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Análise sobre a associação entre a personalidade e a morfologia dental

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Academic year: 2021

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Sândyla Prata Paixão

ANÁLISE SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE A PERSONALIDADE E A MORFOLOGIA DENTAL

Dissertação submetida ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Odontologia, Área de Concentração Clínicas Odontológicas. Orientadora: Profª. Drª. Renata Gondo Machado Co-orientadora: Profª. Drª. Beatriz A. C. de Barros

Florianópolis 2019

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Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,

através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC.

Paixão, Sândyla

ANÁLISE SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE A PERSONALIDADE E A MORFOLOGIA DENTAL / Sândyla Paixão ; orientador, Renata Gondo Machado, coorientador, Beatriz Álvares Cabral de Barros, 2019.

75 p.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós Graduação em Odontologia, Florianópolis, 2019.

Inclui referências.

1. Odontologia. 2. Odontologia. 3. Morfologia Dental. 4. Personalidade. 5. Incisivo Central Superior. I. Gondo Machado, Renata . II. Álvares Cabral de Barros, Beatriz . III. Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Odontologia. IV. Título.

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Sândyla Prata Paixão

ANÁLISE SOBRE A ASSOCIAÇÃO ENTRE A PERSONALIDADE E A MORFOLOGIA DENTAL

O presente trabalho em nível de mestrado foi avaliado e aprovado por banca examinadora composta pelos seguintes membros:

________________________ Prof. Dr. Sylvio Monteiro Junior Universidade Federal de Santa Catarina

________________________

Profª. Drª. Alaíde Hermínia de Aguiar Oliveira Universidade Federal de Sergipe

Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado adequado para obtenção do título de Mestre em Odontologia.

________________________ Profª. Drª. Elena Riet Correa Rivero

Coordenadora do Programa

________________________ Profª. Drª. Renata Gondo Machado

Orientadora

Universidade Federal de Santa Catarina

Florianópolis, 2019 Renata

Gondo:69576696100

Assinado de forma digital por Renata Gondo:69576696100 Dados: 2019.10.04 15:01:24 -03'00'

Elena Riet Correa Rivero:69108390053

Assinado de forma digital por Elena Riet Correa Rivero:69108390053 Dados: 2019.10.07 08:10:50 -03'00'

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Dedico este trabalho aos meus pais, Júlia e José, e às minhas irmãs, Sátya e

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AGRADECIMENTOS

Desde criança sempre admirei meus professores e durante a graduação fui despertando para o desejo de poder retribuir o que recebi ao longo da minha vida como estudante. A fase do mestrado foi marcada por muitos aprendizados na área acadêmica e principalmente, pessoal. Durante esse processo, diariamente meus limites foram testados e superados. De modo que, aos poucos, fui me tornando mais resiliente e forte. Enfrentar esses desafios só foi possível porque eu nunca estive sozinha.

Agradeço, primeiramente, a Deus (a energia sublime que está presente em mim e em todos os seres) e à minha família que nunca mediu esforços para eu pudesse correr atrás dos meus sonhos. Ao meu painho, José, meu maior exemplo de simplicidade, de paz, de dedicação ao próximo e à espiritualidade. Obrigada por me trazer pra racionalidade nos momentos que a saudade bateu mais forte. À minha mainha, Júlia, meu maior exemplo de perseverança, uma super guerreira, que faz o impossível para que suas três filhas tenham as melhores oportunidades e sejam felizes. Obrigada por sempre me manter nutrida de muito amor e carinho e por sempre acreditar, muito mais que eu mesma, nas minhas capacidades. Ao meu segundo pai, João, obrigada por todo zelo e carinho conosco. Aos meus avós (i.m.), minhas maiores saudades, sei que estariam muito contentes com a conquista da netinha. Em especial ao vovô Paixão (i.m.), o grande incentivador dos estudos. E as minhas maninhas, Sasa e Thanynha, não sei o que seria de mim sem vocês. Morar longe de vocês, me mostrou o quanto somos unidas e o quanto posso contar com vocês. Obrigada por sofrerem e comemorarem comigo cada etapa, vocês sempre serão minhas melhores amigas.

Aos meus tios e tias, especialmente à tia Maria e tia Vânia e aos primos, Quel,

Nené, Guinho, Lan, Leozinho, que sempre se mantiveram presentes, preocupados,

torcendo e me ajudando de inúmeras formas.

À minha psicóloga Laudcéia, principalmente no início dessa jornada, seu apoio foi essencial para o meu equilíbrio mental e emocional.

Agradeço às amigas de Aracaju, que participaram dessa caminhada, em especial, a Aninha, Lavi, Jane, Liz, Ingrid, Suellen, Gabas, Camila, Jéssika e Tay. E aos queridos amigos que a ilha me deu, minha família em Floripa, Dona Graça, Thaís, Cris,

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Izabela e Bruna, o apoio e incentivo de vocês foram fundamentais para que esse processo

se tornasse mais leve e prazeroso.

E às minhas duas turmas oficiais do mestrado. Na primeira, Fábio, Bruna, Joana,

Renato, Luiza e Nathália, e a segunda, Paulo e Marília, agradeço por dividirem os

momentos alegres e os estressantes, pelas aulas e sessões fotográficas marcadas de ricas discussões, muitas invenções, risadas e frustrações, que cominaram na nossa constante evolução e superação. E agradeço à minha terceira turma, na qual sou intrusa, Djamily,

Roberta, Luan e José, pela amizade e por receberem minhas contribuições com tanto

carinho e humildade.

E aos professores, com os quais tive o privilégio de conhecer, conviver e aprender ao longo desse processo, em especial aos professores Luiz Baratieri, Sheila Stolf,

Beatriz Barros, Jussara Bernardon, Carolina Baratieri, Silvana Batalha, Guilherme Lopes e Mauro Andrada, obrigada por contribuírem para o meu crescimento, todos

vocês são grandes inspirações para mim.

Ao professor Sylvio Monteiro, agradeço pelo incrível exemplo de disposição, humildade e profissionalismo, e pela vontade em ver todos se desenvolverem e serem felizes. O Sr. foi uma das pessoas mais importantes para que eu me sentisse bem e feliz em Florianópolis. Obrigada pela amizade e pela generosidade em dividir seu conhecimento conosco.

À professora Renata Gondo, minha orientadora, a quem tenho muito apreço e admiração. A senhora é uma grande inspiração. O seu nível de exigência é proporcional a sua dedicação, conviver contigo está contribuindo para que eu me torne a profissional competente e dedicada que eu almejo ser. Muito obrigada por ter aberto as portas para mim e por seu incentivo e apoio irrestrito.

E aos Professores Alaíde, Adriano e Rosa, agradeço pela inspiração, amizade, conselhos e pelas oportunidades que me estimulam muito nessa linda, árdua e gratificante caminhada!

Sempre que eu voltava de Aracaju, minha cidade amada, eu precisava racionalizar os motivos que me levavam a querer continuar nessa jornada. E dentre todos os ganhos e perdas, o que sobressaía era a OPORTUNIDADE que eu estava tendo. Oportunidade de aprendizados acadêmicos e pessoais e, principalmente, de conhecer e conviver com pessoas incríveis.

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A todos vocês que fizeram parte desse lindo processo, meu muito

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“Só podemos dizer que

estamos vivos nos

momentos em que nosso coração está consciente

dos tesouros que

possui.”

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PAIXÃO, S.P. Análise sobre a associação entre a personalidade e a morfologia

dental. 2019. p.75. Dissertação (Mestrado na área de concentração Clínicas

Odontológicas) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

RESUMO

A personalidade é citada corriqueiramente como um importante parâmetro no planejamento estético. Por outro lado, o formato dental é o principal fator que deve ser considerado para obtenção de sucesso em restaurações estéticas. Até o presente momento, não há estudos que avaliem a associação entre a personalidade e a morfologia dental. Este estudo foi realizado com o objetivo de analisar a associação entre a personalidade e a morfologia dos incisivos centrais superiores. Para isso, foram selecionados 124 participantes e aplicado um questionário dividido em três etapas. Na primeira, foi realizada uma auto-avaliação estética do sorriso, dividindo os participantes em dois grupos: (S) satisfeitos com a forma e (I) insatisfeitos com a forma dos dentes. Em seguida, para determinação da personalidade, foi respondido um teste do Eneagrama. E na última etapa, os participantes escolheram, dentre 3 imagens de modelos, a morfologia dental (oval, quadrada ou triangular) mais agradável em sua percepção. Além disso, foi realizado um protocolo fotográfico (vista frontal do rosto e vestibular dos dentes anteriores superiores) de todos participantes para análise da forma facial e dos incisivos centrais. Os dados obtidos foram analisados no programa estatístico SPSS, e o teste Qui-quadrado foi utilizado para verificar a associação entre as variáveis. Como resultados, na autosatifação estética do sorriso, 96 participantes se declararam satisfeitos com a forma dos dentes (S) e 28 insatisfeitos (I). As frequências da morfologia dental escolhida, morfologia dental natural e formato da face, foram: oval (30, 55 e 80), quadrada (8, 52 e 33) e triangular (66, 17 e 11), respectivamente. No grupo (S), houve associação entre a morfologia natural e escolhida, e no grupo (I), não houve associação entre as morfologias. O formato da face e personalidade não apresentaram associação com a morfologia dental natural e escolhida. Sendo assim, foi possível concluir que não existe associação entre a personalidade e a morfologia dental natural e escolhida, e que o paciente deve ter participação ativa na determinação da morfologia dental nos tratamentos estéticos, e não incumbir essa função apenas ao cirurgião-dentista e técnico em prótese.

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PAIXÃO, S.P. Analysis of the association between personality and dental

morphology. 2019. p.75. Dissertação (Mestrado na área de concentração Clínicas

Odontológicas) – Programa de Pós-Graduação em Odontologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis.

ABSTRACT

Personality is commonly cited as an important parameter in aesthetic planning. On the other hand, dental shape is the main factor that must be considered for successful aesthetic restorations. To date, there are no studies evaluating the influence of personality on dental morphology. This study was carried out with the objective of analyzing the association between the personality and the morphology of the upper central incisors. For this, 124 participants were selected and a questionnaire divided into three stages was applied. In the first one, an aesthetic smile self-assessment was performed, dividing the participants into two groups: (S) satisfied with the shape and (I) dissatisfied with the shape of the teeth. Then, for personality determination, an Enneagram test was answered. And in the last step, the participants chose in 3 images of models the dental morphology (oval, square or triangular) more pleasant in their perception. In addition, a photographic protocol (front view of the face and vestibular of upper anterior teeth) was performed of all participants to analyze the facial form and the central incisors. The obtained data were analyzed in the statistical program SPSS, and the Chi-square test was used to verify the association between the variables. As a result, in the aesthetic self-satisfaction of the smile, 96 participants declared themselves satisfied with the shape of the teeth (S) and 28 dissatisfied (I). The frequencies of the chosen dental morphology, natural dental morphology and face shape were: oval (30, 55 and 80), square (8, 52 and 33) and triangular (66, 17 and 11), respectively. In group (S), there was an association between the natural and chosen morphology, and in group (I), there was no association between the morphologies. The facial shape and personality were not associated with the natural and chosen dental morphology. Thus, it was possible to conclude that there is no association between the personality and the natural and chosen dental morphology, and that the patient should have an active participation in the determination of dental morphology in aesthetic treatments, and not assign this function only to the dental and technical surgeon in prosthesis.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Simbologia do Eneagrama...32

Figura 2 – Imagens dos modelos utilizadas no questionário da pesquisa, apresentando os formatos dentais: A)oval, B)quadrado e C)triangular...38

Figura 3 – Exemplo das fotografias utilizadas para análise das faces...39

Figura 4 – Exemplo das fotografias utilizadas para análise dental...40

Figura 5 – Fluxograma da metodologia da pesquisa...41

Figura 6 – Fluxograma das variáveis associadas...42

Figura 7 – Imagem com formato dental oval ...75

Figura 8 – Imagem com formato dental retangular...75

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Resumo das qualidades e vícios de cada traço...31

Tabela 2 – Representação dos pontos de tensão e de equilíbrio de cada traço...32

Tabela 3 – Características socioeducacionais dos participantes da pesquisa...43

Tabela 4 – Resultados da auto-avaliação da estética do sorriso...44

Tabela 5 – Associação da morfologia facial com morfologia dental natural e escolhida...46

Tabela 6 – Associação da morfologia dental natural e escolhida, nos grupos satisfeito e insatisfeito com a forma...47

Tabela 7 – Prevalência e associação da personalidade com a morfologia dental natural...48

Tabela 8 – Prevalência e associação da personalidade com a morfologia dental escolhida...48

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido MDe – Morfologia dental escolhida

MDn – Morfologia dental natural MF – Morfologia facial

S – Grupo dos participantes satisfeitos com a forma dos dentes I – Grupo dos participantes insatisfeitos com a forma dos dentes A – Formato oval

B – Formato quadrado C – Formato triangular

AB – Formato oval e quadrado AC – Formato oval e triangular BC – Formato quadrado e triangular DP – Desvio padrão

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Representação, em porcentagem, do resultado das formas dentais

escolhidas (MDe)...45

Gráfico 2 – Representações, em porcentagem, dos resultados da forma dental natural.45 Gráfico 3 – Representações, em porcentagem, dos resultados da forma do rosto...45 Gráfico 4 – Representação da frequência de cada traço ...47

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...21

2. REVISÃO DE LITERATURA...25

2.1 PARÂMETROS DETERMINANTES DA MORFOLOGIA DENTAL….25 2.2 PERSONALIDADE...28 2.2.1 Eneagrama...28 3. OBJETIVOS...35 3.1 OBJETIVO GERAL ...35 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...35 4. MATERIAL E MÉTODO...37 4.1 DESENHO DO ESTUDO...37

4.2 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES...37

4.2.1 Critérios de Inclusão...37

4.2.2 Critérios de Exclusão...37

4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA... ...37

4.3.1 Ficha de identificação e questionário de satisfação...38

4.3.2 Teste classificatório do eneagrama...38

4.3.3 Questionário sobre a Morfologia dental...38

4.3.4 Fotografias...39

4.3.5 Análise das fotografias...40

4.4 ANÁLISE ESTATÍSTICA...41

5. RESULTADOS...43

6. DISCUSSÃO...49

7. CONCLUSÕES...55

REFERÊNCIAS...57

ANEXO A – Parecer Consubstanciado do CEP ...61

ANEXO B – Termo De Consentimento Livre e Esclrarecido...65

ANEXO C – Ficha de identificação...69

ANEXO D – Teste Classificatório do Eneagrama...71

ANEXO E – Interpretação do Teste Classificatório do Eneagrama...73

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1. INTRODUÇÃO

A crescente procura por tratamentos odontológicos estéticos e o aumento da exigência dos pacientes, tornaram o planejamento uma etapa indispensável para obtenção de excelentes resultados, promovendo previsibilidade e aumentando as taxas de satisfação dos pacientes (BARATIERI et al., 2002; HIGASHI et al., 2006; BARATIERI et al., 2015).

Tradicionalmente, os parâmetros adotados para a realização do planejamento estético envolvem as análises facial, dento labial e dental (BARATIERI et al., 2002; CÂMARA, 2006; HIGASHI et al., 2006; BARATIERI et al., 2015). Além disso, alguns autores afirmam que a forma facial, gênero e idade podem influenciar na morfologia dos dentes (DE ALMEIDA et al., 2011; PEDROSA et al., 2011; PARANHOS et al.,2016). Porém, apesar de todo o cuidado com o planejamento, alguns pacientes não se identificam com o novo sorriso. Essa discordância entre a expectativa do paciente e o sorriso planejado pode estar relacionada a um tópico muitas vezes ignorado e que, no entanto, pode fazer diferença: a personalidade (FRUSH et al., 1956; PEDROSA et al., 2011; PAOLUCCI et al., 2012; KAO et al., 2014; SHARMA et al., 2015; HALLAWELL, 2018).

A psicologia explica porque a personalidade pode exercer influência na percepção estética. Em 1964, Carl Jung descreveu e intitulou de símbolos arquetípicos, as formas universais que apresentam o mesmo significado em todas as civilizações e em todas as épocas, estabelecendo uma linguagem universal do subconsciente, independentemente da cultura, raça ou educação de um indivíduo. Essa linguagem visual explica por que as imagens sempre geram emoções. Quaisquer objetos ou imagens podem ser um símbolo arquetípico, pois o homem dá significado inconscientemente a tudo o que ver, lhes dando expressão e sendo influenciado diretamente pela sua personalidade (JUNG et al.,1964; HALLAWELL, 2018).

Na Odontologia, o Visagismo é um importante segmento que considera o temperamento dos pacientes no planejamento estético (PAOLUCCI et al.,2012; KAO et

al., 2014; SHARMA et al., 2015). É importante diferenciar temperamento de

personalidade. O temperamento pode ser definido como uma predisposição inata do indivíduo de reagir a estímulos ambientais. O temperamento é determinado fisiologicamente, estão presentes nos homens e animais, e foram classificados por Hipócrates em 4 tipos: colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático. Já a personalidade

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é determinada por características cognitivas, afetivas e físicas do indivíduo. Ela nos diferencia dos animais, e é formada, principalmente, durante a infância, levando em consideração o temperamento e experiências vivenciadas. É dinâmica, adaptável e mutável (RISO et al., 1999; VOLPI et al., 2010; TARTARI, 2015).

O Visagismo pondera os quatro tipos de temperamentos: colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático. E os correlacionam respectivamente com 4 formas básicas dentais: retangular, triangular, oval e quadrada. O indivíduo com temperamento colérico, também chamado de forte, é determinado, objetivo, explosivo, intenso e apaixonado. Já, o temperamento sanguíneo/dinâmico, é extrovertido, expansivo, comunicativo e entusiasmado. As pessoas com o temperamento melancólico/sensível são organizadas, perfeccionistas, tímidas e sonhadoras. E o temperamento fleumático ou pacifico, os indivíduos que o possuem são diplomáticos, pacifistas, mas com uma tendência a serem apáticos e conformistas. O visagismo se propõe a desenvolver um sorriso individualizado, que expresse a personalidade, o estilo de vida, valores e atitudes do paciente (PAOLUCCI

et al.,2012; KAO et al., 2014; SHARMA et al., 2015). Porém, para atingir esses objetivos

é necessária uma ferramenta que possibilite o autoconhecimento, através de uma autoavaliação.

Um respeitável instrumento para o autoconhecimento, muito utilizado na psicologia, é o Eneagrama. Esta ferramenta, de origem oriental, delineia 9 formas (traços) de expressar a personalidade. De maneira simplificada, os nove traços correspondem, na ordem de 1-9, as imagens de: perfeccionista, prestativo, realizador, individualista, pesquisador, planejador, entusiasta, desafiador e pacifista. Toda pessoa manifesta os nove pontos do Eneagrama, embora exista um Traço Principal – aquele que melhor representa os seus maiores dilemas e modos de expressão (PRUDENTE, 2006; CRISTELLOTTI el

al., 2013; TARTARI, 2015;). O Eneagrama vem ganhando bastante destaque em outras

áreas como no marketing, empreendedorismo e administração, funcionando como estratégia no mapeamento, por exemplo, das características pessoais, qualidades e aptidões para designar tarefas aos colaboradores de uma empresa; ou na delimitação do perfil de consumidores, elaborando propagandas e produtos direcionados a um público específico. Esta ferramenta pode auxiliar na tomada de decisões mais assertivas (TARTARI, 2015; DOS SANTOS et al., 2017; CALLEGARIM et al.,2017).

A Odontologia estética, por sua vez, busca incessantemente por tratamentos personalizados, almejando resultados de excelência com mais satisfação dos pacientes.

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Desta maneira, o objetivo do presente trabalho foi investigar a associação entre a personalidade e a morfologia dos dentes ântero-superiores.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1 PARÂMETROS DETERMINANTES DA MORFOLOGIA DENTAL

Os tecidos dentais derivam de duas origens embrionárias. O esmalte tem origem epitelial, enquanto que a dentina, polpa, cemento e ligamento periodontal tem origem mesenquimal. A formação da lâmina dentária ocorre nas 6 primeiras semanas de vida fetal. Posteriormente, a lâmina dentária irá se desenvolver nos órgãos de esmalte dos futuros dentes decíduos. Já o desenvolvimento dos germes dentais permanentes, inicia-se após o nascimento e estende-se até meados 8-10 anos de idade. Fatores ambientais e sistêmicos, como por exemplo: traumas mecânicos, ingestão excessiva de flúor, uso de tetraciclina, doenças infecciosas e hereditárias, má nutrição, durante essa fase na infância, podem acarretar em anomalias dentais e alterações morfológicas na dentição permanente (MAJOR, 1987; WHEATER et al, 1994; NEVILLE et al., 2004).

O sorriso de um indivíduo exerce grande importância na sua qualidade de vida, interferindo na autoestima, no convício social e até profissional. Vários fatores podem ser considerados na análise crítica do sorriso, como por exemplo: formato do rosto, dos lábios, presença de diastema, posição dos dentes, cor, comprimento, largura e o formato dos dentes. Este último quesito, a morfologia dental, é motivo de estudo há muitos anos, buscando a harmonização da face nos tratamentos odontológicos estéticos. (FRUSH et

al., 1956; BARATIERI et al., 2002; HIGASHI et al., 2006; MENEZES et al., 2009;

RODRIGUES et al., 2010; DE ALMEIDA et al., 2011; BARATIERI et al., 2015). FONDRIEST (2005) classificou em ordem de importância os fatores que devem ser considerados ao restaurar um único incisivo central superior, e colocou em primeiro lugar a forma. Explica que o formato da superfície vestibular é o fator que mais influencia no modo de interação com a luz, afetando na aparência do dente, e que pequenas alterações na forma chamam mais atenção que pequenas distorções de cor, sendo percebidas à uma distância maior. O segundo quesito mais importante foi a textura superficial, seguido do valor, translucidez, croma e a matiz em sexta e última posição.

Na literatura encontram-se muitos estudos classificando a forma dos incisivos centrais superiores em três formatos básicos geométricos: triangular, quadrangular e ovalar. PARANHOS et al. (2016) investigaram a prevalência de formato de incisivos centrais superiores de indivíduos com oclusão normal. A amostra foi constituída de 51 indivíduos, os formatos dos incisivos centrais superiores foram analisados a partir da

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digitalização de modelo e foram avaliados por 12 ortodontistas. As seguintes prevalências foram encontradas: ovóide (47,06%), quadrado (31,37%) e triangular (21,57%). Os autores concluíram que a escolha e o uso de uma dessas três formas podem contribuir significativamente para melhorar a harmonia e o equilíbrio facial.

Um importante segmento para a determinação da morfologia dental relaciona o formato do incisivo central superior com o formato invertido do rosto. PEDROSA et al. (2011) estudaram a correspondência da morfologia do incisivo central superior em relação a face. Para isso, 100 pacientes foram selecionados e foram realizadas fotos da face frontal e sorriso. As fotografias foram avaliadas por 5 cirurgiões-dentistas (dois homens e três mulheres) para determinar a forma da face e o tipo de forma dental. Os formatos geométricos considerados e suas frequências encontradas para dentes e faces, respectivamente, foram: oval (56% e 81%), quadrangular (30% e 14%) e triangular (14% e 5%). Concluíram que existe uma relação entre as formas dos dentes e da face, com maior prevalência da forma oval.

WOLFART et al. (2004) investigaram a correlação entre o formato do incisivo central superior com o formato invertido do rosto e com gênero, através da avaliação de fotografias realizadas do rosto e intra-orais dos dentes anteriores de 204 graduandos em odontologia. Avalições métricas foram realizadas para definir o formato do rosto e dos dentes. E dez dentistas classificaram o gênero observando apenas as fotos intra-orais. As formas dentais e faciais foram classificadas, respectivamente, como: cônica (25% e 27%), ovóide (39% e 41%) e quadrada (36% e 32%). Porém, sem correlação significativa entre o incisivo central superior e o formato do rosto invertido. E também, não foi encontrada correlação entre o gênero e o formato do dente.

LINDEMANN et al. (2004) avaliaram a existência de relação entre os incisivos centrais superiores e formas faciais. Utilizaram fotografias do rosto e de modelos de gesso dos dentes anteriores de 50 homens e 50 mulheres. Foram traçados os contornos dos rostos e dos dentes e avaliados em um programa de computador que permitiu a medição e comparação dos contornos com outras formas. Concluíram que não tinha relação o formato dos dentes e com o rosto e nem com o gênero e que o incisivo central superior e as formas faciais não podem ser classificados em um padrão de três ou quatro classes.

BERKSUN et al. (2002) avaliaram se os dentes anteriores expressavam o gênero de um indivíduo e investigaram a existência de correlação entre a face, arco e a forma dental com base na percepção de dentistas. Para isso, 60 estudantes de Odontologia foram selecionados, e foram registradas fotografias intra-orais dos dentes anteriores e da arcada,

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e extra-orais da face. As fotografias foram organizadas em forma de questionário, e este foi respondido, 2 vezes, com intervalo de duas semanas, por 13 protesistas com mais de dez anos de experiência. A média dos valores identificados corretamente em mulheres e homens foi de 53% e 58%, respectivamente. Entretanto, coincidência das respostas corretas na primeira e na segunda avaliação foram de 36% para mulheres e 41% para homens. A correlação encontrada para face e arco dentário foi de 54% e da face e forma dental 51%. A relação global face-arco-forma dental foi de 31%. E concluíram que a identificação do gênero pelos especialistas não obteve sucesso, e que a correlação entre o a face, o arco e forma dental também não são definidas.

Um outro recente segmento utilizado para determinação do formato dental é o Visagismo. Por meio deste, o temperamento do indivíduo é relacionado com a forma, alinhamento dental e com a linha incisiva. Os quatro tipos de temperamentos: colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático, são correlacionados com as quatro formas dentais: retangular, triangular, oval e quadrada, respectivamente. SHARMA et al. (2015) investigaram o visagismo, para essa finalidade, utilizaram um questionário para determinar o temperamento e fotografias intra-orais para avaliar a morfologia, o alinhamento dental e a linha incisiva dos incisivos centrais e laterais de 50 participantes. Encontraram uma correlação definitiva entre o temperamento e os parâmetros do sorriso avaliados, entre os quais, o formato dental apresentou a maior correlação com o temperamento. E concluíram que o visagismo pode ser aplicado com segurança na pratica odontológica, garantindo um planejamento que expressa a personalidade e estilo de vida dos pacientes.

RAMBABU et al. (2018) determinaram o temperamento, utilizando o conceito visagista, através de análises fotográficas e compararam com o temperamento avaliado por meio de um questionário. A amostra foi constituída por 190 participante, destes 66 eram estudantes de graduação, 74 estudantes de pós-graduação e 50 docentes. O resultado obtido demonstrou não haver relação entre os temperamentos obtidos através dos 2 métodos. E concluíram que o visagismo, na sua configuração atual, carece de uma abordagem prática para sua avaliação e utilização no planejamento estético.

Diante da ausência de um método preciso para definir as características da morfologia dental e entendendo que a percepção da beleza e da harmonia é muitas vezes subjetiva, variando de acordo com os indivíduos e permeada por emoções, valores culturais e a pela personalidade, torna-se necessário investigar a importância no planejamento estético esse fator subjetivo: a personalidade. (MENEZES et al., 2009;

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RODRIGUES et al., 2010; FRUSH et al., 1956; DE ALMEIDA et al, 2011; BERKSUN et al., 2002; BARATIERI et al., 2002; HIGASHI et al., 2006; VADAVADAGI et al., 2015).

2.2 PERSONALIDADE

A personalidade de um indivíduo é formada e moldada ao logo da vida através das experiências vivenciadas. A fim de “sobreviver” às dificuldades encontradas, principalmente na infância, inconscientemente são adotadas estratégias de compensações e comportamentos que o permita resistir aos novos desafios. E assim, cada um vai se tornando um “perito” numa determinada forma de comportamento, influenciado pelas determinações genética, ambiental (RISO et al, 1999; DANIELS et al, 2000; VOLPI et

al., 2010; TARTARI, 2015).

2.2.1 Eneagrama

O termo Eneagrama deriva do grego (ennea = nove, grammos = pontos, figura ou modelo), é uma ferramenta para avaliação da personalidade. Sua origem é oriental e milenar, não se sabe exatamente onde surgiu, nem em que época, mas remontam que cerca de 2.500 a.C. na Babilônia, porém há poucas evidências dessa hipótese. Contudo, foi no início do século XX que essa ferramenta foi introduzida no Ocidente pelo filósofo francês George Ivanovitch Gurdjieff e pelo boliviano Oscar Ichazo. Foi um dos seguidores de Ichazo, o psiquiatra chileno Cláudio Naranjo, responsável pela cientifização e conexão com a Psicologia moderna (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006; RISO et al, 1999). Este instrumento permite um autoconhecimento e identificação de 9 padrões psicológicos de comportamento, correspondendo aos tipos de: perfeccionista, prestativo, realizador, individualista, pesquisador, planejador, entusiasta, desafiador e pacifista. Importante frisar, que não existe um traço melhor que outro, eles auxiliam na consciência sobre si e de como se relacionar melhor com os outros, e potencializando as qualidades (TARTARI, 2015; CRISTELLOTTI el al., 2013; PRUDENTE, 2006; RISO et al, 1999).

Todas as pessoas possuem os 9 traços, mas manifestam um tipo dominante, que representa a coluna vertebral da personalidade, chamado de Traço Principal – aquele que melhor representa os seus maiores dilemas e modos de expressão. O traço principal é

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melhor identificado em situações cotidianas, em ambientes que a pessoa se sinta mais à vontade ou em situações de desequilíbrio emocional (lado não saudável da personalidade), e a definição do traço é dada pela detecção da visão de mundo, desejos, qualidades e vícios de cada indivíduo (TARTARI, 2015; CRISTELLOTTI et al., 2013; PRUDENTE, 2006).

As pessoas identificadas com o Traço 1, são também conhecidas como perfeccionistas, que procuram um estado ideal de perfeição. Na procura de satisfazer o sentimento de que é necessário fazer o que é certo, adotam uma conduta moralmente exigentes, buscando resultados, muitas vezes, inatingíveis. Quando o sentimento de persistência é excessivo, a qualidade emocional transforma-se no vício emocional “raiva”, ficando frustradas, ressentidas e irritadas por não serem como queriam (em relação a exigência própria) ou quando acreditam que os outros não agirem como deveriam (exigência com o próximo) (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 2, conhecido como prestativo, procura corresponder às expectativas dos outros, não medindo esforços para auxiliar e ser reconhecido. Na busca de servirem, atendendo atenciosa e agradavelmente as necessidades alheias, distanciam-se do que realmente precisam e almejam. Quando o sentimento prestativo é excessivo, a qualidade transforma-se no vício “orgulho”, sentindo-se orgulhosas por serem úteis e depois ficando magoadas e cobrando porque ninguém as valoriza como merecem (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 3, conhecido como realizador, procura ser admirado pelos outros por meio de seus feitos. Na busca de obter sucesso, apegam-se demais a imagem de ser alguém de valor. Quando o sentimento de realizador/destaque é excessivo, a qualidade transforma-se no vício “vaidade”, realizam muitas coisas ao mesmo tempo e ficam impacientes com o que ou quem atrapalha seus planos de ação (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 4, conhecido como individualista, procura ser especial para si, entende que é um ser único, diferente. Na busca de originalidade, torna-se sensível e introspectivo. Quando o sentimento de ser especial é excessivo, a qualidade transforma-se no vício “inveja”, comparando-se com os outros, entrando num estado de carência afetiva e melancolia (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 5, conhecido como pesquisador, procura compreender intelectualmente tudo que acontece a sua volta, analisam com riqueza de detalhes com nível de especialista. Quando o sentimento de pesquisador é excessivo, a qualidade transforma-se no vício de

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“racional”, refugiando-se no seu mundo mental, isolando-se socialmente e sem entrar em contato com seus sentimentos (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 6, conhecido como planejador, procura obter segurança, apegando-se a rotinas, regras e pessoas de uma maneira rígida. Apresentam o sentimento de espírito de equipe e lealdade. Quando o sentimento de planejamento é excessivo, a qualidade transforma-se no vício do “medo”, desconfiando de si mesmas e dos outros (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 7, conhecido como entusiasta, procura incansável por experiências positivas e agradáveis. São versáteis e descontraídas, gostam de estar por dentro de todas as novidades. Quando o sentimento de entusiasmo é excessivo, a qualidade transforma-se no vício “gula”, adquirem dificuldade de enfrentar a rotina e problemas de relacionamento, querem vivenciar tudo que puderem e perdem o foco (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

O Traço 8, conhecido como confrontador, procura determinar o curso da própria vida. São autoconfiantes, decididos, provocadores e assertivos. Quando o sentimento de confrontar é excessivo, a qualidade transforma-se no vício “autoritário”, disputando para obterem o que querem de maneira impositiva e agressiva (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006).

Por fim, o Traço 9, conhecido como pacifista, procura manter a paz, o equilíbrio e evitam conflitos. São democráticas, discretas e promovem mediações das relações. Quando o sentimento de pacífico/tolerante é excessivo, a qualidade transforma-se no vício “indolência”, procrastinam as decisões e ações necessárias para não acessar o desconforto (TARTARI, 2015; PRUDENTE, 2006). O resumo das qualidades e vícios de cada traço encontra-se descrito na tabela 1.

Durante as fases da vida o ser humano oscila entre os três níveis de desenvolvimento: saudável (apresenta um maior equilíbrio entre os nove traços e expressa naturalmente as qualidades do seu traço principal), mediano (estado nutrido pela maior parte do tempo, expressa na mesma dose as qualidades e vícios do seu traço principal) e não saudável (estado no qual o indivíduo identifica-se mais com as sombras/vícios do seu traço principal). (RISO et al, 1999; PRUDENTE, 2006; TARTARI, 2015).

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Tabela 1. Resumo das qualidades e vícios de cada traço.

No nível saudável, o indivíduo se aproxima do seu Ponto de Equilíbrio e no estado não saudável do seu Ponto de Tensão. Ponto de Equilíbrio e de Tensão é um outro conceito utilizado no eneagrama, que auxilia muito na compreensão do autoconhecimento. Cada traço apresenta um ponto de equilíbrio e de tensão específico. No nível saudável, será expressado além das qualidades do seu traço principal, as qualidades de seu ponto de equilíbrio. No não saudável, além dos vícios do seu traço principal, os vícios do seu ponto de tensão. Por exemplo, o ponto de tensão do traço 8 é no traço 5, indivíduos identificados com o traço 8 quando estão no estado não saudável são autoritários, impulsivos e explosivos e apresentam a tendência, inerente as traço 5, de isolar-se socialmente. No estado saudável, o indivíduo traço 8 além de expressar suas qualidades de espírito de liderança, autoconfiantes, decididos, justiceiros, também expressaram as qualidades do traço 2, sendo assim se tornam mais prestativos e buscam ajudar e atender as necessidades alheias. O ponto de equilíbrio e de tensão de cada traço podem ser identificados analisando a figura 1, as setas apontam para o ponto de tensão e o ponto de equilíbrio é no sentido contrário das setas, sendo assim, o ponto de equilíbrio

TRAÇO QUALIDADE VÍCIO

1 Perfeccionista Raiva 2 Prestativo Orgulho 3 Realizador Vaidade 4 Autêntico Inveja 5 Pesquisador Racional 6 Planejador Medo 7 Entusiasta Gula 8 Confrontador Autoritarismo 9 Pacifista Indolência

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de um traço é o ponto de tensão do outro e vice-versa. Os pontos de tensão e de equilíbrio também estão descritos na tabela 2.

Figura 1: Simbologia do Eneagrama. Na imagem encontram-se representados os nove traços de

personalidade. As setas apontam para o ponto de tensão. O ponto de equilíbrio é o sentido contrário das setas. Esquema adaptado de RISO et al. (1999).

Tabela 2. Representação dos pontos de tensão e de equilíbrio de cada traço.

TRAÇO PONTO DE TENSÃO PONTO DE EQUILÍBRIO

1 4 7 2 8 4 3 9 6 4 2 1 5 7 8 6 3 9 7 1 5 8 5 2 9 6 3

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Através dessa ferramenta, o individuo é capaz de identificar o seu traço principal e conhecer/perceber suas qualidades e vícios naturais. Também é possível compreender os padrões que bloqueiam sua energia vital, deslocando-o da realidade e frustram suas expectativas. Entendendo esse processo é possível identificar quando encontra-se no nível não saudável mais facilmente e adotar as medidas necessárias para modificar esses padrões limitantes, e empregar e desenvolver suas potencialidades de forma consciente para o seu próprio crescimento e dos outros (RISO et al, 1999; PRUDENTE, 2006; TARTARI, 2015).

O estudo do Eneagrama permite avaliações muito mais complexas e aprofundadas do que simplesmente categorizar os 9 traços de personalidade, existem outros conceitos envolvidos que não foram abordados. Contudo, a finalidade do presente estudo não é elucidar todo o conhecimento do eneagrama, mas sim, utilizá-lo como instrumento numa pesquisa odontológica. Qualquer necessidade de auxílio ou de tratamento psicológico, deverá ser realizado por um profissional capacitado.

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3. OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a associação entre a personalidade e a morfologia dental.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Analisar a associação entre a personalidade e a morfologia dental natural;

• Analisar a associação entre a personalidade e a morfologia dental escolhida (percepção estética);

• Verificar a relação da morfologia dental natural e a escolhida, e correlacionar com a autossatisfação do sorriso;

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4. MATERIAL E MÉTODO

4. 1 DESENHO DO ESTUDO

Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal que investigou, por meio de questionários e fotografias, a relação entre a personalidade e a morfologia dental. O presente trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, CAAE: 03519418.7.0000.0121 (ANEXO I). O recrutamento dos participantes ocorreu no período de Dezembro/2018 a Maio/2019, e todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), de acordo com a resolução CNS 466/12, do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (ANEXO II).

4.2 SELEÇÃO DOS PARTICIPANTES

Os participantes foram recrutados através da busca ativa por indivíduos que cumprissem os critérios de inclusão. Sendo assim, foram selecionados 124 participantes (87 mulheres e 39 homens), que se encontravam na faixa etária entre 17 e 46 anos.

4.2.1 Critérios de Inclusão

• Apresentar os seis dentes ântero-superiores

• Não apresentar restaurações diretas (resina) amplas nos dentes anteriores • Não apresentar restaurações indiretas (cerâmicas) nos dentes anteriores • Aceitar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

4.2.2 Critérios de Exclusão

• Profissionais cirurgiões-dentistas

• Paciente que apresentar fratura dental nos dentes anteriores • Paciente que apresentar necessidade ortodôntica

• Paciente que apresente grau severo de desgaste dental

4.3 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Os instrumentos utilizados para obter os conteúdos necessários à pesquisa foram: questionário e fotografias dos participantes. O questionário foi aplicado de forma on-line e foi dividido em 4 etapas: (1) ficha de identificação, (2) questionário de satisfação, (3)

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Statistical Package for Social Sciences (SPSS para Windows, versão 25.0, SPSS Inc. Chicago, IL, EUA).

A associação entre as variáveis personalidade e morfologia dental, bem como as demais variáveis registradas, foram analisadas utilizando o teste de Qui-quadrado. O nível de significância adotado foi 5%.

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5. RESULTADOS

Participaram da pesquisa 124 voluntários. As características socioeducacionais dos participantes estão apresentadas na tabela 3.

Tabela 3. Características socioeducacionais dos participantes da pesquisa.

DP – Desvio padrão

No questionário sobre a auto-avaliação da estética do sorriso, no quesito satisfação com o próprio sorriso, 95 (76,6%%) participantes se declararam satisfeitos e 29 (23,4%) insatisfeitos. Quando perguntados sobre o que gostariam de modificar: 77 (62,1%) responderama cor; 34 (27,4%) o tamanho dos dentes; 28 (22,6%) mudariam o formato, e 37 (29,8%) a porção de dente que aparece no sorriso. Além disso, os participantes atribuíram uma nota de 0 a 10 ao seu sorriso, a maioria dos participantes (85,5%) concedeu nota 7 (20,2%), 8 (37,1%) ou 9 (28,2%) ao seu sorriso. Os detalhes dessa etapa do questionário podem ser observados na tabela 4.

Características socioeducacionais

Total

124

Idade (anos, média ± DP) Idade mínima (anos) Idade máxima (anos)

23,6 ± 4,4 17 46 Gênero Masculino n (%) Feminino 39 (31,5%) 85 (68,5%) Estado Civil Solteiro(a)

n (%) Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) 118 (95,2%) 5 (4%) 1 (0,8%) - Escolaridade Ensino fundamental

n (%) Ensino médio Ensino superior (completo e incompleto) - 3 (2,4%) 121 (97,6%)

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Tabela 4. Resultados da auto-avaliação da estética do sorriso.

Alternativas n (%) p

Você se sente satisfeito com seu sorriso?

SIM 95 (76,6%)

0,922

NÃO 29 (23,4%)

Mudaria a cor dos dentes?

SIM 77 (62,1%)

0,006*

NÃO 47 (37,9%)

Mudaria o tamanho dos dentes?

SIM 34 (27,4%)

0,085

NÃO 90 (72,6%)

Mudaria o formato dos dentes?

SIM 28 (22,6%)

0,609

NÃO 96 (77,4%)

Mudaria a porção de dente que aparece no seu sorriso?

SIM 37 (29,8%)

0,594

NÃO 87 (70,2%)

*

Significativo em p<0,05

Na sequência, o participante escolheu uma ou mais imagens de 3 modelos representando os tipos dentais: A) oval (n=30), B) quadrado (n=8), C) triangular (n=66), e suas combinações: AB) oval e triangular (n=4), AC) oval e quadrado (n=8) e BC)triangular e quadrado (n=8). Nenhum participante escolheu ou deixou em branco as 3 opções (Gráfico 1).

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6. DISCUSSÃO

A Odontologia estética busca incessantemente por tratamentos personalizados, almejando resultados de excelência com maior satisfação dos pacientes. Por conseguinte, o planejamento minucioso de cada caso é uma etapa indispensável, permitindo a participação dos pacientes e promovendo previsibilidade. Considerando o formato dental, o fator mais importante na aparência dos dentes, a sua determinação prévia torna-se fundamental para aumentar as taxas de sucesso (BARATIERI et al., 2002; FONDRIEST, 2005; HIGASHI et al., 2006; CÂMARA, 2006; MENEZES et al., 2009; RODRIGUES

et al., 2010; DE ALMEIDA et al., 2011; BARATIERI et al., 2015).

Para a determinação da morfologia dental, há na literatura alguns segmentos que a associam com o formato invertido do rosto, gênero e idade (PARANHOS et al.,2009; DE ALMEIDA et al., 2011; PEDROSA et al., 2011; PARANHOS et al.,2016). Além desses, a personalidade é citada corriqueiramente como um importante parâmetro na sua avaliação (FRUSH; FISHER et al., 1956; HALLAWELL, 1956; PEDROSA, et al., 2011; PAOLUCCI et al., 2012; KAO et al., 2014; SHARMA et al., 2015). Entretanto, até o presente momento, não há estudos que avaliem a influência da personalidade na morfologia dental. Desta maneira, justifica-se a execução do presente trabalho de investigação, visto que o conhecimento gerado pode auxiliar na realização de um planejamento estético mais individualizado, com maior chance de satisfação do paciente.

Estudos prévios levaram em consideração o temperamento do indivíduo na determinação da morfologia dental. De acordo com o Visagismo, há uma correlação entre os quatro tipos de temperamentos: colérico, sanguíneo, melancólico e fleumático, com quatro formas dentais: retangular, triangular, oval e quadrada, respectivamente (PAOLUCCI et al.,2012; KAO et al., 2014). Isso foi comprovado no estudo de SHARMA

et al. (2015), no qual uma correlação definitiva foi encontrada entre o temperamento e os

parâmetros do sorriso avaliados (morfologia, alinhamento dental e linha incisiva), entre os quais, o formato dental apresentou a maior correlação com o temperamento. E concluíram que o visagismo pode ser aplicado com segurança na pratica odontológica, garantindo um planejamento que expressa a personalidade e estilo de vida dos pacientes. Por outro lado, RAMBABU et al. (2018) demonstraram não haver relação entre os temperamentos obtidos através de análises fotográficas e por meio de um questionário. E concluíram que o visagismo, na sua configuração atual, carece de uma abordagem prática para sua avaliação e utilização no planejamento estético.

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É comum nos trabalhos que avaliam temperamento, a utilização do termo “personalidade” como sinônimos (PAOLUCCI et al., 2012; SHARMA et al., 2015; HERRERA et al., 2016; RAMBABU et al., 2018). Entretanto, é importante salientar a diferença entre personalidade e temperamento. De maneira simplificada, a personalidade é determinada por características cognitivas, afetivas e físicas do indivíduo, é formada principalmente durante a infância, levando em consideração as experiências vivenciadas e também o temperamento. O temperamento, por sua vez, é determinado fisiologicamente e está presente nos homens e animais. (RISO et al., 1999; VOLPI et al., 2010; PEREIRA

et al., 2012; SCHULTHEISZ, APRILE, 2013; TARTARI, 2015). O uso corriqueiro

dessas expressões resultou nas suas banalizações e uso impropriado no meio clínico e científico. É necessário uma maior compreensão e divulgação do seu real significado para evitar a banalização do termo. Também é imprescindível tratar com maior seriedade e ética esse assunto para evitar falsas promessas.

Na literatura, há um trabalho que investigou a relação da personalidade, da atratividade e da autossatisfação com alguns parâmetros da estética do sorriso. Os 122 voluntários que participaram deste trabalho, foram filmados e capturadas imagens do seu sorriso espontâneo. Como ferramenta para obtenção da personalidade, foi utilizado o questionário do Índice de Personalidade Holandês. Para o julgamento da atratividade do sorriso, os participantes avaliaram, nas imagens do sorriso espontâneo dos outros participantes, os seguintes parâmetros: tamanho, cor, alinhamento dos dentes, a porção aparente dos dentes no sorriso, posição do lábio superior e a visibilidade da gengiva. E para avaliação da autossatisfação, os participantes julgaram os mesmos parâmetros em imagens do próprio sorriso. Como resultados, encontraram que o tamanho dos dentes, a porção aparente e a posição dos lábios superiores influenciavam significativamente na atratividade do sorriso. A cor dos dentes e a exposição gengival influenciavam na autossatisfação. E que os sorrisos com exposição gengival maior que 4 mm, foram considerados não estéticos, e apresentaram correlação com características da personalidade. E por fim, concluíram que seus resultados encontrados sustentam a importância psicossocial na obtenção de um sorriso atraente (GELD et al., 2007).

O presente estudo, avaliou a influencia da personalidade, pela primeira vez, na morfologia dental. A personalidade foi obtida por meio de um questionário respondido pelos participantes e a determinação do formato dental natural, após avaliação fotográfica dos mesmos. O resultado dessas variáveis não apresentou associação. O presente trabalho, também investigou a associação entre a personalidade e a percepção estética dos

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participantes por três imagens de modelos dentais apresentando as morfologias: oval, quadrado e triangular. Foram utilizadas imagens de modelos que apresentavam a forma como a principal diferença entre os incisivos centrais, excluindo, desta maneira, a influencia do tamanho, cor e posição do lábio na atratividade. E como resultado deste quesito, a personalidade novamente não indicou associação. Sendo assim, não é possível afirmar que a personalidade exerce influencia na percepção estética da forma dos dentes.

No presente estudo, para identificação da personalidade dos participantes, foi selecionado o teste classificatório do Eneagrama. Esta ferramenta é utilizada há muitos anos em diversos países, principalmente no âmbito da psicologia. Uma possível limitação do estudo refere-se a dificuldade intrínseca à natureza humana de se avaliar criticamente, podendo gerar resultados alterados. Esta condição, implícita aos trabalhos que utilizam questionários auto-avaliativos, é considerada uma limitação que não pode ser solucionada (RISO et al, 1999; PRUDENTE, 2006; CRISTELLOTTI et al., 2013; TARTARI, 2015; RAMBABU et al., 2018).

Nesta pesquisa, a morfologia dental escolhida (MDe) mais selecionada foi a triangular (59%), seguida da oval (23%) e da quadrada (5%). Esse resultado contrastou com a morfologia dental natural (MDn), onde a forma mais prevalente foi a oval (44,4%), seguido da quadrangular (41,9%), e a triangular (13,7%) foi a menos incidente. Resultados semelhantes foram observados por: PARANHOS et al. (2016), que encontraram as seguintes prevalências em dentes naturais: oval (47,06%), quadrado (31,37%) e triangular (21,57%); PEDROSA et al. (2011) encontraram: oval (56%), quadrangular (30%) e triangular (14%); e WOLFART et al. (2004), observaram: oval (39%), quadrado (36%) e triangular (25%). Resultados diferentes foram observados por IBRAHIMAGIĆ et al. (2001) que encontraram para o formato dos incisivos centrais superiores, a forma quadrada como mais prevalente (53%), seguida da oval (30%), e a triangular igualmente como o menos incidente (16%).

Na seleção do formato dental, os participantes poderiam escolher uma ou mais das 3 opções, destas: 104 (83,9%) participantes escolheram apenas uma das opções, 20 (16,1%) escolheram duas e nenhum participante escolheu as três ou deixou de responder esse tópico. Desta maneira, este resultado evidencia que os pacientes possuem preferências, sendo imprescindível consultá-las durante o planejamento de tratamentos odontológicos estéticos, para que o resultado do tratamento satisfaça os anseios de cada paciente quanto à morfologia dental desejada e não apenas aos princípios estéticos do cirurgião-dentista ou protético. Corroborando com esse achado, quando questionados na

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pesquisa se gostariam de mudar a forma dos dentes, 28 participantes assinalaram positivamente. Esta pergunta dividiu os voluntários em 2 grupos: (S) satisfeitos (n=96) e (I) insatisfeitos com formato dos dentes (n=28). No grupo dos participantes insatisfeitos (I), foi avaliado a diferença entre a morfologia dental escolhida (MDe) e a morfologia dental natural (MDn). A diferença entre elas foi observada na maior parte deste grupo, em 21 (75%) participantes. Por conseguinte, a MDe e MDn no grupo I não apresentou associação significante, ou seja, os participantes apresentaram a tendência a escolher um formato dental diferente do seu. De maneira oposta, no grupo dos participantes satisfeitos (S) com a forma foi observada associação relevante entre a MDe e a MDn, indicando que os participantes escolheram um formato dental semelhante aos seus. Este resultado comprovou a importância de considerar a percepção estética dos pacientes. Visto que, os participantes desta pesquisa, embora leigos ou estudantes em Odontologia, independente do nível de conhecimento odontológico, apresentaram uma percepção estética coerente com a auto-avaliação estética do sorriso. Por este motivo, os profissionais cirurgiões-dentistas foram excluídos desta pesquisa, para evitar a influencia do nível de conhecimento odontológico sobre a percepção estética.

O único quesito do questionário da autopercepção estética do sorriso que apresentou diferença estatisticamente significante foi a cor, no qual 62,1% dos participantes expressaram desejo em mudar a cor dos dentes. Este resultado assemelha-se às características que mais despertaram a atenção em relação ao sorriso, de uma pesquisa que investigou a influência da mídia na percepção odontológica, os atributos que mais chamaram a atenção dos 384 participantes foram o alinhamento dentário (73,4%), seguida da cor dos dentes (72,1%) (ALVES, 2018).

Para a determinação da morfologia dental, outros parâmetros já foram investigados. As teorias mais difundidas correlacionam o formato do incisivo central superior com o formato invertido do rosto, gênero e idade (FRUSH et al., 1956; BRODBELT et al. 1984; IBRAHIMAGIĆ et al. 2001; BERKSUN et al., 2002; WOLFART et al., 2004; LINDEMANN et al., 2004; PEDROSA et al., 2011). Conforme os resultados obtidos por BRODBELT et al. (1984), BERKSUN et al. (2002), WOLFART et al.(2004) e LINDEMANN et al.(2004) o formato invertido do rosto não apresentou correlação com o formato do incisivo central superior natural dos pacientes. Diferentemente, IBRAHIMAGIĆ et al. (2001) e PEDROSA et al. (2011) encontraram correlação entre as formas dos dentes e da face. O presente trabalho, investigou essas

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variáveis e não encontrou associação significativa entre o formato do incisivo central superior com o formato invertido do rosto.

Quanto à prevalência dos formatos das faces, neste trabalho, foi encontrado: 64,5% oval, 26,6% quadrado e apenas 8,9% triangular. Estes resultados assemelham-se aos encontrados por: PEDROSA et al. (2011), no qual encontraram para frequência dos formatos das faces: 81% oval, 14% quadrangular e 5% triangular. WOLFART et al. (2004), observaram: 41% ovóide, 32% quadrado e 27% triangular. E IBRAHIMAGIĆ et

al. (2001), encontraram: 83,3% oval, 9,2% quadrado e 7% triangular. As discrepâncias

observadas nos resultados dos diferentes trabalhos podem estar relacionadas com as características genéticas e morfológicas das populações investigadas, e/ou devido ao método de avaliação.

Estudos anteriores avaliaram e não encontraram correlação entre o formato do incisivo central superior com o gênero, com o formato do rosto invertido e com o temperamento (BRODBELT et al. 1984; BERKSUN et al., 2002; WOLFART et al., 2004; LINDEMANN et al., 2004; PEDROSA et al., 2011, RAMBABU et al., 2018). O presente estudo avaliou, pela primeira vez, a sua associação com a personalidade, sendo também ausente, e conclui que o fator mais importante na determinação do formato dos dentes nos procedimentos estéticos é considerar a opinião do paciente. Mais trabalhos como esse são necessários para cientificar a Odontologia.

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7. CONCLUSÕES

Com base no presente trabalho é possível concluir que:

• Não existe associação entre a personalidade e a morfologia dental;

• Não existe associação entre a morfologia facial e dental;

• A associação entre a morfologia dental natural e escolhida apresentou coerência com a autossatisfação do sorriso. No qual, no grupo insatisfeito com a forma não houve associação significativa e no grupo satisfeito, houve associação significativa entre a morfologia dental natural e a escolhida;

• O paciente deve ter participação ativa na determinação da morfologia dental nos tratamentos estéticos, e não incumbir essa função apenas ao cirurgião-dentista e técnico em prótese.

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REFERÊNCIAS

ALVES, A.L.S. A influência da mídia na percepção da estética odontológica. 76f. Monografia (Graduação em Odontologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2018.

BARATIERI, L.N. et al. Caderno de Dentística: restaurações adesivas diretas

com resinas compostas em dentes anteriores. 1 ed. São Paulo: Editora Santos,

cap.2, 2002.

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possibilidades. 2. ed. São Paulo: Editora Santos, p. 480, 2015.

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Prosthetic Dentistry, v.52, n.4, p. 588-592, 1984.

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