo tem alguma função e quando não utilizadas, ficarão inativas e mais propensas a doenças e ao envelhecimento precoce. A vida do ser humano é classificada em ciclos: nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer e nós mesmos podemos, em grande parte, definir de que forma queremos viver.

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Pode-se envelhecer de maneiras diferentes, pois cada indivíduo reage de acordo com o seu organismo independente da sua idade cronológica. O processo de envelhecimento é determinado pela junção de vários pontos, na qual há alterações no estado biológico, psicológico e social do ser humano.

Vamos envelhecendo aos poucos. Com a velhice chega à sabedoria, a experiência, a reflexão, aprendemos a usufruir melhor das coisas, admirar as belezas existentes e aproveitar cada momento da vida. Mas com a velhice chegam também às marcas de um passado refletidas no físico, marcas essas bem acentuadas. É neste momento que se tende a valorizar ainda mais os anos antecedentes a chegada à terceira idade, estes que não são só vividos, mas preparam (ou deveriam preparar) o próprio envelhecimento. Todos os sistemas do corpo precisam estar em perfeitas condições para vivermos bem e tranquilos.

Para o bem estar do indivíduo consideramos o bem estar físico, cognitivo, social e espiritual, bem como sua integração social, satisfação, ocupação, integração com a família, amigos, comunidade. Estes elementos fazem o idoso se sentir ocupado, ter percepção de si, preocupar-se com a saúde, com suas condições de vida.

Outro aspecto importante que vale ressaltar é a construção do envelhecimento é ser ciente de sua idade, se permitir a vivências novas, se permitir ser velho, por mais que tenha a cobrança social a qual pode em determinados momentos não permitir o ser velho, onde, por exemplo, o filho abriga seus pais em asilos. O filho deve ter amor pelos seus pais, independente de sua idade, deve pensar que um dia também irá chegar lá e também irá necessitar de cuidados e carinho.

Apesar de tudo o que acontece nenhum dos entrevistados teve medo de chegar ao envelhecimento. Adquiriram, ao longo de suas vidas, a forma de compreender este processo. Manifestam que fizeram o correto e isto inclui a prática de atividade física regular e a busca pela qualidade de vida, resultando assim em mais anos de vida e, ressalta-se, anos com qualidade.

As escolhas que as pessoas fazem durante as fases de sua vida são determinantes para um envelhecimento saudável. Um estilo de vida saudável adotado ao longo dos anos, indica ter uma longevidade com qualidade. Segundo os idosos entrevistados Aldo 82, Maria 73, João 73 e Lucia 64: “hábitos saudáveis é o que devemos ter, se queremos viver bem e melhor. Basta nos organizarmos. Tempo

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a gente tem, basta se adaptar e querer praticar atividades. A vida não é somente feita de trabalho, e sim de viver o lado bom, sair e estar com as pessoas especiais é fazer o que se gosta e o que nós da prazer e alegria”.

Todos concordam que as mudanças vêm do querer mudar, de buscar sempre o que é melhor e o que faz bem. Para os entrevistados o melhor de todos os remédios é se cuidar, ser ativo, levar a vida a sério, fazer o que se gosta conforme:Pedro 80 anos, Ana 70 anos, Paula 69 anos:“O envelhecimento é uma idade maravilhosa que todos querem e desejam alcançar, linda de se viver, aproveitando tudo aquilo que se adquiriu até aqui, curtir a família e amigos. Pense bem sobre o envelhecimento e faça esta idade valer a pena, aproveite os momentos, faça tudo valer a pena”.

Como o tempo passa e as etapas mudam sempre se aprende algo novo. Ser idoso é uma experiência muito boa e ao longo dos anos diferentes vivências fazem com que essas pessoas queiram viver mais e melhor. Marcia 71 anos, Paulo 62 anos e Ana 70 anos colocam que: “Devemos estar sempre prontos a aprender, nem sempre as coisas são boas, mas de tudo tiramos proveito. O segredo é aprender e fazer com amor”. Pedro de 80 anos ainda coloca, “Quanto mais você sabe, mais você sabe que não sabe, e isso mostra que sempre é hora de aprender, de vivermos algo novo, novas experiências, novas vivencias, sempre é hora”.

Para chegar à terceira idade com qualidade de vida é indicado adquirir hábitos saudáveis ao longo dos anos. Fatores econômicos, sociais e psicológicos e inserção social ativa têm melhorado a qualidade de vida da população idosa. No entanto, é de grande importância a atividade física na melhoria das funções física, mental e psicológica do idoso. O idoso que prática atividade física regularmente, estará prolongando a sua vida e diminuindo os riscos de doenças, e, dessa forma estará sempre um passo à frente do sujeito sedentário.

Dantas (2003, p.34) coloca que:

É interessante ressaltar que, diante de tais afirmações, o indivíduo que adota a postura de praticante de atividade física regular assume uma postura positiva em relação a outros fatores de riscos. Então, ser um praticante assíduo é estar um passo a frente.

O grupo de idosos que participou da pesquisa e respondeu as questões da entrevista mostrou ter uma visão semelhante ao do autor, no que se refere ao

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