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ESTUDO DA METODOLOGIA PARA CONDUÇÃO DO TESTE DE GERMINAÇÃO EM SEMENTES DE ALGODÃO DESLINTADAS MECANICAMENTE 1

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ESTUDO DA METODOLOGIA PARA CONDUÇÃO DO TESTE DE GERMINAÇÃO EM

SEMENTES DE ALGODÃO DESLINTADAS MECANICAMENTE

1

ANA DIONISIA LUZ COELHO NOVEMBRE2,3 E JULIO MARCOS-FILHO2,4

RESUMO - A pesquisa foi conduzida com o objetivo de avaliar a metodologia, recomendada nas Regras para Análise de Sementes, para o teste de germinação em sementes de algodão deslintadas mecanicamente. Para tanto, utilizaram-se três lotes de sementes, cultivar IAC 20, em diferentes associações de temperaturas e períodos de avaliação (25°C/3 dias; 25°C/4 dias; 30°C/3 dias; 30°C/4 dias; 20-30°C/4 dias e 20°C/5 dias, em ausência de luz), em substratos rolos de papel toalha (dois tipos de papel), rolo de pano e entre areia, onde foram colocadas 50 ou 25 sementes. Paralelamente, foram conduzidos testes de tetrazólio e de emergência das plântulas em campo, para verificação dos resultados. Concluiu-se que o teste de germinação de sementes de algodão deve ser conduzido em substrato rolo de pano, umedecido na proporção de 2,5:1 (água:peso do substrato), à temperatura constante de 25°C. A antecipação da primeira contagem para o terceiro dia após o início do teste permite maior precisão na avaliação das plântulas; dentre as alternativas de substratos a utilização de areia é mais conveniente do que a de papel toalha.

Termos para indexação: germinação, temperatura, substrato.

METHODOLOGY STUDY TO CARRY OUT THE STANDARD GERMINATION TEST OF COTTON SEEDS MECHANICALLY DELINTED

ABSTRACT - This research was carried out with the objective of studying the methodology of standard germination test of cotton seeds mechanically delinted. Three seeds lots, cultivar IAC 20, were used. In order to improve standard germination test six combinations of temperatures and periods of evaluation (25°C/3 days; 25°C/4 days; 30°C/3 days; 30°C/4 days; 20-30°C/4 days and 20°C/5 days, without light) and three substrates (rolled paper towels, rolled cotton cloth and between sand) were compared. Replications of 50 or 25 seeds were used. Results showed that the most favorable temperature was 25°C with the first count at the third day after sowing. Cotton cloth was the most favorable substratum, when wetted in the proportion 2.5:1 (quantity of water: weight of cotton cloth), and the sand substratum was more favorable than paper towel.

Index terms: germination, temperature, substratum.

1Aceito para publicação em 31.12.99.

2Depto. de Produção Vegetal, ESALQ/USP, Cx. Postal 9, 13.418-900, Piracicaba-SP.

3 Pesquisadora, Dra.

4 Prof.Titular, Dr.; bolsista do CNPq.

INTRODUÇÃO

Os resultados do teste de germinação devem refletir a capacidade das sementes originarem plântulas normais, sob condições controladas e favoráveis de ambiente. No entanto, na condução desse teste para sementes de algodão, conforme instruções das Regras para Análise de Sementes-RAS (Bra-sil, 1992), verifica-se, com freqüência, a ocorrência de

plântulas anormais, dificultando a avaliação, provocando re-dução da germinação e causando discrepância acentuada en-tre os resultados de uma mesma amostra. A reavaliação das recomendações para a condução desse teste pode fornecer informações que permitam determinar o potencial de germi-nação destas semente

Um dos fatores fundamentais para a germinação é a tem-peratura; para as sementes de algodão, as recomendadas pe-las RAS (Brasil, 1992) são: 20-30, 25 e 30°C. Nas regras da International Seed Testing Association (ISTA, 1985) o uso de 30°C não é indicado e nas regras da Association of Official Seed Analysts (AOSA, 1995) a única temperatura recomen-dada é 20-30°C. Observa-se, assim, que não há consenso quan-to à temperatura mais adequada. Além disso, apenas o

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traba-lho conduzido por Toole & Drummond (1924) tratou especi-ficamente do assunto, indicando a alternância 20-30°C, como a mais favorável para a germinação destas sementes. Consi-deraram, ainda, como satisfatórias as temperaturas de 25, 15-35 e de 20°C, embora, nesta última, a germinação tenha sido mais lenta. As pesquisas brasileiras têm sido conduzidas con-siderando as opções indicadas pelas regras, predominando a utilização de 30°C (Godoy & Abrahão, 1978; Santiago, 1978; Otazú, 1986; Vieira et al., 1987 e Laposta, 1991) em relação às temperaturas de 25°C (Faria, 1990; Brigante, 1992a e San-tos et al. 1992a) e de 20-30°C (Lago, 1985).

Outra variável que pode afetar o teste de germinação é o substrato. De acordo com as RAS, para as sementes de algo-dão as opções são os substratos papel toalha, pano e areia. No entanto, estudo efetuado por Toole & Drummond (1924) indicou que há grande variação nos resultados de testes de germinação de sementes de algodão, de acordo com o substrato utilizado.

A influência do substrato está relacionada, principalmen-te, às diferenças que apresenta com relação à capacidade de retenção de água disponível para as sementes. A indicação para o umedecimento do substrato papel toalha está baseada na relação volume de água/peso do substrato e, para a areia, considera-se a capacidade de retenção (Brasil, 1992). Estas relações não estão definidas de forma específica para as se-mentes de algodão, especialmente quando recobertas por línter. Nesse sentido, Marani & Amirav (1970) afirmaram que o línter necessita de grande quantidade de água para se hidratar, o que pode promover competição por água com o embrião, principalmente sob disponibilidade hídrica limitada. Por outro lado, a inadequada disponibilidade de água pode, também, favorecer a ação de microrganismos. Santos et al. (1992a) afirmaram que problemas detectados nas análi-ses de rotina com sementes de algodão estão relacionados à presença de fungos na raiz primária e no hipocótilo das plântulas, dificultando a interpretação do teste e gerando dis-crepância entre os resultados

A quantidade de sementes colocada no substrato é vari-ável. Normalmente, em cada rolo de papel toalha, são distri-buídas 25 ou 50 sementes e, em pesquisas com algodão, há predominância do uso de 25 sementes (Zink et al., 1969; Fa-ria, 1990; Laposta, 1991; Brigante, 1992 e Santos et al., 1992a). Quando se indica alguma alternativa para a quanti-dade de sementes, geralmente há relação com a possibiliquanti-dade da ocorrência de infecção de sementes e plântulas durante o período de condução do teste de germinação. Além disso, deve ser considerado que de acordo com as indicações das regras brasileiras, para um determinado tipo de substrato, a

alteração do número de sementes acarreta fornecimento dis-tinto da quantidade de água para cada semente.

Outro fator que pode alterar os resultados do teste de germinação é o período considerado para a avaliação do tes-te, no entanto, na literatura não foram encontrados trabalhos relacionados a esse assunto; as pesquisas nacionais têm se-guido as indicações das Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992).

Assim, as variações que têm sido observadas, na litera-tura nacional, nos resultados de germinação das sementes de algodão levaram ao desenvolvimento desta pesquisa em bus-ca de condições mais favoráveis para a realização do teste de germinação.

MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi conduzida, no Laboratório de Análise de Sementes/Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz-LAS/ESALQ, em 1993/94, com três lotes de sementes bási-cas de algodão (Gossypium hirsutum L.), deslintadas meca-nicamente, do cultivar IAC 20. O experimento foi conduzido em três etapas, com intervalos de, aproximadamente, 30 dias. Para o lote 3 foram conduzidas as duas primeiras etapas.

A caracterização inicial da qualidade dos três lotes (Ta-bela 1), para os testes de germinação e sanidade, seguiram as orientações das Regras para Análise de Sementes-RAS (Bra-sil, 1992), para o de tetrazólio as indicações de Delouche et al. (1962) e para o vigor as de Marcos-Filho et al. (1987).

Na fase experimental, para o teste de germinação foi considerada a combinação das indicações das RAS, para as sementes de algodão, acrescentando-se a temperatura de 20°C, alteração no número de dias para a interpretação dos testes e

TABELA 1. Qualidade inicial de sementes de três lotes de algodão, cultivar IAC 20. Piracicaba, 1994. Avaliações (%) Lote 1 Lote 2 Lote 3

Grau de umidade 10,2 10,0 10,5

Germinação 70,0 52,0 43,0

Tetrazólio 78,0 67,0 92,0

Envelhecimento acelerado 56,0 43,0 87,0 Emergência de plântulas em campo 69,0 61,0 81,0

Aspergillus spp. 12,5 1,0 1,0 Botryodiplodia theobromae 0,0 0,5 1,0 Colletotrichum gossypii 0,0 0,0 10,0 Fusarium spp. 0,0 5,5 2,5 Penicillium spp. 1,5 1,0 0,5 Rhizoctonia solani 0,0 0,0 0,5

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o uso de dois tipos de papel toalha, resultando nas se-guintes condições para a condução das análises:

substratos - utilizaram-se dois tipos de papel toalha de

fabricação nacional, designados por P1 (Celupa) e P2 (M.D. Nicolaus), tecido de tela de algodão (utilizados na forma de rolos) e areia. Os dois últimos substratos foram esterilizados antes da utilização (Brasil, 1992). As ca-racterísticas físicas e as propriedades químicas do papel toalha (Tabela 2) foram determinadas pelas metodologias da Associação Técnica Brasileira de Celulose e Papel e indicaram que alguns dos parâmetros avaliados corres-ponderam às especificações das RAS (Brasil, 1992), tais como, a acidez, o teor de cinzas e a ascensão capilar mé-dia; a gramatura para o papel dois não se enquadrou nas especificações; para as demais avaliações não foram en-contradas referências que pudessem enquadrar esses pa-péis como adequados ou não, para uso em testes de ger-minação. O teste biológico foi conduzido, conforme cons-ta nas RAS (Brasil, 1992), utilizando-se sementes de to-mate (Lycopersicon esculentum Mill.), como referência para sensibilidade ao substrato; os resultados (Tabela 2) indicaram que não foram detectadas anormalidades nas plântulas de tomate indicativas da existência de substân-cias tóxicas nos papéis; umedecimento dos substratos

- as quantidades de água colocadas no papel toalha

corresponderam às relações 2,0:1 e 2,5:1 (volume de água:peso do substrato); no tecido de tela de algodão, 2,5:1 e, na areia 70% da capacidade de retenção (Tabela 3). Os substratos não foram reumedecidos durante o trans-correr dos testes; número de sementes - para cada condição estudada foram utilizadas 200 sementes. Para cada repetição, quando foram usados os substratos papel toalha e areia, tra-balhou-se com oito subamostras de 25 e quatro subamostras de 50 sementes e no tecido de tela de algodão foram coloca-das quatro subamostras de 50 sementes (Tabela 3);

tempera-turas/períodos para avaliação - os testes de germinação

foram conduzidos em seis combinações de temperaturas e número de dias para a primeira contagem ou seja, 25°C/3 dias; 25°C/4 dias; 30°C/3 dias; 30°C/4 dias; 20-30°C/4 dias e 20°C/5 dias, em ausência de luz. Quando a primeira conta-gem foi no terceiro dia, a última avaliação (2a contagem) foi

no quinto dia; nas demais combinações, a última avaliação foi feita no sétimo dia. O germinador utilizado, da marca Stults, com duas câmaras independentes, possui controle au-tomático para regulagem da temperatura e da iluminação. Assim, para cada lote de sementes e combinação de tempera-tura com o número de dias para a primeira contagem, em cada etapa de avaliação, foram estudados 11 sistemas (Tabela 3).

Paralelamente aos testes de germinação, conduziram-se tes-tes de tetrazólio e de emergência das plântulas em campo,

TABELA 2. Características de dois tipos de papel toalha, utili-zados para a condução dos testes de germinação em sementes de algodão. Piracicaba, 1994.

Características Papel 1 Papel 2

pH 6,8 6,0 Teor de cinzas (%) 0,0803 0,1604 Umidade (%) 7,3 6,6 Gramatura (g/m2) 68,4 58,5 Espessura (mm) 0,2456 0,1683 Porosidade (seg/100cm3) 2,476 1,492

Ascensão capilar (mm/10 minutos):

Longitudina 47,1 82,3

Transversal 71,6 91,3

Resistência tração, papel seco (kgf):

Longitudinal 2,58 1,20

Transversal 2,58 2,93

Resistência tração, papel úmido (kgf):

Longitudinal 0,158 0,080 Transversal 0,138 0,168 Alongamento (%): Longitudinal 16,45 3,65 Transversal 5,45 5,85 Resistência ao rasgo (gf): Longitudinal 32,3 40,3 Transversal 43,3 53,9

Resistência ao estouro (kgf/cm2), duas faces 1,72 1,59

Teste biológico (%) 72,0 76,0

TABELA 3. Indicação das combinações entre substra-tos, quantidades de água e número de sementes, utilizadas no teste de germina-ção de sementes de algodão. Piracicaba, 1994.

Substrato Quantidade de água Número sementes/ subamostra

Rolo P1 2,0 x peso do papel 50

Rolo P1 2,0 x peso do papel 25

Rolo P1 2,5 x peso do papel 50

Rolo P1 2,5 x peso do papel 25

Rolo P2 2,0 x peso do papel 50

Rolo P2 2,0 x peso do papel 25

Rolo P2 2,5 x peso do papel 50

Rolo P2 2,5 x peso do papel 25

Rolo pano 2,5 x peso do pano 50

Entre areia 70% capac. retenção 50 Entre areia 70% capac. retenção 25

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para a averiguação da qualidade das sementes em compara-ção aos resultados obtidos nos testes de germinacompara-ção; teste de

tetrazólio - quatro subamostras de 25 sementes de cada lote

foram pré-condicionadas em papel toalha umedecido, por um período de 18 horas, a 30°C. A seguir efetuou-se a retirada manual das camadas mais externas dos tegumentos, deixan-do apenas a camada interna que envolve o embrião. As se-mentes permaneceram submersas em água para facilitar a re-tirada posterior desta ultima camada do tegumento (Delouche et al., 1962). Em seguida os embriões foram submersos em solução 0,075% de cloreto de 2,3,5 trifenil tetrazólio, por três horas, a 35°C, no escuro. Decorrido este período, procedeu-se a lavagem dos embriões em água corrente e a determina-ção da percentagem de sementes viáveis, de cada um dos lo-tes, de acordo com as recomendações de Delouche et al. (1962); emergência das plântulas em campo - foram distri-buídas 400 sementes de cada lote (quatro subamostras de 100), em sulcos de 4,0m de comprimento, espaçados de 0,3m. As plântulas normais emersas foram computadas aos 10 dias após a semeadura, obtendo-se a percentagem média para cada lote. O delineamento experimental usado foi o inteiramente casualizado com 12 repetições para os lotes 1 e 2 e oito repe-tições para o lote 3; os dados de germinação foram transfor-mados em arc sen da raiz de x/100, mas, nas Tabelas são apre-sentados os dados originais. A comparação de médias ba-seou-se no teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A caracterização da qualidade inicial dos lotes (Tabela 1) indicou que o lote 3 apresentou qualidade superior aos demais, embora o teste de germinação tenha proporcionado a menor média, o que, provavelmente, deveu-se ao fato de ser

o único lote colhido no mesmo ano da pesquisa e em decor-rência detectou-se a predominância de fungos considerados patogênicos, principalmente Colletotrichum gossypii, causa-dor da antracnose. O lote 1 apresentou nível intermediário de qualidade fisiológica e o 2 o menor. Nesses lotes verificou-se a predominância de fungos de armazenamento, como Aspergillus spp. e Penicillium spp.; no entanto, no lote 2 tam-bém foram constatados fungos patogênicos, como Botryodiplodia theobromae, Colletotrichum gossypii e Fusarium spp.

Para os três lotes estudados, os dados apresentados nas Tabelas 4, 5 e 6 indicaram que, com a associação de 25°C/3 dias para a primeira avaliação, ocorreram variações pouco acentuadas entre os resultados das diferentes combinações de substratos, quantidades de água e número de sementes. A condição menos favorável para a germinação das sementes foi verificada com uso da temperatura de 30°C, com a pri-meira avaliação aos quatro dias. Resultados intermediários foram obtidos com as temperaturas de 20-30°C e de 20°C.

As variações encontradas nos dados referentes a 30°C/4 dias para a primeira avaliação, não decorreram da presença de sementes mortas, mas do número excessivo de plântulas anormais. As sementes tinham suas estruturas essenciais de-senvolvidas, mas apresentaram lesões no hipocótilo, prova-velmente associadas à presença de microrganismos, que difi-cultaram a interpretação do teste, provocando redução da porcentagem final de germinação das sementes.

Problemas com anormalidades das plântulas foram cons-tatados em testes de germinação com sementes de algodão em análises de rotina (Santos et al., 1992b) e em trabalhos de pesquisa e foram atribuídos à presença de microrganismos (Lago, 1985; Vieira et al., 1987 e Brigante, 1992b). Nas de-mais associações de temperaturas e períodos para a primeira

TABELA 4. Germinação (%) de sementes de algodão, cv. IAC 20, lote 1, obtida em diferentes temperaturas, número de dias para a primeira avaliação e associações de substratos, volume de água e número de sementes. Piracicaba, 1994.

Papel 1 Papel 2

1:2,0(*) 1:2,5 1:2,0 1:2,5

Rolo de

pano Entre areia

Temperatura/ período de

avaliação 50(**) 25 50 25 50 25 50 25 50 50 25

25°C/3 dias 70 Aab 71 Aab 71 Aab 77 Aa 67 Aab 64 Ab 67 Aab 64 Ab 71 Aab 74 Aab 67 Aab

25°C/4 dias 48 Bab 43 CDb 55 Bab 56 Bcab 49 Bab 43 BCb 50 Bab 50 BCab 62 Aa 51 Cab 59 ABa

30°C/3 dias 55 Bab 53 BCb 49 Bb 58 BCab 51 Bb 54 ABab 57 ABab 59 ABab 67 Aa 60 BCab 54 BCab

30°C/4 dias 34 Cc 37 Dc 34 Cc 38 Dc 34 Cc 36 Cc 34 Cc 38 Cc 68 Aa 53 Cab 46 Cbc

20-30°C/4 dias 61 ABabc 54 BCbcd 54 Bbcd 49 CDd 55 ABcd 56 Aabcd 51 Bcd 54 ABbcd 64 Aabc 69 Aba 67 Aab

20°C/5 dias 58 ABab 60 ABab 56 Bab 66 ABab 56 Bab 54 ABb 58 ABab 58 ABab 70 Aa 55 Cb 55 ABCb

CV (%) 14,49

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tuckey, a 5%. * Proporção peso do substrato/volume de água; ** Número de sementes/repetição.

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avaliação, utilizadas na presente pesquisa, também ocorre-ram estas anormalidades, mas em menor número de plântulas. As plântulas provenientes da associação de 25°C/3 dias para a primeira contagem, apresentaram suas estruturas me-nos desenvolvidas havendo, muitas vezes, a necessidade dos tegumentos serem retirados manualmente para o exame dos cotilédones. No entanto, as lesões presentes nas plântulas ocorreram, em sua maioria, na região da raiz primária e/ou no hipocótilo, próximo aos tegumentos, tornando-se facilmen-te visíveis e em condições de serem avaliadas.

Com relação aos substratos, pôde-se observar que a mai-oria dos resultados obtidos com os três lotes (Tabelas 4, 5 e 6) não mostrou variações significativas, quando utilizou-se o rolo de pano, independentemente da temperatura e do perío-do de avaliação consideraperío-dos. Resultaperío-dos obtiperío-dos por Mar-cos-Filho & Pacheco (1976), também, indicaram respostas mais favoráveis para a germinação de sementes de soja nesse

substrato. No entanto, para sementes de algodão, Santos et al. (1992b) não verificaram variações entre os substratos ro-los de papel toalha e de pano.

As comparações dos resultados dos testes de germina-ção, com os dois tipos de papel toalha utilizados, não mostra-ram diferenças marcantes, embora tenha sido observada a ten-dência de maior adequação com o uso do volume de água de 2,5:1, independente do tipo de papel utilizado e do número de sementes colocado no substrato (Tabelas 4, 5 e 6).

Com o substrato areia, geralmente os testes são conduzi-dos em condições de ambiente natural ou de casa de vegeta-ção. Assim mesmo, de acordo com Barros & Dias (1992a e 1992b) tem sido verificada menor variação entre os resulta-dos em comparação com o teste de germinação em rolo de papel. Nessa pesquisa, para as sementes de algodão, os testes conduzidos em areia também apresentaram menores varia-ção e reduvaria-ção da quantidade de plântulas anormais

infeccio-TABELA 5. Germinação (%) de sementes de algodão, cv. IAC 20, lote 2, obtida em diferentes temperaturas, número de dias para a primeira avaliação e associações de substratos, volume de água e número de sementes. Piracicaba, 1994.

Papel 1 Papel 2

1:2,0(*) 1:2,5 1:2,0 1:2,5

Rolo de

pano Entre areia

Temperatura/ período de

avaliação 50(**)

25 50 25 50 25 50 25 50 50 25

25°C/3 dias 64 Aab 66 Aab 67 Aab 68 Aa 63 Aab 66 Aab 67 Aab 58 Ab 68 ABa 66 Aab 64 ABab

25°C/4 dias 61 Aa 59 ABa 62 Aa 63 ABa 60 ABa 62 Aa 60 ABa 59 Aa 66 ABa 62 ABa 60 ABa

30°C/3 dias 56 Ab 57 Bb 59 Aab 56 Bb 55 Bb 57 BCb 61 ABab 58 Aab 67 ABa 67 Aa 63 Abab

30°C/4 dias 38 Bd 44 Ccd 42 Bcd 45 Ccd 45 Ccd 50 Cbc 43 Ccd 46 Bcd 63 ABa 62 ABa 59 ABab

20-30°C/4 dias 63 Aab 59 ABbc 64 Aab 60 ABbc 63 Aab 54 BCc 58 Bbc 58 Abc 71 Aa 64 Aab 65 Aab

20°C/5 dias 58 Aa 56 Ba 62 Aa 59 Ba 56 ABa 56 BCa 54 Ba 56 Aa 61 Ba 54 Ba 57 Ba

CV (%) 9,27

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tuckey, a 5%. * Proporção peso do substrato/volume de água; ** Número de sementes/repetição.

TABELA 6. Germinação (%) de sementes de algodão, cv. IAC 20, lote 3, obtida em diferentes temperaturas, número de dias para a primeira avaliação e associações de substratos, volume de água e número de sementes. Piracicaba, 1994.

Papel 1 Papel 2

1:2,0(*) 1:2,5 1:2,0 1:2,5

Rolo de

pano Entre areia

Temperatura/ período de

avaliação 50(**)

25 50 25 50 25 50 25 50 50 25

25°C/3 dias 79 Ab 81 Aab 80 Ab 83 Aab 81 Ab 83 Aab 79 Ab 78 Ab 89 Aab 85 ABab 92 Aa

25°C/4 dias 54 BCbc 46 Bcd 61 BCbc 62 BCbc 60 Cbc 38 Dd 65 BCb 58 Cbc 83 Aa 84 ABa 85 Aba

30°C/3 dias 77 Aab 80 Aab 75 Ab 81 Aab 74 ABb 76 ABab 84 Aab 79 Aab 87 Aa 83 ABab 81 Bcab

30°C/4 dias 45 Cd 49 Bd 54 Cd 49 Cd 50 Cd 57 Ccd 60 Ccd 59 BCcd 86 Aa 79 Bab 71 Cbc

20-30°C/4 dias 76 Ab 72 Ab 75 Ab 74 ABb 79 Ab 73 ABb 77 ABb 72 ABb 84 Aab 92 Aa 83 Aba

20°C/5 dias 67 Abc 70 Abc 71 ABbc 72 ABbc 61 BCc 71 Bbc 74 ABabc 81 Aab 87 Aa 83 Bab 81 Bcab

CV (%) 10,01

Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si pelo teste de Tuckey, a 5%. * Proporção peso do substrato/volume de água; ** Número de sementes/repetição

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nadas, fornecendo dados comparáveis aos obtidos com o subs-trato pano e superando a maioria das combinações de rolos de papel toalha.

A comparação do número de sementes colocadas no substrato, efetuada considerando-se o mesmo tipo de papel e quantidade de água, não indicou diferenças significativas entre a utilização de 25 ou 50 sementes, para nenhum dos lotes.

Os dados obtidos com os testes de tetrazólio e de emer-gência das plântulas em campo (Tabela 7) indicaram seme-lhanças com o desempenho das sementes no teste de germi-nação, quando foi utilizada a associação 25°C/3 dias para a primeira contagem, substrato rolo de pano e, em alguns ca-sos, em areia. Essa similaridade entre os resultados de tetra-zólio e emergência das plântulas em campo com as condi-ções que permitiram a melhor expressão da germinação dos lotes estudados, reforça os resultados do presente trabalho, principalmente, quando se verificam os resultados do teste de emergência das plântulas em campo, pois o desejável é que o teste de germinação, conduzido em laboratório, permi-ta a expressão do máximo potencial das sementes.

Os resultados obtidos, aliados aos observados na litera-tura, mostraram que, conforme o método adotado para a con-dução do teste de germinação, pode-se subestimar o potenci-al de germinação das sementes de potenci-algodão. As principais con-seqüências implicam na possibilidade de descarte de lotes de sementes produzidos com material genético de qualidade com-provada e em condições controladas de campo. Além disso, surgem dificuldades na comparação de resultados provenien-tes de uma mesma amostra, analisada em diferenprovenien-tes laborató-rios ou num mesmo laboratório.

TABELA 7. Resultados (%) dos testes de tetrazólio e de emergência das plântulas em campo, de três lotes de sementes de algodão, cv. IAC 20, obtidos em três etapas para os lotes 1 e 2 e duas para o lote 3. Piracicaba, 1994.

Lotes Parâmetros (%)

1 2 3

Etapa 1 Tetrazólio 78 67 92

Em. plântulas campo 69 60 82

Etapa 2 Tetrazólio 80 56 84

Em. plântulas campo 68 61 86

Etapa 3 Tetrazólio 80 56 –

Em. plântulas campo 65 59 –

CONCLUSÕES

O teste de germinação para sementes de algodão deve ser conduzido em substrato rolo de pano, umedecido na pro-porção de 2,5:1 (volume de água: peso do substrato) à tempe-ratura de 25°C. A antecipação da primeira contagem para o terceiro dia após a semeadura permite maior precisão na ava-liação das plântulas. Dentre as demais alternativas estudadas para o substrato, a utilização de areia é mais conveniente que papel toalha.

REFERÊNCIAS

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