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Morfologia da Plataforma Continental Interna

4. PLATAFORMA CONTINENTAL INTERNA DO ESTADO DA

4.2. Morfologia da Plataforma Continental Interna

A análise das feições morfológicas da plataforma interna do estado da Paraíba, é apresentada com base no mapa batimétrico, e em algumas observações, a partir de perfis batimétricos (Figura 9).

O exame morfológico abrange uma área correspondente as curvas isobatimétricas de 0 até 15 m, porém, cabe salientar que a área de coleta de amostras ficou limitada as isóbatas de 0 a de 12 m. A mesma divisão por setores, também, será utilizada no estudo da plataforma, objeto, do presente trabalho.A principal característica morfológica da área é a presença dos recifes.

4.2.1. Setor Sul

Neste Setor a isóbata de 5 metros ao sul, apresenta sua maior largura, em frente ao Rio Gramame, e vai se estreitando em direção ao norte da área, traduzindo a importância da sedimentação terrígena atual. Ao contrário, isobatimétrica de 10 m, apresenta largura mais ou menos constante.

Figura 9 - Mapa batimétrico e de localização dos perfis da área estudada.

A isóbata de 15 m mostra um contorno mais irregular, sendo mais estreita ao sul, alargando-se para norte, diferenciando-se apenas nas regiões de paleocanais, onde apresenta inflexões. O canion do rio Goiana, atualmente está desconectado da plataforma interna, porém é bem visível a partir da isóbata de 15 m (Figura 9).

Dos perfis batimétricos deste setor (Figura 10), o perfil 1 localizado em Carne de Vaca, é o mais largo de todos, mostrando uma morfologia com poucas variações, da praia até a profundidade de -5 m a inclinação pequena, aumentando daí até - 10 m, reduzindo-se em seguida até os -15 m. O perfil 2, na Ponta dos Coqueiros é o mais diferenciado de todos os perfis deste setor, apresenta inclinação baixa nos primeiros -15 m. No perfil 3, na localidade de Pitimbu, a declividade é constante e baixa até a profundidade de -10 m, suavizando-se mais até -15 m. No perfil 4, Barreira de Tambaba, a inclinação até -5 m é baixa, aumentando bastante daí até a profundidade de -15 m. O perfil 5, na Barra de Tambaba, apresenta-se idêntico ao anterior. No perfil 6, na Ponta de Tambaba a inclinação até -10

m é baixa e uniforme, diminuindo em direção a profundidade de - 15 m. O perfil 7, em Jacumã, apresenta as mesmas inclinações do perfil 6. No perfil 8, nas imediações da Penha, apresenta uma declividade alta até a profundidade de -5 m, que diminui gradativamente nas profundidades de -10 m, e -15 m. O perfil 9, localiza-se em Nossa Senhora da Penha, apresenta-se idêntico ao perfil anterior.

Neste Setor o padrão dos contornos apresentados pelas isobatimétricas de 5, 10 m, é no sentido de acompanhar a morfologia da linha de costa. A isóbata de 15 m acompanha também os contornos da linha de costa, exceto, ao sul. As irregularidades aumentam com a profundidade. Os perfis batimétricos, apresentam as menores variações morfológicas da área, indicando a grande atuação da sedimentação terrígena atual (Figuras 9 e 10).

Figura 10 - Perfis batimétricos do Setor Sul da plataforma continental interna do estado da Paraíba.

4.2.2. Setor Central

No Setor Central o comportamento da isóbata de 5 m acompanha o padrão da morfologia da linha de costa atual, se afastando dela na Ponta de Lucena devido a ação da sedimentação terrígena atual através das correntes, a isóbata de 10 m apresenta contorno menos uniforme, com inflexões em frente aos rios, traduzindo a presença paleocanais, destacando-se as inflexões na altura da Restinga de Cabedelo e em frente ao Rio Miriri. A isóbata de -15 m apresenta um contorno mais regular, com poucas inflexões, ao sul apresenta-se mais próxima da costa e ao norte mais afastada. Em frente ao Cabo Branco, entre as isóbatas de 5 m e 10 m ocorre um banco (Figura 9).

Dos perfis batimétricos deste setor (Figura 11), o perfil 10 localiza-se em João Pessoa, a inclinação é maior nos primeiros -5 m, diminuindo uniformemente até a profundidade de -15 m. No perfil 11, na Ponta do Bessa, a declividade é alta nos primeiros cinco metros, diminuindo até -10 m, aumentando até - 15 m. O perfil 12, na Ponta de Campina, apresenta uma inclinação baixa até a profundidade de -5 m, aumentando até os -10 m, diminuindo até -15 m. No perfil 13, na Ponta de Cabedelo, observa-se a presença de uma paleodrenagem na profundidade de -10 m. No perfil 14, na Ponta de Lucena, a inclinação é baixa até -5 m e a partir dai até os -10 m aumenta reduzindo-se daí até os -15 m. O perfil 15, na desembocadura do Rio Miriri, é o mais irregular, na profundidade de -5 m encontra-se um antigo vale fluvial. No perfil 16, nas imediações da Barra do Miriri, a declividade é alta até a profundidade de -5 m, reduzindo-se uniformemente daí os -15 m. O perfil 17, na Ponta de Mananguape, da praia até a profundidade de -5 m e 10 m, o ângulo de inclinação é alto, reduzindo-se bastante a partir daí até profundidade de -15 m.

Este setor é caracterizado, por apresentar uma série de recifes na linha de costa. O padrão dos contornos das isobatimétricas é mais irregular que o Setor Sul e Norte. Os perfis batimétricos apresentam as maiores variações

morfológicas da área, traduzindo a influência da sedimentação carbonática (Figuras 9 e 11).

4.2.3. Setor Norte

No Setor Norte as isóbatas de -5 m e -10 m se aproximam da linha de costa, enquanto que, a isóbata de -15 metros apresenta-se mais afastada da costa em frente ao Rio Guaju e a partir daí volta a se aproximar. Em frente aos Rios Estivas e Guaju, apresenta inflexões, o que sugere uma morfologia de paleocanal (Figura 11).

Nos perfis batimétricos (Figura 12), o perfil 18, na praia de Coqueirinho, da praia até a profundidade de -10 m, o ângulo de inclinação apresenta-se alto, porém, a partir dai até profundidade de -15 m a declividade diminui bastante. O perfil 19, na Baia da Traição, inicia-se com uma declividade alta, que a partir da profundidade de -5m até a -15 m, diminui continuamente. No perfil 20, nas imediações da Barreira do Forte, a inclinação começa alta, porém, a partir da profundidade -10 m e -15 m diminui bastante. O perfil 21, localizado na altura da Barra de Camaratuba, começa com uma inclinação alta, que a partir de 10 m até 15 m torna-se baixa. O perfil 22, nas proximidades do Monte Pelé, é o mais diferenciado de todos, o fundo apresenta algumas variações, com a presença de um vale na profundidade de 15, que está relacionado a um paleocanal de drenagem. O perfil 23, localizado em frente a praia de Segi, a inclinação inicia-se alta, mas, da profundidade -10 m até 15m apresenta uma declividade menor.

Neste setor o padrão do contorno das isobatimétricas é mais suave, apresentando menos irregularidades que os setores Sul e Central (Figura 9). Ele apresenta largura com as maiores variações, apresentando-se no extremo norte, bastante estreito. Os perfis batimétricos, apresentam uma morfologia caracterizada por pequenas variações, indicando a grande influência da sedimentação terrígena atual (Figuras 9 e 12).

Figura 11 - Perfis batimétricos do Setor Central da plataforma continental interna do estado da Paraíba.

Figura 12 - Perfis batimétricos do Setor Norte da plataforma continental interna do estado da Paraíba.

4.3. Sedimentos Superficiais da Plataforma Continental

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