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A influência afro-brasileira na moda contemporânea através da estamparia têxtil

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE MODA

CAROLINE CRISTINA BORGES DE MORAIS

A INFLUÊNCIA AFRO-BRASILEIRA NA MODA CONTEMPORÂNEA ATRAVÉS DA ESTAMPARIA TÊXTIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

APUCARANA 2017

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CAROLINE CRISTINA BORGES DE MORAIS

A INFLUÊNCIA AFRO-BRASILEIRA NA MODA CONTEMPORÂNEA ATRAVÉS DA ESTAMPARIA TÊXTIL

Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Tecnológica

Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial

para obtenção do título de Tecnólogo.

Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Aparecida de Almeida

APUCARANA 2017

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Ministério da Educação

Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Apucarana

CODEM – Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda

TERMO DE APROVAÇÃO

Título do Trabalho de Conclusão de Curso Nº 240

A influência afro-brasileira na moda contemporânea através da estamparia têxtil por

CAROLINE CRISTINA BORGES DE MORAIS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi apresentado aos vinte e um dias do mês de junho do ano de dois mil e dezessete, às dezenove horas e trinta minutos, como requisito parcial para a obtenção do título de Tecnólogo em Design de Moda, linha de pesquisa Processo de Desenvolvimento de Produto, do Curso Superior em Tecnologia em Design de Moda da UTFPR – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A candidata foi arguida pela banca examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a banca examinadora considerou o trabalho aprovado.

_____________________________________________________________ PROFESSORA PATRICIA A. ALMEIDA – ORIENTADORA

______________________________________________________________ PROFESSOR MARCELO CAPRE – EXAMINADOR

______________________________________________________________ PROFESSORA RAQUEL R. ANDRADE – EXAMINADORA

“A Folha de Aprovação assinada encontra-se na Coordenação do Curso”.

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RESUMO

MORAIS, Caroline Cristina Borges. A INFLUÊNCIA AFRO-BRASILEIRA NA MODA CONTEMPORÂNEA ATRAVÉS DA ESTAMPARIA TÊXTIL. 2017. Trabalho de

Conclusão de Curso (Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda) –

Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana. 2017.

O intuito do presente trabalho é trazer alguns elementos africanos que influenciaram na criação da cultura afro-brasileira, sugerindo sua incorporação no mercado de moda brasileiro. É feita uma pesquisa sobre a família tipográfica afro-brasileira própria para estamparia, denominada Crioula, que se apresenta como base para a criação de estampas exclusivas e de identidade própria.

Palavras-chave: Tipografia Crioula; Estamparia têxtil; Cultura afro-brasileira; Elementos afro-brasileiros; Moda afro-brasileira.

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ABSTRACT

MORAIS, Caroline Cristina Borges. THE AFRICAN-BRASILIAN INFLUENCEIN CONTEMPORARY FASHION TROUGH THE TEXTILE PRINTING. 2017. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Apucarana. 2017.

The present paper aims at bringing some African elements, which influenced in the creation of the African-Brazilian culture, suggesting its incorporation into Brazilian's fashion market. We made a research on the African-Brazilian typographical family appropriate to the so-called Crioula printing, which is presented as basis to the creation of exclusive and singular textile printing.

Key-words: Crioula typography; textile printing; Brazilian culture; African-Brazilian elements; African-African-Brazilian fashion.

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Sumário 1. INTRODUÇÃO ... 1 1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ... 1 1.2. OBJETIVOS ... 2 1.2.1. OBJETIVO GERAL ... 2 1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ... 2 1.3. JUSTIFICATIVA ... 2 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 4

3.1. A MISCIGENAÇÃO E A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO ... 4

2.2. ELEMENTOS AFRICANOS E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA ... 6

3.3. A MODA AFRO-BRASILEIRA INSERIDA NO MERCADO NACIONAL ... 13

3.4. A INFLUÊNCIA AFRO-BRASILEIRA ATRAVÉS DA FAMÍLIA TIPOGRÁFICA CRIOULA ... 15

3. METODOLOGIA ... 19

3.1 TIPO DE PESQUISA ... 19

3.2 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA ... 20

4. COLETA E ANÁLISE DE DADOS ... 21

5. DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO ... 28

5.1 EMPRESA ... 28

5.1.1 Nome da Marca: Zaila ... 28

5.1.2 Logomarca ... 28 5.1.3 Porte ... 30 5.1.4 Conceito... 30 5.1.5 Segmento ... 30 5.1.6 Concorrentes ... 30 5.1.7 Preços praticados ... 32 5.2 PÚBLICO ALVO ... 33 5.3 PESQUISAS DE TENDÊNCIA ... 34

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5.3.1 Macrotendência... 34

5.3.2 Microtendência ... 35

6. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ... 37

6.1. Painel Semântico ... 37

6.2. Especificações ... 38

6.2.1 Nome da Coleção: Malemolência ... 38

6.2.2 Conceito da Coleção: ... 38 6.2.3 Mix de Coleção ... 38 6.2.4 Cartela de Cores ... 39 6.2.5 Cartela de Estampas ... 40 6.2.6 Cartela de Tecidos ... 40 6.2.7 Cartela de Aviamentos ... 41 6.4 Geração de Alternativas ... 42 6.5 Fichas Técnicas ... 62 6.6 Pranchas ... 80 6.7 Looks Confeccionados... 82 6.8 Catálogo ... 84 6.9 Desfile ... 88 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 89 REFERÊNCIAS ... 90

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – “Mestiço” ... 5

Figura 2 – “Roda de Samba” ... 8

Figura 3 – “Jogar capoeira” ... 8

Figura 4 – Bracelete e colar crioulo ... 9

Figura 5 – Penca de Balangandãs ... 10

Figura 6 – “Três Orixás” ... 11

Figura 7 - Moda afro-brasileira inserida no mercado de moda brasileiro ... 14

Figura 8 - Ícones da família tipográfica Crioula símbolo ... 16

Figura 9 - Ícones da família tipográfica Crioula padrão ... 17

Figura 10 - Simbologia de ícones da tipografia Crioula ... 18

Figura 11 – Gráfico faixa de idade ... 21

Figura 12 - Gráfico gênero ... 22

Figura 13 - Gráfico região que residem ... 22

Figura 14 - Gráfico locais de lazer frequentados... 23

Figura 15 - Gráfico Prioridade ao consumir produto de moda ... 24

Figura 16 – Gráfico Preferências estéticas do produto de moda ... 24

Figura 17 - Gráfico Canal de compra ... 25

Figura 18 - Gráfico Origem cultural do que compram ... 26

Figura 19 - Logomarca Zaila ... 29

Figura 20 - Looks N'Black ... 31

Figura 21 - Acessórios Xongani ... 31

Figura 22 - Looks Goya Lopes ... 32

Figura 23 - Imagem Público Alvo ... 33

Figura 24 - Painel Macrotendência ... 34

Figura 25 - Painel Microtendência Artesanato de Contas ... 36

Figura 26 - Painel Semântico ... 37

Figura 27 - Mix de Produto... 38

Figura 28 - Cartela de Cores ... 39

Figura 29 - Cartela de estampas Zaila ... 40

Figura 30 – Cartela de tecidos ... 40

Figura 31 - Cartela de Aviamentos ... 41

Figura 32 - Look A (Vestido Curto) ... 42

Figura 33 - Look B (Vestido Curto) ... 43

Figura 34 - Look C (Saia Longa e Camisete) ... 44

Figura 35 - Look D (Vestido Curto) ... 45

Figura 36 - Look E (Vestido Longo) ... 46

Figura 37 - Look F (Vestido Curto Estampa) ... 47

Figura 38 - Look G (Saia e Blusa Decote) ... 48

Figura 39 - Look H (Vestido Curto) ... 49

Figura 40 - Look I (Body Costas Bordado) ... 50

Figura 41 - Look J (Calça e Blusa) ... 51

Figura 42 - Look K (Macaquinho) ... 52

Figura 43 - Look (Calça Média e Blusa) ... 53

Figura 44 - Look M (Pantacourt e Body detalhe)... 54

Figura 45 - Look N (Body Confeccionado) ... 55

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Figura 47 - Look P (Vestido Confeccionado) ... 57

Figura 48 - Look Q (Shorts-saia e Cropped Confeccionado) ... 58

Figura 49 - Look R (Blusa e Saia)... 59

Figura 50 - Look S (Blusa e Saia) ... 60

Figura 51 - Look T (Vestido) ... 61

Figura 52 - Prancha Look Confeccionado 1 ... 80

Figura 53 - Prancha Look Confeccionado 2 ... 80

Figura 54 - Prancha Look Confeccionado 3 ... 81

Figura 55 - Prancha Look Confeccionado 4 ... 81

Figura 56 - Look Confeccionado 1 (Frente, costas, lateral) ... 82

Figura 57 - Look Confeccionado 2 (Frente, costas, lateral) ... 82

Figura 58 - Look Confeccionado 3 (Frente, costas, lateral) ... 83

Figura 59 - Look Confeccionado 4 (Frente, costas, lateral) ... 83

Figura 60 - Catálogo (Capa e Contracapa) ... 84

Figura 61 - Catálogo (Folha de Rosto e Página 1) ... 84

Figura 62 - Catálogo (Páginas 2 e 3) ... 85

Figura 63 - Catálogo (Páginas 4 e 5) ... 85

Figura 64 - Catálogo (Páginas 6 e 7) ... 86

Figura 65 - Catálogo (Páginas 8 e 9) ... 86

Figura 66 - Catálogo (Páginas 10 e 11) ... 87

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1

1. INTRODUÇÃO

A África é considerada o continente mais pobre do mundo, porém, possui uma diversidade cultural imensa. Seus diferentes grupos étnicos, seus costumes, crenças e sua produção cultural são ricos em elementos simples e marcantes, traços fortes que contam uma história.

A vinda de povos africanos para o Brasil na condição de escravos trouxe junto alguns desses elementos que, miscigenados à cultura dos índios e dos portugueses que aqui já se encontravam, manifestou-se e deu origem ao que se conhece por cultura afro-brasileira.

Essa afro-brasilidade manifesta-se principalmente na música popular, na religião, na culinária, no folclore, nas festividades populares e na indumentária, onde, por já estarem bastante incorporados ao dia a dia, passam despercebidas.

O foco do presente estudo é, através da pesquisa sobre a miscigenação brasileira e a formação do povo afro-brasileiro, sugerir a incorporação de elementos dessa cultura própria na moda contemporânea nacional. Para isso, uma família tipográfica afro-brasileira é pesquisada e se apresenta como base para a criação de estampas exclusivas para a elaboração de uma coleção de moda.

Os tipos de pesquisa utilizados na metodologia do estudo foram a bibliográfica e a qualitativa de caráter exploratória. Aplicou-se um questionário através de redes sociais e a partir da coleta e análise de dados foi possível entender as preferências de consumo e hábitos de um possível público para a coleção de moda desenvolvida.

1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Vive-se um mundo extremamente globalizado e conectado, um turbilhão de informações chega às telas de computadores, tablets e celulares a todo instante. As informações se cruzam, as pessoas se relacionam e, em meio ao caos do consumo desenfreado e da troca instantânea de modismos e tendências, muitas informações sobre a origem das coisas se perdem.

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2 Muitos trazem no corpo, na vestimenta e na forma de se portar elementos da cultura afro-brasileira, que passam, muitas vezes, despercebidos. É necessário trazer para o conhecimento de quem consome a origem do que é adquirido.

Apesar da grande quantidade de grupos étnicos presentes no Brasil, com seus costumes, tradições e vestimentas, é possível que a moda afro-brasileira se destaque das demais e tenha sua própria identidade, perceptível a quem consome?

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. OBJETIVO GERAL

Incorporar elementos da cultura afro-brasileira na moda contemporânea brasileira através da estamparia têxtil, trazendo para o conhecimento de quem consome a origem do que é adquirido.

1.2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Pesquisar e contextualizar os costumes, culturas e crenças africanas que contribuíram para a formação da cultura afro-brasileira;

 Apontar como a moda afro-brasileira está inserida no mercado de moda nacional;  Apresentar a família tipográfica Crioula, criada para a estamparia têxtil

afro-brasileira;

 Desenvolver estampas exclusivas a partir da Tipografia Crioula para serem usadas na criação de uma coleção de moda.

1.3. JUSTIFICATIVA

Terceiro maior continente da Terra em extensão e o segundo mais populoso, a África conta com uma imensa diversidade étnica e cultural. Traçada a história do povo africano, desde suas raízes até sua vinda à condição de escravo, o estudo busca conhecer essa cultura que contribuiu para a formação da identidade do povo brasileiro e para a formação de uma nova cultura, de identidade própria, a afro-brasileira.

Diante disso a proposta do projeto é fazer quem que seja conhecida a origem cultural do produto de moda que se consome. Uma peça de roupa pode estar repleta

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3 de simbologia de uma cultura, por exemplo a africana, porém, será que ao adquirir e vestir a peça o usuário está ciente das raízes e significados por trás dela?

Trata-se, então, de um estudo que propõe, a criação de uma coleção de moda afro-brasileira. Através da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de tendências socioculturais e estéticas, será possível, com o auxílio de uma tipografia afro-brasileira, a Crioula, destinada à estamparia têxtil, dar forma e cor à coleção.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. A MISCIGENAÇÃO E A FORMAÇÃO DO POVO BRASILEIRO

A África está presente no sangue brasileiro, seja nos traços, nos modos de vida, nas vestimentas, na culinária ou no falar. Os africanos foram considerados, durante séculos, a principal força de trabalho no Brasil. Quando se refere à miscigenação do povo brasileiro, se tem em mente que esse processo se deu pela mistura dos africanos com os demais povos que aqui viviam.

A forte presença dos negros africanos nos campos de trabalho, nas cidades e na casa grande resultava em um contato frequente com os brancos, indígenas e também com os mestiços que, antes da chegada da mão de obra negra no Brasil, já eram comuns, frutos do cruzamento entre europeus e índios.

O cenário que os africanos encontraram já era diversificado: europeus de pele avermelhada e cabelos lisos e índios loiros de olhos verdes, por exemplo, deixavam bem claro que a mistura fazia parte da realidade brasileira. Porém, com a chegada dos negros, concluiu-se o processo de formação de um novo povo, o brasileiro.

Casando-se com portugueses e índios [os negros] deixaram suas marcas genéticas nas feições da população, alongaram a silhueta atarracada dos lusitanos, amorenaram a pele, tornaram os cabelos crespos, os gestos macios, o andar requebrado. (SOUZA, 2008, p.129)

Porém, até recentemente, a mestiçagem era vista com olhos negativos, como se essa parcela da população, junto aos povos que lhes deram cor, fosse inferior. A ideia de que os europeus eram superiores aos indivíduos de pele mais escura mantinha-se forte.

Até o início do século XX, a mestiçagem era considerada por biólogos como um fator de atraso do país, pois estes alegavam que os brancos haviam alcançado o nível mais alto na evolução humana (SOUZA, 2008), visão essa que se estendeu até o momento em que começaram a valorizar e aceitar as contribuições culturais africanas e indígenas que formaram a cultura brasileira.

Sentindo a necessidade de se firmar como nação independente social e cultural, observava-se uma mudança comportamental no Brasil. A aceitação da mistura de povos, culturas, costumes e ideais era o primeiro passo para a concepção de uma identidade exclusivamente brasileira.

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5 Tratava-se não apenas de elementos oriundos de povos distintos, mas, sim, da construção de um novo povo resultante do hibridismo físico, social e cultural. Povo que fora muito bem representado pelo artista Candido Portinari (1903 – 1962) em sua obra “Mestiço” (Figura 1), de 1934, apresentada a seguir:

Figura 1 – “Mestiço”

Fonte: PORTINARI, 1934 – Enciclopédia Itaú Cultural (2016).

O semblante brasileiro é único e ao mesmo tempo múltiplo, carregado de vivências e traços de diferentes povos. O que se observa nas ruas, escolas, dentro de ônibus, na periferia ou caminhando nas orlas das praias é o retrato do brasileiro.

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2.2. ELEMENTOS AFRICANOS E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA

Os africanos foram responsáveis por trazer e incorporar à cultura brasileira elementos fundamentais e indispensáveis em nosso dia a dia, como o uso de pimentas e temperos na culinária, o samba nas rádios e os turbantes e acessórios no vestir. As tradições locais, crenças e formas de se comunicar dos vários grupos africanos trazidos na condição de escravos para terras tão distintas os acompanharam.

Por tratar-se de povos com imensa diversidade cultural e linguística, os negros encontraram-se dispersos e impedidos de formar núcleos solidários que preservassem a cultura africana. Também pela hostilidade proveniente de conflitos entre nações e tribos de origem africana, foram sendo forçados a incorporar-se na cultura e costumes da nova sociedade.

Seus senhores impunham aos negros que estes aprendessem a língua portuguesa e a religião católica dos brancos, sendo então batizados e recebendo nomes cristãos logo que chegavam ao Brasil.

Ao aprenderem a língua falada por seus senhores, os negros africanos conseguiam entender as ordens de trabalho e se comunicar com outros negros de diferentes regiões e dialetos. Passou a ser um meio de integração entres povos, uma estratégia de sobrevivência e a concepção do que viria a ser a cultura afro-brasileira.

(...) pessoas de um mesmo grupo linguístico criavam línguas novas, resultantes de combinações de dialetos africanos entre si e também com o português. Assim, africanos vindos de diferentes regiões emprestavam uns aos outros crenças e ritos religiosos, lendas, conhecimentos práticos, e iam formando uma cultura africana no Brasil, pois misturava elementos de várias delas. (SOUZA, 2008, p.90)

A convivência entre negros de diferentes regiões fez com que seus costumes e crenças se misturassem e adquirissem uma força maior capaz de sobreviver aos preconceitos e proibições impostos pela sociedade escravocrata1.

O conjunto de manifestações culturais que sofreram algum tipo de interferência da cultura africana desde a chegada desses povosao Brasil Colônia até os dias atuais é chamado de cultura afro-brasileira. A mestiçagem desses elementos

1 Escravocrata: Aquele que possui escravos; Defensor da escravatura. Em que domina a escravidão. (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, 2016)

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7 com as culturas lusitana e indígena não deve ser ignorada, assim como o fato de essas manifestações serem, acima de tudo, brasileiras.

Num breve histórico é possível dizer que essas manifestações, durante o período colonial e início no século XX, foram pouco valorizadas e muitas vezes proibidas, enquanto a cultura europeia foi bastante apreciada. Somente em meados do século XX as manifestações culturais afro-brasileiras finalmente começaram a ser aceitas pela sociedade, principalmente pelas elites.

Como já dito, estas buscavam por expressões artísticas nacionais que dessem vida à identidade brasileira. Aos poucos, as manifestações culturais afro-brasileiras foram sendo valorizadas e ganharam forças no cotidiano da população.

O interesse pela cultura afro-brasileira abrange muitas áreas de estudo como a sociologia, a antropologia, a literatura, a etnologia, entre outras. Especialistas dedicam-se a colher informações sobre a origem dessas manifestações, resgatando e mantendo vivo o africano presente no brasileiro.

Essa afro-brasilidade manifesta-se principalmente na música popular, na religião, na culinária, no folclore, nas festividades populares e na indumentária, muitas vezes de formas banais, passando despercebidas suas reais origens.

Para o aprofundamento deste estudo foram buscadas manifestações afro-brasileiras, algumas bastante populares como o samba, a capoeira e a feijoada, além de outras pouco conhecidas e aquelas que ainda sofrem preconceitos, como o Candomblé e a Umbanda.

Quando se refere ao povo africano as músicas, os ritmos e os requebrados já vêm em mente. Instrumentos como o tambor, o berimbau, o agogô e o reco-reco se fazem presentes em cultos religiosos, festividades e danças populares.

O samba é um dos principais ritmos afro-brasileiros, inspirado nos ritmos e nas dançarinas de cultos africanos que balançavam seus quadris. Em uma variação do samba temos o samba de roda, ilustrada na Figura 2, na qual se formava uma roda com mulheres ao centro que cediam seus lugares aos demais componentes através de um gesto chamado de “umbigada” (VIDAL, 2015).

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8 Figura 2 – “Roda de Samba”

Fonte: PRAZERES, 1965 – Enciclopédia Itaú Cultural (2016).

A capoeira, por sua vez, é considerada uma dança unida à luta. Originária da Angola e introduzida no Brasil pelos negros angolanos, é marcada pelos movimentos corporais, como se observa na Figura 3, ao som do berimbau. A capoeira, antes causadora de castigos aos escravos que a praticavam, foi se refinando ao longo do tempo e hoje é reconhecida como esporte atlético.

Figura 3 – “Jogar capoeira”

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9 O Jongo, o Frevo e o Maracatu também são expressões afro-brasileiras que se mantêm vivas, mesmo que hoje em dia sejam restritos a grupos menores, responsáveis pela preservação das tradições.

Outra manifestação cultural afro-brasileira são as joias de crioulas, que eram bem mais do que simples adornos usados pelas negras que vieram para o Brasil: eram fontes de resistência e valorização de suas raízes, resultados do sincretismo de tradições africanas com influências islâmicas e europeias (TEIXEIRA, 2013).

Eram diferentes dos adornos usados pelas senhoras brancas, tanto em sua proporção quanto em seu material, muitas vezes oco, e eram usadas em grande quantidade. Elas “eram compostas por artefatos híbridos na sua aparência, na mistura de heranças culturais variadas, nas técnicas de feitura” (TEIXEIRA, 2013).

Estão entre as chamadas “joias de crioulas” os braceletes copos e os colares (Figura 4), as pulseiras de placas, brincos e anéis e as pencas de balangandãs.

Figura 4 – Bracelete e colar crioulo

Fonte: Guia Folha (2012).

As pencas de balangandãs (Figura 5) ocupam posição de destaque na joalheria afro-brasileira por se tratarem de joias exclusivamente brasileiras. Usadas geralmente na cintura, zona da fertilidade, as pencas de balangandãs trazem pingentes de diversas formas, não só africanas ou afro-brasileiras, mas também santos e símbolos do catolicismo incorporados às crenças africanas.

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10 Figura 5 – Penca de Balangandãs

Fonte: Cunha (2011).

Os elementos que compõem as pencas de balangandãs são reunidos em função de seus significados mágicos e rituais. São considerados amuletos que supostamente afastam “mau-olhado”, trazem sorte ou indicam “riqueza”. Seu nome imita o som que produziam quando eram agitados pelos movimentos do corpo de quem as usava. (TEIXEIRA, 2013, p.26)

No âmbito da culinária há forte presença de influência africana em temperos e pratos populares, principalmente na Bahia, como o acarajé, o vatapá, o cuscuz e o uso de pimentas e do azeite de dendê. Também foram trazidos da África o inhame, a noz-de-cola, o cará e a banana, queridinha dos brasileiros.

Muito apreciada pelos brasileiros, a famosa feijoada nasceu, segundo pesquisas históricas e relatos orais passados de geração em geração nas senzalas, servindo de alimento para os escravos. Originalmente preparada com os restos do porco desprezados pelos brancos, como patas, rabo, orelhas e língua, a feijoada foi passada de geração em geração, incorporada na alimentação brasileira e é hoje mundialmente conhecida como um prato tipicamente brasileiro.

Ainda sobre a influência africana na esfera da culinária, vale falar sobre alguns hábitos presentes nas cozinhas brasileiras, que dizem respeito principalmente aos orixás2. O uso do pano na cabeça, a grande higienização, o costume de mulher

regrada não entrar na cozinha, assim como abanar a comida da direita para a

2Orixás: nome comum e genérico atribuído às divindades africanas que foram incorporadas a várias religiões afro-brasileiras; ancestrais divinos que se materializam em forças da natureza, medindo as relações entre o homem e os seres sobrenaturais. (DICIONÁRIO ONLINE DE PORTUGUÊS, 2016)

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11 esquerda e somente mexer para frente utilizando-se de colher de pau e panela de barro, são algumas tradições que foram incorporadas ao costume brasileiro (VIDAL, 2015).

Finalmente, um dos principais elementos africanos trazidos e incorporados ao povo é a religião, que em suas diversas manifestações permaneceu viva através de sua prática secreta ou pelo sincretismo com o catolicismo. O Candomblé, principal crença afro-brasileira, mantém quase que em sua totalidade as raízes africanas e está presente em todos os estados do Brasil, principalmente na Bahia, no Rio de Janeiro, no Maranhão e no Rio Grande do Sul. Acredita-se em Olodumarê, um Deus supremo que é inacessível e indiferente aos homens, e nos orixás, divindades intermediárias entre os homens e Olodumarê.

Os orixás (Figura 6) possuem poderes relacionados à natureza e encarnam nos corpos de seus filhos para dar conselhos, graças e resolver desavenças.

Figura 6 – “Três Orixás”

Fonte: DJANIRA, 1966 – Enciclopédia Itaú Cultural (2016).

Para cada um há um canto, uma dança, uma saudação diferente e um tipo de oferenda. Alguns dos orixás mais conhecidos pelos brasileiros, mesmo que apenas por nome, são Ogum, Oxumarê, Xangô, Oxum, Iemanjá e Exu, sendo que este último não é considerado por todos os pesquisadores como um orixá, e sim um mensageiro. Na África, cada orixá estava originalmente ligado a uma cidade ou a uma nação inteira. Há regiões que cultuam um orixá e o culto a outros é inexistente. Um exemplo é o culto de Oxum, que é marcante na região de Ijexá e ausente em Egbá. Já Iemanjá é soberana em Egbá e ausente em Ijexá. Por divergências assim, muitas vezes essas regiões ou nações guerreavam. (VIDAL, 2015, p.83)

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12 Além do Candomblé, temos o Batuque, a Macumba, o Tambor-de-Mina, o Xangô do Nordeste e a Umbanda como exemplos de outras religiões afro-brasileiras espalhadas pelo país. A Umbanda, por exemplo, incorpora caboclos, crianças, boiadeiros e várias entidades desencarnadas na Terra na presença dos Pais de Santo.

A Umbanda absorveu das religiões africanas o culto aos Orixás e o adaptou à nossa sociedade pluralista, aberta e moderna, pois só assim um culto ancestral poderia renovar-se no meio humano, sem que a identidade básica dos seus deuses fosse perdida. (PORTAL DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA, 2016).

Por fim, alguns vestígios africanos podem ser facilmente percebidos na indumentária brasileira, como as rendas brancas, os tecidos de cores vibrantes, as listras, os padrões africanos, o uso do Pano da Costa, uma espécie de xale usado sobre as costas, jogado no ombro, cruzado ou amarrado na cintura ou sobre o busto, e o uso de panos em volta da cabeça junto dos vários adornos de coral coloridos, feitos com miçangas.

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3.3. A MODA AFRO-BRASILEIRA INSERIDA NO MERCADO NACIONAL

Embora ainda bastante generalizada, a moda étnica caracteriza-se por ser uma moda cultural que traz em sua essência raízes e tradições de algum grupo étnico, como tribos indígenas norte-americanas, povos astecas, espanhóis ou africanos, por exemplo.

Assim, em um histórico geral, a moda étnica se difundiu inicialmente no final da década de 60 e no início de 70 com o movimento hippie. A busca pela liberdade e pela igualdade de minorias, como negros, gays e indígenas, despertou o interesse em incorporar referências de diferentes culturas, afastando-se dos valores europeus impostos até então.

Assim como os segmentos activewear (moda para a prática de esportes),

beachwear (moda praia), underwear (roupas íntimas), plus-size, entre outros, nos

quais se subdivide o mercado de moda brasileiro, a moda afro-brasileira também é classificada como um desses segmentos.

A moda afro-brasileira, por nascer da fusão entre as culturas brasileira e africana, possui uma identidade própria. Sendo assim, trata-se de uma moda cultural, ou seja, está inserida no segmento de moda étnica, estampando as características, cores e tradições do povo afro-brasileiro.

A moda étnica presente no Brasil é ampla, devido principalmente ao grande número de grupos étnicos que aqui se estabeleceram, tais como asiáticos, árabes, indianos, latinos e africanos em questão.

Nesse contexto tenta-se desfazer a ideia de que a moda étnica é um emaranhado de elementos de diferentes culturas, generalizando, e sim, deixar claro que cada grupo étnico possui sua identidade cultural própria. O que se pode observar na Figura 7 é união entre as culturas que originaram a cultura afro-brasileira e onde ela se encaixa no mercado de moda brasileiro.

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14 Figura 7 - Moda afro-brasileira inserida no mercado de moda brasileiro

Fonte: Autora (2017).

Esse segmento que vem crescendo no mercado tem Goya Lopes, designer brasileira que mescla em seu trabalho a cultura afro-brasileira, indígena e barroca, e também Julia Vidal, autora do livro “O Africano que existe em nós brasileiros: Moda e design afro-brasileiros”, como alguns dos nomes que buscam trazer as raízes africanas para a moda nacional.

Outros nomes que estampam a afro-brasilidade através do vestuário e que seguem a linha contemporânea são a N’Black, marca criada em 2005 e feita para aqueles que se identificam como afrodescendentes e que buscam elevar sua autoestima, e a Xongani, marca de acessórios criada por mulheres negras que buscam resgatar e valorizar a cultura africana no Brasil visando elevar a autoestima de quem veste.

A moda afro-brasileira respeita suas referências, busca suas raízes e, ao mesmo tempo, moderniza seus conceitos. O processo criativo se dá pela formulação dos objetos visando o cotidiano, ou seja, preocupa-se com o estilo de vida de seus consumidores. Quem consome se identifica, respeita e admira a cultura afro-brasileira, enxerga nela um referencial. E por não se limitar somente ao universo das tendências, a moda afro-brasileira é menos previsível.

(24)

15

3.4. A INFLUÊNCIA AFRO-BRASILEIRA ATRAVÉS DA FAMÍLIA TIPOGRÁFICA

CRIOULA

A estamparia na moda étnica faz uso de desenhos remetem à cultura de certos povos, através de padronagens tribais, desenhos geométricos e uma grande variedade de cores. O trabalho artesanal, o “feito à mão” e tecidos com texturas rústicas também compõem esse segmento.

A moda afro-brasileira é conhecida principalmente por suas cores e sua estamparia rica em detalhes e símbolos. Diante disso, viu-se a necessidade de criar uma tipografia própria para o segmento da moda afro-brasileira, facilitando sua produção e dando-lhe unidade criativa.

A tipografia se define como um conjunto de procedimentos artísticos, de ícones gráficos e de signos fonéticos cheios de significados e que carregam significados (VIDAL, 2015, p.63).

Códigos culturais africanos serviram, então, de inspiração para a criação de duas famílias tipográficas afro-brasileiras, a Crioula e a Orixás. Essa tipografia foi miscigenada no Brasil com culturas africanas trazidas por Daomé, Guiné, Senegal, Angola e Nigéria (VIDAL, 2015), apresentando os símbolos na estamparia.

Esta simbologia (...) pode ser encontrada em vários suportes artísticos na África, como pinturas, esculturas, cerâmica, tapeçaria, panôs e tecidos que ganham vida em criações de moda e arte decorativa e difundem uma iconografia que exibe sua cultura e significado. (VIDAL, 2015, p.63)

O estudo da tipografia Crioula se tornou possível através do trabalho da designer brasileira Julia Vidal, que traz em seu livro “O africano que existem em nós brasileiros: Moda e design afro-brasileiros” o conjunto de ícones que compõe a família tipográfica. Dentro dela encontram-se duas fontes distintas, a Crioula símbolo e a Crioula padrão. A fonte Crioula símbolo, ilustrada na Figura 8, é composta por ícones que devem ser usados repetidamente, numa sequência de caracteres e um espaço do teclado entre cada um deles.

A fonte Crioula padrão, Figura 9, também deve ser usada com sequência de repetição de caracteres, porém, sem espaço entre eles. Alternando as duas fontes é possível compor barras africanas.

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16 Figura 8 - Ícones da família tipográfica Crioula símbolo

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17 Figura 9 - Ícones da família tipográfica Crioula padrão

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18 A seguir, na Figura 10, é possível observar alguns exemplos da simbologia presente na família tipográfica Crioula. Esses, retirados do tecido de um rei de Gana, foram gravados em pesos de ouro, talhados em peças de madeira e estampados em tecidos usados em cerimônias fúnebres ou em festividades conferindo homenagens (VIDAL,2015).

Figura 10 - Simbologia de ícones da tipografia Crioula

Fonte: Adaptado de VIDAL (2017).

A partir da tipografia Crioula as possibilidades de criação na área da estamparia são infinitas, dando vida a uma estética própria, contando a história de um povo e trazendo um pouco do africano que existe na essência do brasileiro.

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19

3. METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa caracteriza-se, inicialmente, por bibliográfica, por ter sido desenvolvida a partir de material já publicado, tais como livros, revistas, artigos científicos e material digital. Segundo Gil (2010, p.30), “a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”, ou seja, a pesquisa bibliográfica é particularmente importante quando se busca dados dispersos em grandes áreas.

Segundo Marconi e Lakatos (2010, p.166), “a pesquisa bibliográfica, ou de fontes secundárias, abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo”, tendo assim a finalidade de “colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito”.

Num segundo momento utilizou-se da pesquisa qualitativa de caráter exploratória; qualitativa por estar relacionada com o levantamento de dados de um grupo, compreendendo e interpretando determinados comportamentos, e exploratória, segundo Gil (2010, p.27), por “proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses”.

O instrumento usado para a coleta de dados foi o questionário, que é, segundo Marconi e Lakatos (2010, p.184), “constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”.

Neste questionário (Anexo A) foram aplicadas algumas perguntas a fim de traçar um perfil de consumidor, analisando seus hábitos e preferências. Este foi divulgado via redes sociais e e-mail e recebeu respostas durante o período inicial de desenvolvimento da marca, mais especificamente durante o mês de julho e a primeira metade do mês de agosto. A partir da coleta e análise dos dados o perfil do público alvo foi traçado e, suas necessidades supridas.

(29)

20

3.2 ESTRUTURAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa, em sua totalidade, se estruturou da seguinte forma: a) 1ª Etapa: Pesquisa Bibliográfica:

Fase do projeto que compreende a escolha do tema, a elaboração do projeto, o levantamento bibliográfico, a formulação de problema e a construção do texto.

Nessa etapa foi possível conhecer a história do povo africano em seu continente, saber sobre seus costumes, crenças e formas de se vestir. Também foi possível traçar a vinda dos africanos para o Brasil na condição de escravo e sua trajetória até os dias atuais, dando enfoque aos elementos que esse povo, miscigenado com indígenas e portugueses, trouxe consigo e que contribuíram para a formação de uma cultura afro-brasileira, presente na moda contemporânea nacional, também estudada nessa etapa.

b) 2° Etapa: Pesquisa qualitativa com caráter exploratório:

Fase do projeto que compreende a delimitação do objeto de estudo, a elaboração do instrumento de coleta de dados e sua aplicação.

Nessa etapa, a partir da pesquisa bibliográfica e das informações nela adquiridas, foi elaborado um questionário que foi aplicado via redes sociais (Facebook, e-mail...) e que, após a análise dos dados obtidos, tornou possível delimitar um perfil de público, suas preferências e necessidades, que serviram de base para a criação de uma marca de moda.

c) 3° Etapa: Análise dos resultados do questionário:

Após a aplicação do questionário, foi analisada cada pergunta e, a partir dos resultados, foi possível obter respostas ao problema proposto pela pesquisa. Assim, a análise dos resultados ajudou na elaboração do direcionamento mercadológico da marca de moda.

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21

4. COLETA E ANÁLISE DE DADOS

O perfil de público alvo pré-estabelecido são mulheres brasileiras com idade entre 20 e 29 anos, residentes na região Sudeste do país. Para afirmação desse público foi aplicado um questionário que teve sua divulgação em grupos de entretenimento no Facebook, através de publicações contendo o propósito do questionário e o tema da pesquisa, seguido do link. As perguntas foram formuladas com a finalidade de entender preferências de consumo e hábitos do público.

O questionário recebeu respostas no período de duas semanas e obteve em sua totalidade 256 respostas, sendo validas apenas 72. As três primeiras perguntas foram as eliminatórias, sendo referentes à idade, gênero e região em que residem.

1. Qual sua faixa de idade?

Figura 11 – Gráfico faixa de idade

Fonte: Autora (2017).

32%

60% 8%

Idade:

(31)

22

2. Qual seu gênero?

Figura 12 - Gráfico gênero

Fonte: Autora (2017).

3. Você reside em qual região do país?

Figura 13 - Gráfico região que residem

Fonte: Autora (2017).

A partir da quarta pergunta foram analisadas apenas as 72 respostas que se enquadravam no perfil pré-estabelecido de público (mulheres, entre 20 e 29 anos, residentes da região Sudeste).

75% 25%

Gênero:

Feminino Maculino 61% 24% 1% 7% 7%

Região:

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23 A seguir foi questionado quais os locais de lazer os possíveis consumidores costumavam frequentar:

4. Em momentos de lazer, quais ambientes você costuma frequentar?

Figura 14 - Gráfico locais de lazer frequentados

Fonte: Autora (2017).

A relevância da questão está relacionada ao seu estilo de vida e seus hábitos, essencial para traçar um perfil mais detalhado. Mais da metade das mulheres que responderam ao questionário frequentam barzinhos, cinemas e teatros, indicando um certo nível intelectual e um círculo social. As demais alternativas tiveram porcentagens próximas, abrindo as possibilidades de estilos e as necessidades que o produto de moda deve atender

O que leva às próximas questões:

5. Ao comprar um produto de moda você visa:

28% 22% 14% 12% 15% 9%

Locais de lazer:

Barzinhos e restaurantes Cinemas e teatros Ambientes ao ar livre Baladas e casas de show Eventos musicais e culturais Cafés e livrarias

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24 Figura 15 - Gráfico Prioridade ao consumir produto de moda

Fonte: Autora (2017).

Ao desenvolver uma coleção, desde sua criação até a comercialização, é preciso entender o que o consumidor busca. O conforto, o preço e o design são as principais características que o consumidor procura em um produto de moda.

6. Das opções abaixo, quais suas preferências na hora de escolher uma peça de

vestuário:

Figura 16 – Gráfico Preferências estéticas do produto de moda

Fonte: Autora (2017).

Ao consumir um produto de moda, este deve atender as necessidades do cliente, de acordo com suas preferências físicas, ergonômicas e estéticas. A importância das perguntas se relaciona com o que a marca de moda deve se atentar ao produzir uma peça, pensando como consumidor e visando às vendas.

O estudo tem como base uma família tipográfica afro-brasileira para estamparia e saber a preferência do consumidor sobre esse fator é crucial.

29% 22% 28% 14% 7%

Prioridade ao consumir:

Conforto Design Preço Modelagem Tendência

36% 51%

13%

Preferência estética da roupa:

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25 A seguir é questionado qual o canal de compra mais utilizado:

7. Onde você costuma comprar roupas:

Figura 17 - Gráfico Canal de compra

Fonte: Autora (2017).

A questão tem grande relevância, pois, é analisando os canais de compra que é possível perceber onde será viável a divulgação e comercialização dos produtos.

Os shoppings são o meio mais fácil de compra e o preferido, pois há uma variedade de lojas, estilos e preços. Seguido das lojas online, que facilitam cada vez mais a comercialização, com tabelas de medidas de fácil entendimento, facilidades de pagamento e troca, além da variedade de peças e promoções. As lojas de rua ainda são um canal de compras bastante utilizado, pois, dependendo do lugar há grande circulação de pessoas diariamente, deslumbrados com vitrines e propagandas.

Após analisar as preferências estéticas e de compra, foi questionado se ao adquirir uma peça de roupa ou produto em geral, o consumidor se informa sobre sua origem cultural: 33% 19% 35% 10% 3%

Onde compram roupas:

(35)

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8. Você costuma se informar sobre a origem cultural das peças que consome?

Figura 18 - Gráfico Origem cultural do que compram

Fonte: Autora (2017).

O estudo tem como objetivo, além da incorporação de elementos afro-brasileiros na moda contemporânea, trazer para o conhecimento do consumidor a origem do que está sendo adquirido.

Das entrevistadas, apenas 1/9 responderam que buscam se informar sobre a origem cultural do que é consumido, ou seja, 8 em 72, enquanto 53 entrevistadas não se informam ou não se atentam a isso.

Existem vários fatores que podem influenciar nisso, sendo um deles a própria cultura do povo brasileira, onde tudo que está na moda em outros países vira regra, sem ser questionado.

Com isso, fazendo uma ligação com essa questão da conscientização sobre a origem do que é consumido se fez a seguinte pergunta:

E para finalizar o questionário, foi perguntado nomes de marcas de moda que se preocupam em contar a origem cultural de suas peças:

9. Você conhece marcas de moda que estampem e contem a história de um povo

através de suas peças? Quais?

A intenção da pergunta era saber como é a divulgação desse tipo de nicho, se ainda abrange pequenos grupos ou se está difundida. Também a partir dela foi

11%

15%

56% 18%

Origem cultural do que compram:

(36)

27 possível encontrar alguns do que viriam a ser concorrentes diretos ou indiretos. Infelizmente apenas 4 respostas foram obtidas, com nomes de marcas como Xangoni, Maria Chantal, Laboratório Fantasma e o estilista Ronaldo Fraga.

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28

5. DIRECIONAMENTO MERCADOLÓGICO

5.1 EMPRESA

5.1.1 Nome da Marca: Zaila

Zaila é um nome de origem africana que significa “a feminina”. Trata-se de um nome que carrega a feminilidade e seus atributos, como a beleza, a delicadeza, a gentileza e a sensualidade.

A escolha do nome está relacionada ao perfil de público que a marca busca atingir, mulheres fortes, bem resolvidas com sua aparência, sensuais e possuidoras de uma beleza que transborda.

5.1.2 Logomarca:

A logomarca foi desenvolvida a partir do nome Zaila e do perfil de público. Estampa a mulher afro, seus traços e seus cachos. As linhas são mais simples e nada rebuscadas, trazendo um pente garfo preso ao cabelo. O pente, para muitas sociedades africanas, simboliza status, crenças, afiliação a grupos e uso em rituais. É um elemento africano que se espalhou pelo mundo e está presente em diversas sociedades, trazendo sua origem e sua estética.

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29 Figura 19 - Logomarca Zaila

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30 5.1.3 Porte

A empresa de vestuário Zaila é classificada como microempresa, segundo o BNDES e SEBRAE, de acordo com seu faturamento bruto anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e o número de funcionários, até 19 pessoas ocupadas, entre elas estilistas, modelistas, costureiras, responsáveis pelo financeiro e comércio.

5.1.4 Conceito

Zaila nasce com a proposta de estampar a cultura afro-brasileira através do vestuário feminino. Uma marca que traz exclusividade para a mulher contemporânea, contando uma história com suas cores e formas. Uma de suas essências é trazer para o conhecimento do consumidor a origem do que é adquirido.

5.1.5 Segmento

De acordo com a pesquisa realizada no presente estudo, a marca Zaila se enquadra no segmento de moda afro-brasileira, pois trata-se de uma moda cultural. Além do segmento moda afro-brasileira, a marca Zaila trabalhará com o segmento de moda dailywear, ou seja, roupas de estilo contemporâneo para o dia-a-dia.

5.1.6 Concorrentes

5.1.6.1. Diretos:

A escolha de concorrentes diretos se deu a partir de pesquisas de mercado e por respostas obtidas no questionário de público aplicado. São marcas afro-brasileiras que trabalham com o resgate da história do povo africano e buscam transmitir essa origem através de peças de vestuário.

 N’Black:

Marca afro-brasileira que nasceu em 2005 e segue a linha contemporânea despojada. Destinada àqueles que se identificam como afrodescendentes e que buscam elevar sua autoestima através de peças exclusivas. Atende o público feminino e masculino, e seus preços variam de R$50 a R$200.

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31 Figura 20 - Looks N'Black

Fonte: Autora (2017).

 Xongani

Marca de acessórios afro-brasileira criada por mulheres negras que segue a linha contemporânea urbana. Buscam resgatar e valorizar a cultura africana no Brasil, visando elevar a autoestima de quem veste. Seus preços variam de R$10 a R$180.

Figura 21 - Acessórios Xongani

Fonte: Autora (2017).

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32 Marca que leva o nome da designer brasileira que mescla em sua arte a sensibilidade e sofisticação e em seu trabalho a cultura afro-brasileira, indígena e barroca. Seus preços variam de R$35 a R$320.

Figura 22 - Looks Goya Lopes

Fonte: Autora (2017).  Maria Chantal

Marca pequena de produtos artesanais que leva o nome da designer, criada em 2015. Peças que contam uma história e que espalham uma mensagem com o intuito de enaltecer a estética negra e elevar a autoestima. Preços R$25 a R$68.

5.1.6.2. Indiretos:

Os concorrentes indiretos foram escolhidos de acordo com a proposta de trazer uma história através do vestuário, com estampas, caimentos e artesanato.

 Fernanda Yamamoto  Ronaldo Fraga

5.1.7 Preços praticados

Os preços praticados pela empresa Zaila irão variar entre R$ 80 reais para peças mais simples e R$ 2 mil reais para peças mais elaboradas, com aplicação de contas, pedrarias e bordados em geral.

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33

5.2 PÚBLICO ALVO

Figura 23 - Imagem Público Alvo

Fonte: Web (2017).

O perfil de público que a marca Zaila busca atingir são mulheres bem resolvidas com sua aparência, que aceitam suas curvas, seus cachos e seus traços. Mulheres que, no auge da vida, entre 24 e 28 anos, sabem o que querem e lutam por seus sonhos. Marcam presença nas ruas e metrôs e, ao som de suas músicas preferidas em festivais e baladas, chamam a atenção para a energia que transbordam. Querem ser únicas e conquistar o mundo.

São mulheres de identidade singular, que buscam estampar sua história através do vestir. Sempre atentas ao turbilhão de informações e notificações que insistem em vibrar em seus smartphones. Moda, comportamento, saúde, estilo de vida. São mulheres que querem estar a par do que acontece a todo instante.

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34

5.3 PESQUISAS DE TENDÊNCIA

5.3.1 Macrotendência

 MAXIMALISMO (WGSN 2016)

Nessa macrotendência, o “mais é mais”. A abundância do uso de cores e estampas e a excentricidade da mistura de vários fatores na composição do look são o ponto chave. Materiais ricos, linhas fortes, caimentos diferenciados, silhuetas ousadas, bordados e a riqueza de detalhes são o que chamam a atenção.

Figura 24 - Painel Macrotendência

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35

5.3.2 Microtendência

 ARTESANATO DE CONTAS

O uso de contas, de caráter espiritual, une os vivos aos seus ancestrais, podendo, muitas vezes, cobrir a roupa toda e conferir a cada povo uma identidade. Seu uso também pode indicar faixa etária, estado civil e até mesmo posição social e espiritual. Alguns povos sul-africanos como os Xhosas, os Zulus e os Ndebeles, são conhecidos por seus artesanatos de contas, tendo o primeiro caráter sagrado e o segundo, caráter social.

Os Xhosas pertencem aos bantos, são pastores de gado da costa sudeste da África do Sul. Acreditavam que os ancestrais deveriam ser homenageados e usavam tradicionalmente trajes e acessórios de contas em eventos cerimoniais, onde ocorria o contato mais íntimo entre o grupo e seus ancestrais.

Já os Zulus têm o artesanato de contas mais refinado da África, que é reconhecido por antropólogos como fator de equilíbrio social e indicador de status na comunidade (ANAWALT, 2011). Conforme passam pelos estágios de vida, os acessórios e trajes variam:

(...) os bebês usam contas antes mesmo de vestir roupa. Conforme crescem, as crianças usam ornamentos cada vez mais sofisticados, incluindo argolas de vários tamanhos em volta do pescoço e da cintura. Ao atingir a puberdade, as meninas passam a vestir aventais multicoloridos (...). (ANAWALT, 2011, p.529)

Outro grupo que tem como tradição o uso das contas é o Ndebele, principalmente em cerimônias de casamento. As noivas usam uma longa cauda de contas que pode atingir 1,5 metros de comprimento e que desliza pelo chão onde fazem movimentos ondulares enquanto a noiva dança.

Depois de casadas, as mulheres recebem de suas sogras um avental cerimonial de cinco faixas decoradas com contas e, no decorrer da vida esses aventais passam a ser confeccionados pelas próprias esposas, num estilo menos formal.

As contas usadas passaram por um processo de transição, sendo as mais antigas feitas de pedra, casca de ovo de avestruz e sementes, passando para as contas de vidro importadas pelos mercadores árabes até a introdução das contas modernas pelos portugueses.

(45)

36 Entre 1932 e 1955 a África do Sul era considerada a maior fabricante mundial de contas e as exportava para todo continente. Atualmente, segundo Anawalt (2011), o uso das contas ainda expressa tradição e significados característicos, porém é acessível a toda população.

Figura 25 - Painel Microtendência Artesanato de Contas

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6. DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

6.1. Painel Semântico

Figura 26 - Painel Semântico

Fonte: Autora (2017).

O Painel traz as cores vivas e as estampas da coleção, além da família tipográfica Crioula ao fundo, que serviu de base para a criação de estampas exclusivas e cheia de conhecimento. A fechadura faz referência às portas que se abrem quando se busca conhecimento, quando os olhos se abrem para a história e a cultura de um povo. Povo esse que viveu séculos trancado em porões e senzalas, e que ainda vive cativo em uma cultura preconceituosa.

A mulher africana saindo da fechadura representa a Liberdade, a conquista e a feminilidade. Os colares de contas que adornam a mulher africana serviram como Microtendência da coleção (Artesanato de contas).

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38 6.2. Especificações

6.2.1 Nome da Coleção: Malemolência 6.2.2 Conceito da Coleção:

Zaila traz, através de cores, formas e estampas exclusivas, a coleção Malemolência. Abre as portas para o conhecimento de uma cultura extremamente rica e traz o gingado, a sensualidade e delicadeza feminina.

Uma cartela de cores vivas, desde tons de verde água e lilás à marrom terra, amarelo ouro e o pink, e uma cartela de tecidos acessíveis e de ótimo caimento, como o Neoprene, o Voil e o Oxford.

6.2.3 Mix de Coleção

Figura 27 - Mix de Produto

Total Básico Fashion Vanguarda

TOP Cropped 2 - - 2 Blusas 6 2 2 2 BOTTOM Saia 5 - 3 2 Shorts 1 - - 1 Calça 3 1 2 - ONE PIECE Vestido 8 - 6 2 Body 2 - - 2 Macaquinho 1 - 1 - TOTAL 28 3 14 11 % 100 10,7 50 39,3 Fonte: Autora (2017).

(48)

39 6.2.4 Cartela de Cores

Figura 28 - Cartela de Cores

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40 6.2.5 Cartela de Estampas

Figura 29 - Cartela de estampas Zaila

Fonte: Autora (2017).

6.2.6 Cartela de Tecidos

Figura 30 – Cartela de tecidos

(50)

41 6.2.7 Cartela de Aviamentos

Figura 31 - Cartela de Aviamentos

(51)

42

6.4 Geração de Alternativas

Figura 32 - Look A (Vestido Curto)

(52)

43 Figura 33 - Look B (Vestido Curto)

(53)

44 Figura 34 - Look C (Saia Longa e Camisete)

(54)

45 Figura 35 - Look D (Vestido Curto)

(55)

46 Figura 36 - Look E (Vestido Longo)

(56)

47 Figura 37 - Look F (Vestido Curto Estampa)

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48 Figura 38 - Look G (Saia e Blusa Decote)

(58)

49 Figura 39 - Look H (Vestido Curto)

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50 Figura 40 - Look I (Body Costas Bordado)

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51 Figura 41 - Look J (Calça e Blusa)

(61)

52 Figura 42 - Look K (Macaquinho)

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53 Figura 43 - Look (Calça Média e Blusa)

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54 Figura 44 - Look M (Pantacourt e Body detalhe)

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55 Figura 45 - Look N (Body Confeccionado)

(65)

56 Figura 46 - Look O (Saia e Blusa Confeccionados)

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57 Figura 47 - Look P (Vestido Confeccionado)

(67)

58 Figura 48 - Look Q (Shorts-saia e Cropped Confeccionado)

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59 Figura 49 - Look R (Blusa e Saia)

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60 Figura 50 - Look S (Blusa e Saia)

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61 Figura 51 - Look T (Vestido)

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6.6 Pranchas

Figura 52 - Prancha Look Confeccionado 1

Fonte: Autora (2017).

Figura 53 - Prancha Look Confeccionado 2

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81 Figura 54 - Prancha Look Confeccionado 3

Fonte: Autora (2017).

Figura 55 - Prancha Look Confeccionado 4

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82

6.7 Looks Confeccionados

Figura 56 - Look Confeccionado 1 (Frente, costas, lateral)

Fonte: Autora (2017).

Figura 57 - Look Confeccionado 2 (Frente, costas, lateral)

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83 Figura 58 - Look Confeccionado 3 (Frente, costas, lateral)

Fonte: Autora (2017).

Figura 59 - Look Confeccionado 4 (Frente, costas, lateral)

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84

6.8 Catálogo

Figura 60 - Catálogo (Capa e Contracapa)

Fonte: Autora (2017).

Figura 61 - Catálogo (Folha de Rosto e Página 1)

(94)

85 Figura 62 - Catálogo (Páginas 2 e 3)

Fonte: Autora (2017).

Figura 63 - Catálogo (Páginas 4 e 5)

(95)

86 Figura 64 - Catálogo (Páginas 6 e 7)

Fonte: Autora (2017).

Figura 65 - Catálogo (Páginas 8 e 9)

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87 Figura 66 - Catálogo (Páginas 10 e 11)

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88 6.9 Desfile

Figura 67 - Maquiagem e Cabelo para o desfile

Fonte: Autora (2017).

Sequência de Entrada:

 Look 1: Vestido Bordado

 Look 2: Conjunto Amarelo

 Look 3: Shorts-saia e Cropped Estampados

Look 4: Body Bordado

Música de entrada: Roda - Tiê

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89 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A ideia principal foi fazer com que o consumidor saiba a origem e o significado das simbologias utilizadas na moda afro-brasileira. Teve como objetivo trazer a história de um povo e de sua cultura, através de estampas criadas por uma tipografia própria, Crioula, e cheia de significados e valor cultural. A criação de uma tag informativa surgiu para suprir essa ideia de conscientizar o consumidor.

Diante disso é nítida a quantidade de informações pouco exploradas ou ainda desconhecidas dessa cultura tão rica, e um estudo mais aprofundado é de extrema necessidade.

É um tema que ainda deve ser muito estudado e fez com que a ideia de um mestrado surgisse. Abrir as portas do conhecimento e estudar cada vez mais um pouco do povo que originou o brasileiro.

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REFERÊNCIAS

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<http://www.dicio.com.br/escravocrata/> Acesso em: 23 de maio de 2016.

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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 184 p.

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92 ANEXO A – TAG INFORMATIVA

O estudo e a criação da coleção buscam trazer para conhecimento do consumidor a origem do que adquirido. Para isso foi desenvolvida uma tag informativa, na qual além da logomarca e das informações de contato, terá um espaço destinado a origem e significados, seja da coleção, da peça ou da estampa.

Geração da tag informativa

Referências

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