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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS SUPERFICIAIS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA HIDROELÉTRICA PASSO SÃO JOÃO

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MONITORAMENTO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS

SUPERFICIAIS NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA USINA

HIDROELÉTRICA – PASSO SÃO JOÃO

RELATÓRIO 23

(2)

2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 15 2 ÁREA DE ESTUDO ... 16 2.1 REDE DE MONITORAMENTO ... 17 3 METODOLOGIA DE TRABALHO ... 21

3.1 METODOLOGIA DE COLETA E DE CONSERVAÇÃO DE AMOSTRAS ... 22

3.1.1 Frequência de amostragem ... 27

3.2 METODOLOGIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS ... 28

4 RESULTADOS ANALÍTICOS ... 31

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA ... 32

4.1.1 Temperatura ... 34

4.1.2 Transparência de Secchi e Turbidez ... 38

4.1.3 pH ... 43

4.1.4 Condutividade Elétrica (CE) ... 45

4.1.5 Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Déficit de Oxigênio Dissolvido ... 48

4.1.6 Sólidos Suspensos e Sólidos Dissolvidos Totais ... 57

4.1.7 Fósforo Total e Fosfato Total ... 61

4.1.8 Nitratos, Nitritos, Nitrogênio Amoniacal, Nitrogênio Total Kjeldahl e Nitrogênio Inorgânico Total ... 65

4.2 CARACTERIZAÇÃO BIOLÓGICA DA ÁGUA ... 77

4.2.1 Coliformes Termotolerantes... 77

(3)

4.2.3.1 Fitoplâncton ... 84

4.2.3.2. Zooplâncton ... 92

4.3 . INDICADORES DE QUALIDADE DE ÁGUA ... 97

4.3.1 Classes de Usos – Classificação CONAMA 357/05 ... 97

4.3.2 Índice de Qualidade da Água (IQA) ... 100

4.3.3 Índice de Qualidade de Água do Reservatório (IQAR) ... 105

4.3.4 Índice do Estado Trófico (IET)... 114

4.3.5 Índice da Comunidade Fitoplanctônica (ICF) ... 118

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 120

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 123

7 ANEXOS ... 126

7.1 Fichas com anotações de dados de campo ... 126

7.2 Laudos das análises Físico-química da Água ... 127

(4)

4

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Mapa das regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul com a localização

da região de estudo. Fonte: Projeto Biodiversidade RS/Modificado... 16

Figura 2: Localização dos Pontos de Monitoramento de Qualidade de Água

Superficial. Fonte: Especificação Técnica Eletrosul Centrais Elétricas S. A. ... 19

Figura 3: Pontos de amostragem: A) PS2; B) Jus PSJ; C) PS3. ... 20

Figura 4: Método de amostragem de Zooplâncton. ... 25

Figura 5: Equipamentos utilizados para a coleta de dados: A) amostrador Van Dorn; B) Termômetro, Sonda de pH e Sonda de Oxigênio Dissolvido; C) Disco de Secchi. ... 26 Figura 6: Comportamento da temperatura do ar e da água nos pontos de

amostragem durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 36

Figura 7: Valores médios da temperatura da água registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 37

Figura 8: Valores médios da temperatura da água registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 37

Figura 9: Valores de transparência Secchi (m) e turbidez (NTU), obtidos nos

pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 40

(5)

Figura 10: Valores médios de turbidez (NTU) registrados durante os diferentes

períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 41

Figura 11: Valores médios de transparência (m) registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 42

Figura 12: Valores de pH obtidos nos pontos amostrados durante a 30º

campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 44

Figura 13: Valores médios de pH registrados durante os diferentes períodos de

monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 45

Figura 14: Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos

amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 47

Figura 15: Valores médios de condutividade elétrica (µS/cm) registrados

durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 48

Figura 16: Valores de Oxigênio Dissolvido (OD) obtidos nos pontos amostrados

durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 51

(6)

6

Figura 17: Valores médios de Oxigênio Dissolvido (mg/L) registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 52

Figura 18: Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), obtidos nos

pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 53

Figura 19: Valores médios de Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (mg/L)

registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 54

Figura 20: Valores de DBO e DQO obtidos nos pontos amostrados durante a 30º

campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 55

Figura 21: Valores médios de Demanda Química de Oxigênio - DQO (mg/L)

registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 56

Figura 22: Déficit de Oxigênio Dissolvido nas três profundidades do ponto PS3

obtido com base nos dados coletados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. .... 57

Figura 23: Concentração de Sólidos Suspensos obtida através de coletas nos

pontos amostrais durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 58

(7)

Figura 24: Valores médios de Sólidos Suspensos (mg/L) registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 59

Figura 25: Concentração de Sólidos Dissolvidos Totais e Sólidos Suspensos,

obtida através de coletas nos pontos amostrais durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 60

Figura 26: Valores médios de Sólidos Dissolvidos Totais (mg/L) registrados

durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 61

Figura 27: Concentração de Fósforo Total e Fosfato Total, obtida através de

coletas nos pontos amostrais durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 63

Figura 28: Valores médios de Fósforo Total (mg/L) registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 64

Figura 29: Valores médios de Fósforo Total (mg/L) registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 65

Figura 30: Concentração das diferentes formas de nitrogênio (Nitratos, Nitritos,

Nitrogênio Amoniacal, Nitrogênio Inorgânico Total e Nitrogênio total Kjeldahl em mg/L.), obtida através de coletas nos pontos amostrais durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 72

(8)

8

Figura 31: Valores médios de Nitrato (mg/L) registrados durante os diferentes

períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 73

Figura 32: Valores médios de Nitrito registrados durante os diferentes períodos

de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 74

Figura 33: Valores médios de Nitrogênio Amoniacal registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 75

Figura 34: Valores médios de Nitrogênio Inorgânico Total registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 76

Figura 35: Valores médios de Nitrogênio Inorgânico Total registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 77

Figura 36: Contagem de coliformes termotolerantes (NMP/100 mL) obtida

através das amostras coletadas durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 80

Figura 37: Valores médios referentes a contagem de coliformes termotolerantes

(NMP/100 mL) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. 81

(9)

Figura 38: Concentração de Clorofila “a” (µg/L) obtida através das amostras

coletadas durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 83

Figura 39: Valores médios de clorofila “a” (µg/L) registrados durante os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 84

Figura 40: Comunidade Fitoplantônica registrada nas amostras coletadas

durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 88

Figura 41: Valores médios da comunidade fitoplantônica (indivíduo/mL)

registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 89

Figura 42: Densidade de Cianobactérias registradas por ponto amostral na 30º

campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 90

Figura 43: Valores médios da densidade de Cianobactérias (cél./mL) registrados

durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 92

Figura 44: Densidade de indivíduos e Riqueza de espécies registradas por ponto

amostral durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 94

(10)

10

Figura 45: Densidade de Zooplâncton registrada nas amostras coletadas durante

a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 95

Figura 46: Valores médios da densidade de Zooplâncton (ind./L) registrados

durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ... 96

Figura 47: Índice de Qualidade da Água verificado para os pontos amostrais

durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ...104

Figura 48: Índice de Qualidade da Água (IQA) médio registrado para os

diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ...105

Figura 49: Índice de Qualidade da Água do Reservatório (IQAR) médio registrado

para o ponto PS3 nos diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ...114

Figura 50: Índice de Estado Trófico, calculado com base nos resultados obtidos

para fósforo total, dos pontos amostrais monitorados na UHE PSJ, janeiro de 2016. ...117

Figura 51: Índice de Estado Trófico médio (IETm) registrado para o ponto PS3

nos diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João. ...118

(11)

Figura 52: Densidade total (ind./mL) de fitoplâncton registrada para os pontos

amostrais durante a 30ª campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais da UHE PSJ, janeiro de 2016. ...119

(12)

12

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Descrição e resumo dos Pontos de Amostragem – Monitoramento da

Qualidade da Água Superficial da UHE Passo São João. ... 17

Tabela 2: Enquadramento dos parâmetros analisados de acordo com as Classes

de Uso estabelecidas pela Resolução CONAMA nº 357/05. Legenda: C1 (azul – excelente); C2 (verde – boa); C3 (amarelo – regular) e C4 (vermelho - ruim). ... 21

Tabela 3: Parâmetros e Métodos utilizados para a realização das análises físicas,

físico-químicas e biológicas para o Monitoramento da Qualidade de Água da UHE Passo São João. ... 28

Tabela 4: Parâmetros físico-químicos coletados durante a 30º campanha de

monitoramento da Qualidade de Água Superficial na Área de Influência da UHE Passo São João realizada em janeiro de 2016. Dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (item 7.2). ... 33

Tabela 5: Parâmetros microbiológicos / Coliformes termotolerantes (NMP/100

mL), coletados durante a 30º campanha de monitoramento da Qualidade de Água Superficial na Área de Influência da UHE Passo São João, realizada em janeiro de 2016. Dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos. ... 79 Tabela 6: Parâmetros Hidrobiológicos / Clorofila “a” (µg/L), coletados durante a 30º campanha de monitoramento da Qualidade de Água Superficial na Área de Influência da UHE Passo São João, realizada em janeiro de 2016. Dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos. ... 82

Tabela 7: Parâmetros biológicos / Fitoplâncton (indivíduos/mL), coletados

(13)

Área de Influência da UHE Passo São João, realizada em janeiro de 2016. Dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos ... 86

Tabela 8: Parâmetros biológicos / Cianobactérias (células/mL), coletados

durante a 30º campanha de monitoramento da Qualidade de Água Superficial na Área de Influência da UHE Passo São João realizada em janeiro de 2016. Dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos ... 89

Tabela 9: Parâmetros biológicos / Zooplâncton (indivíduos/L), coletados

durante a 30º campanha de monitoramento da Qualidade de Água Superficial na Área de Influência da UHE Passo São João realizada em janeiro de 2016. ... 93

Tabela 10: Enquadramento dos pontos amostrais nas Classes de Uso da

Resolução 357/05 do CONAMA, com base nos parâmetros analisados para a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ... 99

Tabela 11: Pesos relativos a cada parâmetro utilizado no cálculo do índice,

adotado pelo COMITESINOS. ...102

Tabela 12: Faixas de qualidade de água – IQA. ...103

Tabela 13: Variáveis selecionadas e seus respectivos pesos “wi” para o cálculo do

IQAR. ...107

Tabela 14: Determinação das classes de qualidade (qi = 1 a 6) com relação a

concentração da variável “i”, segundo IAP (2009). ...108

Tabela 15: Interpretação dos cálculos do IQAR, com base nas Classes e suas

(14)

14

Tabela 16: Índice de Qualidade da Água do Reservatório da UHE PSJ, calculado

para o ponto PS3 (profundidades: I- superfície; II- meio; III- fundo) a partir dos dados obtidos durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016. ...113

Tabela 17: Classificação do Estado Trófico, segundo CETESB (2007). ...116

(15)

1 INTRODUÇÃO

O presente relatório apresenta os dados obtidos durante a 30º campanha de monitoramento contínuo da qualidade da água superficial na área de influência do reservatório da Usina Hidroelétrica Passo São João (UHE PSJ).

Este serviço é parte integrante do programa de “Monitoramento Limnológico e de Qualidade da Água” e visa à continuidade do Monitoramento de Qualidade das Águas Superficiais da área de influência da UHE PSJ, no intuito de atender as Condicionantes 4.2, 4.3 e 4.4 da Licença de Operação nº 4490/2012-DL, emitida em agosto de 2012 pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental – FEPAM.

O objetivo deste monitoramento é acompanhar a evolução das alterações da qualidade da água ao longo da operação da Usina; aplicar Índices de Qualidade da Água; aprimorar os instrumentos de análise; permitir a elaboração de estudos e prognósticos e propor intervenções à mitigação dos impactos indesejáveis gerados pela implantação/operação do reservatório.

Esta campanha foi realizada embasada no novo plano de monitoramento de qualidade da água da UHE Passo São João, aprovado através do Ofício FEPAM/DQPI/DIGEN/12567/2015, de 19 de novembro de 2015, iniciando assim o 5° ano de funcionamento do reservatório.

Os dados de qualidade das águas superficiais aqui apresentados foram obtidos através de coletas realizadas em seis pontos ao longo do Rio Ijuí entre os dias 29 e 30 de janeiro de 2016.

(16)

16 2 ÁREA DE ESTUDO

A área do estudo localiza-se na região fisiográfica das Missões, situada na porção noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, distando aproximadamente 600 km do município de Porto Alegre.

A UHE PSJ encontra-se localizada no município de Roque Gonzales, na sub-bacia do rio Ijuí (U-90) (Figura 1) que pertence à região Hidrográfica do Uruguai, a qual está inserida integralmente nos terrenos da Bacia do Paraná.

Figura 1: Mapa das regiões hidrográficas do Rio Grande do Sul com a localização da região de estudo. Fonte: Projeto Biodiversidade RS/Modificado.

(17)

2.1 REDE DE MONITORAMENTO

A rede de monitoramento é composta de 06 pontos de amostragem localizados ao longo da área de influência do rio Ijuí, são eles: um ponto na entrada do reservatório (SJ1), um ponto na alça de vazão reduzida (PS2), três pontos no reservatório (PS3, PS5 e PS6) e um ponto após a saída da água do canal de fuga (Jus PSJ) (Figura 2).

No ponto PS3, após a formação do reservatório, as coletas estão sendo realizadas em três profundidades (superfície, meio e fundo), acrescendo mais 02 (duas) amostras em cada campanha, totalizando 8 pontos amostrados.

A Tabela 1 descreve e resume os pontos de amostragem supracitados.

Tabela 1: Descrição e resumo dos Pontos de Amostragem – Monitoramento da Qualidade da Água Superficial da UHE Passo São João.

Pontos Código Descrição Coordenadas UTM

1 SJ1 Rio Ijuí a jusante da UHE São José e a montante do reservatório da UHE Passo São João

711491.4797 6882789.1330 2 PS2 Rio Ijuí imediatamente a jusante do

barramento da UHE Passo São João

691301.0207 688.5341.2211

3 PS3

Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da foz do arroio que drena parte do município de Roque

Gonzales

692924.8909 6886146.6919

4 PS5 Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da confluência com o arroio Tigre

699619.5060 6879848.0824 5 PS6 Rio Ijuí/reservatório logo a jusante da

confluência com o arroio Pobre

706504.0917 6882836.4165 6 Jus PSJ Rio Ijuí a jusante da confluência com a água

(18)

18

Pontos Código Descrição Coordenadas UTM

canal de fuga da Usina) 6887574.6180

A seguir são apresentadas imagens de alguns pontos de coleta obtidas durante a presente campanha de campo ( Figura 3).

(19)
(20)
(21)

3 METODOLOGIA DE TRABALHO

O monitoramento em execução compreende a coleta sistemática de amostras de água e a determinação de variáveis físicas, químicas e biológicas nos seis pontos de monitoramento elencados na Tabela 1, bem como, a aplicação de índices de qualidade das águas tais como: IQA (Índice de Qualidade de Água), conforme COMITESINOS, para os pontos SJ1, PS2, PS5, PS6, Jus PSJ; do IET (Índice do Estado Trófico) em todos os pontos amostrados e o IQAR (Índice de Qualidade de Água de Reservatório) aplicado somente no ponto PS3.

Os resultados obtidos através das análises realizadas foram comparados com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/2005 (Tabela 2).

Tabela 2: Enquadramento dos parâmetros analisados de acordo com as Classes de Uso estabelecidas pela Resolução CONAMA nº 357/05. Legenda: C1 (azul – excelente); C2 (verde – boa); C3 (amarelo – regular) e C4 (vermelho - ruim).

Parâmetros RESOLUÇÃO CONAMA 357/05 Unidade C1 C2 C3 C4 Oxigênio dissolvido mg/L 6,0 5,0 4,0 > 2,0 Coliformes fecais NMP/100 mL 200 1000 2.500 4.000 Clorofila a µg/L 10 30 60 Densidade de cianobactérias Cel./mL ou mm3/L 20.000 cel/mL ou 2 mm3/L até 50000 cel/mL ou 5 mm3/L 100.000 cel/mL ou 10 mm3/L pH 6 a 9 6 a 9 6 a 9 6 a 9 DBO5/20 mg/L 3,0 5,0 10,0

Fósforo Total Lêntico Fósforo Total

(22)

Parâmetros

RESOLUÇÃO CONAMA 357/05

Unidade C1 C2 C3 C4

Intermediário Fósforo Total Lótico

0,025 0,1 0,050 0,1 0,075 0,15 Turbidez UNT 40 40 100 Sólidos Dissolvidos Totais mg/L 500 500 500 Nitrato mg/L 10,0 10,0 10,0 Nitrito mg/L 1,0 1,0 1,0 Nitrogênio Amoniacal mg/L 3,7mg/L N, para pH ≤ 7,5 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8,0 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5 0,5 mg/L N, para pH > 8,5 3,7mg/L N, para pH ≤ 7,5 2,0 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8,0 1,0 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5 0,5 mg/L N, para pH > 8,5 13,3 mg/L N, para pH ≤ 7,5 5,6 mg/L N, para 7,5 < pH ≤ 8,0 2,2 mg/L N, para 8,0 < pH ≤ 8,5 1,0 mg/L N, para pH > 8,5

3.1 METODOLOGIA DE COLETA E DE CONSERVAÇÃO DE AMOSTRAS

A amostragem correspondente a presente campanha ocorreu nos dias 29 e 30 de janeiro de 2016.

Nos pontos de coleta SJ1, PS2, PS5, PS6 e Jus PSJ a amostragem foi realizada na camada da zona eufótica, com 40% de luz incidente. A fim de se verificar a eventual formação de padrões verticais de estratificação com

(23)

influência nas características físicas e químicas, no ponto PS3, localizado no reservatório, a coleta foi realizada em três profundidades:

- Zona Eufótica (PS3 Superfície) com 40% da luz incidente, onde é esperado o limite da profundidade de produção primária de fitoplâncton:

Prof. I = ZdS. 0,54; onde: ZdS = profundidade Secchi;

0,54 = fator para calcular 40% da luz incidente.

- Zona Afótica (PS3 Meio), onde independentemente da ocorrência de estratificação térmica, a respiração e a decomposição são predominantes sobre a produção autotrófica:

Prof. II = (Zmax+Zeu)/2, onde:

Zmax = profundidade máxima (m), na estação de amostragem; Zeu = zona eufótica, que é igual à profundidade Secchi*F;

F = 3 (fator correspondente a aproximadamente 1% da luz incidente na superfície da água).

- Zona Anóxica (PS3 Fundo), quando, durante as medições “in situ”, for detectada uma zona anóxica, uma amostra adicional é coletada na porção intermediária.

Prof. III = (Zmax – prof. II)/2

Pt= profundidade total

Todas as amostras de águas superficiais coletadas na área de influência do rio Ijuí foram obtidas com amostrador Van Dorn (análises físicas, químicas e biológicas), com exceção das amostras para a análise de fitoplâncton, cianobactérias e zooplâncton, para as quais foi utilizada rede de plâncton com 20 cm de diâmetro, 60 cm de comprimento e malhas de 20μm (fitoplâncton e cianobactérias) e 48μm (zooplâncton), filtrando-se 20 e 40L de amostras d’água respectivamente, nas profundidades I, II e III.

(24)

Os seguintes parâmetros físicos foram verificados “in loco”: - Temperatura da água e do ar (termômetro simples); - Oxigênio dissolvido (Sonda de OD);

- PH (Sonda de pH);

- Transparência (Disco de Secchi);

- Posição geográfica (GPS, medidas de latitude e longitude);

- Condições do tempo (observação visual e com referência a previsão climática da região)

- Profundidade total e da coleta (corda com peso de profundidade graduada a cada 10 cm).

As amostras foram preservadas de acordo com a NBR 9898 de junho/87. As coletas foram realizadas por técnico devidamente habilitado e registrado no respectivo conselho de classe.

A seguir é apresentado o registro fotográfico realizado durante a 30ª campanha de campo (Figura 4 e Figura 5).

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Figura 5: Equipamentos utilizados para a coleta de dados: A) amostrador Van Dorn; B) Termômetro, Sonda de pH e Sonda de Oxigênio Dissolvido; C) Disco de Secchi.

(27)

3.1.1 Frequência de amostragem

As coletas e análises das águas superficiais do presente monitoramento são distribuídas através de 13 campanhas que iniciaram a partir do (2º) segundo ano de formação do reservatório, fazendo parte da segunda etapa do trabalho (Etapa 2), tendo o primeiro (1º) ano de monitoramento do reservatório ocorrido entre 2011 e 2012, o qual está inserido na primeira etapa do trabalho (Etapa 1); o 2º ano de monitoramento (2013); o 3º ano de monitoramento (2013 e 2014) e o 4º ano de monitoramento (2014 e 2015) iniciando-se a partir da campanha realizada em dezembro/2014 com término na campanha de setembro/2015, conforme descreve-se a seguir. Uma campanha extra foi realizada em janeiro/2016, já com o novo plano de monitoramento aprovado pela Fepam.

Etapa 1 (2008-2012):

1º ano de monitoramento do reservatório: campanhas pós-enchimento - X a XVII, realizadas entre os anos 2011 e 2012.

Etapa 2 (2013-2015):

2° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XVIII, XIX, XX,

XXI, realizadas no ano de 2013.

3° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XXII realizado

em dezembro de 2013 e as campanhas XXIII, XXIV, XXV, realizadas em 2014.

4° ano de monitoramento do reservatório: campanhas XXVI, realizada

em dezembro de 2014 e as campanhas XXVII, XXVIII, XXIX, realizadas em 2015.

Etapa 3 (2016-2019):

5° ano de monitoramento do reservatório: campanha XXX, realizada

(28)

3.2 METODOLOGIA DE ANÁLISES LABORATORIAIS

As análises laboratoriais foram realizadas segundo métodos padronizados pelo Standard Methods for Examination of Water and Wastewaters – 21a edição

(2005).

Na Tabela 3 (a, b, c), são citados os métodos de análise aplicados para cada parâmetro, utilizando-se como apoio outras referências técnicas pertinentes às avaliações em questão.

Tabela 3: Parâmetros e Métodos utilizados para a realização das análises físicas, físico-químicas e biológicas para o Monitoramento da Qualidade de Água da UHE Passo São João.

a) Parâmetros Físicos

Parâmetro Método de Análise

Temperatura da água (°C) PO 045– conforme SMWW 21º Ed.2005, Método 2550

Transparência Secchi (m) Disco de Secchi

Turbidez (NTU ou UNT) PO 047 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2130 Condutividade Elétrica (µS/cm) PO 010 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2510 B

(29)

b) Parâmetros Físicos e Químicos

Parâmetro Método de Análise

Oxigênio Dissolvido (mg OD/L) POP 030 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500

DBO5 (mg DBO5/L)

POP 015 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 5210B

DQO (mg DQO/L) Conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 5220 C

Sólidos Dissolvidos Totais (mg SDiss/L) POP 039 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2540 C

Sólidos Suspensos (mg SS/L) POP 036 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 2540 G

Fósforo Total (mg P/L) POP 021 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P D

Fosfato Total (mg/L PO4) POP 029 – conforme SMWW 21º Ed. 2005, Método 4500 P

Nitratos (mg N-NO3/L)

POP 024 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método NO3 B

Nitritos (mg N-NO2/L)

POP 025 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NO2 B

Nitrogênio Amoniacal (mg NH3-N/L)

POP 026 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NH3 C

Nitrogênio Total Kjeldahl (mg NH3-N/L)

POP 027 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4599 N B

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b) Parâmetros Físicos e Químicos

Parâmetro Método de Análise

Nitrogênio Inorgânico Total (mg NH3 - N/L) (para Ponto PS3)

POP 026 – conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 4500 NH3 C

Déficit de Oxigênio Dissolvido (%) (para Ponto PS3)

(31)

c) Parâmetros Biológicos

Parâmetros Métodos

Clorofila “a” (µ/L ou mg/m3) POP 008 SMWW 21º Ed 2005, Método 10200-H Coliformes termotolerantes (org./L ou NMP/100 mL) POP 009 - conforme SMWW 21º Ed 2005, Método 9223 B Fitoplâncton (ind./mL) Sedimentação/identificação/contagem (contagem em Câmara de

Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)

Cianobactérias (cel./mL)

Sedimentação/identificação/contagem (contagem em Câmara de

Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)

Zooplâncton (ind./L)

Sedimentação/identificação/contagem (contagem em Câmara de

Segdwick-Rafter/Microscópio Ótico)

Nas amostras coletadas foram analisados, ao todo: 05 (cinco) parâmetros físicos, 13 (treze) químicos e 05 (cinco) biológicos de qualidade para águas superficiais.

4 RESULTADOS ANALÍTICOS

Os resultados dos parâmetros analisados na presente campanha foram avaliados com base na Resolução CONAMA 357/2005 e comparados com as médias obtidas nas campanhas de monitoramento da fase pós-enchimento do reservatório. Os dados foram agrupados em tabelas e as configurações destes valores são visualizadas em formato gráfico.

(32)

Os resultados dos parâmetros físicos medidos em campo e os parâmetros físicos, químicos e biológicos analisados em laboratório, encontram-se arrolados nos laudos analíticos apresentados no item 7 (anexos).

4.1 CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA

A Tabela 4 apresenta os resultados dos parâmetros físico-químicos obtidos na presente campanha.

(33)

Tabela 4: Parâmetros físico-químicos coletados durante a 30º campanha de monitoramento da Qualidade de Água Superficial na Área de Influência da UHE Passo São João realizada em janeiro de 2016. Dados agrupados e extraídos dos laudos analíticos (item 7.2).

PARÂMETROS FISICO - QUÍMICOS UNIDADE PS2 PS3 SUP. PS3 MEIO PS3 FUNDO PS5 PS6 SJ1 JUS - PSJ CONAMA 357 /CLASSE II

Condutividade Elétrica - 55,9 58 60,6 61,2 55,2 53,5 56,1 56,6 -

DBO5 mg /L 18,2 17 10 17,40 10,6 17,5 18,8 8,75 5 mg/ L

Déficit de Oxigênio Dissolvido mg /L Solicitado Não 95,4 94,2 91,8 Solicitado Não Solicitado Não Solicitado Não Solicitado Não -

DQO mg /L 30,6 35 21,8 35 21,8 34,9 43,7 17,5 - Fosfato Total mg /L < 0,01 < 0,01 0,58 0,23 0,15 < 0,01 < 0,01 < 0,01 - Fósforo Total mg P/L < 0,01 < 0,01 0,19 0,076 0,05 < 0,01 < 0,01 < 0,01 - Nitratos mg /L 3,1 3,38 3,52 3,74 3,1 3,5 4,35 3,57 10 mg/ L Nitritos mg /L 0,043 0,047 0,073 0,055 0,04 0,041 0,045 0,042 1 mg/ L Nitrogênio Amoniacal mg NH3/L < 0,02 < 0,02 0,036 0,076 < 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02 (0,5- 3,7) mg/ L Nitrogênio Inorgânico Total mg /L Solicitado Não 3,427 3,593 3,795 Solicitado Não Solicitado Não Solicitado Não Solicitado Não -

Nitrogênio Total Kjeldahl mg N/L < 0,02 < 0,02 0,73 0,42 < 0,02 < 0,02 < 0,02 < 0,02 (1,27- 2,18) mg/ L

Oxigênio Dissolvido mg /L 6,48 8,2 8,1 7,89 7,36 7,93 7,59 9,87 5 mg/ L

pH - 7,16 7,32 7,15 7,02 7,35 7,02 7,47 7,06 6,0 - 9,0

Sólidos Suspensos mg /L < 1 < 1 61 17 < 1 < 1 < 1 < 1 -

Sólidos Totais Dissolvidos mg /L 58 34 4 2 29 50 86 91 500 mg/ L

Temperatura da Água º C 30 29 29 30 29 28 27 28 -

Temperatura do AR º C 34 26 26 26 30 28 28 34

Transparência de Secchi m 0,41 0,4 - - 0,38 0,38 0,41 0,37 -

(34)

34 4.1.1 Temperatura

No que diz respeito à qualidade da água, a temperatura pode ser caracterizada como um importante parâmetro que controla os processos físicos, químicos e biológicos. Os níveis de oxigênio dissolvido, a dinâmica do ciclo de nutrientes, da produtividade biológica e a atividade pesqueira podem ser severamente afetados por mudanças na temperatura da água.

Grande parte dos organismos aquáticos tem sua temperatura regulada pelo meio externo, tendo em vista que suas reações metabólicas dependem da temperatura da água. Nesse sentido, elevadas temperaturas podem ocasionar a diminuição da solubilização do oxigênio afetando os organismos aquáticos, além de acelerar os mecanismos de respiração, nutrição, reprodução e movimentação destes indivíduos e estimular o crescimento de organismos indesejáveis, produtores de gosto e odor.

As altas temperaturas do ar e água associadas à alta luminosidade da coluna d’água e ao elevado teor de nutrientes aportados ao corpo hídrico, podem beneficiar o surgimento de um super desenvolvimento de organismos planctônicos na coluna d’água, o que será prejudicial ao ecossistema aquático como um todo.

Os mecanismos de troca de calor de um corpo d’água podem acontecer na interface ar-água, fontes de calor laterais de entrada e saída de água e nas trocas de calor no fundo. Contudo, acredita-se que o regime térmico seja alterado principalmente pelas condições meteorológicas.

De acordo com a localização geográfica do ponto de coleta, a altitude, a vegetação no entorno da área de abrangência e a cor da água, a temperatura pode ser um forte indicativo das variações de concentração do oxigênio, assim como de outros gases presentes na água.

(35)

4.1.1.1 Avaliação do comportamento do parâmetro nos pontos de amostragem

Durante a presente campanha de amostragem (30ª) a temperatura do ar oscilou entre 26° C (mínima) e 34º C (máxima), enquanto a temperatura da água manteve-se com mínima de 27°C e máxima de 30°C. Tais resultados condizem com o período sazonal amostrado (verão), com valores do ar e da água similares, indicando troca térmica espacial e na interface entre os meios ar-água.

No ponto PS3, nas profundidades superfície e meio, é possível observar que a temperatura da água foi superior a temperatura do ar (ambas com temperatura da água = 29° C e temperatura do ar = 26° C). Nos demais pontos a temperatura do ar manteve-se superior ou igual a temperatura verificada para a água.

É comum que o comportamento da temperatura do ar reflita no comportamento da temperatura da água, embora durante o dia a temperatura da água geralmente se apresente menor que a encontrada nas temperaturas do ar, principalmente em função do alto calor específico que a água apresenta em relação ao ar. De uma forma geral esse padrão foi observado durante a presente campanha, uma vez que o único ponto onde a temperatura da água foi superior a do ar (PS3) a medição foi realizada entre às 20h e 20h30min.

As temperaturas da água obtidas nas profundidades superfície, meio e fundo do reservatório (PS3), não apresentaram variações significativas na coluna d’água, indicando condições de ausência de estratificação térmica no trecho do reservatório e no período de medição (Figura 6). De acordo com ESTEVES (1998), corpos hídricos de clima tropical apresentam baixos gradientes de temperatura, tornando-se comum a ocorrência de estratificação e desestratificação diária, sendo que normalmente a estratificação ocorre durante o dia e a desestratificação durante o período da noite.

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Figura 6: Comportamento da temperatura do ar e da água nos pontos de amostragem durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Ao comparar o comportamento da temperatura média da água e do ar durante as campanhas de monitoramento pós-enchimento do reservatório é possível afirmar que as temperaturas mais elevadas foram registradas para a presente campanha (Figura 7 e Figura 8).

(37)

Figura 7: Valores médios da temperatura da água registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

Figura 8: Valores médios da temperatura da água registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

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Cabe ressaltar que as diferentes fases do monitoramento pós-enchimento do reservatório sofrem influência do período de amostragem, ou seja, as variações nas médias das temperaturas do ar e da água nas diferentes fases deste estudo são, na realidade, consequência das variações sazonais do clima, mas também das diferenças que a sazonalidade apresenta ao longo do tempo do estudo.

A temperatura da água não é parâmetro de classificação para águas naturais, segundo a Resolução CONAMA 357/05.

4.1.2 Transparência de Secchi e Turbidez

A transparência da água pode variar bastante nos ecossistemas aquáticos, dependendo sempre do regime de circulação da massa d’água, da natureza geoquímica da bacia, do uso do solo na bacia de drenagem e do regime de chuvas. Sua relação com a matéria orgânica dissolvida tem demonstrado um incremento na dispersão da matéria particulada em suspensão, na dependência tanto dos aspectos qualitativos, como nos quantitativos das substâncias dissolvidas e particuladas presentes no meio.

A turbidez é um parâmetro importante para análises de qualidade de água, uma vez que está relacionado ao transporte de material ao longo do corpo hídrico. Este parâmetro é lido em função da passagem da luz na coluna d’água e dos materiais suspensos tais como, partículas inorgânicas (areia, silte, argila) e de detritos orgânicos (algas e bactérias, plâncton em geral, matéria orgânica particulada e dissolvida), que absorvem ou desviam esta luz. Dessa forma sua expressão em unidades nefelométricas (NTU) é uma medida indireta da concentração de material suspenso, que interfere na atenuação da radiação solar. A turbidez de um corpo hídrico está diretamente relacionada com a vazão, devido ao aumento da sua concentração, sendo comum nos períodos de cheias o

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revolvimento do material sedimentado de fundo, que fica suspenso na coluna d’água, ainda decorrente da erosão das margens dos rios e escoamento superficial.

Sua relação direta com a concentração de clorofila em águas muito produtivas, tem sido utilizada para inferir a densidade fitoplanctônica e pode ser útil na avaliação do estado trófico das águas (embora possa mascarar esta avaliação em ambientes de rios e reservatórios). Assim sendo, o comportamento de elevada transparência e de baixa turbidez na coluna d’água pode conduzir a um maior desenvolvimento da flora planctônica e ocasionar sérios prejuízos ao ecossistema aquático, se ocorrer aumento da temperatura e concentração de nutrientes.

A turbidez da água é empregada como padrão de classificação para águas naturais conforme Resolução CONAMA 357/2005. Nesta Resolução está estabelecido que a turbidez não pode ser superior a 40 NTU para águas doces Classe 1 e 100 NTU para águas doces Classes 2 e 3.

4.1.2.1 Avaliação do comportamento do parâmetro nos pontos de amostragem:

Na presente campanha a transparência média verificada para os pontos amostrados foi de 0,39 m. Em relação à turbidez não houve variações significativas entre os pontos, com valores variando de 10,3 NTU no ponto Jus PSJ a 13,7 NTU no ponto SJ1 (Figura 9).

De acordo com a Resolução CONAMA 357/05 todos os pontos amostrais atendem os limites estabelecidos para Classe 1 (turbidez média 12 NTU).

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Figura 9: Valores de transparência Secchi (m) e turbidez (NTU), obtidos nos pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Ao comparar as médias dos valores registrados para transparência e turbidez ao longo da fase de pós-enchimento do reservatório (Figura 10 e Figura 11) é possível observar que a turbidez atingiu seus menores índices no primeiro ano de monitoramento, com resultados semelhantes aos registrados na atual campanha. Tais resultados indicam a estabilização das águas do reservatório. A diminuição da velocidade de fluxo das águas leva à deposição gradual dos sólidos dissolvidos, especialmente dos finos, elevando assim a transparência da água. Por outro lado, os valores mais elevados para turbidez foram verificados no terceiro ano de monitoramento do reservatório e, naturalmente, a transparência com valores menores neste mesmo período. Este comportamento pode ser atribuído aos períodos de chuvas e aos processos erosivos nos latossolos da região.

Baixos valores de turbidez são esperados para represas, uma vez que esse parâmetro está diretamente relacionado com a mobilidade das águas, porém, os efeitos do represamento podem ser minimizados em função da intensidade dos ventos e da pluviosidade, que levam ao revolvimento dos sedimentos do fundo e

0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 0,3 0,35 0,4 0,45 Jus PSJ PS2 PS3s PS3m PS3f PS5 PS6 SJ1 0 2 4 6 8 10 12 14 16 T ra n sp ar ên ci a (m ) Pontos de Amostragem T u rb id ez ( N T U ) Turbidez Transparência de Sechi

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a drenagem superficial dos solos com carreamento de sólidos para o interior do corpo hídrico.

Figura 10: Valores médios de turbidez (NTU) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

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Figura 11: Valores médios de transparência (m) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

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4.1.3 pH

O pH (potencial hidrogeniônico) está relacionado com a quantidade livre de íons hidrogênio em solução aquosa. Quanto maior a quantidade de íons de hidrogênio em solução, menor o pH. Indica a capacidade de tamponamento das águas, sendo uma medida da atividade do íon hidrogênio, representando o equilíbrio ácido-base obtido pelos compostos dissolvidos, sais, formas de carbono inorgânico e gases na água.

Em cursos d’água o efeito do pH é mais significativo, pois valores extremos são letais para a maioria das formas de vida aquáticas, incluindo os peixes. O pH é muito influenciado pela quantidade de matéria orgânica em decomposição, ou seja, quanto maior a quantidade de matéria disponível menor o pH, pois para decomposição desta matéria orgânica muitos ácidos são produzidos.

A Resolução CONAMA 357/05 estabelece que os valores de pH não devem ser inferiores a 6 e superiores a 9 para águas doces classes 1, 2, 3 e 4.

4.1.3.1 Avaliação do comportamento do parâmetro nos pontos de amostragem:

Na campanha realizada em janeiro de 2016 o parâmetro pH mostrou-se homogêneo ao longo dos pontos amostrados, variando de 7,02 a 7,47, o que corresponde a uma condição levemente alcalina (Figura 12). Tal comportamento indica a boa capacidade de tamponamento do pH pela água da bacia hidrográfica.

Todos os pontos de amostragem atendem os limites da Resolução CONAMA 357/05 para Classes 1, 2, 3 e 4.

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Figura 12: Valores de pH obtidos nos pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Ao longo das campanhas de monitoramento pós-enchimento é possível observar uma menor homogeneidade nos valores de pH, variando entre 7,02 e 7,93, confirmando a condição mais alcalina dos pontos analisados.

Os valores médios de pH verificados para o 1º, 2º ano de monitoramento foram maiores do que os obtidos no 3º ano de monitoramento, que por sua vez se assemelham aos resultados da presente campanha. Esse decréscimo pode estar relacionado com o período chuvoso registrado para a região.

Uma observação mais acurada ao longo do monitoramento poderá dar uma indicação da variação do pH em condições de chuvas ou de estiagem, pois a geoquímica da região indica frequentemente água subterrânea com pH mais elevado. Assim, o período de chuva baixaria o pH (com escoamento superficial e água da chuva) enquanto o período de estiagem elevaria o pH (água subterrânea).

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Figura 13: Valores médios de pH registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

4.1.4 Condutividade Elétrica (CE)

A condutividade elétrica da água depende também do pH, variando em função das atividades da fotossíntese e respiração dos organismos. Está relacionada com a quantidade de íons dissolvidos na água, os quais conduzem a corrente elétrica. Quanto maior a quantidade de íons maior a condutividade elétrica.

Os íons são levados ao corpo d’água pelas chuvas ou através de águas residuárias e expressam a condutância elétrica vinculada à concentração iônica ou de eletrólitos na água. Como tem estreita relação com o pH, reflete também a condição da geologia local através dos efeitos do intemperismo sobre rochas, configurando a composição química das águas que drenam através da superfície rochosa e de seu manto de alteração.

As águas interiores geralmente contêm sais minerais em solução em quantidades relativamente pequenas. Entretanto, o lançamento de despejos

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industriais pode elevar as concentrações de sais a níveis superiores aos naturais, prejudiciais aos organismos devido a modificações ocorrentes na pressão osmótica. Na região monitorada, não foi observada a incidência de poluidores industriais, apenas verifica-se a existência de extensas áreas com cultivos agrícolas.

A condutividade elétrica não é parâmetro de enquadramento em Classes de Uso da Resolução CONAMA 357/2005.

4.1.3.2 Avaliação do comportamento do parâmetro nos pontos de amostragem:

A condutividade elétrica verificada para os seis pontos amostrais na presente campanha demonstrou certa homogeneidade, com valores variando de 53,5 µ/cm (PS6) a 61,2 µ/cm (PS3f). Os valores mais elevados correspondem ao Ponto PS3, nas três profundidades analisadas, localizado a jusante da foz do arroio que drena parte do município de Roque Gonzales, indicando uma maior concentração de sólidos dissolvidos nesse ponto. Nos demais pontos os valores observados apresentaram amplitude mais discreta (Figura 14).

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Figura 14: Valores de condutividade elétrica (µS/cm) obtidos nos pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Ao analisarmos a Figura 15, apresentada a seguir, é possível observar que os maiores valores obtidos para o parâmetro condutividade elétrica foram verificados para o 4º ano de monitoramento pós-enchimento, seguido pelos valores apresentados durante o 1º ano. Por outro lado, os menores valores foram verificados para a presente campanha.

Valores maiores, ou mesmo menores, medidos em diferentes campanhas, não podem ser considerados indicativos definitivos de alterações de qualidade ambiental, ou carga mineral adicional ou acidental.

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Figura 15: Valores médios de condutividade elétrica (µS/cm) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

4.1.5 Oxigênio Dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5), Demanda Química de Oxigênio (DQO) e Déficit de Oxigênio Dissolvido

Oxigênio Dissolvido (OD):

O oxigênio (O2) é o mais importante gás dissolvido na água. Tem baixa

solubilidade e alto consumo pelos seres vivos. As principais fontes de oxigênio para a água são a atmosfera e a fotossíntese. Por outro lado, as perdas se devem ao consumo pela decomposição de matéria orgânica (oxidação), perdas para a atmosfera, respiração de organismos aquáticos e oxidação de íons metálicos, como ferro e manganês. Fatores como despejos poluidores, variações de temperatura, salinidade, pressão atmosférica e da turbulência das águas podem prejudicar as concentrações deste gás no corpo hídrico.

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De acordo com o estabelecido pela Resolução CONAMA 357/2005, a concentração de Oxigênio Dissolvido não pode ser inferior a 5 mg/L em águas doces classe 2.

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO):

Com relação à demanda bioquímica de oxigênio (DBO5), esta tem uma

tendência a um comportamento inversamente proporcional ao parâmetro do oxigênio, pois quanto maior o consumo de oxigênio, maior o decaimento da concentração deste gás nas águas e, consequentemente, a elevação do consumo de oxigênio para a oxidação da matéria orgânica. Estes episódios são comuns principalmente quando um corpo hídrico é receptor direto de esgotos domésticos.

Segundo a classificação prevista pela Resolução CONAMA 357/2005 os valores para Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) devem ser inferiores a 5 mg/L O2 em águas doces Classe 2.

Demanda Química de Oxigênio (DQO):

A demanda química de oxigênio (DQO) mede o oxigênio consumido através da oxidação química de compostos orgânicos presentes. Portanto, o valor obtido é uma estimativa indireta do teor de matéria orgânica. No teste de DQO estão sujeitas a oxidação tanto a fração biodegradável quanto a não biodegradável ou inerte da matéria orgânica (APHA, 1998), fato este que pode superestimar a demanda requerida de oxigênio (VON SPERLING, 2005).

Os valores da DQO serão iguais ao da DBO se toda matéria orgânica do meio for oxidável em até cinco dias – como a glicose e a frutose, p. ex. - mas normalmente são maiores que os da DBO5, pois apresenta maior carga de

material pouco lábil e de degradação que inicia quando os mais lábeis estiverem esgotados, as proteínas, por exemplo. O aumento da concentração de DQO num

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50

corpo d'água se deve principalmente a despejos de origem industrial, além de ser muito útil para observar a biodegradabilidade de despejos.

Como na DBO5 mede-se apenas a fração biodegradável num prazo de cinco

dias, quanto mais este valor se aproximar da DQO significa que mais facilmente biodegradado será o efluente.

A Demanda Química de Oxigênio não é parâmetro de enquadramento em Classes de Uso da Resolução CONAMA 357/2005.

Déficit de Oxigênio:

O déficit de oxigênio corresponde a diferença entre a concentração de saturação do oxigênio no meio líquido e a concentração de oxigênio dissolvido na água em um dado instante.

Esse parâmetro foi analisado somente para o ponto PS3 nas três profundidades (PS3s, PS3m e PS3f).

A Resolução CONAMA 357/2005 não utiliza esse parâmetro para fins de enquadramento nas Classes de Uso.

4.1.3.3 Avaliação do comportamento dos parâmetros nos pontos de amostragem:

Concentração de Oxigênio Dissolvido (OD):

Na campanha de janeiro/2016 a maior concentração de oxigênio dissolvido foi registrada para o ponto PSJ (9,87 mg/L), localizado a jusante da confluência com a água turbinada pela UHE Passo São João. Enquanto o ponto PS2, localizado imediatamente a jusante do barramento da UHE Passo São João, apresentou uma redução na concentração de oxigênio dissolvido, alcançando o menor valor registrado para a presente campanha (6,48 mg/L). Nos pontos seguintes (PS3, PS5, PS6 e SJ1) a concentração de oxigênio dissolvido voltou a

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subir, mas em nenhum ponto atingiu o valor observado para o ponto Jus PSJ. Com exceção do ponto PS2, todos os pontos analisados durante a presente campanha encontram-se próximos à saturação (Figura 16).

Mesmo diante do decréscimo na concentração de oxigênio dissolvido verificado para o ponto PS2, todos os pontos podem ser classificados como Classe de Uso 1, de acordo com o estabelecido pela Resolução 357/05 do CONAMA.

Figura 16: Valores de Oxigênio Dissolvido (OD) obtidos nos pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Quando comparamos os resultados obtidos na atual campanha com as demais campanhas realizadas no período pós-enchimento do reservatório é possível observar uma discreta redução dos níveis de OD para a maioria dos pontos analisados na presente campanha (PS2, PS5, PS6 e SJ1), o que indica uma maior atividade biológica nesse período (Figura 17). A redução dos níveis de OD pode estar diretamente relacionada ao aumento da temperatura da água observado para essa campanha.

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Figura 17: Valores médios de Oxigênio Dissolvido (mg/L) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5):

Os valores obtidos para o parâmetro demanda bioquímica de oxigênio (DBO5) na 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais

da UHE Passo São João, apresentaram picos de consumo de oxigênio em alguns pontos e queda em outros. No ponto Jus PSJ foi observado o menor valor para DBO (8,75 mg/L), seguido pelos pontos PS3m e PS5 (10 mg/L e 10,6 mg/L, respectivamente), enquanto os maiores valores foram registrados nos pontos SJ1 (18,8 mg/L) e PS2 (18,2 mg/L). O ponto PS3 apresentou valores semelhantes para as profundidades superfície e fundo (17 e 17,4 mg/L, respectivamente), já para a profundidade intermediária (PS3 m) o valor registrado para DBO foi menor (10 mg/L) (Figura 18).

Tais resultados classificariam os pontos amostrados como Classe 3, de acordo com a Resolução 357/05 do CONAMA.

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Figura 18: Valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), obtidos nos pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais da UHE Passo São João houve um incremento significativo nos índices de DBO5 em relação à média obtida nas campanhas de monitoramento

pós-enchimento anteriores, como pode ser observado na Figura 19. Esse incremento indica redução da qualidade da água nesse período.

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Figura 19: Valores médios de Demanda Bioquímica de Oxigênio - DBO (mg/L) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

Demanda Química de Oxigênio (DQO):

Os valores verificados para DQO na presente campanha foram superiores aos registrados para o parâmetro DBO5, apresentando em média 30 mg/L. Em

águas naturais, como as de um rio represado após estabilização, a DQO, geralmente, apresenta resultados que giram entre 3,0 e 5,0 mg/L.

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Figura 20: Valores de DBO e DQO obtidos nos pontos amostrados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Os resultados obtidos na presente campanha para DQO foram superiores aos verificados para as campanhas anteriores, indicando maior concentração de matéria orgânica dissolvida na água nesse período, com exceção dos pontos Jus PSJ e PS3m que apresentaram uma menor demanda química de oxigênio em relação as demais campanhas. O aumento da concentração de DQO num corpo d'água se deve principalmente a despejos de origem industrial e doméstica (CETESB, 2009). Na área monitorada o imput de matéria orgânica observado para a presente campanha também pode ter origem das lavouras ou da criação de animais domésticos no entorno do reservatório, que em períodos de maior pluviosidade tende a ser carreada para dentro do reservatório. A degradação de material vegetal depositado no fundo do reservatório também pode influenciar os resultados de DQO. Ressalta-se que para o primeiro ano de monitoramento pós-enchimento não foi analisado esse parâmetro (Figura 21).

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Figura 21: Valores médios de Demanda Química de Oxigênio - DQO (mg/L) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

Déficit de Oxigênio:

Observando a Figura 22 é possível verificar que o déficit de oxigênio dissolvido tende a reduzir com o aumento da profundidade. Contudo, os valores obtidos se mostraram bastante elevados para o ponto PS3.

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Figura 22: Déficit de Oxigênio Dissolvido nas três profundidades do ponto PS3 obtido com base nos dados coletados durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

4.1.6 Sólidos Suspensos e Sólidos Dissolvidos Totais

Os sólidos podem ser classificados de acordo com seu tamanho e características químicas. Os sólidos contidos em uma amostra de água apresentam, em função do método analítico escolhido, características diferentes entre si e, consequentemente, têm designações distintas (sólidos totais, em suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis).

Sólidos Suspensos (SS)

Representam o total dos sólidos que permanecem em suspensão na coluna d’água, incluindo todos os sólidos. São separados por filtração. Quando em elevados valores são prejudiciais à qualidade da água.

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Representam a parcela de compostos que se encontram na água após filtração, filtrados em membrana 2µm de porosidade. Elevados valores deste parâmetro significam problemas com odor, gosto e aspecto nas águas.

A Resolução CONAMA 357/05 estabelece que a concentração de sólidos suspensos totais não deve ultrapassar 500 mg/L para águas doces Classe 1, 2 e 3.

4.1.3.4 Avaliação do comportamento dos parâmetros nos pontos de amostragem:

Sólidos Suspensos (SS):

A concentração de sólidos suspensos para a presente campanha apresentou valores bastante reduzidos em quase todos os pontos amostrais (<1 mg/L), com exceção do ponto PS3, profundidades superfície e meio, onde foram registrados valores mais elevados (PS3 s = 61 mg/L e PS3m = 17 mg/L (Figura 23).

Figura 23: Concentração de Sólidos Suspensos obtida através de coletas nos pontos amostrais durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

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O comportamento desse parâmetro observado para atual campanha, de uma forma geral, apresentou os menores valores registrados ao longo das campanhas de monitoramento pós-enchimento, exceto para o ponto PS3s, e PS3m (Figura 24).

Figura 24: Valores médios de Sólidos Suspensos (mg/L) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

Sólidos Totais Dissolvidos (STD):

A concentração de Sólidos Totais Dissolvidos verificadas para o período amostral foi superior à registrada para o parâmetro Sólidos Suspensos, com exceção do ponto PS3, profundidades superfície e meio. Os maiores valores observados para esse parâmetro foram obtidos nos pontos amostrais Jus PSJ (91 mg/L), localizado a jusante da confluência com a água turbinada pela UHE Passo São João, e SJ1 (86 mg/L), a jusante da UHE São José e a montante do reservatório da UHE Passo São João (Figura 25).

A forma de sólidos dissolvidos normalmente apresenta valores mais altos em relação às demais formas de sólidos o que se confirma para esse período. A

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indicação para essa condição pode ser atribuída à baixa composição granulométrica de argilas e oxi-hidróxidos de ferro das amostras, com transporte de suspensos em maiores proporções, aspecto a ser observado em possíveis comparações de escoamento na presença ou ausência de escoamento superficial na bacia de drenagem.

Figura 25: Concentração de Sólidos Dissolvidos Totais e Sólidos Suspensos, obtida através de coletas nos pontos amostrais durante a 30º campanha de monitoramento da qualidade das águas superficiais na UHE Passo do São João, janeiro/2016.

Ao longo do monitoramento pós-enchimento, o parâmetro sólidos totais dissolvidos (STD) apresentou uma média de concentração de 65 mg/L. Ao comparar a campanha atual com as demais, observa-se um decréscimo significativo nas concentrações de STD no ponto PS3, profundidades meio e fundo, possivelmente devido à baixa mobilidade das águas nesse ponto.

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Figura 26: Valores médios de Sólidos Dissolvidos Totais (mg/L) registrados durante os diferentes períodos de monitoramento da qualidade das águas superficiais (fase pós-enchimento) na UHE Passo São João.

A média de concentração de Sólidos Totais Dissolvidos verificada para os pontos amostrais na campanha de janeiro/2016 foi de 44,25 mg/L, atendendo ao estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 (500 mg/L para todas as classes de uso).

4.1.7 Fósforo Total e Fosfato Total

No ambiente aquático, o fósforo pode ser encontrado de duas formas: a) Orgânico: solúvel (matéria orgânica dissolvida) ou particulado (biomassa de micro-organismos);

b) Inorgânico: solúvel (sais de fósforo) ou particulado (compostos minerais, como apatita).

O Fósforo ocorre em águas naturais e efluentes principalmente como fosfatos e está amplamente distribuído no ambiente como ortofosfatos, fosfatos condensados (piro-, meta-e outros polifosfatos) e fosfatos organicamente ligados.

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A presença de fósforo na água está relacionada a processos naturais (dissolução de rochas, carreamento do solo, decomposição de matéria orgânica, chuva) ou antropogênicos (lançamento de esgotos, detergentes, fertilizantes, pesticidas). Em águas naturais não poluídas, as concentrações de fósforo situam-se na faixa de 0,01 mg/L a 0,05 mg/L.

Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais nutrientes para os processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macronutrientes por ser exigido também em grandes quantidades pelas células. Ainda por ser nutriente para processos biológicos o excesso de fósforo em esgotos sanitários e efluentes industriais, por outro lado, conduz a processos de eutrofização das águas naturais.

Fósforo Total:

O fósforo total é a soma de todas as formas de fósforos encontrados no ambiente aquático. Apresenta geralmente valores baixos, em médias inferiores a 0,05 mg/L em corpos hídricos naturais.

A Resolução 357/05 do CONAMA estabelece a concentração de fósforo total de acordo com o tipo de ambiente: lêntico (C1 = 0,020; C2 = 0,030; C3 = 0,050), intermediário (C1 = 0,025; C2 = 0,050 e C3 = 0,075) e lótico (C1 = 0,1; C2 = 0,1; C3 = 0,15). Para fins de comparação os pontos amostrais, considerando que esses ambientes ainda apresentam oscilação entre os ambientes lóticos e lênticos, considerou-se para esta análise a condição do regime lótico para os pontos SJ1, PS6, PS5, PS2, e Jus PSJ e lêntico para o ponto PS3 (superfície, meio e fundo), localizado no reservatório, devido às características das águas neste local.

Fosfato Total:

O fosfato pode ser encontrado nos sistemas aquáticos sob algumas formas: solúveis em água propriamente dita (0,0005%), incorporada ao plâncton (3,4%),

Referências

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