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Cap. 2 - Bistafa_compressed

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Academic year: 2021

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Conceitos Fundamentais do Som – Cap. 2 – Acústica Aplicada ao Controle

do Ruído - Sylvio R. Bistafa

2.1) SOM E RUÍDO

Os sons são sensações produzidas no sistema auditivo. São vibrações das moléculas do ar que se propagam a partir de estruturas vibrantes (nem toda estrutura que vibra gera som).

Ruído é um som sem harmonia (?), em geral de conotação negativa, um som indesejável.

Exemplos:

- cordas de violino - serra elétrica - helicóptero

Ruídos também podem transmitir informações úteis e ser útil: velocidade do carro, cafeteira automática, disco rígido de um computador, máquina de lavar, motor de automóvel, alarmes e sirenes de ambulâncias e de veículos policiais, mascaramento sonoro.

Na maioria das vezes os ruídos em níveis elevados geram efeitos indesejáveis: - efeitos fisiológicos - perda de audição e hipertensão

- efeitos psicológicos – perturbação do sono, stress, tensão, queda do desempenho, interferência com a comunicação oral que provoca irritação

- efeitos mecânicos – danos e falhas estruturais

A completa eliminação do ruído não é normalmente o objetivo, além de ser caro. Após alguns minutos em um ambiente excessivamente silencioso, a audição ficará mais sensível, tornando o indivíduo mais susceptível aos ruídos da corrente sanguínea nos capilares do sistema auditivo, ruídos do aparelho digestivo e das batidas do coração.

Ruído de fundo – ruído de fontes secundárias – normalmente não pode ser eliminado O objetivo normalmente se fixa no controle do ruído e não na sua completa eliminação

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2 2.2) NATUREZA DO SOM

O som pode ser definido como uma variação da pressão ambiente detectável pelo sistema auditivo.

Nível do mar – pressão ambiente: 101.350 Pa (1 pascal = 1 N/m2)

- limiar da audibilidade: menor variação de pressão ambiente detectável pelo sistema auditivo ~ 2 X 10-5Pa

- limiar da dor: ~ 60 Pa

A pressão ambiente diminui com a altitude: São Paulo – p = 91.600 Pa (860 m) h ~ 2 m → p = 2 X 10-5 Pa

h ~ 5 m → p = 60 Pa

Por que não há sons associados a deslocamentos?

Para que a variação de pressão seja detectada como som deve ocorrer de forma cíclica Ver fig. 2.1

A = pmáx – Pamb = Pamb - pmín T1 = 50 ms

T2 = 50 s

T – período – intervalo de tempo decorrido para que um ciclo se complete na curva de variação da pressão com o tempo

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Quando a variação de pressão ambiente for cíclica, com período entre T1 e T2, e

quando a amplitude A for maior que o limiar de audibilidade, o sistema auditivo detectará som.

f1 e f2?

f1 = 20 Hz - grave ; f2 = 20.000 Hz – agudo – faixa de áudio

abaixo – infrassons acima – ultrassons

Estruturas vibrantes movimentam ciclicamente as moléculas do ar ao seu redor, gerando localmente concentração e rarefação destas, o que provoca variações de pressão: diapasões, alto-falantes, cordas de instrumentos musicais, pregas vocais, etc. Ver fig. 2.2

p(t) = A cos (t) – comportamento temporal da pressão sonora (eq. 2.2) f (rad/s) – frequência angular ou pulsação

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4 2.3) ONDA SONORA PLANA

Durante o movimento de vibração do diapasão, as moléculas do ar ao seu redor adquirem movimento vibratório na mesma frequência do diapasão.

Ver fig. 2.3

A perturbação que o diapasão gera vai sendo transmitida molécula a molécula na forma de uma onda sonora.

v(ar) ~ 340 m/s v(água) ~ 1.500 m/s

 - distância a partir de qualquer valor de pressão sonora para que um ciclo se complete na curva pressão sonora x distância

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Exemplo 2.1 – Qual é o comprimento de onda, no ar, de um som com frequência de 1.000 Hz? E na água?

 = c(ar)/f = 340/1.000 = 0,34 m  = c(água)/f = 1.500/1.000 = 1,50 m

p(x) = A cos (kx) – comportamento espacial da pressão sonora (eq. 2.4) onde k é o número de onda (k = 2/

Relação entre k e ? k = 2

f

k  = /f → k = /c

Comportamento temporal e espacial da pressão sonora de um tom puro: p(x,t) = A cos (t ± kx + ) (eq. 2.6)

onde  é o ângulo de fase inicial

A pressão sonora independe das coordenadas y e z – em qualquer ponto de um plano perpendicular à coordenada x (y e z quaisquer) a pressão sonora é uniforme em qualquer instante t – onda sonora plana

Ondas planas: no interior de um tubo com diâmetro bem menor que o comprimento de onda – não é representativa das ondas sonoras mais comuns.

Exemplo 2.2 A = 1 Pa c = 340 m/s f = 1.000 Hz t = 0 e t = 0,5 s p = 0,7 em t = 0 e x = 0

Escrever a equação do comportamento temporal e espacial da pressão sonora (onda caminhando para a direita)

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6 p(x,t) = A cos (t ± kx + )  = 2f = 2x 1.000 = 2.000  rad/s = 2.000 x 3,14 rd/s = 6280 rd/s Em x = 0 e t = 0: p(0,0) = 1 cos () = 0,7  = arc cos 0,7 = 45,57o = 0,795 rd k = 2/ c/f = 340/1000 = 0,34 k = 2 x 3,14/0,34 = 18,47 m-1 p(x,t) = 1 cos (6280t -18,47x + 0,795)

0,7 = 1 cos (6280 x 0,5 – 18,47x + 0,795) = cos (3140 – 18,47x + 0,795) – para a direita 3140 – 18,47x + 0,795 = arc cos 0,7 = 0,795 rd

3140 – 18,47x = 0 3140 = 18,47x x = 170 m

Se fosse para a esquerda: 3140 + 18,47x = 0

3140 = -18,47x x = -170 m

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7 2.4) ONDA SONORA ESFÉRICA

A propagação mais representativa dos sons que ouvimos no dia a dia se dá na forma de ondas esféricas.

Modelo de geração de ondas sonoras esféricas: esfera que pulsa na frequência angular  = 2f – superfícies de mesma fase esféricas

Coordenada independente: r Ver fig. 2.4

A amplitude da onda esférica diminui com o aumento da distância à fonte. p(r,t) = (A/r) cos (t – kr + ) (eq. 2.7)

onde o sinal menos indica propagação no sentido de r crescente A – amplitude da pressão sonora na superfície da esfera pulsante

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8 2.5) FORMA DA ONDA

Forma da onda – registro do comportamento temporal da pressão sonora que extraímos de um registrador gráfico acoplado a um microfone, que capta a pressão sonora num determinado ponto do espaço durante um certo intervalo de tempo Ver fig. 2.5

Caracterização da forma de onda – valor médio (pmédio), valor absoluto médio (p|médio|) e valor eficaz (peficaz)

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O valor eficaz é o número representativo mais comumente utilizado.

Quando se conhece uma expressão analítica da pressão sonora em função do tempo que representa uma forma de onda o cálculo do valor eficaz poderá ser feito utilizando-se a seguinte expressão:

∫ ( )

(equação 2.8)

em que p(t) é dado por p(t) = A cos (t) Calcular peficaz para a onda de tom puro.

∫ ( ) substituindo os limites a integral fica:

então: √ ∫ ( ) √ √

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10 Exemplo 2.3

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2.6) IMPEDÂNCIA CARACTERÍSTICA, INTENSIDADE SONORA E POTÊNCIA SONORA Impedância característica:

z - impedância acústica específica - razão entre a pressão sonora e a velocidade das partículas - depende do meio de propagação e do tipo de onda presente

Para ondas planas, e para ondas esféricas em kr grande (r > 2): z = c - impedância característica do meio de propagação Unidade:

kg/(m2.s) = rayl

Para o ar à temperatura ambiente: 1,2 kg/m3

c = 340 m/s z = c = 408 rays

Intensidade sonora: quantidade média de energia, na unidade de tempo, que atravessa uma área unitária perpendicular à direção de propagação da onda - W/m2

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12 Para ondas esféricas progressivas:

( ⁄ ) (equação 2.9)

Unidade:

cuja unidade é W/m2

Em termos do valor eficaz da pressão sonora Ir = p2eficaz/c (eq. 2.10)

Por analogia: P = V2/R - potência elétrica dissipada em um resistor

Então c pode ser interpretado como uma espécie de resistência do meio à propagação de ondas sonoras.

Potência sonora: (intensidade x área)

para uma onda esférica: W = Ir 4r2 (eq. 2.11) Relacionando as equações 2.10 e 2.11:

(eq. 2.12) - lei do inverso do quadrado da distância

2.7) UTILIDADE DAS GRANDEZAS PRESSÃO, INTENSIDADE E POTÊNCIA SONORA Analogia entre som e calor:

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- um aquecedor elétrico gera uma certa quantidade de energia térmica por unidade de tempo (J/s = W) - potência térmica - independe do meio ambiente - a temperatura da sala em cada ponto pode ser medida com um termômetro - depende de vários fatores - uma fonte sonora gera uma certa quantidade de energia sonora na unidade de tempo - potência sonora - independe do meio ambiente - a pressão sonora em cada ponto pode ser medida com um sonômetro - depende de vários fatores

O que caracteriza acusticamente uma fonte sonora é sua potência sonora e não a pressão sonora produzida pela fonte em determinado ponto do ambiente.

A intensidade sonora é uma grandeza vetorial e fornece indicação do fluxo de energia sonora (energia sonora na unidade de tempo) que atravessa uma superfície (medida com uma sonda de intensimetria).

A pressão sonora é uma grandeza física fortemente correlacionada com a sensação subjetiva de intensidade do som. Quando o objetivo é avaliar o perigo e a perturbação causada por fontes de ruídos, a pressão sonora é a grandeza mais pertinente (pode ser medida com um microfone).

A potência sonora pode ser calculada através de medidas de pressão sonora ou de intensidade sonora.

Referências

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