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Análise da evolução de procedimentos odontológicos de média e alta complexidade na rede de serviços públicos de Santa Catarina.

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA Leonardo da Conceição

Análise da evolução de procedimentos odontológicos de média e alta complexidade na rede de serviços públicos de Santa

Catarina. Florianópolis 2020

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA Leonardo da Conceição

Análise da evolução de procedimentos odontológicos de média e alta complexidade na rede de serviços públicos de Santa Catarina.

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Trabalho apresentado à Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para a conclusão do Curso de Graduação em Odontologia.

Orientador: Prof. Drª Daniela Alba Nickel Florianópolis 2020

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Leonardo da Conceição

Análise da evolução de procedimentos odontológicos de média e alta complexidade na rede de serviços públicos de Santa

Catarina.

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado adequado para obtenção do Título de cirurgião-dentista e aprovada em sua forma final pelo Departamento de

Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 07 de agosto de 2020.

________________________

Prof.ª Glaucia Santos Zirmmemann, Drª. Coordenadora do Curso

Banca Examinadora:

________________________ Prof.ª Dra. Daniela Alba Nickel

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

________________________ Prof.ª Dra. Claudia Flemming Colussi

Membro

Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

________________________ Prof.ª. Dra. Mirelle Finkler

Membro

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais, Edesio e Luciana, por me darem toda a estrutura para alcançar o grau de cirurgião-dentista, tornando o meu sonho possível, me mostrando que mais importante do que chegar ao objetivo tão esperado, é saber aproveitar o caminho percorrido. Que essa nova etapa sirva para retribuir todo o carinho e zelo que recebi durante todos esses anos da minha vida.

À minha orientadora, Prof.ª Dra. Daniela Alba Nickel, que teve toda a paciência de me instruir durante o percurso deste trabalho, além de me incentivar durante a graduação.

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“Trabalhar no espírito para primeiro mudar a si mesmos e depois agir com a integração, cooperação e o amor. Esse é o caminho. ” (Eduardo Marinho).

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RESUMO

Este trabalho realizou uma análise da evolução dos procedimentos odontológicos inseridos na rede ambulatorial de saúde em Santa Catarina. A pesquisa teve como foco a identificação e descrição dos procedimentos exclusivos do Cirurgião Dentista (CD) na média e alta complexidade através dos dados secundários disponíveis no SIA/SUS, no decorrer de sete anos (2010-2017). Os procedimentos odontológicos de média e alta complexidade foram identificados, os dados coletados no sistema de informação e organizados segundo ano e especialidades odontológicas (Cirurgia, Prótese, Endodontia, Periodontia, Dentistica e Radiologia). No período pesquisado, um total de 2.690.179 procedimentos odontológicos foram registrados, sendo mais de 90% deles na média complexidade. A especialidade de Radiologia obteve o maior número de registros com aproximadamente 50%, os menores registros ocorreram nos procedimentos em Dentística (1%), Prótese (2%) e Endodontia (9%). Na especialidade de Periodontia, o procedimento Raspagem coronoradicular por sextante apresentou maiores valores da especialidade nos anos analisados. O número total de procedimentos odontológicos registrados na alta complexidade foi de 18.994, dentro do período, sendo o procedimento de manutenção/ conserto de aparelho ortodôntico/ ortopédico com percentual de 88%, em contraponto com o Tratamento cirúrgico de dente incluso em paciente com anomalia CBMF e Instalação de prótese em pacientes com anomalias CBMF (próximo a 1% cada). Evidencia-se a importância de acompanhar os registros odontológicos realizados em Santa Catarina, para controlar, planejar, organizar e realizar ações e serviços de saúde que atendam às reais necessidades, de uma forma integral, e de acordo com os princípios e diretrizes do SUS. A informação em saúde permite formular novas políticas públicas de saúde, que irão dar suporte ao atendimento odontológico, permitindo qualificar e ampliar o acesso a média e alta complexidade.

Palavras-chave: Saúde pública, Média complexidade, Serviços de saúde bucal,

Níveis de atenção.

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ABSTRACT

This work carried out an analysis of the evolution of dental procedures inserted in the outpatient health network in Santa Catarina. A research focused on the identification and description of the unique procedures of the Dental Surgeon (DS) in the medium and high complexity of the secondary data available at SIA / SUS, in the period of seven years (2010-2017). The medium and high complexity dental procedures were identified, the data collected in the information system and organized according to year and dental specialties (Surgery, Prosthesis, Endodontics, Periodontics, Dentistry and Radiology). In the surveyed period, a total of 2,690,179 dental procedures were registered, over 90% of them in medium complexity. The Radiology specialty studied the largest number of records with approximately 50%, the smallest records occurred in Dentistry (1%), Prosthesis (2%) and Endodontics (9%). In the specialty of Periodontics, the procedure Coronoradicular scraping by sextant presents higher values of specialty in the years analyzed. The total number of dental procedures registered in high complexity was 18,994, during the period, with the maintenance/repair procedure of orthodontic/orthopedic appliance with a percentage of 88%, in contrast to the surgical treatment of tooth included in a patient with CBMF anomaly and installation of prostheses in patients with CBMF anomalies (close to 1% each). The importance of monitoring dental records carried out in Santa Catarina is highlighted, in order to control, plan, organize and carry out health actions and services that meet the real requirements, in a formal way, and in accordance with SUS principles and strategies. Health information makes it possible to formulate new public health policies, which can provide support and dental care, allowing to qualify and expand or access medium and high complexity.

Keywords: Public health, Medium complexity, Oral health services, Levels of care.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Procedimentos odontológicos de média complexidade exclusivos do cirurgião dentista, por especialidades, Santa Catarina, 2010-2017Erro! Indicador

não definido.

Figura 2 - Procedimentos de alta complexidade exclusivos do cirurgião-dentista, Santa Catarina, 2010-2017 ... 27 Figura 3 - Procedimentos excluídos/ alterados da Tabela unificada de procedimentos SIH-SIA-SUS após 2011 ... 28 Figura 4 - Total de procedimentos odontológicos de média complexidade na rede pública por especialidade e ano, Santa Cataria, 2010-2017 ... 31 Figura 5 - Número absoluto de procedimentos de média complexidade da especialidade de Cirurgia, Santa Catarina, 2010, 2013 e 2017 ... 33 Figura 6 - Número absoluto de procedimentos de média complexidade da especialidade de Endodontia, exceto Selamento Periapical, Santa Catarina, 2010, 2013 e 2017 ... 34 Figura 7 - Número absoluto de procedimentos de média complexidade da especialidade Prótese, Santa Catarina, 2010, 2013 e 2017 ... 35

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número absoluto e percentual de procedimentos de média complexidade registrados por especialidade em cada ano, Santa Catarina, 2010-2017... 31 Tabela 2 – Número absoluto e percentual de procedimentos de alta complexidade exclusivos do cirurgião-dentista, Santa Catarina, 2010-2017...35

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AB – Atenção Básica AC- Alta Complexidade

APS - Atenção Primária em Saúde ASB - Auxiliar em Saúde Bucal BH – Belo Horizonte

CEO – Centro de Especialidade Odontológica CD - Cirurgião-Dentista

CIT - Comissão Intergestores Tripartite

CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde CPOD – Dentes, Cariados, Perdidos e Obturados

ESB - Equipes de Saúde Bucal ESF - Estratégia Saúde da Família eSF – Equipe Saúde da Família HU – Hospital Universitário

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. LRPD – Laboratórios Regionais de Próteses Dentárias MC – Média Complexidade

MS – Ministério da Saúde

NASF – Núcleo de Apoio à Saúde da Família PNAB - Política Nacional de Atenção Básica PNSB – Política Nacional de Saúde Bucal PSE - Programa Saúde da Escola

RAS – Rede de Atenção à Saúde RS – Rio Grande do Sul

SC - Santa Catarina

SIA –Sistema de Informação Ambulatoriais SIH – Sistema de Informação Hospitalares SOH – Sistema Odontológico Hospitalar SP – São Paulo

SUS - Sistema Único de Saúde TSB - Técnico em Saúde Bucal UBS - Unidade Básica de Saúde

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 15 2 OBJETIVOS 17 2.1 Objetivo Geral 17 2.2 Objetivos Específicos 17 3 REVISÃO DE LITERATURA 18

3.1 Rede de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS) 18

3.1.1 Atenção básica 19

3.1.2 Média complexidade 20

3.1.3 Alta Complexidade 20

3.2 Rede de atenção odontológica no SUS 21

3.2.1 Média complexidade em saúde bucal no SUS 22

3.2.2 Alta complexidade em saúde bucal no SUS 23

4 MATERIAIS E MÉTODOS 25 5 RESULTADOS 30 6 DISCUSSÃO 36 7 CONCLUSÃO 40 REFERÊNCIAS 41 ANEXO 1

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1 INTRODUÇÃO

A Constituição Federal definiu que “a saúde é direito de todos e dever do estado”, de modo que os serviços públicos de saúde no Brasil, são ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A análise desses serviços permite a verificação de pontos como como o acesso, a organização, financiamento, além de possibilitar a formulação e implementação de políticas públicas do sistema de saúde. O SUS integra uma rede regionalizada e hierarquizada, organizada com as diretrizes de descentralização, atendimento integral e a participação da comunidade, e com os princípios da universalidade, equidade e integralidade (BRASIL, 2017). A rede de atenção à saúde é baseada em territórios definidos, segundo os níveis de atenção: primário, secundário e terciário que são denominados no Brasil em atenção básica, média e alta complexidade.

A atenção básica é o centro de referência aos demais níveis de atenção, por ser a principal porta de acesso da rede de atenção à saúde (RAS), estendendo-se no âmbito individual e coletivo, atendendo as necessidades da população quanto a saúde geral e bucal, através da “promoção em saúde, prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde” (BRASIL, 2017). Para atender de forma integral as necessidades de saúde da população, a média e alta complexidade é constituída por profissionais especializados e maiores recursos tecnológicos, que dão suporte e apoio aos diagnósticos e tratamentos mais complexos (CONASS, 2007). O atendimento odontológico na rede pública ainda possui dificuldades quanto ao acesso da população a seus serviços. Historicamente a prática odontológica foi baseada no atendimento curativo, com grande número de extrações dentárias e pouco resolutiva. Somente após a criação da Política Nacional de Saúde Bucal (PNSB) em 2004, conhecido como Brasil Sorridente, com base no projeto SB Brasil 2003, que o SUS passou a oferecer amplo acesso aos atendimentos odontológicos mais complexos, através da implementação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO) e dos Laboratórios Regionais de Próteses Dentarias (LRPD).

Também aumentou o número de Equipes de Saúde Bucal (ESB) na Estratégia de Saúde da Família (ESF), com o objetivo de ampliar o acesso aos tratamentos odontológicos na atenção básica (BRASIL, 2011).

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Desta forma, é crucial a análise da evolução dos procedimentos odontológicos, fornecendo informações para embasar discussões que sirvam para a melhoria do acesso, políticas, planejamento e repasses financeiros, proporcionando aos profissionais de saúde e gestores, a oportunidade de desempenhar suas atividades de forma mais efetiva.

O acompanhamento dos serviços prestados na rede pública de saúde é realizado através dos dados disponibilizados nos sistemas de informações em saúde. Os procedimentos de média e alta complexidade encontram-se relacionados na Tabela de Procedimentos, Medicamentos e

Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS, e as informações são disponibilizadas pelo Sistema de Informações Hospitalares (SIH) e do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) do SUS.

Neste sentido, o presente trabalho tem como objetivo analisar os procedimentos odontológicos de média e alta complexidade a partir dos dados do SIA/SUS entre o período de 2010 a 2017.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Analisar a evolução de procedimentos odontológicos de média e alta complexidade na rede pública do estado de Santa Catarina, no período de 2010 a 2017.

2.2 Objetivos Específicos

- Identificar os procedimentos odontológicos de média e alta complexidade no sistema de informação.

- Coletar os dados dos procedimentos odontológicos de média e alta complexidade do sistema de informação.

- Organizar os dados segundo as especialidades odontológicas, por ano de realização.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Rede de atenção no Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos poucos sistemas de saúde nacionalmente integrado, que oferece serviços à população sem discriminação. Antes da criação do SUS em 1990, através do sancionamento da Lei orgânica da saúde, Lei 8.080/90 e Lei n° 8.142/90, a maioria da população não tinha condições financeiras para ter acesso aos serviços de saúde, pois os serviços médicos e os hospitais eram exclusivamente privados. O SUS atende todo o território nacional, através dos diferentes níveis de atenção, primária, secundária e a terciária. Que também podem ser denominadas, atenção básica (AB), média e alta complexidade (PORFÍRIO, 2020).

Com essa perspectiva, a saúde passou a ser um direito de todos os brasileiros, através dos atendimentos ofertados na atenção básica, como avaliação da pressão arterial, até procedimentos mais complexos como transplante de órgão, hemodiálise e quimioterapias, assegurando o acesso integral a saúde. O SUS atua também na promoção e prevenção da saúde, buscando a qualidade de vida, fornecendo atendimentos de “urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica”, desta forma, oferece um atendimento não somente curativo (BRASIL, 2019).

Em um estudo realizado pelo Datafolha, apontou que um dos principais problemas do país, segundo a população, é a saúde, obtendo o segundo maior percentual em 2018 (19%) e o maior percentual em 2017 (25%), demonstrando que SUS apesar de oferecer o acesso, ainda tem como desafio a necessidade de formulações de políticas públicas para qualificar os serviços ofertados, coincidindo com as necessidades de saúde surgidas com o passar dos anos. (DATAFOLHA,

2018).

Apesar desta avaliação publicada pelo instituto privado de pesquisa populacional, é notório que houve a ampliação dos serviços ofertados pelo SUS, principalmente na média e alta complexidade, considerando os desafios históricos em torno do financiamento, as desigualdades regionais, e a quantidade de profissionais necessária em cada nível de atenção (VIACAVA, 2018).

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3.1.1 Atenção básica

Em 1920, na Inglaterra, o relatório Dawson serviu como referência para o modelo de atenção inglês, dando as primícias para elaboração de um modelo de atenção integrativo de medicina preventiva e curativa, por meio dos três níveis de atenção. Deste modo, definiu-se duas principais características da atenção básica, a regionalização e a integralidade. É na atenção básica que aconteceria a resolução da maior parte dos problemas de saúde da população. Os clínicos gerais de cada distrito, em conjunto com os demais trabalhadores da área da saúde, seriam responsáveis pelos serviços nos Centros de Saúde Primários de cada região, com tamanho e complexidade variável para atender as necessidades da população (MINISTRY OF HEALTH, 1920).

O Brasil seguiu o modelo regionalizado inglês e, segundo a Política Nacional de

Atenção Básica (PNAB), ela é o contato preferencial dos usuários com o serviço de saúde e a principal porta de entrada para a rede de atenção à saúde (RAS).

Ainda, a atenção básica é:

“Desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária, considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. É desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das pessoas” (BRASIL, 2017).

Atenção básica tem como fundamento e diretrizes, analisar as necessidades do território para assistir à população de acordo com o princípio de equidade. Tem suas ações desenvolvidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), do mesmo modo tem como

responsabilidade, caso não consiga dar suporte às necessidades do cidadão, o vincular aos demais níveis de atenção à saúde, para que possa ter um atendimento longitudinal, garantido a continuidade das ações de saúde. Além de realizar ações programáticas e de demanda espontânea, articulando as ações de promoção à saúde, prevenção de agravos, vigilância à saúde, buscando a ampliação da autonomia dos usuários e coletividades (BRASIL, 2012).

Os gestores de saúde municipais são responsáveis pela organização dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) que atuam de forma integrada com as equipes de Saúde da Família (eSF), da atenção básica em seu território e deve considerar a área em que as UBS estão inseridas, tornando-as mais próximas da realidade da população, favorecendo o seu acesso aos diferentes serviços de saúde, como atendimentos básicos nos ciclos de vida do indivíduo (crianças, adultos e idosos) (BRASIL, 2012).

O SUS, começa a ter uma concepção mais ampliada, deixando de ser somente um sistema fragmentado e hierarquizado, passado a atuar em redes de atenção à saúde, tornando

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a atenção básica o gerenciador das condições de saúde mais comuns dos indivíduos e determinando o fluxo e contra fluxo dos usuários dentro do sistema de rede (MENDES, 2009).

3.1.2 Média complexidade

Ao compreender que a APS, emprega tecnologia de baixa densidade, se faz necessário para o suporte integral da saúde da população o segundo nível de atenção, formado por profissionais de saúde especializados, buscando atender a demanda dos procedimentos mais complexos, necessitando de utilização de maiores recursos tecnológicos, como por exemplo procedimentos

“traumatoortopédico, ações especializadas em odontologia, patologia clínica, anatomopatologia e citopatologia, radiodiagnóstico”, dentre outros (BRASIL, 2011).

A média complexidade (MC), é considerada um obstáculo para a integralidade da assistência de saúde do SUS, pelos gestores, assim como pela população assistida. Enfrenta problemas quanto à organização dos serviços ofertados e sua alta demanda, impulsionando a população aos serviços privados ou planos de saúde (saúde suplementar). Apesar de enfrentar dificuldades desde sua formação, a MC proporciona um atendimento continuado ao cidadão, dando suporte para os diagnósticos de doenças, e após finalizado, contra referenciando para AB.

(SPEDO; PINTO; TANAKA, 2010).

3.1.3 Alta Complexidade

Foi definido como alta complexidade (AC), pelo MS, os “procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo” (BRASIL, 2009).

Alguns dos procedimentos que compreendem a alta complexidade dentro da rede de atenção à saúde são de extrema importância para obter melhorias na qualidade de vida ou sobrevida, são procedimentos como a Hemodiálise, tratamentos de câncer, transplante de órgãos, cirurgias e reabilitações. A relação dos procedimentos encontra-se na Tabela de Procedimentos, Medicamentos e Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS, e os procedimentos registrados através dos

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Sendo importante salientar, que muitos dos procedimentos realizados na atenção especializada, por forma de uma rede ambulatorial de saúde, volta para o tratamento continuado na AB. Mostrando mais uma vez que as assistências farmacêuticas, dentre outros procedimentos ofertados na atenção básica, atuam de forma integrada como eixo central do SUS (BRASIL, 2020).

3.2 Rede de atenção odontológica no SUS

A odontologia durante muito tempo foi vista de forma paralela aos demais serviços de saúde, passando por alguns modelos assistenciais desde dos anos 50, enfrentando assim as barreiras para evidenciar a sua verdadeira importância na saúde pública (GONÇALVES, 2012).

Em 2004, com a formulação de diretrizes e articulação de ações de saúde bucal, através da PNSB – Brasil Sorridente, o SUS passou a ter uma concepção mais ampliada para as necessidades dos usuários como um todo (adultos e idosos) e não somente aos escolares, ofertando procedimentos odontológicos nos três níveis de atenção (básica, média e alta complexidade), atuando também na prevenção e promoção de saúde, visando os principais fatores de riscos das doenças com mais prevalência, como por exemplo a cárie. Desta forma houve um aumento da oferta, infraestrutura, organização e planejamento referente a odontologia no SUS, ampliando a atuação do CD na AB, através das ESB relacionadas à ESF, deixando de ser isolado dos demais serviços (CHAVES, 2018).

Por meio da ESF, composto por uma equipe de saúde da família de caráter multiprofissional, que estão intimamente relacionadas com o território das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e responsável pela cobertura de no máximo 4.000 pessoas de uma determinada região, ampliou o seu atendimento na AB no SUS, as ESB, atendem os problemas de urgência e emergência, além de atendimentos de demanda programada (BRASIL, 2020).

Os profissionais de saúde bucal que compõem as equipes na Atenção Básica podem estar organizados de duas formas, com um cirurgião-dentista e auxiliar em saúde bucal (ASB) ou técnico em saúde bucal (TSB), ou ainda um cirurgião-dentista, TSB e ASB, ou outro TSB (BRASIL, 2017).

Os serviços odontológicos devem estar vinculados aos demais serviços de saúde, atendendo as condições de saúde geral do indivíduo, além de promover ações coletivas disseminando o acesso as informações de saúde. Em 2007, com o Decreto Presidencial nº 6.286, implementou-se o Programa de Saúde na Escola (PSE), vinculado a ESF-ESB,

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ampliando o acesso das informações de saúde bucal nas escolas, e de outros assuntos ligados a saúde geral (BRASIL, 2018).

É de responsabilidade das ESB, realizar na atenção básica ações de prevenção e promoção de saúde bucal, por meio de procedimentos como escovação supervisionada, consultas em conjunto com os profissionais do NASF e equipe de saúde da família, tentando assim corresponder a demanda dos fluxos de atendimentos (BRASIL, 2012).

Mello, et al. (2014), em um estudo realizado na Grande Florianópolis, com abordagem qualitativa, realizaram entrevistas com profissionais ligados à área saúde bucal do SUS, gestores a nível estadual e municipal, graduandos e professores de odontologia, obtendo uma amostragem teórica, que consideraram a saúde bucal incipiente, em processo de ser obter um sistema mais resolutivo, e que ainda se encontra deslocado na rede regionalizada de atenção à saúde, necessitando desenvolver os fortalecimentos das relações horizontais, tendo atenção básica como regente da integração da rede de atenção, para proporcionar melhores respostas as necessidades da população, através de fluxos e contra fluxos na média complexidade (CEO) e nos serviços hospitalares garantindo a integralidade e longitudinalidade.

3.2.1 Média complexidade em saúde bucal no SUS.

Caso não seja atendida as necessidades em saúde de baixa densidade tecnológica, o indivíduo é encaminhando para a atenção especializada ambulatorial nos casos que requerem maior tecnologia para diagnóstico e tratamento (densidade intermediária). Se tratando de saúde bucal, a média complexidade em cada região é fornecida na rede pública de saúde através dos CEO vinculados ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), com o objetivo de garantir um atendimento integral em saúde, além de fornecer por meio de uma rede de atenção à saúde com pontos definidos, outros serviços como fornecimento de medicamentos e acesso às próteses dentárias (BRASIL, 2018).

As negociações e identificações dos principais agravos de saúde da população deverão ser reconhecidas pelas três esferas do governo (federal, estadual e municipal), que atuam no âmbito da CIT, reconhecendo assim as principais demandas de cada município, tornando os CEO de cada região mais eficientes, e definindo os repasses do MS, estados e municípios (BRASIL, 2018).

De acordo com Chaves et.al (2018), é recente a discussão em saúde bucal na atenção especializada, mencionou ainda que entre os anos de 2015 a 2017 houve um aumento de 5,8% de ESB e de 6,4% no número de CEO, tendo em 2015 a 2016, 38 novas unidades credenciadas, demonstrando uma crescente implementação referente a oferta dos procedimentos

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odontológicos no Brasil. Porém, com a redução do financiamento em 2017 e perda de direcionamento da política a nível federal devido a sucessivas trocas na coordenação nacional da política, e no MS, o estudo apontou uma tendência de queda na cobertura dos serviços em saúde bucal e uma estabilidade quanto aos números de CEO.

O SUS oferece através dos CEO procedimentos odontológicos que antes eram restritos aos serviços privados, como procedimentos de periodontia, cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial, endodontia, estomatologia, atendimento a pacientes com necessidades especiais, próteses dentárias, ortodontia, implantodontia além de ações de reabilitação e recuperação, promoção e prevenção em saúde bucal (BRASIL, 2018).

Pires et.al (2015), através dos dados fornecidos no SIA/SUS, descreveu a produção dos procedimentos odontológicos na atenção especializada do estado do Rio Grande do Sul (RS), avaliando 23 municípios gaúchos quanto ao alcance das produções mínimas de acordo com cada tipo de CEO, deste modo foi identificado uma concentração de CEO nos municípios com maior número populacional, estes obtiveram maiores registros, em contrapartida 13 municípios não atingiram as metas estabelecidas pela coordenação nacional, além de identificar a falta de registros dos procedimentos odontológicos no sistema.

O quadro observado em todo Brasil, por Figueiredo et.al (2012), que utilizou a mesma base de dados (SIA/SUS) para avaliar a atenção especializada ambulatorial, foi a dificuldade do cumprimento de metas estabelecidas e a falta de registros dos procedimentos odontológicos na maioria das regiões, exceto nas regiões Centro-oeste e Sudeste, além de uma concentração de número de CEO nas regiões do Nordeste e Sudeste, seguida pela região Sul.

Deve-se pensar em implementações de políticas públicas a nível federal na rede ambulatorial especializada quanto a regionalização, para difundir o acesso a nível secundário de atenção em saúde bucal.

Os CEO devem realizar uma referência lateral, para otimizar o acesso aos usuários, evitando assim o fluxo e contra fluxo para outros níveis de atenção em saúde, assegurando ao indivíduo o tratamento de outras necessidades odontológicas dentro do próprio CEO, encaminhando-o somente nos casos em que o seu tratamento na média complexidade já foi solucionado. (BRASIL, 2018)

3.2.2 Alta complexidade em saúde bucal no SUS.

O cuidado aos pacientes hospitalizados depende da interação do trabalho de equipes multiprofissionais, tendo assim a participação do CD/ESB, que realizam na alta complexidade,

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procedimentos odontológicos sob anestesia geral, e tratamentos envolto do câncer de boca. Porém, a inclusão dos odontólogos no Serviço de Odontologia Hospitalar (SOH) ainda é muito recente, apesar do CD estar inserido em um bloco cirúrgico do SUS desde 1975, em estomatologia, Cirurgias e Traumatologia Bucomaxilofacial. O CD deve estar habilitado em odontologia hospitalar, e ser capaz de atender pacientes em situações críticas de saúde, internados em leitos de UTI, prestar socorro em casos de urgência e emergência médica, interpretar exames laboratoriais do sistema geral que possam afetar a cavidade bucal, receitar medicamentos e estimular as pesquisas em torno da ciência farmacêutica, estabelecer saúde bucal em pacientes que irão ser submetidos a transplantes, reabilitar através de próteses pacientes que sofreram mutilações que afetam o sistema estomatognático, atender pacientes com necessidades especiais cuja o atendimento não possa ser realizado nos demais níveis de atenção, além de atuar em programas de promoção e proteção à saúde (BRASIL, 2018).

Rocha e Ferreira (2014), declararam ainda ao avaliar a demanda odontológica no hospital de Belo Horizonte (BH), que apesar de poucas solicitações aos serviços odontológicos na alta complexidade, a importância da inserção do CD por parte dos demais profissionais de saúde, está sendo reconhecida.

Apesar dos municípios apresentarem cirurgiões-dentistas atuando na média e alta complexidade, ou possuírem ao menos um ponto de atenção como referência para estes serviços, a alta complexidade corresponde basicamente a procedimentos odontológicos na especialidade de cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial (SANTA CATARINA, 2015).

Estudos realizados evidenciaram a importância da inserção do CD no contexto hospitalar como membro da equipe multidisciplinar, a fim de assegurar uma atenção integral e humanizada à população assistida, englobando desde a promoção da saúde até o tratamento mais especializado de agravos no sistema estomatognático (EUZÉBIO et al., 2013).

AertsI, AbeggII e Cesa (2003), mostraram que os assuntos referentes ao processo saúde doença, do qual a população tem direito ao acesso à saúde bucal, deve ocorrer através da valorização do CD nos três níveis de atenção, com planejamento de políticas públicas e no desenvolvimento de ações de vigilância da saúde, além das universidades capacitarem os futuros odontólogos a adequação do sistema único de saúde.

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MATERIAIS E MÉTODOS

Este estudo é de natureza descritiva com uma abordagem quantitativa, utilizando dados secundários dos sistemas de informações de saúde, com a finalidade de apresentar a evolução dos procedimentos odontológicos de média e alta complexidade, no estado de Santa Catarina, no período de 2010 a 2017.

Os registros dos procedimentos odontológicos de média e alta complexidade, foram coletados das plataformas do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) (DATASUS), por local de atendimento, nos anos de 2010 a 2017.

Na média complexidade o cirurgião dentista atua principalmente nos Centro de Especialidades Odontológicas, e os procedimentos coletados e descritos neste trabalho estão apresentados na Figura 1.

Na alta complexidade o cirurgião dentista (CD) atua em conjunto com outros profissionais da área da saúde, caracterizando um atendimento multiprofissional nos ambientes ambulatoriais de hospitais públicos. Os procedimentos de caráter odontológicos neste nível de atenção exclusivos à atuação do CD estão listados na Figura 2. Houve modificação de código e procedimentos após o ano de 2011, no entanto, os procedimentos foram realocados conforme o anexo da Portaria n.

718/2010.

Figura 1: Procedimentos odontológicos de média complexidade exclusivos do cirurgião dentista, por especialidades, Santa Catarina, 2010-2017.

Código Procedimentos

Cirurgia

0414020294 Remoção de tórus e exostoses

0414020278 Remoção de dente retido (incluso / impactado)

0414020243 Reimplante e transplante dental (por elemento)

0414020146 Exodontia múltipla com alveoloplastia por sextante

0414020090 Enxerto ósseo de área doadora intrabucal

0414020057 Correção de irregularidades de rebordo alveolar

0414020049 Correção de bridas musculares

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0414020022 Marsupialização de cistos e pseudocistos

0414020200 Tratamento cirúrgico para tracionamento dental 0414020367 Apicectomia com ou sem obturação retrógrada

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0414020073 Curetagem periapical

0414020065 Correção de tuberosidade do maxilar

Dentística

0307010058 Tratamento de nevralgias faciais

Endodontia

0307020037 Obturação de dente decíduo

0307020061 Obturação em dente permanente unirradicular

0307020045 Obturação em dente permanente birradicular

0307020053 Obturação em dente permanente com três ou mais raízes 0307020100 Retratamento endodôntico em dente permanente uni-radicular

0307020088 Retratamento endodôntico em dente permanente birradicular

0307020096 Retratamento endodôntico em dente permanente com 3 ou mais raízes 0307020118 Selamento de perfuração radicular

Periodontia

0414020081 Enxerto gengival

0414020162 Gengivoplastia (por sextante)

0414020154 Gengivectomia (por sextante)

0414020219 Odontosecção /radilectomia /tunelização

0414020375 Tratamento cirúrgico periodontal (por sextante)

0307030032 Raspagem corono-radicular (por sextante)

Prótese

0307040011 Colocação de placa de mordida

0307040062 Manutenção periódica de prótese bucomaxilo-facial

0307040089 Reembasamento e conserto de prótese dentaria

Radiologia

0204010160 Radiografia oclusal

0204010187 Radiografia peri-apical interproximal (bite-wing)

Fonte: autor, 2020.

Figura 2. Procedimentos de alta complexidade exclusivos do cirurgião-dentista, Santa Catarina, 2010-2017.

(28)

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Código Procedimento

0307040100 Instalação de prótese em pacientes com anomalias crânio e bucomaxilofacial

0307040119 Instalação de aparelho ortodôntico/ortopédico fixo

0307040127 Manutenção/conserto de aparelho ortodôntico/ortopédico

0414010370 Tratamento cirúrgico de dente incluso em paciente com anomalia crânio e bucomaxilofacial

0414020421 Implante dentário osteointegrado

Fonte: autor, 2020.

Após todos os procedimentos odontológicos coletados, foram excluídos da pesquisa os registros referentes aos munícipios ignorados, os procedimentos de caráter multiprofissional não exclusivos do cirurgião-dentista e os procedimentos excluídos da Tabela unificada de procedimentos do SUS (Figura 3) (BRASIL, 2010).

Os procedimentos exclusivos do Cirurgião Dentista (CD) na média complexidade foram categorizados e agrupados conforme a sua especialidade: Cirurgia, Dentística, Endodontia, Periodontia, Prótese e Radiologia (Figura 1), seguindo a classificação da Tabela unificada de procedimentos do SUS.

O número dos Centros de especialidades Odontológicas (CEOs) e dos Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) credenciados do estado, foram obtidos através da plataforma de informação da Secretaria do Estado de Saúde de Santa Catarina, sendo utilizado o ano de 2016 para o LRPD e de 2019 para os CEOs por serem os mais recentes.

Para a análise utilizou-se planilhas no Microsoft Excel (versão 2016), e a sua apresentação em formato de tabelas e gráficos. Os resultados são descritos tanto pelo total de procedimentos segundo especialidade quanto por ano analisado, no estado de Santa Catarina.

O estudo está dispensado de parecer do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos porque utiliza dados secundários.

Figura 3. Procedimentos excluídos/ alterados da Tabela unificada de procedimentos SIH-SIA SUS após 2011.

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29

Código Procedimento

0414020014 ALVEOLOTOMIA / ALVEOLECTOMIA (POR ARCO DENTARIO)

0414020251 REMOCAO DE CISTO

0414020260

REMOCAO DE CORPO ESTRANHO DA REGIAO BUCO-MAXILO-FACIAL

0414020286 REMOCAO DE FOCO RESIDUAL

0414010019 CONTENCAO DE DENTES POR SPLINTAGEM

0414020308 RETIRADA DE MATERIAL DE SINTESE OSSEA / DENTARIA

0414020103 EXCISAO DE CALCULO DE GLANDULA SALIVAR

0414020111

EXCISAO DE GLANDULA SUBMANDIBULAR / SUBMAXILAR /

SUBLINGUAL

0414020227 RECONSTRUCAO DE SULCO GENGIVO-LABIAL

0414020235 RECONSTRUCAO PARCIAL DO LABIO TRAUMATIZADO

Fonte: autor, 2020.

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5 RESULTADOS

Na região sul do Brasil está localizado o estado de Santa Catarina, com 7.001.161 habitantes que residem nos 295 municípios. Através da atenção básica, 70% da população é assistida, com 41.668 UBS funcionando, o atendimento da demanda odontológica de média complexidade é realizado pelos 51 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO) e 135 Laboratórios Regionais de Prótese Dentária (LRPD) credenciados. (BRASIL, 2018).

Através da base de dados do Sistema de Informação Ambulatorial do SUS, foram identificados e analisados 38 procedimentos odontológicos exclusivos do CD no estado de Santa Catarina entre 2010 e 2017, dos quais 33 são de média complexidade e 5 correspondem a alta complexidade. O total de procedimentos realizados no período foi de 2.690.179, sendo 2.668.900 (99,2%) de procedimentos de média complexidade e 21.279 (0,8%) de procedimentos de alta complexidade. No ano de 2011, obteve-se o maior número de registros dentro do período analisado, seguido do ano de 2016. Os menores valores de registro total de procedimentos de média complexidade no ano de 2010 e 2014.

Os procedimentos odontológicos de média complexidade foram divididos em subgrupos de acordo com as especialidades, o número absoluto e percentual segundo especialidade está descrito na Tabela 1 e sua evolução na Figura 4.

Os procedimentos de Cirurgia e Periodontia apresentam linha de tendência de crescimento no período analisado, enquanto a especialidade de Endodontia apresenta a linha de tendência com queda (Figura 4). Analisando os números absolutos (Tabela 1), os procedimentos cirúrgicos tiveram um aumento de registros no período, de 24.511 procedimentos no ano de 2010 para 41.839 procedimentos no ano de 2017 obtendo um aumento percentual de aproximadamente 50%, já os procedimentos endodônticos mostraram um decréscimo de aproximadamente 30%, com o número absoluto de 39.125 no ano de 2010 para 26.349 no ano de 2017.

(31)

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Figura 4: Total de procedimentos odontológicos de média complexidade na rede pública por especialidade e ano, Santa Cataria, 2010-2017.

A especialidade de radiologia obteve valores próximos de 50% do total de procedimentos em cada ano durante todo o período. Sendo que as especialidades de radiologia, com os procedimentos de radiografia oclusal e radiografia peri-apical interproximal (bite-wing), e a especialidade de periodontia representam 70% dos procedimentos de 2010 a 2017. Os procedimentos de Endodontia e Cirurgia apresentaram valores de 9% e 10% do total dos procedimentos no período analisado. A especialidade de Radiologia, em 2011, teve a maior taxa registrada com 57%. Para a especialidade de Cirurgia o maior percentual registrado ocorreu em 2016 e 2017, com 12% e sua menor taxa foi em 2010 com 8%. A especialidade de Dentística, com o procedimento Tratamento das nevralgias faciais (código 0307010058) apresentou variação de 0,5 a 1,2%, chegando ao seu maior valor de 3.778 procedimentos no ano de 2014. Os procedimentos de Periodontia alcançaram o maior valor no ano de 2013, contanto com aproximadamente 30% dos procedimentos de média complexidade naquele ano. Também foi analisado que a especialidade de Endodontia obteve valores próximos a 8% a partir de 2014, e seu maior percentual foi somente em 2010 com 13% dos registros de procedimentos naquele ano. A especialidade de prótese não teve alterações quanto ao seu porcentual do número total de registros dos procedimentos odontológicos por ano, variando de 1 a 2%.

Tabela 1. Número absoluto e percentual de procedimentos de média complexidade registrados

por especialidade em cada ano, Santa Catarina, 2010-2017.

1 2 3 4 5 6 7 8 0 20000 40000 60000 80000 100000 120000

Cirurgia Endodontia Periodontia Prótese Dentistica Linear (Cirurgia) Linear (Endodontia) Linear (Periodontia) Linear (Prótese) Linear (Dentistica)

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32 Especialidade/ ano 2010 n(%) 2011 n(%) 2012 n(%) 2013 n(%) 2014 n(%) 2015 n(%) 2016 n(%) 2017 n(%) Cirurgia 24.511 (7,9) 31.007 (8,9) 31.568 (9,3) 28.184 (8,5) 32.645 (10,2) 37.143 (11,1) 43.242 (12,6) 41.839 (12,3) Dentística 2.098 (0,7) 3.570 (1,0) 3.201 (0,9) 3.587 (1,1) 3.778 (1,2) 3.452 (1,0) 3.047 (0,9) 1.646 (0,5) Endodontia 39.125 (12,5) 38.676 (11,1) 33.043 (9,7) 35.274 (10,6) 23.977 (7,5) 26.640 (8,0) 26.436 (7,7) 26.349 (7,8) Periodontia 73.772 (23,6) 73.236 (21,1) 79.800 (23,4) 96.140 (28,9) 91.439 (28,6) 92.659 (27,7) 89.917 (26,2) 90.172 (26,5) Prótese 3.763 (1,2) 4.784 (1,4) 7.488 (2,2) 7.223 (2,2) 5.632 (1,8) 6.891 (2,1) 7.208 (2,1) 6.008 (1,8) Radiologia 168.909 (54,1) 196.295 (56,5) 185.425 (54,5) 162.208 (48,8) 161.805 (50,7) 167.299 (50,1) 173.099 (50,5) 173.690 (51,1) Total 312.178 (100,0) 347.568 (100,0) 340.525 (100,0) 332.616 (100,0) 319.276 (100,0) 334.084 (100,0) 342.949 (100,0) 339.704 (100,0) Fonte: autor, 2020, SIA-SUS-DATASUS.

A nível comparativo foram selecionados os anos de 2010, 2013 e 2017, com os 4 procedimentos da especialidade Cirurgia com maior número de registros no sistema de informação (Figura 5). O procedimento que obteve maior destaque nos respectivos anos foi o de Remoção de dente retido, incluso/ impactado (código 0414020278) que corresponde a quase metade dos procedimentos cirúrgicos realizados na média complexidade. Ainda, aproximadamente 20% dos registros desta análise foram do procedimento de Curetagem periapical (código 0414020073), 13% de procedimentos de Correções de irregularidades de rebordo alveolar (código 0414020057), e 8% o procedimento de Exodontia múltipla com alveoloplastia por sextante (código 0414020146).

Ao descrever cada procedimento odontológico da rede ambulatorial especializada no decorrer dos anos, notou-se que o segundo maior percentual de procedimento registrado no SIA/SUS foi a Raspagem corono-radicular por sextante (código 0307030032), atrás apenas dos procedimentos de diagnóstico radiológico.

Figura 5. Número absoluto de procedimentos de média complexidade da especialidade de Cirurgia, Santa Catarina, 2010, 2013 e 2017.

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33

Fonte: autor,2020, SIA-SUS-DATASUS.

Dentre os procedimentos da especialidade de Endodontia, a Obturação em dente permanente com três ou mais raízes (código 0307020053) apresentou os maiores valores em todos os anos, destacando-se em 2013, com 13.705 procedimentos realizados. No mesmo ano, o procedimento de Selamento de perfuração radicular (código 0307020118), apresentou número menor de registos na especialidade, sendo o menor número registrado no ano de 2010 (66 procedimentos).

Os números absolutos comparados entre 2010, 2013 e 2017 estão na Figura 6. Chama atenção que o procedimento Retratamento endodôntico em dente permanente uni-radicular (código 0307020100) iniciou o período, em 2010, com aproximadamente 8.000 procedimentos realizados e finalizou o período com 416 procedimentos, em 2017. Uma redução importante do número registrado.

Figura 6. Número absoluto de procedimentos de média complexidade da especialidade de Endodontia, exceto Selamento Periapical, Santa Catarina, 2010, 2013 e 2017.

0 4550 2915 1379 3597 12070 0 2291 2107 3832 4163 15791 0 3639 2534 5798 9399 20469 Outros Exodontia múltipla com alveoloplastia por

sextante

Correção de irregularidades de rebordo alveolar Curetagem periapical Remoção de dente retido (incluso / impactado)

0 5000 10000 15000 20000 25000 2017

2013 2010

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34

Fonte: autor,2020, SIA-SUS-DATASUS.

Na especialidade de Periodontia, o procedimento Raspagem coronoradicular por sextante (código 0307030032) apresentou valores elevados nos anos analisados, comparando os anos de 2010, 2013 e 2017, os valores alcançados foram, respectivamente: 63.965, 85.133 e 77.268, representando mais de 80% dos procedimentos no período. A soma dos demais procedimentos da especialidade alcançaram valores próximos a 10.000 procedimentos nesses anos.

O número de procedimentos registrados na especialidade de prótese, no decorrer dos sete anos analisados de um total de 51.008 registros, é de 52% de procedimentos de Reembasamento e conserto de prótese dentária (código 0307040089), seguido pelo procedimento de Manutenção periódica de prótese bucomaxilo-facial (código 0307040062) com 37% e, por último, a Colocação de placa de mordida (código 0307040011), que teve um percentual de 11%. O número absoluto para os anos 2010, 2013 e 2017 está ilustrado na Figura 7.

O número total de procedimentos odontológicos registrados na alta complexidade foi de 18.994, dentro do período estudado de 2010 a 2017, sendo o procedimento de manutenção/ conserto de aparelho ortodôntico/ ortopédico (código 0307040127), o que obteve maior percentual de 88%, com seu maior número registrado no ano de 2011 com 96%, em contraponto dois procedimento que tiveram os menores percentuais com 1%, foi o Tratamento cirúrgico de dente incluso em paciente com anomalia CBMF (código 0414010370) e Instalação de prótese em pacientes com anomalias CBMF (código 0307040100).

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Figura 7. Número absoluto de procedimentos de média complexidade da especialidade Prótese, Santa Catarina, 2010, 2013 e 2017.

Fonte: autor, 2020, SIA-SUS-DATASUS.

Já o procedimento de Instalação de aparelho ortodôntico/ortopédico fixo (código 0307040119), teve ao decorrer dos 7 anos 1.127 registros, representando 6% do total de procedimentos analisados, apresentando em 2010 a ausência de registros e com a evolução dos anos atingiu o seu maior percentual em 2014 com 9,4% dos registros daquele ano.

Tabela 2. Número absoluto e percentual de procedimentos de alta complexidade exclusivos

do cirurgião-dentista, Santa Catarina, 2010-2017.

Procedimentos/ ano 2010 2011 2012 2013 n(%) n(%) n(%) 2014 2015 2016 2017 n(%) n(%) n(%) n(%) n(%) Instalação de prótese 78 em pacientes com (4,1) anomalias CBMF 18 (0,5) 63 (2,3) 47 (2,5) 16 (0,7) 10 (0,3) 25 (0,8) 10 (0,4) Instalação de - (0) aparelho ortodôntico/ortopédi co fixo 92 (2,7) 106 (3,9) 139 (7,3) 219 (9,4) 208 (6,8) 195 (5,9) 168 (6,3)

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36 Manutenção/ conserto de aparelho ortodôntico/ ortopédico 1.811 (94,1) 3.234 (96,0) 2.480 (92,3) 1.688 (88,5) 2.048 (88,3) 2.824 (91,7) 2.404 (72,7) 2.377 (88,5) Tratamento cirúrgico de dente incluso em paciente com anomalia CBMF 22 (1,1) 11 (0,3) 25 (0,9) 27 (1,4) 27 (1,2) 33 (1,1) 22 (0,7) 21 (0,8) Implante dentário osteointegrado 13 (0,7) 13 (0,4) 13 (0,5) 7 (0,4) 10 (0,4) 5 (0,2) 661 (20,0) 109 (4,1) Total 1.924 (100,0) 3.368 (100,0) 2.687 (100,0) 1.908 (100,0) 2.320 (100,0) 3.080 (100,0) 3.307 (100,0) 2.685 (100,0)

Legenda: CBMF: crânio e bucomaxilofacial Fonte: autor,

2020, SIA-SUS-DATASUS.

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6 DISCUSSÃO

A partir da implementação da PNSB, conhecida como Brasil Sorridente, em 2003, e a criação dos Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), ampliando o atendimento público odontológico na rede ambulatorial especializada, atentou-se a necessidade dos estudos referentes a média e alta complexidade em Odontologia. Helenita Ely (2015) ressaltou que foi através do estudo epidemiológico SB Brasil 2003 que o Ministério da Saúde percebeu a necessidade de criar os CEO, e passou a organizar e estruturar a atenção secundária em saúde bucal dentro da rede de atenção. Assim, é essencial a análise em torno deste assunto, por meio de publicações que tenham como base o sistema de informação em saúde, para a formação de políticas públicas referentes aos serviços odontológicos ofertados através do SUS.

Percebe-se que ao decorrer dos sete anos analisados (2010-2017), procedimentos odontológicos de média complexidades e todos os procedimentos de alta complexidade de exclusividade do CD, tiveram mudanças em código e classificações a partir de 2011 na tabela unificada do sistema SIA/SUS. Algumas mudanças são necessárias, porém dificultam a coleta de dados secundários em série histórica uma vez que o pesquisador deve rastrear as alterações em sítio de Internet específico (sigtab.datasus.gov.br) e nas portarias ministeriais.

Através do banco de dados do Ministério da Saúde no SIA/SUS, foram analisados 2.690.179 registros neste estudo, demonstrando a evolução com o passar dos anos dos procedimentos exclusivos do CD. Deste modo, constata-se que a especialidade de radiologia teve o maior percentual com aproximadamente 50% do total de procedimentos odontológicos registrados no estado. Em um estudo realizado anteriormente em que se analisou a evolução da produção dos procedimentos odontológico através da mesma base de dados utilizada nesse estudo, no período de 2000 a 2006, mostrou um percentual um pouco menor, cerca de 45%. (COLUSSI et al., 2009)

Dentro das especialidades de média complexidade analisadas, existem quantidades variadas de procedimentos. Por exemplo, na especialidade Dentística existe um procedimento de média complexidade, na Radiologia são dois procedimentos, enquanto na especialidade de Cirurgia foram coletados 13 procedimentos.

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Essas quantidades influenciam no percentual de registros por especialidade. No entanto, as especialidades de Periodontia e Radiologia mantiveram seus percentuais altos e contabilizam 70% de todos os procedimentos de média complexidade analisados no período.

Os procedimentos de radiografia oclusal e radiografia peri-apical interproximal (bite-wing) dão o suporte para o diagnóstico odontológico, na identificação de patologias que possam acometer a cavidade oral, como por exemplo a cárie, periapicopatia e os cistos. À vista disso, não se surpreende que esta especialidade tenha o maior número de registros, já que é através do conhecimento da anatomia radiográfica mais o exame clínico realizado no paciente, que se chega a um diagnóstico. É importante que o CD, tenha conhecimento tanto da anatomia da face quanto das patologias que podem acometê-la, visto que cerca de 85% das lesões radiolúcidas dos maxilares estão no periápice, que podem se confundir com estruturas anatômicas (ANTONIAZZI; CARVALHO; KOIDE, 2008). Os problemas de cárie e periodontia, são duas principais causas que levam às extrações dentárias. Ao proporcionar a população o acesso a esses tratamentos na atenção especializada, reduz-se o número de extrações, diminuindo o índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD). (SILVA, 2008).

O tratamento de raspagem corono-radicular (por sextante), teve o maior percentual dos registros na especialidade de Periodontia (em torno de 20%). Esse procedimento melhora as estruturas de suporte do elemento dental, reduzindo as doenças periodontais.

O tratamento endodôntico por sua vez é realizado em várias etapas e propicia o alivio da dor, motivo pelo qual muitos procuram o atendimento odontológico na atenção básica, onde são referenciados para o segundo nível de atenção, a média complexidade. Assim, há uma grande demanda para os tratamentos realizados pela especialidade de endodontia, na rede pública de saúde. Verificou-se nesse estudo, que os tratamentos endodônticos apresentaram uma queda dos registros, durante o período analisado (2010-2017), constatando uma redução percentual em torno de 30%. Por ser um tratamento realizado em várias etapas, se requer maior tempo para a conclusão do tratamento, levando a um grande número de abandono por parte dos pacientes. Em um levantamento realizado no município de Contagem em Minas Gerais, o tempo médio decorrido entre a primeira e última consulta, foi em média de 3 meses (MELLO, 2015).

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A especialidade de Cirurgia, com 13 procedimentos listados, representa em torno de 10% dos procedimentos realizados e apresenta uma linha de tendência crescente no decorrer dos anos. O tratamento cirúrgico mais registrado no período foi o procedimento de remoção de dente retido, incluso/ impactado, esse procedimento ajuda a manter a higiene oral, evitando pericoronarite, uma infecção que se dá em volta da coroa dentária pela dificuldade de realizar a limpeza do dente que está totalmente ou parcialmente erupcionado, geralmente os terceiros molares (TEXEIRA, 2018). Tal procedimento, também previne a possível formação de cistos e até tumores. Como o cisto dentígero que é o mais comum, tendo uma taxa de 20% dentre todos os cistos epiteliais dos maxilares, daí a importância de se ter acesso a esses tratamentos na rede pública de saúde (SILVEIRA et al., 2009).

Com apenas 2% do total de procedimentos analisados, a especialidade de Prótese, demonstrou que esses serviços ainda necessitam de melhoras no acesso, sendo necessário se pensar em outros estudos mais detalhados para compreender melhor esta situação e subsidiar os processos de gestão na rede ambulatorial especializada. Existem outros registros de prótese no SIA-SUS, porém eles estão classificados como atenção básica e não constam no financiamento de média e alta complexidade. Seria interessante realizar um estudo comparando a realização das próteses em CEO e em Unidades Básicas de Saúde, utilizando o código de cadastro de estabelecimentos de saúde a fim de evidenciar o local de realização do procedimento e não somente a classificação do nível de atenção. O procedimento de reembasamento e conserto de prótese dentária, apresentou 54% dos registros da especialidade, no entanto esse procedimento se destina para os já usuários de prótese dentária total ou parcial. No estudo SB Brasil 2010, se constatou que a região sul teve o menor percentual (14,3%) do total de indivíduos examinados frente a necessidade de prótese total em um maxilar. Nos dois maxilares se teve uma necessidade ainda menor (6,9%) (BRASIL, 2010).

O correto registro dos procedimentos odontológicos na rede pública, no sistema de informação de saúde (SIA-SUS), de abrangência nacional, deve ser encarado como parte essencial do trabalho do CD e de toda a equipe de saúde bucal. Ele permite o acompanhamento da produção ambulatorial odontológica, o delineamento do modelo de atenção à saúde bucal, de acordo com o as mudanças analisadas no decorrer dos anos, em cada região do Brasil. Alguns fatores que podem influenciar nos números de procedimentos registrados na base dados, são

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os sobrerregistros ou subregistros e a falta de capacitação da equipe de saúde bucal para lidar com a coleta dos dados e seu registro atualizado (BARROS, 2003).

Houve dificuldade em identificar os procedimentos de caráter exclusivos do CD na alta complexidade, devido ao fato do atendimento nesse nível de atenção ser multiprofissional, com profissionais médicos cirurgiões de cabeça e pescoço, por exemplo, ou cirurgiões plásticos. Além disso, a identificação dos procedimentos foi realizada com pesquisa em Portarias ministeriais e na Tabela unificada digital (sigtab.datasus.gov.br), pois seus códigos, nomes e classificações mudaram a partir de 2011 (BRASIL, 2020).

A manutenção/ conserto de aparelho ortodôntico/ ortopédico foi o procedimento mais registrados na alta complexidade observado neste estudo. Um dos motivos para esse procedimento ter se destacado dos demais, é que no Brasil, a partir de 2009 ocorreu um credenciamento dos hospitais que realizavam serviços a pacientes com fissura labiopalatal, uma lacuna dentro do SUS observada até então, pelo fato de ser considerado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma das deficiências congênitas mais frequentes da região de cabeça e pescoço.

O CD tem papel importante pois a fissura labiopalatina causa alterações na arcada dentária, tornando o tratamento ortodôntico/ortopédico pré-operatório, essencial no planejamento para o desenvolvimento dos maxilares, durante a vida (LORENZZONI; CARCERERI; LOCKS, 2010; LIMA et al., 2015). Buscando através do tratamento um bem-estar e inclusão na sociedade, restabelecendo a qualidade de vida através da melhora da função e estética, fornecendo saúde física e psíquica ao cidadão (RODRIGUES; RODRIGUES; OLIVEIRA, 2019).

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7 CONCLUSÕES

Constatou-se que o objetivo geral foi atendido. Identificou-se que os procedimentos de média complexidade realizados pelo CD em Santa Catarina, correspondem a maioria, quando comparado ao nível de atenção terciário ou alta complexidade.

Ao dividir e categorizar os procedimentos por especialidades, auferiu-se que a especialidade de Radiologia, ou apoio ao diagnóstico, obteve maior percentual (em torno de 50%), em contraponto, a especialidade de Prótese atingiu o menor percentual (2%). Houve baixo número de registros na especialidade de Endodontia e tendência de redução no período, sugere-se a realização de estudos para entender a dinâmica desse número e os motivos para o baixo acesso ao tratamento endodôntico. Há a hipótese de que a demora para o acesso reduza a demanda (resolução do problema através de exodontia, uso de serviços privados ou planos de saúde odontológicos), a escassez de recursos materiais e humanos na média complexidade ou mesmo o abandono do tratamento por parte dos pacientes diante das sessões para conclusão do tratamento. Contudo, a referência para a média complexidade parte do primeiro nível de atenção, sendo necessário verificar se a demanda corresponde ao acesso obtido da população, por meio do número de procedimentos realizados e os agendamentos para a referência de média complexidade nas UBS.

Evidencia-se a importância de acompanhar os registros odontológicos realizados em Santa Catarina, para controlar, planejar, organizar e realizar ações e serviços de saúde que atendam às reais necessidades, de uma forma integral, e de acordo com os princípios e diretrizes do SUS. A informação em saúde permite formular novas políticas públicas de saúde, que irão dar suporte ao atendimento odontológico, permitindo qualificar e ampliar o acesso a média e alta complexidade.

Sugere-se que estudos de cada especialidade sejam realizados, analisando além dos registros fornecidos no SIA/SUS, as características que possam afetar o acesso da população, de forma quantitativa e qualitativa, principalmente aos tratamentos endodônticos e protéticos, que foram identificados no estudo com o menor número de registros.

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REFERÊNCIAS

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