• Nenhum resultado encontrado

Sedimentos superficiais da plataforma continental interna do Estado da Paraíba

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Sedimentos superficiais da plataforma continental interna do Estado da Paraíba"

Copied!
120
0
0

Texto

(1)1. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOCIÊNCIAS. Maria Liduina Fonteles. SEDIMENTOS. SUPERFICIAIS. CONTINENTAL. INTERNA. DA. DO. PLATAFORMA ESTADO. PARAÍBA. Dissertação de Mestrado 1999. 1999. DA.

(2) 2. MARIA LIDUINA FONTELES Geóloga, Universidade Federal do Ceará, 1995 Mestre, Universidade Federal de Pernambuco, 1999. SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA. Dissertação. que. apresentou. à. Pós-Graduação em Geociências do Centro. de. Tecnologia. Geociências Federal. da. e. Universidade. de. Pernambuco,. orientada pelo Professor Doutor Paulo da Nóbrega Coutinho, como preenchimento requisitos. parcial. para. obtenção. dos do. grau de Mestre em Geociências, área. de. concentração. Sedimentar,. Geologia. defendida. e. aprovada com distinção em 1999.. RECIFE - PE 1999.

(3) 3.

(4) 4. SEDIMENTOS SUPERFICIAIS DA PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA MARIA LIDUÍNA FONTELES. Aprovada Prof. Dr. Paulo da Nóbrega Coutinho Orientador Prof. Dr Valdir do Amaral Vaz Manso Universidade Federal de Pernambuco Prof. Dr. Jáder Onofre de Morais Universidade Estadual do Ceará.

(5) 5.

(6) 6.

(7) 7. “Procuro superar todos os dias minha. própria. personalidade. renovada,. despedaçando dentro de mim tudo que é velho e morto. Luta levanta. os. a. palavra. fracos. e. vibrante,. que. determina. os. fortes”. (Cora Coralina). Aos meus sobrinhos Joana Paula, Rafael e Emanuel, pelos bons momentos vividos. Aos. meus. familiares. e. amigos. que me incentivaram, e comigo estiveram a cada instante..

(8) 8. AGRADECIMENTOS A. autora. agradecimentos. a. deseja todos. expressar aqueles. os. cuja. mais. sinceros. colaboração. foi. indispensável na realização deste trabalho. Ao professor Doutor Paulo da Nóbrega Coutinho, pela orientação, ensinamentos, críticas, amizade e pela contribuição para nossa formação científica. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior (CAPES), pela concessão da bolsa de mestrado o que me permitiu elaboração desta pesquisa. Ao. professor. doutor. Jáder. Onofre. de. Morais,. da. Universidade Estadual do Ceará, pelo apoio permanente desde estudante na Universidade Federal do Ceará. A professora doutora Lúcia Mafra Valença da UFPE, que não poupou esforços às minhas solicitações, pelas sugestões e ajuda. Ao. professor. Michel. Henri. Arthaud. pela. amizade,. carinho, ajuda, atenção contínua e de sempre. Aos. professores. do. Departamento. de. Geologia. e. de. Engenharia de Minas da Universidade Federal de Pernambuco, que muito me incentivaram. A todos os funcionários e colegas do curso de mestrado, especialmente,. Madruga,. João. Alberto,. Ebenezér,. Edilmeire,. Rochana, Canto, Rogério pela atenção e carinho. A secretária da pós-graduação Valmiza, pelo carinho, compreensão, ajuda, disponibilidade e apoio nas diversas etapas deste trabalho. Aos meus amigos de Pernambuco, principalmente Carmem, Leo, Anaí, Neide, Louise, Cristóvão e as pessoas anônimas que de. certa. forma. me. incentivaram. e. deram. força. em. todos. os. momentos difíceis. Aos meus familiares, Socorro, Maria do Carmo, Fátima, Sulamita,. Odília,. José. Maria,. Ester. Rita,. Socorrinha e Mário pela tolerância e ajuda.. Geise,. Gina,.

(9) 9. A. todos. aqueles. que. direta. ou. indiretamente. contribuíram para a realização deste trabalho, seja no âmbito técnico, seja no âmbito profissional e que por acaso não tenha seus nomes lembrados por omissão involuntária da autora.. Meu Reconhecimento.

(10) 10. RESUMO A plataforma continental interna do estado da Paraíba foi dividida em três setores: sul, central e norte, levando-se em. conta. a. morfologia. da. linha. de. costa,. as. feições. batimétricas e informações sedimentares. O Setor Sul compreende a região que vai desde o limite sul da área (7°35’00”) até o Cabo Branco. A linha de costa, é quase retilínea, com direção N-S, sendo caracterizada por uma planície costeira arenosa bastante estreita, os sedimentos da Formação Barreiras chegam até a costa, formando uma linha de falésias. vivas,. entalhadas. por. pequenos. estuários.. os. sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de 3%, as areias 82% e as lama 15%. Nele predominam os sedimentos clásticos com 61%. O Setor Central abrange a região que vai desde o Cabo Branco ao Rio Mamanguape. A costa apresenta direção N 20° W, sendo o setor mais recortado. Apresenta uma planície costeira mais. desenvolvida,. devido. ao. afastamento. dos. sedimentos. da. Formação Barreiras. Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno 4%, as areias 68% e as lamas 28%. Nele predominam os sedimentos carbonáticos, com 66%. O. Setor. Norte. compreende. a. região. que. vai. do. Rio. Mamanguape ao limite norte da área (6°35’00”). Sua costa, é retilínea,. com. direção. N-S,. sendo. recortada. por. pequenos. estuários. Este setor é caracterizado por uma planície costeira mais estreita que o setor central, porém, os sedimentos da Formação Barreiras também aparecem afastados da linha de costa. Os sedimentos apresentam percentuais de cascalhos em torno de 15%,. as. areias. 74%. e. as. lamas. 11%.. Nele. predominam. os. sedimentos clásticos, com 76%. Nos. três. setores. as. isóbatas. apresentam-se. com. contornos diferentes, mostrando irregularidades morfológicas, com locais mais estreitos e inclinados e outros mais largos e suaves, devido a variações nos processos deposicionais e as.

(11) 11. flutuações. relativas. de. nível. do. mar,. onde. a. sedimentação. terrígena atual desempenha um papel importante. Um dos traços morfológicos mais característico desta plataforma,. é. a. presença. dos. “recifes”. de. arenito,. algas. calcárias e corais. Eles influenciam na modelagem da linha de costa,. nos. processos. hidrodinâmicos,. na. distribuição. das. fácies, sendo a principal fonte dos sedimentos orgânicos. As fácies foram definidas segundo o teor em carbonato de cálcio e a textura, sendo determinadas sete fácies: Cascalho Litoclástico, Cascalho Bioclástico, Areia Litoclástica, Areia Bioclástica, Lama Litoclástica, Lama Bioclástica e Recifes. Segundo a zonação sedimentar foram definidas cinco províncias: Província Litoclástica Litorânea Atual, Província Bioclástica Atual,. Província. de. Transição. Litoclástica/Bioclástica. e. Província Relíquia Litoclástica e Bioclástica. Para. os. sedimentos. litoclásticos,. o. aclima,. consequentemente a drenagem, o tipo de intemperismo determinam a taxa e a textura dos sedimentos que chegam a plataforma interna.. Na. plataforma. interna,. a. zonalidade. climática,. os. processos sedimentares e as flutuações relativas de nível do mar. definem. a. localização. e. distribuição. das. fácies. litoclásticas e organógenas.. PALAVRAS-CHAVE:. plataforma. litoclásticos,. continental. interna,. batimétria,. bioclásticos,. sedimentares, províncias sedimentares.. fácies.

(12) 12. ABSTRACT The internal continental shelf in the state of Paraíba was. divided. into. three. sectors:. central. and. northern,. considering the coastal line morphology, bathymetric features and sedimentary information. The southern sector comprises the region extending the latitude. 7°35’00”S. basically. staight,. to. Branco. trending. Cape.. N-S,. The. coastal. characterized. by. line a. is. narrow. sandy coastal plain. The Barreiras Formation sediments at the coastal line form active cliffs. Cut by small estuaries. The sediments includes gravel (3%), sand (82%) and mud (15%), in wnich predominates clastic sediments (61%). The central sector includes the region fron Branco Cape to Mamanguape River. The coastal line trends N20W, being the most cut. This sector show a more developed coastal plain, due to the absence of Barreiras Formation sediments. The sediments are composed of gravel (4%), sand (68%) and mud (28%), in wich carbonatic sediments dominantes (66%). The northern sector goes fron the Mamanguape River to the latitude 6°35’00”. Its coastal is straight, trending N-S, cut by small estuaries and the Traição Bay. This sector is characterized by coastal plain less developed than the previous one, however, it does not have Barreiras Formation sediments at the coastal line. The sediments are characterized by gravel (15%),. sand. (74%). and. mud. (11%),. in. which. the. clastic. componente predominates (76%). In the three sectors the isobaths show morphological irregularities with narrow and inclined regions compared to others wider and less inclined. These irregularities are a consequence of depositional processes variations and sea level relative fluctuations, resulting in erosion and deposition, forming erosive and constructive features. One of the most characteristic morphological feature in this platform is the presence of sand, coral and calcareous algae reefs. They influence the coastal line morphology, the.

(13) 13. hydrodymamic processes, the facies distribuition, being the main source of organic sediments. The facies were defined, according to their calcium carbonate bioclastic. content gravel,. and. texture,. lithoclastic. in:. lithoclastic. sand,. bioclastic. gravel, sand,. lithoclastic mud, bioclastic mud and reefs. Five provinces were defined according to the sedimentary zonation: active littoral lithoclastic province, active bioclastic province, transitional lithoclastic/bioclastic province, relict lithoclastic province and relict bioclastic province. The sediments show evidence of textural equilibrium, however some are in desequilibrium with present day conditions. The semi-arid conditions in the Paraíba state coastal determine na inexpressive and intermittent drainege network, wich causes a low terrigenous sedimentation rate. The physical weathering contributs to a low suspended matter in the river water.. WORD-KEY: continental platform interns, litoclásticos, bioclásticos, easy desimentares, provinces.. batimétria, sedimentary.

(14) 14. ÍNDICE Páginas AGRADECIMENTOS .................................... VI RESUMO ............................................ VII ABSTRACT .......................................... X ÍNDICE DE FIGURAS ................................. XII ÍNDICE DE FOTOGRAFIAS............................ XVII ÍNDICE DE TABELAS.................................XVIII 1.. INTRODUÇÃO ........................................ 19. 1.1.. Objetivos ......................................... 21. 1.2.. Localização ....................................... 21. 2.. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA .................... 23. 2.1.. Condições Climáticas e Oceanográficas ............. 23. 2.2.. Hidrografia ....................................... 25. 2.3.. Geomorfologia ..................................... 26. 2.3.1.. Tabuleiros Costeiros .............................. 28. 2.3.2.. Planícies Costeiras ............................... 28. 2.4.. Geologia .......................................... 31. 2.4.1.. Formação Barreiras ................................ 33. 2.4.2.. Sedimentos Pleistocênicos ......................... 33. 2.4.3.. Sedimentos Holocênicos ............................ 34. 2.5.. Evolução Geológica da Planície Costeira ........... 37. 3.. MATERIAL E METODOLOGIA ............................ 41. 3.1.. Material .......................................... 41. 3.2.. Metodologia ....................................... 43. 3.2.1.. Análise granulométrica ............................ 43. 3.2.2.. Determinação do teor em carbonato de cálcio ....... 44. 4.. PLATAFORMA. CONTINENTAL. INTERNA. DO. ESTADO. DA. PARAÍBA ........................................... 45 4.1.. Morfologia da linha de costa da Paraíba ........... 49. 4.2.. Morfologia da Plataforma Continental Interna ...... 52.

(15) 15. 4.2.1.. Setor Sul ......................................... 52. 4.2.2.. Setor Central ..................................... 56. 4.2.3.. Setor Norte ....................................... 57. 4.3.. Sedimentos. Superficiais. da. Plataforma. Continental Interna ............................... 60 4.3.1.. Setor Sul..........................................60. 4.3.2.. Setor Central ..................................... 75. 4.3.3.. Setor Norte........................................89. 4.4.. Fácies. Sedimentares. da. Plataforma. Continental. Interna................................ ........... 99 4.4.1.. Fácies Cascalho Litoclástico ...................... 100. 4.4.2.. Fácies Cascalho Bioclástico ....................... 103. 4.4.3.. Fácies Areia Litoclástica ......................... 103. 4.4.4.. Fácies Areia Bioclástica .......................... 104. 4.4.5.. Fácies Lama Litoclástica .......................... 105. 4.4.6.. Fácies Lama Bioclástica ........................... 105. 4.4.7.. Recifes ........................................... 106. 4.5.. Províncias Sedimentares da Plataforma Continental Interna ............................................ 107. 4.5.1.. Província Litoclástica Litorânea Atual ............ 108. 4.5.2.. Província Bioclástica Atual ....................... 108. 4.5.3.. Província de Transição Litoclástica/Bioclástica ... 109. 4.4.4.. Província Relíquia Terrígena e Bioclástica ........ 109. 4.6.. Processos Sedimentares ............................ 110. 5.. CONCLUSÕES ........................................ 114. 6.. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ 117.

(16) 16. LISTA DE FIGURAS Figura. Página. 1 -. Mapa de localização da área estudada.................22. 2 -. Massas de ar e correntes de deriva litorânea atuantes no estado da Paraíba.................................24. 3 - Elementos do relevo da faixa sedimentar costeira de Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte.............. 27 4 -. Mapa geológico da Paraíba............................32. 5 -. Modelo esquemático de evolução.......................38. 6 -. Curva de variação de nível do mar....................38. 7 -. Mapa com a localização das estações amostradas.......42. 8 -. Mapa batimétrico da margem continental da Paraíba....47. 9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área estudada 10-. ...........................................53. Perfis. batimétricos. do. Setor. Sul. da. plataforma. continental interna do estado da Paraíba.............55 11-. Perfis. batimétricos. do. Setor. Central. da. plataforma. continental interna do estado da Paraíba.............58 12-. Perfis. batimétricos. do. Setor. Norte. da. plataforma. continental interna do estado da Paraíba............ 59 13-. Perfil. 1. -. Carne. textural. de. dos. Vaca,. mostrando. sedimentos,. a. distribuição. as. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................62 14-. Perfil. 2. distribuição. -. Ponta textural. dos dos. Coqueiros, sedimentos,. mostrando as. a. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................63 15- Perfil 3 - Pitimbu, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.......................64 16- Perfil 4 - Barreira de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade.

(17) 17. e. terrígenos. carbonáticos. ao. longo. do. perfil................................................65 17- Perfil 5 - Barra de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........67 18- Perfil 6 - Ponta de Tambaba, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........69 19- Perfil 7 - Jacumã, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.......................71 20- Perfil 8 - Penha, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.......................72 21-. Perfil. 9. -. distribuição. Nossa. Senhora. textural. dos. da. Penha,. sedimentos,. mostrando as. a. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil.............................................73 22- Diagramas do Setor Sul mostrando os percentuais em CaCO3 e. terrígenos;. e. nos. terrígenos. os. percentuais. em. cascalho, areia e lama................................74 23-. Perfil. 10. -. João. Pessoa,. mostrando. a. distribuição. textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........77 24- Perfil 11 - Ponta do Bessa, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........78 25- Perfil 12 - Ponta de campina, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil..........79 26-. Perfil. 13. distribuição. -. Farol textural. da dos. Pedra. Seca,. sedimentos,. mostrando as. a. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................81 27- Perfil 14 - Ponta de Lucena, mostrando a distribuição textural. dos. sedimentos,. as. relações.

(18) 18. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................82 28-. Perfil. 15. -. textural. Rio. Miriri,. dos. mostrando. sedimentos,. a. distribuição. as. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................84 29- Perfil 16 - Barreira do Miriri, mostrando a distribuição textural. dos. sedimentos,. as. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil........................................... 85 30-. Perfil. 17. -. distribuição. Ponta. de. textural. dos. Mamanguape,. mostrando. sedimentos,. as. a. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................87 31-. Diagramas. circulares. do. Setor. Central. mostrando. os. percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e lama................88 32-. Perfil. 18. -. textural. Coqueirinho, dos. mostrando. sedimentos,. a. distribuição. as. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................89 33- Perfil 19 - Baia da Traição, mostrando a distribuição textural. dos. sedimentos,. as. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................92 34- Perfil 20 - Barreira do Forte, mostrando a distribuição textural. dos. sedimentos,. as. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................93 35-. Perfil. 21. -. distribuição. Barreira textural. de. Camaratuba,. mostrando. dos. sedimentos,. as. a. relações. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................95 36-. Perfil textural. 22. -. Monte dos. Pelé,. mostrando. sedimentos,. a. distribuição. as. relações.

(19) 19. fácies/profundidade e terrígenos carbonáticos ao longo do perfil............................................96 37- Perfil 23 - Sagi, mostrando a distribuição textural dos sedimentos, as relações fácies/profundidade, terrígenos carbonáticos ao longo do perfil......................97 38-. Diagramas. circulares. do. Setor. Norte. mostrando. os. percentuais em CaCO3 e terrígenos; e nos terrígenos os percentuais em cascalho, areia e lama................98 39-. Mapa de fácies da plataforma continental interna....101.

(20) 20. LISTA DE FOTOS Foto. Página. 1- Desembocadura da margem esquerda do antigo curso do rio Jaguaribe. na. praia. do. Bessa..............................................26 2- Vegetação de cobertura da unidade Tabuleiro, extremamente degradada ao longo da BR-230...........................30 3-. Manguezal. situado. na. porção. sudeste. da. restinga. de. Cabedelo...............................................30 4- Formações pioneiras das praias e ao fundo o manguezal situado ao norte da praia do Jacaré....................31 5- Laguna formada através do represamento do Maceió pelos cordões. litorâneos,. sob. impacto. ambiental. pela. urbanização............................................35 6- Terraço marinho na desembocasdura.do Maceió do Antigo Jardim América na paria do Bessa.......................36 7- Lado direito da foto vê-se os sedimentos atuais de praia. Do. lado. esquerdo. vê-se. parte. do. manguezal. da. antiga. desembocadura do Rio Jaguaribe afetada pela sua abertura e o coqueiral..........................................36 8- Planície fluvio-marinha, na desembocadura do Maceio na Ponta do bessa, descaracterizada pela urbanização......37 9- Vista aérea atual da Ponta do Bessa Bairro do Bessa....51 10-Vista aérea atual da Ponta do Mato e Praia Formosa.....51.

(21) 21. LISTA DAS TABELAS Tabela. Página. 1- Relação entre litologia e solo.......................29 2- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................61 3- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................66 4- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................70 5- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies................................. 6- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................80 7- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................86 8- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................90 9- Dados de profundidade, cascalho, areia, lama, CaCO3 e descrição das fácies.................................94 10-Classificação. de. sedimentos. para. a. plataforma. continental interna da Paraíba......................100 11-Fácies. com. seus. valores. médios. de. profundidade,. cascalho, areia, finos e CaCO3......................101 12-Interrelações. entre. os. sedimentos. de. fundo. das. plataformas continentais............................107.

(22) 22. 1. INTRODUÇÃO A teoria da tectônica de placas, e as novas idéias a cerca da ciclicidade dos processos geológicos sobre a terra, confirmam a grande importância do estudo da geologia marinha para a compreensão da geologia do continente. Durante muito tempo, este conhecimento foi dificultado, por se tratar de uma zona submersa. Entretanto, com os avanços das ciências e das técnicas de pesquisas no mar, nas últimas décadas, este estudo tem apresentado um significativo aprimoramento, e uma grande importância acadêmica e econômica. De todas as zonas oceânicas, a plataforma continental, é certamente, a que apresenta a maior diversidade de morfologia e. de. sedimentos. plataforma. podem. classifica. superficiais. ter. Os. diversas. geneticamente,. sedimentos origens.. em:. encontrados. Emery. (1968). autigênicos,. na os. biogênicos,. detríticos e residuais relíquias. A sedimentação carbonática, é o resultado da atuação dos processos geológicos e da atividade de organismos. Esta ocorre em baixas e altas latitudes, porém, sua produção é maior, em águas de regiões tropicais, principalmente, entre as latitudes 30°N e 30°S. Os sedimentos carbonáticos são produzidos por processos orgânicos e inorgânicos, sendo controlados por vários fatores: clima, profundidade da água, hidrodinâmica, topografia, tipos de substrato, tectônica e mudanças de nível do mar. A. luminosidade,. profundidade. da. água;. a fluxo. latitude, de. a. temperatura. nutrientes;. presença. e de. poluentes (principalmente terrígenos) e salinidade determinam os tipos e abundância dos organismos formadores dos sedimentos carbonáticos. Estes. sedimentos. podem. ter. as. mais. variadas. granulometrias. Eles vão desde blocos, cascalhos, areias, até siltes e argilas. Suas idades não são uniformes, são sedimentos atuais, relíquias e fósseis..

(23) 23. Na formando bancos. plataforma,. diversas. de. areias. os. feições, e. sedimentos ora,. preenchendo. carbonáticos. constituindo depressões.. ocorrem. recifes, A. forma. ora,. dessas. feições, a localização geográfica, espacial, as estruturas, a textura, e a declividade da topografia de fundo, definem os diferentes tipos de plataformas carbonáticas. A plataforma continental do Estado da Paraíba faz parte da. grande. plataforma. sedimentação. tropical. organógena. ou. brasileira.. bioclástica,. Nela,. com. domina. os. a. elementos. correspondentes à sedimentação terrígena subordinados. A plataforma continental interna da Paraíba foi a área escolhida para se desenvolver esta pesquisa. Vários foram os motivos que nos incentivaram a este estudo, cabendo então se destacar aqui os mais importantes, primeiro, pelo fato dela ainda não ter sido estudada, segundo, por se dispor de uma consistente amostragem. Ela oferece ainda a oportunidade de estudo da região onde os sedimentos clásticos e carbonáticos se interdigitam, compreensão. entendendo-se dos. assim,. processos. que. seu. grande. controlam. valor a. para. interface. organógenos/terrígnos. A. área. também. tem. um. significado. geológico. muito. importante, pois caracteriza diferentes ambientes naturais, que sofreram variação espacial e temporal das condições ambientais durante o Quaternário recente. A. pesquisa. desenvolvida. na. plataforma. continental. interna do estado da Paraíba, é neste trabalho apresentada em cinco capítulos. O primeiro, apresenta uma breve introdução com: algumas considerações. gerais. sobre. a. sedimentação. carbonática,. localização da área e objetivos. O segundo, mostra as características gerais da área: clima e condições oceanográficas, hidrografia, geomorfologia e geologia. O pesquisa,. terceiro, o. quarto. envolve. a. apresenta. metodologia o. estudo. usada dos. durante. a. sedimentos.

(24) 24. superficiais da plataforma continental interna da Paraíba, e o quinto, as conclusões obtidas. 1.1.. Objetivos O presente trabalho tem como propósito básico, o estudo. dos sedimentos superficiais da plataforma continental interna do Estado da Paraíba, a compreensão da ação dos parâmetros geológicos, fisico-químicos, e biológicos sobre a distribuição dos sedimentos terrígenos e carbonáticos. Pretende-se. também,. dar. uma. contribuição. para. o. conhecimento dos processos que controlam o desenvolvimento da grande. ocorrência. de. sedimentação. terrígena,. compreensão. dos. plataforma. carbonatos visando. padrões. interna.. Entre. de os. e. sua. contribuir distribuição. objetivos. interface para. uma. com. melhor. faciológica. específicos. a na. podemos. citar: 1 - Estudo dos diferentes tipos de sedimentos, definindo suas classes texturais (cascalho, areia e lama). 2 - Confecção de um mapa de distribuição de fácies. 1.2.. Localização A área pesquisada compreende a plataforma continental. interna do Estado da Paraíba. Seus limites estão representados ao sul, pelo Rio Goiana fronteira natural entre Pernambuco e Paraíba, cuja latitude é 7°35’00” ao norte, pelo Rio Guaju, limite com o Estado do Rio Grande do Norte e a leste, pela isobatimétrica de 15 m (Figura 1)..

(25) 25. Figura 1 - Mapa de localização da área estudada.. 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA As informações sobre as características gerais da área em estudo são de fundamental importância, haja visto que, os ambientes, embora analisados separadamente, formando unidades diferenciadas, devem ser vistos, a partir de uma compreensão global, onde cada unidade está integrada a um conjunto maior, cuja relação de interdependência pode ser observada a partir do mínimo detalhe. Neste sentido serão apresentados aqui todos os aspectos que. podem. interferir. na. sedimentação. sobre. a. plataforma. continental. 2.1.. Condições Climáticas e Oceanográficas Sabe-se que o clima exerce uma influência considerável. sobre os componentes bióticos e abióticos da paisagem e sobre uma. boa. parte. das. atividades. humanas.. Nas. latitudes.

(26) 26. intertropicais, o fato mais característico do regime climático é a existência de duas estações, uma seca e outra chuvosa. De acordo com Köeppen, o tipo de clima na região, é o tropical. quente. monzônicas. e. durante. úmido, todo. ano. com e. chuvas uma. de. curta. características. estação. seca. bem. definida no outono. O Estado da Paraíba está situado, numa encruzilhada dos quatro. sistemas. principais. de. circulação. atmosférica. cuja. passagem é acompanhada por instabilidades e por chuvas (Rocha 1996). Os sistemas atuantes são: o sistema norte - representado pela Zona de Convergência Intertropical (CIT); o sistema sul reproduzido na Frente Polar do Atlântico Sul (EPAS ou MPA); o sistema leste - figurado pelas Ondas de Leste (OL), e pela massa Equatorial atlântica (mEa) e pelos ventos alísios; o sistema. oeste. -. exibido. pela. massa. Equatorial. continental. (mEc), e pelas linhas de Instabilidade Tropical (IT), cuja atuação é maior no interior da Paraíba (Figura 2). Os. ventos. alísios. de. SE-E,. representam. um. fator. importante na dinâmica marinha, pois eles regulam o sistema de ondas. que. atinge. área.. Na. escala. de. BEAUFORT,. são. ventos. designados como fracos a moderados, alcançando velocidade de 4 a 8 m/seg. Eles sopram o ano inteiro, predominando nos meses de agosto, setembro e outubro. Entre os meses de março abril e maio, são substituídos pelos ventos de NE..

(27) 27. Figura 2 - Massas de ar e correntes de deriva litorânea atuantes no estado da Paraíba. Fonte: Rocha (1996), modificado. Na costa, os alísios de SE, determinam as ondas de mesma direção e são os responsáveis pela corrente de deriva litorânea, que transporta os sedimentos em direção ao N, sendo responsável pela evolução do litoral. São também importantes na elaboração. das. dunas. e. para. a. sedimentação. na. plataforma. interna. As marés dominantes na costa da Paraíba, são do tipo semi-diurno, com oscilação vertical de 12 horas e 25 minutos. O desnivelamento entre as marés de águas vivas e as marés de águas mortas, é de 2,1 metros para as primeiras e de 1,0 metro para as segundas (Rocha, 1996). Na costa da Paraíba, a água que recobre a plataforma apresenta-se quente, os valores variam de 27,8 °C a 28,2 °C. A salinidade apresenta concentrações altas e variam de 35,8% a 36,6°/°° (Costa, 1991). As. concentrações. de. oxigênio. dissolvido. apresentam. valores altos, com percentuais de saturação. Os menores valores de pH correspondem as mais baixas concentrações de oxigênio dissolvido.. Os. nutrientes. apresentam. valores. baixos,. como. também, a Biomassa Primária do Fitoplâncton, que exibe valores traços. A produtividade primária e a taxa de assimilação do fitoplâncton apresentam distribuição horizontal semelhantes com valores baixos (Costa, 1991). 2.2.. Hidrografia A drenagem influencia indiretamente na ocorrência dos. carbonatos,. pois. é. o. meio. através. do. qual. os. sedimentos. continentais inibidores da sedimentação carbonática, elementos químicos dissolvidos e nutrientes são transportados até o mar. As considerações hidrológicas foram feitas com base no Inventário Hidrológico Básico do Nordeste - folha 16, SUDENE (1978). Na região, a drenagem orienta-se perpendicular à costa, determinada pela tectônica regional, onde os cursos dos rios.

(28) 28. apresentam. direções. que. variam. de. ENE-WSW. nas. partes. setentrionais e E-W nas partes meridionais. Os. rios. principais. são:. Goiana,. Pitanga,. Popocas,. Garou, Gramame, Paraíba, Jacuipe/Tapira, Miriri, Mamanguape, Estiva,. Camaratuba,. e. Guaju. e. como. secundários. podem. ser. citados o Jaguaribe (Foto 1) e Maceió. Em estreita dependência com o regime pluviométrico, o regime dos rios variam de semi-árido, a tropical. O escoamento em. ambos. os. casos. está. sob. a. dependência. das. enchentes. verificadas por ocasião de precipitações atmosféricas.. Foto 1 - Desembocadura da margem esquerda do antigo curso do rio Jaguaribe na praia do Bessa. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996). 2.3.. Geomorfologia A costa paraibana, assim como outras costas nordestina,. apresentam formadas. uma por:. grande. diversificação. tabuleiros,. falésias,. de. paisagens,. planícies. sendo. fluviais,. terraços marinhos( superiores e inferiores), planícies fluviolagunares, planície costeira, dunas, praias e planícies fluviomarinhas. Os. diferentes. ambientes. encontrados. apresentam. parâmetros (fauna, flora, geologia e geomorfologia) distintos e interrelacionados, porém, podem ser agrupados em duas unidades de. relevo. predominantes,. uma. correspondendo. aos. Tabuleiros. Costeiros, e outra formando as Planícies Costeiras (Figura 3). Os estuários que cortam os tabuleiros e a planície litorânea.

(29) 29. arenosa, evoluíram à partir de acréscimo lateral de sucessivos esporões.. Figura 3 - Elementos do relevo da faixa sedimentar costeira de Pernambuco-Paraíba-Rio Grande do Norte. Fonte: Mabesoone & Silva (1991), modificado. Estes compartimentos do relevo acham-se, em vias de dissecação, por um estágio erosivo estabelecido no Quaternário e em franco desenvolvimento nos dias atuais. Os vales embutidas nas formas de relevo anteriores, parecem variar de estágio, de norte para sul, na parte central, este estágio é de quase senilidade, conforme se insere, com a formação de meandros. Os cursos. dos. rios. no. norte. e. no. sul. são. mais. retilíneos,. favorecendo, apenas, a formação de vales abertos, o que indica uma fase mais jovem do regime desses rios. 2.3.1.. Tabuleiros Costeiros Os Tabuleiros Costeiros apresentam cotas que variam de. 50 a 100 metros. São formados pelos sedimentos da Formação Barreiras. e. pelos. sedimentos. mesozóicos. da. bacia. PE/PB,. formando um plano suavemente inclinado em direção ao litoral..

(30) 30. Sobre este compartimento geomorfológico as classes de solos. desenvolvidas. Vermelho-Amarelo, pequenas longo. áreas. das. são:. As. Latossolos. deprimidas. vertentes,. areias. Vermelho-Amarelo. ocorrem. zonas. quartzosas,. de. Podzol. podzólico. Distrófico,. Hidromórfico. Podzólicos. e. em ao. Vermelho-Amarelo. (Tabela 1). Onde os calcários afloram nas vertentes, ocorrem os vertissolos, solos de textura argilosa que reagem com ácido clorídrico,. possivelmente,. relacionados. aos. sedimentos. mesozóicos subjacentes de natureza carbonática. A vegetação desta unidade é localmente conhecida como “Tabuleiro”, sendo constituída por formações mistas herbáceas e lenhosas,. arbustivas. a. arbóreas. baixas,. citando-se:. Jatobá. (Hymenaea Spp) e a Maçaranduba (Manilkara Salzmaini) (Foto 2). 2.3.2.. Planícies Costeiras As Planícies Costeiras apresentam altitudes que variam. de 0 a 10 m metros, representam as menores cotas da região, e estão posicionadas a frente dos tabuleiros. Nesta unidade estão inseridos vários ambientes: terraços marinhos (Pleistocênicos e Holocênicos); entre os terraços, as planícies fluvio-lagunares; dunas; praias e planícies fluvio-marinhas. Litologicamente são constituídos por sedimentos arenosos e por material sílticoargilosos recentes. Tabela 1 - Relação entre litologia e solo. (Fonte: Ferreira, 1991). IDADE. UNIDADE. LITOLOGIA. CLASSES DE. ESTRATIGRÁF. SOLOS. ICA Holoceno -. Aluviões,. Principalmente. Pleistoceno. praias,. areias e arenitos, solos. Superior.. terraços,. nos vales dos rios indiscrimina. recifes dunas.. e também. argilas. cascalho.. Podzol,. e dos mangue, solos. gley de.

(31) 31. discordância. orgânicos, silos aluviais. e. areias quartzosas marinhas. Pleistoceno Inferior. Formação - Barreiras;. Areias e arenitos, Areia raras. quatzosa,. Plioceno. intercalações. Superior. argila.. de podzólico, latossolo,. Discordância. podzol.. . Paleoceno. Formação. Calcários. Vertissolo.. Maria. clásticos, argilas. Farinha. calcárias.. Maastrichtia. Formação. Calcários margosos Vertissolo.. no. Gramame;. e. argilosos,. Campaniano –. base. Santoniano.. e fosforitos;. na. calcarenitos. Formação. Arenitos grosseiro. Beberibe;. a médios, na costa arenitos carbonáticos.. Estas planícies encontram-se complexas associações de classes. de. solos:. Gley. Distróficos. textura. indiscriminada,. Podzol Hidromórfico, Indiscriminados de Mangues e as areias quatzosas distróficas e eutróficas (Tabela 1). Sobre as planícies fluvio-lagunares, fluvio-marinhas e em. zonas. deprimidas. se. desenvolve. uma. vegetação. típica,. o. mangue, onde predomina a (Rhisophora mangle L.), representada principalmente pelo Mangue Vermelho, nas áreas mais afastadas, com menos salinidade aparece o Mangue Canoé (Avicennia Nitida Jacq) (Foto 3). No litoral arenoso a vegetação encontrada são as gamas e capins e/ou coqueiros, destacando-se a salsa-de-.

(32) 32. praia. (Ipomoea. pes-caprea). e. a. grama-de-praia. (Sporobolus. virginicus) (Foto 4).. Foto 2 - Vegetação de cobertura da unidade Tabuleiro, extremamente degradada ao longo da BR-230. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).. Foto 3 - Manguezal situado na porção sudeste da restinga de Cabedelo. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).. Foto 4 - Vegetação das praias e ao fundo o manguezal situado ao norte da praia do Jacaré. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996)..

(33) 33. 2.4.. Geologia A. geologia. é. um. dos. principais. controles. da. sedimentação carbonática, ela determina a ausência ou presença de sedimento siliciclástico, ao estabelecer a topografia dos blocos. continentais. e. os. padrões. de. drenagem;. como. também. define o ambiente deposicional local (plataforma ou rampa), determinando. à. profundidade,. a. largura,. a. forma. básica. de. orientação de suas principais feições, isto é, localização dos principais bancos, passagens e promontórios. A. estratigrafia. da. região. abrange. principalmente. os. sedimentos da Formação Barreiras, Pleistocênicos e Holocênicos (Figura 4). Estes depósitos compreendem as rochas que margeiam a área, representadas nos tabuleiros costeiros, compostos pelos sedimentos da Formação Barreiras, e pelas planícies costeiras, constituídas. de. sedimentos. Pleistocênicos. e. Holocênicos,. recortados por inúmeros vales fluviais, que drenam suas águas para o mar..

(34) 34. Figura 4 - Mapa geológico da Paraíba. Fonte: Dantas et al. (1982), modificado. 2.4.1. Formação Barreiras Esta. seqüência. é. formada. pelas. areias,. argilas. e. arenitos grossos conglomeráticos e afossilíferos, de origem continental,. de. idade. Plio-pleistocênica,. formando. os. Tabuleiros Costeiros (Mabesoone & Alheiros 1991). Os tabuleiros costeiros ocupam a maior parte da região. Acompanham o litoral, em disposição paralela a linha de costa. As. suas. porções. terminais,. quando. atacadas. pelas. ondas,. originam as falésias vivas, que no litoral sul acompanham quase toda linha de costa, sendo recortadas apenas pelas planícies fluvio-marinhas, porém. No litoral central e norte, as falésias encontram-se mais recuadas. 2.4.2.. Sedimentos Pleistocênicos Estes. sedimentos. estão. representados. primeiramente. pelas areias brancas, que recobrem as extensas superfícies dos tabuleiros,. podendo. serem. reacumuladas. em. dunas.. Trata-se. obviamente de produtos de lixiviação de depósitos mais antigos. Dispersos na planície costeira aflorando principalmente nas falésias da Formação Barreiras ocorrem os leques aluviais Pleistocênicos, cujos topos encontram-se a 15 e 20 m acima do atual nível do mar, sendo também encontrado às vezes, no sopé das elevações ou nas encostas dos vales. Os leques aluviais Pleistocênicos foram mapeados por Lima Filho et al., (1989), no litoral sul da Paraíba na região de Pitimbu; e mais a norte na região de Jacumã por Almeida, (1989), entre a Barra do Gramame e Cabo Branco por Monteiro, (1989). Seus sedimentos são constituídos de areia quartzosas com. argila,. distribuídos. seixos. de. quartzo. aleatoriamente. numa. arredondado matriz. e. argilosa.. cascalhos, Eles. se. formaram depois da fase transgressiva que esculpiu as falésias nos sedimentos da Formação Barreiras, a regressão subsequente.

(35) 35. escavou estes. pequenos. canais. sedimentos. sobre. escoaram. estes. formando. depósitos, os. leques. pelos no. quais. sopé. das. falésias. Os terraços marinhos Pleistocênicos ocorrem dispersos na porção mais interna da planície costeira, mais ou menos paralelos a linha de costa com altitude vaiando de 7-8 m. São constituídos. por. areias. inconsolidadas,. em. superfície. apresentam coloração branca ou acastanhada. Em profundidade tais depósitos podem exibir cor preta e uma certa coesão, aspectos atribuídos a presença de ácidos húmicos e óxido de ferro, resultantes dos processos pedogenéticos atuais. 2.4.3.. Sedimentos Holocênicos Os. depósitos. Holocênicos,. compreendem. os. sedimentos. fluvio-lagunares, terraços marinhos Holocênicos os sedimentos atuais. de. marinhos.. praia, São. arenitos. menos. de. praia. e. sedimentos. representativos. que. os. fluvio-lagunares. ocorrem. fluviodepósitos. Pleistocênicos. Os. sedimentos. entre. os. terraços marinhos Pleistocênicos e Holocênicos, são alongados e paralelos a linha de costa (Foto 5). São constituídos por areias finas a grossas com siltes argilosos em diferentes graus de compactação. Os descontínuos. terraços e. marinhos. ocorrem. Holocênicos. essencialmente. entre. são. depósitos. os. sedimentos. fluvio-lagunares e os sedimentos atuais de praia. Ao sul da área, são praticamente inexistentes. No centro, entre a Ponta do Seixas e a Ponta de Lucena são mais amplos, ao norte entre o rio e Mamanguape Guaju são nenos extensos. Estes cordões se desenvolveram sob forma de uma extensa ilha barreira a partir dos máximos das transgressões, isto é, durante a estabilização do nível do mar. Os terraços marinhos apresentam-se em forma de terraços com cotas de 2 a 3 m acima do nível do mar atual (Foto 6)..

(36) 36. Os. sedimentos. atuais. de. praia. formam. uma. estreita. faixa, que por sua vez, representa a porção mais externa da planície costeira. Estes sedimentos encontram-se depositados entre a linha de baixa-mar e os terraços Holocênicos, tendo geralmente. uma. pequena. inclinação. no. sentido. do. mar.. Representam uma área permanentemente submetida à ação combinada das ondas, correntes de deriva litorânea e das marés (Foto 7). Um. dos. traços. morfológicos. mais. característicos. do. litoral da Paraíba é a presença de recifes, dispostos em forma de arenitos de praia, paralelas à costa, servindo de substrato para o desenvolvimento de corais e algas calcárias. A maior parte consiste de areia quartzosa cimentada por carbonato de cálcio proveniente da dissolução dos fragmentos orgânicos. Os sedimentos fluvio-marinhos apresentam restrita distribuição, ocorrem na desembocadura dos rios. Litologicamente são vazas escuras, onde se misturam materiais pelíticos e matéria orgânica em decomposição (Foto 8).. Foto 5 - Laguna formada através do represamento do Maceió pelos cordões litorâneos, sob impacto ambiental pela urbanização. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996)..

(37) 37. Foto 6 - Terraço marinho na desembocadura do Maceió do antigo Jardim América na praia do Bessa. (Foto: Josenilton Patrício Rocha, 1996).. Foto 7 - Lado direito vê-se os sedimentos atuais de praia. Do lado esquerdo, parte do manguezal da antiga desembocadura do Rio Jaguaribe afetada pela sua abertura e um coqueiral. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996).. Foto 8- .Planície fluvio-marinha, na desembocadura do Maceio na Ponta do Bessa, descaracterizada pela urbanização. (Foto: Sizenando C. Caldas, 1996). 2.5.. Evolução Geológica da Planície Costeira O modelo de evolução para o litoral da Paraíba, destaca. a. dominância. associadas neotectônicas. das. as e. flutuações. modificações pela. relativas. de. nivel. paleoclimáticas,. dominância. dos. processos. do. mar,. reativações de. dinâmica.

(38) 38. costeira dos últimos 7000 anos, podendo ser comparado com o modelo de evolução proposto por Dominguez, (1992) (Figura 5). A curva de variação de nível do mar para os últimos 7.000 anos, definida por (Martin, et al., 1979), mostra que os litorais leste e nordeste brasileiros estiveram submersos até cerca de 5.100 anos A.P., seguido de emersão até nossos dias (Figura.6). • Fase 1 Esta fase compreende o período entre 120.000 e 7.000 anos A.P. Provavelmente ainda no Pleistocêno, deve ter ocorrido a. Transgressão. Antiga. ou. a. Antepenúltima. Transgressão. (Bittencourt et al., 1979) (Figura 5). O nível do mar avançou continente a dentro, erodindo os sedimentos continentais da Formação Barreiras, afogando os vales e córregos e formou uma linha de falésias.. Figura 5 - Modelo esquemático de evolução, segundo Dominguez, (1992).. Figura 6 - Curva de variação de nível do mar, segundo Martin et al. (1979)..

(39) 39. Na fase regressiva subsequente, o clima retomou a semiaridez. Este retorno as condições climáticas semelhantes as de deposição da Formação Barreiras levou a sedimentação de novos depósitos. continentais,. compostos. de. leques. aluviais. coalescentes no sopé da falésia da Formação Barreiras. São formados os leques aluviais Pleistocênicos ou depósitos pósBarreiras (Vilas-Boas et al., 1979). (Figura 5). Novamente o nível do mar sobe e ultrapassa o atual, correspondendo. a. Penúltima. Transgressão.. O. mar. erodiu. parcialmente os depósitos continentais do estágio anterior. Nesta fase, os baixos cursos dos rios foram afogados dando origem a estuários, lagunas. Quando a erosão dos depósitos da fase precedente era completa as ondas retrabalhava a falésia (Figura 5). Nesta. fase. foram. construídos. os. terraços. marinhos. Pleistocênicos, formados por cristas praiais progradants. Ainda durante esta fase podem ter sido desenvolvidos extensos campos de. dunas. a. partir. do. retrabalhamento. dos. sedimentos. dos. terraços Pleistocênicos e da Formação Barreiras (Figura 5). • Fase 2 Esta fase corresponde ao tempo de 7.000 anos e o atual. A planície costeira pleistocênica foi invadida pelo mar durante a Última Transgressão, desenvolve-se então ilhas barreiras. Atrás. destas. ilhas. barreiras. instalaram-se. as. lagunas. que. aprisionaram as águas dos rios. (Figura 5). Ocorre o assoreamento das lagunas, a partir de deltas intralagunares. Durante este estágio muitas lagunas passaram a lagoas de águas doce e, em muitos casos, o assoramento completo levou ao desnvolvimento de pâtanos e tufeiras (Figura 5). O. evento. regressivo. posterior. a. Última. Transgressão. imprimiram as formas finais do modelado da costa. Durante este episódio. formaram-se. os. terraços. marinhos. Holocênicos.. O. testemunho deste evento pode ser observado principalmente na costa. central. e. norte. da. Paraíba.. A. partir. dai. os. rios.

(40) 40. conseguiram começaram. desembocar então. a. diretamente. contribuir. no. com. oceano, sua. os. carga. mesmos arenosa,. influenciando na geometria das cristas praiais (Figura 5).. 3. MATERIAL E METODOLOGIA. 3.1.. Material O material estudado foi coletado por mergulhadores, no. período de 09/04/82 a 07/06/82, durante a execução do Projeto ALGAS, realizado pela SUDENE, através de Convênios com a SUDEPE e. a. CIRM,. com. a. participação. da. Universidade. Federal. de. Pernambuco - UFPE, cuja finalidade era localizar e quantificar os principais bancos de algas marinhas no litoral do estado da Paraíba. Foram coletadas um total de 184 amostras de sedimentos superficiais, entre as isobatimétricas de 0 a 12 metros. As amostras. foram. distribuídas. ao. longo. de. 23. perfis. perpendiculares a costa, onde em cada perfil foram feitas oito estações de coleta (Figura 7). Da embarcação era jogado ao mar, um quadrado de ferro com 0,50 m de largura e depois era recolhida uma amostra do material contido no mesmo. O material encontrado no interior dos quadrados foi recolhido pelos mergulhadores que o colocaram em sacos plásticos, devidamente etiquetados e numerados com referência a cada estação. As. estações. foram. determinadas. em. função. da. profundidade de cada perfil. Iniciava-se na isóbata de 0,0 m até a última estação em torno de 12 m. Para a correção da profundidade, recorreu-se à tábua de marés, publicada pela Diretoria de Hidrografia e Navegação do Ministério próximo. às. da. Marinha,. praias. tendo. por. prospectadas.. referência. As. alturas. o. porto. obtidas,. mais foram. lançadas em gráficos, onde obteve-se a profundidade real no momento da coleta. A aferição das profundidades foi feita com auxilio de um fio de prumo e por eco-sondagem..

(41) 41. 3.2.. Figura 7 - Mapa com indicação da localização das estações amostradas. Metodologia Para. a. realização. deste. trabalho. a. metodologia. aplicada, baseou-se em um conjunto de técnicas convencionais para o estudo de sedimentos marinhos superficiais. Efetuou-se um levantamento bibliográfico pertinente aos aspectos. climáticos,. oceanográficos,. hidrológicos,. geomorfológicos, pedológicos, e geológicos da área estudada. Também foram catalogados, tabelados e computados todos os dados de. profundidade,. localização,. e. descrição. litológica. do. material de fundo recolhido do Projeto ALGAS. No Laboratório de Geologia e Geofísica Marinha (LGGM) da. UFPE,. as. 184. amostras. foram. tratadas,. e. submetidas. as. seguintes análises: análise granulométrica e determinação do teor em carbonato de cálcio. Os resultados obtidos nas análises, foram traduzidos em diagramas, tabelas e perfis, o que permitiram a elaboração do mapa. faciológico.. sedimentos. Os. critérios. superficiais,. foram. básicos. para. estabelecidos. o. estudo. dos. através. do.

(42) 42. diagrama. textural. de. Shepard,. (1954),. pela. metodologia. utilizada por Larsonneur & outros (1977) no mapeamento do canal da Mancha e de Kempf, (1972) para a plataforma de Alagoas e Sergipe. 3.2.1.. Análise granulométrica A análise granulométrica tem como objetivo caracterizar. as. propriedades. amostras. foram. temperatura. de. de. tamanho. dos. submetidas. a. 60°,. que. para. sedimentos. secagem, não. Inicialmente. em. haja. estufa. as. a. uma. modificação. dos. argilominerais sensíveis a altas temperaturas. Depois de seco, o material foi retirado da estufa e pesado 100 g para o peneiramento por via úmida, cuja finalidade era a separação das frações cascalho, areia e lama (silte e argila), consistindo na lavagem da amostra sobre duas peneiras de malhas 2,000 e 0,062 mm. O peneiramento seco da fração grossa (maior que 0,062 mm) foi feito no “Rotap Sieve Shaker”, utilizando-se um jogo de peneiras,. cujas. aberturas. variam. de. -1,00. a. 4,00. phi.. As. diversas frações de areia obtidas em cada peneira foram então pesadas, em uma balança analítica, e condicionada em sacos plásticos identificados. Os resultados foram anotados em fichas de análise granulométrica, para posterior traçado das curvas de distribuição. de. freqüência. simples. e. acumuladas. e. para. o. cálculo dos parâmetros estatísticos. 3.2.2.. Determinação do teor em carbonato de cálcio O teor de carbonato de cálcio foi determinado através. do calcímetro de Bernard sobre a amostra bruta e os resultados expressos em percentuais de carbonato de cálcio..

(43) 43. 4. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA PARAÍBA Plataforma continental é área da margem continental, que corresponde ao prolongamento do continente até uma linha ou faixa, de aumento brusco do gradiente de inclinação. A principal característica da plataforma continental é sua. superfície. feições. horizontal,. morfológicas. quase. podem. plana.. ocorrer. sobre. Entretanto, ela,. são. várias formas. negativas e positivas. As negativas são representadas pelos canions,. canais,. vales. submarinos,. bacias. e. depressões. lineares. As positivas são figuradas pelos bancos de areias, dunas, terraços, cristas, escarpas de falhas e recifes. Ela também apresenta micro relevo. As formas acima citadas resultam de. vários. fatores:. erosivos,. tectônicos,. litológicos,. topográficos, dinâmicos, biológicos e das flutuações de nível do mar. A repartição dos sedimentos na plataforma continental é função. da. profundidade,. é. também. resposta. de. fatores. climáticos, batimétricos, faunísticos, morfologia da linha de costa, hidrodinâmicos e das mudanças relativas de nível do mar. A. plataforma. continental. brasileira. é. extensa.. Geograficamente ela compreende as zonas climáticas de baixas latitudes (tropical) e de latitudes médias (temperadas), o que caracteriza distintos processos sedimentares, como também uma grande diversidade de sedimentos. Os. sedimentos. encontrados. na. plataforma. brasileira. resultam de diferentes regimes de sedimentação. Martins et al., (1972), destinguiram para plataforma brasileiras três regimes de sedimentação: 1. -. plataforma. com. sedimentação. terrígena. importante,. proveniente de grandes bacias de drenagem, sendo bem ilustrada pela plataforma amazônica. 2. -. plataformas. cobertas. por. sedimentos. biogênicos. e. biodetríticos, resultantes de uma intensa atividade organógena. A plataforma nordestina é um exemplo típico..

(44) 44. 3 - plataformas cobertas por sedimentos relíquias, recebendo uma pequena contribuição atual, ou sofrendo retrabalhamento, é o caso da plataforma do Rio Grande do Sul. A pela. plataforma. sua. continental. reduzida. relativamente. largura,. quentes. (25-30°. do. nordeste. pouca C),. caracteriza-se. profundidade,. elevada. salinidade. águas (30. -. 38°/°°) e cobertura quase total de sedimentos carbonáticos de origem orgânica. Coutinho (1976), a partir da análise da morfologia e da distribuição dos diversos tipos de sedimentos na plataforma continental do Nordeste do Brasil, sugere dividi-la em três trechos:. Plataforma. interna,. plataforma. média. e. plataforma. externa, cuja proposta será usada no presente trabalho. •. Plataforma. interna. -. limitada. pela. isóbata. de. 20. m,. apresenta relevo suave e apenas algumas irregularidades, devido a presença dos recifes. É coberta com areias terrígenas e muito pouco cascalho e lama. O teor em carbonato de cálcio inferior a 20%.. Nela. dominam. as. associações. de. moluscos. com. ou. sem. foraminíferos bentônicos, com menor quantidade de restos de equinóides e algas coralináceas ramificadas e incrustantes. Os componentes bióticos são muitos retrabalhados. A plataforma continental do estado da Paraíba faz parte da. extensa. plataforma. carbonática. nordestina,. e. pode. ser. considerada como típica dentro dos padrões para o nordeste brasileiro (Figura 8), apresentando uma largura que varia de 30 a 35 Km ao sul e 15 a 20 Km no norte, e uma profundidade inferior a 60 m. Sua principal característica, é a grande ocorrência. de. sedimentos. carbonáticos. representados. essencialmente. característica. observada. proeminentes,. onde. os. é,. por a. algas. pequena. paleocanais. de. são. modestamente na morfologia da plataforma.. origem. orgânica,. calcárias.. Outra. expressão. de. poucos. influenciam. e. feições.

(45) 45. Figura 8 - Mapa batimétrico da margem continental da Paraíba. Fonte: carta nº 800 - DHN.. A plataforma continental externa apresenta-se estreita e profunda no sul da área, alargando-se um pouco para norte, ao contrário da plataforma média que se torna mais larga e suave ao sul, estreitando-se para o norte. Elas caraterizam-se por uma cobertura dominante de sedimentos carbonáticos. A constante,. plataforma porém,. interna. apresenta. estreita-se. bastante. uma no. largura. extremo. quase. norte. da. área, sendo coberta por uma mistura de sedimentos terrígenos nas partes mais rasas e, orgânicos nas partes mais profundas. A transição. entre. às. fácies. é. feita. por. uma. sedimentação. biodetrítica, conforme será discutido posteriormente. A carga sedimentar terrígena lançada pelos rios que ocorrem na região, parece ser a responsável pelo assoreamento dos paleocanais na plataforma interna, suavizando os traçados das isóbatas, principalmente até a isobatimétrica de 5 m. Na área em estudo, as isóbatas sugerem uma morfologia resultante contornos. de das. variações. nos. processos. isobatimétricas. deposicionais.. diferenciados,. Os. mostra.

(46) 46. irregularidades inclinadas. em. morfológicas comparação. com. com. regiões. outras. mais. mais. estreitas. largas. e. e. suaves,. principalmente no setor norte, onde, as isóbatas de 5 e 10 m se aproximam. da. linha. de. costa,. modificando. bastante. o. comportamento da sedimentação. Estas variações de declividades e larguras são resultantes dos processos sedimentares atuantes na plataforma interna. Um dos traços morfológicos mais característicos desta plataforma. é. a. presença. dos. “recifes”. de. arenito,. algas. calcárias e corais, que acompanham a linha de costa formando cordões de dimensões variadas, onde se destacam quatro por sua importância econômica. Estes bancos receberam os nomes de suas respectivas praias: Banco da Penha, Banco de Tambaú, Banco do Bessa e Banco do Cabedelo. Eles influenciam na modelagem da linha de costa, nos processos hidrodinâmicos, na distribuição das fácies, sendo uma importante fonte de sedimentos orgânicos.. 4.1.. Morfologia da Linha de Costa da Paraiba O. estudo. da. configuração. da. linha. de. costa. é. fundamental para a compreensão da morfologia e das feições sedimentares da plataforma interna. Várias feições encontradas na plataforma estão associadas a fatores litorâneos. Levando-se em conta a análise da morfologia da linha de. costa,. as. sedimentares,. configurações no. litoral. batimétricas. paraibano,. e. cuja. as. informações. extensão. é. de. aproximadamente 138 Km, foram identificados três setores: Sul, Central e Norte (Figura 9). O Setor Norte compreende a região que vai do rio Mamanguape ao limite norte da área (6° 35’00”). A morfologia da linha de costa, apresenta-se, retilínea, com direção quase N-S, associada a uma planície costeira arenosa menos ampla que o setor central e um acidentes geográfico importante representado pela Baia da Traição. A costa deste setor é recortada por três pequenos estuários dos rios Guaju, Camaratuba e Estivas, e pelo.

(47) 47. rio de porte intermediário Mamanguape, todos com pequeno aporte sedimentar.. Na. linha. de. costa. o. sedimentos. quaternários. predominam, formando uma faixa larga contínua, representando um significativo. recuo. da. Formação. Barreiras. (Figura. 4).. Este. setor é o que se apresenta menos urbanizado, com a mais baixa densidade demográfica, e nenhum índice e industrialização. Ele também é utilizado para cultivo da cana-de-açúcar, atividade de exploração mineira como cascalho e minerais pesados, atividade de exploração de recursos pesqueiros, atividades agropecuárias e expansão turística. Nos. três. setores. as. praias. possuem. uma. declividade. baixa e estão inseridas em células litorâneas de formas não estáveis separadas normalmente por pontais arenosos (Fotos 9 e 10). O Setor Central compreende a região que vai do Cabo Branco. ao. Rio. Mamanguape.. Caracteriza-se. por. apresentar. a. configuração de costa, mais recortada de todo litoral, com uma direção de N 20° W. Este setor apresenta uma planície costeira mais desenvolvida, e os tabuleiros uma topografia mais suave e afastados da linha de costa. Os sedimentos quaternários são predominantes, e ocorrem da Ponta de Seixas ao Rio Miriri, daí até a Ponta de Mamanguape, aparecem os sedimentos da Formação Barreias, formando uma linha de falésias ao longo da praia. Esta região é recortada por quatro estuários, de porte médio, referentes (Figura. aos. 4),. rios. Mananguape,. resultando. na. Miriri,. presença. Tapira. de. e. vários. Paraiba acidentes. geográfico marcantes tais como: a Ponta de Mananguape, Ponta de Lucena, Ponta da Camboinha, Ponta do Mato, Ponta de Campina, Ponta do Bessa, Ponta de Tambaú, Ponta de Seixas, Restinga de Cabedelo. e. Cabo. Branco.. Este. setor. é. o. mais. urbanizado,. industrializado e de maior densidade demográfica, pois nele se localiza a capital do estado, João Pessoa. A ação antrópica na região, resultou em profundas e irreversíveis modificações na paisagem natural e em significativas alterações na dinâmica do meio,. o. alterações. que na. tem. acarretado. morfologia. grandes. (aterros,. mudanças. escavações. ambientais: e. cortes),.

(48) 48. degradação e devastação da cobertura vegetal, diminuição do aporte sedimentar para o mar, subida do lençol freático e etc. O Setor Sul compreende a região que vai do limite sul da. área. (7°. 35’00”). até. o. Cabo. Branco.. A. linha. de. costa. apresenta-se retilínea, com direção quase N-S, entalhada por pequenas. reentrâncias,. adjacentes. a. uma. planície. costeira. arenosa bastante estreita. Predominam os sedimentos da Formação Barreias, que formam uma linha de falésias vivas, interrompidas apenas pelos pequenos rios conseqüentes que drenam suas águas para o Oceano Atlântico, distinguindo-se os rios Goiana, Abaí, Graú, Guruji e Gramame, todos com pequeno aporte sedimentar (Figura. 4).. Esta. região. encontra-se. pouco. urbanizada. e. industrializada, destacando-se somente o distrito industrial de Conde. Ela é utilizada de forma intensa para o cultivo de canade-açúcar,. atividades. agropequárias,. atividades. pesqueiras,. extração de minerais e implementação de atividades turísticas (prática de naturismo na praia de Tambaba).. Foto 9 - Vista aérea atual da Ponta do Bessa Bairro do Bessa. (Foto: Josenilto Patrício Rocha, 1996)..

(49) 49. Foto 10 - Vista aérea atual da Ponta do Mato e Praia Formosa. (Foto: Josenilto Patrício Rocha, 1996). A forma atual da linha de costa está intimamente associada. ao. processo. de. regularização. da. linha. de. costa,. através dos mecanismos hidrodinâmicos costeiros, ou seja, pela ação das ondas e correntes, combinadas com a resistência dos sedimentos terciários e a presença dos recifes. A. presença. dos. recifes. ao. longo. de. toda. costa. influencia bastante na morfogênese da costa. Eles funcionam como. verdadeiros. obstáculos. naturais,. onde. as. ondas. são. dissipadas, proporcionando acumulação de sedimentos na porção da praia que se localiza em frente a eles, originando as pontas acima citadas, em contraste com as áreas marginais que, ao contrário, são erodidas, originando praias em forma de meia lua. 4.2.. Morfologia da Plataforma Continental Interna A. análise. das. feições. morfológicas. da. plataforma. interna do estado da Paraíba, é apresentada com base no mapa batimétrico,. e. em. algumas. observações,. a. partir. de. perfis. batimétricos (Figura 9). O exame morfológico abrange uma área correspondente as curvas isobatimétricas de 0 até 15 m, porém, cabe salientar que a área de coleta de amostras ficou limitada as isóbatas de 0 a de 12 m. A mesma divisão por setores, também, será utilizada no estudo da plataforma, objeto, do presente trabalho.A principal característica morfológica da área é a presença dos recifes. 4.2.1.. Setor Sul Neste Setor a isóbata de 5 metros ao sul, apresenta sua. maior largura, em frente ao Rio Gramame, e vai se estreitando em. direção. ao. norte. da. área,. traduzindo. a. importância. da. sedimentação terrígena atual. Ao contrário, isobatimétrica de 10 m, apresenta largura mais ou menos constante..

(50) 50. Figura 9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área estudada. A isóbata de 15 m mostra um contorno mais irregular, sendo mais estreita. ao. sul,. alargando-se. para. norte,. diferenciando-se. apenas nas regiões de paleocanais, onde apresenta inflexões. O canion. do. rio. Goiana,. atualmente. está. desconectado. da. plataforma interna, porém é bem visível a partir da isóbata de 15 m (Figura 9). Dos. perfis. batimétricos. deste. setor. (Figura. 10),. o. perfil 1 localizado em Carne de Vaca, é o mais largo de todos, mostrando uma morfologia com poucas variações, da praia até a profundidade de -5 m a inclinação pequena, aumentando daí até 10 m, reduzindo-se em seguida até os -15 m. O perfil 2, na Ponta dos Coqueiros é o mais diferenciado de todos os perfis deste setor, apresenta inclinação baixa nos primeiros -15 m. No perfil 3, na localidade de Pitimbu, a declividade é constante e baixa até a profundidade de -10 m, suavizando-se mais até -15 m. No perfil 4, Barreira de Tambaba, a inclinação até -5 m é baixa, aumentando bastante daí até a profundidade de -15 m. O perfil. 5,. na. Barra. de. Tambaba,. apresenta-se. idêntico. ao. anterior. No perfil 6, na Ponta de Tambaba a inclinação até -10.

Referências

Documentos relacionados

CRITÉRIOS PARA TRANSFERÊNCIA DE PROGRAMA, ÁREA DE CONCENTRAÇÃO E CURSO A solicitação do aluno deverá ser encaminhada juntamente com o novo projeto de pesquisa, relatório dos

O paper reúne evidências da existência de “regimes de normatização estadual” em três áreas de políticas: patrimônio histórico, meio ambiente e saúde.

Defini¸c˜ oes similares ao proposto anteri- ormente n˜ ao auxiliam de maneira apropriada o entendimento para com a energia, tanto pela ideia de “trabalho”n˜ ao ser aprofundada

Por fim, o quadro da pesquisa e a compreensão da relação das migrações entre a matriz de partida e as áreas novas sugerem algumas recomendações relevantes para o

Plano de Gerenciamento de Dados é o documento formal o qual descreve o conjunto de informações e instruções relacionado à gestão de dados científicos no seu

Para o autor, se por um lado o homem está ligado à Terra, porque do pó foi criado, e durante toda a sua vida se vê inquieto e com nada se contenta, sendo também mais inclinado ao

Ultimo valor divulgado ao mercado pela respetiva entidade gestora, conforme previsto no nº10 do art.32º do Regulamento CMVM 2/2015, exceto no caso de unidades

Inúmeros são os estudos sobre as ações de liberdade movidas por escravos no território do Império brasileiro no decorrer do século XIX, assim como as discussões acerca da