A proposta metodológica do treinamento funcional tem um enorme escopo correlacionado aos exercícios livres e que apresentam determinadas funções para o nosso corpo. A literatura provém de uma grandiosa e construtiva produção cientifica nos últimos anos dentro deste tema. Neste contexto, nosso entendimento torna-se mais claro, fácil e aberto a novas pesquisas para evoluir em conhecimento.
O treinamento prescrito nesta intervenção seguiu rigorosamente os processos de construção apontados por Boyle (2015). Todos os padrões de movimento e as capacidades físicas do corpo humano foram abordadas significativamente.
Os dados avaliativos são essenciais para identificar os resultados de nossas intervenções. Atualmente, temos disponíveis várias formas e diferentes protocolos destinados a realização de procedimentos avaliativos.
Seguindo o protocolo de Martins e Giannichi (1998), as medidas antropométricas realizadas no pré e pós-treinamento projetam as mudanças ocorridas frente o processo prático. Uma forma de visualizarmos detalhadamente os segmentos corporais, colaborando para veridicidade do estudo e sua relevância social.
As dobras cutâneas como segunda fonte de avaliação, em busca da densidade corporal e percentual de gordura, complementa os dados e uma análise minuciosa sobre os efeitos do treinamento no corpo do indivíduo. O protocolo de Jackson e Pollok (1978), contribuiu de forma eficaz no cálculo e representação de cada dado coletado.
Inicialmente, o pré-treinamento foi marcado pela primeira avaliação antropométrica com medição do perímetro corporal e dobras cutâneas da participante. Este processo avaliativo ocorreu no dia quatro de setembro de 2016. A aluna não realizou nenhuma atividade física neste dia. Os dados resultantes das medidas antropométricas e do percentual de gordura calculado pelo software Cescorf-Excel 2010 são apresentados abaixo (figura 1).
A prescrição do Treinamento Funcional da participante foi realizado de acordo com seu nível de condicionamento físico. Primeiramente, foi selecionado todos os exercícios que contemplavam o trabalho completo dos padrões de movimento compostos na metodologia do Treinamento Funcional apontada por Boyle (2015). Em seguida, realizado a distribuição para dois treinos distintos e um terceiro treino mesclado sobre os primeiros.
Figura 1 – Avaliação Pré-Treinamento
Fonte: O Autor.
A prescrição se ligou a dois macrociclos de quatro semanas, totalizando oito semanas de treinamento avaliativo. As séries e repetições foram pré-determinadas antes do início de cada etapa. O período de aplicação aconteceu entre o dia 5 de setembro de 2016 a 28 de outubro de 2016.
O primeiro treinamento prescrito referente as quatro semanas iniciais da intervenção, está representado abaixo (tabela 1). O modelo segue as informações dos exercícios aplicados e distribuídos semanalmente. A ficha apresenta a divisão de três treinos, sendo cada um deles executados uma vez por semana. Entre os mesmos, está toda a subdivisão e distribuição proporcional sobre padrões de movimento e capacidades físicas específicas.
A participante não encontrou dificuldades na execução dos treinos. Todos os exercícios foram feitos corretamente e de acordo com o planejamento. Ao decorrer das semanas, a evolução frente ao processo de treinamento foi visível utilizando o princípio da sobrecarga. A quarta semana finalizou a primeira parte do programa como se esperava, superando progressões, cargas e adaptação muscular para realizar a troca de estímulo.
Tabela 1 – Tabela de Treino: 1º Macrociclo
Fonte: O Autor.
A participante não encontrou dificuldades na execução dos treinos. Todos os exercícios foram feitos corretamente e de acordo com o planejamento. Ao decorrer das semanas, a evolução frente ao processo de treinamento foi visível utilizando o princípio da sobrecarga. A quarta semana finalizou a primeira parte do programa como se esperava, superando progressões, cargas e adaptação muscular para realizar a troca de estímulo.
O segundo macrociclo de quatro semanas iniciado no mês de outubro, conta com algumas progressões diretamente relacionadas ao treinamento anterior. Um avanço na aplicação de cargas e intensidade ocorreu de acordo com a evolução da participante. Neste período, a participante apresentou bom desempenho nas atividades. Conforme D’Elia (2013), todos os movimentos e padrões treinados fazem com que nosso corpo seja capaz de produzir movimentos mais eficientes e consequentemente melhoram nosso desempenho.
Este segundo macrociclo elevou o nível de intensidade conforme a melhora física significativa da participante do estudo. Na mesma linha, este segundo planejamento segue com três treinos, onde cada um é realizado três vezes por semana. A prescrição desta etapa está representada abaixo (tabela 2).
Ao término do segundo macrociclo foi finalizado o planejamento da intervenção prática proposta pela pesquisa. A partir daí, foi retomado o processo avaliativo para comparação dos efeitos gerados pelo treinamento. A segunda avaliação ocorreu pelo mesmo avaliador.
Seguindo de medidas antropométricas e dobras cutâneas para os cálculos de densidade corporal e percentual de gordura do indivíduo.
Tabela 2 – Tabela de Treino: 2º Macrociclo
Fonte: O Autor.
A última avaliação ocorreu no dia 29 de outubro de 2016. Todos os dados adquiridos sobre perímetros, dobras cutâneas e cálculos do percentual de gordura estão apresentados abaixo (figura 2). Esta, caracterizada pelo pós treinamento de dois macrociclos que totalizaram oito semanas.
As medidas coletadas do perímetro corporal colaboram significativamente dentro do processo avaliativo sobre a composição corporal do indivíduo. Os números que este componente apresenta podem ser facilmente comparados e identificados sobre as mudanças físicas no corpo do avaliado.
Neste contexto, para uma melhor visualização e comparação destes valores, os dados do perímetro corporal obtido tanto antes quanto ao final do treinamento podem ser comparados e analisados abaixo (tabela 3).
Figura 2 – Avaliação Pós-Treinamento
Fonte: O Autor.
Tabela 3 – Perímetro Corporal no Pré e Pós-Treinamento
PERÍMETROS
PRÉ TREINAMENTO
PÓS TREINAMENTO
QUADRIL
90 cm
86 cm
PERNA (Panturrilha)
32 cm
31 cm
COXA
55 cm
54 cm
ABDOMINAL
90 cm
84 cm
ANTE-BRAÇO
22 cm
22 cm
BRAÇO
28 cm
24 cm
CINTURA
87 cm
81 cm
OMBRO
102 cm
99 cm
PEITORAL
96 cm
92 cm
Fonte: O Autor.Todas as partes corporais avaliadas por antropometria com exceção do antebraço obtiveram redução. Podemos observar que as medidas do quadril, abdômen, da cintura, do braço e do peitoral tiveram uma diferença com valores maiores, sendo mais significativas. Na
mesma linha, as medidas coletadas pelas dobras cutâneas renderam valores para a determinação da densidade corporal da participante, que posteriormente foi calculado seu percentual de gordura. Abaixo (tabela 4), podemos analisar as medições relativas das dobras cutâneas, coletadas no pré e pós-treinamento.
Tabela 4 – Dobras Cutâneas no Pré e Pós-Treinamento
DOBRAS CUTÂNEAS
PRÉ TREINAMENTO
PÓS TREINAMENTO
TRÍCEPS
25,5 mm
21,5 mm
ESCAPULAR
26 mm
21 mm
AXILAR MÉDIA
17,2 mm
14 mm
SUPRA-ILÍACA
25 mm
20 mm
ABDOMINAL
28 mm
20 mm
QUADRÍCEPS
43 mm
35 mm
PEITORAL
27,2 mm
22 mm
Fonte: O Autor.Entre as dobras cutâneas, temos a maior redução na abdominal e quadríceps com 8 mm. Entre as demais, todas reduziram acima de 3,2 mm até 5,2 mm, caracterizando uma boa resposta frente ao exercício desempenhado.
Sequencialmente está representado o comparativo entre o percentual de gordura inicialmente apresentado pela participante, com o percentual mensurado pela avaliação final do pós treinamento. Estes valores representam de forma caracteriza a essência da pesquisa que se baseou nos efeitos do treinamento frente a composição corporal do indivíduo. Todos os dados adquiridos e calculados obtiveram os seguintes resultados (tabela 5).
Tabela 5 – Percentual de Gordura no Pré e Pós-Treinamento
% DE GORDURA
PRÉ TREINAMENTO
PÓS TREINAMENTO
% GORDURA CORPORAL
30,6 %
25,8 %
% GORDURA SOBRANDO
14,6 %
9,8 %
% GORDURA IDEAL
16 %
16 %
Os resultados apontados ao final do processo avaliativo indicaram uma redução significativa do percentual de gordura da participante da pesquisa. Assim como Pereira et al. (2012), Neves et al. (2014) e Moreira e Borges (2015), a aplicação do Treinamento Físico Funcional apresentou índices significativos na diminuição deste componente da composição corporal.
Desta forma, o objetivo central do estudo se deu como positivo quando comparado os valores resultantes adquiridos no final da intervenção. O Treinamento Físico Funcional mostrou-se um método eficaz, variado e sólido em sua aplicação. Com propósitos metodológicos específicos e reais, que apresentou um resultado esperado pelo sujeito.