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OSTEOSSARCOMA EM CÃO RELATO DE CASO

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Academic year: 2021

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OSTEOSSARCOMA EM CÃO – RELATO DE CASO

ISSN: 23170336

BORGES, R. B.¹, MORAIS, D. R.², BACHA, F. B.³

RESUMO: Um dos tumores ósseos mais comuns entre os cães é o osteossarcoma, que

tem predileção por ossos longos do esqueleto apendicular, entretanto não é uma particularidade, podendo ocorrer também em ossos de menor tamanho. Tal neoplasia é de característica maligna e causa a morte de vários animais acometidos com a doença. Possui sua etiologia desconhecida, mas existem teorias de que raças de grande porte, peso elevado e idade mais avançada possam ser fatores que contribuem para o surgimento da doença. Sua capacidade metastática é elevada, possuindo maiores chances de acometimento secundário em pulmões. O principal tratamento que se tem é a amputação e após tratamento com radioterapia, visando a diminuição das chances de metástase em outros órgãos. Dado trabalho tem a finalidade de relatar um caso de um Rottweiler acometido com osteossarcoma em membro apendicular torácico direito. Palavras-Chaves: Palavras-chave: tumor ósseo, Rottweiler, neoplasia.

Osteossarcoma in dog – case report

ABSTRACT: One of the most common bone tumors among dogs is osteosarcoma, which has a predilection for long bones of the appendicular skeleton, though it is not a special feature, which may also occur in smaller bones. This neoplasm is malignant feature and causes the death of several animals affected with the disease. It has its unknown etiology, but there are theories that large breeds, high weight and older age can be factors that contribute to the onset of the disease. Their metastatic ability is high, having increased chances of secondary involvement in the lungs. The main treatment that has is amputation and after treatment with radiotherapy, aiming to reduce the chances of metastases in other organs. Given work aims to report a case of a Rottweiler afflicted with osteosarcoma in apendicular member thoracic right.

Keywords: bone tumor, Rottweiler, neoplasm.

INTRODUÇÃO

Neoplasias ósseas primárias ocorrem frequentemente em pequenos animais, são responsáveis por cerca de 4% a 6% de todos os tumores malignos, diagnosticados em cães (ENDICOTT, 2003).

_____________________________

1 Discente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Grande Dourados, rua: Balbina

de Matos, 2121, cep: 79824-900, Dourados / MS. ricardo_borck_borges@hotmail.com

2 Discente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados /

MS. day_rodrigues@hotmail.com

3 Docente do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados /

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Nessa faixa o osteossarcoma representa uma taxa de 80-85% dos tumores ósseos, com maior risco e predisponência em cães com peso acima de 36 kg (KLEINER; SILVA, 2003; SILVEIRA et al., 2005).

Osteossarcoma ou OSA se trata de um termo que denomina um abrangente número de neoplasias malignas que possui uma extensa diversidade em aspectos histológicos e também comportamento clínico biológico. Tais tumores originam-se em grande maioria na metáfise dos ossos longos, onde a substituição da carga de tecido ósseo é maior. Este tumor é de característica mesenquimal maligno primário (MARTELLI, 2007).

Cerca de 77% dos osteossarcomas surgem em ossos longos (radio ulna, úmero, tíbia fíbula‚ e fêmur principalmente) e cerca de 23% em ossos planos (BETANCOURT, 2007; OLIVEIRA, 2008). O exame histopatológico concretiza o osteossarcoma e a gravidade da lesão possibilitando um tratamento planejado (Cassone et al. 1996, Kirpensteijn et al. 2002).

Ao se diagnosticar a enfermidade o tratamento preconizado é amputação do membro afetado, caso o proprietário não aceite que o médico veterinário realize a amputação, no qual ocorre em muitos casos pela preconização da estética animal pelo dono, a sobrevida do animal pode variar 3 a 4 meses. A amputação proporciona uma melhor qualidade de vida para o animal, pois haverá o cessamento da dor provocada pela neoplasia. O membro amputado deve ser sempre submetido a histopatologia (FREITAS, 2008). Seguido da amputação o tratamento que se recomenda é a radioterapia, no qual somente o tratamento por amputação ou ressecação raramente se torna totalmente eficaz evoluindo assim para casos de metástase em outros órgãos (KARNIK et al. 2012).

Tal trabalho tem como objetivo relatar o caso de uma cadela acometida com osteossarcoma em membro anterior no Hospital Veterinário do Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN).

RELATO

Dado trabalho tem a finalidade de relatar o caso de um cão da raça rottweiler, fêmea, com nove anos de idade provido da cidade de Rio Brilhante - MS, atendido no Hospital Veterinário do Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN) na cidade de Dourados-MS.

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O proprietário relatava no início dos sinais clínicos uma leve claudicação sem presença de dor na palpação do membro. O animal não apresentava mudança na alimentação, nem no comportamento, mas após evolução de três a quatro semanas evidenciou-se edemaciação bem localizada em região úmero escapular e aumento significativo no membro acometido, aumentando o nível de claudicação e iniciando-se o quadro de apatia e diminuição do apetite.

Suspeitando de uma osteomielite, o proprietário entrou com tratamento de anti-inflamatório esteroidal predinisolona 12/12hrs e sem melhora dos sinais clínicos começou a administrar o firocoxib 24/24hrs. Sem sucesso com os dois tratamentos em um período aproximado de um mês e meio após agravamento dos sinais clínicos, o proprietário encaminhou o animal ao Hospital Veterinário do Centro Universitário da Grande Dourados (UNIGRAN). O animal apresentava-se febril, alimentação e fezes normais, mucosas normocoradas e exames bioquímicos não apresentaram alterações onde somente no raio-x se evidenciou alteração pelo crescimento ósseo amorfo no membro.

A avaliação citopatológica se deu por meio de punção aspirativa por agulha fina (PAAF) da lesão presente na parte medial da extremidade proximal do úmero direito e distal escapular do mesmo membro acometido, revelando um alto grau de variação na morfologia celular, aumento considerável de células mesenquimais imaturas, presença de osteoblastos malignos, numerosas mitoses atípicas e uma substância rósea amorfa ao fundo, lembrando matriz osteoide. Após o exame citológico se confirmou o quadro de osteossarcoma (OSA) e indicado a eutanásia devido ao estado debilitado e de péssimo prognóstico para o tratamento do animal.

Após eutanásia do animal, foi requerida a necropsia evidenciando-se o nódulo na região do membro anterior direito que se encontrava com cor vermelho e branco, com tamanho aproximado de 18 cm, consistência firme e presença de metástase em pulmão e fígado. Na histopatologia do nódulo se pode observar a presença de osteoblastos fusiformes visualizados como células triangulares ou fusiformes curtas, com núcleos ovóides e distendidos. As células se apresentaram orientadas em diversas direções e não se dispondo paralelamente entre si. Nas células colagenosas notou-se a produção de osteóides (matriz mineralizada), visualizadas como material extracelular denso e eosinofílico com presença de anaplasia moderada e figuras de mitose também moderadas. Já na estrutura do fígado perceberam-se nódulos de aproximadamente 2,5

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cm, com aspecto firme, arredondados e coloração esbranquiçada. Na histologia a evidência que o fígado perdeu a arquitetura hepática e existência de espaço considerável entre hepatócitos. Em pulmão o que se pode observar, foram diversos nódulos com tamanho médio entre 0,5 e 1 cm, cor branca, consistência firme e distribuição multifocal. Tanto fígado quanto pulmões foram acometidos pelos nódulos neoplásicos malignos devido a metástase do local primário do osteossarcoma.

Figura 1. Nódulo firme, branco e vermelho, aproximadamente 18 cm,

localizado na parte distal da escápula e proximal de úmero. Foto. Ricardo Borck

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DISCUSSÃO

O animal citado no relato, com a idade de nove anos, foi acometido pelo osteossarcoma na região úmero-escapular consolidando que esta doença tem predileção por esqueleto apendicular de animais mais idosos com idade média de sete anos (WEISBRODE, 2009).

De acordo com SERAKIDES (2011) a sintomatologia clínica do osteossacorma pode variar a cada caso, dependendo do local primário da neoplasia, mas a que acomete a maioria dos casos é a claudicação, assim como se pode notar no animal relatado no presente trabalho.

A etiologia do osteossarcoma ainda é uma incógnita, uma das teorias mais simples está baseada na evidência de que tende a ocorrer em ossos que sustentam os maiores pesos e em áreas próximas às fises de fechamento tardio, e animais de grande porte como: São Bernardo, Setter Irlandês, Doberman, Rottweiler, Pastor Alemão e Golden Retriver, são predispostos a pequenos e múltiplos traumas nas regiões metafisárias, as quais sofrem maior atividade celular (GOMES et al., 2008). Reforçando assim uma das possíveis causas do acometimento do Rottweiler relatado no trabalho, no qual a neoplasia surgiu em região proximal do úmero e região distal da escápula.

A radiografia torácica não evidenciou o acometimento de fígado e pulmão no caso relatado, conseguindo apenas a evidência de uma área radiopaca amorfa na região proximal do úmero e distal da escápula, ambos no membro direito. A confirmação da neoplasia maligna se deu por meio da punção aspirativa por agulha fina (PAAF) na região do nódulo e exame citológico do aspirado, confirmando assim o que descreve BROADNEY (1976), ao relatar que esse exame é uma valiosa ferramenta para o diagnóstico de OSA. Os demais nódulos metastáticos foram descobertos após necropsia e encontrados em fígado e pulmão, entrando estatisticamente nos 80% dos casos que ocorrem metástase e acometem o pulmão, sendo diagnosticados de 11 a 17% de cães acometidos pelo osteossarcoma (OSA) (SANTOS et al., 2007; SANTOS, 2009).

Como descreve KARNIK et al. (2012), o tratamento preconizado para osteossarcoma é a amputação do membro seguido de um tratamento específico, onde a lesão primária somente tratada com a amputação ou ressecção do osso acometido, dificilmente é curativo, evoluindo para metástase, porém no caso do cão relatado acima, devido ao estado avançado da doença o tratamento citado pelo autor não seria eficaz.

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A maioria dos animais com osteossarcoma do esqueleto axial morrem ou são submetidos à eutanásia por problemas associados ao tumor primário (NEUWALD et al., 2006). No caso do animal do presente relato se optou pela eutanásia devido ao estado debilitado e de péssimo prognóstico, assim garantindo o bem estar animal.

CONCLUSÃO

Neste contexto a partir dos achados clínicos e patológicos diagnosticou-se osteossarcoma.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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