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Efeitos do treinamento físico funcional na composição corporal de adulto ativo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ

DEPARTAMENTO DE HUMANIDADES E EDUCAÇÃO - DHE EDUCAÇÃO FÍSICA

Rafael de Souza Parolin

EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ADULTO ATIVO

IJUÍ-RS 2016

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Rafael de Souza Parolin

EFEITOS DO TREINAMENTO FÍSICO FUNCIONAL NA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ADULTO ATIVO

Trabalho de Conclusão do curso de Educação Física,do Departamento de Humanidades e Educação (DHE) da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como exigência parcial para obtenção do Grau de Bacharelado em Educação Física.

Orientador: Professor Ms. Mauro Bertollo

IJUÍ-RS 2016

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...5

2 O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL...7

2.1 Conceituando o Treinamento Funcional...7

2.2 Capacidades Físicas...11 2.2.1 Coordenação Motora...11 2.2.2 Velocidade...12 2.2.3 Agilidade...13 2.2.4 Flexibilidade...13 2.2.5 Força... ...14 2.2.6 Potência...15

2.2.7 Resistência Muscular Localizada (RML)...16

2.2.8 Resistência Cardiovascular...17

2.2.9 Equilíbrio...17

2.3 Os Exercícios Funcionais...18

2.4 Montagem do Programa de Treinamento Funcional...19

2.4.1 Força do Core...19

2.4.2 Treinamento de Potência...20

2.4.3 Dominante de Joelho...20

2.4.4 Dominante de Quadril...21

2.4.5 Pressão horizontal e Pressão Vertical...22

2.4.6 Puxar horizontal e Puxar Vertical...23

2.5 Materiais utilizados no Treinamento...24

2.5.1 TRX (Total Body Resistence Exercise)...24

2.5.2 Kettelebell...25

2.5.3 Bola Suíça...26

2.5.4 Faixa Elástica Thera Band...26

2.5.5 Medicine Ball...27 2.5.6 Slide Board...28 2.5.7 Escada Agilidade...28 2.5.8 Trenó...29 2.5.9 Pliometria...30 2.5.10 Corda Naval...31

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3 PROCESSOS METODOLÓGICOS: AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DO

TREINAMENTO FUNCIONAL...32

4 ANÁLISE DOS DADOS: COLETA DO PRÉ E PÓS-TREINAMENTO...34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...41

REFERÊNCIAS...44

APÊNDICE A – PLICÔMETRO...47

APÊNDICE B – FITA MÉTRICA...48

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1 INTRODUÇÃO

Muitos estudos foram realizados para contribuir na busca e melhor entendimento no combate da obesidade. O número de pessoas com excesso de peso corporal aumenta a cada ano, tornando-se um desafio para os educadores físicos que atuam na área. A análise de métodos aplicados é essencial para formarmos uma opinião e adaptar nosso treinamento. Com a necessidade de evolução do mercado fitness, o treinamento físico funcional torna-se uma atrativa opção, prometendo escapar da monotonia dos treinamentos e alcançar objetivos mais rápidos frente a composição corporal.

Nos dias de hoje presenciamos um grande crescimento de empresas voltadas para o ramo de academias e serviços de condicionamento físico. Casa-se com isso o aumento dos problemas com a saúde corporal, necessitando desta forma programas, profissionais e serviços destinados a contribuição para as práticas de atividades físicas com intuito de promover saúde. A prática de exercícios físicos está entre as opções mais indicadas e saudáveis para melhora da composição corporal e qualidade de vida geral das pessoas. Segundo Tritschler (2003, p.230), ''uma composição corporal desejável é demasiadamente importante para a saúde e o bem-estar de crianças e adultos''. Meio a isto, nossa intervenção tanto prescritiva de exercícios como avaliativa do programa se tornam essenciais para encontrar resultados e realizar comparações. Neste contexto, a pesquisa analisou a metodologia do treinamento funcional para a redução do percentual de gordura. O método entrou forte no mercado recentemente, trazendo inovação e conhecimento para a anatomia humana. O treinamento vem obtendo um crescente número de praticantes nos últimos anos e está encontrando cada vez mais espaço dentro do mercado nacional das atividades físicas. Conhecido como treino inteligente, é a aposta do autor D’Elia (2015, p. 12), que ressalta a metodologia destacando, ''resultados superiores, diferenciação radical e inovação são chave da criação dos programas de treinamento que atenderão os atletas do futuro''. O intuito é buscar uma maneira de realizar o condicionamento físico conseguindo atingir o objetivo da perda de gordura corporal de forma mais eficaz, rápida e de maneira que não cause desistência frequente.

Atualmente, o método de Treinamento Físico Funcional está presente em grande parte do espaço fitness no Brasil, porém, existem poucos estudos científicos sobre este tipo de treinamento para a população comum, que representam a maioria dos praticantes em academias. Mais do que uma necessidade sobre novos estudos para o avanço científico do tema, podemos agregar a relevante importância de conhecimento e informação destinado para a população. O

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conhecimento torna-se essencial sobre novas metodologias e formas de aplicação, bem como seus resultados.

Os objetivos voltam-se para a contribuição científica sobre a aplicação do método de Treinamento Físico Funcional, bem como seus princípios metodológicos, formas de aplicação, prescrição de treinamento e resultados promovidos frente a um estudo de caso. O objetivo geral deste estudo foi analisar os efeitos de um programa de Treinamento Funcional em um período de oito semanas sobre a composição corporal de uma mulher adulta ativa na cidade de Ijuí-RS. A especificação dos objetivos se deu em identificar as variações dos componentes da composição corporal da participante da pesquisa frente a intervenção de oito semanas, buscando analisar dados de gordura corporal com dobras cutâneas e medidas antropométricas no pré e pós-treinamento.

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2 O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL

A literatura científica promove o desenvolvimento e evolução dos métodos de treinamento frente a aplicações e intervenções práticas. A busca pela compreensão e agregação de conhecimento eleva-se por este meio. Entender os conceitos, agregar conhecimento e somar estudos realizados sobre o assunto, colaboram imensamente para o desenvolvimento do projeto e evolução da pesquisa.

2.1 Conceituando o treinamento funcional

Os métodos de treinamento que buscam o condicionamento físico individual e consequentemente a redução do percentual de gordura são procurados constantemente nas academias. Segundo dados da Pesquisa Nacional da Saúde (PSN), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2014 a 2015, constataram que 56,9 % da população do Brasil com mais de 18 anos está acima do peso. Os fatores influentes para estes dados são diversos e variados, mas um deles é extremamente essencial e imprescindível, o exercício físico. O método de treinamento físico funcional têm por sua vez a busca do trabalho pela musculatura integrada, utilizando apenas exercícios livres. Sem uso de qualquer máquina guiada com movimento pré-determinado, ''treinamento funcional é puxar, empurrar, estabilizar, levantar, arremessar, correr ou saltar para fazer de seu corpo uma ferramenta que produza movimentos mais eficientes'' (D’ELIA, 2013, p. 10). Utilizar todos os movimentos comuns ou ''naturais'' que nosso corpo foi criado para reproduzir, afim de desenvolver habilidades e condicionamento físico.

Na mesma linha, o treinador americano Michael Boyle defende essa modalidade sobre uma metodologia que abrange mais que um simples músculo, ''o que o treinamento funcional realmente faz é a aplicação da anatomia funcional do treinamento. Considera o que conhecemos e usa essas informações para selecionar exercícios que reduzam a incidência de lesão e melhorem o desempenho'' (BOYLE, 2015, p. 4). Os movimentos anatômicos desenhados pelo nosso próprio organismo, nos adapta ao meio em que vivemos e interagimos, com o intuito de melhorar nossa condições físicas básicas.

Essa prática de treinamento trouxe inovação para seus adeptos, desviando da monotonia gerada pelas aparelhagens repetitivas tradicionais. Segundo D’ Elia (2015) ao olhar para nossa história evolutiva podemos perceber que o conceito de exercício é uma minúscula fração dentre os movimentos humanos. Pois, nossa experiência física contempla um repertório

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de tarefas e atividades como caçar, brincar, correr, escalar, entre muitos outros. Uma rotina que era gerada por desafios diários, o que o treinamento físico funcional trás para as rotinas de treinos, escapando das séries pré-determinadas que levam o participante ao exercício monótono. A aposta de um treinamento que visa uma abrangência integrada do corpo humano, englobando ao máximo todas as capacidades físicas que contemplam nosso organismo, criando dessa forma, um processo de exercício totalmente variado e dinâmico.

Um estudo realizado por Teixeira et al. (2016), apresenta a visão de três autores nacionais renomados frente ao conceito de Treinamento Funcional. Cada um deles conceitua o método de treinamento frente sua realidade e relevância social, de acordo com suas próprias concepções.

O primeiro, Alexandre Lopes Evangelista (UNINOVE) elenca:

O treinamento funcional é aquele que objetiva o desenvolvimento integrado das capacidades biomotoras promovendo a melhora da habilidade e capacidade funcional para realização das funções cotidianas e/ou esportivas com autonomia e segurança, sendo baseado na aplicação prática dos princípios biológicos do treinamento físico, em especial, o princípio da especificidade (p. 202).

Seguindo na conceituação, Cássio Adriano Pereira (UNISANTA), contribuí:

O treinamento funcional objetiva o aprimoramento da capacidade de realização de tarefas motoras do cotidiano com eficiência e independência, levando em conta as características de cada indivíduo, sejam estas tarefas motoras relacionadas ao trabalho (laboral), ao lazer, dia-a-dia ou esporte amador e profissional (p. 202).

Por fim, Marzo Edir da Silva Gricoletto (UFS), define:

Etimologicamente, o termo "treinamento" significa preparar pessoas para um objetivo final, seja para um esporte ou para diferentes tarefas da vida cotidiana. O termo "funcional" se define como aquilo que é relativo às funções. Encontra-se também seu emprego para se referir a funções biológicas ou psíquicas. Assim, inicialmente, a utilização adequada do termo "funcional", em relação ao treinamento físico, está relacionada ao desenvolvimento de estruturas e processos operacionais ligados ao planejamento, à programação e à periodização do treinamento considerando o estado psicobiológico atual do indivíduo, respeitando tais funções/características (isto é, tentando não prejudicá-las) e, se possível, aprimorá-las (p. 203).

Os três autores enfatizam um grande porte positivo relacionando o treinamento com nossas ações diárias, individualidade biológica e desempenho. Itens importantes e essenciais dentro do Treinamento Funcional. Princípios básicos para a evolução do indivíduo frente ao treinamento prescrito e seu objetivo específico.

Teotônio et al. (2013, p. 1), esboça sua conceituação sobre o treinamento Funcional dizendo,

[...] o treinamento funcional envolve movimentos específicos para o desenvolvimento das atividades da vida diária do indivíduo. Sendo assim, esta metodologia de treino possibilita a todos os públicos o bom condicionamento das capacidades físicas, tornando-se possível, assim, atingir a excelência no desempenho.

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Sua ideia conceitual centraliza e representa uma das funções que o treinamento Físico Funcional proporciona e se envolve. O princípio frente aos movimentos básicos e necessários do nosso cotidiano nos tornam melhores em todos os sentidos físicos e saudáveis.

Para Teixeira e Evangelista (2014, p. 3), treinamento funcional pode ser conceituado como ''a ação de treinar em cuja execução se procura atender antes de tudo, à função, ao fim prático. Ou ainda, a ação de treinar para aprimorar as funções vitais''. Outros autores que direcionam para um treinamento que possuí objetivos concretos, com uma função real do que se busca. Para Zanella e Aguiar (2015, p. 1),

[...] o treinamento funcional tem como objetivo melhorar a capacidade funcional, através de exercícios que estimulam os receptores proprioceptivos presentes no corpo, os quais proporcionam melhora no desenvolvimento da consciência sinestésica e do controle corporal; o equilíbrio muscular estático e dinâmico; diminuir a incidência de lesão e aumentar a eficiência dos movimentos.

Os autores Campos e Neto (2004), elencam o treinamento funcional como um programa de exercícios que estimulam o sistema neurológico desenvolvendo a capacidade funcional através dos exercícios que esta metodologia apresenta. Assim, o método promove desafio para o sistema nervoso e cria estímulos que melhoram o desempenho das capacidades físicas do indivíduo, tanto para o dia a dia quanto para os esportes. McArdle, Katch e Katch (1998, p.321), enfatizam o trabalho do sistema neural relacionando o movimento com os exercícios,

[...] a aplicação correta da força nos movimentos aprendidos relativamente complexos, tipo saque no jogo de tênis, arremesso de peso e balanceio no golf, depende de uma série de padrões neuromusculares coordenados e não apenas da força dos grupos musculares recrutados para a realização desta atividade.

Segundo Corezola (2015), o treinamento funcional é uma metodologia de treinamento onde todo o corpo humano é solicitado e trabalhado por meio de movimentos que praticamos diariamente em nosso cotidiano. Onde produzimos melhor desempenho em nossos gestos motores, em todas as capacidades físicas e nossa capacidade funcional geral.

Portanto, podemos ressaltar que o Treinamento Funcional abrange exercícios livres voltados para funções específicas frente as capacidades físicas do corpo humano. Desta forma, o desempenho é a centralidade deste método. As opções de variabilidade e dinamismo dos exercícios apresentadas pelo treinamento trazem inovação e diferenciação na prática, induzindo menos monotonia, grande ativação muscular e uma proposta de grande resultados.

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Quanto sua aplicabilidade e resultados frente aos diversos públicos e objetivos individuais dos indivíduos, é o que precisamos estudar e contribuir para a busca de respostas voltadas à comunidade cientifica. Promovendo desta forma conhecimento e informação que o mercado nacional está usufruindo e necessitando, tanto para clientes comuns e atletas de alto nível.

Um estudo realizado por Pereira et al. (2012), mostrou os efeitos de uma periodização do Treinamento Funcional com cargas de 12 semanas sobre a composição corporal de 20 mulheres inativas. As participantes possuíam de 19 a 34 anos de idade, todas residentes na cidade de João Pessoa, no estado da Paraíba. Os resultados apontaram diferenças significativas no período comparativo entre o início e término da intervenção frente a redução do percentual de gordura corporal das participantes. Porém, os autores encontram dificuldades quando a correta prescrição do exercício, o que pode ser considerado um parâmetro limitante quanto a evolução e desenvolvimento dos resultados obtidos.

Outro estudo apontado por Neves et al. (2014), com uma intervenção de oito semanas do Treinamento Funcional com 38 mulheres na pós menopausa, objetivou encontrar os efeitos do método sobre a composição corporal das participantes. Durante o período estipulado, o grupo realizou três sessões semanais de 90 minutos de exercícios, em dias não consecutivos. Ao final da periodização realizada, foi refeita a avaliação da gordura corporal. Os resultados mediante a composição corporal das mulheres foram significativas para a redução da gordura de tronco, gordura corporal total e peso total.

Farias et al. (2015), realizaram uma intervenção com a metodologia do treinamento Funcional sobre a composição corporal e aptidão física de 10 idosas fisicamente inativas. Os resultados significativos ficaram para a aptidão física. Já o percentual de gordura reduziu, porém não significativamente.

Um estudo promovido por Moreira e Borges (2014), apontou os efeitos do treinamento funcional sobre militares efetivos do exército brasileiro, buscando resultados de composição corporal e movimento. Os participantes tinham idade de 30 a 35 anos, todos do sexo masculino. O estudo foi realizado de setembro a outubro de 2013, com 27 militares, sendo 4 sessões por semana. As análises resultantes do percentual de gordura após a intervenção do treinamento apresentou diminuição significativa, demonstrando o que o treinamento funcional torna-se uma boa opção nos quesitos de composição corporal.

Contudo, necessitamos de mais estudos para compreendermos e formarmos opiniões a respeito dos efeitos causados pelo Treinamento Funcional junto da composição corporal de

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indivíduos. Percebemos claras diferenças nas prescrições da metodologia, o que dificulta e diferencia resultados. O que acaba se tornando uma peça dificultosa para comparativos futuros.

2.2 Capacidades físicas

Como podemos identificar frente as conceituações do treinamento funcional, as capacidades físicas possuem um papel centralizador e presente nos princípios deste método. A necessidade do corpo humano em treinar, aperfeiçoar e elevar o desempenho de cada uma delas frente as atividades da vida diária, da evolução esportiva ou simplesmente qualidade de vida.

Segundo Barbanti (2003), as definições de capacidades físicas podem ser interpretadas como todo o atributo físico treinável do corpo humano, ou seja, as qualidades físicas motoras com possibilidades de treinamento e aprimoramento. Neste contexto, elenco cada uma das capacidades físicas e seus respectivos conceitos para melhor compreensão do tema.

2.2.1 Coordenação motora

É a capacidade física onde realizamos exercícios de forma sequencial coordenada (BARBANTI, 2003). É a utilização de movimentos e músculos de maneira eficiente, onde dominamos nosso corpo no espaço que utilizamos. D’ Elia (2015) complementa que toda e qualquer atividade motora exige coordenação de músculos e posturas equilibradas. A simples forma como caminhamos provoca uma exigência mínima do corpo com nossos membros, contrações musculares sequenciais e diferentes intensidades.

A coordenação motora é ligada ao sistema nervoso central e é determinante para avanços no desempenho motor e de todas as demais habilidades físicas. É uma forma de organizar nosso corpo a fim de produzir movimentos mais eficientes, onde assim podemos evoluir constantemente. Abaixo, a ilustração apresenta um exercício básico deste componente (imagem 1).

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Imagem 1 – Coordenação: Deslocamento Lateral

Fonte: O Autor.

2.2.2 Velocidade

É caracterizada pela execução de movimentos cíclicos de forma mais rápida possível (BARBANTI, 2003). D’Elia (2015) complementa ressaltando a importância desta capacidade física para o desempenho. Tanto no esporte quanto nas atividades da vida diária, essa habilidade é essencial para aprimorar um treinamento e elevar sua intensidade.

Podemos trabalhar qualquer exercício na forma de velocidade. Apenas ligamos a exigência de uma execução de qualidade de forma rápida, onde assim, agregamos intensidade e desenvolvimento da respectiva capacidade física. Abaixo, o exercício de velocidade conhecido como ''tiro'' (imagem 2), consiste em sair da posição atlética e correr de forma mais rápida possível em uma distância pré-determinada.

Imagem 2 – Velocidade: Tiro

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2.2.3 Agilidade

Capacidade de executar movimentos rápidos e ligeiros com mudança de direção de forma eficaz e bom controle. Quanto maior a agilidade de cada indivíduo, maior é a habilidade em reproduzir movimentos. O autor D’Elia (2015), define agilidade como a união da coordenação e da velocidade, em movimentos precisos. Relaciona-se a todas as ações que se desenham em ambientes dinâmicos, desde uma criança jogando futebol, ou um idoso atravessando a rua.

A velocidade e qualidade na execução são fundamentos básicos desta capacidade física. Estes princípios são fundamentais para a progressão evolutiva do desempenho e a prevenção de lesões. Como exemplo de exercício básico para trabalhar a agilidade, temos o 4 tempos na escada de agilidade (Imagem 3), onde o executor deve pisar duas vezes dentro e duas vezes fora de cada quadrado em sequência.

Imagem 3 – Agilidade: 4 Tempos

Fonte: O Autor.

2.2.4 Flexibilidade

A flexibilidade é uma capacidade física essencial para produzir desempenho em qualquer atividade da vida diária e do esporte. Dantas (1999), define a flexibilidade como uma qualidade física que executa um movimento na sua amplitude máxima de forma voluntária, seja por uma articulação ou mais envolvidas. Desde que, esteja sempre dentro dos limites morfológicos, sem qualquer risco de lesão.

Quanto maior a flexibilidade, maior é a amplitude de movimento. D’Elia (2015), complementa que o grau desta capacidade física influência diretamente no aprendizado de novos movimentos, na predisposição à lesões, na velocidade, na força e na coordenação. Assim,

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percebemos a importância de incrementar o treinamento deste componente na prescrição dos exercícios. Como exemplo de exercício de flexibilidade, (imagem 4) representa a habilidade para os músculos e articulações da cadeia posterior e anterior dos membros inferiores.

Imagem 4 – Flexibilidade: Abraçar o Joelho

Fonte: O Autor.

2.2.5 Força

Força é uma qualidade física essencial e indispensável para qualquer ser humano. É um dos componentes determinantes para a evolução geral de qualquer tipo de treinamento. Barbanti (2003, p. 132), define força muscular como ''o grau de tensão exercido pelo músculo contra uma resistência''. D’Elia (2015), apresenta este componente como uma forma de aplicar impulso, onde a mecânica utilizada depende do ponto de aplicação, da magnitude ou pela direção do movimento.

Para o desenvolvimento da força funcional, D’ Elia (2015), ainda julga indispensável o foco do treinamento em movimentos e não músculos. Complementa que devemos treinar o centro antes das extremidades, construir força de baixo para cima e aplicar o princípio da sobrecarga. O princípio da sobrecarga é onde os tecidos musculares são exercitados a um nível mais elevado do que se está acostumado, ocorrendo assim o efeito de treinamento (POWERS e HOWLEY, 2000). Abaixo (imagem 5), apresenta-se um exemplo de força em um exercício de membros inferiores, o agachamento.

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Imagem 5 – Força: Agachamento

Fonte: O Autor.

2.2.6 Potência

A potência é conhecida fisicamente pela formula tradicional e descritiva por (P= F.V.). Ela representa o produto da força com a velocidade. Komi (2000), traz como característica da potência muscular a taxa de realização de trabalho em determinado período, ou seja, o produto da força pela velocidade. Executar um exercício de forma rápida e explosiva, como saltos e arremessos que necessitam de aceleração, representam a forma pura de um trabalho de potência muscular.

Como exemplo de exercício aplicado no treinamento funcional, temos a pliometria. Representado abaixo (imagem 6), um exercício da categoria de saltos, referida ao desenvolvimento da potência muscular dos membros inferiores. Na sequência (imagem 7), temos a representação de um exercício de potência muscular voltada para os membros superiores, o arremesso de medicine ball.

Imagem 6 – Potência Membro Inferior: Pliometria

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Imagem 7 – Potência Membro Superior: Arremesso Medicine Ball

Fonte: O Autor.

2.2.7 Resistência muscular localizada (RML)

Se define pela capacidade muscular de realizar movimento contra uma resistência moderada por longo período de tempo (BARBANTI, 2003). Permite ao indivíduo realizar em um tempo maior possível a repetição de um movimento com a mesma eficiência. Permite a continuação do esforço, tanto em condições aeróbicas quanto anaeróbicas. Um exemplo representativo deste componente é o exercício ''Abdominal Infra'' (imagem 8).

Desta forma, este componente está presente em todos os tipos de treinamento. Obtemos as variações e as intensidades necessárias de acordo com o objetivo individual de cada sujeito a ser trabalhado e treinado.

Imagem 8 – Resistência Muscular Localizada: Abdominal Infra

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2.2.8 Resistência cardiovascular

Segundo Barbanti (2003), é a capacidade do nosso organismo de manter por um certo período de tempo, um esforço físico em que o consumo de O2 (oxigênio) entra em equilíbrio com o seu consumo. Boa condição física do sistema cardiovascular nos permitem realizar atividades em períodos longos sem provocar fadiga indevida.

Agregamos saúde e qualidade de vida ao desenvolvermos uma boa resistência cardiovascular. Desta forma diminuímos a pressão arterial do nosso sistema. Um componente fundamental e básico para as competências desenvolvidas pelo corpo humano. Abaixo (imagem 9), um exercício comum no Treinamento Funcional é o ''Empurrar Trenó'', que contempla a categoria para treinar a resistência cardiovascular.

Imagem 9 – Resistência Cardiovascular: Empurrar Trenó

Fonte: O Autor.

2.2.9 Equilíbrio

Segundo Barbanti (2003), o equilíbrio é a qualidade física adquirida por uma combinação de ações musculares com o propósito de assumir e sustentar o corpo sobre uma base, contra a lei da gravidade. Segundo D’Elia (2015), o equilíbrio pode ser Estático e Dinâmico. O estático se caracteriza por manter o corpo em postura fixa por longo período de tempo e é fundamental para realizar exercícios com precisão. Necessitamos dessa habilidade em todos os exercícios que executamos. O dinâmico serve para manter a estabilização do corpo em movimento, onde reage de forma rápida frente as variações do ambiente.

A todo momento produzimos equilíbrio com nossas articulações, relacionando com nosso ponto gravitacional e mantendo nosso corpo no lugar desejado e correto. ''O equilíbrio é a capacidade de manter a posição do corpo sobre sua base de apoio, seja ela estacionária ou

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móvel'' (NASCIMENTO, PATRIZZI e OLIVEIRA, 2012, p.2). Muitas vezes, executamos habilidades sem mesmo perceber. São tão essenciais e automáticas que a necessidade a todo instante torna-se impercebível. O equilíbrio desta forma, tem de ser treinado e incorporado em qualquer tipo de treinamento. Abaixo (imagem 10), o exercício ''Afundo'' para membros inferiores, exige em toda sua execução muito equilíbrio por parte do indivíduo.

Imagem 10 – Equilíbrio: Afundo

Fonte: O Autor.

2.3 Os exercícios funcionais

Boyle (2015) apresenta em sua obra suas experiências empíricas que levaram a grandes descobertas e transformações dos seus programas de treinamento. A análise sobre as lesões de seus alunos era abordada praticamente 100% em cima do mesmo motivo, onde os problemas ocorriam devido aos músculos estabilizadores e neutralizadores serem fracos demais. Um dos princípios do treinamento funcional é incorporar nos exercícios o trabalho destes componentes, que segundo os fisioterapeutas é a fonte de lesões.

Os exercícios seguem suas determinadas progressões, do menos estável que não estressa os músculos estabilizadores e neutralizadores, para os que chegam a este objetivo. As funções destes dois componentes são especificamente fornecer estabilidade (estabilizadores) e evitar movimentos indesejados (neutralizadores).

As categorias dos exercícios são separadas para região inferior e superior do corpo. São respectivamente apresentados como joelho dominante / quadril dominante e empurrar / puxar, mais os exercícios de fortalecimento do tronco (core).

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2.4 Montagem do programa de treinamento funcional

De acordo com a metodologia e prescrição de treinamento apresentada por Boyle (2015), o programa segue uma forma específica de escolha e distribuição de exercícios. Os exercícios são separados entre as regiões do corpo humano. A parte superior conta com exercícios chamados de empurrar e puxar. Já a região inferior engloba exercícios com nomenclatura categorizada de dominância de joelho e dominância de quadril. Para finalizar, temos a abordagem sobre o tronco ou core (centro do corpo, ou seja, a parede anterior, posterior, inferior, laterais e o diafragma no tronco), com exercícios para seu fortalecimento.

A construção sólida do programa de treinamento funcional é estritamente rígida e exigente por Boyle (2015) quanto a presença de todas as categorias e divisões, onde a omissão de qualquer uma delas pode comprometer todo o treinamento e expor o aluno/atleta à suscetíveis lesões.

2.4.1 Força do core

Core significa o centro do corpo, ou seja, as paredes anteriores, posterior, inferior, laterais e o diafragma no tronco. O desenvolvimento de sua força e estabilidade são essenciais para o programa. ''O termo Core está ligado a centro, essência, de onde parte algo. No nosso corpo, é dessa região que partem todos os movimentos, por isso, a grande importância dada a essa região dentro de um programa de treinamento Funcional'' (D’ELIA, 2015, p. 128).

Neste contexto, a utilização de exercícios variados para este padrão de movimento são extremamente essenciais. Para a representação exemplificada deste grupo, a Imagem 11 demonstra um exercício específico chamado de prancha isométrica.

Imagem 11 – Core: Prancha Isométrica

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2.4.2 Treinamento de potência

São os tradicionais levantamentos olímpicos e exercícios menos complexos como agachamentos com salto ou arremessos de medicine ball, todos desenvolvem potência do corpo total. Segundo Boyle (2015), a potência pode ser traduzida na visibilidade de um atleta rápido, veloz e explosivo. O que é uma característica básica da potência, onde multiplicamos a força pela velocidade.

Um padrão de treinamento ligado no desenvolvimento das demais capacidades físicas e do desempenho atlético geral do corpo. Na Imagem 12, temos a representação de um exercício de potência direcionado para membros inferiores, o agachamento com salto.

Imagem 12 – Potência Membros Inferiores: Agachamento com Salto

Fonte: O Autor.

2.4.3 Dominância de Joelho

Este grupo é constituído pelos agachamentos unilaterais e bilaterais. Segundo D’Elia (2015, p. 31), ''agachar envolve os grandes grupos musculares, os membros inferiores por completo e toda a região do core. O movimento está presente em ações como sentar e levantar, apanhar um objeto do chão ou brincar com um filho pequeno''. Esta ligação com nosso cotidiano natural nos mostra a grandeza do exercício e sua importância significativa para o corpo.

As variações unilaterais completam toda a categoria deste componente. Exercícios em uma perna só são pouco usados pelos preparadores físicos, mas são extremamente importantes para o desenvolvimento corporal. Boyle (2015, p. 6) diz, ''do ponto de vista anatômico funcional, é absolutamente essencial ficar em uma perna só. Quantas pernas você usa para correr por vez? Apenas uma''. Assim, compreendemos o porquê de agregar exercícios no apoio

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unipodal. Na Imagem 13, temos a representação do agachamento unilateral, que pertence a esta categoria.

Imagem 13 – Dominante de Joelho: Agachamento Unilateral

Fonte: O Autor

2.4.4 Dominância de quadril

Esta categoria engloba os exercícios de levantamentos terra com perna estendida, tanto unilaterais quanto bilaterais. São complementados também pelos exercícios de ponte. Segundo Boyle (2015), os músculos psoas, ilíaco e glúteo contemplam a responsabilidade em volta do quadril. São eles que executam os movimentos, a estabilidade e a mobilidade desta grande articulação.

Temos uma variedade imensa de exercícios que compões esta categoria. Na Imagem 14, temos a representação de um levantamento terra unilateral. Um exercício de ponte, a flexão com bola feijão está representada na Imagem 15.

Imagem 14 – Dominante de Quadril: Levantamento Terra Unilateral

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Imagem 15 – Dominante de Quadril (Exercício de Ponte): Flexão Bola Feijão

Fonte: O Autor.

2.4.5 Pressão Horizontal e Pressão Vertical

Pressão ou empurrar, são as nomenclaturas utilizadas nesta categoria, subdividida e horizontal e vertical. O empurrar horizontal é composto por como supino e suas variações. D’ Elia (2015, p. 181) complementa, ''empurrar é uma ação de produção de força para afastar algo de perto do corpo ou se afastar de um ponto de direção horizontal ou vertical, ou em qualquer ângulo a partir dele''. Na Imagem 16, temos a representação de uma variação de exercício de empurrar, o supino com barra.

A segunda subdivisão desta categoria se intitula como empurrar vertical. É composta por movimentos de empurrar acima da cabeça. Na Imagem 17, temos o exercício desenvolvimento com barra, que representa esta subcategoria.

Imagem 16 – Pressão Horizontal: Supino com Barra

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Imagem 17 – Pressão Vertical: Desenvolvimento com Barra

Fonte: O Autor.

2.4.6 Puxar horizontal e Puxar Vertical

Uma categoria essencial como todas as outras em um programa de treinamento funcional. As puxadas Horizontais contemplam os exercícios de remada e suas variações. Para a representatividade, temos a Imagem 18 com um exercício de remada utilizando a ferramenta TRX.

As puxadas Verticais são compostas por todos os movimentos de barra fixa com pegada supinada. A Imagem 19 apresenta uma das variações utilizados no treinamento funcional. Segundo D’ Elia (2015, p. 404), ''ao puxar, você está produzindo força para mover um objeto para perto de si ou mover-se para perto de um objeto''.

Imagem 18 – Puxada Horizontal: Remada TRX

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Imagem 19 – Puxada Vertical: Barra fixa Supinada

Fonte: O Autor.

Boyle (2015), enfatiza a grande importância da presença de todos os componentes. A prática deve ser realizado em uma proporção de 1 para 1 entre pressões e puxadas, da mesma forma para dominância de quadril e de joelho, sendo que a realização no treinamento é de preferência duas vezes por semana para cada componente.

2.5 Materiais e ferramentas utilizados no treinamento

A variedade e quantidade de equipamentos para utilização em um Treinamento Funcional são muitos. Para propiciar os movimentos, as estabilizações e complementar o condicionamento de todas capacidades físicas a serem aprimoradas, temos muitas ferramentas e vários acessórios. A seguir, apresento alguns dos objetos pertencentes na utilização do Treinamento Físico Funcional.

2.5.1 TRX (Total Body Resistance Exercise)

Sua tradução apresenta Exercício Total de Resistência do Corpo Inteiro. A TRX é uma fita construída com manoplas e um tecido de alta resistência para treinamento suspenso. Segundo o guia de usuário Suspension Training: Curse (2011), o equipamento foi criado para o fácil transporte e instalação para os soldados da marinha americana por Randy Hetrick, onde poderiam treinar todo o seu corpo apenas com esta ferramenta em qualquer lugar que estivessem.

O que esta ferramenta realmente faz é transformar o peso corporal em uma resistência variável. A intensidade pode ser nivelada pela posição em que o corpo se posiciona para a execução de cada exercício. A Imagem 20 demostra uma Fita de suspensão TRX.

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Imagem 20 – Fita TRX

Fonte: O Autor.

2.5.2 Kettlebell

É uma esfera de ferro fundido com alça, usada para realizar exercícios balísticos que combinam força, resistência e flexibilidade para todo o corpo. Embora é tratada como uma ferramenta nova nos treinamentos modernos, segundo D’Elia (2015), surgiu na Rússia durante o século XVII, onde fazendeiros utilizavam este objeto como contrapeso para equipamentos agrícolas. Assim, mais tarde começaram a utilizar em seus treinamentos.

Esta bola de ferro com alça está no mercado representada por vários tamanhos e pesos diferentes. Na Imagem 21, apresento a imagem de um kettlebell de 12kg.

Imagem 21 – Kettlebell 12kg

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2.5.3 Bola suíça

É uma bola de exercícios físicos feita de material elástico macio com diâmetro de várias formas, variando de 35 a 85cm. Seu preenchimento é feito por ar e é considerada uma ferramenta muito utilizada por fisioterapeutas.

Segundo Carriere e Tanzerberger (1998), o termo ''bola suíça'' surgiu meio a utilização desta ferramenta por fisioterapeutas americanos na América do Norte, logo após testemunharem os benefícios das técnicas aplicadas na Suíça. Para representar ilustrativamente, a Imagem 22 apresenta uma bola suíça no tamanho de 45cm.

Imagem 22 – Bola Suíça 45cm

Fonte: O Autor.

2.5.4 Faixa elástica Thera-band

Faixa elástica que proporciona resistência progressiva, onde possui diversos níveis de força de tensão diferenciadas por cores específicas. Segundo Santos et al. (2009), as faixas elásticas surgiram na década de 80 nos Estados Unidos, dentro de ginásios de recuperação de atletas. Existem 7 cores de faixas elásticas (amarela, vermelha, verde, azul, preta, prata e ouro), onde cada cor representa um nível diferente de resistência.

A resistência do exercício não é caracterizada apenas pela força do Thera-Band, mas também pela distância do ponto de aplicação da resistência à principal articulação envolvida, assim como a direção de aplicação desta resistência. A Imagem 23 apresenta 3 faixas elásticas de Thera-Band.

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Imagem 23 – Thera-Band

Fonte: O Autor.

2.5.5 Medicine Ball

É um equipamento feito de borracha maciça com pesos diferentes, variando de 1 a 10 kg, destinada para exercícios de força e potência. Segundo D’Elia (2015), a Medicine Ball é uma ferramenta fundamental no Treinamento Funcional. Ela se liga ao condicionamento físico geral e a processos adaptativos de movimentos específicos do esporte. Também salienta a utilização para treinamento de movimentos articulares e explosivos, simulando força e velocidade.

A utilização é de grande variância. Exercícios em pé, sentado ou deitado sobre os três planos de movimento: Sagital, Frontal e Transverso. A Imagem 24 apresenta uma Medicine Ball com peso de 4kg.

Imagem 24 – Medicine Ball 4kg

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2.5.6 Slide Board

É uma plataforma deslizante com inúmeras opções de prescrição de exercícios, com meias apropriadas. Surgiu nos anos 90 nos Estados Unidos como um simulador de esqui e patinação. Possuí uma placa com superfície de deslizamento suave. Em cada extremidade, existe uma placa de madeira para realizar força contra e empurrar o corpo na direção oposta. Sua medida varia de 1,5 metros a 2,5 metros de comprimento.

Boyle (2015), enfatiza os benefícios do treinamento com uma plataforma deslizante destacando alguns pontos que julga essenciais. É uma ferramenta que coloca o atleta na posição específica do esporte, quase independente do esporte e enfatiza positivamente os músculos adutores e abdutores. A Imagem 25 apresenta uma plataforma deslizante de 60 cm de largura e 2 metros de comprimento.

Imagem 25 – Slide Board

Fonte: O Autor.

2.5.7 Escada de agilidade

Como o próprio nome diz, além da agilidade pode-se trabalhar coordenação e equilíbrio no treinamento. É uma ferramenta em forma de escada desenhada sobre o chão, com quadrados do mesmo tamanho subsequentes um ao outro. Uma das tarefas mais comuns abrange características de troca de direção rápida do praticante. Segundo D’Elia (2015), o objetivo principal deste exercício é aprimorar a agilidade e a coordenação dos membros inferiores do corpo.

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De um lado para outro, com números específicos de pisadas dentro e fora dos quadrados. A Imagem 26 representa uma escada de agilidade no tamanho de 3 metros de comprimento.

Imagem 26 – Escada Agilidade

Fonte: O Autor.

2.5.8 Trenó

É um equipamento com suporte de pesos para treinamento cardiovascular e força. Seu comprimente pode variar conforme a fabricação. A média é de 1,30 metros de comprimento e altura de 1,15 metros. Possui 4 pés chapados para deslizar sobre a grama sintética. Seu material é constituído de ferro.

No treinamento funcional, ''o trenó com carga ensina atletas fortes a produzir o tipo de força que os move para frente'' (BOYLE, 2015, p. 145). A integração do corpo inteiro para a realização do movimento com velocidade e deslocamento, produz uma grande exigência também do sistema cardiovascular. A Imagem 27 representa um trenó de treinamento funcional.

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Imagem 27 – Trenó

Fonte: O Autor.

2.5.9 Pliometria

Exercícios pliométricos são caracterizados por movimentos potentes e rápidos, onde reproduzem um ciclo de alongamento-encurtamento na musculatura envolvida (D’Elia, 2015). De modo geral, é gerar a maior força possível em menor tempo possível. A pliometria é uma caixa e pode conter variados tamanhos de altura. Esta variância é constituída para progressões dos atletas. Estes exercícios exigem aos alunos ou atletas, que consigam produzir força na velocidade correta.

São utilizados com muita frequência na preparação física de esportes como voleibol, basquetebol, futebol e muitos outros. Na Imagem 28, temos a representação gráfica de uma caixa pliométrica de 30 cm de altura.

Imagem 28 – Pliometria 30cm

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2.5.10 Corda Naval

Um equipamento que gera ondas de intensidade e força nos seus movimentos. ''Caracteriza-se como uma boa ferramenta para explorar o corpo de várias maneiras, trabalhando-o de forma integrada o tempo todo'' (D’ELIA, 2015, p.123). A corda está presente em esportes de escalada, presentes em treinos de forças armadas e se direciona para um condicionamento global e específico.

A Imagem 29 apresenta dois modelos de corda naval. As espessuras variam para criar diferentes intensidades, onde podemos encontrar diversos tamanhos no mercado atual. Na imagem, as cordas possuem 15 metros e uma espessura de 40mm e 50mm respectivamente da esquerda para direita.

Imagem 29 – Corda Naval 40mm / 50mm

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3 PROCESSOS METODOLÓGICOS: AVALIAÇÃO E PRESCRIÇÃO DO TREINAMENTO FUNCIONAL

A presente pesquisa teve como característica uma intervenção prática. O acompanhamento com avaliação e prescrição de treinamento em um estudo de caso. Segundo Damiani (2012, p. 3),

[...] denominam-se intervenções as interferências (mudanças, inovações), propositadamente realizadas, por professores/pesquisadores, em suas práticas pedagógicas. Tais interferências são planejadas e implementadas com base em um determinado referencial teórico e objetivam promover avanços, melhorias, nessas práticas, além de pôr à prova tal referencial, contribuindo para o avanço do conhecimento sobre os processos de ensino/aprendizagem neles envolvidos.

Neste contexto, foi acompanhado um caso particular com um sistema determinado, buscando os resultados comparativos referente aos métodos e as aplicações realizadas. Conforme Yin (2015), estudo de caso é munido por várias formas de execução. Entre elas, temos experimentos, levantamentos, análise de arquivos e outros. As características principais deste método de pesquisa é relacionar o assunto à questões que buscam ''como?'' ou ''por quê?'' determinadas ações acontecem, explicando sua composição e interferência frente aos processos analisados.

A amostra deste estudo foi constituída por uma aluna ativa da Academia de Treinamento Funcional Estação Fitness, localizada na Rua Dr. Pestana, 453 em Ijuí. A idade da participante é de 24 anos, onde possui uma frequência ativa de exercícios físicos de 3 meses interruptos. A mesma não apresentava patologias limitantes para prática de exercícios físicos. Os seus objetivos relacionados com a prática do Treinamento Funcional é uma busca melhor pela qualidade de vida. Neste contexto, também diminuir o percentual de gordura, cujo fator é essencial para a saúde. Tudo isso, juntamente com o ganho de massa muscular, que é importante para o desenvolvimento de atividades da vida diária e seu sistema imunológico.

Para a coleta das informações foram selecionados os seguintes instrumentos: fita antropométrica e plicômetro para avaliação antropométrica e densidade corporal. O treinamento foi baseado no método de treinamento funcional proposto por Boyle (2015), que determina os padrões de movimento e exercícios a serem executados.

Primeiramente foi selecionado aleatoriamente 1 aluna do sexo feminino com no mínimo três meses de atividade física interrupta. Na sequência, foi realizada a avaliação corporal para a coleta de dados com objetivo comparativo no final do treinamento. A participante recebeu e assinou um termo de consentimento Livre e esclarecido para autorizar sua participação no estudo, sabendo de todas as etapas a serem realizadas.

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Os dados foram analisados por meio de comparação de medidas antropométricas, do percentual de gordura e massa magra. Uma tabela A com todos os dados iniciais foram comparados com uma tabela B, contendo todos os dados adquiridos no final do treinamento.

O sistema de avalição da composição corporal da participante do estudo foi realizado apenas por um único avaliador. Foi registrada as medidas antropométricas com um fita métrica de 1,5 metros (Apêndice B). Os segmentos medidos foram o ombro, o peitoral, os braços, a cintura, o abdômen, o quadril, as coxas e as panturrilhas da participante, seguindo o protocolo dos perímetros mais utilizados na Educação Física segundo Martins e Giannichi (1998).

O peso foi medido em balança digital da marca Cadence (Apêndice C). Para completar a avaliação corporal foi realizada as medidas das dobras cutâneas com a finalidade de encontrar a densidade corporal com um adipômetro Top Tec Cescorf (Apêndice A), usando o protocolo de Jackson e Pollok (1978), sete dobras cutâneas (DC): Subescapular, axilar média, tríceps, coxa, supra-ilíaca, abdômen e peitoral. E posteriormente calculado o percentual de gordura com a fórmula de Siri (1961), (%G = [(4,95/Densidade Corporal) - 4,50] x 100), dentro do software Excel versão 2010, com a planilha Cescorf-Excel. Esta planilha está disponível no site do desenvolvedor do plicômetro em download grátis (endereço de download: www.cescorfsoftware.com.br/app.images/garantia.xlsx), para auxiliar os cálculos de percentual de gordura.

A prescrição e programação do treinamento funcional foi efetuada para oito semanas em dois treinos diferentes. Conforme Bompa (2002, p.197), ''na metodologia do treinamento, macrociclo é uma fase de duas a seis semanas'', relacionando ao tempo de planejamento e periodização de um treinamento. O treino foi programado com uma duração de uma hora. A execução foi realizada três vezes por semana, sendo segunda, quarta e sexta os dias do treinamento. Todos, foram praticados no período da manhã, entre o horário das nove e dez horas.

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4 ANÁLISE DOS DADOS: COLETA DO PRÉ E PÓS-TREINAMENTO

A proposta metodológica do treinamento funcional tem um enorme escopo correlacionado aos exercícios livres e que apresentam determinadas funções para o nosso corpo. A literatura provém de uma grandiosa e construtiva produção cientifica nos últimos anos dentro deste tema. Neste contexto, nosso entendimento torna-se mais claro, fácil e aberto a novas pesquisas para evoluir em conhecimento.

O treinamento prescrito nesta intervenção seguiu rigorosamente os processos de construção apontados por Boyle (2015). Todos os padrões de movimento e as capacidades físicas do corpo humano foram abordadas significativamente.

Os dados avaliativos são essenciais para identificar os resultados de nossas intervenções. Atualmente, temos disponíveis várias formas e diferentes protocolos destinados a realização de procedimentos avaliativos.

Seguindo o protocolo de Martins e Giannichi (1998), as medidas antropométricas realizadas no pré e pós-treinamento projetam as mudanças ocorridas frente o processo prático. Uma forma de visualizarmos detalhadamente os segmentos corporais, colaborando para veridicidade do estudo e sua relevância social.

As dobras cutâneas como segunda fonte de avaliação, em busca da densidade corporal e percentual de gordura, complementa os dados e uma análise minuciosa sobre os efeitos do treinamento no corpo do indivíduo. O protocolo de Jackson e Pollok (1978), contribuiu de forma eficaz no cálculo e representação de cada dado coletado.

Inicialmente, o pré-treinamento foi marcado pela primeira avaliação antropométrica com medição do perímetro corporal e dobras cutâneas da participante. Este processo avaliativo ocorreu no dia quatro de setembro de 2016. A aluna não realizou nenhuma atividade física neste dia. Os dados resultantes das medidas antropométricas e do percentual de gordura calculado pelo software Cescorf-Excel 2010 são apresentados abaixo (figura 1).

A prescrição do Treinamento Funcional da participante foi realizado de acordo com seu nível de condicionamento físico. Primeiramente, foi selecionado todos os exercícios que contemplavam o trabalho completo dos padrões de movimento compostos na metodologia do Treinamento Funcional apontada por Boyle (2015). Em seguida, realizado a distribuição para dois treinos distintos e um terceiro treino mesclado sobre os primeiros.

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Figura 1 – Avaliação Pré-Treinamento

Fonte: O Autor.

A prescrição se ligou a dois macrociclos de quatro semanas, totalizando oito semanas de treinamento avaliativo. As séries e repetições foram pré-determinadas antes do início de cada etapa. O período de aplicação aconteceu entre o dia 5 de setembro de 2016 a 28 de outubro de 2016.

O primeiro treinamento prescrito referente as quatro semanas iniciais da intervenção, está representado abaixo (tabela 1). O modelo segue as informações dos exercícios aplicados e distribuídos semanalmente. A ficha apresenta a divisão de três treinos, sendo cada um deles executados uma vez por semana. Entre os mesmos, está toda a subdivisão e distribuição proporcional sobre padrões de movimento e capacidades físicas específicas.

A participante não encontrou dificuldades na execução dos treinos. Todos os exercícios foram feitos corretamente e de acordo com o planejamento. Ao decorrer das semanas, a evolução frente ao processo de treinamento foi visível utilizando o princípio da sobrecarga. A quarta semana finalizou a primeira parte do programa como se esperava, superando progressões, cargas e adaptação muscular para realizar a troca de estímulo.

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Tabela 1 – Tabela de Treino: 1º Macrociclo

Fonte: O Autor.

A participante não encontrou dificuldades na execução dos treinos. Todos os exercícios foram feitos corretamente e de acordo com o planejamento. Ao decorrer das semanas, a evolução frente ao processo de treinamento foi visível utilizando o princípio da sobrecarga. A quarta semana finalizou a primeira parte do programa como se esperava, superando progressões, cargas e adaptação muscular para realizar a troca de estímulo.

O segundo macrociclo de quatro semanas iniciado no mês de outubro, conta com algumas progressões diretamente relacionadas ao treinamento anterior. Um avanço na aplicação de cargas e intensidade ocorreu de acordo com a evolução da participante. Neste período, a participante apresentou bom desempenho nas atividades. Conforme D’Elia (2013), todos os movimentos e padrões treinados fazem com que nosso corpo seja capaz de produzir movimentos mais eficientes e consequentemente melhoram nosso desempenho.

Este segundo macrociclo elevou o nível de intensidade conforme a melhora física significativa da participante do estudo. Na mesma linha, este segundo planejamento segue com três treinos, onde cada um é realizado três vezes por semana. A prescrição desta etapa está representada abaixo (tabela 2).

Ao término do segundo macrociclo foi finalizado o planejamento da intervenção prática proposta pela pesquisa. A partir daí, foi retomado o processo avaliativo para comparação dos efeitos gerados pelo treinamento. A segunda avaliação ocorreu pelo mesmo avaliador.

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Seguindo de medidas antropométricas e dobras cutâneas para os cálculos de densidade corporal e percentual de gordura do indivíduo.

Tabela 2 – Tabela de Treino: 2º Macrociclo

Fonte: O Autor.

A última avaliação ocorreu no dia 29 de outubro de 2016. Todos os dados adquiridos sobre perímetros, dobras cutâneas e cálculos do percentual de gordura estão apresentados abaixo (figura 2). Esta, caracterizada pelo pós treinamento de dois macrociclos que totalizaram oito semanas.

As medidas coletadas do perímetro corporal colaboram significativamente dentro do processo avaliativo sobre a composição corporal do indivíduo. Os números que este componente apresenta podem ser facilmente comparados e identificados sobre as mudanças físicas no corpo do avaliado.

Neste contexto, para uma melhor visualização e comparação destes valores, os dados do perímetro corporal obtido tanto antes quanto ao final do treinamento podem ser comparados e analisados abaixo (tabela 3).

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Figura 2 – Avaliação Pós-Treinamento

Fonte: O Autor.

Tabela 3 – Perímetro Corporal no Pré e Pós-Treinamento

PERÍMETROS

PRÉ TREINAMENTO

PÓS TREINAMENTO

QUADRIL

90 cm

86 cm

PERNA (Panturrilha)

32 cm

31 cm

COXA

55 cm

54 cm

ABDOMINAL

90 cm

84 cm

ANTE-BRAÇO

22 cm

22 cm

BRAÇO

28 cm

24 cm

CINTURA

87 cm

81 cm

OMBRO

102 cm

99 cm

PEITORAL

96 cm

92 cm

Fonte: O Autor.

Todas as partes corporais avaliadas por antropometria com exceção do antebraço obtiveram redução. Podemos observar que as medidas do quadril, abdômen, da cintura, do braço e do peitoral tiveram uma diferença com valores maiores, sendo mais significativas. Na

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mesma linha, as medidas coletadas pelas dobras cutâneas renderam valores para a determinação da densidade corporal da participante, que posteriormente foi calculado seu percentual de gordura. Abaixo (tabela 4), podemos analisar as medições relativas das dobras cutâneas, coletadas no pré e pós-treinamento.

Tabela 4 – Dobras Cutâneas no Pré e Pós-Treinamento

DOBRAS CUTÂNEAS

PRÉ TREINAMENTO

PÓS TREINAMENTO

TRÍCEPS

25,5 mm

21,5 mm

ESCAPULAR

26 mm

21 mm

AXILAR MÉDIA

17,2 mm

14 mm

SUPRA-ILÍACA

25 mm

20 mm

ABDOMINAL

28 mm

20 mm

QUADRÍCEPS

43 mm

35 mm

PEITORAL

27,2 mm

22 mm

Fonte: O Autor.

Entre as dobras cutâneas, temos a maior redução na abdominal e quadríceps com 8 mm. Entre as demais, todas reduziram acima de 3,2 mm até 5,2 mm, caracterizando uma boa resposta frente ao exercício desempenhado.

Sequencialmente está representado o comparativo entre o percentual de gordura inicialmente apresentado pela participante, com o percentual mensurado pela avaliação final do pós treinamento. Estes valores representam de forma caracteriza a essência da pesquisa que se baseou nos efeitos do treinamento frente a composição corporal do indivíduo. Todos os dados adquiridos e calculados obtiveram os seguintes resultados (tabela 5).

Tabela 5 – Percentual de Gordura no Pré e Pós-Treinamento

% DE GORDURA

PRÉ TREINAMENTO

PÓS TREINAMENTO

% GORDURA CORPORAL

30,6 %

25,8 %

% GORDURA SOBRANDO

14,6 %

9,8 %

% GORDURA IDEAL

16 %

16 %

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Os resultados apontados ao final do processo avaliativo indicaram uma redução significativa do percentual de gordura da participante da pesquisa. Assim como Pereira et al. (2012), Neves et al. (2014) e Moreira e Borges (2015), a aplicação do Treinamento Físico Funcional apresentou índices significativos na diminuição deste componente da composição corporal.

Desta forma, o objetivo central do estudo se deu como positivo quando comparado os valores resultantes adquiridos no final da intervenção. O Treinamento Físico Funcional mostrou-se um método eficaz, variado e sólido em sua aplicação. Com propósitos metodológicos específicos e reais, que apresentou um resultado esperado pelo sujeito.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Enfrentamos diariamente uma rotina de tarefas e compromissos individuais. Junto a isso, estamos vulneráveis a lesões, doenças e fatores de risco. Para qualquer um desses componentes, o exercício físico é uma forma central de prevenção. Os índices de obesidade e sedentarismo crescem em nosso país, abrindo portas para uma intervenção profissional voltada ao combate, ao tratamento e principalmente a precaução como um estilo de vida ativo e saudável sobre atividades físicas. A necessidade de criar uma cultura saudável e sólida sobre a prática de exercícios é um desafio para o Educador Físico em todos os lugares em que se encontra.

O Treinamento Físico Funcional é um método recente dentro do mercado fitness nacional. Sua centralidade volta-se para o desempenho das habilidades físicas do corpo humano. Com isso, aplicamos dentro de um espaço de treinamento sua metodologia inclinando-se para os objetivos individuais de cada sujeito.

A proposta de uma forma prática de exercícios diferenciados, específicos e baseado na anatomia humana enriquece a sua estrutura metodológica. A comunidade científica começa a receber seus estudos como aqui estamos, a fim de contribuir, informar e encontrar respostas relevantes para nossa sociedade.

Vivemos em uma globalização mecânica sobre o trabalho dia após dia, perdendo na maioria dos casos, nossas referências anatômicas e movimentos gerais do nosso corpo que não utilizamos. É neste contexto que necessitamos de exercícios livres, funcionais e complexos sobre nossas capacidades físicas. Com objetivo de manter nosso organismo funcionando conforme sua própria aptidão física foi gerada para produzir, em níveis saudáveis.

Como complementam Teixeira e Evangelista (2014), o Treinamento Físico Funcional busca o aprimoramento das funções vitais do nosso corpo. E o desenvolvimento específico de movimentos que contemplam nossas atividades da vida diária (TEÔTONIO et al., 2014). Nesta linha, temos um direcionamento conceitual para um fim prático específico, a fim de promover saúde e conquistar objetivos individuais.

O treinamento executado na prática explicitou a realidade que o método envolve. Os conceitos teóricos fundamentados tornaram-se evidentes pela intervenção. O encaixe dos padrões de movimento, suas proporções dentro da prescrição até a execução de cada exercício, apresentou a forma clara da metodologia, evidenciando a real proposta e forma de trabalho do Treinamento Físico Funcional.

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A variância dos exercícios constrói uma nova visão de treinar. A monotonia ou repetitividade não fazem parte deste tipo de prática. Um ponto crucial para esta analogia pode ser explicada pelo dinamismo em que os componentes indicadores do treino são propostos. A partir do momento em que não entramos apenas como produtores de força e sim, como condutores, estabilizadores e dominantes do início ao fim de qualquer movimento complexo. Isto, nos coloca em uma posição não repetitiva constantemente, ao ponto de utilizarmos todas nossas habilidades criando muitas fontes de informação. Ao mesmo tempo, geramos interação e produtividade neurológica, utilizando mais energia, conhecimento e evolução corporal.

Cada exercício livre treinado e executado exige diversas capacidades físicas em completo funcionamento interligadas. Este fator envolve nosso organismo de forma que trabalhe em conjunto e exige claramente uma harmonia entre nossas dez capacidades físicas. Algumas com mais exigência em certos casos ou menos em outros momentos. Ao final, temos a clareza sobre a importância de um treinamento completo, e enxergamos uma grande perda calórica, uma grande requisição de trabalho muscular e desenvolvimento integral dos sistemas do corpo humano.

As ferramentas que agregam e formam o Treinamento Físico Funcional possuem uma diversidade grandiosa. Além disso, cada um possuí uma universalidade de opções de diferentes exercícios e formas de execução, permitindo criatividade, variabilidade e uma enorme diferenciação sobre outros métodos de treinamento.

Os resultados finais da intervenção foram animadores, da mesma forma como todo progresso das oito semanas planejadas para o desenvolvimento prático. As aulas ocorreram conforme o programa criado inicialmente. O método se mostrou cada vez mais interativo e diversificado para o sujeito. As dificuldades de maior percepção ficaram por conta de um alinhamento, de uma integração coordenada que este tipo de treinamento exige. Neste contexto, como indica Corezola (2015), onde cada gesto motor de cada capacidade física é solicitado, trabalhando o corpo humano como um todo, de forma integral e ligada na forma de melhorar nosso desempenho.

Todos os processos contribuíram para elevarmos o gasto calórico, o trabalho muscular, o desempenho sobre a prática influenciando de forma significativa a manipulação da composição corporal do indivíduo. As diferenças avaliativas sobre o pré e pós-treinamento apresentaram resultados significativos para a pesquisa. A intervenção cumpriu com seus objetivos pressupostos, coletando ao final de sua execução dados que surpreenderam as expectativas geradas anteriormente.

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De fato, podemos concluir que o Treinamento Físico Funcional contribuiu de forma objetiva e eficaz sobre a composição corporal do indivíduo. O objetivo foi alcançado demonstrando redução significativa do percentual de gordura corporal da participante do estudo. O método apresentou-se como uma opção criativa e diferenciada para exercícios físicos, resgatando nossa anatomia funcional e abrindo um leque de diferentes possibilidades. A abrangência global sobre capacidades físicas permite um treinamento específico para modalidades esportivas, já que o desempenho é uma centralidade tanto na metodologia quanto no desporto.

Não foi relatado monotonia qualquer sobre o treinamento pela participante. Seus treinos eram interativos, dinâmicos e ao mesmo tempo desafiadores. Isso torna o ato de treinar mais propício ao sucesso. Contudo, precisamos de mais estudos científicos voltados para esta modalidade. Prescrições a médio e longo prazo, tanto sobre a composição corporal como outros objetivos que sejam relevantes para a saúde, qualidade de vida ou desempenho atlético.

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Referências

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