1 Integrais M´ultiplas 4
1.1 Integrais duplas sobre retˆangulos . . . 4
1.2 Integrais Iteradas . . . 8
1.3 Integrais Duplas sobre regi˜oes gen´ericas . . . 10
1.4 Integrais Duplas em Coordenadas Polares . . . 14
1.5 Aplica¸c˜oes das integrais duplas . . . 18
1.5.1 Densidade e Massa . . . 18
1.5.2 Momentos e Centro de massa . . . 19
1.5.3 Probabilidade . . . 21
1.6 Area de Superf´ıcie´ . . . 23
1.7 Integrais Triplas . . . 25
1.7.1 Introdu¸c˜ao . . . 25
1.9 Integrais triplas em coordenadas esf´ericas . . . 36
1.10 Mudan¸ca de vari´aveis em integrais m´ultiplas . . . 40
2 Teoremas da Fun¸c˜ao Inversa e da Fun¸c˜ao Impl´ıcita 47 2.1 Preliminares . . . 47
2.2 Teorema da Fun¸c˜ao Inversa . . . 50
2.3 Teorema da Fun¸c˜ao Impl´ıcita . . . 51
3 C´alculo Vetorial 55 3.1 Campos Vetoriais . . . 55
3.1.1 Campo Gradiente . . . 57
3.2 Integrais de Linha . . . 58
3.2.1 Integrais de linha no espa¸co . . . 62
3.2.2 Integral de um campo vetorial . . . 63
3.3 Teorema Fundamental para as Integrais de Linha . . . 66
3.3.1 Independˆencia do caminho . . . 67
3.3.2 Conserva¸c˜ao da energia . . . 72
3.4 Teorema de Green . . . 74
3.5 Rotacional e Divergˆencia . . . 79
3.6 Superf´ıcies Param´etricas e suas ´areas . . . 86 3.6.1 Superf´ıcie Param´etrica . . . 86 3.6.2 Area da Superf´ıcie . . . 88´ 3.7 Integrais de superf´ıcie . . . 91 3.8 Teorema de Stokes . . . 98 3.9 Teorema da Divergˆencia . . . 102
Integrais M´
ultiplas
1.1
Integrais duplas sobre retˆ
angulos
Quando se estabeleceu a integral definida (ou de uma vari´avel real), fez-se o seguinte:
Se f (x) > 0 ´e definida em um intervalo [a, b], e fazemos uma parti¸c˜ao P : a = x0 < x1 < x2 < ... < xn = b, dividimos [a, b] em sub-intervalos
[xi−1, xi], de comprimentos xi− xi−1 = ∆xi. Em seguida, tomam-se pontos
arbitr´arios ci, tais que xi < ci < xi−1 e forma-se a soma de Riemann:
S =
n
X
i=1
f (ci)∆xi, (1.1)
que aproxima a ´area entre o gr´afico de f (x) e o eixo x no intervalo [a, b]. Quando tomamos o limite da soma de Riemann com n → ∞, calculamos o valor exato da ´area sob o gr´afico de f (x), e obtemos a integral definida f no
intervalo [a, b]: ˆ b a f (x)dx = lim n→∞ n X i=1 f (ci)∆xi (1.2)
Figura 1.1: Parti¸c˜ao de um intervalo e aproxima¸c˜ao da ´area sob a curva y= f (x)
Seguindo um racioc´ınio similar, seja f (x, y) ≥ 0 uma fun¸c˜ao de duas vari´aveis definida em um retˆangulo R = [a, b] × [c, d].Considere o s´olido con-tido acima da regi˜ao R (no plano-xy) e abaixo da superf´ıcie de equa¸c˜ao z = f (x, y). Determinemos o volume desse s´olido. Inicialmente faremos a par-ti¸c˜ao do retˆangulo R em sub-retˆangulos Rij = [xi−1− x1] × [yj−1, yj], tais que
P : a = x0 < x1 < x2 < ... < xn = b e Q : a = y0 < y1 < y2 < ... < ym = d
Figura 1.2: Parti¸c˜ao do retˆangulo R em sub retˆangulos Rij sob a curva y=f(x)
Denotando:
∆xi = med([xi−1, xi]) = xi− xi−1, (1.3)
∆yj = med([yj−1, yj]) = yj − xj−1, (1.4)
podemos escrever que a ´area do sub-retˆangulo Rij ´e dada por ∆Aij = ∆xi.∆yj.
Suponha que Pij(ci, dj) ´e um ponto arbitr´ario no sub-retˆangulo Rij. O s´olido
de cuja base ´e o sub-retˆangulo Rij de altura f (ci, dj),tem volume
Vij ≈ f(ci, dj).∆Aij (1.5)
Somando os elementos de volume formados por todos os sub-retˆangulos Rij e alturas f (ci, dj), obtˆem-se uma aproxima¸c˜ao do volume do s´olido
defi-Pij(ci, dj)
z = f (x, y)
Figura 1.3: Elemento de volume da Soma de Riemann.
nido pela superf´ıcie de equa¸c˜ao z = f (x, y) no retˆangulo R:
V ≈ n X i=1 m X j=1 f (ci, dj)∆Aij. (1.6)
Tomando o limite dessa express˜ao, que ´e uma soma de Riemann, com n, m → ∞, obtemos o valor exato do volume do s´olido:
V = lim n,m→∞ n X i=1 m X j=1 f (ci, dj)∆Aij. (1.7)
De forma que podemos definir:
A integral dupla de f sobre o retˆangulo R ´e dada por: ˆ ˆ R f (x, y)dA = lim n,m→∞ n X i=1 m X j=1 f (ci, dj)∆Aij, (1.8)
se esse limite existir.
1.2
Integrais Iteradas
O c´alculo de uma integral dupla a partir da defini¸c˜ao seria bastante tra-balhoso. Por isso, veremos como resolver uma integral dupla atrav´es de uma integral iterada. Suponha que f ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua no retˆangulo R = [a, b] × [c, d]. No caso de ´d
c f (x, y)dy, consideramos x fixo (constante)
e integramos parcialmente em y no intervalo [c, d]. Analogamente, para ´b
a f (x, y)dx integramos parcialmente em x no intervalo [a, b] mantendo y
fixo (constante). Ent˜ao: ˆ b a ˆ d c f (x, y)dydx = ˆ b a ˆ d c f (x, y)dy dx (1.9) Exemplos: 1)´2 1 ´2 0 x2ydxdy = 2)´2 0 ´2 1 x 2ydydx =
TEOREMA (de Fubini):
Seja f integr´avel em R = [a, b] × [c, d]. Suponha que ´b
a f (x, y)dx existe
∀ y ∈ [c, d] e que ´d
c f (x, y)dy existe ∀ x ∈ [a, b]. Ent˜ao:
ˆ b a ˆ d c f (x, y)dydx = ˆ b a ˆ d c f (x, y)dy dx = ˆ d c ˆ b a f (x, y)dx dy(1.10) Exemplos: 1) Calcule ´ ´ R(x + y)dxdy, onde R = [1, 2] × [0, 1]. 2) Calcule ´ ´
Rysen(x + y)dA com R = [1, 2] × [0, π].
Exerc´ıcios
1) Calcule a integral dupla ˆ ˆ
R
x x2+ y2dA
no retˆangulo R = [1, 2] × [0, 1]
2) Determine o volume do s´olido que se encontra abaixo do plano 3x + 2y + z = 12 e acima do retˆangulo R = {(x, y)|0 ≤ x ≤ 1; −2 ≤ y ≤ 3}
1.3
Integrais Duplas sobre regi˜
oes gen´
ericas
Suponha que queremos calcular a integral dupla de uma fun¸c˜ao z = f (x, y) em uma regi˜ao D do plano-xy. Seja R um retˆangulo que cont´em D, e seja f definida por: F (x, y) = f (x, y) ; (x, y) ∈ D 0 ; (x, y) ∈ (R − D) (1.11)
Figura 1.4: Representa¸c˜ao gr´afica das regi˜oes D e R.
Temos que: ˆ ˆ D f (x, y)dA = ˆ ˆ R f (x, y)dA. (1.12)
Assim, podemos calcular a integral dupla em uma regi˜ao gen´erica qualquer. H´a duas maneiras de se definir uma regi˜ao D no plano:
DEFINI ¸C ˜AO:
duas fun¸c˜oes cont´ınuas de x:
D = {(x, y); a ≤ x ≤ b; g1(x) ≤ y ≤ g2(x)} (1.13)
Suponha que c < g1(x) < g2(x) < d. Temos que R = [a, b] × [c, d] cont´em
D (D ⊂ R). Ent˜ao: ˆ ˆ D f (x, y)dA = ˆ ˆ R F (x, y)dA = ˆ b a ˆ d c F (x, y)dxdy. (1.14) Como F (x, y) = f (x, y) ; g1(x) ≤ y ≤ g2(x) 0 ; y < g1(x) ou y > g2(x) , temos: ˆ d c F (x, y)dy = ˆ g2(x) g1(x) F (x, y)dy = ˆ g2(x) g1(x) f (x, y)dy. (1.15)
Logo: ˆ ˆ D f (x, y)dA = ˆ b a ˆ g2(x) g1(x) f (x, y)dydx. (1.16)
(ii) Uma regi˜ao plana D ´e do tipo II, quando o gr´afico da mesma est´a entre duas fun¸c˜oes cont´ınuas de y:
D = {(x, y); c ≤ y ≤ g; h1(y) ≤ y ≤ h2(y)} (1.17)
Analogamente: ˆ ˆ D f (x, y)dA = ˆ g c ˆ h2(y) h1(y) f (x, y)dxdy.(MOST RE!!!) (1.18) Exemplos: 1) Calcule ´ ´
D(x + y)dA com D = {(x, y)|0 ≤ x ≤ 1; x
3 ≤ y ≤ x2}.
2) Expresse atrav´es de uma integral dupla (nos dois sentidos de integra-¸c˜ao), o volume da regi˜ao abaixo do plano x + 2y − x = 0 e acima da regi˜ao do plano−xy limitada por y = x e y = x4.
reta y = 2x.
Exerc´ıcios: 1) Calcule: a) ´ ´
R(6x2y3− 5y4)dA com R = {(x, y)|0 ≤ x ≤ 3, 0 ≤ y ≤ 1}
b) ´ ´
Rcos(x + 2y)dA com R = [0, π] × [0, π 2].
2) Calcule o volume do s´olido que se encontra abaixo do plano 3x + 2y + z = 12 e acima do retˆangulo do plano-xy R = {(x, y); 0 ≤ x ≤ 1; −2 ≤ y ≤ 3}.
3) Calcule as integrais iteradas: a) ´1 0 ´x2 0 (x + 2y)dydx b) ´1 0 ´ey y √ xdxdy
4) Determine os volumes dos s´olidos:
a) Limitado pelos planos x = 0, y = 0, z = 0 e x + y + z = 1.
b) Limitado pelo cilindro y2+ z2 = 4 e pelos planos z = y, x = 0 e z = 0 no
primeiro octante.
5) Esboce a regi˜ao de integra¸c˜ao e fa¸ca a mudan¸ca de ordem de integra¸c˜ao: a) ´4 0 ´sqrtx 0 f (x, y)dydx b) ´3 0 ´ √ 9−y2 −√9−y2f (x, y)dxdy Respostas: 2) 47,5 3) a) 209 b) 49e32 −32 45 4) a) 12815 b) 13 5) a) ´2 0 ´4 y2f(x, y)dxdy b) ´3 −3 ´√9−x2 0 f(x, y)dxdy
1.4
Integrais Duplas em Coordenadas
Polares
Lembrete:
cosθ =
x r⇒ x = rcosθ
senθ =
yr⇒ y = rsenθ
x
2+ y
2= r
2Como ´e sabido, certas fun¸c˜oes s˜ao representadas usando coordenadas po-lares dada a forma complicada das mesmas em coordenadas retangupo-lares.
Considere o retˆangulo polar R = {(r, θ); a ≤ r ≤ b, α ≤ θ ≤ β}. Para calcular ´ ´
Rf (x, y)dA, dividiremos o retˆangulo polar R em sub retˆangulos,
usando as parti¸c˜oes P : a = r0 < r2 < ... < rm = b e Q : α = θ0 < θ1 <
... < θn = β. - [a, b] ´e dividido em subintervalos [ri−1, ri], i = 1, ..., m , de
comprimento ∆ri = ri − ri−1; - [α, β] ´e dividido em subintervalos [θj−1, θj],
j = 1, ..., n , de comprimento ∆θj = θj− θj−1;
Seja P∗(r∗
desses retˆangulos polares ´e: ∆Aij = 1 2r 2 i∆θj − 1 2r 2 i−1∆θj−1 = r∗i∆ri∆θj (1.19) Temos que P (x, y) = (r∗
icosθj, r∗isenθj). Ent˜ao, a soma de Riemann nesse
caso fica: m X i=1 n X j=1
f (ri∗cosθj, ri∗senθj)∆Aij = m X i=1 n X j=1 f (r∗icosθj, ri∗senθj)ri∗∆ri∆θj (1.20)
Se g(r, θ) = rf (rcosθ, rsenθ), a soma (1.20) pode ser reescrita como:
m X i=1 n X j=1 g(r, θ)∗∆ri∆θj (1.21)
(1.21) resulta em ´β α ´b ag(r, θ)drdθ. Portanto: ˆ ˆ R f (x, y)dA = ˆ β α ˆ b a f (rcosθ, rsenθ)rdrdθ (1.22) Exemplos: 1) ´ ´ R(3x + 4y
2)dA, onde R ´e a regi˜ao superior do semiplano limitada
pelos c´ırculos x2+ y2 = 1 e x2+ y2 = 4.
2) Esboce a regi˜ao cuja ´area ´e dada pela integral ˆ π2
0
ˆ 4cosθ
0
rdrdθ
3) Calcule a integral iterada abaixo convertendo para coordenadas pola-res: ˆ a −a ˆ √a2−y2 0 (x2+ y2)32dxdy
Exerc´ıcios: 1) Escreva ´ ´
Rf (x, y)dA usando coordenadas polares:
a) b)
2) Esboce a regi˜ao cuja a ´area ´e dada por ´2π
π
´7
4 rdrdθ. Em seguida
calcule-a.
3) Calcule usando coordenadas polares: a)´ ´
De−x
2−y2
dA onde D ´e limitada pela semicircunferˆencia x =p4 − y2 e
o eixo-y. b) ´ ´
Darctg( y
x)dA, onde R = {(x, y); 1 ≤ x
2+ y2 ≤ 4; 0 ≤ y ≤ x}.
4) Calcule o volume do s´olido usando coordenadas polares: a) Abaixo do parabol´oide z = x2+ y2 e acima do disco x2 + y2 ≤ 9.
b) Acima do cone z =px2+ y2 e abaixo da esfera x2+ y2+ z2 = 1.
5) Calcule a ´area de um la¸co da curva de equa¸c˜ao r = cos3θ.
Respostas: 1) a)´2π 0 ´2 0 f (rcosθ, rsenθ)rdrdθ b) ´5π/4 π/4 ´2 0 f (rcosθ, rsenθ)rdrdθ 2) 33π/2 3) a) π2(1 − e−4) b)64π2 4)a) 81π2 b)(2π3 )(1 − √1 2) 5) π 12
1.5
Aplica¸c˜
oes das integrais duplas
1.5.1
Densidade e Massa
Suponha uma lˆamina colocada em uma regi˜ao D do plano-xy, cuja densidade no ponto (x, y) ´e dada por ρ(x, y), onde ρ ´e cont´ınua em D. Temos que:
ρ(x, y) = lim
∆A→0
∆m
∆A (1.23)
A massa total dessa lˆamina (m), pode ser obtida da seguinte forma:
dada por: F (x, y) = ρ(x, y) ; (x, y) ∈ D 0 ; (x, y) ∈ (R − D) (1.24) Considere P (x∗
i, yj∗) um ponto arbitr´ario de Rij. Temos:
m ≈ m X i=1 n X j=1 ρ(x∗i, y∗j)∆Aij (1.25)
Aplicando limite com n, m → ∞: m = lim n,m→∞ m X i=1 n X j=1 ρ(x∗i, yj∗)∆Aij = ˆ ˆ D ρ(x, y)dA (1.26)
Exemplo: Uma massa ´e distribu´ıda sobre uma regi˜ao D de modo que a densidade ´e dada por ρ(x, y) = x2(y + 1). Se D ´e a regi˜ao entre as par´abolas
y = x2 e y = −x2 + 2x. Determine a massa total do sistema.
1.5.2
Momentos e Centro de massa
Define-se o momento de uma part´ıcula pelo produto entre sua massa e a distˆancia em rela¸c˜ao ao eixo de rota¸c˜ao. Considere que o sistema tenha a densidade ρ(x, y) tal como o sistema da se¸c˜ao anterior. Fazendo uma parti¸c˜ao
no retˆangulo R em subretˆangulos, para cada retˆangulo Rij, temos: Mxi = ρ(x∗i, yj∗)∆Aijyj∗ Myj = ρ(x∗i, y∗j)∆Aijx∗i (1.27)
O momento total ser´a:
Mx = lim m,n→∞ m X i=1 n X j=1 y∗jρ(x∗i, yj∗)∆Aij = ˆ ˆ yρ(x, y)dA (1.28) My = lim m,n→∞ m X i=1 n X j=1 x∗iρ(x∗i, yj∗)∆Aij = ˆ ˆ xρ(x, y)dA (1.29)
E o centro de massa ocorre em um ponto (¯x, ¯y) de modo que m¯x = My e m¯y = Mx. Ent˜ao: ¯ x = My m = 1 m ˆ ˆ D xρ(x, y)dA (1.30) ¯ y = Mx m = 1 m ˆ ˆ D yρ(x, y)dA (1.31)
Exemplo: Determine a massa e o centro de massa de uma lˆamina trian-gular de v´ertices (0, 0), (1, 0) e (0, 2), com a densidade dada por ρ(x, y) = 1 + 3x + y.
1.5.3
Probabilidade
DEFINI ¸C ˜AO:A fun¸c˜ao densidade de probabilidade f de uma vari´avel aleat´oria x, ´e definida da seguinte maneira: Seja f (x) ≥ 0∀xe´+∞
−∞ f (x)dx = 1. A
probabi-lidade de que x esteja entre a e b ´e dada por:
P (a ≤ x ≤ b) = ˆ b
a
f (x, y)dx (1.32)
Para um par de vari´aveis aleat´orias (x, y), tem-se que a probabilidade de que (x, y) esteja em D ´e dada por:
P [(x, y) ∈ D] = ˆ ˆ
D
f (x, y)dA (1.33)
em que f (x, y) ´e a fun¸c˜ao de densidade de probabilidade, tal que ˆ ˆ
IR2
f (x, y)dA = 1 (1.34)
Exemplo: Seja a fun¸c˜ao densidade de probabilidade dada por:
f (x, y) = C(x + 2y) ; 0 ≤ x ≤ 10, 0 ≤ y ≤ 10 0 ; caso contr´ario. (1.35)
Exerc´ıcios
1) Uma carga el´etrica ´e distribu´ıda sobre o retˆangulo 1 ≤ x ≤ 3; 0 ≤ y ≤ 2, de modo que a densidade de carga ´e dada por σ(x, y) = 2xy +y2(coulomb/
metro quadrado). Determine a carga do retˆangulo.
2) Determine a massa e o centro de massa da lˆamina que ocupa a regi˜ao D e tem densidade ρ.
a) D ´e uma regi˜ao triangular com v´ertices (0, 0), (2, 1) e (0, 3) e ρ(x, y) = x + y.
b) D ´e limitada por y = ex, y = 0, x = 0 e x = 1 e ρ(x, y) = y.
3) A fun¸c˜ao densidade de probabilidade conjunta para um par de vari´aveis aleat´orias X e Y ´e: f (x, y) = Cx(1 + y) ; (x, y) ∈ [0, 1] × [0, 2] 0 ; caso contr´ario. (1.36) a) Determine a constante C. b) Determine P (x ≤ 1, y ≤ 1) c) Determine P (x + y ≤ 1). Respostas: 1) 643C 2) a) 6, (34,32) b) 14(e2− 1), e2+1 2(e2−1), 4(e2+1) 9(e2−1) 3) a) 12 b) 0,375 c) 485 ≈ 0, 632
1.6
Area de Superf´ıcie
´
Nesta se¸c˜ao vamos determinar a ´area de uma superf´ıcie cuja equa¸c˜ao ´e dada por z = f (x, y) atrav´es de uma integral dupla. Seja S uma superf´ıcie de equa¸c˜ao z = f (x, y) com f tendo derivadas parciais cont´ınuas. Suponha que f (x, y) ≥ 0 e que o dom´ınio D seja um retˆangulo. Dividamos S em sub retˆangulos Rij com ∆Aij = ∆xi.∆yj. Suponha que Pij(x∗i, yj∗) ´e o ponto
de Rij mais pr´oximo da origem. O plano tangente a S em Pij aproxima a
superf´ıcie de S em sua proximidade. Seja ∆T ij a ´area da parte do plano tangente acima de Rij. Ent˜ao:
A(S) ≈ m X i=1 n X j=1 ∆Tij (1.37) A(S) = lim n,m→∞ m X i=1 n X j=1 ∆Tij (1.38)
Como ∆Tij ´e um paralelogramo, sejam ~a e ~b vetores sobre os lados do
retˆangulo de ´area ∆Tij. Ent˜ao:
∆Tij = |~a ×~b| (1.39)
Como ~a e ~b s˜ao as inclina¸c˜oes das retas suportes do paralelogramo, temos que:
~a = ∆x~i + fx(xi, yj)∆x~k (1.40)
Ent˜ao: ~a ×~b = ~i ~j ~k ∆x 0 fx(xi, yj)∆x 0 ∆y fy(xi, yj)∆y = −fx(xi, yj)~i − fy(xi, yj)~j + ~k ∆Tij = |~a ×~b| = q −fx(xi, yj)2+ fy(xi, yj)2+ 1 Ent˜ao: A(S) = lim n,m→∞ m X i=1 n X j=1 ∆Tij (1.42) = lim n,m→∞ m X i=1 n X j=1 q −fx(xi, yj)2+ fy(xi, yj)2+ 1∆A (1.43) Logo: A(S) = ˆ ˆ D q −fx(xi, yj)2 + fy(xi, yj)2+ 1dA (1.44) Exemplos:
1) Determine a ´area da superf´ıcie z = x2 − 2y acima do retˆangulo
R = [2, 3] × [0, 1].
2) Determine superf´ıcie da parte do parabol´oide z = x2+ y2 abaixo plano
Exerc´ıcios
1) Determine as ´areas das superf´ıcies a seguir:
a) A parte do plano z = 2 + 3x + 4y acima do retˆangulo R = [0, 5] × [1, 4]. b) A parte da esfera x2+ y2+ z2 = a2 acima do plano z = 1.
c) A parte da superf´ıcie z = e−x2−y2
que est´a acima do c´ırculo x2+ y2 ≤ 4.
2) Mostre que a ´area da superf´ıcie do plano z = ax + by + c com proje¸c˜ao sobre a regi˜ao D no plano-xy com ´area A(D) e √a2+ b2+ 1A(D).
3) Determine a ´area da parte do parabol´oide cortada pelop planpo y = 25. (Sugest˜ao: projete sobre o plano-xz.)
1.7
Integrais Triplas
1.7.1
Introdu¸c˜
ao
Nessa se¸c˜ao, ser˜ao definidas as integrais triplas de fun¸c˜oes de trˆes vari´aveis. Seja f uma fun¸c˜ao de trˆes vari´aveis definida em uma caixa retangular B:
Dividamos B em sub caixas Bijk atrav´es das parti¸c˜oes dos intervalos
[a, b], [c, d] e [r, s] em subintervalos do tipo [xi−1, xi], [yj−1, yj] e [zk−1, zk]
respectivamente. Assim:
Bijk= [xi−1, xi] × [yj−1, yj] × [zk−1, zk]. (1.46)
Cada sub caixa tem volume igual a ∆Vijk = ∆xi∆yj∆zk.
Define-se a soma tripla de Riemann:
l X i=1 m X j=1 n X k=1 f (x∗i, y∗j, zk∗)∆Vijk (1.47)
Tomando o limite com l, m, n → ∞: ˆ ˆ ˆ B f (x, y, z)dV = l X i=1 m X j=1 n X k=1 f (x∗i, yj∗, zk∗)∆Vijk (1.48)
TEOREMA DE FUBINI (Integrais Triplas): Se f ´e cont´ınua em B = [a, b] × [c, d] × [r, s], ent˜ao: ˆ ˆ ˆ B f (x, y, z)dV = ˆ s r ˆ d c ˆ b a f (x, y, z)dxdydz (1.49)
ou seja, a integral tripla pode ser resolvida como uma integral iterada. Exemplo:
1) Calcule a integral tripla ´ ´ ´
Se formos calcular a integral tripla de f sobre uma regi˜ao gen´erica E, usamos um m´etodo similar ao do c´alculo de uma integral dupla sobre uma regi˜ao do plano−xy. Consideremos F ⊂ B, tal que:
F (x, y, z) = f (x, y, z) se (x, y, z) ∈ E 0 se (x, y, z) /∈ E (1.50)
Suponha agora uma regi˜ao do tipo I como uma regi˜ao que est´a compre-endida entre duas fun¸c˜oes cont´ınuas de x, y:
E = {(x, y, z)|(x, y) ∈ D, u1(x, y) ≤ z ≤ u2(x, y)} (1.51)
Logo: ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = ˆ ˆ D " ˆ u2(x,y) u1(x,y) f (x, y, z)dz # dA (1.52)
Se D ´e do tipo I (y est´a entre g1(x) e g2(x)):
ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = ˆ b a ˆ g2(x) g1(x) ˆ u2(x,y) u1(x,y) f (x, y, z)dzdydx (1.53)
Se D ´e do tipo II (x est´a entre h1(y) e h2(y)):
ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = ˆ d c ˆ h2(y) h1(y) ˆ u2(x,y) u1(x,y) f (x, y, z)dzdxdy (1.54) Exemplos:
1) Calcule o volume do tetraedro delimitado por y = 0, z = 0 e x + y + z = 1.
2) Calcule´ ´ ´
E
√
x2+ z2dV onde E ´e a regi˜ao limitada pelo parabol´oide
y = x2+ z2 e o plano y = 4.
Aplica¸c˜oes:
para integrais triplas.
a) Massa, densidade, momentos e centro de massa: Se a densidade de um corpo num ponto (x, y, z) ´e dada por ρ(x, y, z), sendo ρ cont´ınua, ent˜ao a massa do corpo ´e:
m =
ˆ ˆ ˆ
E
ρ(x, y, z)dV (1.55)
Os momentos em rela¸c˜ao a cada plano s˜ao:
Myz = ˆ ˆ ˆ E xρ(x, y, z)dV (1.56) Mxz = ˆ ˆ ˆ E yρ(x, y, z)dV (1.57) Mxy = ˆ ˆ ˆ E zρ(x, y, z)dV (1.58)
e o centro de massa ´e o ponto (¯x, ¯y, ¯z), com:
¯ x = Myz m ; ¯y = Mxz m ; ¯z = Mxy m . (1.59)
b) Probabilidade: Se existirem trˆes vari´aveis aleat´orias x, y e z e f for uma fun¸c˜ao de densidade de probabilidade conjunta, ent˜ao:
P ((x, y, z) ∈ E) = ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV (1.60) contanto que f (x, y, z) ≥ 0 e ˆ ˆ ˆ R3 f (x, y, z)dV = 1 (1.61)
Exemplos:
1) Determine a massa do tetraedro de v´ertices em (0, 0, 0), (2, 0, 0), (0, 3, 0) e (0, 0, 1) e densidade constante. Exerc´ıcios 1) Calcule: a) ´1 0 ´z 0 ´x+z 0 6xzdydxdz. b) ´3 0 ´1 0 ´√1−z2 0 ze ydxdzdy. c) ´ ´ ´ E2xdV , onde E = {(x, y, z); 0 ≤ y ≤ 2, 0 ≤ x ≤ p4 − y2, 0 ≤ z ≤ y}. d) ´ ´ ´
E6xydV onde E ´e a regi˜ao abaixo o plano z = 1 + x + y e acima da
regi˜ao D do plano-xy delimitada por y =√x, y = 0 e x = 1.
2) Determine o volume atrav´es de uma integral tripla:
a) Tetraedro delimitado pelos planos coordenados e o plano 2x + y + z = 4. b) S´olido limitado pelo parabol´oide x = y2+ z2 e pelo plano x = 16.
3) Expresse a integral´ ´ ´
Ef (x, y, z)dV como integral iterada de 6
mo-dos diferentes, onde E ´e o s´olido limitado pelas superf´ıcies z = 0, z = y e x = 1 − y2.
4) Determine a massa e o centro de massa do s´olido limitado pelos planos coordenados e o plano x + y + z = 1, cuja densidade ´e dada por ρ(x, y, z) = y.
5) A fun¸c˜ao densidade de probabilidade conjunta de vari´aveis aleat´orias x, y e z ´e f (x, y, z) = Cxyz, se 0 ≤ x ≤ 2, 0 ≤ y ≤ 2 e 0 ≤ z ≤ 2 e f (x, y, z) = 0 caso contr´ario. a) Determine C. b) Determine P (x ≤ 1, y ≤ 1, z ≤ 1). c) Determine P (x + y + z ≤ 1). Respostas: 1) a) 1 b) 13(e3− 1) c) 4 d) 65 28 2)a) 16 3 b)
3) ´1 −1 ´1−x2 0 ´y 0 f (x, y, z)dzdydx ´1 0 ´√1−y −√1−y ´y 0 f (x, y, z)dzdxdy ´1 0 ´z 1 ´√1−y −√1−yf (x, y, z)dxdydz ´1 0 ´y 0 ´√1−y −√1−yf (x, y, z)dxdzdy ´1 −1 ´1−x2 0 ´1−x2 z f (x, y, z)dydzdx ´1 0 ´√1−y −√1−y ´1−x2 z f (x, y, z)dydxdz 4) a) 18 b) 641 c) 57601
1.8
Integrais triplas em coordenadas
cil´ındricas
No sistema de coordenadas cartesianas, um ponto P no espa¸co pode ser representado pela terna ordenada P (r, θ, z), onde r e θ s˜ao as coordenadas polares da proje¸c˜ao de P sobre o plano−xy e z ´e a distˆancia de P ao plano−xy.
x = rcosθ y = rsenθ z = z r2 = x2+ y2 y x = tgθ
Exemplos:
a) Coloque o ponto (2,π
3), dado em coordenadas cil´ındricas, no sistema de
coordenadas retangulares.
b) Coloque o ponto (√3, 1, 5), dado em coordenadas retangulares, em coor-denadas cil´ındricas.
c) Escreva o elips´oide 4x2 + 4y2 + 4z2, dado em coordenadas retangulares,
em coordenadas cil´ındricas.
A utiliza¸c˜ao desse tipo de coordenadas ´e ´util quando a simetria do pro-blema ´e cil´ıncrica, ou seja, quando h´a um eixo de simetria coincidindo com um dos eixos coordenados.
Suponha que a regi˜ao E no espa¸co, tem D no plano−xy dada em coorde-nadas polares. Suponha f cont´ınua e
E = {(x, y, z)|(x, y) ∈ D, u1(x, y) ≤ z ≤ u2(x, y)} (1.62)
Sabemos que: ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = ˆ ˆ D " ˆ u2(x,y) u1(x,y) f (x, y, z)dz # dA (1.64)
Transformando a integral dupla em coordenadas polares, fica: ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = ˆ β α ˆ h2(θ) h1(θ) ˆ u2(x,y) u1(x,y) f (rcosθ, rsenθ, z)rdzdrdθ (1.65) Exemplos: 1) Determine ´2 −2 ´√4−x2 −√4−x2 ´√2 x2+y2(x 2 + y2)dzdydx.
2) Calcule o volume interior simultaneamente `a esfera x2+ y2+ z2 = 4 e ao
cilindro x2+ y2 = 1.
Exerc´ıcios
1) Descreva o s´olido cuja integral dada representa seu volume: a) ´4 0 ´2π 0 ´4 r rdzdrdθ. b) ´ π2 0 ´2 0 ´9−r2 0 rdzdrdθ.
2) Resolva as integrais usando coordenadas cil´ındricas: a) ´ ´ ´
Epx2+ y2dV , onde E ´e a regi˜ao dentro do cilindro x
2 + y2 = 16
entre os planos z = −5 e z = 4. b) ´ ´ ´
Ee
zdV , com E limitado pelo parabol´oide z = 1 − x2 − y2 e pelo
cilindro x2+ y2 = 15 sobre o plano−xy.
3) Determine a massa e o centro de massa do s´olido S limitado pelo parabol´oide z = 4x2 + 4y2 e pelo plano z = a, (a > 0), se S tem densidade
constante.
1.9
Integrais triplas em coordenadas
esf´
ericas
As coordenadas esf´ericas de um ponto P no espa¸co s˜ao dadas por P (ρ, θ, φ), onde ρ ´e a distˆancia de P a origem OP; θ ´e o ˆangulo entre OP′e o eixo-x
(tal qual nas coordenadas cil´ındricas) e φ ´e o ˆangulo entre o eixo positivo z e o segmento OP. P′ r, θ,π 2 z = ρcosφ x = ρsenφcosθ y = ρsenφsenθ ρ2 = x2+ y2+ z2 Exemplos: a) Coloque 2,π 4, π
3 de coordenadas esf´ericas para retangulares.
c) Coloque a equa¸c˜ao x2− y2− z2 = 1 em coordenadas esf´ericas.
Esse tipo de abordagem ´e muito ´util quando se est´a resolvendo um pro-blema com simetria esf´erica (em rela¸c˜ao a origem).
Considere uma regi˜ao E definida por
E = {(ρ, θ, φ)|a ≤ ρ ≤ b; α ≤ θ ≤ β; c ≤ φ ≤ d} (1.66) com a ≤ 0, β − α ≤ 2π e c − d ≤ π. Dividamos E em pequenas cunhas esf´ericas Eijk(correspondentes `as sub caixas retangulares) por meio de esferas
igualmente espa¸cadas ρ = ρi, semiplanos θ = θj e semicones φ = φk.
Elemento de volume: ∆V = r2senθ∆ρ∆θ∆φ φ θ ρ ρsenφ ρ∆φ φ θ ρsenφ∆θ ∆ρ ∆θ
O volume dessa caixa ´e dado por:
∆Vijk ≈ (∆ρ)(ρi∆φ)(ρisenφk∆θ)
∆Vijk ≈ ρ2isenφk∆ρ∆φ∆θ (1.67)
Pelo Teorema do Valor M´edio, existe ( ¯φi, ¯θj, ¯φk) tal que:
∆Vijk = ¯ρ2isen ¯φk∆ρ∆φ∆θ (1.68)
Sejam (x∗
ijk, y∗ijk, zijk∗ ) as coordenadas correspondentes a ( ¯φi, ¯θj, ¯φk) em
coordenadas retangulares: ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = lim l,m,n→∞ l X i=1 m X j=1 n X k=1
f (x∗ijk, yijk∗ , z∗ijk)∆V
= lim l,m,n→∞ l X i=1 m X j=1 n X k=1
f (¯ρisen ¯φkcos¯θj, ¯ρisen ¯φksen¯θj, ¯ρicos ¯φk)
¯
ρ2isen ¯φk∆ρ∆φ∆θ (1.69)
que ´e uma Soma de Riemann, e portanto: ˆ ˆ ˆ E f (x, y, z)dV = = ˆ d c ˆ β α ˆ b a
f (ρisenφcosθ, ρsenφsenθ, ρcosφ)ρ2senφdρdφdθ
(1.70)
com E = {(ρ, θ, φ)|a ≤ ρ ≤ b; α ≤ θ ≤ β; c ≤ φ ≤ d} Exemplos:
1) Determine´ ´ ´
Be
(x2+y2+z2)
dV , onde B = {(x, y, z), x2+ y2+ z2 ≤ 1}.
2) Determine o volume acima do cone z = px2+ y2 e abaixo da esfera
x2+ y2+ z2 = z.
Exerc´ıcios
1) Descrever a regi˜ao s´olida cujo volume ´e expresso por cada integra dada em coordenadas esf´ericas: a) ´ π6 0 ´ π2 0 ´3 0 ρ 2senφdρdθdφ b) ´2π 0 ´π π 2 ´2 1 ρ 2senφdρdφdθ
2) Calcule em coordenadas esf´ericas: a) ´ ´ ´
B(x
2+ y2+ z2)dV onde B = {(x, y, z); x2+ y2+ z2 ≤ 1}
b) ´ ´ ´
EzdV , onde E ´e a regi˜ao hemisf´erica acima do plano-xy e abaixo de
x2+ y2+ z2 = 1.
c) ´ ´ ´
Ex2dV , onde E ´e limitado pelo plano-xz e pelos hemisf´erios y =
3) Determine a massa e o centro de massa de um hemisf´erio s´olido de raio a se a densidade em qualquer ponto for proporcional a sua distˆancia a base.
Respostas 2) a) 4π3 b)15π16 c) 1562π15
1.10
Mudan¸ca de vari´
aveis em integrais
m´
ultiplas
No C´alculo I foi aprendido que a mudan¸ca de vari´aveis pode ajudar na reso-lu¸c˜ao de integrais: ˆ b a f (x)dx = ˆ d c f (g(u))g′(u)du −→ x = g(u) dx = g′(u)du d = g(b); c = g(a) (1.71)
Para integrais m´ultiplas existem mudan¸cas de vari´aveis ´uteis `a resolu¸c˜ao de problemas. Uma delas ´e a resolu¸c˜ao de integrais duplas por coordenadas polares, em que aplica-se que x = rcosθ e y = rsenθ, obtendo-se:
ˆ ˆ R f (x, y)dA = ˆ ˆ S f (rcosθ, rsenθ)rdrdθ; (1.72) (1.73)
Genericamente, pode-se fazer uma mudan¸ca de vari´avel atrav´es de uma transforma¸c˜ao T do plano-uv no plano-xy:
T (u, v) = (x, y) (1.74)
com x = g(u, v), y = h(u, v) (ou x = x(u, v), y = y(u, v)).
Essa transforma¸c˜ao deve ser de classe C1 (g e h tem derivadas parciais
de primeira classe cont´ınuas) e ter dom´ınio e imagem no R2.
E se T for bijetora (“um a um ”), existe uma e somente uma T−1(inversa)
de xy para uv tal que:
T−1(x, y) = (u, v)(u = u(x, y); v = v(x, y))
Exemplo:
Agora, vejamos como isso afeta a integral dupla. Seja o retˆangulo S no plano-uv de dimens˜oes ∆u e ∆v. Atrav´es da transforma¸c˜ao T , o mesmo se transforma na regi˜ao R do plano-xy.
Temos:
r(u, v) = g(u, v)~i + h(u, v)~j (1.75)
(r(u, v) ´e o vetor imagem de (u, v)).
Assim as equa¸c˜oes das imagens dos lados inferior e esquerdo de R s˜ao:
r(u, v0) = g(u, v0)~i + h(u, v0)~j
r(u0, v) = g(u0, v)~i + h(u0, v)~j
I) (1.76)
de as retas tangentes a essas duas equa¸c˜oes em (x0, y0) s˜ao, respectivamente:
ru = ∂x∂u~i + ∂y∂u~j
rv = ∂x∂v~i + ∂y∂v~j
Agora aproximemos R = T (S) pelo paralelogramo formado pelos vetores ~a e ~b da figura:
~a = r(u0, v0+ ∆v) − r(u0, v0)
~b = r(u0+ ∆u, v0) − r(u0, v0)
x x
x x
Das equa¸c˜oes (1.77), temos:
ru = lim
∆u→0
r(u + ∆u, v0) − r(u0, v0)
∆u (1.78) rv = lim ∆v→0 r(u0, v0+ ∆v) − r(u0, v0) ∆v (1.79) =⇒
r(u + ∆u, v0) − r(u0, v0) ≈ ∆uru
r(u0, v0+ ∆v) − r(u0, v0) ≈ ∆vrv (1.80) Donde: a ≈ ∆uru b ≈ ∆vrv (1.80) E assim: ~a ×~b = |ru× rv|∆u∆v (1.81)
Do produto vetorial: ru× rv = ~i ~j ~k ∂x ∂u ∂y ∂u 0 ∂x ∂v ∂y ∂v 0 = ~k ∂x ∂u ∂y ∂u ∂x ∂v ∂y ∂v = ~k ∂x ∂u ∂x ∂v ∂y ∂u ∂y ∂v (1.82)
DEFINI ¸C ˜AO: Jacobiano
O Jacobiano da transforma¸c˜ao T dada por x = g(u, v), y = h(u, v) ´e dado por: ∂(x, y) ∂(u, v) = ∂x ∂u ∂x ∂v ∂y ∂u ∂y ∂v = ∂x ∂u. ∂y ∂v − ∂x ∂v. ∂y ∂u (1.82)
Retomando (1.81), podemos aproximar a ´area de R por:
∆A = ~a ×~b = ∂(x, y) ∂(u, v) ∆u∆v (1.82)
Para o c´alculo de uma integral dupla, dividamos S em subretˆangulos Sij,
cujas imagens em xy s˜ao Rij. Assim como em dedu¸c˜oes anteriores, a integral
pode ser representada pelo limite da soma de Riemann, e assim: ˆ ˆ Rf (x, y)dA ≈ m X i=1 n X j=1 f (xi, yj)∆A (1.83) ≈ m X i=1 n X j=1 f (g(ui, vj), h(ui, vj)) ∂(x, y) ∂(u, v) ∆u∆v(1.84)
e portanto: ˆ ˆ R f (x, y)dA = ˆ ˆ x f (x(u, v), y(u, v)) ∂(x, y) ∂(u, v) dudv (1.84)
desde que T seja bijetora (possivelmente nos pontos de fronteira), de classe C1, o Jacobiano seja n˜ao-nulo e que f seja cont´ınua sobre R.
Exemplos:
1) Chegue a f´ormula de integrais em coordenadas polares.
2) Calcule´ ´
Re
(x+y)
(x−y)dA, onde R ´e a regi˜ao trapezoidal de v´ertices (1, 0),
(2, 0), (0, −2) e (0, −1).
3) Calcule ´ ´
Bx
2dxdy, onde B ´e o conjunto x2+ 4y2≤ 1.
Exerc´ıcios
1) Utilize a transforma¸c˜ao dada para calcular a integral: a) ´ ´
Rx2dA, onde R ´e limitada por 9x2+ 4y2 ≤ 36 com x = 2u e y = 3v.
b) ´ ´
e y = 3x e pelas hip´erboles xy = 1 e xy = 3, com x = uv e y = v.
2) Calcule usando a mudan¸ca de vari´avel adequada: a)´ ´
Rx−2y3x−ydA, onde R ´e o paralelogramo delimitado por x−2y = 0, x−2y =
4, 3x − y = 1 e 3x − y = 8. b) ´ ´
B(x
2+ y2)dA, onde B ´e o conjunto 4x2+ y2 ≤ 1.
Respostas: 1) a) 6π b) 2ln3 2) a) 8
5ln8 b) π 32
Teoremas da Fun¸c˜
ao Inversa e
da Fun¸c˜
ao Impl´ıcita
2.1
Preliminares
DEFINI ¸C ˜AO: Fun¸c˜ao Inversa:
Seja F : A ⊂ Rn → Rn uma fun¸c˜ao injetora e seja B = Im(F ). Para cada
Y ∈ A existe um ´unico X ∈ B tal que:
F (Y ) = X (2.1)
A fun¸c˜ao G : B ⊂ Rn→ Rn, definida por:
´e dita inversa de F e ´e notada por F−1. Se F−1 existe, F ´e dita invers´ıvel e:
G(F (X)) = X, ∀X ∈ A (2.3)
F (G(X)) = X, ∀X ∈ B (2.4)
Para F : R2 → R2, com F (X, Y ) = (f (x, y), g(x, y)), invers´ıvel com G = F−1,
tem-se G(x, y) (p(u, v), q(u, v)), tal que: u = f (x, y) v = g(x, y) ⇐⇒ x = p(u, v) y = q(u, v) (2.5)
DEFINI ¸C ˜AO:Matriz Jacobiana: Seja f : Rn → R dada por F (X) = (f
1(X), f2(X), ..., fn(X)), diferenci´avel em (x0, y0), temos que: JF (x0, y0) = ∂f1 ∂x1 ∂f1 ∂x2 · · · ∂f1 ∂xn ∂f2 ∂x1 ∂f2 ∂x2 · · · ∂f2 ∂xn ... . .. ... ∂fn ∂x1 ∂fn ∂x2 · · · ∂fn ∂xn (2.6)
Exemplo: Calcule a matriz jacobiana de F (x, y) = (x2, x3+y2) no ponto
(x, y).
Transforma¸c˜oes invers´ıveis localmente: `
local-mente h´a uma rela¸c˜ao inversa que se comporta como fun¸c˜ao e tˆem proprie-dades ´uteis.
TEOREMA:
Sejam F : A → A, com A compacto e P ∈ A. F ´e dita localmente invers´ıvel C1 em P se existir um conjunto aberto A
1, tal que A1 ⊂ A e contendo P tal
que F ´e invers´ıvel C1 em A 1.
Dem.:
Temos que provar que, para quaisquer X, Y ∈ A, tem-se:
||F (X) − F (Y )|| < ||X − Y || (2.7)
e assim existir´a um ´unico P ∈ A tal que F (P ) = P . UNICIDADE:
Suponha X 6= Y pontos fixos:
||F (X) − F (Y )|| = ||X − Y || < ||X − Y || (→←) (2.8) EXISTˆENCIA:
Seja K(X) = ||X − F (X)||, X ∈ A. Temos que: - K ´e cont´ınua (pela f´ormula);
- A ´e compacto → K ´e cont´ınua → K assume m´ınimo em A. Seja P um m´ınimo. Ent˜ao:
Supondo P 6= F (P ) (contradi¸c˜ao), e tomando T = F (P ):
||T − F (P )|| = ||F (P ) − F (F (P ))|| < |P − F (P )|. (2.10) Mas (2.9) est´a em desacordo com (2.10). Logo P = F (P ).
Exemplo: A fun¸c˜ao F (r, θ) = (rcosθ, rsenθ) n˜ao ´e invers´ıvel em todo R2, por´em admite inversa com −π
2 ≤ θ ≤ π 2, com:
r =px2+ y2; θ = arccosx
r (2.11)
2.2
Teorema da Fun¸c˜
ao Inversa
TEOREMA:
Sejam F : A ⊂ Rn → Rndo tipo C1. Se o determinante da matriz Jacobiana
´e n˜ao-nulo( det(JP (P )) 6= 0 ), ent˜ao F ´e invers´ıvel C1 em P .
Exemplos:
1) Podemos generalizar a derivada da fun¸c˜ao inversa:
Sejam F : A → B com inversa C1 dada por G : B → A com X ∈ A.
Temos que:
onde I ´e a fun¸c˜ao identidade. Derivando (2.12):
(G ◦ F )′(X) = I′(X) =⇒ G′(F (X)) · F′(X) = 1 (2.13)
e como Y = F (X), temos que:
G′(Y ) = 1
F′(X) = [F
′(X)]−1. (2.14)
2) Seja F (x, y) = (excosy, exseny) Mostre que F ´e invers´ıvel localmente
em todo ponto.
2.3
Teorema da Fun¸c˜
ao Impl´ıcita
TEOREMA: Sejam A ⊂ R2 aberto e f : A → R do tipo C1. Seja (a, b) ∈ A.
Ent˜ao se F ´e tal que (x, y) −→ F (x, y) = (x, f(x, y)) ´e localmente invers´ıvel em (a, b). Dem.: JF (a, b) = ∂x ∂x(a, b) ∂x ∂y(a, b) ∂f ∂x(a, b) ∂f ∂y(a, b) = 1 0 fx(a, b) fy(a, b) (2.15)
⇒ det(JF (a, b)) = fy(a, b) 6= 0 (2.16)
TEOREMA: Seja A ⊂ R2 aberto e seja f : A → R do tipo C1. Seja
(a, b) ∈ A e f(a, b) = c. Suponha fy(a, b) 6= 0. Ent˜ao existe uma fun¸c˜ao
impl´ıcita y = ϕ(x) que ´e C1 em algum intervalo que cont´em a tal que ϕ(a) =
b.
Dem.: Seja F (x, y) = (x, f (x, y)) de forma que F (a, b) = (a, c).
Conforme o teorema anterior, existe uma inversa G, de classe C1 na
vizi-nhan¸ca de (a, c):
G(x, z) = (x, g(x, z)), com y = g(x, z), z = f (x, y) (2.17)
Definimos ϕ(x) = g(x, c). Por um lado:
F (x, ϕ(x)) = F (x, g(x, c)) = F (G(x, c)) = (x, c) (2.18)
por outro lado:
F (x, ϕ(x)) = (x, f (x, ϕ(x))) (2.19)
Comparando (2.18) e (2.19), temos que f (x, ϕ(x)) = (x, f (x, ϕ(x))). Al´em disso G(a, c) = (a, b) ⇒ ϕ(a) = b.
Exemplos:
1) Seja f (x, y) = x2+ y2 e seja (a, b) = (1, 1).
Sabemos que: a) c = f (1, 1) = 2
b) fy(x, y) = 2y ⇒ fy(a, b) = 2 6= 0 Assim existe uma fun¸c˜ao impl´ıcita
y = ϕ(x) em x = 1, que nesse caso ´e f´acil de ser determinada:
2 = x2+ y2 ⇒ y =√2 − x2 (2.20)
2) Seja f (x, y) = x2y + 3x4y3− 4 e seja (a, b) = (1, 1). Sabemos que:
a) c = f (1, 1) = 0
b) fy(x, y) = x2+ 9x4y2 ⇒ fy(a, b) = 10 6= 0 Assim existe uma fun¸c˜ao
impl´ı-cita y = ϕ(x) em x = 1, por´em n˜ao ´e direta a sua determina¸c˜ao. Derivemos implicitamente a equa¸c˜ao f (x, y) = 0 em rela¸c˜ao a x:
x2y + 3x4y3− 4 = 0 (2.21) 2xy + x2y′+ 12x3y3+ 9x4y2y′ = 0 (2.22) y′ = −2xy + 12x 3y3 x2 + 9x4y2 = ϕ(x) (2.23) Logo ϕ(1) = −75.
TEOREMA: da fun¸c˜ao impl´ıcita
Seja ϕ(x) uma fun¸c˜ao impl´ıcita satisfazendo f (x, ϕ(x)) = 0, com f e ϕ do tipo C1. Temos:
ϕ′(x) = −fx(x, ϕ(x)) fy(x, ϕ(x))
, (2.24)
Dem.: JF (x, y) = 1 0 fx(x, y) fy(x, y) ⇒ det(JF (a, b)) = fy(x, y) 6= 0
Logo h´a y = ϕ(x). Derivemos a equa¸c˜ao f (x, y) = 0 em rela¸c˜ao a x (lem-brando que y = ϕ(x)): ∂f (x, y) ∂x + ∂f (x, y) ∂y · ∂y ∂x = 0 ∂y ∂x = − ∂f (x,y) ∂x ∂f (x,y) ∂y ⇒ ϕ′(x) = −fx(x, ϕ(x)) fy(x, ϕ(x)) .
Todos os resultados obtidos at´e aqui podem ser expandidos at´e ordem n. Exerc´ıcios
1) Verifique se as seguintes fun¸c˜oes s˜ao localmente invis´ıveis C1 no ponto
dado: a) F (x, y) = (x2− y2, 2xy) em (x, y) 6= (0, 0) b) F (x, y) = (x2+yx 2, y x2+y2) em (x, y) 6= (0, 0) c) F (x, y) = (x + x2 + y, x2+ y2) em (x, y) = (5, 8)
2) Mostre que a transforma¸c˜ao definida por F (x, y) = (excosy., exseny)
n˜ao ´e invers´ıvel em todo o R2 embora seja localmente invers´ıvel em todo
C´
alculo Vetorial
3.1
Campos Vetoriais
DEFINI ¸C ˜AO:
(i) Seja D ⊂ R2. Um campo vetorial sobre o R2 uma fun¸c˜ao F que associa
cada (x, y) ∈ D a um vetor ~F (x, y) ∈ R2.
(ii) Seja D ⊂ R3. Um campo vetorial sobre o R3 uma fun¸c˜ao F que associa
cada (x, y, z) ∈ D a um vetor ~F (x, y, z) ∈ R3.
~ F (x, y, z) = P (x, y, z)~i + Q(x, y, z)~j + R(x, y, z)~k ou (3.1) ~ F (x, y, z) = (P (x, y, z), Q(x, y, z), R(x, y, z)) ou ainda (3.2) ~ F (x, y, z) = P~i + Q~j + R~k (3.3)
onde P , Q e R s˜ao ditos campos escalares. `
As vezes, usamos ~x = (x, y, z) e F (~x) no lugar de ~F (x, y, z). Exemplo:
1) ~F = x~i + y~j.
2)
3) A lei da gravita¸c˜ao universal de Newton diz que
|| ~F || = G.M.m r2
e que essa for¸ca ´e de atra¸c˜ao. Tomemos r = ||~x||. Multiplicando || ~F || pelo versor de ~x: ~ F = || ~F || · − ~x ||~x|| = G.M.m ||~x||2 · − ~x ||~x|| = −G.M.m ||~x||2 · ~x e como ~x = (x, y, z) e ||~x|| =px2+ y2+ z2: ~ F = − G.M.m (x2+ y2+ z2)32 · x~i + y~j + z~k
3.1.1
Campo Gradiente
Sabemos que para uma fun¸c˜ao f de duas vari´aveis,
∇f(x, y) = ∂f
∂x(x, y)~i + ∂f
∂y(x, y)~j (3.4)
e que para op caso de trˆes vari´aveis:
∇f(x, y, z) = ∂f ∂x(x, y, z)~i + ∂f ∂y(x, y, z)~j + ∂f ∂z(x, y, z)~k. (3.5) E como ∇f ´e um campo vetorial, nomeamos de campo vetorial gradiente.
DEFINI ¸C ˜AO:
que F = ∇f, e nesse caso, f ´e dita fun¸c˜ao potencial de F . Exemplo: Se f (x, y, z) = √mM G x2+y2+z2, temos: ∇f(x, y, z) = ∂f ∂x(x, y, z)~i + ∂f ∂y(x, y, z)~j + ∂f ∂z(x, y, z)~k (3.6) = − G.M.m (x2+ y2+ z2)32 · x~i + y~j + z~k= F (x, y, z) (3.7)
e portanto o campo gravitacional ´e conservativo.
3.2
Integrais de Linha
Essa integral ´e semelhante a uma integral de uma vari´avel, por´em, ao inv´es de integrar em um intervalo a, b, integramos em uma curva C.
Seja uma curva plana C, de equa¸c˜oes param´etricas x = x(t) e y = y(t), a ≤ t ≤ b. Supponha que C ´e lisa (r′ cont´ınua e r′(t) 6= 0). Fa¸camos a
parti¸c˜ao a = t0 ≤ t1 ≤ ... ≤ tn = b. Formam-se sub-intervalos [ti−1, ti], e
tomando-se xi = x(ti) e yi = y(ti), os pontos Pi(xi, yidividem C em sub-arcos
de comprimento ∆si.
Seja P∗
i um ponto arbitr´ario do i-´esimo sub-intervalo. Temos:
S =
n
X
i=1
que ´e uma soma de Riemman. Ent˜ao: ˆ C f (x, y)ds = lim n→∞ n X i=1 f (x∗i, y∗i)∆si (3.9)
Como o comprimento da curva C ´e dado por
L = ˆ b a s dx dt 2 + dy dt 2 dt (3.10) ent˜ao: ˆ C f (x, y)ds = ˆ b a f (x(t), y(t)) s dx dt 2 + dy dt 2 dt (3.11)
A interpreta¸c˜ao geom´etrica da integral de linha ´e a seguinte: Se f (x, y) ´e positiva para a ≤ t ≤ b, ent˜ao a integral de linha d´a a ´area entre a curva f (x, y) e a curva C.
Exemplo: 1)´
C y
x ds onde C ´e dado por x = t
4, y = t3, 1
2 ≤ t ≤ 1.
Se C for uma curva lisa por trechos, ou seja, C for uma uni˜ao de curvas lisas, C = C1∪ C2, ∪ · · · ∪ Cn, temos: ˆ C f (x, y)ds = ˆ C1 f (x, y)ds + ˆ C2 f (x, y)ds + · · · + ˆ Cn f (x, y)ds (3.12)
x y z f (x(t), y(t)) C(t) C(a) C(b) Exemplo: 2) Calcule ´
C2xds onde C ´e formada pelo arco de par´abola y = x 2 de
(0, 0) a (1, 1) seguido pelo segmento de reta vertical de (1, 1) a (2, 2).
Podemos ainda obter outras integrais, trocando na defini¸c˜ao ∆si por ∆xi
a y: ´ Cf (x, y)dx = limn→∞ n P i=1 f (x∗ i, yi∗)∆xi ´ Cf (x, y)dy = limn→∞ n P i=1 f (x∗ i, yi∗)∆yi =⇒ (3.13) =⇒ ´ Cf (x, y)dx = ´b a f (x(t), y(t)) x′(t)dt ´ Cf (x, y)dy = ´b a f (x(t), y(t)) y′(t)dt (3.14)
Caso apare¸cam integrais de linha com rela¸c˜ao a x e a y, temos: ˆ C P (x, y)dx + ˆ C Q(x, y)dy = ˆ C (P (x, y)dx + Q(x, y)dy) (3.15) Exemplo: 3) Calcule ´ Cy 2dx + xdy
a) C = C1 ´e o segmento de rela de (−5, −3) a (0, 2).
b) C = C2 ´e o arco de par´abola x = 4 − y2 de (−5, −3) a (0, 2).
Em geral o resultado de uma integral de linha muda de acordo com a trajet´oria escolhida. Al´em disso, o sentido da trajet´oria tamb´em interfere no
resultado (ao menos em rela¸c˜ao a x e a y): ˆ Cf (x, y)dx = − ˆ −C f (x, y)dx (3.16) ˆ Cf (x, y)dy = − ˆ −C f (x, y)dy (3.17)
Por´em em se tratando da integral de linha no comprimento de arco, o sentido n˜ao altera o resultado:
ˆ
Cf (x, y)ds = −
ˆ
−C
f (x, y)dx (3.18)
3.2.1
Integrais de linha no espa¸co
Os resultados obtidos s˜ao an´alogos. Para a integral no comprimento de arco, temos: ˆ C f (x, y, z)ds = ˆ b a f (x(t), y(t), z(t)) s dx dt 2 + dy dt 2 + dz dt 2 dt(3.19)
Se r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, note-se que a ´ultima integral se resume a ˆ b
a f (r(t)) |r
e as integrais em x y e z ficam: ˆ C f (x, y, z)ds = ˆ b a f (x(t), y(t), z(t)) x′(t)dx (3.21) ˆ C f (x, y, z)ds = ˆ b a f (x(t), y(t), z(t)) y′(t)dy (3.22) ˆ C f (x, y, z)ds = ˆ b a f (x(t), y(t), z(t)) z′(t)dz (3.23) Exemplo: 4) Calcule ´
Cydx + zdy + xdz onde C consiste no segmento de reta C1,
de (2, 0, 0) a (3, 4, 5), seguido do segmento de reta C2, de (3, 4, 5) a (3, 4, 0).
3.2.2
Integral de um campo vetorial
Seja F = P~i + Q~j + R~k um campo de for¸ca cont´ınuo no R3. Queremos
calcular o trabalho τ exercido para movimentar uma part´ıcula ao longo de uma curva lisa C.
Dividindo C em sub-arcos Pi−1Pi, de comprimento ∆si e escolhendo Pi∗
arbitr´ario em cada sub-arco, pode-se afirmar que o deslocamento da part´ıcula em um ∆si pequeno ´e aproximado em sua dire¸c˜ao, pelo verso ~T (t∗i) do vetor
tangente a C em P∗ i: τi = ~Fi· ~di =h ~F (x∗i, yi∗, z∗i) i ·h∆siT (t~ ∗i) i (3.24) = h ~F (x∗ i, yi∗, z∗i) · ~T (t∗i) i ∆si (3.25) ⇒ τ ≈ n X i=1 h ~F (x∗ i, yi∗, z∗i) · ~T (x∗i, yi∗, zi∗) i ∆si (3.26)
Tomando o limite com n → ∞: τ =
ˆ
C
~
F (x, y, z) · ~T (x, y, z)ds (3.27)
Se a curva C ´e dada por r(t) = x(t)~i + y(t)~j + z(t)~k, ent˜ao:
τ = ˆ b a [F (r(t))] · r′(t) ||r′(t)|| ||r′(t)||dt ⇒ τ = ˆ b a F (r(t))r′(t)dt (3.28) Exemplo: 5) Calcule ´
CF · d~r onde ~~ F (x, y, z) = (xy, yz, zx) e C ´e a c´ubica x = t,
y = t2, z = t3, 0 ≤ t ≤ 1.
Relacionando a integral de linha do campo vetorial coma do campo esca-lar:
Se ~F = P~i + Q~j + R~k, temos: ˆ C ~ F d~r = ˆ b a F (r(t))r′(t)dt (3.29) = ˆ b a P~i + Q~j + R~k·x′(t)~i + y′(t)~j + z′(t)~kdt (3.30) = ˆ b a (P (x, y, z)x′(t) + Q(x, y, z)y′(t) + R(x, y, z)z′(t)) dt(3.31) ˆ C ~ F d~r = ˆ b a (P dx + Qdy + Rdz) (3.32) Exerc´ıcios
1) Calcule as integrais de linha: a) ´
Cxy
4ds onde C ´e a metade direita do c´ırculo x2+ y2 = 16.
b) ´
C(xy + lnx)dx, onde C ´e o arco de par´abola y = x
2 de (1, 1) a (3, 9).
c) ´
Cxydx + (x − y)dy, onde C consiste nos segmentos de reta de (0, 0) a
(2, 0) e de (2, 0) a (3, 2). d) ´
C(x + yz)dx + 2xdy + xyzdz, onde C consiste nos segmentos de reta de
(1, 0, 1) a (2, 3, 1) e de (2, 3, 1) a (2, 5, 2).
2) Calcule a integral de linha´
CF ·d~r, onde C ´e dada pela fun¸c˜ao vetorial~
a) ~F (x, y) = x2y3~i − y√x~j, r(t) = t2~i − t3~j, 0 ≤ t ≤ 1.
b) ~F (x, y, z) = yz~i + xz~j + xy~k, r(t) = t~i + t2~j + t3~k, 0 ≤ t ≤ 2.
3) Um arame fino ´e entortado no formato de uma semicircunferˆencia, x2 + y2 = 4, x ≥ 0. Se a densidade linear for constante(K), determine a
massa e o centro de massa do arame. Respostas: 1) a) 1638,4 b) 464 5 + ln3 c) 17 3 d) 97 3 2) a) −59 5 b) 6 5 − cos1 − sen1 3)2πK; ( 4 π, 0)
3.3
Teorema Fundamental para as Integrais
de Linha
TEOREMA:
Seja C uma curva lisa, definida pela fun¸c˜ao vetorial r(t), a ≤ t ≤ b. Seja f uma fun¸c˜ao diferenci´avel de duas ou mais vari´aveis, de vetor gradiente ∇f, cont´ınuo em C. Ent˜ao:
ˆ
C∇f · d~r = f(r(b)) − f(r(a))
Dem: Caso n = 3. Sabe-se que´ CF ·d~r =~ ´b a F (r(t))· ~r~ ′(t)dt. Aplicando: ˆ C∇f · d~r = ˆ b a ∇f(r(t)) · ~ r′(t)dt (3.34) = ˆ b a ∂f ∂x~i + ∂f ∂y~j + ∂f ∂z~k · dx dt~i + dy dt~j + dz dt~k dt(3.35) = ˆ b a ∂f ∂x dx dt + ∂f ∂y dy dt + ∂f ∂z dz dt dt (3.36) = ˆ b a d dtf (r(t))dt (3.37) ˆ C∇f · d~r = f(r(b)) − f(r(a)) (3.38)
3.3.1
Independˆ
encia do caminho
Suponha que C1 e C2 s˜ao curvas lisas por trechos que tˆem o mesmo ponto
inicial A e o mesmo ponto final B. Ent˜ao, dada uma fun¸c˜ao f diferenci´avel, temos que: ˆ C1 ∇fd~r = ˆ C2 ∇fd~r (3.39)
Se f ´e o potencial de ~F , ou seja, ~F = ∇f, temos: ˆ C1 ~ F d~r = ˆ C2 ~ F d~r (3.40)
ou seja, se ~F ´e conservativo, a integral de linha´
CF d~r independe do caminho~
(o que significa que depende apenas das extremidades). Al´em disso, se uma curva C for fechada e ~F for conservativo, ent˜ao, ´
CF d~r = 0.~
´
CF d~r ´e independente do caminho se, e somente se,~
´
CF d~r = 0 para todo~
caminho fechado C em D. Dem.:
(=⇒) Seja C uma curva fechada e ~F conservativo: ˆ C ~ F d~r = ˆ C1 ~ F d~r + ˆ C2 ~ F d~r = ˆ C1 ~ F d~r + ˆ −C1 ~ F d~r = 0 (3.41) (⇐=) Seja ´ CF = 0:~ ˆ C ~ F = 0 (3.42) ˆ C1 ~ F d~r − ˆ C2 ~ F d~r = 0 (3.43) ˆ C1 ~ F d~r = ˆ C2 ~ F d~r (3.44) TEOREMA:
Suponha que ~F seja um campo vetorial cont´ınuo sobre uma regi˜ao aberta D. Se´
CF d~r for independente do caminho em D, ent˜ao ~~ F ´e um campo vetorial
conservativo, ou seja, existe f tal que ~F = nablaF . Dem.:
Suponha A(a, b) um ponto fixo em D. Definimos:
f (x, y) = ˆ (x,y)
(a,b)
~
F d~r (3.45)
como a fun¸c˜ao potencial de ~F . Como ´
(i) Seja C dividido em duas partes: C1 que liga A(a, b) a um ponto
qualquer (a, y) e C2 que liga (a, y) a (x, y):
f (x, y) = ˆ (x,y) (a,b) ~ F d~r = ˆ C1 ~ F d~r + ˆ C2 ~ F d~r (3.46) = ˆ (a,y) (a,b) ~ F d~r + ˆ C2 ~ F d~r (3.47) Como ´(a,y)
(a,b) F d~r n˜ao depende de x:~
∂ ∂xf (x, y) = 0 + ∂ ∂x ˆ C2 ~ F d~r (3.48) e se ~F = P~i + Q~j, temos´ C2 ~ F d~r =´
C2P dx + Qdy. Como y ´e constante em
C2, dy = 0. Usando t como parˆametro, com x1 ≤ t ≤ x:
∂ ∂xf (x, y) = 0 + ∂ ∂x ˆ C2 P dx + Qdy = ∂ ∂x ˆ x x1 P (t, y)dt = P (x, y) (3.49)
(ii) Fazendo C com uma das partes vertical, temos:
f (x, y) = ˆ (x,b) (a,b) ~ F d~r + ˆ (x,y) (x,b) ~ F d~r ∂ ∂yf (x, y) = 0 + ∂ ∂y ˆ (x,y) (x,b) ~ F d~r = Q(x, y)(3.50) E assim: ~ F = P~i + Q~j = ∂ ∂xf (x, y)~i + ∂ ∂yf (x, y)~j = ∇f (3.51)
ou seja, ~F ´e conservativo.
~
F ´e conservativo e ~F = P~i + Q~j (com P e Q de classe C1), existe f tal que
∇f = ~F , ou seja: ∂
∂xf (x, y)~i; ∂
∂yf (x, y)~i = Q (3.52)
Pelo teorema de Clairaut: ∂P ∂y = ∂2 ∂x∂yf (x, y)~i = ∂2 ∂y∂xf (x, y) = ∂ ∂y ∂ ∂xf (x, y) = ∂Q ∂x (3.53) TEOREMA:
Se ~F = P~i + Q~j ´e conservativo, onde P e Q s˜ao de classe C1 em D, ent˜ao,
para qualquer ponto em D
∂P ∂y =
∂Q
∂x. (3.54)
A rec´ıproca do teorema s´o ocorre se D for simplesmente conexa.
Regi˜ao simplesmente conexa: toda curva simples fechada de extremos em D e contorna apenas pontos em D.
TEOREMA:
Se ~F = P~i + Q~j ´e conservativo sobre D aberta e simplesmente conexa, P e Q s˜ao de classe C1 e
∂P ∂y =
∂Q
∂xpara todo(x, y) ∈ D (3.55)
Exemplos:
1) Determinar se o campo vetorial ´e conservativo: a) ~F = (2x − y)~i + (3x − 4y)~j.
b) ~F = (5x − 4xy)~i + (2x2− 5y5)~j.
2) Determine a fun¸c˜ao potencial do campo conservativo ~F = (2x − y)~i + (3x − 4y)~j.
3) Para ~F = (2x − y)~i + (3x − 4y)~j., calcule ´
CF d~r sendo C dado por~
r(t) = etsent~i + etcost~j; 0 ≤ t ≤ π.
4) Determine, se existir, uma fun¸c˜ao potencial para ~F (x, y, z) = yz~i + xz~j + (xy + 2z)~k.
3.3.2
Conserva¸c˜
ao da energia
Seja um corpo que se move sobre uma curva lisa C, de equa¸c˜ao r(t) com a ≤ t ≤ b sob a a¸c˜ao de um campo de for¸ca ~F . Pela 2a Lei de Newton:
~
F (r(t)) = m · ~r′′(t) (3.56)
O trabalho realizado no trajeto ´e:
τ = ˆ C ~ F d~r = ˆ b a ~ F (r(t)) · ~r′(t)dt = ˆ b a m · ~r ′′(t) · ~r′(t) (3.57) mas dtd(r′.r′) = 2r′.r′′, ent˜ao: τ = m 2 ˆ C d dth~r′(t).~r′(t) i dt = m 2 ˆ C d dt||r(t)|| 2dt (3.58) = m 2||r(t)|| 2 |ba= m 2 |r ′(b)|2 − |r′(a)|2 (3.59) τ = m 2 v(b) 2 − v(a)2 (3.60) τ = K(b) − K(a) (3.61)
onde v(b) e v(a) s˜ao velocidades escalares e K(a) e K(b) energias cin´eticas. Por outro lado , a energia potencial ´e o potencial (negativo) da for¸ca, ou seja, ~F = −∇P . Ent˜ao: τ = ˆ C ~ F d~r = ˆ C−∇P d~r = −P (r(b) + P (r(a)) (3.62) τ = P (A) − P (B) (3.63)
Assim, P (A) + K(A) = P (B) + K(B), que ´e a lei de conserva¸c˜ao da energia.
Exerc´ıcios
1) Determine se ~F ´e conservativo ou n˜ao, e em caso afirmativo, determine a fun¸c˜ao potencial f .
a) ~F = (6x + 5y)~i + (5x + 4y)~j.
b) ~F = (2xcosy − ycosx)~i + (x2seny − senx)~j
c) ~F = (yex+ seny)~i + (ex+ xcosy)~j.
2) Determine a fun¸c˜ao potencial f tal que ~F = ∇f e use-a para calcular ´
CF d~r.~
a) ~F = (x3y4)~i + (x4y3)~j;
C : r(t) =√t~i + (1 + t3)~j; 0 ≤ t ≤ 1
b) ~F = (y2cosz − ycosx)~i + (2xycosz)~j − xy2senz~k;
C : r(t) = t2~i + sent~j + t~k; 0 ≤ t ≤ π
3) Mostre que a integral de linha ´
Ctgxdx + sec
2ydy onde C ´e qualquer
caminho de (1, 0) a (2,π
4), e calcule-a
1) a) f (x, y) = 3x2+ 5xy + 2y2+ k, k ∈ R b) f (x, y) = x2cosy − ysenx + k, k ∈ R c) f (x, y) = yex+ xseny + k, k ∈ R 2) a) f (x, y) = 14x4y4; 4 b) f (x, y) = 1 4xy 2cosz; 0 3) 2
3.4
Teorema de Green
Esse teorema relaciona uma integral de linha fechada em C a uma integral dupla sobre uma regi˜ao D, limitada por C. Ao enunciar o teorema adotare-mos, por conven¸c˜ao, que a orienta¸c˜ao positiva ser´a obtida ao percorrer C no sentido anti-hor´ario.
TEOREMA: (de Green)
Seja C uma curva plana simples, fechada, cont´ınua, lisa por trechos e orien-tada no sentido positivo e seja D a regi˜ao limiorien-tada por C. Se P e Q s˜ao C1, temos: ˛ C P dx + Qdy = ˆ ˆ D ∂Q ∂x − ∂P ∂y dA (3.64) Nota¸c˜ao: ff CP dx + Qdy = ¸
CP dx + Qdy : integral fechada com orienta¸c˜ao positiva
´ ´ D ∂Q ∂x − ∂P ∂y dA =´
∂DP dx + Qdy : integral sobre a regi˜ao D
Devemos mostrar que: ¸ CP dx = ´ ´ D− ∂P ∂ydA e ¸ CQdy = ´ ´ D− ∂Q ∂xdA.
Vamos supor que D ´e do tipo I (para tipo II ´e similar):
D = {(x, y)|a ≤ x ≤ b; g1(x) ≤ y ≤ g2(x)} (com g1 e g2 cont´ınuas):
ˆ ˆ D ∂P ∂ydA = ˆ b a ˆ g2(x) g1(x) ∂P ∂ydA = ˆ b a P (x, g2(x)) − P (x, g1(x))dx (3.65) Analisemos a figura: ˆ C1 P (x, y)dx = ˆ b a P (x, g1(x))dx (3.66) ˆ C2 P (x, y)dx = ˆ C4 P (x, y)dx = 0 (3.67) ˆ C3 P (x, y)dx = ˆ b a P (x, g2(x))dx (3.68) ∴ ˆ C P (x, y)dx = ˆ b a P (x, g1(x))dx − ˆ b a P (x, g2(x))dx (3.69)
Comparando (3.65) e (3.69): ˛ C P dx = ˆ ˆ D− ∂P ∂ydA (3.70)
De forma an´aloga , prova-se que ¸
CQdy =
´ ´
D− ∂Q
∂xdA, o que conclui a
prova do teorema de Green para este caso particular. Exemplos:
1) Calcule ´
Cx4dx + xydy onde C ´e o triˆangulo formado pelos segmentos
de reta orientados de (0, 0) a (1, 0) de (1, 0) a (0, 1) e de (0, 1) a (0, 0).
Uma aplica¸c˜ao reversa do teorema de Green ´e o c´alculo de ´areas atrav´es de integrais de linha. Se a ´area da regi˜ao D ´e´ ´
D1dA, temos que determinar
P e Q de forma que ∂Q∂x − ∂P∂y = 1. Ent˜ao:
A = ˛ C xdy = ˛ C ydx = 1 2 ˆ Cxdy − ydx (3.71) Exemplos:
2) Calcule a ´area interior a elipse de equa¸c˜ao x2 a2 +
y2
b2 = 1.
Podemos estender a prova de que o teorema de Green ´e v´alido para D simples para D sendo uma uni˜ao finita de regi˜oes simples:
˛ C1∪C3 P dx + Qdy = ˆ ˆ D1 ∂Q ∂x − ∂P ∂y dA (3.72) ˛ C1∪(−C3) P dx + Qdy = ˆ ˆ D2 ∂Q ∂x − ∂P ∂y dA (3.73) Somando: ˛ C1∪C2 P dx + Qdy = ˆ ˆ D ∂Q ∂x − ∂P ∂y dA (3.74) Exemplos: 3) Calcule ¸ Cy
2dx + 3xydy onde C ´e a fronteira da regi˜ao semicircular
D contida no seminal superior entre x2+ y2 = 1 e x2+ y2 = 4.
Por um motivo semelhante, o teorema de Green pode ser usado em regi˜oes com furos:
4) Se
F (x, y) = (−y~i + x~j)
x2+ y2 , (3.75)
mostre que ´
CF dr = 2π, para todo caminho fechado em torno da origem.
Exerc´ıcios:
1) Calcule as integrais de linha por dois m´etodos: (1) diretamente, (2) usando o teorema de Green.
a)¸
Cxy
2+ x3dy onde C ´e o retˆangulo de v´ertices (0, 0), (2, 0), (2, 3) e (0, 3).
b) ¸
Cxydx + x
2y3dy onde C ´e o triˆangulo de v´ertices (0, 0), (1, 0) e (1, 2).
c) ¸
Cxdx + ydy onde C consiste nos segmentos de reta cd (0, 1) a (0, 0) e de
(0, 0) a (1, 0) e na par´abola y = 1 − x2 de (1, 0) a (0, 1)
2) Dados ~F = (√x + y3)~i + x2+ √y~j e C como sendo o arco de curva
y = senx de (0, 0) a (π, 0) e do segmento de reta de (π, 0) a (0, 0), use o teorema de Green para calcular ´
CF · d~r. (Verifique a orienta¸c˜ao da curva~
Respostas 1) a) 6 b) 23 c) 2) 43 − 2π
3.5
Rotacional e Divergˆ
encia
O operador “nabla” (∇) ´e um operador diferencial vetorial: ∇ = ~i∂x∂ + ~j ∂
∂y + ~k ∂
∂z (3.76)
O gradiente ´e o resultado obtido pela aplica¸c˜ao de ∇ sobre uma fun¸c˜ao escalar (“multiplica¸c˜ao” do operador ∇ pelo “escalar ” f):
∇f = ~i∂f∂x + ~j∂f ∂y + ~k
∂f
∂z (3.77)
DEFINI ¸C ˜AO: Rotacional
O rotacional do campo vetorial ~F ´e o produto vetorial de ∇ por ~F :
rot ~F = ∇ × ~F = ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P Q R (3.78) = ∂R ∂y − ∂Q ∂z ~i + ∂P ∂z − ∂R ∂x ~j + ∂Q ∂x − ∂P ∂y ~k (3.79) Exemplo: 1) F (x, y, z) = x2~i + xy~j − z~k.
TEOREMA:
Se f ´e uma fun¸c˜ao de trˆes vari´aveis com derivadas parciais de 2a ordem
cont´ınuas, ent˜ao: rot(∇f) = ∇ × (∇f) = 0 (3.80) Dem: ∇ × (∇f) = ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z ∂f ∂x ∂f ∂y ∂f ∂z = 0 (3.81)
Observe que se ~F ´e conservativo, existe f tal que ~F = ∇f e que ∇ × (∇f) = 0.
COROL ´ARIO: ∇ × ~F = 0 ⇒ ~F ´e conservativo. CUIDADO: A rec´ıproca n˜ao ´e verdadeira! Exemplo:
2) F (x, y, z) = xz~i + xyz~j − y3~k n˜ao ´e conservativo.
TEOREMA:
Se F ´e um campo definido sobre o R3 (Dom = R3), suas componentes tˆem
derivadas de segunda ordem cont´ınuas e ∇ × F = 0, ent˜ao F ´e conservativo. Exemplo:
3) Considere o campo ~F = y2z3~i + 2xyz3~j + 3xy2z2~k e responda:
a) ~F ´e conservativo?
b) Determine, se poss´ıvel, f tal que ∇f = ~F . Interpreta¸c˜ao f´ısica
O nome rotacional se deve ao fato que que o vetor rotacional est´a relacio-nado a rota¸c˜oes. Considere um fluido cujo campo de velocidades ´e dado por
~
F . Part´ıculas pr´oximas a P (x, y, z) tendem a “rodar ” em torno do eixo do vetor rotacional nesse ponto. O m´odulo de ∇ × ~F indica qu˜ao r´apido essas part´ıculas se movimentar˜ao. Se ∇ × ~F = 0, o campo ´e dito irrotacional, ou seja, n˜ao existe redemoinho ou sorvedouro.
DEFINI ¸C ˜AO: (Divergˆencia) A divergˆencia do campo vetorial ~F ´e o produto escalar entre o operador ∇ e o campo ~F :
div ~F = ∇ · ~F = ∂P ∂x + ∂Q ∂y + ∂R ∂z (3.82) Exemplo: 4) ~F = xz~i + y2z~j + z2~k TEOREMA:
Se ~F P~i + Q~j + R~k ´e um campo sobre o R3, e P , Q e R tˆem derivadas de 2a
ordem cont´ınuas, ent˜ao:
Dem.: ∇ × ~F = ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P Q R (3.84) = ∂R ∂y − ∂Q ∂z ~i + ∂P ∂z − ∂R ∂x ~j + ∂Q ∂x − ∂P ∂y ~k (3.85) ∇ · (∇ × ~F ) = ∂ ∂x ∂R ∂y − ∂Q ∂z + ∂ ∂y ∂P ∂z − ∂R ∂x + ∂ ∂z ∂Q ∂x − ∂P ∂y (3.86) Exemplo:
5) Mostre que o campo ~F (x, y, z) = xz~i + y2z~j + z2~k n˜ao pode ser escrito
como rotacional de um campo ~G, ou seja, que ∇ × ~F 6= ~G
Interpreta¸c˜ao f´ısica:
Se ~F ´e o campo de velocidade em um fluido, ∇ · ~F representa a taxa de varia¸c˜ao da massa no ponto (x, y, z) por unidade de volume. Se ∇ · ~F = 0,
~
F ´e dito incompreens´ıvel.
Quando aplicamos o divergente no gradiente, obtemos:
∇ · (∇f) = ∂ 2f ∂x2 + ∂2f ∂y2 + ∂2f ∂z2 = ∇ 2f (3.87) onde ∇2 = ∂2 ∂x2 + ∂ 2 ∂y2 + ∂ 2
3.5.1
Formas vetoriais do teorema de Green
1) Seja ~F = P~i + Q~j e sejam D uma regi˜ao limitada por uma curva C. ˛ F dr = ˛ P dx + Qdy (3.88) ∇ × ~F = ~i ~j ~k ∂ ∂x ∂ ∂y ∂ ∂z P Q R = ∂Q ∂x − ∂P ∂y ~k (3.89) ∴ ∂Q ∂x − ∂P ∂y = (∇ × ~F ) × ~k (3.90) Logo: ˛ ~ F d~r = ˆ ˆ D(∇ × ~F ) · ~kdA (3.91)
2) Se C ´e dado por r(t) = x(t)~i + y(t)~j com a ≤ t ≤ b o versor tangente a r ´e: ~ T (t) = x′(t) ||r′(t)||~i + y′(t) ||r′(t)||~j (3.92)
e o versor normal ´e
~n(t) = y′(t) ||r′(t)||~i −
x′(t)
Logo: ˛ C ~ F · ~ndS = ˆ b a ~F · ~n(t) · ||r′(t)||dt (3.94) = ˆ b a P (x(t), y(t)).y′(t) ||r′(t)|| − Q(x(t), y(t)).x′(t) ||r′(t)|| ||r′(t)||dt(3.95) = ˆ b a [P (x(t), y(t)).y′(t) − Q(x(t), y(t)).x′(t)] dt (3.96) = ˆ b a P dy − Qdx = ˆ ˆ D ∂P ∂x − ∂Q ∂y (3.97)
mas ∂P∂x − ∂Q∂y = ∇ · ~F . Portanto:
˛ C ~ F · ~ndS = ˆ ˆ D∇ · ~ F (3.98) Exercicios
1) Determine o divergente e o rotacional: a) ~F (x, y, z) = xyz~i − x2y~k
b) ~F (x, y, z) = lnx~i + lnxy~k
2) Determine se ~F ´e conservativo. Em caso afirmativo, determine o po-tencial f .
a) ~F (x, y, z) = yz~i − xz~j + xy~k b) ~F (x, y, z) = ye−x~i + e−x~j + 2z~k
3) Existe um campo vetorial G em R3 tal que rotG = yz~i + xyz~j + xy~k?
Explique.
4) Mostre que qualquer campo na forma
~
F (x, y, z) = f (x)~i + g(y)~j + h(z)~k (3.99)
onde f , g e h s˜ao diferenci´aveis, ´e irrotacional.
Respostas: 1) a) ∇ × ~F = −x2~i + 3xy~j − xz~k; ∇ · ~F = yz b) ∇ × ~F = 1 y~i − 1 x~j + 1 x~k; ∇ · ~F = 1 x + 1 y + 1 z
3.6
Superf´ıcies Param´
etricas e suas ´
areas
3.6.1
Superf´ıcie Param´
etrica
Podemos descrever uma superf´ıcie a partir de uma fun¸c˜ao vetorial r(u, v) onde u e v s˜ao chamados de parˆametros:
r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k (3.100)
Exemplos:
1) Descrever r(u, v) = 2cosu~i + v~j + 2senu~k.
2) Determinas a fun¸c˜ao vetorial do plano que passa por r0 e cont´em os
vetores ~a e ~b.
3) Parametrize a equa¸c˜ao da esfera x2 + y2+ z2 = a2.
4) Parametrize x2 + y2 = 4 com 0 ≤ z ≤ 1.
Superf´ıcie de revolu¸c˜ao: No caso de y = f (x) com a ≤ x ≤ b, rotacio-nada em torno do eixo x, podemos fazer:
x = x y = f (x)cosθ z = f (x)senθ Exemplo:
6) Determine as equa¸c˜oes param´etricas da rota¸c˜ao de y = cosx com 0 ≤ x ≤ π em torno do eixo-x.
Planos tangentes: Seja uma superf´ıcie dada por:
r(u, v) = x(u, v)~i + y(u, v)~j + z(u, v)~k (3.101)