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Análise dos Impactos Socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio Castanhal no Nordeste Paraense

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Academic year: 2021

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Análise dos Impactos Socioambientais na Bacia Hidrográfica do Rio

Castanhal no Nordeste Paraense

Cleilton Rodrigues Santana¹, Rodrigo Rafael Souza de Oliveira² ¹ Acadêmico na Universidade do Estado do Pará, Campus Universitário de Igarapé- Açu

Cleilton13@gmail.com

²

Docente na Universidade do Estado do Pará, Campus Universitário de Igarapé- Açu

Rodrigo.rafaelso89@gmail.com

Resumo: Este artigo tem como objetivo apresentar uma análise dos impactos socioambientais na bacia hidrográfica do Rio Castanhal localizado no Nordeste Paraense. Inicialmente foi realizado um levantamento de referencial teórico acerca dos conceitos que envolvem os elementos de uma bacia hidrográfica. Posteriormente foi realizado um trabalho de campo na Bacia Hidrográfica do Rio Castanhal, identificando, qualificando e quantificando os principais impactos socioambientais existentes, tanto no espaço urbano quanto no espaço rural. O desenvolvimento urbano da cidade de Castanhal traz consigo consequências graves para o meio ambiente e tem transformado a paisagem drasticamente e atribuído outras funções aos elementos da natureza. Os cursos hídricos da bacia hidrográfica do Rio Castanhal têm passado por diversas alterações, seja pela retirada da cobertura vegetal ou pelo descarte irregular de lixo e esgoto doméstico. No Espaço rural foi possível identificar áreas extensas de criação de gado, de agricultura e aração do solo, bem como de reflorestamento para fins lucrativos. A falta de um planejamento ambiental urbano e rural eficaz fica evidente diante do crescimento desordenado da cidade de Castanhal, as águas dos rios da cidade passaram a exercer uma outra função que não é mais natural. A transformação da paisagem pela ação antrópica atingiu diretamente a dinâmica da bacia, tanto na cidade quanto no campo, e tornou a ação do homem sobre a natureza cada vez mais agressiva.

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INTRODUÇÃO

O crescimento desordenado da malha urbana de algumas cidades na Amazônia tem provocado significativas transformações sobre o meio ambiente e atribuído outras funções aos elementos naturais, transformando a paisagem. Para Bertrand (1971)

[...] a paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É numa determinada porção do espaço, o resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente, uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução.

A relação Homem-Natureza, quando se desenvolve de forma predatória, implica em transformações no que concerne ao uso e cobertura da terra, pois é sobre a superfície terrestre que se concentram grande parte das ações antrópicas, sendo estas as responsáveis por transformar a paisagem natural em paisagem artificial.

De acordo com Santos (1988, p.23) “A paisagem artificial é a paisagem transformada pelo homem, enquanto grosso modo podemos dizer que a paisagem natural é aquela ainda não mudada pelo esforço humano”. Nesse sentido é possível inferir que a paisagem artificial é resultado da interação estabelecida pelo homem com a natureza nas mais diversas ações, tais como desenvolvimento da agricultura, aglomerações urbanas e etc. Enquanto que a paisagem natural mantém viva suas características da natureza sem a interferência de ações antrópicas.

A pesquisa trabalha a dinâmica e caracterização da bacia hidrográfica do Rio Castanhal, considerando diversos elementos antrópicos que interferem sobre os cursos hídricos, tanto do rio principal quanto de seus afluentes, entretanto necessitamos conhecer algumas categorias importantes para melhor compreensão da análise. A primeira delas trata-se da bacia hidrográfica. Para (SCHIAVETTI; CAMARGO, 2002) envolve explicitamente o conjunto de terras drenadas por um corpo d’água principal e seus afluentes e representa a unidade mais

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apropriada para o estudo qualitativo e quantitativo do recurso água e dos fluxos de sedimentos e nutrientes.

As alterações causadas na Bacia Hidrográfica do Rio Castanhal estão ligadas a uma outra categoria da geografia, a paisagem, uma vez que faz parte dela, logo se a paisagem sofre alteração, ocorrerá transformações na dinâmica da bacia também. Através de sistemas de informações geográficas- SIG´S e geoprocessamento, é possível acompanhar as modificações de uso e cobertura do solo sobre a paisagem ao longo de anos. De acordo com (FILHO; IOCHPE, 1996) Sistemas de informações geográficas (SIG) são sistemas computacionais capazes de capturar, armazenar, consultar, manipular, analisar e imprimir dados referenciados espacialmente em relação a superfície da Terra. Daí a importância dessas ferramentas no reconhecimento das modificações da bacia hidrográfica do Rio Castanhal.

Segundo Seabra (2012), os estudos que correlacionam a caracterização da cobertura da terra e análise de seus diferentes usos e manejos são importantes ferramentas para a compreensão da intensidade das mudanças e o tipo das mudanças em determinadas áreas. Nesse sentido é possível inferir que uma mesma área de cobertura da terra pode passar por diversas modificações, tais alterações dependem da forma de ocupação e exploração que o homem exercerá sobre o espaço.

Para entender essa rápida transformação da paisagem se faz necessário mapear as modificações de uso e cobertura da terra. Segundo (SANTOS, 2010):

O mapeamento de uso e cobertura do solo tem sido considerado por muitos autores uma importante ferramenta para uma melhor análise e compreensão das rápidas transformações na paisagem, pois permite a obtenção de uma gama de informações, visando a construção de cenários ambientais e indicadores, que servirão de subsídios práticos a avaliação da capacidade de suporte ambiental, proporcionando assim o direcionamento de práticas conservacionistas aliadas a um conjunto de diferentes estratégias de manejo a serem empregadas em determinada região.

No caso da bacia hidrográfica do Rio Castanhal o mapeamento de uso e cobertura do solo é indispensável para melhor entendimento das modificações ocorridas na paisagem ao longo de décadas.

Com o acentuado processo de urbanização da cidade de Castanhal o que se visualiza é uma transformação da natureza pela ação antrópica, a vegetação é substituída por construções

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e os cursos hídricos por canais artificializados, em linhas gerais a água da cidade muda de aplicação visando atender cada vez mais as necessidades do homem.

METODOLOGIA (ou MATERIAL E MÉTODOS)

O município de Castanhal está localizado na Região Nordeste do Estado do Pará, desde 2011, situado na Mesorregião Metropolitana de Belém pela Lei Complementar 076, de 28 de dezembro de 2011, a cerca de 65 km da capital do estado, Belém do Pará, A sede municipal tem as seguintes coordenadas geográficas: 01° 17' 49" de latitude Sul e 47° 55' 19" de longitude, limitando-se ao norte com os municípios de Terra Alta, Vigia e São Caetano de Odivelas; ao Sul com Inhangapi, São Miguel do Guamá e Santa Maria do Pará; à Leste com São Francisco do Pará; e, à Oeste com os Municípios de Santo Antônio do Tauá e Santa Izabel do Pará. O clima predominante do município é, pela classificação de Köppen, o tipo Af, subtipo que pertence ao clima tropical chuvoso (úmido), com temperaturas médias anuais de 26°C, máxima de 35°C e mínima de 18°C. Em 2010 sua população era de 173.149 habitantes, a estimativa era de que em 2017 a população atingisse 195.253 habitantes (IGBE 2010). A formação da Cidade de Castanhal está ligada ao contexto da construção da Estrada de Ferro Belém-Bragança criada por uma política de colonização do governo da província no final do século XIX.

Inicialmente foi realizado um levantamento de referencial teórico acerca dos conceitos que envolvem os elementos de uma bacia hidrográfica. Posteriormente foi realizado um trabalho de campo na Bacia Hidrográfica do Rio Castanhal, identificando, qualificando e quantificando os principais impactos socioambientais existentes, tanto no espaço urbano quanto no espaço rural. Para a pesquisa de campo foram utilizadas cartas-imagem geradas a partir de imagens de satélite Landsat 8, sensor TM (Thematic Mapper), do ano de 2017, visando traçar os melhores trajetos e selecionar os pontos amostrais a serem vistoriados em campo. Além disso, foi utilizada a base de imagens digitais do Google Earth que é um programa cuja a função é apresentar um modelo tridimensional do globo terrestre, constituído de por imagens de satélites, de média e alta resolução espacial, obtidas de diversas fontes, com ele é possível identificar lugares, construções, cidades e paisagens dispostas ao longo da bacia hidrográfica.

Como instrumento de coleta de dados, foram utilizadas câmeras fotográficas e o Sistema de Posicionamento Geográfico (GPS) Garmin, visando a obtenção de coordenadas precisas dos pontos amostrais, selecionados previamente, nas imagens de satélite e em campo. Segundo (MACHADO, 2012), Sistema de Posicionamento Global é um elaborado sistema de satélites e outros dispositivos que tem como função básica prestar informações precisas sobre o

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posicionamento individual no globo terrestre. Logo fica muito mais fácil chegar ao ponto que se pretende.

A bacia hidrográfica do Rio Castanhal possui uma área total de 32.069 hectares, e engloba os municípios de Castanhal, Santa Izabel do Pará e Inhangapí, mas é no município de Castanhal que está localizada a maior parte da bacia e dos problemas ambientais também, tanto com o desenvolvimento urbano da cidade de Castanhal, quanto com o desenvolvimento das atividades agrícolas e da pecuária. O mapa abaixo mostra a localização da bacia hidrográfica do Rio Castanhal.

Mapa 01: Localização da Bacia Hidrográfica do Rio Castanhal

Fonte: Elaborado Enderson Silva, 2018.

O mapa acima nos mostra que a Bacia Hidrográfica do Rio Castanhal se encontra localizada quase que em sua totalidade no município de Castanhal-PA, porém, engloba parte do município de Santa Izabel do Pará e Inhangapi. Pode-se destacar também que a bacia é cortada por duas rodovias, uma federal, no caso a BR 316 e uma estadual, a PA 136.

O mapa abaixo apresenta os pontos coletados para a realização das atividades de campo, possibilitando pesquisas mais aprofundadas sobre os elementos que interferem diretamente na dinâmica dos cursos hídricos.

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Fonte: Elaboração Enderson Silva, 2018.

A representação cartográfica acima apresenta os pontos percorridos (em vermelho) e os que ainda faltam ser analisados (em azul), muitos deles encontram-se distantes da malha urbana dos municípios que cortam a bacia hidrográfica.

Ao analisar a bacia hidrográfica dentro da cidade de Castanhal o que se visualiza é a transformação dos rios em canais artificializados, possibilitados principalmente pela falta de saneamento básico e crescimento desordenado da população urbana, existe ainda a ausência de planejamento ambiental que possibilite melhor aproveitamento dos recursos hídricos.

O planejamento ambiental, por tanto, constitui um dos instrumentos fundamentais para a proteção das águas e para orientar e subsidiar sua gestão, tendo em vista que, a partir das políticas públicas, em especial a política ambiental, o gerenciamento dos recursos hídricos pode representar uma oportunidade para resolução de problemas ambientais e garantia de sustentabilidade e desenvolvimento (GARCIA; LEAL, 2012, p.03).

GARCIA E LEAL (2012) destacam a importância do planejamento ambiental para a manutenção dos recursos hídricos, mas que infelizmente não é uma prática adotada efetivamente nos rios que compõem a bacia hidrográfica do Rio Castanhal.

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O desenvolvimento urbano da cidade de Castanhal traz consigo consequências graves para o meio ambiente, tem transformado a paisagem drasticamente e atribuído outras funções aos elementos da natureza. Os cursos hídricos da bacia hidrográfica do Rio Castanhal têm passado por diversas alterações, seja pela retirada da cobertura vegetal ou pelo descarte irregular de lixo e esgoto doméstico. As imagens 01 e 02 apresentam alguns impactos na bacia hidrográfica supracitada.

Imagem 01: Trecho do Igarapé São Raimundo Imagem 02: Descarte irregular de lixo próximo ao Rio Castanhal

Fonte: SANTANA.C.R, 2018 Fonte: SANTANA.C.R, 2018

Ao analisar a imagem 01 é possível identificar o soerguimento do leito do rio, consequência da ação antrópica, a paisagem modelada pelo modo de vida urbano. Tucci e Mendes (2006) destacam que com a urbanização, a cobertura da bacia é em grande parte impermeabilizada com edificações e pavimentos e são introduzidos condutos para escoamento pluvial. Os autores atentam para as modificações nos cursos hídricos urbanos ocasionadas pelo homem, que de maneira geral se instala e busca satisfazer suas necessidades.

A imagem 02 é reflexo de dois fatores comuns no município de Castanhal, o primeiro deles trata-se da ausência de planejamento ambiental urbano adequado, isso possibilita a presença de vegetação secundária, como símbolo da ação antrópica. O segundo está relacionado a falta de educação ambiental da população local, pois esta realiza prática descarte irregular de lixo, que com ajuda da precipitação chega até aos cursos hídricos e contribui para o assoreamento.

Infelizmente os impactos ambientais sobre a bacia hidrográfica do Rio Castanhal são detectados também na zona rural do município, foi possível identificar áreas extensas de criação de gado, de agricultura e aração do solo bem como de reflorestamento. Em algumas comunidades a água do rio da origem a balneários fechados, fonte de renda bastante conhecida no Brasil e principalmente na região amazônica.

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Imagem 03: Balneário São Raimundo Imagem 04: Área destinada a pecuária bovina. Fonte: SANTANA, C.R, 2018.

A área de estudo apresenta diversos elementos que podem atingir significativamente a bacia hidrográfica do Rio Castanhal. A imagem 03 destaca a utilização da água como um produto a ser vendido, uma vez que se trata de um ambiente particular, e para ter acesso é necessário pagar uma taxa. As imagens 04 e 05, mostram o desenvolvimento da pecuária e consequentemente a retirada de mata ciliar, até existe reflorestamento, mas tal verticalização florestal está destinada a satisfazer as necessidades do mercado.

As tabelas e o gráfico abaixo apresentam dados das alterações na paisagem onde está localizada a bacia hidrográfica do Rio Castanhal, tais modificações correspondem o período entre os anos de 2004 e 2008.

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2004 2008 AREA_NAO_OBSERVADA 1219.68 6.57 AREA_URBANA 1813.95 2092.68 DESFLORESTAMENTO 272.61 90.72 FLORESTA 5734.98 4691.52 HIDROGRAFIA 63.45 63.45 MINERACAO 191.07 106.92 MOSAICO_DE_OCUPACOES 3367.26 9903.15 OUTROS 69.39 6.84 PASTO_LIMPO 6584.31 3307.5 PASTO_SUJO 4267.53 4871.7 REGENERACAO_COM_PASTO 5685.03 4810.14 VEGETACAO_SECUNDARIA 5246.01 4563.18 AGRICULTURA_ANUAL - 0.9 34515.27 34515.27 Elaboração: OLIVEIRA.R.R., 2018.

Tabela 02: Modificações por hectares

2004 2008

Classes Hectares (%) Hectares (%)

AREA_NAO_OBSERVADA 1219.68 3.53 6.57 0.02 AREA_URBANA 1813.95 5.26 2092.68 6.06 DESFLORESTAMENTO 272.61 0.79 90.72 0.26 FLORESTA 5734.98 16.62 4691.52 13.59 HIDROGRAFIA 63.45 0.18 63.45 0.18 MINERACAO 191.07 0.55 106.92 0.31 MOSAICO_DE_OCUPACOES 3367.26 9.76 9903.15 28.69 OUTROS 69.39 0.20 6.84 0.02 PASTO_LIMPO 6584.31 19.08 3307.5 9.58 PASTO_SUJO 4267.53 12.36 4871.7 14.11 REGENERACAO_COM_PASTO 5685.03 16.47 4810.14 13.94 VEGETACAO_SECUNDARIA 5246.01 15.1991 4563.18 13.22076 AGRICULTURA_ANUAL - 0.9 0.002608 Total 34515.3 100 34515.3 100 Elaboração: OLIVEIRA.R.R.S, 2018.

Analisando as tabelas 1 e 2, é possivel identicar crescimento significativo na malha urbana de Castanhal-PA, e redução da vegetação secundária se considerados os dados de 2004 e 2008.

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Elaboração: OLIVEIRA.R.R.S, 2018.

O gráfico destaca o aumento da regeneração com pasto, aumento de pasto sujo e redução de pasto limpo.

DISCUSSÕES

As informações expressas no gráfico 01 evidenciam forte transformação na paisagem onde se encontra a bacia hidrográfica do Rio Castanhal, no de quatro anos, a área urbana também aumentou, passando de 1813,95 hectares para 2092,68 hectares, conforme explicito na tabela 02. Os dados revelam ainda que o mosaico de ocupações passa de 3367,26 hectares em 2004 para 9903,15 hectares em 2008, isso permite dizer que houve aumento significativo da ação antrópica nesse período de quatro anos, tal expansão reflete consequências graves para os cursos hídricos urbanos da bacia hidrográfica.

No campo é possível detectar diversos impactos ambientais, a começar pela redução de áreas de regeneração com pasto, que em 2004 era de 5685,03 ha diminuindo para 4810,14 ha. Nesse sentido, as com florestas tendem a reduzir drasticamente, e como consequência pode levar o assoreamento dos rios, isso porque retira a mata ciliar visando atender cada vez mais as demandas da atividade pecuária. A pecuária é o conjunto de processos técnicos usados na domesticação de animais para a obtenção de produtos com objetivos econômicos. Também é conhecida como criação animal (IBGE, 2013). Na maioria dos casos a atividade leva tão a sério o viés econômico e deixa de lado as questões ambientais.

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 2004 2008 AREA_NAO_OBSERVADA AREA_URBANA DESFLORESTAMENTO FLORESTA HIDROGRAFIA MINERACAO MOSAICO_DE_OCUPACOES OUTROS PASTO_LIMPO PASTO_SUJO REGENERACAO_COM_PASTO VEGETACAO_SECUNDARIA AGRICULTURA_ANUAL (ha) (ano)

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As modificações aplicadas sobre os cursos hídricos causam impactos não apenas ao meio ambiente, mas também sobre a sociedade, pois a relação do homem com a natureza deixa de ser harmônica e passa a ser conflituosa, e quem sofre geralmente é a população menos abastarda, que por viverem na linha da pobreza habitam as áreas mais afetadas por enchentes e alagamentos, resultado da falta de planejamento urbano eficaz, principalmente das metrópoles e de cidades médias como é o caso de Castanhal.

CONCLUSÕES

A bacia hidrográfica do Rio Castanhal encontra-se tanto na área rural quanto na área urbana do município de Castanhal, durante as visitas de campo foi possível diagnosticar na zona rural espaços de reflorestamento para fins lucrativos, desmatamento, desenvolvimento da lavoura e da pecuária bovina, bem como a utilização das águas dos rios como fonte de renda, como é o caso do balneário São Raimundo.

Na malha urbana os problemas também são gravíssimos, pois a retirada quase que total da vegetação juntamente com a canalização do esgoto doméstico para dentro dos cursos hídricos tem levado estes ao assoreamento, parques ambientais que antes significavam refúgio e lazer para a população, hoje refletem o medo por conta do abandono e da insegurança.

A falta de um planejamento ambiental e urbano eficaz fica evidente diante do crescimento desordenado da cidade de Castanhal, as águas dos rios da cidade passaram a exercer uma outra função que não é mais natural, visando atender as necessidades humanas, um exemplo disso é a canalização do esgoto doméstico. A transformação da paisagem pela ação antrópica atingiu diretamente a dinâmica da bacia, tanto na cidade quanto no campo, e tornou a ação do homem sobre a natureza cada vez mais agressiva.

REFERÊNCIAS

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BERTRAND, Georges. Cadernos de Ciências da Terra – Paisagem e Geografia Física Global – USP. São Paulo, 1971.

FILHO, Jugurta; IOCHPE, Cirano. Introdução a Sistemas de Informações Geográficas com Ênfase em Bancos de Dados. XV JAI- Jornada de Atualização em Informática, XVI Congresso da SBC, Recife- PE, 4- 9 de agosto de 1996.

GARCIA, R. M; LEAL, A. C. Planejamento Ambiental e Gestão das Águas: Estudo Aplicado à Bacia Hidrográfica do Ribeirão

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Informações nacionais sobre o censo demográfico de 2016, Castanhal/PAA.

Disponível em:

https://cidades.ibge.gov.br/v4/brasil/pa/castanhal/pa norama. Acesso em: 04 dezembro. 2017.

___ Pesquisas Trimestrais da Pecuária: Manual Técnico. 4ª Edição revisada, Brasília, DF. 2013. MACHADO, Jonathan. Informações de Ferramentas Geográficas. Disponível em:

htts://m.tecmundo.com.br. Acesso em 12 de janeiro de 2018.

SANTOS, A. L. C.; SANTOS, F. Mapeamento das classes de uso e cobertura do solo da bacia

hidrográfica do Rio

Vaza – Barris, Sergipe. Revista Multidisciplinar

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SCHIAVETTI, Alexandre; CAMARGO, Antonio, F.M. Conceitos de Bacias Hidrográficas: Teorias e Aplicações. Ilhéus, BA. 2002.

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Referências

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