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POR UMA NOVA PERSPECTIVA METODOLÓGICA NO ENSINO DE HISTÓRIA DA MODA COM ÊNFASE NA HISTÓRIA REGIONAL

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HISTÓRIA DA MODA COM ÊNFASE NA

HISTÓRIA REGIONAL

FOR A NEW METHODOLOGICAL PERSPECTIVE ON THE

TEACHING OF THE HISTORY OF FASHION FOCUSING

ON REGIONAL HISTORY

Camila Carmona Dias *

R e s u m o

Este artigo apresenta as etapas e os resultados de um trabalho realizado pelos estudantes do Curso Técnico em Vestuário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, durante a disciplina de História da Indumentária. Tal trabalho consistiu em compreender a moda como constructo sociocultural, e seu propósito foi reunir, organizar e difundir informações, fatos, relatos e imagens sobre os costumes e a moda na década de 1950 na cidade de Erechim. O objetivo deste estudo é expor essa experi-ência como modelo didático de ensino, aliando a pesquisa teórica em história regional à prática dos estudantes do curso. Por meio da dinâmica de trabalho proposta, a pesquisa, realizada pelos estudantes, trouxe a história para perto deles. Ainda, possibilitou aos estudantes o desenvolvimento da criticidade sobre o assunto moda

P a l a v r a s-ch a v e:

História regional. Moda. Ensino.

* Doutoranda em História e 

Mes-tra em Educação pela Universidade de Passo Fundo (UPF). Especialista em: (I)Comunicação e Semiótica; (II)Moda: produto e comunicação. Bacharel em Moda. Professora do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda. Professora do Curso Técnico Concomitante em Produção de Moda. Coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indí-genas (NEABI). Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidades (NEPGS) Ins-tituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Campus Erechim.

camila.dias@erechim.ifrs.edu.br

Recebido em: 07/10/2016 Aprovado em: 01/11/2016

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A b s t r a c t

This article presents the steps and results of a study carried out by students of the Technical Course in Clothing of the Federal Institute of Education, Science, and Technology of Rio Grande do Sul, Brazil, in the class of the History of Clothing. Such research aimed to understand fashion as a social and cultural construct and the purpose of the research shown in this article was to compile, organize, and disseminate information, facts, reports, and images about habits and fashion of the 1950s in the city of Erechim, RS, Brazil. This article aims to expose this experience as a didactic teaching model, combining the theoretical research on regional history to the practice of the students of the course. Through the proposed work dynamics, the research brought history closer to the students. Additionally, it allowed students to develop criticism on fashion.

K e y w o r d s:

Regional History. Fashion. Teaching.

1 Introdução

O presente artigo tem como objeto de estudo a moda, mais precisamente o ensino da história da indumentária e da moda, que está intrinsecamente conec-tada aos fatos políticos, econômicos e sociais da história mundial, refletindo-os nos modos de vestir. A moda é um tema singular, que pode permitir a percepção de tensões centrais na vida social (GODART, 2010). Nesse sentido, tem-se que a moda como objeto de estudo e fenômeno social exige o entendimento das condições socioculturais que permeiam as transformações na indumentária e nos gostos dos indivíduos. Destarte, a intenção deste artigo é expor a aplicação e os resultados de uma nova perspectiva metodológica do ensino na disciplina de História da Indumentária.

Com a experiência adquirida por meio das aulas de História da Indumentária, no Curso Técnico em Vestuário do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul – Campus Erechim, percebe-se que existem poucas bibliografias que relatam a história da moda regional; pelo contrário, existe um privilégio de uma história dita como universal. Constatado essa escassez de

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Alto Uruguai1 no estado do Rio Grande do Sul, surge a ideia de instigar os

estu-dantes da turma de 2012 a realizarem uma pesquisa em história regional, a fim de tentarem reconstruir a história dos costumes e da moda da região da década de 1950. Assim, o desafio foi lançado e aceito de imediato, os estudantes começaram a busca por informações, registros, álbuns de família, jornais, livros, revistas, história oral, ou seja, tudo que servisse como fonte para a realização do estudo.

Tal metodologia foi dividida em pesquisas bibliográfica e documental, além da história oral. As etapas para a execução da proposta foram: (i) pesquisa das informações e imagens (ii) análise e interpretação das fontes; (iii) criação de um acervo fotográfico e documental sobre os costumes e a moda na cidade de Erechim na década de 1950.

O referido trabalho foi apresentado em forma de seminário ao final do período letivo, a fim de servir como requisito para obtenção da nota final da dis-ciplina. Destarte, a seguir apresenta-se, inicialmente, uma breve explicação sobre história regional, logo após, as etapas da pesquisa, seguido por um referencial teórico, e finalmente uma breve síntese do material construído pelos estudantes/ pesquisadores sobre a moda, na década de 1950, na cidade de Erechim.

2 História regional: breves considerações

A História Regional é uma opção de recorte espacial do objeto estudado, não se constitui em um método e não possui um corpo teórico próprio. O estudo de História Regional nem sempre teve importância no mundo acadêmico, apenas a partir da década de 1970, no Brasil, surgem trabalhos mais sistematizados rela-cionados ao tema. Isso só foi possível graças à renovação historiográfica fruto do movimento dos Annales2 (VISCARDI, 1994). A partir dessa nova abordagem,

passou a existir uma diversificação no conceito de fonte histórica, bem como uma dinamização no objeto de estudo do pesquisador.

Nessa perspectiva, tornou-se viável estudar aspectos que até então não eram mencionados na academia, ampliou-se a visão dos agentes elaboradores da his-tória, deixou-se um tanto de lado a noção tradicional da narrativa histórica para buscar uma história problema. A História Regional aproxima o historiador do seu objeto de estudo. A narrativa deixa de ser fundamentada em temas distantes

1 A região do Alto Uruguai Gaúcho é

formada por 32 municípios. Erechim é o maior, seguido de Getúlio Vargas.

2 A revista intitulada Annales

d’His-toire Économique et Sociale, fundada

por Lucien Febvre e Marc Bloch, em 1929, na França, tornou-se, ao longo da década de 1930, o símbolo de uma nova corrente historiográfica identificada como Escola dos Anna-les. A proposta inicial do periódico era se livrar de uma visão positivista da escrita da História que havia domi-nado o final do século XIX e início do XX. Tal movimento questionou a historiografia tradicional e apresentou novos elementos para o conhecimento das sociedades (BURKE, 1991).

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para se incorporar aos fenômenos históricos da região, consequentemente do município. Passa existir a construção de uma história plural, sem qualquer tipo de preconceito e os excluídos passam a ter voz (SILVA, 2004).

O pesquisador em História Regional se defronta com alguns problemas para a sua efetivação. Segundo Viscardi (1994), um deles se encontra na definição de região e aos critérios definidores do espaço regional. Diante de várias colocações a respeito da definição e delimitação desse espaço, a autora define duas correntes principais que visam à explicação do conceito de região.

A primeira corrente, pertencente a um viés marxista, parte do objeto e não do sujeito do conhecimento. É o caso de alguns pesquisadores, que definem como deli-mitador o modo de produção visto sob um aspecto amplo, envolvendo não só as relações internacionais como a dinâmica da luta de classes. Seguindo essa linha, há os autores que priorizam o cultural, pois a região e sua delimitação também se explica pela construção social elaborada pelos atores, ou seja, pelos sujeitos estudados.

A segunda corrente parte da definição de região a partir das análises produ-zidas pelos sujeitos do conhecimento. Nessa linha, se enquadram os trabalhos de Bourdieu (2007), que afirma ser a região, enquanto espaço territorial, uma construção de geógrafos e, enquanto espaço social, torna-se uma construção dos historiadores. Assim, a região é uma construção do sujeito, que a delimita a partir de padrões próprios fundamentados na realidade existente.

No estudo da história regional, o historiador se depara com outra temática, que é a do regionalismo, sobre o qual há vários debates. Pode defini-lo como um comportamento político de defesa de interesses, por atores ou sujeitos, que dividem uma identidade historicamente construída, podendo ser um dos ele-mentos que unificam e movimentam grupos sociais nas disputas políticas. Em alguns casos, pode radicalizar-se, chegando ao separatismo (VISCARDI, 1994).

Mas o regionalismo está presente nos diferentes contextos históricos, podendo se apresentar de forma encoberta, em períodos de centralização política, ou por unificação de interesses. Também pode se fortalecer em circunstâncias em que a disputa de bens públicos e poder político se moldam em distribuições regionais. Usando da prerrogativa de valorização da História Regional no espaço acadê-mico, este trabalho sugere aos professores de história da moda de cursos técnicos e superiores uma reflexão acerca da urgência em se trabalhar na sala de aula esta nova concepção historiográfica.

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3 Metodologia: etapas da pesquisa

A escolha da década de 1950 para a construção de uma história regional se deve aos tensionamentos de padrões culturais existentes nesse período. De um lado, encontravam-se valores tradicionais próprios do início do século XX; de outro, valores ditos modernos, influenciados principalmente pelo cinema hollywoodiano. O comportamento da época passou a ser embasado na vontade de aproveitar, da melhor forma possível, tudo o que a vida oferecia, na tentativa de deixar para trás as atrocidades de período tão violento da guerra. Conforme Pegoraro (2011), paralelamente ao desejo intenso de viver, se fortaleceu, à época, o processo de individualização, que encontrou nos meios de comunicação um potencial disseminador de novos conceitos, práticas e experiências. Dessa maneira, a década de 1950 foi palco do princípio da revolução jovem e marcou o início da era do consumo e da era do individualismo (DIAS, 2010).

O objetivo principal do trabalho proposto na disciplina de História da Indumentária foi reunir, organizar e difundir informações, fatos, relatos e ima-gens sobre os costumes e a moda na década de 1950 na cidade de Erechim. O passo inicial da pesquisa iniciou-se com a coleta de dados no Arquivo Histórico Municipal Juarez Miguel Illa Font.

Além da elaboração de uma pesquisa bibliográfica e documental, foi utili-zada como procedimento para a coleta de informações a história oral. A escolha desse método decorreu da necessidade de produzir fontes primárias que permi-tissem reconstituir a emergência dos agentes e das práticas de hábitos e costumes dos sujeitos no período, uma vez que tal objetivo não poderia ser adequadamente alcançado, somente através da pesquisa documental. A história oral consiste em realizar entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre aconte-cimentos, conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história contemporânea. As entrevistas de história oral são tomadas como fontes para a compreensão do passado, ao lado de documentos escritos, imagens e outros tipos de registros (VASCONCELOS, 2012).

Ou seja, por meio das entrevistas elaboradas com moradoras de Erechim, bus-cou-se obter informações a respeito dos costumes, da moda e dos fatos ocorridos na cidade no período em questão. No total, foram dezesseis mulheres entrevistadas. A coleta de informações baseada nos depoimentos dessas mulheres que viveram na

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cidade na década de 1950 foi de fundamental importância para o aprofundamento da pesquisa. Além disso, o contato com tais informantes não criou apenas o acesso às histórias e aos eventos ocorridos na época, mas também possibilitou aos pesqui-sadores (estudantes) o contato com os registros imagéticos das antigas moradoras da cidade, alguns delas suas avós e bisavós, como por exemplo, as fotografias.

As fotografias e os álbuns de família foram peças primordiais para a com-preensão dos costumes e da moda do momento estudado, levando os estudantes a perceberem até que ponto a moda pode servir como código simbólico, como construção da cultura e dos padrões sociais de uma determinada época. Por fim, faz-se necessário dizer, ainda, que, para o desenvolvimento da referida pesquisa, foram utilizadas as mais variadas fontes de informação e ferramentas metodo-lógicas a fim de buscar observar a realidade. Para um melhor entendimento, encontra-se a seguir (na Figura 1) um esquema desse modelo didático aplicado na turma de 2012 na disciplina de História da Indumentária.

Figura 1 – Modelo didático de ensino de história da indumentária

HISTÓRIA REGIONAL

CULTURA E SOCIEDADE PRODUÇÃO DE ROUPAS

PESQUISA CRIAÇÃO DE ACERVO IMAGÉTICO

RECONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA REGIÃO COM FOCO NA MODA

DOCUMENTAL BIBLIOGRÁFICA

ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS RELATÓRIO FINAL

SEMINÁRIO

HISTÓRIA ORAL

MÍDIA E COMUNICAÇÃO

MODELO DIDÁTICO DE ENSINO

Fonte: Produção da autora.

Assim, as etapas para a execução desta pesquisa foram três: (i) pesquisa das informações e imagens relacionadas à organização social e cultural de Erechim

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durante o período especificado, a partir de pesquisas documentais, bibliográficas e história oral; (ii) análise e interpretação das fontes; (iii) criação de um acervo fotográfico e documental sobre os costumes e a moda na cidade de Erechim no referido período.

O trabalho foi dividido em três eixos distintos, mas correspondentes entre si, foram eles: cultura e sociedade; produção das roupas: lojas, confecções e cos-tureiras; mídia e comunicação. Uma vez traçadas e expostas as diretrizes para a realização do estudo, as duplas montaram seus planos de trabalho e passaram a se reunir para pesquisar e construir a parte escrita do trabalho, que foi apresentado no final do período letivo em forma de seminário.

Destarte, encontra-se a seguir um breve referencial teórico sobre moda e beleza na década de 1950. Logo em seguida será apresentada a pesquisa realizada pelos pesquisadores/estudantes e que foi compilada pela professora da disciplina.

4 Moda e beleza feminina na década de 1950: uma breve reflexão

Na maioria dos livros que dissertam sobre a história da indumentária brasileira, há uma tendência de registrar a história regional como sendo a história nacional. Ou seja, encontramos textos que relatam como eram as roupas de determinada época em um determinado local, levando a crer que tais costumes indumentários eram válidos para todo o Brasil. Porém, cada região possui suas especificidades, sua cultura e costumes próprios de vestir, organizando a diversidade do Brasil.

Uma breve síntese sobre a indumentária e a beleza no Brasil na década de 1950 permite apontar as especificidades do norte do Rio Grande do Sul. Nesse aspecto, as informações sobre o norte gaúcho, oriundas de análises de fotos, de revistas da época que circulavam no estado, e de entrevistas com mulheres que vivenciaram aquela época ajudam a conhecer as especificidades de uma região.

Como revelado pela história da moda, na década de 1940, devido à Segunda Guerra Mundial, a moda assumiu função utilitária, ganhando, as roupas, o caráter de uniforme. A palavra de ordem era recessão, dessa maneira, a mono-tonia foi uma consequência do processo (BRAGA, 2007). Em 1947 as mulheres substituíram a rigidez do corte masculino por cinturas apertadas, saias amplas,

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blusas estruturadas, sapatos altos e chapéus grandes. De acordo com Laver (1989), começa o New Look, de Dior, que remodelou o figurino. As mulheres apertavam-se em cintas para entrarem no novo look da moda.

A década de 1950 trouxe sofisticação e a beleza à aparência das mulheres. “As mulheres exigiram novamente os privilégios concedidos a elas nas velhas fantasias românticas, e na época não estavam desejosas de saber os custos” (HOLLANDER, 1996, p.206). Surgia, assim, um novo ideal feminino do pós-guerra, com cortes que privilegiavam cintura bem fina, busto realçado, pernas de fora e ombros expostos em modelos tomara-que-caia (MOUTINHO; VALENÇA, 2000). O New Look, de Dior, proporcionava às mulheres a silhueta extremamente feminina e jovial. Ele atravessou a década e se manteve como base para a maioria das criações desse período.

No Brasil, a influência Hollywoodiana nas práticas de vestir e nos compor-tamentos deve ser considerada. Os filmes as disseminaram, e as saias rodadas de cintura marcada lotaram os salões e as ruas. “Vestidos de festa com ombros à mostra, dotados de barbatanas para sustentar o busto, faziam sucesso, não sendo incomum – apesar do nosso clima quente – o uso de estolas de pele e tecido para agasalhar” (BRAGA; PRADO, 2011).

Chataignier (2010, p.133) menciona que no período existiam duas linhas ana-tômicas em destaque: “as vedetes dos teatros de revista e similares e as elegantes que posavam com grifes e atitudes blasé”. As primeiras utilizavam vestidos colantes com fendas nas pernas, decotes arrebatadores, vestidos provocantes e faziam uso de um grande acervo de produtos embelezadores como cílios e unhas postiças, batons ver-melhos, sapatos altos com plataformas. Já as elegantes utilizavam tailleurs, vestidos chemisiers, saias lápis ou godê, blusas brancas, jabôs, rendas e nervuras, chapéus, bolsas, joias de ouro com pedras preciosas e luvas, entre outros adornos.

Foi também na década de 1950, conforme Moutinho e Valença (2000), que a revolução jovem começou, e no Brasil não foi diferente. Os jovens brasileiros aderiram aos novos valores ditados pelos Estados Unidos, através do rock and roll e da vestimenta despojada.

No ideário de beleza, o cinema teve grande participação. Dois estilos de beleza feminina marcaram os anos 1950: o das ingênuas chiques, encarnado por Grace Kelly e Audrey Hepburn, caracterizado pela naturalidade e jovialidade e o estilo sensual e fatal, do qual as atrizes Rita Hayworth, Ava Gardner e as pin-ups

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estadunidenses, loiras e com seios fartos, são ótimos exemplos. Entretanto, os dois grandes símbolos de beleza da década de 1950 foram Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, que eram uma mistura dos dois estilos – a devastadora combi-nação de ingenuidade e sensualidade (CARDOSO, 2010).

Pela influência de atrizes sensuais como Marilyn Monroe e Brigitte Bardot, as jovens usavam suéteres justos, saias armadas, cintura marcada, lenços no pes-coço, calças bem justas, na altura dos joelhos e sapatos de salto agulha e bico bem fino. As mais velhas usavam tailleurs e vestidos mais justos, sempre dando ênfase para cintura fina e busto empinado (VITA, 2008).

Nos anos dourados, a beleza tornou-se tema central. As sobrancelhas eram arque-adas e escuras, a maquiagem valorizava o olhar, o que levou a vários lançamentos de produtos para os olhos: sombras, rímel, lápis e delineador. Além disso, a intensidade dos lábios e a palidez da pele eram realçadas, seguindo, assim, o padrão de beleza da época. Na análise de Chataignier (2010), existiam duas fortes tendências de penteados. A primeira refletia-se no uso de cabelos curtos, com franjas e ligeiramente ondulado; a ordem era ficar parecida com as divas do cinema: cabelos ondulados e milimetri-camente armados, pele rosada e ar sofisticado. Já a segunda tendência era voltada aos longos, presos em rabos de cavalo ou soltos e rebeldes. A dominação era do tom louro e do coque, considerado chique, que podia ser usado por jovens e senhoras.

5 Moda e beleza feminina entre as mulheres do Sul: a pesquisa dos estudantes A indumentária feminina no norte gaúcho, na década de 1950, a exemplo do que ocorria no resto do Brasil, seguia a influência estrangeira. Era composta basi-camente por saia rodada com comprimento na altura dos joelhos, acompanhada de blusa que delineava a cintura. As saias eram godê (ponche ou meio godê) ou plissadas. O comprimento era de no mínimo três a quatro dedos abaixo do joelho. Eram feitas em tecidos como veludo, cetim, seda e tricoline, além da chita, usada por famílias menos abastadas, por ser material mais barato que os outros tecidos. As blusas, normalmente, eram de babados e possuíam recortes. As mangas pode-riam ser fofas e variavam entre curta, três quartos e longa. O decote canoa era utilizado com profusão, mas também se via o decote mais fechado. Um acessório muito utilizado foi o cinto, que ajudava a demarcar a cintura, conforme a Figura 2:

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Figura 2 – Foto de 1956 em Erechim (RS)

Fonte: Arquivo pessoal da entrevistada A.

Os vestidos variavam entre estampados e lisos; alguns possuíam pregas macho e recortes, com comprimento abaixo dos joelhos, conforme fala da entrevistada A: “Lembro que eu usava vestidos lisos e, também, estampados. Eram bem rodados e lindos. Eu adorava! Me achava uma princesa. E quando saía usava brincos de pérola, que minha mãe me emprestava. Quando ia pro baile, usava salto alto. Era lindo demais”.

Assim, a roupa feminina poderia utilizar-se de estampas florais ou listradas, ou ainda de tecidos lisos das mais variadas cores. O uso de brincos e colares de pérolas eram comuns. Os sapatos eram predominantemente os de salto e bico fino, mas as sapatilhas também compunham os looks do período. O uso de calças não era bem-visto pela sociedade, e sua aceitação aconteceria nas décadas seguintes, conforme evidenciado na fala da entrevistada C:

Não se usava calça na época. Ouvi em uma missa na Igreja o padre dizer em alto e bom som: “Afaste-se daqui!”, ao enxergar uma mulher vestida de calça comprida. A calça só foi ser usada lá em sessenta, sessenta e poucos, e era cha-mada “eslaque”. E ainda assim era usada mais para ficar em casa, ou atividades de lazer, tipo em piquenique.

Um hábito considerado uma moda de luxo na sociedade da época era o uso de casacos ou estolas de pele. Porém, devido ao alto custo dessas peças, apenas os mais afortunados possuíam condições de adquiri-las. Infere-se que, no Rio

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possuía um caráter funcional, o de proteção, devido às baixas temperaturas no inverno. Era costume, em algumas famílias abastadas da região, presentearem suas filhas com casacos de peles ao completarem dezoito anos. Tal afirmação vem de encontro com a fala da entrevistada D:

Eu esperei ansiosa para completar dezoito anos. Minhas irmãs já tinham ganhado casaco de pele. E, quando eu fiz dezoito anos, ganhei um também. Ele era preto, e eu tinha que deixar na peleteria. Lá eles tinham uma espécie de freezer resfriado para guardar a pele. Quando eu queria usar tinha que buscar lá. Eu tinha uma amiga, a fulana que morava na minha rua. Lembro que ela não tinha casaco de pele. Ela tinha só casaco de lã com gola de pele. Acho que era porque família dela não tinha muito dinheiro.

Os que não possuíam poder econômico para comprar casacos de peles recorriam aos casacos de lã, ou a casacos de lã com pequenos recortes com pele, conforme se observa na Figura 3:

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Os casacos de pele eram feitos em peleterias. As roupas, por sua vez, eram confeccionadas por costureiras, pois, à época, na região, havia várias lojas para venda de tecidos (também chamados “fazendas”) e pouquíssimas, ou quase nenhuma, lojas especializadas em vendas de indumentárias. Dependendo do caso, até as lingeries eram feitas por costureiras. Para a confecção das roupas, as mulheres levavam as revistas às costureiras ou inspiravam-se em algum modelo dos periódicos oferecidos pelas personagens que as confeccionavam. Tal afir-mação confirma-se por meio da fala da entrevistada F:

Tínhamos a dona fulana, era a costureira da família. Minha mãe nos levava à casa dela. Eu e minha irmã podíamos esco-lher uma roupa nas revistas. Eram muitas revistas, mas a que mais tinha, eu acho que era a Burda. Aquelas modelos eram lindas, e queríamos ser iguais a elas. Eu ficava horas escolhendo um vestido, eram tantos, e um mais lindo que os outros. Eu escolhia o meu vestido, e a dona fulana fazia tudo, ela tirava a medida, modelava e costurava.

As principais revistas encontradas nos ateliês eram Revista Figurino, Burda Moden e Capricho, além da Vida doméstica, dentre outras. A Figura 4 mostra um editorial da revista Capricho de 1955, no qual é possível observar o figurino da época, com cintura marcada e saia rodada com comprimento abaixo do joelho.

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Algumas mulheres, de maior poder aquisitivo, compravam algumas roupas prontas ou até seus enxovais em Porto Alegre, conforme relato da entrevistada B:

Antes de me casar, meus pais me levaram a Porto Alegre para comprar meu enxoval. Aqui não tinha lojas como hoje. Era bem diferente. Só em Porto Alegre existiam lojas boas e com roupas prontas. Lembro que comprei várias camisolas e outras roupas da Dior.

Uma prática comum era o recurso às cerzideiras para os consertos de peças, portanto o seu reaproveitamento. Tais profissionais efetuavam o conserto de roupas rasgadas, deixando a urdidura refeita, de forma imperceptível ou quase imperceptível, pois o cerzido invisível é um trabalho totalmente artesanal, no qual se retira um pequeno pedaço de pano que esteja oculto no traje e se coloca fio a fio em cima de onde esteja a parte danificada. Tal fato constata-se na fala da entrevistada H, que praticava o ofício de cerzir:

Muita gente me procurava para consertar as roupas. Naquela época não era fácil de comprar roupa como hoje, e era bem mais caro. O trabalho era bem cansativo, eu pegava pedaços de pano que não se via da roupa e arrumava o estragado. Era bem demorado, e tinha que ter muita paciência. Eu usava uma agulha de cerzir, mas também tinha uma máquina, que me ajudava no trabalho, mas a maior parte era toda manual, pegava fio por fio e deixava a roupa novinha, nem parecia que tinha rasgado.

O resultado do cerzido é o desaparecimento total da parte danificada, de forma que é impossível visualizar qualquer tipo de emenda. De certa forma, essas práticas remetem à economia e à preservação das roupas pelos laços de afeto ou de gosto.

Em relação à beleza, era comum, o uso, pelas mulheres mais jovens, de rabo de cavalo, entre cujas nomeações recebidas estava a “mula manca”. Entretanto, o penteado mais usado, tanto pelas jovens e senhoras, era cabelo curto e encaraco-lado, conforme visualiza-se na Figura 5:

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Figura 5 – Foto de família – 1956

Fonte: Arquivo pessoal da entrevistada J

Para o efeito encaracolado, era utilizado o laquê. Entretanto, também se usava cerveja branca para enrolar com “rolinhos”, para uma melhor fixação do penteado, conforme fala da entrevistada L:

Eu enrolava meu cabelo em casa mesmo, e usava cerveja branca para colocar os rolinhos. Passava a cerveja no cabelo e enrolava. O cabelo ficava muito fedido, mas ele durava mais quando usava cerveja. E depois eu passava um pouco de laquê para ficar mais duro e não cair. Além de arrumar o cabelo, eu gostava muito de me maquiar para ir nos bailes. A maquiagem não era muito diferente de hoje, eu passava o pó de arroz, um batom lápis e rímel.

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A maquiagem mais utilizada era feita com pó de arroz, batom, rouge, rímel e lápis para delineamento dos olhos. Entre os produtos mais utilizados, encontra-vam-se os da marca Max Factor.

Devido à forte influência dos meios de comunicação sobre as práticas de vestir e de embelezar o corpo, o discurso da época preocupava-se em convencer as mulheres de que os produtos de beleza e moda eram destinados a aperfeiçoar a aparência e aumentar a feminilidade. Diante dessa ideia, a beleza era consi-derada a causadora dos principais eventos na vida das mulheres, tais como o casamento, a segurança familiar e a admiração, ou seja, a beleza era considerada um dos ingredientes para a felicidade conjugal. Ser bonita não era mais uma dádiva divina, mas um investimento individual, rumo a uma sociedade cada vez mais narcisista e consumista (PEGORARO, 2011).

Dessa maneira, o consumo estava intimamente atrelado à beleza e à moda, e, consequentemente, a junção dos três itens era transmitida às mulheres pela cultura da época como sendo um meio de encontrar o casamento ideal, que, contudo, seria voltado à subordinação feminina perante o masculino.

Os anúncios publicitários voltados ao público feminino, mais do que ditar padrões de beleza, apontavam, reiteravam e produziam sentido a respeito de deter-minados modelos de mulher. O convencimento passava pela argumentação de que, para ser aceita ou se enquadrar nos parâmetros sociais e morais vigentes, era neces-sário comprar, consumir, se comportar ou ser da forma apresentada pelo discurso publicitário. Os discursos imagéticos e visuais representavam esse crescente estilo de vida individualizador e consumista, perfeitamente exemplificados nas propa-gandas dos produtos de beleza voltados ao público feminino (PEGORARO, 2011). A mulher é eleita como o ícone da sociedade em transformação, a personagem principal da maioria das publicidades, mesmo quando o produto não lhe é direta-mente dirigido. Já que ela era a responsável pelo bem-estar de toda a família e do lar, nada mais óbvio que lhe oferecer produtos destinados ao esposo, aos filhos, às tarefas domésticas. Na ideologia dos Anos Dourados, se acentua a compreensão da beleza como construção, investimento e obrigação pessoais. Nessa mesma ide-ologia, a maternidade, o matrimônio e a dedicação ao lar faziam parte da essência feminina, sem possibilidades de negociação ou contestação. “A mulher que não seguisse seus caminhos, estaria indo contra a natureza, não poderia ser realmente feliz ou fazer com que outras pessoas fossem felizes.” (BASSANEZI, 2008, p. 609).

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Existiam, no entanto, no período, as mulheres que lutavam para soltar as amarras do tradicionalismo, da opressão, na busca por reconhecimento, por emancipação, por autonomia. Assim, no período aconteciam tensões entre o pen-samento tradicional e o moderno, do que se infere que, por se tratar do interior do estado do Rio Grande do Sul, o pensamento tradicional era dominante e os ideais voltados à modernidade tiveram forte oposição no norte gaúcho, diferen-temente do pensamento um pouco mais liberal que se fazia presente nas capitais. Nessa perspectiva, é importante destacar que o argumento principal desenvolvido nesse texto não está pautado na afirmação de que o norte sul-rio--grandense obteve uma moda ímpar. Ao contrário, mostra-se reveladora de que existiram algumas diferenças, pois percebe-se o demasiado uso de costureiras e cerzideiras se comparado a outras regiões em que já existiam casas e lojas de moda com produtos industrializados. Entretanto existiam inúmeras seme-lhanças entre a moda do norte gaúcho com a dita “moda nacional”, uma vez constatada a marcante influência, na região estudada, da moda estampada nas revistas e exibida nas telas do cinema.

Assim, a moda é um fator determinante para a representação sendo um “reflexo mutável do que somos e dos tempos que vivemos. As roupas revelam nossas prioridades, nossas aspirações, nosso liberalismo ou conservadorismo” (MANÇÃO, 2005, p.69), e as diferenças e semelhanças encontradas na moda do norte gaúcho nada mais foram do que a reprodução do pensamento da época e da região, voltado a um maior tradicionalismo se comparado aos ideais propagados nas grandes capitais.

6 Considerações finais

A pesquisa desenvolvida pelos estudantes do Curso Técnico em Vestuário nasceu de uma necessidade de conhecimento sobre a região e permitiu uma verdadeira troca de saberes entre os envolvidos. Mas a principal razão de seu desenvolvimento foi a necessidade de contextualização no ensino da disciplina de História da Indumentária, relacionando tal temática aos fatores que envolvem e subsidiam a vida social.

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Demonstra-se, assim, que a moda é um todo harmonioso e mais ou menos indissolúvel. Serve à estrutura social, acentuando a divisão em classe; reconcilia o conflito entre o impulso individualizador de cada um de nós (necessidade de afirmação como pessoa) e o socializador (necessidade de afirmação como membro do grupo); e que exprime ideias e sentimentos (SOUZA,1996).

A proposta de investigação foi apresentada aos estudantes como uma forma de encontrar registros que contassem a história dos costumes e da moda, na década de 1950, vivenciadas em Erechim, mas eles acabaram (re) construindo suas próprias histórias e narrativas por meios dos usos, hábitos e costumes que foram revividos pelas memórias (falas, fotografias, objetos) de suas vizinhas e parentes que vivenciaram a época pesquisada. Dessa forma, pode-se dizer que os estudantes foram motivados a conhecer a si e os cos-tumes de sua cidade. Ao final da pesquisa, com a apresentação dos trabalhos, todos puderam perceber a moda não apenas como uma veste, mas como uma fonte rica em detalhes que nos conta uma história.

Entretanto, o estudo não terminou com a apresentação final no semestre. Todo material coletado passou a ser analisado, servindo como referência para o aprofundamento da pesquisa. Dessa forma, a investigação prosseguiu dando formas a um projeto de pesquisa iniciado em 2013 e concluído em 2015 sobre o universo feminino no norte gaúcho: moda, influências, repre-sentações e simbolismos.

As conquistas alcançadas com a pesquisa foram diversas e transcendem as relações de ensino aprendizagem. Afinal, por meio da dinâmica de trabalho pro-posta, a pesquisa trouxe a história para perto dos estudantes e conseguiu apagar o conceito limitado de que história são acontecimentos ocorridos em um passado distante, levando-os a entender que eles são sujeitos da história.

Partindo do que está mais próximo da realidade do aluno, mas com o intuito de chegar ao conhecimento universal, outro grande resultado do projeto foi a ampliação do olhar dos estudantes para entender a moda e suas relações socio-culturais, possibilitando a eles o desenvolvimento da criticidade sobre o assunto.

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Referências

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