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OABsabado 22.05.2010 DireitoProcPenal aula4[1]

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COMPETÊNCIA

- EM RAZÃO DA MATÉRIA - EM RAZÃO DO LUGAR

- EM RAZÃO DO CARGO / FUNÇÃO Vimos na última aula

Competência em razão da matéria Justiça Militar

Justiça Eleitoral

Justiça comum Federal (art. 109, CF)

Justiça comum Estadual (competência residual - o que não for de competência das anteriores, é dela)

Tribunal do Júri

Justiça estadual comum.

- Competência - Julgamento dos crimes dolosos contra a vida. A natureza tem que ser de crime contra a vida.

Cuidado: No artigo 157 do CP, temos o crime de roubo, mas no parágrafo 3º, temos a previsão do latrocínio (roubo com resultado morte - a morte pode ser antes ou depois). Este não vai para o júri, porque está inserido nos crimes contra o patrimônio.

Pode ser júri federal. Ex: crime cometido a bordo de aeronave ou navio.

JECRIM (Juizado Especial Criminal - pode ser Estadual ou Federal) - Infrações cuja pena máxima não supere 02 anos.

Ex: desacato - se for funcionário público estadual - Jecrim estadual. Se for funcionário público federal - Jecrim federal.

COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA

O que determina a fixação dessa competência é o cargo ou função que essa pessoa ocupa. É o denominado foro por prerrogativa de função.

Certos cargos vão exigir um julgamento diferenciado. Julgamento por prerrogativa de função (está tudo na CF, distribuído nos temas de competência).

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Ex2: Governador de Estado - só pode ser julgado pelo STJ. Vamos enumerar aqueles que são julgados por crimes comuns: STF:

- Presidente; - Vice-presidente;

- Membros do congresso nacional; - Os próprios ministros do STF; - Procurador Geral da República; - AGU - Advogado Geral da União; - Ministros de Estado;

- Comandantes das Forças Armadas; - Ministros dos Tribunais Superiores;

- Membros do tribunal de contas da União (TCU); - Chefes de missão diplomática de caráter permanente.

STJ:

- Governadores dos estados e do Distrito Federal;

- Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal;

- Membros dos Tribunais de contas dos Estados e do Distrito Federal; - Membros dos Tribunais Regionais Federais;

- Membros dos Tribunais Regionais Eleitorais; - Membros dos Tribunais Regionais do Trabalho;

- Membros dos conselhos ou tribunais de contas dos municípios;

- Membros do Ministério Público da União que atuem perante tribunais. TRF:

(são 05 TRF no Brasil) - Juízes Federais; - Juízes do Trabalho;

- Juízes auditores da Justiça Militar;

- Membros do MPF que atuem em primeira instância. TJ:

- Juízes de direito;

- Membros do MP Estadual; - Prefeitos.

(3)

Cuidado: a CF diz isso, mas foi editada a Súmula 702, STF - que diz que a competência do TJ para julgar prefeitos se restringe a matérias estaduais, se for federal, vai para o TRF, se for eleitoral, vai para o TRE.

Delegado de Polícia - ADIN 2.587 - tirou da Constituição do estado de Goiás a norma que determinava o julgamento de delegados pelo TJ.

Assim, como a ADIN tem efeito “erga omnes”, o Delegado de polícia não tem prerrogativa.

Se a prerrogativa de função for criada pela CF, ela sempre prevalece sobre o Tribunal do Júri.

Se a prerrogativa estiver prevista na Constituição do Estado - é julgado pelo JÚRI, prevalece o Júri, porque este está previsto na CF e uma norma estadual não pode sobrepor-se a ela (Súmula 721, STF).

Se uma pessoa sem prerrogativa pratica crime em concurso de agentes com quem tem prerrogativa, ambos são julgados pelo tribunal de maior graduação - (Súmula 704, STF).

Ex: Caso do mensalão - tem 40 réus, onde só um tem prerrogativa de função - só um é deputado federal - por força desta súmula, todos são julgados perante o STF.

Para estabelecermos esta prerrogativa de função, o que importa é o tempo que o agente ocupa o cargo. Se ele está no cargo, o julgamento é perante o foro privilegiado, se ele saiu do cargo, o processo sai do foro privilegiado.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL (competência em razão do lugar)

O que importa é o lugar do crime.

A regra é o lugar da consumação do crime.

Teoria da Ubiqüidade - em caso de países diferentes, pouco importa onde se consumou o crime, se no Brasil ou no exterior, o Brasil será sempre competente.

Para Nelson Hungria, basta que uma porção do crime tenha tocado o território para o Brasil ser competente.

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Se se consumou no exterior, competente será o foro onde se deu o último ato de execução.

Se o último ato de execução (é aquele último ato idôneo a dar o resultado) foi no exterior, competente será o local onde se deu parcialmente o resultado ou onde deveria ter ocorrido resultado.

Ex: imaginemos que um argentino escreva uma carta injuriando o professor, o último ato de execução foi na agência dos correios de Buenos Aires, o professor recebe e vai para Santiago no Chile e abre a carta lá.

O resultado deveria ter se dado em São Paulo, então São Paulo é o foro competente.

TENTATIVA

Art. 14, CP - Crime tentado.

Competente é o local onde se deu o último ato de execução.

DOIS FOROS COMPETENTES

Quando tenho dois ou mais foros competentes, a regra adotada é a da prevenção.

Prevenção - um juiz se antecipa aos demais, praticando um ato processual ou pré-processual.

A regra da prevenção também se aplica para os crimes permanentes ou continuados que atravessem duas ou mais localidades.

Ex: sequestro - crime permanente.

LUGAR DO CRIME IGNORADO

Ex: conheço o local do encontro do cadáver, mas não sei onde ocorreu o crime.

Nesse caso, aplica-se subsidiariamente o local do domicílio do acusado. Se o acusado tem dois ou mais lugares competentes, usamos a regra da prevenção.

SE NÃO SE SABE O PARADEIRO DO ACUSADO

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O processo terá sua competência firmada com o juiz que primeiro tomar conhecimento formal do fato (tem que chegar uma peça de investigação, etc).

JUÍZES IGUALMENTE COMPETENTES

Usa-se regras internas de fixação de competência - É a distribuição por sorteio.

PRISÃO

É a supressão legal do direito de locomoção de alguém. Obs: Se for ilegal é cárcere privado.

PRISÃO PENAL

É aquela que ocorre após o trânsito em julgado de uma decisão. É o cumprimento de pena propriamente dita.

PRISÃO CAUTELAR/PROCESSUAL/PROVISÓRIA

É a que ocorre durante o processo. Antes do trânsito em julgado, portanto.

Cautelar porque visa assegurar o resultado do processo. Processual porque ocorre durante o processo.

Provisória porque não é definitiva. São modalidades:

- Prisão Em Flagrante; - Prisão Preventiva e - Prisão Temporária

Alguns autores diziam ser 05 tipos.

Havia a prisão decorrente de pronúncia (decorrente da sentença condenatória recorrível - era prisão automática, ocorria antes do trânsito em julgado).

Hoje não existe mais, mas se percebe que o réu pronunciado tem a intenção de fugir, usa-se a prisão preventiva.

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PRISÃO EM FLAGRANTE

É aquela que ocorre durante a prática de um crime ou momentos após. Não pode haver o rompimento do momento do crime com o momento da prisão.

Flagrante - vem do latim flagrare - queimar - a idéia é prender enquanto o crime ainda está quente.

Espécies legais de flagrante - tem esse nome porque estão enumeradas na lei. São elas:

1 - FLAGRANTE PRÓPRIO

Alguém é surpreendido praticando uma infração penal ou quando acaba de praticá-la.

Ex1: atirando em alguém, retirando bens de residência. Ex2: exatamente no instante posterior à prática do crime. O que importa é a certeza visual do autor do crime.

2 - FLAGRANTE IMPRÓPRIO

É aquele em que alguém é perseguido logo após a prática de uma infração penal, em circunstância que indique ser ele o seu autor.

Aqui resulta uma perseguição logo após a prática de uma infração, pode ter havido contato visual ou não. O indivíduo é perseguido, ainda que os policiais não tenham tido contato visual, ele é perseguido por suas características colhidas de testemunhas.

3 - FLAGRANTE FICTO

Alguém é encontrado logo depois da prática de uma infração penal, com instrumentos, armas, objetos, ou papéis que façam presumir ser ele o seu autor.

Ainda que não sejam eles que tenham praticado o crime, ainda que sejam receptadores encarregados de desaparecer com esses itens, sobre eles cairá à presunção da prática do crime.

Essas espécies supracitadas estão no artigo 302, CP, por isso são chamadas de espécies legais.

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É aquele em que agentes policiais, deparando-se com a prática de um crime por organização criminosa, prorrogam a prisão para momento mais oportuno do ponto de vista da colheita de provas.

Não precisa de autorização judicial, é critério discricionário do próprio agente e só vale no âmbito das organizações criminosas.

5 - ESPÉCIES ILEGAIS:

- Flagrante preparado ou provocado - Flagrante Forjado

- FLAGRANTE PREPARADO OU PROVOCADO

Podemos dizer que é aquele em que alguém induz outrem a praticar um crime para poder prendê-lo.

O que vicia é a indução. Súmula 134, STF.

Ex: indivíduo que vende drogas. Se eu o encontro na rua e peço para que ele me venda drogas e ele entra na boca de fumo e vem com a droga para me entregar, eu o prendo. Está viciado pela minha interferência.

Diferente é o caso do FLAGRANTE ESPERADO

Nesse caso, se sei que o indivíduo vai praticar o crime e espero que ele o pratique para pegá-lo, esse flagrante é válido.

Ex: sou avisado que indivíduo vende drogas na calçada. Vou ao local e fico esperando quando um transeunte se aproxima para comprar drogas e quando ele vai entregar, me aproximo e o prendo.

Não induzi nada, apenas esperei o momento do crime. - FLAGRANTE FORJADO

- Alguém cria provas de um crime inexistente para poder prender outrem. (Plantar provas)

Ex: policial vai revistar carro e coloca 5 Kg de cocaína e usa isso para prendê-lo.

HIPÓTESES QUE IMPEDEM O FLAGRANTE 1 - Apresentação espontânea (art. 317, CPP) - Impede a prisão em flagrante.

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a - A lei fala que a apresentação espontânea não impede a prisão preventiva. Se não impede a preventiva, impede o flagrante, senão a lei teria falado:” não impede a preventiva nem a prisão em flagrante.

b - O individuo não está se furtando.

2- Art. 301, da Lei 9.503/97 - Código de Trânsito. Também impede o flagrante.

“Quem fere alguém, mas presta socorro em acidente de trânsito desautoriza a prisão em flagrante.”

Deve-se prestar socorro sempre que não se coloque em risco a própria vida. Porque o legislador quis proteger a vida e se houver risco, serão 02 vidas e não 01 em perigo.

3 - Art. 69, p. ú., Lei 9.099/95

Quem pratica uma lesão de menor potencial ofensivo e se apresenta espontaneamente ao juízo ou se compromete a comparecer quando intimado, não pode ser preso em flagrante.

PRISÃO PREVENTIVA

É a medida cautelar por excelência. Visa à proteção da sociedade ou do processo. Protege-os daquele indivíduo que está sendo preso.

É cabível tanto na fase de inquérito quanto na fase judicial (fase de ação). Não há limite temporal quanto às fases.

Só o juiz pode impô-la. Só o juiz pode impor qualquer prisão cautelar. Pode ser decretada de ofício pelo juiz.

Pode ser decretada por requerimento do querelante ou do MP (quem requere são apenas as partes) ou ainda atendendo a uma representação (aqui no sentido de sugestão, opinião) do delegado.

PRESSUPOSTOS DA PREVENTIVA

Têm que existir concomitantemente/cumulativamente: - indícios suficientes de autoria e

- prova da materialidade da infração (prova da existência do crime). MOTIVOS AUTORIZADORES

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Garantir a ordem pública é impedir que o indivíduo volte a praticar crimes.

Quero manter a paz social e esse indivíduo solto vai por em risco a paz social.

O critério mais usado é a periculosidade do agente.

Sei que ele é perigoso pelo histórico do agente delitivo, pelas circunstâncias do crime, etc. enfim, tenho que buscar dados no caso concreto.

STJ e STF - entendem que a gravidade do crime, por si só, não autoriza a prisão preventiva. São necessários outros elementos e o mais freqüente, como já dito é a periculosidade.

2 - Garantia da ordem econômica;

Visa proteger a própria economia daquele agente fraudador. 3 - Conveniência da instrução criminal;

Visa proteger o processo.

É o bom andamento da produção de provas.

Instrução criminal é a fase de produção de provas do processo. Ex: indivíduo ameaçando testemunhas, eliminando testemunhas. 4 - Garantia da aplicação da lei penal;

Protege-se a efetividade do processo.

Se houver fundadas suspeitas de que o acusado vai frustrar a execução de uma eventual execução de pena.

Os tribunais superiores têm entendido que não basta à mera presunção de frustração da pena, tem que existir elementos concretos.

Ex. vendeu carros, casa, tirou passaporte, compra de passagens para o exterior, etc.

Além de verificar a presença dos pressupostos e um dos motivos autorizadores, temos que verificar se o crime admite a prisão preventiva.

CONDIÇÕES DE ADMISSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA Em geral são os crimes dolosos apenados com reclusão.

Culposo nunca admite preventiva, porque independe da vontade do agente.

Aqui busca-se tirar de circulação aquele que dolosamente quis praticar o crime.

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A vadiagem constitui contravenção penal.

A mendicância foi revogada do rol das contravenções.

Também se submete à prisão preventiva aquele que tem identidade duvidosa e aquele que já foi condenado por outro crime doloso.

Autoriza-se a preventiva, mesmo sendo crime apelado com detenção, ante a necessidade de garantir a execução de medida protetiva de urgência nos crimes de violência doméstica contra a mulher (Lei 11340/2006 - Lei Maria da Penha).

Ex. de ator que foi preso porque se aproximou da ex-mulher em festa, após ter sido determinado que permanecesse longe dela por determinada distância.

PRISÃO TEMPORÁRIA (Lei 7.960/89)

Vem da época em que existia a prisão para averiguação. Prendia-se o indivíduo sem maiores delongas e se não achasse nada soltava. Vigorou até a CF/88.

Com a revogação, o presidente José Sarney criou através de Medida Provisória em 89, a prisão provisória. Ela foi posteriormente transformada em lei.

Essa lei nada mais é do que a legalização da prisão para averiguação. A idéia é tirar o indivíduo de circulação para facilitar a colheita de provas. Só existe na fase de investigação.

No processo não existe prisão temporária.

Juiz não decreta prisão temporária de oficio, tem que ser através de requerimento do MP ou representação do delegado de polícia.

Porque não se admite no nosso sistema investigatório que o juiz decrete tal prisão de oficio.

Referências

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